Photo: José Paulo Gandra Martins

Aluísio Carvão
Mestre da Cor


Junho - Julho 2021


fotos das obras: Jaime Acioli
foto do artista: José Paulo Gandra Martins

Em 1961, apresentando a mostra de Aluísio Carvão no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Mário Pedrosa “advertia os apressados superficiais e mal-humorados para não taxar o pintor de inconsciente ou incoerente, só porque sua pintura atual não apresenta, em primeiro plano, nenhum rigor externo de padrões ou preocupação construtiva ou puramente geométrica”. Fazia esta observação calcado na afirmação de Max Bill, segundo a qual a arte concreta pode expressar-se em formas plenamente a-geométricas ou amorfas. E acrescentava: “O Carvão de hoje é exatamente o Carvão de ontem, como muito provavelmente, será o de amanhã”.

O crítico, como se diz, acertou na mosca. O que ele disse há um quarto de século vale para à pintura atual de Carvão: ela continua a mesma e, no entanto, surpreende por sua originalidade e ousadia. Na aparente dispersão de sua obra, ao longo de quatro décadas, há uma grande coerência interna. Esta unidade, claro, nem sempre salta à vista, mas existe. Não se trata, porém, de um programa rígido, fechado. E, de fato, não se deve confundir rigor com linha reta ou imprecisão ou desordem. Na fase atual de Carvão, em que suas formas parecem desabrochar como flores matinais, e as cores ganham uma luminosidade e vibração totalmente novas, nada há de espontâneo ou fortuito e o artista mantem-se dentro do rigor de sempre.

Texto de apresentação de Frederico Morais para exposição “Aluísio Carvão” outubro/novembro 1986 - Galeria de Arte São Paulo

Gustavo Rebello Arte, agora em novo endereço em Ipanema, na Rua Visconde de Pirajá nº 82, ss 101, apresenta uma exposição com obras do acervo e de coleções particulares. A mostra é focada no trabalho de Aluísio Carvão, com pinturas produzidas entre 1959 e 1986, desse artista essencial e ainda pouco reconhecido.

Respeitando todos os protocolos sanitários, pedimos agendamento prévio de sua visita.