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EDUCAÇÃO CIENTÍFICA E POPULARIZAÇÃO DAS CIÊNCIAS PRÁTICAS MULTIRREFERENCIAIS (VOLUME II) Editora e Livraria Appris Ltda. Av. Manoel Ribas, 2265 – Mercês Curitiba/PR – CEP: 80810-002 Tel. (41) 3156 - 4731 www.editoraappris.com.br Printed in Brazil Impresso no Brasil Livro de acordo com a normalização técnica da ABNT Catalogação na Fonte Elaborado por: Josefina A. S. Guedes Bibliotecária CRB 9/870 E828e Educação científica e popularização das ciências: práticas multirreferenciais 2021 (Volume II) / Marcelo Souza Oliveira, Alexandra Souza de Carvalho, Maria Matilde Nascimento de Almeida (orgs.) - 1. ed. - Curitiba: Appris, 2021. 1 arquivo. ; 325 p. – (Coleção geral). Inclui bibliografia. ISBN 978-65-250-0248-4 1. Ciência – Estudo e ensino. I. Oliveira, Marcelo Souza. II. Carvalho, Alexandra Souza de. III. Almeida, Maria Matilde Nascimento de. IV. Título. V. Série. CDD – 501 Editora Appris Ltda. 1.ª Edição - Copyright© 2021 dos autores Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda. Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada indevidamente, sem estar de acordo com a Lei nº 9.610/98. Se incorreções forem encontradas, serão de exclusiva responsabilidade de seus organi- zadores. Foi realizado o Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional, de acordo com as Leis nos 10.994, de 14/12/2004, e 12.192, de 14/01/2010. EDUCAÇÃO CIENTÍFICA E POPULARIZAÇÃO DAS CIÊNCIAS PRÁTICAS MULTIRREFERENCIAIS (VOLUME II) Marcelo Souza Oliveira Alexandra Souza de Carvalho Maria Matilde Nascimento de Almeida (org.) FICHA TÉCNICA EDITORIAL Augusto V. de A. Coelho Marli Caetano Sara C. de Andrade Coelho COMITÊ EDITORIAL Andréa Barbosa Gouveia (UFPR) Jacques de Lima Ferreira (UP) Marilda Aparecida Behrens (PUCPR) Ana El Achkar (UNIVERSO/RJ) Conrado Moreira Mendes (PUC-MG) Eliete Correia dos Santos (UEPB) Fabiano Santos (UERJ/IESP) Francinete Fernandes de Sousa (UEPB) Francisco Carlos Duarte (PUCPR) Francisco de Assis (Fiam-Faam, SP, Brasil) Juliana Reichert Assunção Tonelli (UEL) Maria Aparecida Barbosa (USP) Maria Helena Zamora (PUC-Rio) Maria Margarida de Andrade (Umack) Roque Ismael da Costa Güllich (UFFS) Toni Reis (UFPR) Valdomiro de Oliveira (UFPR) Valério Brusamolin (IFPR) ASSESSORIA EDITORIAL Alana Cabral REVISÃO Cristiana Leal Januário PRODUÇÃO EDITORIAL Jaqueline Matta DIAGRAMAÇÃO Jhonny Alves dos Reis CAPA Eneo Lage COMUNICAÇÃO Carlos Eduardo Pereira Débora Nazário Kananda Ferreira Karla Pipolo Olegário LIVRARIAS E EVENTOS Estevão Misael GERÊNCIA DE FINANÇAS Selma Maria Fernandes do Valle COORDENADORA COMERCIAL Silvana Vicente PRESIDENTE DA REPÚBLICA Jair Messias Bolsonaro MINISTRO DA EDUCAÇÃO Milton Ribeiro SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA Wandemberg Venceslau Rosendo dos Santos REITOR Aécio José Araújo Passos Duarte PRÓ-REITOR DE ENSINO Ariomar Rodrigues dos Santos PRÓ-REITORA DE PESQUISA E INOVAÇÃO Luciana Helena Cajas Mazzutti PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTO Leonardo Caneiro Lapa PRÓ-REITORA DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL Hildonice de Souza Batista PRÓ-REITOR DE EXTENSÃO Rafael Oliva Trocoli SUMÁRIO INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 PARTE I DEBATES MULTIREFERENCIAIS EM EDUCAÇÃO CIENTÍFICA QUINZE ANOS DE ESTUDOS SOBRE A EDUCAÇÃO CIENTÍFICA NO BRASIL: TENDÊNCIAS DA PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO . . . . . . . . 23 Mirna Ribeiro Lima da Silva, Yone Carneiro de Santana Gonçalves CIÊNCIA, CIÊNCIA ESCOLAR E CIÊNCIA POPULAR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 Daniel dos Anjos Silva DIÁLOGOS ENTRE O ENSINAR CIÊNCIAS E A PRÁTICA DA EDUCAÇÃO CIENTÍFICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 Henrique Cardoso Silva EDUCAÇÃO CIENTÍFICA HUMANÍSTICA NO CONTEXTO DO ENSINO MÉDIO INTEGRADO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67 Marcelo Souza Oliveira, Katiane Souza Barboza, Joseane da Conceição Pereira Costa CONTRIBUIÇÕES EPISTEMOLÓGICAS PARA A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DAS CIÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85 Maria Amélia Teixeira Blanco CONTRIBUIÇÕES DA EDUCAÇÃO CIENTÍFICA PARA DESMISTIFICAR AS CONCEPÇÕES SOBRE CIÊNCIAS DE ESTUDANTES E PROFESSORES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97 Alexandra Souza de Carvalho, Arisa Evelyn Pinheiro dos Santos ANIMES: UM PONTO DE ENCONTRO ENTRE O LETRAMENTO VISUAL E O CIENTÍFICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111 Victor Ernesto Silveira Silva, Carlos Alberto Mendes Soares ENTRE NÓS, LINKS E CONEXÕES: DIFUSÃO DO CONHECIMENTO NO CONTEXTO DA CIBERCULTURA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127 Camila Lima Santana e Santana, Janaína dos Reis Rosado, João Vitor Miranda de Menezes PARTE II 10 ANOS DO GPEC: EXPERIÊNCIAS COM A EDUCAÇÃO CIENTÍFICA REFLEXÕES SOBRE O PROGRAMA CIÊNCIA ITINERANTE DO IF BAIANO E SOBRE O MODO COMO SE DÃO SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A POPULARIZAÇÃO DAS CIÊNCIAS NA BAHIA . . . . . . . . . . . . . . . . . 143 Alexandra Carvalho, Daniel dos Anjos, Jacson de Jesus dos Santos, Kelly Cristina Oliveira da Silva POPULARIZAÇÃO DAS CIÊNCIAS POR MEIO DO PROGRAMA CIÊNCIA ITINERANTE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 155 Jalisson dos Santos Henrique, Társio Ribeiro Cavalcante A FEIRA DOS MUNICÍPIOS E MOSTRA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA BAHIA NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO CIENTÍFICA . . . . . . . . . . . 169 Marcelo Souza Oliveira, Henrique Cardoso Silva INICIAÇÃO CIENTÍFICA NO ÂMBITO DO PROGRAMA DE FORMAÇÃO EM RECURSOS HUMANOS (PFRH) DA PETROBRAS NO IF BAIANO CAMPUS CATU: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA . . . . . . . . . 185 Maria Matilde Nascimento de Almeida PROJETO FACES DA DITADURA: METODOLOGIAS ATIVAS PARA A CIDADANIA NO ENSINO MÉDIO INTEGRADO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 203 Marcelo Souza Oliveira, Carolina de Brito Oliveira, Joanna Mendonça Carvalho OLIMPÍADAS DO CONHECIMENTO EM TEMPOS DE PANDEMIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DOS ESTUDANTES DO COLÉGIO ESTADUAL MARIA ISABEL DE MELO GÓES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 219 Delmaci Ribeiro de Jesus OS POEMAS FURTA-CORES COMO UM RECURSO PARA ABORDAGENS INTERDISCIPLINARES ENTRE CIÊNCIAS DA NATUREZA E LINGUAGENS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 231 Joaquim José Soares Souza Júnior, Verena Santos Abreu, Yasmin Alves dos Reis Silva EDUCAÇÃO CIENTÍFICA UTILIZANDO O CONCEITO DE GEOSSISTEMA PARA ANÁLISE DA PAISAGEM NA CHAPADA DIAMANTINA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 245 Fábio Carvalho Nunes, José Rodrigues de Souza Filho, Cláudia Cseko Nolasco de Carvalho REFLEXÕES SOBRE A ESCOLHA DE LIVROS DIDÁTICOS À LUZ DE PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO CIENTÍFICA . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . 257 Gleidiane Guimarães Oliveira, Mirna Ribeiro Lima da Silva O USO DAS TIC NA EDUCAÇÃO, UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NA ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO CIENTÍFICA E POPULARIZAÇÃO DAS CIÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 269 Cayo Pabllo Santana de Jesus, Társio Ribeiro Cavalcante, André Luiz Andrade Rezende REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 285 SOBRE OS AUTORES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 311 ÍNDICE REMISSIVO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 323 111 ANIMES: UM PONTO DE ENCONTRO ENTRE O LETRAMENTO VISUAL E O CIENTÍFICO Victor Ernesto Silveira Silva Carlos Alberto Mendes Soares 1 INTRODUÇÃO Do final da última década do século XX até os dias atuais, as produ- ções animadas de origem japonesa ganharam maior popularidade entre os jovens brasileiros, especialmente por conta da maior facilidade de acesso à internet e aos serviços de streaming. A história dos animes, no entanto, é bem mais antiga, e seu impacto no mundo pode ser interpretado como mais um triunfo dos efeitos da globalização. Contudo seria simplista acreditar que os animes são meramente mais um artefato massificado, enaltecidos pelo consumismo capitalista e perpetuadores dos conflitos de identidade que Bauman (2004) já denunciava ao conceber a liquidez pós-moderna. Observando dessa forma é difícil pensar que estamos tratando de um desenho, habilidosamente animado e colorido, hipnoticamente bem estruturado em termos de enredo e caracterização de personagens e com um apelo emocional/psicológico muito forte, especialmente para crian- ças e adolescentes. Convém aqui, então, conjeturar: quais significados os animes transmitem? Para tanto devemos relembrar as palavras de Nor- man Fairclough: “o discurso é um modo de ação, uma forma em que as pessoas podem agir sobre o mundo e especialmente sobre os outros (...)” (FAIRCLOUGH, 2001, p. 91). Logo, podemos afirmar que não existe obra artística isenta de um propósito de ação, pois todas elas são discursos ou práticas que buscam representar, significar, constituir e construir o mundo (FAIRCLOUGH, 2001). Neste texto, objetivamos discutir sobre o modo como animes trans- mitem significados e enfatizar o compartilhamento de significados que são expressivos para o âmbito científico. Talvez esse não seja o propósito primordial dos animes, ou de quaisquer obras de animação, mas explorar suas potencialidades à luz do Letramento Visual e Científico é bastante tentador e pode revelar muito mais do que a visão estreita de que animes 112 MARCELO SOUZA OLIVEIRA ALEXANDRA SOUZA DE CARVALHO - MARIA MATILDE NASCIMENTO DE ALMEIDA - (ORG.) são meros produtos de entretenimento. As abordagens de Letramento Visual e Letramento Científico são destacadas neste texto, pois constituem conjuntos de habilidades que, na análise aqui proposta, serão tratadas como convergentes entre si, dadas as afinidades em suas concepções. 2 A HISTÓRIA DOS MANGÁS E DOS ANIMES É praticamente impossível falar de animes sem mencionar: mangás e segunda guerra mundial. Na verdade, qualquer texto que se debruce sobre a temática do anime vai necessariamente ter que tratar de mangá. Existe uma relação extremamente forte entre as duas manifestações artísticas, uma relação que podemos definir como parental: o mangá dá origem ao anime. Segundo Norris (2009), a palavra Manga (em português Mangá), em japonês, foi usada pela primeira vez no campo das artes visuais, por volta de 1770 para designar os blocos de madeira usados pelo icônico artista Kat- sushika Hokusai como suporte para suas gravuras e caricaturas. Hokusai é famoso pela sua obra emblemática “A Grande Onda” de Kanagawa, que possui as linhas clássicas de movimento e cores vivas que podem ser encontradas nos desenhos popularmente chamados “estilo mangá” atual. Essa palavra ficaria restrita ao uso dos gravuristas, se não fosse a adaptação de jornais aos moldes ocidentais no Japão a partir de 1930. Norris (2009) sinaliza que, como os jornais do Ocidente geralmente exibiam tiras e charges, os jornais japoneses passaram a seguir esse modelo de publicação e introduziram mangás às páginas. Interessantemente, nesse mesmo período, artistas japo- neses se embrenhavam nas veredas da animação, também influenciados pela cultura ocidental, mais especificamente pelos Estados Unidos (NORRIS, 2009). Essa influência é tão palpável que a palavra japonesa para desenho animado é Anime (em português anime ou animê), cuja origem é a palavra inglesa Animation (animação em português, no entanto, no Brasil, comu- mente utilizam-se os termos: desenho ou desenho animado). Após a derrota na 2ª Guerra, devastado e tentando se recuperar (NORRIS, 2009), o Japão sofreu a invasão da cultura norte-americana. Assim, muitas histórias em quadrinhos americanas passaram a ser a forma de entretenimento de um país ferido e pobre. A popularidade dos quadrinhos norte-americanos e as animações da Disney fizeram reacender a produção de mangás, agora, influenciados pela construção artística ocidental. O estilo de vida japonês passou a ser inspirado pelo “american way of life”, pois o japonês do pós-guerra “ansiava pelo estilo de vida dos Americanos ricos 113 EDUCAÇÃO CIENTÍFICA E POPULARIZAÇÃO DAS CIÊNCIAS que foram abençoados com bens materiais e aparelhos eletrônicos” (NOR- RIS, 2009, p. 241). Os manga-kas, ou seja, autores de mangás, retomaram a produção de quadrinhos, aproveitando a necessidade do entretenimento e a fama dos quadrinhos ocidentais. A popularidade desses quadrinhos aumentou porque o tema das histórias eram dramáticos e sérios, o que agradava a um público adulto, especialmente a classe trabalhadora e estu- dantes universitários (NORRIS, 2009). Esses quadrinhos, denominados gekiga, foram também cruciais nos movimentos ativistas em favor da classe trabalhadora no Japão, pois veiculavam ideias dos movimentos contrários ao tratado do Japão-Estados Unidos (resultado da ocupação norte americana pós-guerra). Interessante que as lojas de aluguel de mangá se alastraram por conta do sucesso dos yokabon, ou seja, pequenos livros de mangás que eram muito caros na época. Um dos yokabon que se tornou extremamente famoso foi “A Nova Ilha do Tesouro” de Tezuka Osamu (NORRIS, 2009). Segundo Coelho (2014), Tezuka Osamu foi consagrado como o pioneiro dos mangás e um dos maiores artistas do estilo. Com efeito, nas mãos do Osamu, os mangás passaram a ter o traço “fofinho” e o tradicional olho grande e brilhante, deixando de lado a dureza dos traços sérios e dramáticos dos gekiga. Esses traços podem ser vistos nas obras: Kimba: o Leão Branco e Astro boy, criados por Osamu que, de acordo com Coelho (2014), inspirou-se nas obras de Walt Disney. Com Astro boy, Osamu ajudou a criar uma das mais influentes e pode- rosas categorias de mangá: o shonen (NORRIS, 2009). A categoria shonen é, na verdade, reflexo da forma como as escolas e as publicações eram separadas por gênero no Japão antes da 2ª Guerra Mundial. Assim, havia publicações destinadas aos meninos (a palavra shonen em japonês significa menino) e as que eram destinadas às meninas, ou seja, shojo. Tanto shonen quanto shojo se referem, também, a categorias de mangás que perduram até os dias atuais. No caso do shojo, as obras se tornaram populares a partir dos anos 70 (NORRIS, 2009). As categorias shojo e o shonen não se diferem apenas pelopúblico, mas também pela essência de seus enredos. Embora ambos os estilos prefiram temas, como fantasia, terror, ficção científica, história e drama; no caso do mangá shojo, há presença de aspectos, como romance e personagens masculinos, sensíveis e elegantes. Nas histórias shonen, existe o tema clássico da luta, da violência e pouco ou nenhum romance. Nos anos 70, a indústria do mangá se firmou como promissora, e é possível dizer que esse crescimento permanece até hoje, pelo menos em 114 MARCELO SOUZA OLIVEIRA ALEXANDRA SOUZA DE CARVALHO - MARIA MATILDE NASCIMENTO DE ALMEIDA - (ORG.) termos de popularidade, já que as animações, ou animes, começaram a se destacar mais fortemente a partir dos anos 80 (NORRIS, 2009). Como já foi dito aqui, a história das animações japonesas não é tão recente e sofreu os mesmos reveses dos mangás, especialmente em se tratando dos impactos da Guerra e do tratado entre Japão e Estados Unidos. O fluxo dos produtos norte-americanos no Japão influenciou imen- samente a volta da produção artística no país, e, após a recuperação da economia nipônica em meados dos anos 70, que colocou o país entre as superpotências mundiais (TAVASSI, 2017), houve o aumento da cultura do consumismo e o enfraquecimento das ideologias políticas que confrontavam proliferação do capitalismo exacerbado no país. Tanto no cinema quanto nas animações, o milagre econômico que promoveu avanços tecnológicos favoreceu produções cujos enredos se caracterizaram especialmente pela ficção científica especialmente em temas pós apocalípticos, cyberpunk e steampunk. Nascem aí os tradicionais mechas, ou seja, mangás e animes de robôs gigantes que geralmente são evocados para enfrentar alienígenas colossais que ameaçam a paz na Terra. Entre os anos 80 e 90, os mangás, e consequentemente os animes, trilharam um percurso ascendente (TAVASSI, 2017) devido à sua imensa importância econômica para o Japão. Segundo Norris (2009), o público dessas obras ultrapassava as variadas faixas etárias e contextos sociais, o que forçou a necessidade de mais qualidade não só na arte, mas também nos temas dos mangás e animes. Esse investimento foi crucial para a sobrevivência das empresas de animação, em especial a Toei Animation, uma das mais importantes do Japão. A década de 80 marca o surgimento das primeiras obras que levaram os mangás e animes ao conhecimento internacional, como: Cowboy Bebop, Akira, Ghost in The Shell, Dragon Ball e Cavaleiros do Zodíaco. Contudo a monstruosa fama de Pokemon abriu os mercados internacionais para os animes e mangás, evidenciando a forma- ção de uma tríade de sucesso (econômico) extremamente próspera: anime, mangá e videogame. A fama internacional transformou os animes e mangás em um bem nacional que movimenta bilhões na economia japonesa, mas isso não significa que a indústria do mangá gera fama e fortuna para todos os envolvidos. Muitos dos artistas sofrem com o trabalho extenuante e baixos salários, já que a demanda é altíssima, especialmente porque, como Norris (2009) assinala, mais de 50% das animações feitas hoje são de origem japonesa, sem mencionar que muitas animações de outros países contam com a participação de equipes de artistas e animadores do Japão. 115 EDUCAÇÃO CIENTÍFICA E POPULARIZAÇÃO DAS CIÊNCIAS De qualquer sorte, dos anos 90 até os dias atuais, a indústria dos animes e mangás tem vivenciado um momento privilegiado de estabilidade por conta do público cativo. 3 LETRAMENTO VISUAL E LETRAMENTO CIENTÍFICO: PONTOS DE ENCONTRO É certo dizer que alguns animes se popularizaram no Brasil por causa da televisão aberta, todavia a busca por esse produto japonês aumentou quando os brasileiros passaram a ter mais acesso à internet e ao sistema de televisão a cabo. Quando o “desenho japonês” tornou-se febre no Brasil, animes, como Dragon Ball, Cavaleiros do Zodíaco e Pokémon, já haviam con- quistado um público fiel. Essa popularidade incita a reflexão sobre o impacto dos animes na sociedade e, especialmente, na educação. A investigação sobre os animes enquanto objeto da ciência é bastante recente. A maioria das pesquisas enfatizavam apenas a história e o impacto econômico dos mangás e animes; mas, na área de educação, o interesse por animes tem aumentado timidamente. Alguns estudiosos brasileiros empreenderam pesquisas sobre esse tema: Silva (2011), por exemplo, estuda animes e o ensino de ciências; Coelho (2014), por sua vez, analisa as potencialidades dos mangás para o aprendizado de Geografia; já o trabalho extraordinário de Campos e Cruz (2020) reflete sobre os conceitos científicos presentes no anime Hatarako Saibou. Esses e vários outros artigos provam que os animes precisam de atenção da ciência especialmente para evidenciar os impactos dos mangás e dos animes na educação. Aqui, vale lembrar uma característica óbvia dos animes: são obras artísticas visuais; mais do que isso, são manifestações artísticas que carac- terizam a geração de jovens da virada do milênio, muito embora o cânone artístico literário ainda as considere “subcultura”. Interessante marcar temporalmente a popularização dos animes, porque eles se enquadram na vasta gama de textos multimodais (SERAFINI, 2012), que são parte do desenvolvimento tecnológico, mais especificamente das mídias audiovisuais e da internet. Há uma preocupação grande por parte de alguns estudiosos no que diz respeito à multimodalidade, tanto que para Serafini (2012) a educação deveria se preparar para lidar com a mudança na forma como os textos são lidos. O autor enfatiza a necessidade de se aprender a lidar com as imagens e texto multimodais como uma das habilidades essenciais para o século XXI. 116 MARCELO SOUZA OLIVEIRA ALEXANDRA SOUZA DE CARVALHO - MARIA MATILDE NASCIMENTO DE ALMEIDA - (ORG.) De fato, não só Serafini (2012), mas também Tomaszewska (2016), sinaliza a importância das imagens na comunicação. Para esses autores, a imagem visual não é mais um adereço para o texto escrito, pelo contrário, ela é um texto – um discurso segundo Fairclough (2001) – que complementa textos, constrói textos, constitui textos e provoca ação. Assim, a imagem visual é integrante fundamental no texto multimodal, o qual, para Serafini (2012), difere-se essencialmente do texto tradicional e, portanto, exige novas habilidades dos leitores. A multimodalidade à que Serafini (2012) refere-se pode ser encontrada, por exemplo, no mangá: a imagem sequencial e escrita. Juntos, esses dois modos (escrita e imagem) constituem o discurso do mangá. Certamente, apesar de a multimodalidade estar presente na comunicação há muito tempo (TOMASZEWSKA, 2016), é a partir da popularização da internet que os recursos audiovisuais passam a mesclar diferentes “modos” na construção de discursos. No centro desses modos (a saber: escrita, som, imagem, leitura entre outros), destaca-se a imagem visual que, para Tomaszewska (2016), supera o texto escrito como forma de comunicação nesse momento histórico marcado pelos avanços tecnológicos e midiáticos. Serafini (2012) e Tomaszewska (2016) concordam que a multimodali- dade favorece o abandono a tradicional leitura unidirecional e exigente de um engajamento longo e profundo com o texto. Serafini (2012) vê o leitor hoje como um “navegador” e um “designer” diante da multimodalidade: navegador porque textos multimodais superam a linha direta e tradicional da leitura: os textos, hoje, possuem imagens, hiperlinks, vídeos e áudios. O leitor pode seguir para quaisquer das partes dependendo de seu interesse. Ao fazer isso, o leitor é designer, pois, ao optar por quaisquer sequências de modos para “ler” o texto multimodal, passa a criar uma particular estrutura do texto. Ainda que o autor tenha desenvolvido o texto pensando em uma sequência ordenada, parece existir certa liberdade para o leitor. Essa “liberdade” de navegar e desenhar o texto, conforme seus objetivos particulares, é que nos intriga. Para Tomaszewska (2016), é precisoadquirir algumas habilidades para lidar com o texto multimodal, e Serafini (2012) não só corrobora esse fato, como também clama para que a educação abrace o desenvolvimento dessas habilidades. Uma delas é o letramento visual. De acordo com Association of College and Research Libraries (ACRL, 2011), ou seja, a associação das bibliotecas de faculdades e pesquisa dos Estados Unidos, letramento visual pode ser definido como: conjunto de habilidades que capacita um indivíduo a efetivamente encontrar, interpretar, avaliar, usar e criar imagens e mídias visuais. Habilidades em letramento 117 EDUCAÇÃO CIENTÍFICA E POPULARIZAÇÃO DAS CIÊNCIAS visual capacitam o aprendiz a entender e analisar os componentes contex- tuais, culturais, éticos, estéticos, intelectuais e técnicos envolvidos na pro- dução e no uso de materiais visuais. Uma pessoa visualmente letrada tanto consome criticamente a mídia visual como colabora com o conhecimento e a cultura compartilhados na sociedade atual (ACRL, 2011). Muitos estu- diosos têm buscado formas de incentivar o letramento visual; um exemplo disso é Visual Thinking Strategy (VTS), isto é, estratégia de pensamento visual que, segundo Yenawine (2017), usa arte para ensinar letramento visual, pensamento crítico e habilidades comunicativas. Se o mundo atual se expressa, cada vez mais, por meio da imagem visual, quer seja estática, sequencial ou em movimento, podemos então imaginar o impacto dessas imagens na sociedade. Um exemplo interessante são os chamados live actions, isto é, a transposição de literatura e quadri- nhos para a linguagem cinematográfica. O mesmo ocorre com animes; já que a maioria deles é baseada em mangás, é possível que grande parte dos espectadores de animes nunca tenham tido contato com a respectiva versão impressa. Nota-se, portanto, a relação recíproca entre os mangás e os animes: mangás de sucesso se tornam animes, que são lançados internacionalmente, o que favorece a produção seriada de mais mangás. Essa interdependência entre os “modos” revela o quanto a multimodalidade enfatiza a quebra da linearidade da leitura e da produção: o leitor pode se interessar pelo mangá original a partir da versão animada. Tomaszewska (2016) acredita que é preciso aprender a lidar com as aparentes liberdades da multimodalidade para que, de fato, os sentidos construídos nos textos visuais sejam efetiva- mente compreendidos. Para a autora, o indivíduo precisa: ver, aprender, interpretar, comunicar e compreender as imagens. Essas ações podem ser mais bem compreendidas a partir de questões como: o que eu vejo? O que eu descrevo? O que eu interpreto? O que eu sei sobre isso? Como eu critico isso? Aqui nos interessa saber como o indivíduo, ou melhor: o estudante, vai conseguir responder a essas perguntas. As respostas parecem clamar pela história de vida de quem as responde: suas experiências, suas intera- ções, seus diálogos e seus aprendizados, ou seja, as respostas dependem dos letramentos do estudante. A noção de letramento mencionada ultrapassa sua tradicional concepção de práticas sociais que envolvem a leitura e escrita. A Unesco simplifica o uso atual da palavra letramento como “habilidade” (UNESCO, 2006), contudo todos os estudiosos que adotam letramento como 118 MARCELO SOUZA OLIVEIRA ALEXANDRA SOUZA DE CARVALHO - MARIA MATILDE NASCIMENTO DE ALMEIDA - (ORG.) base para suas concepções teóricas nunca o dissociam da significância do aprendizado como prática social. Embora os estudos sobre letramento, ou “novos letramentos”, tenham crescido nas últimas décadas, a expressão “letramento científico” não é tão recente assim. Paul Hurd, já falava de “scientific literacy” em 1958, nos Estados Unidos. Para ele, era urgente que os estudantes passassem a ser “educados para a ciência”, pois seria por meio dela que alcançaríamos “novas perspectivas para refletir sobre problemas sociais” (HURD, 1958, p. 16). Esse clamor se contextualizava em um período de pós-guerra, corrida espacial e Guerra Fria, que seguiu com momentos caracterizados pelo aprimoramento tecnológico e pelo enriquecimento massivo dos Estados Unidos. As ideias de Hurd, no entanto, imbuíram-se dos contextos cien- tíficos e de revoluções pedagógicas que aconteceram a partir dos anos 70, isso levou a mudanças importantes no que se considera “letramento ou alfabetização científica”. Sasseron e Carvalho (2011) empreenderam uma revisão bibliográfica diacrônica, a fim de analisar as diversas facetas que a expressão “alfabetização científica” tem assumido; a conclusão foi de que existem diversas formas de se conceituar a alfabetização científica, muito embora quase todas as concepções possuam similaridades. O trabalho de Auler e Delizoicov (2001) já trazia uma forma bastante resumida de como a ideia de alfabetização científica poderia ser pensada: na perspectiva reducionista, os conteúdos de ciência são um fim em si; já na versão ampliada, assume-se o conhecimento crítico da realidade. Ou seja, é a partir dessa perspectiva que se vislumbra a tríade: ciência-tecnologia- -sociedade, na qual esses elementos dialogam entre si e se influenciam. É partindo de um posicionamento freireano que se assimila a ideia de que a ciência é necessária para o exercício da cidadania e da efetiva concretização do que se imagina ser uma democracia. Em outras palavras, alfabetizar o público cientificamente o colocaria a par de conhecimentos da realidade que o auxiliariam a decidir de forma crítica sobre temas que impactam a sociedade como um todo. Essa é uma das ideias gerais da alfabetização científica, o que não descarta outros objetivos, que vão desde a inovação tecnológica, desenvolvimento de novos recursos midiáticos, aprimoramento de medidas e atitudes sustentáveis, até posturas preventivas quanto à saúde e ao saneamento. Santos (2007) reitera a ideia de Hurd ao apontar que o aprendizado de ciência deve habilitar as pessoas a viverem melhor no mundo e a praticarem 119 EDUCAÇÃO CIENTÍFICA E POPULARIZAÇÃO DAS CIÊNCIAS a cidadania com responsabilidade. Assim, Santos (2007) não considera o letramento científico apenas como conhecimento de ciências para lidar com os problemas diários. Para ele, refletir sobre a ciência e seu impacto para a sociedade também deve fazer parte do letramento científico. Nessa mesma direção, Chassot (2014) considera que alfabetizar – o autor prefere o termo “alfabetização científica” em vez de letramento científico – inclui a necessidade de se desmistificar a ciência e torná-la “linguagem para facilitar nossa leitura de mundo” (CHASSOT, 2014, p. 61). Para Holbrook e Rannikmae (2009), letramento científico pode ser definido como: desenvolvimento de habilidades que envolvem utilizar cria- tivamente o conhecimento científico baseado em evidências para resolver problemas científicos e tomar decisões sociocientíficas responsáveis. Nesse aspecto, letramento científico e letramento visual se encontram: se, por um lado, a ciência requer observação e a busca pelas evidências; por outro lado, o letramento visual incentiva a observação, a descrição e a interpretação por meio de busca de evidências nas imagens. Ambos os processos possuem fenômenos distintos como objeto de estudo, todavia utilizam abordagens similares para análise. Ao analisar uma imagem, o espectador precisa con- sultar um repertório de conhecimentos desenvolvidos durante as interações, tanto na educação formal, quanto em experiências socioculturais. Essa ideia de que o conhecimento – e especialmente o conhecimento científico – é um bem compartilhado pela sociedade é uma premissa fundamental para os letramentos, Chassot (2014), por exemplo, reconhece que é preciso que todos possuam um grau de letramento científico, pois assim é possível transformar o mundo para melhor. Nesse aspecto, o autor citado rechaça a noção arraigada de que a ciência deve ficar nas mãos de um grupo hermético e que a população geral não deve (ou não consegue) compreender a ciência.Essa forma de preconceito também é uma realidade no mundo das “Belas Artes”. Para estudantes, sobretudo da escola pública, a arte está separada deles por um profundo abismo social. Ademais, as manifestações artísticas que estão ao alcance dos estudantes são largamente depreciadas pela dita “alta cultura” e tratadas como formas inferiores de arte. O estudante que se sente representado pelo que ouve, lê e vê em seu contexto é rotulado e rebaixado por não se enquadrar em padrões distantes de sua realidade. Para os estudiosos do letramento visual, no entanto, o conhecimento de mundo do estudante é essencial para sua compreensão da imagem visual. Yenawine (2017), ao propor a estratégia de pensamento visual, percebeu que estudantes acreditavam que trabalhos artísticos estavam em um altar cujo 120 MARCELO SOUZA OLIVEIRA ALEXANDRA SOUZA DE CARVALHO - MARIA MATILDE NASCIMENTO DE ALMEIDA - (ORG.) acesso era negado àqueles que não detinham um conhecimento profundo de temas, tais como: movimentos artísticos ou técnicas de pintura. Essa ideia se reflete na forma como a maioria das pessoas lida com as imagens: como adornos, enfeites, infantilizadas, inertes e vazias de sentido, enquanto as obras de artes canonizadas são abstratas e profundas demais para o cidadão comum. Aí reside o perigo da manipulação e da ideologia. Como Fairclough (2001) alertou: todo discurso incita à ação. A imagem enquanto discurso também incentiva e molda construções de sentido. Ela pode ser usada para persuadir tanto quanto o texto escrito. Compreender e criticar as imagens é uma habilidade que todo ser humano precisa desenvolver. Assim como o letramento científico aprimora nossa capacidade de tomar decisões importantes que impactam a sociedade, o letramento visual afina a compreensão de sentidos expressos, explícita ou implicitamente, nas imagens e o entendimento de como esses sentidos nos transformam de forma particular, ou influenciam a sociedade. 4 ANIMES: MUITO MAIS QUE POKÉMON, ROBÔS GIGANTES E PANCADARIA O poder da imagem tem sido extraordinário e também devastador, portanto o letramento visual é essencial para que o estudante não só aprenda a analisar imagens, mas também a criá-las de forma crítica. Associando essa habilidade aos conhecimentos científicos, o estudante tem a capacidade de avaliar as imagens e os textos multimodais e perceber os significados presentes, bem como analisar que tipo de ação o texto propicia. Sobre isso, a ACRL (2011) definiu indicadores para letramento visual baseados na premissa de que as imagens não só se conectam a outras informações externas a elas, mas também se situam em contextos específicos, envolvendo, de algum modo, questões éticas, legais, históricas, sociais e econômicas. Em se tratando de conhecimento científico, que é o que nos interessa, é válido ressaltar que dificilmente os animes são concebidos com o propósito explicitamente educativo, assim como muitas obras de arte. No entanto é perceptível que animes transmitem e discutem temas de relevância cientí- fica. O trabalho de Silva (2011), por exemplo, mostra como vários animes possuem enredos ancorados em conteúdos de ciências, tais como História, Biologia, Engenharia, Geografia e Química. A autora, ao investigar o anime Astro boy, percebeu oportunidades significativas para discussão de temas, tais como: ecologia, nutrição vegetal e tecnologia. 121 EDUCAÇÃO CIENTÍFICA E POPULARIZAÇÃO DAS CIÊNCIAS Sabemos que Astro boy é um marco para a história do mangá e do anime por conta do estabelecimento das características tradicionais do mangá e também pela inovação dos sentidos construídos em seu enredo. Na década de 80, quase 20 anos após o lançamento de Astro boy, muitos animes baseados em tecnologia surgiram. Um dos mais famosos é Akira, que, além de evidenciar a excelência da técnica de animação japonesa, discutia um tema extremamente atual: a ética na ciência e no desenvolvimento de tecnologias. Akira foi lançado em um contexto cultural de revoluções e de desen- volvimento de tecnologias e mídias. Inúmeros filmes cyberpunk e animes sobre mundos pós-apocalípticos foram lançados nesse período como um reflexo claro do boom econômico do pós-guerra e da disputa de influências durante o período da Guerra Fria. Assim, enquanto Hollywood lançava filmes, como Exterminador do Futuro, Blade Runner, Mad Max e Robocop, o Japão produzia Akira, Ghost In The Shell e Nausicaä do Vale do Vento. Nesse mesmo período também, nasceu um dos animes mais emblemáticos da his- tória: Dragon Ball, que reúne as características essenciais dos animes shonen: a aventura, a luta e a constante busca pelo “ficar mais forte”. O personagem principal de Dragon Ball é uma epitome do Japão do pós-guerra: Goku é um indivíduo adulto, infantilizado e ingênuo, mas muito poderoso e altruísta. Seu único desejo é sempre se tornar mais forte e destruir seus inimigos. Vincent (2010) alega que o Japão do pós-guerra se caracterizou – ainda tem tentado se livrar disso – como um país ingênuo, castrado, infantilizado e carente. Todos esses adjetivos são resumidos no que muitos estudiosos chamam de “imaturidade japonesa”. Note-se que falar da “ingenuidade” do Japão não significa acreditar que o país seja pouco inteligente; longe disso, essa infantilidade diz respeito aos processos culturais vivenciados no país que, quando comparados aos dos demais países do mesmo nível de desen- volvimento do Japão, colocam os nipônicos em um patamar pré-escolar. A infantilidade é asseverada pelo desejo do protagonista de não crescer e ter que lidar com responsabilidades rotineiras, ou até mesmo de obedecer às instituições sociais reguladoras como família, casamento, escola e trabalho. Para Vincent (2010), a derrota para os Aliados e a ocupação norte-americana no país impuseram ao Japão a condição de país privado de sua liberdade de cuidar se si próprio, assumindo, assim, uma carência materna ou paterna. Isso é evidente em animes, já que a maioria dos protagonistas são órfãos de pai, como em Boku no Hero, Hunter x Hunter, Yuyu Hakusho, Full Metal Alchemist e Pokémon. Na maioria dessas histórias, os filhos possuem um desejo misterioso 122 MARCELO SOUZA OLIVEIRA ALEXANDRA SOUZA DE CARVALHO - MARIA MATILDE NASCIMENTO DE ALMEIDA - (ORG.) de encontrar, ou assumir, o legado do pai que os abandonou, numa saga épica de busca pelo poder maior. Outra característica forte dos protagonistas órfãos de pai é a situação social: sem a presença paterna, esses personagens possuem um estilo de vida modesto e, muitas vezes, pobre. Nesse aspecto, existe uma clara referência ao poder provedor da figura masculina em uma sociedade tradicional. Por outro lado, animes cujos protagonistas são órfãos de mãe retratam o pai como um homem poderoso ou economicamente estável; esse fato é claro em Bleach, Code Geass e Neon Genesis Evangelion. Nesses dois últimos, no entanto, a relação entre o protagonista e o pai é extremamente conflituosa, enquanto a lembrança protetora da mãe é evocada como foco para supe- ração. Em outros animes, porém, os protagonistas são órfãos de ambos os pais, como em Demon Slayer, Cavaleiros do Zodíaco, Black Clover, Dragon Ball e Naruto. Nesses animes, a história familiar está sempre envolta em mistério que pode ou não ser revelado no decorrer da trama. Contudo a situação de abandono dos protagonistas é sempre marcada por um desígnio maior: todos eles são dotados de uma missão inexorável, uma marca, uma vingança ou uma possessão que moldam seus destinos. Esse tipo de enredo retoma a história da supressão do poder do Japão enquanto estado-nação perante outros países. As concessões impostas pelos vencedores da guerra, em especial Estados Unidos e Inglaterra, limitaram os japoneses a uma nação de pouca expressão política e filosófica para o mundo; por outro lado, o Japão se concentrou em outros aspectos socioculturais, como educação, lazer, saúde e tecnologia e, de forma mais relevante, economia. Talvez,esse desejo de ser respeitado militarmente, como em seu passado medieval e em sua empreitada bélica durante a segunda guerra, esteja no âmago dos animes cujos protagonistas são de órfão de pai e mãe. É possível também que esses animes retratem a superação do Japão que, embora devastado e limitado por forças políticas, possui uma força poderosa interna que o faz mover-se em sua trajetória de ascensão. O desejo de ascender e aparecer para o mundo é muito forte na cul- tura japonesa que, de certo modo, consegue viver na vanguarda e respeitar as tradições centenárias. A ideia de se diferenciar é uma das características mais evidentes dos animes: a representação física dos protagonistas em animes pouco faz referência à aparência dos japoneses da vida real. Existe uma profusão de cores nos animes, não só nos cenários e nas roupas, mas 123 EDUCAÇÃO CIENTÍFICA E POPULARIZAÇÃO DAS CIÊNCIAS também nos cabelos, olhos e na pele. O traço clássico, dos olhos grandes e brilhantes, imortalizado por Tezuka Osamu, contrasta com a expressão real do olhar do japonês, que também é facilmente identificado pelo cabelo liso e preto e pela estatura mediana e robusta. A disparidade entre a representação no anime e a realidade é extraordinária e pode ser claramente observada em animes, como Yu-gi-Oh, Code Geass e Sailor Moon; animes com forte apelo visual fino, elegante e colorido. É possível que essa representação tão díspar seja motivada pela intenção de fugir à uniformidade que impera nos costumes sociais japoneses ao mesmo tempo que entra em contato com as mais diversas culturas, especialmente do ocidente. Aspectos históricos e culturais estão sempre presentes nos animes, como em Demon Slayer, que retrata a sociedade rural e tradicional japonesa, ou em Tenchi Muyo, cujo protagonista tem uma função religiosa familiar. Algumas obras também refletem sobre a sociedade japonesa e seus problemas marcantes, como: dificuldades nos relacionamentos em Your Name; desastres naturais, como em Nihon Chinbotsu 2020; e relações familiares, como em Guerras de Verão. Todos esses temas são um campo fértil para as Ciências Humanas lançarem um olhar mais atento aos desenhos japoneses. Ademais, existem animes que adentram temas bem mais sensíveis para a sociedade, como ética, influência política, dominação cultural e bélica e metafísica. Death Note, por exemplo, foi um sucesso de mangá e anime cujo enredo é centrado na capacidade humana de julgar o destino das pessoas; essa ideia também está presente em Parasite, que provoca um questionamento sobre a crueldade humana para com as outras formas de vida. Em Ataque ao Titã, um dos animes mais profundos e complexos da atualidade, o espectador vislumbra os aspectos sociais e políticos de dominação bélica, desvaloriza- ção da vida humana diante de interesses políticos e luta pela sobrevivência das massas oprimidas. Note-se que os significados são construídos dentro de animações atraentes, narrativas e linhas temporais que ora seguem paralelas, ora são intercruzadas para a construção do discurso do anime. É importante que o espectador seja capaz de realizar essas reflexões a partir das imagens animadas a fim de compreender quais significados são veiculados. Caso contrário, o anime se torna apenas uma sequência animada de imagens com muitas cores e atos de violência – aparentemente – gratuita. Essa violência, expressa em uma pancadaria iluminada por magias e evocações etéreas, é o que, muitas vezes, caracteriza o anime. 124 MARCELO SOUZA OLIVEIRA ALEXANDRA SOUZA DE CARVALHO - MARIA MATILDE NASCIMENTO DE ALMEIDA - (ORG.) Em Hatarako Saibou, os elementos citados estão presentes, mas como uma forma alegórica de representar a batalha das defesas do corpo humano contra os agentes patógenos. Campos e Cruz (2020), ao analisar o anime, concluíram que o conhecimento sobre os processos referentes à circulação sanguínea no corpo humano foram retratados de forma muito verossímil, ainda que cheio de metáforas, já que as células do sangue – hemácias, linfócitos, plaquetas e até mesmo as bactérias e os vermes – foram antro- pomorfizadas. As veias e artérias são retratadas como ruas e o processo de funcionamento do aparelho circulatório, como uma imensa empresa de entrega de oxigênio e recepção de descartes; ou seja, o gás carbônico. A difusão do conhecimento nesse anime é ativa, ao mesmo tempo que visualmente utiliza uma estratégia eficaz que une significado e imagem; por exemplo: a protagonista é um glóbulo vermelho e usa uma boina ver- melha no formato da hemácia, já o personagem que representa o glóbulo branco é uma espécie de policial que está sempre patrulhando na busca de patógenos. Ele é completamente branco e se comporta de forma rígida e disciplinada, porém gentil. As bactérias, por sua vez, são representadas por monstros dissimulados e visualmente feios. Assim, o objetivo do anime é demarcar a linha entre herói e vilão por meio da representação entre as células humanas e os patógenos. Ao mesmo tempo, o enredo desenha nossas veias como arenas de batalhas sangrentas que, graças ao esforço das cadeias de comando dentro das defesas do orga- nismo, tudo sempre termina em vitória. Hatarako Saibou está disponível na plataforma de streaming Netflix com o nome Cells at Work, ou seja, Células ao Trabalho. Embora tenha sido timidamente veiculado pelo serviço, o anime merece uma atenção especial já apresenta uma proposta de letramento científico necessário, nomeada- mente pelas escolas que procuram formas mais dinâmicas para aperfeiçoar o processo de ensino e aprendizagem. Enquanto Hatarako Saibou assume uma abordagem alegórica para transmitir conhecimento científico, o anime Dr. Stone propõe algo bem mais direto. A ideia é revisitar os avanços científicos da humanidade desde a idade da pedra e, de alguma forma, celebrar o desenvolvimento humano. Em Dr. Stone, as pessoas são petrificadas misteriosamente e despertam mais de três mil anos depois; durante esse período, tudo o que os seres humanos haviam construído foi perdido. O protagonista, Senku, é um adolescente extremamente inteligente que, após ser despertado, percebe a oportuni- 125 EDUCAÇÃO CIENTÍFICA E POPULARIZAÇÃO DAS CIÊNCIAS dade de recomeçar a civilização; mais do que isso, seu desejo é recriar a sociedade baseada apenas na Ciência. Dessa forma, Senku e alguns outros amigos iniciam a jornada de explorar a natureza e redescobrir os processos científicos que propiciaram a escalada evolutiva da humanidade. Muitos dos conhecimentos em destaque no anime são da área da Química e da Física, mas Senku se revela um cientista multifacetado, ao estabelecer estratégias políticas e usar retórica e capacidades argumentativas muito persuasivas. Dr. Stone também vai além: ao introduzir o personagem Chrome, o anime mostra a importância do letramento científico, uma vez que Chrome é um jovem inteligente e observador que empreendia inves- tigações a seu modo. Ao entrar em contato com Senku, Chrome passa a compreender que seu conhecimento rudimentar carecia de um método, e a partir daí Senku o incentiva a se questionar e buscar respostas nas evidên- cias. É dessa forma que o anime Dr. Stone representa a educação, além dos inúmeros temas de relevância científica transmitidos pelo anime. 5 CONCLUSÃO Por fim, embora a reflexão empreendida aqui tenha sido breve, ela objetivou evidenciar o potencial que existe nos animes para além de quais- quer rótulos dados a eles por quem não os conhece. Enquanto produtos da contemporaneidade, animes carregam em si o poder de representar gerações e veicular sentidos que nos retratam em seus quadros animados. Com efeito, animes sempre buscam inspiração na ciência para cons- truir seus enredos, e seria imprudente assistir a essas obras sem perce- ber esses conteúdos e, de algum modo, torná-los parte de nossa bagagem sociocultural. É por isso que precisamos de letramento científico e visual: para lermos os animes em sua plenitudee enxergarmos muito além da sua superfície enquanto entretenimento. 285 REFERÊNCIAS ACRL. Visual Literacy Competency Standards for Higher Education. S/l: American Library Association. 2011. Disponível em: http://www.ala.org/acrl/standards/ visualliteracy. Acesso em: 10 out. 2020. ADAS, M.; ADAS, S. Expedições geográficas - 8° ano. São Paulo: Moderna, 2018a. ADAS, M.; ADAS, S. Expedições geográficas - 9° ano. São Paulo: Moderna, 2018b. ALBUQUERQUE, M. A. M. de. O livro didático local de Geografia em Pernam- buco no século XIX: uma relação entre a legislação e a elaboração. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL LIVRO DIDÁTICO: EDUCAÇÃO E HISTÓRIA. Anais [...]. 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