O publicitário e jornalista Marcelo Dunlop tinha apenas dez anos quando descobriu, lendo um texto de Luis Fernando Verissimo, que até a morte podia ser engraçada. Deslumbrado com o achado e às gargalhadas, o menino recortou a crônica do jornal e passou a fazer o mesmo com várias outras. Duas décadas depois, eis aqui o resultado da empreitada: uma seleção de pérolas garimpadas em toda a obra do escritor. Salpicada de cartuns raros recolhidos no baú do autor, esta coletânea traz cerca de oitocentos verbetes — ou Verissimas — em ordem alfabética. Conduzido e instigado por esse alfabeto particular, o leitor seguirá se divertindo de A a Z com as comparações, máximas, mínimas e metáforas do mestre do humor sintético.
Nascido em Porto Alegre e filho do também escritor Érico Verissimo, Luis Fernando Verissimo é famoso por suas crônicas cheias de ironia humorística. Além de escritor, ele também é jornalista, publicitário, cartunista e tradutor. Entre suas paixões, estão a família, o time de paixão, Internacional de Porto Alegre, e o jazz sendo praticamente inseparável de seu saxofone. Seus amigos o definem como "uma pessoa que fala escrevendo". Em público, ele é tímido e de forma alguma aparenta ser o autor de seus irreverentes textos. É considerado o escritor que mais vende livros no Brasil.
Um livro que já seria divertido pelo prefácio do Antonio Prata, ‘Veríssimas’ é um dicionário das pérolas do autor gaúcho (ainda que ele diga não sentir falta de sua última experiência a cavalo — tampouco o cavalo sente). Organizado em “verbetes” coligidos de seus textos, entrevistas, falas…, ‘Veríssimas’ nos brinda com lições de amor-próprio (“Conhece-te a ti mesmo, mas não fique íntimo”), sobre o Brasil (“No Brasil o fundo do poço é apenas uma etapa”), política (“A jornada que tantos desta geração fizeram, da extrema esquerda para a extrema direita, tem uma explicação fácil: a vocação deles era mesmo pelo extremo”), Deus (“Existe um ser superior que dirige as nossas vidas, mas ninguém entende como ele passou no psicotécnico”) e sobre a humanidade (“Não sei para onde caminha a humanidade. Mas, quando souber, vou para o outro lado”).
Uma leitura extremamente divertida e arguta, ideal para os tempos de quarentena. Contudo, não se deve achar que esse livro se trata de um escapismo, longe disso. Segundo Veríssimo: “sempre escrevemos para recordar a verdade. Quando inventamos, é para recordá-la mais exatamente”. Creio que lemos (e que devemos ler) pelo mesmo motivo.
Eu nunca tinha lido nada do Veríssimo e no momento não estou achando que isso foi uma perda, porque detestei esse livro. Um amontoado de clichês e comentários machistas. O formato escolhido certamente não ajudou, porque ficou claro que em muitos casos ele não funcionava com os trechos selecionados, além de ter reforçados os clichês e machismos. FA-DI-GA.
Um livro bem gostosinho de ler, como são no geral as crônicas de Veríssimo para mim. Nesse livro há verbetes e pequenos textos relacionados a eles. Parece um dicionário. É daqueles livros que dá pra deixar na cabeceira ou na mesa do trabalho, pegar de vez em quando e ler umas páginas divertidas.