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Mostra reúne em BH 93 obras inspiradas em capas de discos para homenagear Gal Costa e vários músicos

Luciane Amaral
lamaral@hojeemdia.com.br
18/11/2022 às 19:32.
Atualizado em 18/11/2022 às 19:34

Gal Costa, Pink Floyd, Nirvana, Saldanha Rolim. Além da música, aparentemente esses nomes não têm mais nada em comum. Mas todos foram reunidos pelo artista plástico Hogenério, que apresenta quase uma centena grandes nomes do cenário musical mundial, em uma exposição no Grande Hotel Ronaldo Fraga, na Savassi, região Centro-Sul da Capital.

Demilson Vigiano apresenta a obra Gal, para homenagear a cantora baiana que morreu no último dia 9 (Herman Alexander)

Demilson Vigiano apresenta a obra Gal, para homenagear a cantora baiana que morreu no último dia 9 (Herman Alexander)

Durante dois anos, Hogenério convidou artistas do Brasil e de outros dois países (Estados Unidos e Alemanha) para produzirem obras no tamanho de 60 X 60 cm (tamanho padrão dos famosos discos de vinil). E selecionou 93 trabalhos exclusivos para a mostra, todos inspirados em capas de discos que marcaram, de alguma forma, a vida dos autores.

Vicente Soares, por exemplo, criou a obra CORA (ENGRENA) GEM, que faz uma referência ao disco do paraibano Zé Ramalho, Admirável Gado Novo. “Zé Ramalho é um visionário, preocupado com questões sociais, com o sofrimento do povo brasileiro que, apesar de todas as dificuldades, ainda é feliz”, diz o artista sobre sua inspiração para a peça.

Vicente Soares faz sua primeira exposição com catálogo e inspirou sua criação no disco Admirável Gado Novo, de Zé Ramalho (Herman Alexander)

Vicente Soares faz sua primeira exposição com catálogo e inspirou sua criação no disco Admirável Gado Novo, de Zé Ramalho (Herman Alexander)

“Eu me identifico também com o lado espiritual do Zé Ramalho. E procurei retratar esses dois lados do cantor nas linhas horizontais, que significam a terra, e as verticais, que simbolizam a espiritualidade”, explica.

Em sua curadoria, Hogenério conta que convidou artistas já consagrados e outros menos conhecidos, que participam de uma mostra com catálogo pela primeira vez, como é o caso de Vicente Soares.

E de Marcelo Brant, de Divinópolis, no Centro-Oeste, que apresenta um estandarte,que lembra as tradições do Congado, na obra Morenô, - uma homenagem ao mineiro Saldanha Rolim, que aparece entre franjas e borlas feitas de material reciclável. 

Marcelo Brant fez um estandarte usando materiais recicláveis para homenagear o músico Saldanha Rolim (Herman Alexander / Divulgação)

Marcelo Brant fez um estandarte usando materiais recicláveis para homenagear o músico Saldanha Rolim (Herman Alexander / Divulgação)

O desafio de trabalhar com quase uma centena de artistas e montar a exposição num espaço que já é iconicamente artístico e até histórico, em uma casa da antiga Belo Horizonte, foi tranquilo para Hogenério. 

“A minha primeira exposição eu mesmo montei”, conta orgulhoso o artista. “Trabalhei em uma das mais importantes galerias de arte da capital e esta experiência deixou tudo mais fácil”, explica o curador, que levou para a exposição uma obra única, que lembra a multifacetada Grace Jones, modelo, cantora e atriz jamaicana radicada nos Estados Unidos.

“Eu fiz tudo. Primeiro pensei em fotografar em casa. Cheguei até a fazer testes de luz, mas fui para a fazenda da minha irmã, na Bahia. E no meio das vacas, encontrei o cenário ideal, a luz e a inspiração perfeitas para a foto”, ressalta Hogenério.

A sala principal foi dedicada ao rock. E um dos mais conhecidos discos da banda Pink Floyd, Time, ganhou nada menos do que cinco versões diferentes.

Herman Alexander foi um dos cinco artistas que escolheram o disco Time, da banda Pink Floyd (Herman Alexander)

Herman Alexander foi um dos cinco artistas que escolheram o disco Time, da banda Pink Floyd (Herman Alexander)

Os Beatles, claro, não podiam ficar de fora, com três trabalhos. E Gal Costa ganhou a homenagem de quatro artistas. Frank Zappa, Gun´s Roses, Clara Nunes e Gretchen também estão presentes no Grande Hotel.

“Durante toda minha vida ouvi muita música clássica e rock, sendo que todo meu trabalho é voltado para esse tema, dessa forma, nas mostras sempre opto em ter uma boa música para acompanhar as obras e animar a festa”, explica Hogenério.

Lídia Miguelão escolheu um disco dos Beatles para produzir a obra Deixa Estar, Let It Be, álbum de estúdio Let It Be (Herman Alexander)

Lídia Miguelão escolheu um disco dos Beatles para produzir a obra Deixa Estar, Let It Be, álbum de estúdio Let It Be (Herman Alexander)

Por isso, além dos quadros, a “Exposição - Capas de Disco” ganhou uma playlist, com uma seleção de músicas dos discos escolhidos pelos artistas para a mostra. 

A mostra pode ser vista até o dia 10 de dezembro, com visitação gratuita. 

Serviço
Local: Grande Hotel Ronaldo Fraga
endereço: R. Ceará, 1205 – Funcionários
Horários e dias de visitação: de terça a sexta, das 11h às 19h e aos sábados, de 11h às 16h.

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