Idealizador do Martagão e pioneiro no combate à mortalidade infantil, Álvaro Bahia faria aniversário neste domingo (17)

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Idealizador do Martagão Gesteira e pioneiro no combate à mortalidade infantil no estado, o médico pediatra Álvaro Bahia, primo de Irmã Dulce, faria aniversário neste domingo (17), se ainda estivesse vivo. Ao lado do seu amigo, o também pediatra Joaquim Martagão Gesteira, e outros cinco integrantes, Álvaro fundou a Liga Bahiana Contra a Mortalidade Infantil, que mais tarde seria renomeada em sua homenagem.

Naquele período, eram altos os índices da mortalidade infantil na Bahia, sobretudo com relação às crianças acolhidas pela Santa Casa de Misericórdia, particularmente através da “Roda dos Expostos”, onde os pequenos eram destinados para ficar aos cuidados de instituições de caridade. A cada 100 crianças nascidas, 40 morriam antes de completar seu primeiro ano de vida. Mudar essa realidade era o principal objetivo da Liga Álvaro Bahia, criada em 17 de junho de 1923. Em 2023, a entidade filantrópica completou 100 anos.

Foto: Álvaro Bahia e o governador Juraci Magalhães em visita ao Hospital Martagão Gesteira

A maior realização da Liga foi a criação do Martagão, em 1946. Inaugurado em 1965 – o Hospital levou quase 20 anos para ser construído –, ele era o grande ideal e sonho de vida de Álvaro Bahia: um hospital de referência, que atende pacientes 100% originários do SUS. O principal objetivo era suprir a carência de leitos pediátricos na Bahia, com especial atenção aos prematuros.

No entanto, Álvaro Bahia não teve a satisfação de ver sua obra em completo funcionamento. Ele aguardava as definições financeiras que assegurariam a manutenção plena, mas faleceu em 8 de outubro de 1964, aos 72 anos. O Hospital foi inaugurado em março do ano seguinte.

Um dos principais marcos na história da Liga, frisa Rosina Bahia, neta de Álvaro e presidente de honra da entidade, diz respeito à vanguarda no tratamento da criança de forma científica. “Álvaro Bahia defendeu, de forma sistemática, a saúde das crianças, particularmente as oriundas das famílias mais carentes, mudando a forma do atendimento às crianças, anteriormente caritativa, para uma assistência efetiva, com base sólidas, técnico-científicas”.