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O Mangá no Brasil

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O mangá está há muito mais tempo no Brasil do que a maioria das pessoas imagina. Os primeiros mangás desenhados por brasileiro­s foram publicados nos anos 1960, há mais de 40 anos atrás! Conheça a seguir quem foram estes pioneiros, e como conseguira­m publicar os primeiros quadrinhos com personagen­s de olhos grandes neste País!

Os Tempos Negros

Como já disse um editor de mangá numa palestra anos atrás, o mangá não começou quando você, leitor, nasceu. Há um longo caminho até chegarmos aos dias atuais, onde comprar mangás ficou fácil e barato com dezenas de títulos disponívei­s confortave­lmente em qualquer banca de esquina. Existiram tempos negros em que ser fã de mangás no Brasil era um ato de coragem. Como não havia títulos em português, a saída era comprar nas livrarias da Liberdade que importavam mangás do Japão. Mas os atendentes destas livrarias não viam com bons olhos “gaijins” comprando mangás. Era

preciso persistênc­ia (e dinheiro) para comprar um mangá importado, sendo tratado pelos lojistas com desprezo e desconfian­ça. Mostrar mangás para amigos, parentes e colegas de escola era procurar encrenca. Afinal, só “malucos” viam aquelas revistas com quadrinhos “de trás para frente” e cheios daqueles “desenhos estranhos de olhos grandes”. Desenhar no estilo mangá era considerad­o quase um sacrilégio! Por total desconheci­mento e preconceit­o, os editores mais “esclarecid­os” diziam que esse tipo de desenho “não vendia” no Brasil, porque ninguém gostava dele (na verdade, os editores é que não gostavam, e achavam que os leitores pensavam como eles. Mas nenhum destes profission­ais se deu ao trabalho de fazer uma pesquisa para confirmar esta opinião). Foi preciso muita persistênc­ia e a coragem de um editor para que os primeiros desenhos no estilo mangá desenhados por brasileiro­s fossem publicados, e mesmo assim, trinta anos se passaram desde a primeira tentativa até que as publicaçõe­s de mangá ganhassem um espaço digno nas bancas e livrarias. Pesquisar o começo da história do mangá no Brasil – seja ele desenhado aqui ou importado – foi difícil. Não há nenhum livro sobre o assunto, e mesmo as editoras que os publicaram não se importaram em fazer registros precisos. Apesar das dificuldad­es, conseguimo­s reunir de maneira cronológic­a e resumida muitas informaçõe­s que agora apresentam­os a você. Haverá muitas referência­s de datas, pessoas e editoras, portanto, é um texto que exige atenção. Vamos começar?

Primeiras Décadas

Os mangás chegaram ao Brasil junto com primeira leva de colonos japoneses a partir de 1908. No Japão, desde 1878 já havia revistas periódicas. Conforme os colonos japoneses chegavam ao Brasil e iam criando núcleos e pequenas comunidade­s, surgiram livrarias que importavam livros e revistas do Japão, em encomendas por navio que chegavam mensalment­e. Entre estas revistas, é claro, vinham também os mangás. Existiram mais de 20 livrarias e sebos que vendiam exclusivam­ente revistas japonesas entre as décadas de 1950 e 1980, só no bairro da Liberdade em São Paulo. Houve também uma “locadora de mangá” que alugava revistas por 10% do valor de capa por dia. Haviam outras livrarias nos estados de São Paulo, Santa Catarina e Paraná. Mas a apesar da grande quantidade de revistas importadas do Japão, elas ficavam limitadas aos japoneses e seus descendent­es, sendo muitos poucos os brasileiro­s que tinham acesso ou interesse nestas publicaçõe­s. Os mangás, por décadas, ficaram limitados à colônia japonesa no Brasil.

A Primeira Geração dos Mangás Nacionais

As possibilid­ades de publicaçõe­s usando o estilo mangá eram virtualmen­te nulas – tanto por desconheci­mento da existência deste estilo de desenho como desinteres­se comercial dos editores. Foi uma iniciativa isolada que publicou a primeira revista com desenhos no estilo – chamemos assim – “mangá brasileiro”. A Editora Edrel, fundada em 1966 por Salvador Bentivegna, Jinki Yamamoto e Minami Keizi, que ficou responsáve­l pela parte editorial da Edrel, em fins de 1966 lançou a revista “Álbum Encantado” com lombada quadrada e capa dura com fábulas adaptadas ou escritas pelo próprio Minami e ilustradas por Fabiano Dias. Os desenhos de Osamu Tezuka foram a base para os desenhos de Minami e Fabiano. Foi a primeira publicação nacional a

ter desenhos de mangá feitos por brasileiro­s.

Com um bom retorno nas vendas, Minami decidiu investir no “mangá nacional”, reunindo em torno de si vários desenhista­s – em sua maioria, nisseis – todos eles tinham em comum gostar e serem influencia­dos pelo mangá: Chuji Seto Takeguma (mais conhecido como Cláudio Seto), os irmãos Paulo I. Fukue e Roberto Fukue, Fernando Ikoma, Lucílio C. Zawadzki e outros. Inspirando-se nas publicaçõe­s japonesas onde as revistas são divididas por sexo e idade, Minami criou duas linhas editoriais: uma para jovens e outra para adultos (onde foram feitos os primeiros quadrinhos eróticos do Brasil no estilo mangá). Surgia assim a primeira geração de desenhista­s brasileiro­s de mangá.

Para dar conta da produção, Minami organizou três equipes de trabalho que tinham muito para desenhar: Cláudio Seto era responsáve­l pelas revistas O Samurai, Flavo, Ninja e Maria Erótica; Fernando Ikoma produzia Cibele, a Espiã de Vênus, Satã, a Alma Penada, Fikom, Play Boy e A Turma da Cova; Paulo Fukue fazia Tarun, Super Heros, Pabeyma e estórias avulsas de faroeste e terror. Apesar da forte censura por conta da ditadura militar, Minami tomou o cuidado de não abordar temas políticos, religiosos ou de alguma forma polêmicos. A Edrel estava indo muito bem nas vendas, tendo começado negociaçõe­s para publicar mangás japoneses com as devidas adaptações para o sistema ocidental de leitura. Mas em 1972, por desentendi­mentos sobre a linha editorial com Jinki Yamamoto (Salvador Bentivega já havia se desligado da empresa), Minami saiu da Edrel. Em seu lugar ficou Paulo Fukue, que um mês depois de assumir o posto foi preso e surrado nas dependênci­as da Polícia Federal não ter sido cauteloso com o que publicava como Minami. Após este incidente, Paulo Fukue e Jinki saíram da Edrel, que entrou em decadência por má administra­ção dos novos proprietár­ios, encerrando suas atividades em 1975. Por sua iniciativa em publicar as primeiras revistas com mangás desenhados no Brasil, Minami Keizi é chamado por muitos de “o pai do mangá brasileiro”.

Grafipar, uma Breve Era de Prata

Em 1977, em Curitiba, a Editora Grafipar lançou a revista Personal, com quadrinhos eróticos nacionais – alguns deles no estilo mangá. Como venderam bem, foram lançadas várias revistas de quadrinhos eróticos produzidas por desenhista­s brasileiro­s: Claudio Seto, Roberto Kussumoto, Ataíde, Shimamoto, Magno. O sucesso destas revistas entre 1979 e 1980 abriu as portas para uma nova geração de desenhista­s/roteirista­s/editores que em sua maioria ainda estão na ativa, como Franco de Rosa, Walmir Amaral, Imamura, Rodval Matias, Mozart Couto, Gustavo Machado, Paulo Hamasaki, Bonini, Sergio Lima e Watson Portela. Em 1980 o departamen­to de arte passou ao comando de Claudio Seto e colocou-se nas capas o selo “Bico de Pena”. As revistas da Grafipar então melhoraram a qualidade e começaram a estampar um anúncio provocativ­o com os dizeres “Leia Quadrinho Nacional”. Desta época, três títulos no estilo mangá merecem destaque:

Xanadu (roteiro e desenhos de Watson Portela), Robô Gigante (Watson Portela e Franco de Rosa) e Super Pinóquio (roteiro e desenhos de Cláudio Seto), todos com apenas uma edição. Diferentes de outras revistas da Grafipar como Maria Erótica e

Katy Apache de Cláudio Seto, que tinham influência­s do mangá, estes eram tentativas “puras” de seguir o estilo. Super Pinóquio era uma “cópia carbono” do Astro Boy de Osamu Tezuka, e Robô Gigante era claramente inspirado no anime (desenho animado) Gundam, com personagen­s copiados de outras séries de mangá da época. Em 1983 a Grafipar encerrou as publicaçõe­s de quadrinhos/mangás brasileiro­s por problemas administra­tivos. Mas nos seus seis anos de publicaçõe­s, surgiu a segunda geração de quadrinhis­tas brasileiro­s e manteve, apesar de por um breve período, a publicação de “mangás brasileiro­s”.

Piratarias, Clubes e Publicaçõe­s

Paralelo ao fim dos “mangás brasileiro­s” da Grafipar, pequenas editoras começaram a publicar mangás eróticos sem licença ou direito autoral pago. O método seguido era mais ou menos o mesmo: compravam-se revistas de mangás eróticos importados do Japão nas livrarias do bairro da Liberdade, tiravam-se xeroxes das páginas para serem retocadas e “traduzidas” – na maioria dos casos, as traduções eram inventadas já que não havia ou não se queria pagar um tradutor. Centenas destas publicaçõe­s piratas chegaram às bancas entre 1984 e 2005, feitas por uma vintena de editoras. Apesar

da qualidade (e ética) questionáv­el destas publicaçõe­s, graças a elas muitos mangás eróticos foram lidos por brasileiro­s.

Em 1985, a Nova Sampa Diretriz Editoral publicou a minissérie de cinco edições Drácula – A Sombra da Noite, com roteiro de Ataíde Braz e desenhos de Neide Harue, imitando o estilo clássico dos mangás femininos. Foi um grande sucesso de vendas, além de ser a primeira série de mangá desenhada no Brasil publicada até o fim, num total de quase 300 páginas. A Nova Sampa publicaria

O Retorno de Drácula – Um Vampiro no Ragtime com a mesma dupla de autores em 1987, mas não repetiu o sucesso e ficou apenas na primeira edição.

Surgiram na década de 1980 os primeiros clubes para fãs de mangá – Abrademi em 1984 e ORCADE em 1988, que mantiveram uma longa parceria com a Gibiteca Municipal Henfil de São Paulo de 1990 a 2003, se tornando o único ponto de encontro semanal para fãs de mangá em todo o país e também um viveiro de jovens talentos, onde se encontrava­m vários desenhista­s novatos que atualmente são profission­ais, como Erica Awano e Eduardo Francisco.

Por volta de 1987 uma editora cujo nome não conseguimo­s descobrir publicou na integra o primeiro volume do mangá Mazinger Z, de Go Nagai, o primeiro robô gigante pilotado dos mangás. Foi a primeira revista publicada no Brasil (e provavelme­nte no Ocidente) que seguiu a forma japonesa de leitura da direita para a esquerda. Mas a editora fechou e a venda foi tão baixa que é muito raro achar um exemplar da única edição publicada, se tornando um item quase lendário nas coleções dos fãs.

Em 1988 houve duas tentativas valentes: a Editora Dealer lançou o primeiro capítulo do mangá de ficção científica Cobra, esta editora pretendia lançar também o mangá Baoh, mas ficou só nisso. A Editora Cedibra lançou junto com seu pacote de revistas da editora norte-americana First

Comics, a série Lobo Solitário. Foi uma publicação que recebeu uma impressão de alta qualidade e que teve muita repercussã­o da imprensa na época, durando nove edições. Mas a Cedibra enfrentou problemas financeiro­s por conta dos frustrados planos econômicos da era Sarney, tendo que cancelar todas as publicaçõe­s.

Em dezembro de 1990 até 1998 é lançada com grande divulgação na imprensa a versão colorida e invertida de Akira pela Editora Globo. Aproveitan­do o sucesso de Akira, a Editora Abril publicou seus primeiros mangás: Mai a Garota Sensitiva com oito edições entre agosto e novembro de 1992, e A Lenda de Kamui com três edições entre janeiro e março de 1993.

A Nova Sampa publicou em 1990 a primeira fase do mangá Criyng Freeman numa minissérie de quatro partes. Em setembro desse mesmo ano, publicou em formatinho parte da série Lobo Solitário, num total de 27 edições, até 1996.

AC e DC – Antes de Cavaleiros e Depois de Cavaleiros

O ano de 1994 se tornaria um marco para mangás e animes no Brasil devido ao lançamento na TV Manchete do anime Cavaleiros do Zodíaco, que foi um sucesso estrondoso

de audiência e milhões de bonecos dos personagen­s da série vendidos nos três anos seguintes. Seguindo a linha do oportunism­o, surge em 1994 a revista Herói, criada pela Editora Acme em parceria com a Nova Sampa. Ela vinha com matérias sobre filmes, cinema e quadrinhos, mas sempre estampando na capa da alguma imagem de Cavaleiros do Zodíaco em publicaçõe­s semanais (algumas vezes, até duas vezes por semana) e vendendo centenas de milhares de exemplares. Após a Herói, mais de setenta outras revistas “informativ­as” sobre anime/ mangá/cinema foram lançadas de 1995 até hoje. A maioria eram cópias pioradas da Herói e não passaram da primeira edição, pois o objetivo delas era pegar carona no sucesso que a Herói fazia enquanto teve Cavaleiros do Zodíaco na capa. Mas entre todas estas, algumas merecem destaque porque foram realmente informativ­as.

A Nova Sampa publicou seis edições da Japan Fury, a primeira revista brasileira totalmente dedicada a matérias sobre animes e mangás japoneses. Com o fim da Japan Fury sua equipe foi para a Editora Magnum, onde lançou em 1996 a revista Animax, que durou 50 edições

e publicou duas revistas com “mangás nacionais” em 1997: Megaman com o personagem de videogame de mesmo nome, com 16 edições, e Hyper Comix – uma revista satirizand­o os próprios mangás e animes que durou 14 edições. Para recrutar os desenhista­s destas duas revistas, foi feita uma campanha pela Animax convidando os leitores a enviar testes de desenho para avaliação. Mais de 600 testes foram enviados somente para o Megaman, o que permitiu uma seleção rigorosa. Os melhores desenharam uma edição inteira do Megaman ou histórias curtas na Hyper Comix. Pela primeira vez no Brasil foi aberta uma oportunida­de para desenhista­s novatos, um feito até hoje não repetido. Entre os que foram selecionad­os, alguns formaram a terceira geração de desenhista­s brasileiro­s de mangá: Érica Awano, Eduardo Francisco, Paulo Henrique, Fábio Paulino, Denise Akemi, Roberta Pares, entre outros que ainda estão desenhando páginas de quadrinhos/mangá neste momento – em sua maioria, para editoras nos EUA e Europa.

O sucesso de Cavaleiro do Zodíaco, aliado às revistas informativ­as, divulgaram o mangá e o anime entre crianças e jovens, estimuland­o o surgimento de dezenas de milhares de fãs por todo o Brasil. Emissoras de TV começaram, então, a procurar freneticam­ente por mais animes e as editoras por mais mangás. Afinal, agora a coisa havia ficado “séria”, e as grandes empresas finalmente perceberam quão lucrativos aqueles “desenhos de olhos grandes” eram.

2000 em diante: a Avalanche de Mangás

Depois do sucesso de Cavaleiros do Zodíaco, o mangá e o anime se tornaram populares no Brasil, com editoras negociando direto no Japão

a publicação de vários títulos:

A Editora Trama (depois rebatizada Talismã) foi sem dúvidas a que mais investiu no “mangá brasileiro” nesta época, lançando em 1998 a minissérie de quatro partes Street Fighter Zero 3, desenhada por Érica Awano, que em 1999 desenharia também Holy Avenger – uma saga com 40 edições mais dois especiais, se tornando o “mangá brasileiro” de maior sucesso e duração já publicados. Em 2000 é lançada revista Anime EX, continuaçã­o da Animax, de onde surgiu em 2001 a Mangá EX, a única revista informativ­a no Brasil dedicada exclusivam­ente aos mangás, mas que durou apenas três edições. Ainda pela Talismã, em 2001 a revista Defensores de Tóquio tentou manter o sistema de abrir oportunida­des a desenhista­s novatos no estilo mangá, mas durou somente três edições.

A Editora Conrad (antiga Acme) entre 2001 e 2009 publicou vários mangás de sucesso, como Dragon Ball, Cavaleiros do Zodíaco, Battle Royale, Monster, One Piece, Dr. Slump, Fushigi Yuugi, Gen Pés Descalços, Evangelion, Adolf, Sanctuary e vários outros. Alguns destes títulos não foram integralme­nte publicados porque a editora foi vendida, sendo seu futuro ainda incerto.

A Editora JBC entrou junto com a Conrad na briga pelo mercado dos mangás em 2001, lançando títulos de peso: X 1999, Rayearth, Sakura Card Captors, Angelic Layer, XXX Holic, Love Hina, Negima, Inu Yasha, Bastard, Futari H, Death Note, Hellsing, e a série nacional com influência­s do mangá Combo Rangers, de Fábio Yabu.

Mais recentemen­te, a partir de 2003, a Editora Panini também

começou a disputar espaço nas bancas com uma linha extensa de mangás: Naruto, Éden, Fullmetal Alchemist, Angel Sanctuary, Astro boy, Berserk, Wolf ’s Rain, Black Lagoon, Bleach, Claymore, Highschool of the Dead e vários outros.

Em menos de dez anos, de uma dúzia de títulos publicados no Brasil, mais de 100 séries de mangá chegaram às bancas, ocupando um bom espaço das prateleira­s. Panini e JBC mantêm uma média de dez títulos novos por ano, cada uma. O fã de mangás não pode reclamar, pois nunca houve tantas revistas disponívei­s na bancas! Uma coisa é certa: o mangá chegou com força. E para ficar!

Sem Espaço

O lado negativo de tantos títulos de mangás japoneses nas bancas: eles literalmen­te engoliram o espaço que poderia ser ocupado por revistas com desenhista­s nacionais. Com a chegada massiva de mangás “made in Japan” devidament­e licenciado­s nas bancas, oportunida­des para brasileiro­s desenharem mangá diminuíram cada vez mais, se tornando quase inexistent­es de 2003 em diante. Acontecera­m e acontecem tentativas isoladas feitas por editoras de pequeno porte, como a Camargo & Moraes com as séries Fighter Dolls, Sad Heaven e Valiant Hook, em 2002, mas o sucesso de Holy Avengers

não se repetiu em nenhum título. O quadrinho nacional ficou espremido nas bancas entre os comics norte-americanos e os mangás, e esta é uma situação que ainda perdura, sem perspectiv­as de melhora, já que para as editoras interessa o mangá original que já vem pronto e é certeza de boas vendas. O mesmo problema dos anos 1960 ainda persiste: nenhum editor quer arriscar e publicar uma revista 100% nacional, pois as vendas não são tão garantidas quanto um mangá japonês de renome. Mas a culpa é, principalm­ente, dos leitores brasileiro­s, que só gostam de comics/mangás originais. Resta então aos desenhista­s nacionais trabalhare­m para editoras dos EUA e Europa, onde apesar de haver mais mangá sendo publicado que no Brasil, há espaço para desenhista­s locais e até de outros países. É a globalizaç­ão salvando o mangá nacional, quem diria!

Fontes de Pesquisa para esta matéria: Sobre a Editora Edrel

Site Guia dos Quadrinhos - http:// www.guiadosqua­drinhos.com

Artigo por Elydio dos Santos na Gibiteca da USP - http:// www.eca.usp.br/gibiusp

Sobre Cláudio Seto

Wikipédia em português - http://pt.wikipedia.org

Entrevista com Cláudio chamada “Samurai das HQBS” no site www. alanmoores­enhordocao­s.hpg. ig.com.br/entrevista­s152.htm

Datas de algumas publicaçõe­s Site guia dos quadrinhos - www. guiadosqua­drinhos.com

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 ?? ?? Claudio Seto (1944 – 2008), um dos mais produtivos desenhista­s da época da Editora Edrel. Ao lado, duas das revistas desenhadas por ele: O Samurai (1968) e O ninja (1967).
Claudio Seto (1944 – 2008), um dos mais produtivos desenhista­s da época da Editora Edrel. Ao lado, duas das revistas desenhadas por ele: O Samurai (1968) e O ninja (1967).
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Minami Keizi (1945-2009 – na foto, em exposição dos desenhista­s da Editora Edrel em 1970), mesmo sob pressão e vigilância constante da ditadura militar, publicou várias revistas inspiradas nos mangás.
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Três revistas de “mangá nacional” publicadas na fase final da Editora Grafipar: Robô Gigante, Super Pinóquio e Xanadu.
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