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Uma arte para não ser esquecida

Com seu bom humor, Jaime Giachelin, 70 anos, ainda trança vime

A cada ano, a tecnologia e a praticidade vem tomando conta de várias áreas, inclusive da agricultura. Há alguns anos, as cestas de vime durante a safra da uva eram muito utilizadas. Agora são as caixas azuis, de plástico, que enfeitam os parreirais. Uma forma mais simples e moderna para realizar os carregamentos da fruta.
Mas, a arte de trançar o vime está se perdendo com o tempo, já que a utilidade para as cestas vem diminuindo. Também, são poucas as pessoas que atuam na área. O florense Jaime Giachelin, 70 anos, é um dos poucos que se dedica ao trabalho manual de fazer cestas. “Aprendi com meus irmãos, na colônia. Fazíamos muitas cestas para colher uva. Com certeza fiz mais de 10 mil cestas só para a colheita”, diz ele, que anos depois saiu da colônia para trabalhar de motorista e morar na cidade. 
Mas Giachelin nunca perdeu a habilidade. Depois que se aposentou, surgiu a oportunidade de voltar a trabalhar com vime e não temeu na resposta: sim. “Não é fácil trabalhar com o vime, ele é duro, mas eu faço dormindo”, brinca ele. Agora, Giachelin faz cestas para rifão, para a Páscoa, cestas de roupa, faz trabalho terceirizado para outros artesanatos e algumas cestas, ainda, para os agricultores. “Ainda tem gente que pede”, afirma. 
Giachelin diz que não é um trabalho para qualquer um. “Aqui tu só ganha dinheiro se trabalhar, mas é uma arte que está se perdendo”, afirma ele, que diz não ter sucessor para ensinar. “Tenho uma filha mulher e uma neta mulher e elas têm seus trabalhos. Mas se alguém quiser aprender, eu ensino com todo o gosto”, diz, bem animado. 
 

Jaime Giachelin é um dos poucos florenses que ainda fazem cestas de vime.  - Gabriela Fiorio
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