O óleo que atinge praias nordestinas desde setembro teria sido despejado em uma área que fica entre 600 km e 700 km da costa brasileira, na “faixa” entre os estados de Alagoas e Sergipe. É o que aponta uma pesquisa divulgada no dia 17 de outubro, feita pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), da Universidade Federal
O óleo que atinge praias nordestinas desde setembro teria sido despejado em uma área que fica entre 600 km e 700 km da costa brasileira, na “faixa” entre os estados de Alagoas e Sergipe. É o que aponta uma pesquisa divulgada no dia 17 de outubro, feita pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O trabalho foi realizado a pedido da Marinha brasileira.
No estudo, pesquisadores usaram um mapa com os pontos do litoral brasileiro aonde o óleo chegou, além de um modelo matemático de correntes marítimas do Oceano Atlântico. Com esses recursos, foram capazes de fazer o caminho das manchas “para trás”, identificando de que região elas saíram.
Ainda não se sabe como o derramamento aconteceu. Para o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Eduardo Bim, há grandes chances de a substância ter sido derramada durante a transferência do óleo de um navio para outro. “[A transferência entre embarcações] é a opção mais provável, mas temos que investigar e não descartamos nenhuma causa possível”, disse.
Em 5 de outubro, o governo federal determinou que fosse feita uma investigação para descobrir as causas e os responsáveis pelas manchas. O trabalho envolve a Polícia Federal, o Comando da Marinha, o Ibama e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Polêmica das barreiras
Barreiras de contenção foram instaladas em locais atingidos pelas manchas para evitar que o óleo continue se espalhando. Entre os pontos onde a medida foi aplicada estão o rio Sergipe e o rio Vaza-Barris, ambos em Sergipe, estado que tem 17 praias e oito rios atingidos (por desemborcar no mar, os rios acabam afetados pela substância).
O Ibama, no entanto, afirma que as barreiras podem não ser eficazes. Entre outros empecilhos, o órgão destaca o fato de as contenções não terem sido feitas para barrar óleos como os que estão no litoral nordestino.
Números do impacto*
200 áreas com pontos afetados pelas manchas.
39 animais afetados de forma comprovada: 5 aves mortas; 3 aves vivas; 18 tartarugas marinhas mortas; 11 tartarugas marinhas vivas; 1 peixe morto; e 1 réptil morto.
*Dados do Ibama de 20 de outubro.
Fontes: Coppe, Ibama, Reuters, G1 e Folha de S.Paulo.
Esta matéria foi originalmente publicada na edição 140 do jornal Joca.
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