Uma BD de Nuno Markl sobre como tudo seria mais fácil se tivéssemos um manual de instruções para a vida e o amor.
«Contada e desenhada pelo traço divertido, expressivo e cheio de humanidade do Miguel, esta é uma das minhas histórias mais pessoais - uma reflexão sobre o fim do meu casamento e uma espécie de literal autoajuda para a minha própria falta de equilíbrio entre trabalhar e viver. Decidi que tinha mais piada se o protagonista não fosse eu, mas um tipo que dá tudo no ofício de escrever manuais de instruções para eletrodomésticos. Ele é o Saramago dessa arte tão pouco cantada. E um dia, com a improvável ajuda de um ladrão de casas, tem uma epifania: a única maneira de ser melhor pessoa é usando a sua arte para escrever o manual de instruções para a sua própria vida.»
Nuno Frederico Correia da Silva Lobato Markl nasceu em Lisboa, a 21 de Julho de 1971, no Hospital da Cruz Vermelha. Com apenas 4 anos já fazia as suas próprias bandas desenhadas, servindo-se de uma miríade de personagens para dar alma às suas histórias. Até que aos 10 anos de idade surgiu uma paixão ainda mais forte: a rádio! E foi precisamente com esta idade que começou as suas emissões radiofónicas embora estas não chegassem muito mais longe que o seu quarto. Utilizava um velho gravador National onde gravava a emissão, um microfone e uma telefonia a pilhas. Em tempo de férias ia a Vila do Conde que é a sua segunda terra (a primeira é Benfica onde vive desde a infância). Mas foi durante o tempo de aulas que Nuno teve a sua primeira experiência radiofónica digna desse nome. Estávamos em 1988. Eram os gloriosos tempos da rádio pirata! Nuno descobre a "Voz De Benfica". Conhece Mário Rocha, que desde logo o convida para animador! Começa nessa mesma tarde! O seu primeiro programa intitulava-se originalmente "Programa das 14" porque começava precisamente às duas da tarde. A dedicação à rádio era de tal ordem que chegou ao fim do liceu sem média para entrar para a faculdade. Ingressou então em 1990 no CENJOR. Não queria ser um jornalista a sério, mas apenas percorrer o caminho que lhe permitisse voltar a sentar-se em frente a um microfone. Depois de acabado o curto curso, começou a estagiar em 1991 na antiga Correio da Manhã Rádio. Em 1993, Rui Pego convidou-o para fazer um magazine diário nocturno de notícias. Com a loucura e subversão que lhe são características esse mesmo magazine acabou por ser pouco a pouco adulterado até se transformar num programa de entretenimento próprio chamado " Prok Der E Vier". Durante essa experiência marcante e irrepetível, Nuno aprendeu a segurar sozinho uma estação de rádio durante a madrugada, a fazer humor radiofónico, a criar punchlines e centenas de outras coisas fascinantes. Iniciava-se assim a "Saga de Abílio"! Ainda em 93 a CMR extinguiu-se e quem lá trabalhava passou para a Rádio Comercial. Nuno não foi excepção. Nesta nova rádio fez o remake dos episódios antigos da "Saga de Abílio" e criou novos episódios. O sucesso do programa chamou a atenção de Nuno Artur Silva (director das Produções Fictícias), que o convidou a juntar-se a uma equipa composta por Ricardo Pereira, Miguel Góis, José Diogo Quintela e Maria João Cruz entre outros. Nuno aceitou o convite e lá continua até hoje. Em 1997 a Comercial mudou de direcção e Nuno Markl passa das noites para as manhãs. Torna-se parte integrante do Programa da Manhã ao lado de Pedro Ribeiro, Ana Lamy e José Carlos Malato com a sua própria rubrica intitulada de: "O Homem que Mordeu o Cão e Outras Histórias" que o catapultou definitivamente para o estrelato radiofónico, tornando-se um fenómeno humorístico nacional que deu origem, mais tarde, a três livros, um programa de televisão e uma digressão nacional com o espectáculo ao vivo.
Em 2001 Nuno tem a sua primeira experiência como apresentador/comentador televisivo. Junta-se a Rita Mendes e a Gaspar Borges e juntos começam o Sem Filtro na RTP1.Teve vida curta este programa. Nesse mesmo ano, abandona a RTP e começa a trabalhar na SIC Radical mais propriamente como comentador de cinema no programa "Curto Circuito". Actualmente participa no programa às segundas-feiras das 17 às 20 falando-nos das últimas novidades em DVDs, videojogos, discos e muitas outras coisas ligadas ao cinema. Em 2002, ainda no mesmo canal, inicia outro projecto paralelo com Fernando Alvim e Rui Pedro Tendinha, mais uma vez: o "CineXL", um programa sobre cinema pois claro, desde cedo uma das suas grandes paixões. Em 2003 estreou na SIC Radical, mais uma vez em parceria com Fernando Alvim, outros dois novos programas: "O Perfeito Anormal" que é somente o que de mais non-sense existe na TV portuguesa, e o curtinho "O Homem da Conspiraç
Miguel Jorge é um conhecido autor de banda desenhada que tem publicado várias coisas no nosso mercado – como Apocryphus, uma antologia de histórias em banda desenhada que reúne vários autores e que pretende distribuir os rendimentos entre os criadores. Por sua vez, Nuno Markl é conhecido pela participação em vários programas humorísticos, e terá vários guiões por adaptar e lançar – mas e se, ao invés de criar filmes e séries, estes guiões forem adaptados para banda desenhada? Assim surgiu este Manual de Instruções, uma história criada para a televisão, mas que viu a luz em quadrados desenhados.
A história
Alberto é um homem tipicamente focado no seu trabalho. Tão focado que nem se apercebe da carga doméstica que sobrecarrega a esposa. É preciso pegar os filhos da escola? Alberto esquece-se. Cozinhar? Não sabe. Ouvir ou recordar qualquer conversa? Nem por isso. Mas apesar de todos estes elementos, Alberto ama a esposa, Lara.
Lara está farta. Para além de todo o trabalho, a ausência mental de Alberto de todos os elementos do quotidiano é frustrante. Não falam sobre nada a não ser o trabalho de Alberto, a escrita de manuais de instruções para equipamentos electrónicos. A situação não melhora quando encontra um antigo colega que a vê com outros olhos.
Sai, assim, de casa, deixando Alberto desesperado. A ajuda chegará de uma fonte insuspeita quando o ladrão que lhe assalta a casa a meio da noite resolve ajudá-lo e mostrar o seu manual de instruções para melhorar o casamento.
Crítica
A história inicia-se com uma sucessão de episódios que reflectem a realidade de vários casais. Eles focam-se apenas no trabalho. Elas asseguram o trabalho, a casa e os filhos. A conversa e a empatia são praticamente inexistentes enquanto, na cabeça dos maridos, tudo vai bem e perfeito.
Esta sucessão de episódios iniciais criam facilmente uma relação com o leitor – todos conhecem casais semelhantes ou equivalentes. Todos conhecem uma Lara sobrecarregada. Todos conhecem Albertos bem intencionados e despassarados, sem qualquer pista do que se passa em casa. Criada esta empatia inicial, dá-se o conflito – o episódio de separação, que irá mover a restante narrativa até estar resolvido.
Para além da empatia criada com as personagens Manual de Instruções cativa pela sucessão de situações inusitadas, algumas previsíveis (mas nem por isso menos cómicas) Alberto tem soluções curiosas para os seus problemas, e demora a aperceber-se do interesse que outras mulheres revelam em determinados momentos.
Entre estas situações inusitadas e as soluções de Alberto, a narrativa mantém uma aura de bom humor, usando a desgraça da vida amorosa e os planos mirabolantes para levar a história com piadas ligeiras num bom ritmo. Os desenhos, expressivos, sobretudo nas feições complementam e fortalecem o aspecto cómico e mirabolante.
Conclusão
Manual de instruções é uma leitura ligeira que usa circunstâncias do quotidiano para desenvolver uma narrativa cómica e mirabolante. Dado o conflito inicial, as soluções que se vão desenvolvendo são ligeiramente idiotas, proporcionando o aspecto original, mas também delirante. Os episódios sucedem-se a um bom ritmo, carregando o leitor com facilidade até ao final com agilidade e comicidade.
Quando um homem eternamente distraído com o seu trabalho se vê abandonado pela mulher e filhos, com esta farta das pequenas negligências do dia a dia, decide tomar medidas para resolver o problema. E fá-lo da única maneira que sabe, escrevendo um manual de instruções para se tornar melhor pai, marido e pessoa. O problema é que algumas das ações que escolhe para aprender e testar as suas ideias são de sanidade duvidosa. Miguel Jorge faz um trabalho notável de ilustração, a puxar para a caricatura mas mantendo o tom realista ao trabalhar sobre um texto de humor. Do argumento podemos esperar uma história simples, que pretende ser muito divertida mas não consegue passar de um humor insosso e convencional. O final feliz desperta alguns sorrisos.
Todos conhecemos o Nuno Markl pela sua presença nas manhãs da rádio. Um homem bem disposto, super geek e com o qual me identifico em relação a hobbies como Lego e ver Star Wars.
Ver esta sua faceta nas novelas gráficas é uma agradável surpresa. Por meio de algunas piadas e uma história rocambolesca, Markl alerta-nos para a importância da família e colocar o trabalho em segundo plano.
Acredito que história de Alberto Simões tenha algumas semelhanças com a do seu criador, assim como a de tantas pessoas por esse mundo fora. A partir destas, resta saber quantas tentaram lutar pelo seu casamento, ou "mandaram a toalha ao chão".
Alberto encontra a solução para recuperar o afecto da esposa da forma mais mirabolante: durante um assalto, forja amizade com o ladrão! É difícil não rir com este "belo par de jarras"! O assaltante conta como trata a namorada e mostra-lhe a sua "cábula". Então, Alberto junta a dica do ladrão com o seu próprio talento.
No geral, a história está bem conseguida, mas os motivos são muito rebuscados. Os amigos de Alberto são peculiares, no sentido simpático da palavra, mas alguns deles podiam ter outra "actividade profissional".
Por muito que o trabalho nos faça sentir motivados, não podemos permitir que se torne uma prioridade face à família e amigos. Temos de trabalhar para conseguir viver bem, mas não vivemos para trabalhar. E como cada família é única, o único manual de instruções apropriado é o que dita o nosso coração.
O argumento é engraçado e transpira Nuno Markl, com o seu tipico sentido de humor. Acho que muitas vezes as situações que envolvem o personagem principal, Alberto, são tão disparatadas que me quebram a imersão e me fazem reviar um bocado os olhos. No geral a mensagem e a viagem pela qual o Alberto passa fazem a pequena história valer a pena. Gostei do traço mas achei que as emoções dos olhos/boca muita vezes transmitiam mensagens opostas. As crianças também estava aterrorizadoras.
Gostei do pequeno cameo do Nuno Markl num dos páineis e do Alberto ter uma voz muita parecia à sua.
As I read this, it didn't really felt like I was reading a graphic novel. It was more like reading a light novel. Which doesn't surprise me taking in account that this was not originally written for this format.
The concept for this story is neat. It's probably the best part of it. At least in theory, sounds neat, but in pratice, it didn't live up to my expectations.
I wasn't able to connect with the main character. He's just too annoying. He has good intentions but he has a hollow head.
It was still a fun read and it has some nice moments but overall it feels average.
É uma obra sólida de Nuno Markl com arte de Miguel Jorge. O argumento mixa seriedade com o sentido de humor característico de Markl, bem evidente na voz da personagem Alberto, isto é, disparatado, por vezes absurdo, que normalmente resulta, mas que aqui quebra, por vezes, a imersão na história. A arte de Miguel Jorge é simples mas bem adaptada à história criando a sensação que estamos realmente a ler um manual de instruções. No final do dia é uma obra engraçada mas que não acrescenta muito ao panorama da BD nacional.
Uma leitura leve, com um bom balanço entre momentos para rir e pequenas reflexões. Identifiquei-me com a mensagem sobre a importância de ouvirmos os outros, em vez de estarmos demasiado "dentro de nós".
Este livro é uma versão BD de um filme que não veio a ser realizado. A qualidade dos desenhos é básica e o diálogo é parecido com o estilo das sitcoms britânicos dos anos setenta: cru e sem sofisticação. Não sendo incrível, deu-me duas boas horas de sorriso sem rir em voz alta.
O desenho é muito fraco, o que não era uma novidade. A história começou bem, mas deixa muito a desejar. É uma boa comédia romântica para quem gosta de rir de assédio sexual. Gosto muito da personalidade "Nuno Markl", mas isto não funcionou para mim.
Numa sucessão de situações inesperadas, cómicas e rocambolescas, Markl retrata a vida de muitos de nós - perdidos entre a tentativa de equilibrar a vida profissional e pessoal. Uma história divertida e bem conseguida.
Simplesinho, umas curtas horas bem passadas, com humor, mas muitas cenas cortadas sem aviso ou que podiam ser mais exploradas e o fim previsível, Mas tudo bem. Esperava um pouco mais apenas.
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