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Os trabalhos de Beatriz Milhazes têm referências da arte decorativa no Brasil e influências do modernismo | Fotos: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo
Os trabalhos de Beatriz Milhazes têm referências da arte decorativa no Brasil e influências do modernismo| Foto: Fotos: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo

Exposições

Veja esta e outras mostras no Guia Gazeta do Povo

  • A amplitude da sala do MON vai permitir que o visitante tenha uma visão única da obra de Beatriz Milhazes
  • Frédéric Paul é o curador responsável pela exposição Meu Bem, que será inaugurada hoje no Museu Oscar Niemeyer

As flores ultra coloridas da artista plástica e gravadora carioca Beatriz Milhazes conquistaram o mundo de tal forma que ela é, atualmente, a artista viva mais valiosa do Brasil no mercado mundial de artes. Conseguiu o recorde pela primeira vez em 2008, quando a tela O Mágico foi vendida por US$ 1,05 milhão. No ano passado, superou a própria marca com a obra Meu Limão, arrematada por US$ 2,1 milhões.

Além do reconhecimento financeiro, Beatriz vem conseguindo conquistar públicos diversos com a sua arte, desde o leigo ao especialista. É o que acredita o curador Frédéric Paul, responsável pela exposição Meu Bem, considerada a mostra mais abrangente sobre a artista, que será inaugurada hoje no Museu Oscar Niemeyer, às 19 horas, com entrada franca. O mesmo conjunto de obras esteve em exposição neste ano no Paço Imperial, no Rio de Janeiro, e no fim do ano passado, no Museu de Arte Latinoamericano de Buenos Aires (Malba).

O curador reuniu as obras mais marcantes de Beatriz, desde a década de 1980, quando ela começou nas artes plásticas ao ingressar na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, até trabalhos mais recentes. Estarão na exposição também duas obras do acervo do Museu Guggenheim, de Nova York (veja o serviço completo no Guia Gazeta do Povo).

Para a individual no MON, o curador pensou em soluções diferentes das utilizadas na mostra do Paço Imperial, pelo fato de as salas serem mais amplas. "No Rio de Janeiro, os espaços eram mais divididos e seguimos uma ordem muito cronológica. Quando vim aqui, fiquei surpreso com a sala, essas linhas vão proporcionar uma vista única. Além disso, gostei muito da luz do museu, ficará muito especial", garante.

Curador de exposições de Beatriz há mais de uma década, Fréderic Paul conheceu a obra da artista por acaso. "É uma história engraçada. Fui visitar uma exposição e não vi os quadros dela. Depois, acabei me aproximando do trabalho quando vi obras na galeria Stephen Friedman, de Londres", conta.

Sempre em contato com Beatriz (que passa temporadas em Paris, onde mora o curador), eles pensaram uma mostra "muito especial" para o Brasil. "Foi muito excitante. Buscamos misturar seus trabalhos de pintura e colagem", explica. Na exposição, segundo Paul, o espectador vai descobrir referências da arte decorativa no Brasil, além de notar influências do modernismo, sobretudo do holandês Piet Mondrian (1872-1944). O fato de uma das salas do MON se chamar Tarsila do Amaral também é significativo, salienta o curador. "Foi uma artista que provavelmente inspirou Beatriz."

Marcas

Paul acha difícil encontrar apenas uma característica que defina o trabalho de Beatriz Milhazes. "Como um europeu, bato o olho e penso que é muito brasileira. Mas, quando se fica mais familiarizado com a arte daqui, pode parecer muito clichê, o que ela absolutamente não é. Leva tempo para entender o trabalho, que é sofisticado, rico e convidativo." Talvez, essas qualidades tenham conquistado o mercado, mas explicar o porquê da valorização de suas obras é algo que "nunca se sabe", crê Paul. "Mas é possível dizer que foi algo muito bom, e merecido."

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