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1ano_PV NEM_aulas 21-30 (1)

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Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano 1
Aula 21
Percepção, curiosidade e expressão
Ser competente nos âmbitos pessoal, interpessoal, social e profissional requer um aprimora-
mento contínuo da sensibilidade e da percepção da mudança incessante em torno de nós e 
em nosso interior. A atenção do professor às percepções dos estudantes – como percebem, 
o que percebem e por que percebem – pode ajudar a desenvolver pessoas capazes de ver o 
mundo com toda a sua riqueza, variedade e encanto, com menos distorção e mais riqueza de 
material para suas experiências de vida.
A qualidade da participação de uma pessoa nas atividades e no mundo é diretamente in-
fluenciada por seu nível de percepção: ela pode limitar-se a dar respostas reflexas rápidas 
ao que ocorre no ambiente, ou seguir automaticamente um movimento de reação iniciado 
por outras pessoas, sem muita reflexão – duas formas “imaturas” de participação. Mas 
também pode suspender a ação imediata para inspecionar os dados de que dispõe, orga-
nizar, analisar, interpretar, consultar a si mesma, seus valores, sentimentos, experiências 
anteriores... Ou seja: contemplar antes de agir.
A riqueza das percepções não depende do meio e, sim, da atenção que a pessoa dá ao 
meio. A origem latina da palavra perceber deixa isso muito claro: percipere, que significa to-
mar posse de, obter. No ato de perceber existe um elemento de querer apreender o objeto 
percebido, fixá-lo, recuperá-lo e poder reencontrá-lo. Afinal, é por meio da percepção que a 
matéria-prima do pensamento se torna disponível para uso.
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano2
As manifestações artísticas, patrimônio humano inigualável em diversidade e em ausência de 
limites temporais e espaciais, são elementos de grande força e riqueza para a consciência e a 
abertura da percepção. A arte dá acesso à experiência e à percepção de outros seres humanos 
de todos os tempos e espaços, e tem o poder de nos levar à descoberta de nossas semelhan-
ças inquestionáveis. O escritor Ítalo Calvino usou a expressão “rede portátil de possibilidades 
infinitas”, capaz de nortear todos os gestos de uma existência, referindo-se à literatura.
Todas essas manifestações da criatividade humana (aqui considerada como importante 
habilidade socioemocional) nos tornam curiosos e abertos às coisas do mundo. A curiosi-
dade gera o interesse pelo conhecimento, a apreciação de novas experiências e a abertura à 
exploração do desconhecido, proporcionando – aos que se dispõem a seguir esse caminho 
necessário e sempre novo – os tesouros da fascinação e do encantamento.
Descobrir a maravilha da percepção é condição para aprender a selecionar adequadamente 
o que apreender e o que deixar de lado neste século XXI, em que os ambientes se super-
põem, invadem uns aos outros e nos inundam com sobrecarga de informações. Para ajudar 
o jovem nessa descoberta, dedicamos esta aula a uma visão da diversidade das artes e de 
sua importância tanto para uma vida plena como para um refinamento de sensibilidade e 
percepção crítica, competência fundamental para “viajantes” do século XXI.
No livro Educação em Quatro Dimensões: As competências que os estudantes devem ter 
para atingir o sucesso1 podemos ver que a curiosidade é a base do desenvolvimento desde 
há muito tempo: “As primeiras discussões sobre a curiosidade como uma qualidade do ca-
ráter tiveram origem na época de Cícero, que a descreveu como “amor inato pelo aprendi-
zado e pelo conhecimento, sem o apelo de qualquer lucro,” e Aristóteles, que a via como um 
desejo intrínseco por informação. Estudos de psicologia moderna usaram diversas aborda-
gens diferentes para estudar a curiosidade, incluindo a análise de sua fonte, determinantes 
situacionais, correlatos importantes e relação com a motivação. As pesquisas sugerem que 
a curiosidade é tanto um traço (capacidade geral) quanto um estado (sensível ao contexto 
e maleável com a experiência). Além disso, é um impulso interno (homeostático) e uma 
resposta a sinais externos (estímulo despertado). A curiosidade pode ser concebida como 
um impulso (comparável à sede ou fome) devido à necessidade de um indivíduo de mini-
mizar o dissabor da incerteza. Estudos sobre o comportamento de organismos variados, 
incluindo baratas, macacos e humanos, descobriram que, quando desprovidos de estímulo 
sensorial, eles buscam por informação, e que a sede por conhecimento pode ser satisfeita 
com informação, assim como a sede psicológica pode ser satisfeita com água.”
Essa aula inicia uma série que trata da decisão como um aspecto fundamental para a cons-
trução do Projeto de Vida. Através da curiosidade e da busca pelo conhecimento podemos 
construir nossos valores e descobrir mais sobre afetos – tudo aquilo que nos afeta, estimula 
e intriga – como se selecionássemos, dentre as coisas do mundo, aquilo que nos interessa. 
1 FADEL, C. BIALIK, M. TRILLING, B. Educação em Quatro Dimensões: As competências que os estudantes devem ter 
para atingir o sucesso. Center for Curriculum Redesign. Boston, 2015. p. 123-124.
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano 3
Essa seleção, assumida como fundamental na Escola da Escolha, tem o objeto da escolha 
como foco. A decisão por um determinado Itinerário Formativo direciona a atenção e os 
esforços dos estudantes em direção ao seu futuro. Assim, é possível obter maior atenção, 
maior empenho e melhores resultados, pois o estudante pode direcionar seus estudos para 
o Itinerário Formativo de seu interesse, e articular essa escolha com as outras Metodologias 
de Êxito da Escola da Escolha, como as Eletivas e o Pós-Médio. Assim se inicia o processo de 
escolha, algo que determina o sucesso do Projeto de Vida.
Objetivos Gerais
• Compreender a relação de influência entre o que se observa e percebe 
(repara) e a capacidade de ver o mundo em sua riqueza e variedade com 
um mínimo de distorção;
• Identificar as diferentes manifestações da arte;
• Tomar consciência do próprio nível de contato com arte e explicitar preferências;
• Identificar possibilidades de acesso à arte no século XXI.
Materiais Necessários
• Lápis de cor ou caneta hidrocor para marcação de leitura (em atividade 
individual);
• Uma folha de papel sulfite ou similar para cada estudante (para a atividade “o 
som do papel”);
• Um tubo de papel (que pode ser de papelão ou improvisado com uma folha 
de papel simples).
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano4
Roteiro
ATIVIDADES 
PREVISTAS
DESCRIÇÃO
PREVISÃO 
DE DURAÇÃO
Atividade: 
Sequência de 
exercícios de 
percepção:
• O som do 
papel (2 min);
• Olhar e ver 
(1 min);
• Olhar em 
busca (2 min);
• Olhar na arte 
(dois momen-
tos – 2 min e 
depois 4 min);
• Conclusão.
Encadeamento de 4 exercícios de direcio-
namento de atenção e olhar, seguido de 
comentários de conclusão.
15 minutos
Atividade: 
As cores da 
minha leitura.
Exercício de percepção da própria leitura em 
um texto literário (se possível e oportuno, 
comentário do professor chamando a atenção 
para os diferentes olhares nos textos).
15 minutos
Atividade: 
As 11 artes do 
século XX.
Leitura individual. 10 minutos
Avaliação. Observação do professor. 5 minutos
Orientações para as atividades
ATIVIDADE: SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES DE PERCEPÇÃO
Objetivos
• Experimentar e diferenciar modos de observar os eventos e o mundo ao 
seu redor;
• Constatar que a riqueza das percepções não depende do meio em si e, sim, 
da atenção que se dá a ele.
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano 5
Desenvolvimento
O professor dá as instruções para uma sequência de atividades curtas que devem ser 
realizadas em silêncio e de maneira ordenada. No final, o educador comenta as reações 
e observações dos estudantes e destaca alguns pontos mais importantes (explicitados 
mais adiante).
Estas são as instruções a transmitiraos estudantes: (é importante respeitar o tempo 
previsto para cada etapa)
1. O som do papel (2 minutos)
• 10 segundos com o ouvido no papel (em busca do som do papel);
• 15 segundos agitando a folha de papel no ar, segurando-a por uma ponta 
(produzindo o som com papel);
• 10 segundos amassando a folha de papel (produzindo outro som com papel);
• 10 segundos desamassando a folha de papel (produzindo mais um som 
diferente com papel);
• 15 segundos agitando a folha de papel desamassada no ar, segurando-a por 
uma ponta (silenciando o som do papel).
2. Olhar e ver (1 minuto)
Olhar para trás e procurar registrar na memória tudo o que normalmente não vê, já que 
normalmente, em aula, se olha muito mais para a frente e para os lados.
3. Olhar em busca (2 minutos)
Fazer uma luneta dobrando uma folha de papel e segurá-la nessa posição diante do olho. 
Dirigi-la dentro da sala como se estivesse filmando. Dar um nome a seu “filme” e “arquivá-lo” 
na memória.
4. Olhar na arte
• 1° momento (2 minutos): Examinar as obras de arte reproduzidas no Anexo 
1 e, se possível, projetadas pelo professor
• 2° momento (4 minutos): Reexaminar as mesmas obras de arte reproduzidas 
no Anexo 1, agora com a intenção de arquivá-las na memória, com total liberdade 
de critério – pode ser gosto, tipo, cor, estilo, nome do artista... Qualquer escolha 
é válida, já que se trata de uma organização interna da percepção (se alguém 
manifestar desejo de anotar para ajudar a registrar, nada contra!).
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano6
5. Conclusão
A ideia é levá-los a notar que: (a) a intenção é determinante na qualidade da observação 
e da percepção; (b) aprender a capturar e estabelecer categorias para os estímulos é con-
dição para abrir horizontes e iniciar uma trajetória de experiências que levam à sabedoria 
e (c) qualquer elemento externo, com atenção e intenção, pode ser relacionado ao mundo 
interno e servir de apoio para a reflexão. Alguém já disse que um tolo pode olhar para o 
universo e nada enxergar, mas um sábio pode olhar para a ponta de um alfinete e a partir 
dela imaginar o universo.
Parece muita coisa para alcançar em poucos minutos? Não se preocupe. Sabedoria é coisa 
tardia, mas, como tudo na vida, começa em semente que precisa de condições para brotar 
em algum momento. É por isso que usamos acima a palavra “notar”, no sentido de “reparar, 
observar, atentar”. Num primeiro momento, já é um avanço importante que os estudantes 
notem que a intenção de captar mais e melhor muda a qualidade da aquisição de estímulos 
e informações; e o progresso é ainda mais significativo se, além disso, eles se derem conta 
de que podem criar internamente muitas categorias que vão além do “gosto/não gosto” e 
do “bonito/feio”, que bloqueiam tantas outras possibilidades de percepção.
Nos pontos a seguir você encontra algumas anotações que podem ajudar a situar, organizar 
e orientar seus comentários a partir das respostas dos estudantes.
• Perceber e selecionar: selecionar é escolher ou rejeitar as percepções. Abrir-se 
para perceber é pré-requisito para uma vida mais criativa e dinâmica. Há pessoas 
hostis ou indiferentes à cultura e às artes (o que gera estreiteza de espírito); há 
outras que, ao contrário, querem tudo absorver; os mais produtivos e criativos 
são os que conseguem um bom equilíbrio na seleção das percepções. 
• Perceber e questionar: é importante propor aos alunos uma reflexão mais 
focada em quais critérios levam às suas escolhas. Questões esclarecedoras 
podem ser sugeridas, como: Quais os aspectos que me levam a escolher deter-
minado tema? Minhas escolhas são objetivas ou subjetivas? Minhas escolhas 
se dão a partir de valores que já possuo ou a partir de valores introduzidos pela 
apresentação de conteúdos inéditos? Eu consigo manter minhas escolhas no 
momento de definir aspectos do meu Projeto de Vida?
• Perceber e analisar: a partir dos questionamentos, o professor deve men-
cionar a relevância das escolhas, tratando-as como sistemas de variáveis 
que têm pontos positivos e negativos, com os quais o estudante deve saber 
lidar através das diversas ferramentas apresentadas ao longo dos conteúdos 
curriculares, articulando conhecimento, valores e experiências práticas.
• Perceber e experimentar: o meio é vasto demais para que alguém possa 
conhecê-lo totalmente. Cada novo elemento percebido abre uma rede de 
possibilidades de novos significados e descobertas. Cada um cria suas 
próprias estratégias para evitar a sobrecarga e por isso tende a perceber 
o que é significativo à luz de suas próprias experiências.
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano 7
• Perceber e criar: criar supõe uma certa “gula” para perceber e disposição para 
criar novas categorias e modos mais flexíveis e porosos de organizar o que se 
percebe. Quanto mais variadas forem as categorias que uma pessoa estabelece 
para organizar suas percepções, mais facilidade vai ter para “recuperá-las” ou 
acessá-las (esse é o sentido do segundo momento da atividade “Olhar na arte”).
• Quanto mais recursos internos mobilizarmos para perceber, mais penetrante 
é a percepção.
ATIVIDADE: AS CORES DA MINHA LEITURA (ANEXO 2)
Objetivo
• Identificar e registrar diferentes tipos de impacto da leitura de literatura 
sobre o leitor.
Desenvolvimento
Os estudantes leem individualmente os dois trechos propostos (um poema de Carlos 
Drummond de Andrade e um trecho da autobiografia de Jean-Paul Sartre em que o filósofo 
revela suas dificuldades de criança solitária). Ambos foram escolhidos por sua qualidade 
literária e pela abundância de exemplos que oferecem de diferentes impactos possíveis nos 
leitores (empatia, identificação, desconhecimento de vocabulário, surpresa, emoção...). 
Espera-se, é claro, que os textos também agradem aos estudantes e despertem a vontade 
de prosseguir a leitura desses e de outros autores.
Para que serve pedir que o estudante identifique os impactos que a leitura lhe causa? Nosso 
modo de perceber influencia a maneira como organizamos nossas lembranças e impressões. 
Na maioria das situações escolares, os estudantes recebem estruturas prontas para organi-
zar o que percebem (nos livros didáticos, nos exercícios, nas instruções). Mas a maioria das 
experiências de nossa vida não vem com instruções sobre o que devemos fazer e como pode-
mos organizar. E é aí que entra a necessidade e a importância de desenvolver uma estrutura 
de organização interna que faça sentido. Esta atividade é um exemplo simples de trabalho de 
educação no sentido de favorecer essa organização interna que só o próprio estudante pode 
empreender. Recorrer a esse tipo de anotação pode favorecer e facilitar outras leituras em 
diferentes situações e disciplinas, o que, por sua vez, reforçará a construção de uma “organi-
zação interna que faça sentido”. 
Os diferentes olhares que aparecem nos dois textos podem ser um assunto rico e dar 
“bom pano para manga” se o professor tiver oportunidade de fazer comentários em algum 
momento da atividade: no texto de Sartre, o olhar de admiração do menino, o “não-olhar” 
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano8
das outras crianças que brincam no parque, o olhar afetuoso e compreensivo da mãe, o 
olhar do menino com relação a si mesmo (uma espécie de super-herói no “poleiro” do 
apartamento e um fracote na presença de outras crianças); no poema de Drummond, o 
olhar irônico que afirma ver uma igualdade generalizada e uma só diferença, que ele situa 
em quem cria/produz toda a diversidade que ele afirma como “igual”.
Texto de apoio ao professor
Estimular novas formas de interação com os conteúdos predispõe a um melhor aprovei-
tamento destes, de forma alinhada aos conceitos do papel da escola e do professor na 
formação de jovens protagonistas. 
“Na Escola, é preciso... sempre considerar que saber é saber por meio da experiência,pela 
representação da experiência vivida e não simplesmente pela recepção e manipulação de 
representações e símbolos transmitidos. 
O papel do professor é... o professor atua sabendo que o protagonista do processo educativo 
caminha em etapas que evoluem em linha com as suas capacidades intelectuais, modelos 
operatórios, capacidades afetivas e emocionais. A verificação das distintas formas de pen-
samento que o estudante dispõe em cada fase de desenvolvimento e dos conhecimentos 
que já construiu é fundamental. O professor sabe que aprender significa elaborar formas 
de pensar e de relacionar conteúdos e não apenas incorporar informações já constituídas.”2
 
ATIVIDADE: AS 11 ARTES DO SÉCULO XXI (ANEXO 2)
Objetivos
• Identificar os âmbitos das diferentes modalidades de manifestação artística 
(as 11 artes) e suas possibilidades de interação, combinação e superposição;
• Perceber o nível de abrangência e diversidade de seu contato com as diferentes 
manifestações artísticas.
2 BARRETO, T. Org. Modelo Pedagógico. Os Eixos Formativos – Ensino Médio. 4. ed. 2020. Instituto de Corresponsabilidade 
pela Educação. p. 18.
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano 9
Desenvolvimento
Leitura individual do texto e da lista, seguida de comentários de extrapolação, exemplos e 
conclusão, coordenados pelo professor. O assunto será retomado na atividade de casa, por 
isso é bom esclarecer eventuais dúvidas e trazer exemplos para deixar claro de que modo 
cada uma das artes está presente na vida dos estudantes, mesmo que por vias indiretas. 
É o momento, também, de enfatizar a disponibilidade local de acesso às diferentes artes e 
a importância da abertura para conhecer diferentes manifestações artísticas, em lugar de 
se fechar no “gosto/não gosto”.
Avaliação
Convém verificar se os estudantes entenderam a importância da ampliação de categorias 
de percepção. Basicamente, pode-se verificar se eles continuam apegados aos binômios 
básicos de “gosto/não gosto” e “feio/bonito”, ou se conseguiram ampliar as possibilidades 
com categorias como, por exemplo, "não sei o que me causa, mas não é indiferente", "in-
diferente", "me incomoda", “me deixa nervoso”, “me faz lembrar alguém ou algo”, “preciso 
saber mais”, “me provoca agitação”, “me acalma”, “me faz viajar”, “me faz sonhar” e assim 
por diante. Essas novas categorias são a base para a abertura de novos horizontes, e, se 
aparecerem nos comentários, o professor pode considerar que o trabalho foi frutífero.
Em casa (Anexo 3)
1) Móbile: Eu e as artes
A atividade dá oportunidade ao estudante para revisar e organizar o que foi lido 
em aula sobre as 11 artes do século XXI, e também para situar-se com relação ao 
espaço de cada uma dessas manifestações em sua vida até o momento. Não há 
respostas certas ou erradas: há, isto sim, portas que podem se abrir para novas 
possibilidades de aprimoramento, refinamento de percepção e criatividade, por 
intermédio do contato com arte.
Uma conversa com o professor sobre o móbile individual pode ajudar o estudan-
te a identificar possibilidades de ampliar e aprimorar seu convívio com a arte, 
levando em conta suas características pessoais, seu gosto e a disponibilidade 
de recursos na comunidade. É importante lembrar que não se trata de uma 
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano10
3 
3 FADEL, C. BIALIK, M. TRILLING, B. Educação em Quatro Dimensões: As competências que os estudantes devem ter 
para atingir o sucesso. Center for Curriculum Redesign. Boston, 2015. p. 129.
questão de “cultivar-se” para ser mais adequado, e sim de exercer seu direito de 
acesso a um patrimônio cultural que lhe permite ampliar horizontes e melhorar 
sua capacidade de ver o mundo em toda a sua diversidade e riqueza.
2) Visita virtual a um museu
O que se tem em mente ao propor a visita virtual a um museu de sua escolha é 
que o estudante descubra essa possibilidade de acesso ao patrimônio cultural e 
artístico, tenha um primeiro contato com o acervo, situe-se na maneira específica 
como o acervo é organizado, dirija sua atenção a obras de arte e perceba suas 
próprias reações diante das mesmas.
Pode-se sugerir aos estudantes que experimentem pelo menos um museu 
brasileiro e um museu de outro país. O professor pode chamar a atenção para 
o fato de que alguns museus não têm informações em português e lançar 
o desafio da experiência de outra competência essencial do século XXI: a 
disposição para o exercício multilíngue. Cabe indicar o uso de dicionários, e 
também o recurso de tradução de páginas oferecido por Google. Outra pos-
sibilidade é sugerir que o estudante tente entender na língua estrangeira que 
aprende na escola ou em espanhol – disponível na maioria dos museus vir-
tuais – valendo-se das semelhanças com o português. Todos esses recursos 
são válidos e úteis para o desenvolvimento das competências para o século 
XXI. Alguma dificuldade inerente ao processo de pesquisa predispõe a uma 
curiosidade que potencializa o aprendizado, propondo o preenchimento de 
lacunas de informação que funcionam como estímulo à continuidade do pro-
cesso de pesquisa, como vemos no trecho a seguir, extraído do livro Educação 
em Quatro Dimensões: As competências que os estudantes devem ter para 
atingir o sucesso:3
“Este modelo é intuitivo e embasado por pesquisas: nós naturalmente tentamos 
compreender o mundo ao nosso redor, e isso se manifesta como curiosidade. É 
altamente específico à interação das capacidades de uma pessoa e à dificulda-
de da tarefa à mão. Isso está relacionado aos famosos construtos psicológicos, 
como dissonância cognitiva, aversão à ambiguidade e princípios da psicologia 
da Gestalt. A teoria de lacuna de informação baseada nesses achados, modelos, 
conexões e observações, considera a curiosidade como o sentimento resultante 
do prestar atenção a uma lacuna no conhecimento entre o que um indivíduo 
sabe e o que ele deseja saber. A teoria do interesse/privação combina as ideias 
dos modelos de curiosidade com a neurociência do desejo e recompensa, e ale-
ga que tanto a indução de uma sensação positiva do interesse quanto a redução 
da sensação negativa da incerteza estão envolvidas na curiosidade.”
Na seção “Vale a pena ver”, listamos vários links para visitas virtuais a museus. 
O professor pode deixar que os estudantes escolham livremente, porém, em 
alguns casos, é melhor fornecer uma lista de alternativas para a atividade de 
casa, especialmente quando a disponibilidade de conexão ou de tempo for 
mais restrita.
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano 11
Texto de apoio ao professor
A contracapa do livro Balaio: Livros e leituras, de Ana Maria Machado*, já deixa claro por que 
ler literatura é importante:4
É necessário que uma sociedade que se quer democrática seja capaz de garantir a 
todos o acesso aos primeiros livros de literatura. E, em seguida, mostrar o caminho 
para que o leitor possa seguir sozinho com as leituras que irão acompanhá-lo por toda 
a vida. Só livro didático ou leitura de aprimoramento profissional e informação sobre o 
mundo são absolutamente insuficientes. Nem ao menos são prioritários. É preciso ler 
literatura, em dieta variada, incluindo livros diferentes, de autores diversos, de estilos 
variados, de muitas épocas. Nada se compara a ela a esse respeito.
Ao não ler a palavra, os povos substituem essa atividade por uma mera leitura de imagens, 
que vem se somar à sua leitura do mundo imediato que os cerca. São leituras importantes, 
mas que não bastam. Populações que se limitam a elas viram presas fáceis da superficiali-
dade e dos chavões dos discursos vazios, enganadores e populistas.
Em outras palavras, para ficar bem claro: leitura de literatura é um passeio, não é uma 
expedição comercial interessada em obter vantagens, cuja importância possa ser medida 
em termos utilitários para o consumo. Não é um ato predador, é um momento de prazer.
Mais adiante, Ana MariaMachado cita o escritor e filósofo italiano Ítalo Calvino, que afirmou 
que há coisas que só a literatura pode nos dar. Uma delas é a incorporação, pelo leitor, de uma 
rede portátil de possibilidades infinitas, capaz de nortear todos os gestos de sua existência.
* A escritora brasileira Ana Maria Machado ocupa a cadeira número 1 da Academia Brasileira de 
Letras desde 2003. Foi a primeira vez que um autor de livros infantis foi eleito para a ABL.
 
4 MACHADO, A. M. Balaio: Livros e leituras. São Paulo: Editora Nova Fronteira, 2007. p. 154-157.
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano12
Na estante
VALE A PENA LER
Livro: Balaio: Livros e leituras
Autor: Ana Maria Machado
Editora: Nova Fronteira
Ano: 2010
Número de páginas: 224 
Ana Maria Machado sempre teve a necessidade de refletir sobre a li-
teratura e seus processos em textos não propriamente literários. E 
reuní-los em coletâneas. 'Balaio - Livros e leituras' é o quarto volume, iniciado em 1999 
com Contracorrente; conversas sobre literatura e política e que continuou com Texturas 
(2001) e Ilhas no tempo (2004). No livro, dividido em quatro blocos temáticos, a autora 
põe à disposição do público algumas observações anteriormente restritas às platéias de 
congressos, seminários e encontros dos quais participou. Os textos tratam de temas 
diversos; alguns são sobre criação literária e a palavra escrita em geral. E outros versam 
sobre certas questões culturais contemporâneas.5
Livro: História da Arte
Autor: Graça Proença
Editora: Ática
Ano: 2013
Número de páginas: 424 
A mais completa obra de História da Arte, para fins didáticos, já publicada 
no Brasil. Todos os grandes movimentos artísticos, tendências e artistas, 
além de materiais e técnicas utilizadas, estão presentes nesta obra, que abrange de forma 
contextualizada toda a História da Arte em linguagem clara e didática. Cerca de setecentas 
imagens, todas legendadas, reproduzidas em cores e grande formato, transformam o livro em 
uma verdadeira galeria de obras-primas. Um Suplemento de Atividades, fornecido somente 
ao professor, inclui questões para avaliação do conteúdo.6
5 Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?0b019d. Acesso em: abr 2021.
6 Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?939ea2. Acesso em: abr 2021.
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano 13
VALE A PENA VER
Links para visitas virtuais a museus e outras instituições culturais
• Museu de Arte Moderna de São Paulo: http://mam.org.br/colecao/
• Museu do Futebol: https://museudofutebol.org.br/
• Capela Sistina: http://www.vatican.va/various/cappelle/sistina_vr/index.html
• Museu Van Gogh: https://www.vangoghmuseum.nl/en
• Museu do Louvre: https://www.louvre.fr/visites-en-ligne
• British Museum: https://www.britishmuseum.org/collection
• Museu Virtual do Iraque: http://www.virtualmuseumiraq.cnr.it/prehome.htm
• Galeria Nacional de Artes (Estados Unidos): http:/ www.nga.gov/exhibitions.html
• IJC - Is Japan Cool? (Japão): https://www.ana-cooljapan.com/contents/art/
• World Virtual Museum: http://www.worldvirtualmuseum.com/
• Museu Egípcio Virtual: http://www.virtual-egyptian-museum.org/
• Fundação Gala-Salvador Dalí: https://www.salvador-dali.org/es/museos/
teatro-museo-dali-de-figueres/visita-virtual/
• Museu do Prado (Espanha): www.museodelprado.es
• Museu Picasso: http://www.museupicasso.bcn.cat/es/
• Memorial da Resistência: http://www.memorialdaresistenciasp.org.br/memorial/
• MASP - Museu de Arte de São Paulo: https://masp.org.br/
• MoMA – Museu de Arte Moderna (New York): http://www.moma.org/>
 Acesso em: 20 dez 2020.
Cursos de arte gratuitos on-line
No século XII, quando surgiram as primeiras universidades, na Europa, quem quisesse cursar 
alguma delas precisava ter uma boa situação econômica e condições de instalar-se em uma 
das poucas cidades universitárias da época: Paris (França), Oxford (Inglaterra), Saler (Itália), 
Montpellier (França) ou Bolonha (Itália). No século XXI é possível fazer cursos on-line em 
algumas das melhores universidades do mundo, e muitos deles são gratuitos. Listamos a 
seguir três desses cursos ligados à Arte (e uma busca na Internet permite identificar um bom 
número de alternativas). Os cursos em outras línguas podem ser um exercício interessante 
para a prática de outros idiomas, em um trabalho conjunto com professores de línguas 
estrangeiras, quando a escola tiver essa possibilidade. 
• Arte como cultura: concepções e problematizações (Unesp):
 https://acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/41581/6/2ed_art_
m3d5.pdf
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano14
• Dez cursos on-line gratuitos na área de artes visuais 
 https://vejasp.abril.com.br/blog/arte-ao-redor/cursos-gratuito-e-on-line-artes/
• Estética e Filosofia da Arte (Oxford University):
 http://podcasts.ox.ac.uk/series/aesthetics-and-philosophy-art-lectures
• Arte no Tempo: Uma Visão Global 
 https://www.learner.org/series/art-through-time-a-global-view/
 Acesso em: 20 dez 2020.
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano 15
Anexo 1
ATIVIDADE: SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES DE PERCEPÇÃO
Seu professor fornecerá as instruções para a sequência de atividades abaixo. É importante que 
elas sejam feitas em silêncio. Você poderá fazer comentários depois, no momento da conclusão.
• O som do papel (2 min)
• Olhar e ver (1 min)
• Olhar em busca (2 min)
• Olhar na arte (6 min)
Pintura mural pré-histórica de 36 mil anos, Chauvet-Pont d’Arc (França)
Guernica, de Pablo Picasso (1937)
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano16
Retrato de seu filho Nicolas, de Peter Paul 
Rubens (cerca de 1620)
A mãe do artista, de Albrecht Dürer (1514)
Quarto de hotel, de Edward Hopper (1931)
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano 17
Noite estrelada, de Vincent Van Gogh (1889)
Convergência, de Jackson Pollock (1952)
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano18
 Combate de carnaval e quaresma, de Pieter Bruegel (1559)
O grito, de Edvard Munch (1910) Saudade, de Almeida Júnior (1899)
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano 19
A vaidade, de Edward Collier (1663)
O Nascimento de Vênus, de Sandro Botticelli (1486)
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano20
Anexo 2
ATIVIDADE: AS CORES DA MINHA LEITURA
“Por meio da leitura os seres humanos podem se encontrar, podem assimilar algo da 
experiência dos outros. Minha experiência pessoal me ensina que jamais aprenderei a 
ler tão bem quanto necessitaria. O aprendizado da leitura não cessa jamais. (...) Quem 
lê poesia, romances, peças de teatro, ensaios, crônicas, de fato está lendo a vida. 
Aprender a ler, então, é como aprender a viver: não termina nunca.”7
Leia os dois textos a seguir. Use lápis de cor ou canetas coloridas para fazer as marcações 
solicitadas, durante a leitura.
• Se uma parte do texto lhe parece confusa, sublinhe-a usando marrom.
• Se uma parte do texto parece ter uma ligação com sua própria vida, sublinhe-a 
usando roxo.
• Outra maneira de anotar é fazer perguntas sobre o texto. Use vermelho para 
esse tipo de anotação.
• Se você encontra uma palavra que desconhece e não consegue entender por 
meio do próprio texto, marque-a em amarelo.
• Se um trecho do texto emociona você, marque-o em azul.
• Se um trecho lhe parece poético, use preto para sublinhá-lo.
• Se um trecho lhe abre uma perspectiva diferente ou novos horizontes, use 
verde para marcá-lo.Use laranja para marcar um trecho que lhe pareça 
especialmente interessante.
Observação: nada impede que um trecho acabe marcado em várias cores.
Texto 1
IGUAL-DESIGUAL8
Carlos Drummond de Andrade
Eu desconfiava:
todas as histórias em quadrinhos são iguais. 
Todos os filmes norte-americanos são iguais. 
Todos os filmes de todos os países são iguais. 
Todos os best-sellers sãoiguais.
7 KONDER, L. apud. MACHADO, A. M. Balaio: Livros e leituras. São Paulo: Editora Nova Fronteira, 2007. p. 158.
8 DE ANDRADE, C. D. A paixão medida. Rio de janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1980. p.59.
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano 21
Todos os campeonatos nacionais e internacionais de futebol são iguais.
Todos os partidos políticos são iguais.
Todas as mulheres que andam na moda são iguais.
Todas as experiências de sexo são iguais.
Todos os sonetos, gazéis, virelais, sextinas e rondós são iguais e todos, todos os poemas 
em verso livre são enfadonhamente iguais.
Todas as guerras do mundo são iguais. Todas as fomes são iguais.
Todos os amores, iguais iguais iguais. Iguais todos os rompimentos.
A morte é igualíssima.
Todas as criações da natureza são iguais.
Todas as ações, cruéis, piedosas ou indiferentes, são iguais. 
Contudo, o homem não é igual a nenhum outro homem, bicho ou coisa.
Não é igual a nada.
Todo ser humano é um estranho ímpar.
Carlos Drummond de Andrade é um dos maiores poetas da literatura brasileira. 
Também escreveu contos e crônicas, mas é a poesia que o tornou conhecido no 
mundo todo. Nasceu em 1902 e morreu em 1987. Ele defendia a liberdade no uso das 
palavras e fugia das formas convencionais, ao escrever versos livres e sem rimas.
Texto 29
“Havia uma outra verdade. Crianças brincavam nos terraços do Jardim de Luxemburgo, eu 
me aproximava delas, elas esbarravam em mim sem me ver, eu olhava para elas com olhos 
de pobre: como elas eram fortes e rápidas! Como eram belas! Diante daqueles heróis de car-
ne e osso, eu perdia minha inteligência prodigiosa, meu saber universal, minha musculatura 
atlética, minha destreza de valentão; encostado a uma árvore, eu esperava. Bastaria uma só 
palavra gritada pelo chefe do bando: "Vem, Pardaillan, é você que vai ser o prisioneiro", eu 
teria abandonado meus privilégios. Eu ficaria contente até mesmo com um papel mudo. teria 
aceitado com entusiasmo fazer o papel do ferido na maca, ou até de um morto. Nem tive 
oportunidade: eu tinha encontrado meus verdadeiros juízes, meus contemporâneos, meus 
pares, e a indiferença deles me condenava. Eu mal conseguia acreditar, ao me descobrir pelo 
olhar deles: nem uma maravilha nem um espanto, um magrelo que não interessava a nin-
guém. Minha mãe disfarçava mal sua indignação. [...] Vendo que ninguém queria me convidar 
para brincar, […] para me salvar do desespero ela fingia impaciência: “O que é que você está 
esperando, seu bobão? Pergunte se eles querem brincar com você." Eu sacudia a cabeça: eu 
teria aceitado as tarefas mais baixas, mas meu orgulho me impedia de solicitá-las. Ela mos-
9 SARTRE, J. P. Les mots. Ed. Gallimard, 1964. p. 111-112.
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano22
trava as senhoras que tricotavam nas cadeiras de metal: "Você quer que eu fale com as mães 
deles?” Eu suplicava para que ela não fizesse nada. Ela me pegava pela mão, nós partíamos, 
de árvore em árvore, de grupo em grupo, sempre implorantes, sempre excluídos. Na hora 
do pôr-do-sol, eu reencontrava meu poleiro, os lugares elevados do sopro do espírito, meus 
sonhos: eu me vingava das humilhações com meia dúzia de palavras de criança e o massacre 
de cem soldadinhos. Não importa: a coisa não funcionava.”
Jean-Paul Sartre é um dos mais conhecidos filósofos e escritores do século XX. 
Nasceu na França em 1905 e morreu em 1980. Sua influência foi enorme no pensa-
mento de toda a geração nascida entre os anos 40 e os anos 70. Ele acreditava que 
nós somos a soma de nossos atos, somos responsáveis por eles e nos construímos 
por meio deles. Em 1964, ano em que escreveu sua autobiografia As palavras (da 
qual faz parte o trecho que você leu), Sartre recusou o prêmio Nobel de literatura 
que lhe foi atribuído, por julgar que ser premiado pelo que escrevia era incoerente 
com seus valores.
ATIVIDADE DE LEITURA: AS 11 ARTES DO SÉCULO XXI
No início do século XX, a grande novidade chamada “cinema” ganhou status de 7ª arte, por 
iniciativa de um estudioso e crítico italiano chamado Riciotto Canudo.
De lá para cá, a lista de sete artes aumentou para onze, com a inclusão de outras formas 
de expressão que passaram a ser consideradas artes. As mais recentes combinam as 
anteriores, o que confirma uma das características mais marcantes dos séculos XX e XXI: 
a eliminação de fronteiras e a interação entre diferentes saberes.
A numeração das artes não indica ordem cronológica nem superioridade: está ligada ao 
hábito de estabelecer números para designar determinadas manifestações artísticas. Não 
existe consenso quanto a essa numeração e as listas de diferentes autores nem sempre 
incluem as mesmas artes.
1ª Arte - Música (som)
2ª Arte - Dança/Coreografia (movimento do corpo ligado a sons)
3ª Arte - Pintura (representação criativa do real ou da ideia por meio de cores e texturas)
4ª Arte - Escultura (representação do real ou da ideia com uso de materiais tridimensio-
nais, ou seja, com volume) / Arquitetura (criação de edificações e espaços para abrigar as 
atividades humanas)
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano 23
5ª Arte - Teatro (representação)
6ª Arte - Literatura (a arte da palavra)
7ª Arte - Cinema (a imagem em movimento, integra as artes anteriores mais a 8ª arte, que 
é a fotografia)
8ª Arte - Fotografia (imagem real reproduzida)
9ª Arte - Desenho animado (cor, palavra, imagem)
10ª Arte - Jogos eletrônicos (alguns integram elementos de todas as artes anteriores, 
mais a 11ª, que é a arte digital)
11ª Arte - Arte digital ou multimídia (artes gráficas computadorizadas 2D, 3D e programação).
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano24
Anexo 3
EM CASA
1) Móbile: eu e as artes
Você hoje leu sobre o salto de sete para 11 artes nos últimos 
100 anos e conversou sobre a importância da abertura para as 
manifestações artísticas no desenvolvimento de competências 
pessoais, interpessoais, sociais e profissionais.
O esquema ao lado representa um móbile, que é um tipo de 
escultura móvel, leve e delicadamente equilibrada, que surgiu 
no século XX, com o escultor e pintor norte-americano Alexan-
der Calder. O móbile é um símbolo perfeito para o modo como 
nossas aprendizagens devem se diversificar de maneira equili-
brada, sem rigidez, em constante movimento e interação.
Desenhe um móbile de sua preferência e em cada um dos elementos dele, escreva:
1. O nome de uma das 11 artes;
2. O contato que você teve e/ou tem com essa arte até hoje, seja ele direto ou in-
direto, por experiência própria ou por meios de comunicação. Se for possível, 
indique nomes de obras ou de artistas que você conhece e aprecia especial-
mente, em cada modalidade de arte).
2) Visita virtual a um museu
Escolha pelo menos um museu de arte para uma visita virtual (há muitas alternativas que 
você pode identificar numa busca simples pela Internet, usando, por exemplo, as palavras 
“visita virtual”).
Sua visita tem dois objetivos:
• Visitar o museu virtualmente, ou seja, deslocar-se e passear dentro dele 
como se lá estivesse;
• Identificar uma obra de arte do acervo desse museu que lhe cause algum 
impacto (uma obra de arte pode nos causar impacto pelas razões mais diver-
sas: o impacto da beleza, uma sensação de desconforto, uma representação 
curiosa, o lado cômico, o medo, uma impressão de reconhecimento, prazer, 
desprazer etc).
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano 25
REGISTRO DE VISITA VIRTUAL:
MUSEU VISITADO:
ONDE FICA:
TIPOS DE OBRAS DE ARTES DISPONÍVEIS NA VISITA VIRTUAL:
OBRA ESCOLHIDA:
AUTOR DA OBRA ESCOLHIDA:
RAZÃO DA ESCOLHA:
Para refletir
Arte e cultura fazem bem à saúde10
Um grupo de cientistas noruegueses publicou em maio de 2011 as conclusões 
de uma aula que envolveu mais de 50 mil pessoas. Os resultados indicam que as 
pessoas que têm regularmente atividades culturais(frequentar museus, assistir 
a peças de teatro, tocar instrumentos musicais e pintar, por exemplo) são menos 
propensas a sofrer de ansiedade e depressão, são mais saudáveis e têm uma 
vida mais satisfatória.
10 
10 CUYPERS. K.; KROKSTAD, S.; HOLMEN. T. L.; et al. Patterns of receptive and creative cultural activities and their 
association with perceived health, anxiety, depression and satisfaction with life among adults: the HUNT study, 
Norway”. J Epidemiol Community Health. ago 2012. n. 66. v. 8. p. 698-703. doi: 10.1136/jech.2010.113571. Disponível 
em: icebrasil.org.br/surl/?1e65d9. Acesso em: 20 dez 2020.
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano26
Referência Iconográfica
JOHNSON, S. Pintura Abstrata Multicolorida. 1 Fotografia. 29 out 2018. Disponível em: icebrasil.org.
br/surl/?715521. Acesso em: abr 2021.
Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?bdc386. Acesso em: abr 2021.
Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?fb0750. Acesso em: abr 2021.
Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?291992. Acesso em: abr 2021.
Guernica (1937). 1 pintura. Wikiart. Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?7c2eb9. Acesso em: abr 2021.
Nicolas Rubens (1619). 1 Desenho. Wikiart. Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?391324. Acesso em: 
abr 2021.
Portrait of the Artist's Mother (1514). 1 Desenho. Wikiart. Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?bb147f. 
Acesso em: abr 2021.
Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?e07a95. Acesso em: abr 2021.
The Starry Night (1889). 1 Pintura. Wikiart. Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?ff920e. Acesso em: 
abr 2021.
Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?ab03f0. Acesso em: abr 2021.
Children's Games (1560). 1 Pintura. Wikiart. Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?cff7c9. Acesso em: 
abr 2021.
The Scream (1893). 1 Pintura. Wikiart. Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?bd8cc5. Acesso em: abr 2021.
Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?14a392. Acesso em: abr 2021.
Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?463790. Acesso em: abr 2021.
The Birth of Venus (1483-1485). 1 Pintura. Wikiart. Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?137c3f. 
Acesso em: abr 2021.
Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?e09612. Acesso em: abr 2021.
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano 27
Aulas 22 e 23
Decisão: o que deve ser, será
“(...) Viver é estar constantemente tomando decisões. É lógico que isso gera angústia. 
E nem sempre só pelo resultado, que pode até ser positivo, mas pela própria dissonância 
cognitiva criada no processo, pela ansiedade desencadeada após a tomada e, isso é pior, 
pelo grande número de decisões que temos de tomar todos os dias.
Esse movimento de angústia, quando não devidamente ressignificado e transformado 
em gasolina em nosso motor, pode gerar as tão conhecidas doenças psicossomáticas. 
Então a culpa é do livre-arbítrio? Sem ter alguém para culpar pelas nossas decisões 
(somos ou não somos responsáveis por elas?) nos vemos imediatamente sozinhos 
com a responsabilidade. Isso é bom, quando sabemos administrar com equilíbrio e 
bom senso. O segredo está em como pensamos sobre nosso caminho à frente e não 
como pensamos sobre o que já caminhamos. Perdemos muito tempo avaliando as 
falhas e esquecemos como podemos utilizar isto para evitar futuros erros (...).”11
“Da mesma forma que é preciso o exercício da coragem - essa habilidade socioemo-
cional que nos estimula às conquistas e aos desafios, superando nossas limitações - 
para a tomada de decisões, é igualmente necessário fazer uso dela quando erramos, 
obtemos resultados desfavoráveis ou mesmo quando temos que assumir uma perda ou 
derrota diante de outros. A coragem de tratar de nossas próprias limitações, mesmo que 
circunstanciais, é fundamental para a condução do nosso Projeto de Vida.”12 Esta aula 
propõe uma discussão sobre a relação existente entre o pensamento e o sentimento no 
processo de tomada de decisões. Através dela o estudante descobre como é possível 
identificar escolhas levando em consideração as opções existentes, bem como, entre 
outras coisas importantes, buscar ações/pontos que os ajudem a ser mais confiantes 
em suas decisões.
11 OLIVEIRA, J. Mente humana: entendendo melhor a psicologia da vida. Rio de Janeiro: Wak editora, 2004. p. 173-174.
12 “A coragem pode ser considerada como a habilidade de agir apesar do medo ou incerteza, em situações de risco, ou 
quando nos sentimos vulneráveis. A coragem pode levar a extremos, com consequências devastadoras, mas uma 
dose saudável de coragem é bastante útil para a vida profissional, social e pessoal.” FADEL, C. BIALIK, M. TRILLING, 
B. Educação em Quatro Dimensões: As competências que os estudantes devem ter para atingir o sucesso. Center for 
Curriculum Redesign. Boston, 2015. p. 130.
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano28
Objetivos Gerais
• Entender a relação existente entre o pensamento e o sentimento no processo 
de tomada de decisões;
• Identificar escolhas levando em consideração as opções existentes;
• Perceber a importância de buscar informações confiáveis antes de tomar 
uma decisão;
• Descobrir algumas dificuldades pessoais que interferem em suas decisões;
• Refletir sobre o próprio processo de tomada de decisões x realização pessoal;
• Buscar ações/pontos que ajudem a tomar decisões mais acertadas na vida e 
a ser mais confiante nas próprias escolhas.
Roteiro
ATIVIDADES 
PREVISTAS
DESCRIÇÃO
PREVISÃO 
DE DURAÇÃO
Atividade em 
grupo: Penso, 
logo decido!
1º Momento: Leitura da nova versão do 
conto de fadas: Aladim e a lâmpada mara-
vilhosa 2001: Um gênio diferente, um final 
surpreendente.
2º Momento: Interpretação do texto de 
Aladim e questões sobre desejos e opções 
de escolhas.
15 minutos
30 minutos
Atividade indi-
vidual: ChecklistChecklist
Questões sobre o que é preciso considerar 
antes de tomar qualquer decisão, sobre o 
que prejudica sua clareza e o que impede de 
sermos mais confiantes nas nossas escolhas
20 minutos
Atividade em 
grupo: Paralisia 
total.
Leitura do texto “Decisões Libertadoras” e 
discussão em duplas sobre a indecisão.
20 minutos
Avaliação. Observação do professor. 5 minutos
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano 29
Orientações para as atividades
ATIVIDADE EM GRUPO: PENSO, LOGO DECIDO!
Objetivos
• Entender a relação existente entre o pensamento e o sentimento no processo 
de tomada de decisões;
• Identificar escolhas levando em consideração as opções existentes.
Desenvolvimento
1º Momento: Leitura do texto
Três estudantes devem fazer a leitura em voz alta da nova versão do conto de Aladim e o Gênio 
da Lâmpada Maravilhosa – Atividade: Penso, logo decido! (Anexo 1). Alguns deles assumindo 
os papéis de narrador e das personagens Aladim e o gênio, respectivamente. Ao final da leitura, 
cada estudante deve responder individualmente às questões que seguem a história, pois elas 
servirão para discussão com os colegas de turma num próximo momento.
2º Momento
Quando todos tiverem respondido às questões, abra espaço para compartilharem suas 
respostas com a turma toda. Em linhas gerais, a interpretação do conto deve girar em 
torno da capacidade que todos possuem de realizar seus desejos e sonhos.
A relação que se pode estabelecer entre: Decisões x Desejos x Conflitos é que as nossas 
decisões são influenciadas por nossos desejos, sendo comum entrarmos em conflito quan-
do as escolhas que fazemos implicam a não realização dos nossos desejos – Frustração. 
Portanto, é importante ter clareza sobre aquilo que somos e o que queremos ser para que 
todas as nossas decisões se encaixem harmoniosamente nessa relação.
Quanto aos mecanismos de tomada de decisão que se dá entre o pensamento e o sentimento, 
os estudantes podem dizer que nem tudo o que queremos fazer/decidir acontece de acordo 
com o que pensamos (razão), pois, o pensamento é influenciado por nossos sentimentos/
emoções, sendo necessário, por isso, buscar um equilíbrioentre os dois pontos – não pode-
mos ser tomados pelos sentimentos/emoções e tampouco somente pela razão. Para entender 
um pouco melhor, vale a explicação: “O pensamento (Thinking = T) escolhe decisões baseadas 
em princípios e em consequências lógicas, enquanto o sentimento (Feeling = F) escolhe deci-
sões baseadas em valores e consequências para as pessoas. O pensamento focaliza a crença 
básica ou princípio a ser aplicado a uma determinada situação envolvida. Analisa os prós e os 
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano30
contras e se a situação é consistente e lógica para decidir. Tenta ser impessoal e não deixa que 
seus interesses individuais ou de outras pessoas influenciem suas decisões. Pelo contrário, o 
sentimento acredita que pode tomar decisões ponderando os pontos de vistas das pessoas 
envolvidas na situação. Focaliza mais valores e busca o melhor para as pessoas envolvidas, pois 
quer manter a harmonia(...)”.13
Na questão 2, os estudantes devem, sem regras, escrever um desejo. Porém, na questão 
3, eles devem ser capazes de identificar algumas opções de escolhas distintas daquilo que 
desejam, levando em consideração todas as opções reais. Essa questão os ajuda a ampliar 
a visão estreita sobre o que desejam e também a saber ponderar opções distintas simulta-
neamente. Porém, deixe claro para os estudantes que é necessário considerar apenas as 
opções mais relevantes, pois refletir sobre “milhares” de outras opções não garante que a 
melhor decisão será tomada, além de correr o risco de perder o foco sobre o que precisa 
ser feito.
Ao final, peça para alguns estudantes comentarem suas respostas sobre o texto (questões 
A, B e C – Anexo 1) e se alguém pode falar suas respostas sobre as questões 2 e 3. Esse 
momento de abertura com os estudantes é importante para eles perceberem que toda 
decisão tem relação profunda com aquilo que queremos.
ATIVIDADE INDIVIDUAL: CHECKLISTCHECKLIST (ANEXO 2)
Objetivos
• Refletir sobre o que devemos considerar antes de tomar qualquer decisão;
• Descobrir algumas dificuldades pessoais que interferem nas decisões;
• Buscar ações/pontos que os ajudem a tomar decisões mais acertadas e a 
serem mais confiantes em suas escolhas.
Desenvolvimento
1º Momento
Na atividade ChecklistChecklist (Anexo 2), questão A, os estudantes podem responder: “antes de 
tomar qualquer decisão, buscar informações e saber interpretá-las adequadamente”, pois...
13 CHIAVENATO, I. Escolha seu futuro: Como definir e construir o seu caminho profissional. São Paulo: Saraiva, 2008. p. 122.
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano 31
A arte de tomar decisão, uma boa decisão, envolve colher 
informações. Às vezes, as pessoas pensam que, quanto mais 
informações estiverem disponíveis, mais difícil será chegar a uma 
decisão. Na realidade, é o oposto: quanto mais informações você 
tem, mais óbvia se torna a decisão correta e, dessa forma, é mais 
fácil tomar essa decisão. A informação afasta o medo. (...)14
 
Na questão B os estudantes podem mencionar: “ter uma visão estreita das opções a serem 
levadas em consideração, buscar apenas informações que comprovem as próprias crenças, 
ser tomado pelas emoções, ter excesso de confiança (acreditar demais nas previsões) ou 
decidir por influência de outras pessoas” etc.
Na questão C é previsível que os estudantes citem pontos contrários ao exposto na questão 
anterior (Questão B). Assim, “multiplicar as opções de escolhas, distanciar-se da realidade 
um pouco antes de decidir” podem ser algumas das respostas. Nesse momento, ajude os 
estudantes a considerarem uma lista de tópicos sempre que precisarem tomar uma decisão 
como esta.
• Tome decisões, mesmo que sinta medo.
• Não há problemas em ser passivamente ativo; decidir esperar é uma decisão.
• Reserve um tempo para reflexão que seja igual ao tamanho da decisão; uma 
grande decisão requer mais tempo.
• Estabeleça um prazo-limite para chegar a uma decisão, caso não exista um 
prazo natural.
• Reúna muitas e muitas opções.
• Quem tem mais informações toma as melhores decisões.
• Declare objetivamente seus valores e tome decisões de acordo com eles.
• Decomponha suas decisões em partes menores.
• Determine as implicações financeiras da decisão.
• Consulte especialistas reais, com o coração de um professor.15
14 RAMSEY, D. Líder empreendedor. São Paulo: Novo Conceito Editora, 2014. p. 87. Tradução Ivar Panazzolo Júnior.
15 Idem. p. 97.
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano32
2º Momento
Na atividade em grupo “Paralisia total” (Anexo 3), peça para os estudantes se organizarem 
em duplas para a leitura do texto Decisões Libertadoras, para que possam discutir as questões 
propostas em seguida.
Na questão A, os estudantes são levados a refletir sobre a responsabilidade que as pessoas 
também assumem quando resolvem não tomar decisões necessárias. Pois, optar por “não 
decidir nada” já é uma decisão e isso traz consequências boas ou ruins sobre as quais temos 
que dar conta.
Na questão B, os estudantes são induzidos a reafirmar o que o próprio texto Decisões 
Libertadoras defende como ideia principal. É preciso explicar a eles que o sofrimen-
to causado pela indecisão é prolongado e muito mais penoso. Não ter a capacidade 
de determinação sobre as questões da própria vida implica frustrações por toda uma 
existência. Pessoas que não possuem poder decisório são infelizes porque se sentem 
frustradas, incapazes, vítimas etc.
Na questão C, os estudantes podem afirmar que o sentido para a própria vida está no simples 
fato de podermos escolher e decidir a própria vida – sermos protagonistas da própria vida. Ter 
consciência do que queremos e para onde vamos quando tomamos certas decisões. É preciso 
explicar aos estudantes que se quisermos chegar mais perto da nossa realização pessoal 
temos que tomar decisões que estejam de acordo com o que queremos alcançar.
De acordo com as respostas deles, você pode questionar, de maneira geral, quantos deles 
deixam as “águas correrem” – são levados pelas circunstâncias ou conformismo diante da 
própria vida.
Ao final, peça para que algumas duplas coloquem suas respostas para a turma. É impor-
tante proporcionar aos estudantes uma discussão mais ampla sobre os pontos levantados 
pelas questões. Caso necessário, você pode enriquecer as reflexões procurando saber dos 
estudantes o que eles acham das pessoas que tomam decisões, querem “mais” da própria 
vida e de si mesmas depois que algo ruim/experiência negativa as acometem ou sobre as 
pessoas que reclamam da vida e acham que mereciam viver numa realidade melhor, sem 
ao menos gerarem uma mudança positiva em si mesmas.
Por fim, peça para que todos reflitam sobre suas próprias ações/posturas e repensem o 
quanto estão fazendo escolhas e tomando decisões que contribuem para a realização dos 
seus Projetos de Vida – FELICIDADE.
Avaliação
Observe como os estudantes encaram o processo de decisão. É necessário perceber como 
eles confiam e acreditam em si mesmos, na capacidade que possuem em fazer escolhas 
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano 33
e de decidirem de acordo com o que querem e esperam do futuro – Sonhos (realização pes-
soal). Inicialmente, é muito válido analisar como todos demonstram lidar com as próprias 
emoções num processo de tomada de decisões difíceis. Assim, atente para a maneira como 
os estudantes, durante as discussões das atividades, mencionam algumas de suas frustra-
ções, perdas ou conquistas. Você pode notar que alguns estudantes possuem problemas de 
autoestima/autoaceitação e são muito autocríticos, o que torna muito doloroso o processo 
de tomada de decisões deles. Isso, porque, geralmente, a imagem negativa que eles têm de 
si mesmo o fazem desacreditar da assertividade de suas decisões – basta algo sair errado 
para logo pensarem assim. O processo de decisão torna-sealgo destrutivo e não saudável. 
Caso consiga identificar alguns desses estudantes procure nas próximas aulas melhorar a 
postura deles. 
Texto de apoio ao professor
A tomada de decisões passa, inevitavelmente, pela comparação entre seus próprios valores 
e os valores envolvidos naquela tomada de decisão específica. Como a adolescência é um 
momento em que os estudantes estão construindo sua lista de valores a partir de suas expe-
riências, o próprio processo de tomada de decisões também é parte da construção desta lista 
de valores, em um processo de reflexão e autoavaliação. Reflita sobre o texto abaixo, sobre a 
formação de valores: 
A FORMAÇÃO DE VALORES E A FORMAÇÃO DO PROTAGONISTA16
Como os jovens pensam sobre o que é certo e o que é errado? Isso foi explicado nos distintos 
termos das teorias psicanalítica, do desenvolvimento cognitivo e cognitivo-desenvolvimental, 
nas quais Sigmund Freud, Jean Piaget e Lawrence Kohlberg foram, respectivamente, os mais 
influentes nas últimas décadas. 
A adolescência é essa fase caracterizada pela construção de valores sociais e pela mani-
festação de interesse por problemas de caráter ético, social e ideológico. O adolescente 
aspira uma certa justiça e correção moral pela descoberta que a sociedade nem sempre 
reflete os valores de que ele defende. A ampliação da sua capacidade cognitiva de reflexão e 
abstração lhe permite construir hipóteses, enfrentar debates, contestar opiniões e ter uma 
posição muito própria da realidade. É típico do adolescente confrontar o “mundo adulto” na 
16 BARRETO, T. Org. Modelo Pedagógico. Os Eixos Formativos – Ensino Médio. 4 ed. 2020. Instituto de Corresponsabilidade 
pela Educação. p. 25-26.
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano34
expectativa de usufruir da autonomia e por isso muitas vezes ele contrapõe os seus valores 
aos do adulto, o que o leva a nem sempre acatar as regras e convenções sociais. 
À medida que os jovens se desenvolvem e alcançam níveis cognitivos mais elevados, tor-
nam-se capazes de pensamentos cada vez mais complexos sobre o que é certo ou não, de 
fazer julgamentos sobre seus atos ou controlar conscientemente seu comportamento em 
resposta às exigências morais. Essa capacidade revela a profunda mudança que ele opera 
quando fundamenta os seus julgamentos morais na sua crescente compreensão e atuação 
sobre o mundo social, elemento fundamental para o seu desenvolvimento e para a tomada 
de decisões que já iniciou fundamentada no seu conjunto de valores.
Na estante
VALE A PENA LER
Livro: Perdas Necessárias
Autor: Judith Viorst
Editora: Melhoramentos
Ano: 2005
Número de páginas: 384 
As perdas na vida são um tema universal. Não se referem apenas à morte 
das pessoas que amamos, às separações e às partidas, mas também à 
perda consciente ou inconsciente de sonhos românticos, expectativas impossíveis, ilusões 
de liberdade e poder. E ainda a perda de nosso próprio eu jovem, o eu que se julgava imune 
para sempre às rugas, invulnerável e imortal. Em Perdas Necessárias, Judith Viorst discute 
esse processo de despojamento que é a vida, reflete sobre nossas perdas constantes e nos 
ensina a alcançar a maturidade e o equilíbrio psicológico.17
17 Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?93c19a. Acesso em: 27 jan 2021.
 
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano 35
Em casa (Anexo 3)
Respostas e comentários
A atividade “O caminho das pedras” deve proporcionar aos estudantes uma 
reflexão sobre o gerenciamento das próprias emoções envolvidas num pro-
cesso decisório. Espera-se que eles consigam reconhecer que nem sempre 
conseguimos decidir o melhor e o certo, pois isso depende muito do nosso 
equilíbrio emocional, dos valores que colocamos em jogo na situação, da 
clareza que temos entre o que somos e queremos ser na vida, além das 
interferências do contexto que sofremos. É preciso que eles exponham que 
erramos e perdemos a todo instante na vida. Desde pequenos é exigido 
de nós a superação de algumas perdas, caso contrário ainda estaríamos 
mamando no peito das nossas mães. A forma como encaramos essa ques-
tão tem sentido com o quanto aprendemos a ser humildes e o quanto nos 
dispomos a aprender e crescer na vida. 
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano36
Anexo 1
ATIVIDADE EM GRUPO: PENSO, LOGO DECIDO!
Abaixo segue uma nova versão do conto Aladim e o Gênio da Lâmpada Maravilhosa escrita 
por Virgílio Vasconcelos Vilela,especialista em mapas mentais e Programação Neurolinguística. 
Leia o texto e discuta com os colegas de classe as questões que a seguem.
Aladim e a lâmpada maravilhosa 2001: Um gênio diferente, um final surpreendente18
Aladim caminhava por uma viela estreita e escura quando um cálido brilho no chão chamou 
sua atenção. Aproximando-se, viu que era uma lâmpada. Estava a olhá-la por vários ângulos 
quando viu sob a poeira algo que parecia ser algum escrito. Passou a mão no local e subi-
tamente uma grande luz branca começou a surgir do bico da lâmpada. Aladim assustou-se 
e deixou cair a lâmpada, enquanto uma grande forma humana masculina ia se formando 
no espaço antes vazio. Em vez de terminar em pés, suas pernas se afunilavam na direção 
do bico da lâmpada. A forma, algo fantasmagórica, flutuava envolta por uma aura oscilante. 
Antes que Aladim pudesse sequer avaliar a situação, a forma disse com voz grave e firme:
— Sou o Gênio da Lâmpada, e você tem direito a um desejo.
Recobrando-se, Aladim compreendeu logo a situação e, sem questionar por que era um só 
desejo, já ia dizendo algo quando o Gênio continuou:
— Mas há três condições.
Três condições? Onde já se viu gênio ter condições para atender desejos? Aladim conti-
nuou ouvindo.
— Primeira condição: o que quer que você deseje, deve se realizar antes em sua mente. 
Aladim já ia perguntar o que isto queria dizer, mas o Gênio não deixou:
— Segunda condição: o que quer que você deseje, deve desejar integralmente, sem conflitos. 
Desta vez, Aladim esperou.
— Terceira condição: o que quer que você deseje, deve ser capaz de continuar desejando 
para continuar a ter.
Aladim, ansioso por dizer logo o que queria, fez o primeiro desejo assim que pôde falar:
18 VILELA, V. V. Aladim e a lâmpada maravilhosa 2001 - Um gênio diferente, um final surpreendente. Disponível em: 
icebrasil.org.br/surl/?65008c. Acesso em: 20 de dezembro de 2020.
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano 37
— Eu quero um milhão de dólares!
— Já se imaginou tendo um milhão de dólares?
Aladim agora entendera o que queria dizer a primeira condição. Na mesma hora vieram 
à sua mente imagens de si mesmo nadando em dinheiro, comprando muitas coisas. Mas 
ao se imaginar, questionou-se se teria que compartilhar parte do dinheiro com pobres ou 
outras pessoas. Aí entendeu a segunda condição, e percebeu que seu desejo não poderia 
ser atendido.
Aladim então buscou então algum desejo que poderia ter sem conflitos. Pensou, pensou, 
buscou e por fim disse ao Gênio:
— Senhor Gênio, eu quero uma companheira bela, sábia e carinhosa. Aladim tinha se ima-
ginado com uma mulher assim e sentiu que aquilo ele queria de verdade, sem qualquer 
conflito. O Gênio fez um gesto e de sua mão saiu um feixe de luz esverdeada na direção do 
coração de Aladim. Este teve uma alucinação, como um sonho, de viver com uma mulher 
bela, sábia e carinhosa por vários anos. E viu-se então enjoado, não a queria mais depois 
de tanto tempo. Voltando à realidade, Aladim lembrou-se das cenas e viu que aquele desejo 
também não poderia ser atendido. Entristeceu-se, pensando que jamais poderia querer e 
continuar querendo algo sem conflitos.
Algo aparentemente aconteceu. O rosto de Aladim iluminou-se, e ele se empertigou todo 
para dizer ao Gênio que já sabia o que queria.
— Sim? – O Gênio foi lacônico. Aladim completou, em um só fôlego:
— Eu desejo que você me dê à capacidade de realizar os desejos queeu imaginar em minha 
mente, sem conflitos!
Algo inesperado aconteceu: o Gênio foi se soltando da lâmpada, formaram-se duas pernas 
completas no seu corpo e ele desceu devagar até finalmente se apoiar no chão, em frente a 
Aladim, que o olhava com um ar interrogador.
— Obrigado, disse o Gênio, sorridente. Estava escrito que eu seria libertado quando alguém 
pedisse algo que já tivesse!
Pontos para discussão com os colegas:
a) Em linhas gerais, qual é a sua interpretação sobre o que aborda esta versão 
do conto?
b) Sobre a primeira e a segunda condição determinada pelo gênio, qual é a relação 
que se pode estabelecer entre: Decisões x Desejos x Conflitos?
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano38
c) Como você entende o mecanismo de tomada de decisão que se dá entre os 
seus pensamentos e seus sentimentos?
1. Agora, assim como Aladim, imagine que você pode formular um desejo ao gênio da lâm-
pada. Qual seria o seu desejo?
2. Tomando como pressuposto que o seu desejo exposto na questão anterior não possa se 
realizar nesse dado momento, cite três escolhas distintas que você seja capaz de realizar 
nesse mesmo momento:
Opção 1:
Opção 2:
Opção 3:
Para refletir
(...) Quando as pessoas imaginam que não podem contar com uma opção, elas 
são forçadas a mover seu holofote mental para outro lugar – e movê-lo bastante 
–, muitas vezes pela primeira vez em muito tempo (em contrapartida, quando 
as pessoas são solicitadas a “pensar em outra opção”, em geral se limitam, sem 
muito entusiasmo, a mover o holofote apenas alguns centímetros, sugerindo 
apenas uma pequena variação de uma alternativa existente).
O velho ditado “A necessidade é a mãe da invenção” parece se aplicar a esse 
caso. Enquanto não formos forçados a nos sair como uma nova opção, provavel-
mente nos ateremos às opções que já temos (...).19
19
19 CHIP, H. Gente que resolve: Como fazer as melhores escolhas em qualquer momento da sua vida. Tradução Cristina 
Yamagami. 1 ed. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 54.
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano 39
Anexo 2
ATIVIDADE INDIVIDUAL: CHECKLISTCHECKLIST
Ainda quando crianças vamos adquirindo aos poucos a nossa independência. Com alguns anos 
de idade se torna cada vez mais fácil comer sozinho, amarrar o cadarço do sapato e até subir 
sem ajuda de ninguém naquele brinquedo alto do parque. Essas conquistas acontecem numa 
velocidade tão grande que a nossa imaturidade não nos deixa percebê-las. À medida que nos 
aproximamos da adolescência passamos a entender que essa independência tem relação com 
aquilo que queremos ou necessitamos. Rapidamente lutamos por querer decidir e escolher 
livremente tudo que diz respeito a nossa vida. Porém, nem sempre sabemos a melhor maneira 
e momento para fazer isso. A respeito disso, cite nos itens abaixo:
a) Duas coisas importantes que devemos considerar antes de tomar qualquer 
decisão:
b) Quatro coisas que porventura prejudicam você na clareza das suas decisões:
c) De acordo com o que você respondeu na questão anterior, cinco coisas que 
você poderia fazer para tomar decisões acertadas em sua vida ou para ser 
mais confiante em suas escolhas?
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano40
Anexo 3
ATIVIDADE EM GRUPO: PARALISIA TOTAL
A partir da leitura do texto que segue, discuta com o seu colega as seguintes indagações:
a) não decidir nada já é uma decisão?
b) o peso da indecisão é maior que a mais dolorosa das decisões?
c) quem não toma decisões dificilmente terá o controle da própria vida?
Texto: Decisões Libertadoras20
(...) Muitas das suas decisões não serão certeiras. Você cometerá erros. O presidente John 
F. Kennedy disse: “Há custos envolvidos em um programa de ação, mas eles são muito 
menores do que os riscos e custos de longo prazo envolvidos no conforto da falta de ação”.
Você vai descobrir que decisões são libertadoras. O paradoxo é que algumas das pessoas 
mais estressadas do planeta são aquelas que estão paralisadas pela indecisão. (...) Você 
consegue visualizar uma cena do filme Coração Valente, em que William Wallace ficaria na 
frente do seu bando de guerreiros sujos e esfarrapados, retorcendo as mãos em meio à 
indecisão, andando de um lado para o outro, preocupado em decidir se deveria atacar ou 
não? Você consegue imaginar o medo que eles sentiriam?
21 
20 RAMSEY, D. Líder empreendedor. São Paulo: Novo Conceito Editora, 2014. p. 97. Tradução Ivar Panazzolo Júnior.
21 Idem. p. 87.
Para refletir
“Tito disse: ‘Nós tememos as coisas na mesma proporção em que as igno-
ramos.’”21
Todo processo que envolve a tomada de decisões – e o Projeto de Vida é um 
caminho pavimentado pela tomada de decisões constantes – exige uma boa 
dose de coragem. Ao contrário do que vulgarmente se pode pensar, o exercício 
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano 41
da coragem não está associado a uma exposição desnecessária ao risco: toda 
tomada de decisão deve se basear em uma análise criteriosa dos elementos 
dos quais dispomos para análise da situação, e a partir deles deve ser cons-
truída nossa decisão. Mesmo assim, a coragem é fundamental. Sem coragem, 
não se pode nem mesmo dar o primeiro passo de uma caminhada. Em termos 
de Habilidades Socioemocionais, a coragem está relacionada a um conjunto 
de habilidades que muitas vezes se confundem com ela, e que eventualmente 
podem ser por ela resumidos: bravura, determinação, confiança, persistência, 
entusiasmo, inspiração, energia, vigor. No trecho a seguir, extraído de Educação 
em Quatro Dimensões: As competências que os estudantes devem ter para atin-
gir o sucesso,22 temos uma definição bastante funcional sobre a coragem, e sua 
importância no processo de tomada de decisões:
“A coragem pode ser considerada como a habilidade de agir apesar do medo ou 
incerteza, em situações de risco, ou quando nos sentimos vulneráveis. A coragem 
pode levar a extremos, com consequências devastadoras, mas uma dose saudável 
de coragem é bastante útil para a vida profissional, social e pessoal. 
Um exemplo profissional mencionado com frequência é o empreendedorismo. 
Mesmo alguns estudos não identificando os empresários como tomadores de 
riscos significativos em medições de autoavaliação, eles foram considerados 
corajosos: 
... análises multivariadas mostraram que os empresários categorizaram cenários de 
negócios ambíguos mais positivamente que outros sujeitos, e análises univariadas 
mostraram que essas diferenças perceptivas foram consistentes e significativas – 
isto é, os empresários perceberam mais pontos fortes do que pontos fracos, mais 
oportunidades do que ameaças e a possibilidade de melhorar o desempenho em vez 
da deterioração nos cenários de negócios. 
Na verdade, um estudo descreve falhas organizacionais como consequências de 
“falhas de coragem”, pois nenhuma das pessoas responsáveis agiu para evitá-las.
Sabe-se bem que adolescentes se arriscam mais do que crianças ou adultos, 
assim como os homens mais do que as mulheres. Além disso, a capacidade da 
coragem não é fixa, pois pode ser desenvolvida por meio de experiências de 
aprendizado apropriadas. 
A coragem pode ser considerada uma experiência subjetiva, em que um indivíduo 
supera o medo e opta por agir mediante a incerteza. Na mentalidade corajosa, 
existem três traços intrapessoais positivos que a pessoa deve desenvolver para 
“soltar o nó que uma emoção negativa estabelece na mente e corpo da pessoa ao 
desmantelar ou desfazer a preparação para uma ação específica.” Esses traços 
são: abertura à experiência, consciência e estratégias de autoavaliação que pro-
movem a autoeficácia.
22 
22 FADEL, C. BIALIK, M. TRILLING, B. Educação em Quatro Dimensões: As competências que os estudantes devem ter 
para atingir o sucesso. Center for Curriculum Redesign. Boston, 2015. p. 125-126.
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano42
Em casa
O caminho daspedras 
1. Escreva um texto dissertativo sobre a coragem necessária para a tomada 
de decisões e a necessidade de estarmos preparados para eventualmente 
errar quando tomamos decisões.
Referência Iconográfica
Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?411dd9. Acesso em: abr 2021.
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano 43
Aulas 24 e 25 
Gerar e gerir: do sonho ao plano 
Começar a construção de um projeto tem a ver com permitir a existência de seus sonhos. 
Como sabemos, sonhos e desejos são substâncias que habitam uma dimensão pessoal, 
mas nem sempre é fácil garantir que eles existam. Muitas vezes não nos permitimos tê-los, 
outras vezes circunstâncias fora de nós nos fazem acreditar que não podemos cultivá-los. 
Ter sonhos é diferente de cultivá-los. Alguém pode ter um sonho e deixá-lo ficar ali, quieto 
e latente, dentro de uma gaveta dessa dimensão pessoal, e ele nunca será mais do que 
apenas um sonho. Isso certamente será uma perda, pois sonhos são sementes que preci-
sam ser cultivadas. E, principalmente, sementes que precisam ser tratadas com dedicação. 
Cada ação implementada em direção à construção do seu Projeto de Vida é uma ação de 
cultivo dessas sementes. E cada ação, desde o primeiro passo, é, como vimos nas aulas 
anteriores, resultado de decisões. Durante o desenvolvimento de seu Projeto de Vida você 
deve perceber o quanto de empenho pessoal é preciso para ver seu sonho virar plano e o 
plano virar feito. E virar fato! As duas palavras são parecidas pois têm a mesma raiz latina. 
E já que é preciso tanto empenho na condução de seu Projeto de Vida, é preciso garantir 
que esse empenho todo não se desperdice por motivos que podem ser evitados ao lon-
go do caminho. Não basta gerar, é preciso – mais palavras parecidas! – gerir. Assim, essa 
aula trata de ferramentas de gestão de projetos. Ao longo dos tempos, o acompanhamento 
sistemático das tarefas realizadas pelo homem vem se aprimorando, com avanços mais 
significativos a partir da segunda metade do século XX, principalmente a partir das neces-
sidades da indústria e da ciência. Aos poucos, esses instrumentos de gerenciamento de 
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano44
projetos foram sendo disseminados em praticamente todas as atividades humanas organi-
zadas, proporcionando melhores resultados e maior confiabilidade nos processos. É desse 
universo que vamos falar nessa aula: do uso das ferramentas de gestão de projetos como 
apoio à tomada de decisões.
Objetivos Gerais
• Conhecer conceitos de gestão de projeto aplicáveis ao projeto de vida;
• Refletir sobre a necessidade de adotar estratégias de gestão de projeto ao longo 
de seu projeto de vida como base para os momentos de tomada de decisão.
Roteiro
ATIVIDADES 
PREVISTAS
DESCRIÇÃO
PREVISÃO 
DE DURAÇÃO
Atividade indi-
vidual: Gerar 
e gerir. Onde 
começar?
Leitura e reflexão sobre métodos de gestão 
de projetos em relação ao Projeto de Vida.
45 minutos
Atividade em 
dupla: Pondo 
ordem na casa.
Dinâmica em grupo para avaliação cruzada 
de expectativas de resultados.
40 minutos
Avaliação. Debate sobre os conteúdos acumulados. 5 minutos
Orientações para as atividades
ATIVIDADE INDIVIDUAL: GERAR E GERIR. ONDE COMEÇAR?
Objetivos
• Raciocinar sobre métodos de gestão de projetos em geral, de forma simplificada;
• Compreender a importância de aplicar estratégias de gestão ao seu Projeto 
de Vida;
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano 45
• Identificar quais as necessidades específicas de gestão do seu projeto de 
vida e como podem servir de apoio na tomada de decisões.
Desenvolvimento
A atividade “Gerar e gerir. Onde começar?” (Anexo 1) se propõe a apresentar ao estudante 
um elenco inicial de categorias de gestão segundo conceitos amplamente difundidos no meio 
empresarial e nas demais atividades que demandam gestão profissional de projetos. Ainda 
que seja preciso garantir um cuidado técnico nas informações apresentadas, devemos sem-
pre lembrar que estes são conteúdos destinados ao Projeto de Vida, e que este se desenvolve 
no âmbito do Ensino Médio. Assim, devemos sempre adaptar os conceitos mais complexos 
(acadêmicos ou de gestão empresarial) à realidade do estudante e às suas necessidades. 
Conteúdos muito técnicos ou complexos, naturalmente enfadonhos até para entusiastas do 
tema, precisam de uma mediação para adaptação à aula. Como nessa altura do conteúdo 
os estudantes ainda não se depararam com ferramentas do universo da gestão, como o mo-
nitoramento do Plano de Ação e a matriz FOFA (explicada no texto de apoio ao professor), a 
atividade que utiliza matrizes serve como preliminar e demanda uma explicação breve sobre 
o conceito, o que não inviabiliza a percepção das categorias: Forças, Oportunidades, Fraque-
zas e Ameaças, de compreensão muito intuitiva.
A partir da leitura do texto referencial sobre Gestão de Projetos (Anexo 1) e as categorias 
de gestão de projetos mencionadas pelo SEBRAE, o estudante deve atender às demandas 
enunciadas, relacionando as categorias de gestão de projetos às características específicas 
de seu Projeto de Vida, avaliando a relevância de cada categoria. A partir da elaboração de 
uma breve análise FOFA / SWOT de seus Projetos de Vida em relação a cada categoria, os 
estudantes deverão considerar quais os benefícios específicos que a gestão de projetos tra-
ria – para cada uma delas – ao Projeto de Vida de cada um, preenchendo esses resultados 
em tabela indicada. O professor pode mencionar que essa atividade utiliza uma possibilidade 
específica de raciocínio a respeito da Gestão de Projetos, mas que existem outras metodo-
logias, mais ou menos difundidas, algumas específicas para determinado setor de atividade 
produtiva, e recomendar uma pesquisa adicional caso considere que há interesse.
Avaliação
Para que a atividade – que deve ser, de fato, individual – não seja introspectiva, o professor 
deve acionar resultados intermediários a meio tempo da atividade, estimulando os estudantes 
a compartilharem suas categorias de relevância, justificarem, se houver tempo, e então conti-
nuarem o preenchimento da tabela. Assim, apesar do desenvolvimento ser individual, o com-
partilhamento de impressões é fundamental para a avaliação da compreensão dos conteúdos 
da aula. É importante que o estudante perceba a instrumentalização das categorias de gestão 
em seu Projeto de Vida, com foco no apoio à tomada de decisão. Portanto, a caracterização 
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Novo Ensino Médio • 1º ano46
dos benefícios em termos de decisões tomadas a partir do raciocínio é aspecto importante 
para conclusão da atividade. O professor pode ainda ressaltar, quando oportuno, o caráter 
balizador da gestão de projetos como mais uma das fontes de informação que permitem ao 
estudante decidir de forma orientada, segura e informada, ao longo tanto do desenvolvimento 
do projeto quanto de sua implementação. Enquanto os estudantes debatem em dupla para 
definir em conjunto as informações solicitadas, percorrendo um aspecto para cada uma das 
quatro categorias, em relação aos dois Projetos de Vida, cada um deve preencher a tabela da 
atividade com suas considerações. É recomendada uma rodada de troca de experiências fi-
nais, com atenção à eventual prevalência de aspectos semelhantes e percepção de diferenças 
de relevância, dada a natureza particular de cada Projeto de Vida. As discussões podem ser 
estimuladas para percepção de que cada Projeto de Vida, no final de contas, vai coexistir com 
outros projetos no mundo.
ATIVIDADE EM DUPLA: PONDO ORDEM NA CASA
Objetivos
• Identificar perguntas e modos de avaliação relevantes em gestão de projetos;
• Refletir sobre avaliação adequada às necessidades do seu projeto de vida;
• Refletir sobre como a gestão de projetos pode direcionar suas decisões no 
projeto de vida.
Desenvolvimento
A atividade se baseia

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