Carreira brilhante

Saiba mais sobre a trajetória de Glória Maria

Jornalista, que morreu nesta quinta (2), foi pioneira em vários aspectos e trabalhava na Globo há mais de 50 anos

Por O Tempo Entretenimento
Publicado em 02 de fevereiro de 2023 | 09:40
 
 
 
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O jornalismo perdeu na manhã desta quinta-feira (2), um ícone, a apresentadora e repórter carioca Glória Maria. Nascida Glória Maria Matta da Silva no Rio de Janeiro, em 15 de agosto de 1949, ela era filha do alfaiate Cosme Braga da Silva e da dona de casa Edna Alves Matta, estudou em colégios públicos onde obteve sua formação cultural.

Pioneira em vários aspectos da profissão, a jornalista que tinha 73 anos (apesar de ter escondido a sete chaves a sua idade), Glória começou sua carreira em 1970, quando foi levada por uma amiga para ser rádio-escuta da Globo do Rio. Na época, ela chegou a conciliar os estudos na faculdade de Jornalismo da Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio) com o emprego de telefonista da Embratel. Na Globo, tornou-se repórter numa época em que os jornalistas ainda não apareciam no vídeo. Ela foi a primeira a entrar ao vivo no Jornal Nacional e inaugurou a era da alta definição da televisão brasileira. Mostrou mais de 100 países em suas reportagens e protagonizou momentos históricos.

 

Segundo o site Memória Globo, a estreia como repórter foi em 1971, na cobertura do desabamento do Elevado Paulo de Frontin, no Rio de Janeiro. “Quem me ensinou tudo, a segurar o microfone, a falar, foi o Orlando Moreira, o primeiro repórter cinematográfico com quem trabalhei”.

Referência para a população negra no país e sempre destemida, Glória Maria  trabalhou no Jornal Nacional, no Jornal Hoje, no Bom Dia Rio e no RJTV.  Ela cobriu a posse de Jimmy Carter em Washington e no Brasil, durante o período militar, entrevistou chefes de estado, como o ex-presidente João Baptista Figueiredo. “Foi quando ele [João Figueiredo] fez aquele discurso ‘eu prendo e arrebento’ – para defender a abertura (1979). Na hora, o filme acabou e não tínhamos conseguido gravar. Aí eu pedi: ‘Presidente, é a TV Globo, o Jornal Nacional, será que o senhor poderia repetir? Problema seu, eu não vou repetir’, disse Figueiredo. Onde ela chegava, o ex-presidente dizia para a segurança: ‘Não deixa aquela neguinha chegar perto de mim’”, relembrou em depoimento ao Memória Globo.

A partir de 1986, a jornalista integrou a equipe do Fantástico, do qual foi apresentadora de 1998 a 2007. Ficou conhecida pelas matérias especiais e viagens a lugares exóticos, e por entrevistar celebridades como Michael Jackson, Harrison Ford, Nicole Kidman, Leonardo Di Caprio, Mick Jagger e Madonna. 

De acordo ainda com o Memória Globo, após 10 anos no Fantástico, Glória Maria tirou dois anos de licença para se dedicar a projetos pessoais, como as viagens à Índia e à Nigéria, onde trabalhou como voluntária. Nesse período, adotou as meninas Maria e Laura, em um orfanato em Salvador (BA) e, ao retornar à Globo, em 2010, pediu para integrar a equipe do Globo Repórter, programa do qual faz parte até o fim da vida. 

Em setembro de 2019, Sérgio Chapelin se aposentou, após 23 anos, no Globo Repórter. A partir dali, Glória Maria passou a dividir o programa com Sandra Annenberg. Nos últimos meses, Glória teve que se afastar do Globo Repórter para cuidar da saúde. No começo de janeiro, ela teve que ser internada no Hospital Copa Star, na Zona Sul do Rio para dar sequência a um tratamento de saúde. Glória Maria acabou não resistindo e morreu nesta quinta-feira (2). 

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