Curiosidade

Fungos podem controlar seres humanos como acontece em ‘The Last of Us’?

Cientistas revelam comportamento e características dos fungos que inspiraram o jogo e, agora, série da HBO


Publicado em 26 de janeiro de 2023 | 20:29
 
 
 
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Em "The Last of US", jogo eletrônico e, agora, série exibida pela HBO, acompanhamos os acontecimentos de um mundo pós-apocalíptico no qual uma espécie de fungo passa a controlar seres humanos que, por sua vezes, tornaram-se violentos, inconscientes e transmissores. Embora o cenário seja ficcional, a narrativa coloca em questão até onde os fungos podem se desenvolver e afetar a vida humana. 

Os criadores do game disseram que a inspiração para o roteiro veio da série de documentários da BBC chamada "Planeta Earth". A produção mostra como uma formiga infectada por um fungo passa ter sua locomoção interferida pelo parasita, que passa a 'controlar' o cérebro do inseto. Por fim, o fungo ingere a formiga de dentro para fora e libera esporos para criar semelhantes. 

O fungo em questão pertence ao grupo Ophiocordyceps, que é composto por mais de 100 espécies, todas infectam insetos, borboletas e besouros. Entre as espécies, algumas realizam este 'controle mental' de seus hospedeiros. “Só conhecemos 35, mas as nossas estimativas vão para mais de 600 espécies, à espera de serem descritas”, disse João Araújo, curador assistente de micologia do Instituto de Botânica Sistemática do Jardim Botânico de Nova Iorque à CNN. 

A chance de que esses fungos possam contaminar e controlar a mente de seres humanos tal qual acontece em "The Last of Us" é nula. Segundo Charrissa de Bekker, professora assistente do departamento de biologia da Universidade de Utrecht, na Holanda, “Eles são super específicos para cada espécie”. 

Na Ásia, há pessoas que utilizam uma dessas espécies para produção de medicamentos, e há cientistas que pesquisam o grupo de fungos e não há relatos de infecção.  “Eu inspiro esporos de Ophiocordyceps o tempo todo porque trabalho com eles de perto”, disse Araújo.

"The Last of Us", porém, faz um alerta também sobre mudanças climáticas ao mostrar que o aumento de temperatura foi o que possibilitou a infecção dos humanos. “Em um mundo em aquecimento, os fungos também precisam se adaptar a um clima mais quente. E você pode imaginar então, se suas temperaturas ideais de crescimento se tornarem mais altas e próximas de nossas temperaturas corporais, pode ser mais provável que, no futuro, tenhamos mais infecções fúngicas em humanos do que vemos agora", afirmou Bekker. (Com informações da CNN Internacional)

 

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