Após ouvir vários relatos do jovem Manoel Brito da Costa sobre suas conversas com os animais, o técnico em enfermagem do Centro de Atenção Psicossocial de Picuí (CAPS), Martinho Sérgio Casado, decidiu colocar essas histórias em um livro, para que todos tivessem acesso ao talento do jovem Manoelzinho, como é mais conhecido. As histórias do jovem que conversa com os animais deu origem ao livro “As Histórias de Manoel Brito da Costa”. O livro foi lançado nesta quinta-feira (30), na sede do CAPS. Filho de agricultores, Dona Maria de Lourdes e Seu Damião, Manoelzinho é usuário do CAPS desde a sua fundação, no ano de 2009. O livro surgiu após o jovem externar o desejo de escrever suas histórias para que as mesmas fossem contadas em escolas e ambientes públicos. Ao tomar conhecimento deste sonho, o técnico em enfermagem Martinho Sérgio abraçou a causa e junto com a equipe do Centro realizou o sonho do jovem contador de histórias. “Eu percebi os animais conversando, brincando, aí eu disse para Martinho: ‘Olha, Martinho, eu estou ouvindo os animais falando um com o outro’, aí eu disse a Martinho que ia escrever um livro. Aí eu fui contando as histórias que eles contavam e Martinho escreveu”, relatou Manoelzinho. Com as histórias em um livro, chegou o dia do lançamento. Ao lado dos seus pais, Manoelzinho acolheu os visitantes e autografou todos os livros que eram vendidos. O lançamento foi realizado na manhã desta quinta-feira (30), na sede do CAPS de Picuí, e contou com a presença de colegas, parentes e visitantes. Martinho Sérgio conta como capturou as histórias e as transformou em um livro. “Um dia ele manifestou o desejo de fazer um livro com o conteúdo lúdico para crianças, então eu comecei registrar as histórias no celular e algumas delas já estavam escritas em um caderno que ele mesmo escreveu. Registramos o livro em cartório e os pais assinaram um termo autorizando a publicação do mesmo”, declarou. Além do escritor Manoel Brito, o Centro de Atenção Psicossocial de Picuí tem talentos na pintura e no artesanato. Em breve, destaca o técnico em enfermagem, será lançado outro livro, desta vez será de um pintor, que também é usuário do CAPS. “Já temos o projeto para fazer o livro de um pintor, vamos tentar fazer o segundo livro só com pinturas. Vamos aproveitar toda essa potencialidade para expor que o usuário tem capacidade, talento, criatividade, são inteligentes e mostrar para a sociedade que não é uma pessoa que está trancada só esperando alguém dar um remédio e pronto. O mundo deles não é esse, é um mundo aberto como qualquer outro cidadão”, destacou.