"Assassinatos" de Lula e FHC na Bienal de SP

Reprodução do site de Gil Vicente
"Assassinatos" de Lula e FHC na Bienal de SP
A 29ª Bienal de São Paulo que será aberta a convidados, nesta terça-feira, e ao público com entrada gratuita a partir de sábado (25) no Parque Ibirapuera, na capital paulista, aborda a relação entre arte e política e reúne mais de 800 obras criadas por 159 artistas. Porém, duas telas estão gerando polêmica mesmo antes de a feira de arte começar: os autoretratos acima em que o artista plástico pernambucano Gil Vicente, de 52 anos, aparece degolando o presidente Lula com uma faca e apontando um revólver para a cabeça do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. As telas fazem parte da série "Inimigos", que inclui o artistas "matando" outras personalidades políticas nacionais e internacionais como George W. Buch (EUA), o papa Bento 16 e o candidato ao governo de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos (PMDB). 

Mas são as duas telas acima que mais geram reações. Na sexta-feira (17), a Seccional da OAB de São Paulo, entidade que via de regra defende liberdade de expressão, mudou de ideia neste caso. Classificou as obras de "apologia ao crime" e pediu que a mostra "Inimigos" fosse retirada da Bienal. Em resposta, o presidente da Fundação Bienal de São Paulo, Heitor Martins, comunicou que as obras serão expostas, mantendo a liberdade de curadoria e de expressão tradicionais da entidade e que as obras não refletem a opinião da fundação. Em nota, a fundação afirmou que os desenhos "traduzem um incômodo do artista diante dos modos de representação política vigentes" e uma "desilusão profunda" sobre possíveis mudanças que às vezes levam a um enfrentamento violento. Alguns dos artistas que também vão participar desta edição da Bienal classificaram a atitude da OAB como tentativa de censura. "Nem Bush faria uma coisa destas", disse Nuno Ramos ao jornal O Estado de S. Paulo.

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Postado por: Marco Eusébio, 20 Setembro 2010 às 11:34 - em: Principal


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