O Presidente da República sublinhou hoje a admiração de Portugal pela coragem, determinação e saber do povo japonês, dizendo não ter dúvidas que o Japão se “erguerá com força” depois do sismo que atingiu o país há um ano.

“Admiramos a coragem, a determinação, a criatividade, o saber do povo japonês e não temos a mínima dúvida que o Japão se erguerá com força, preparando um futuro melhor para a vossa geração”, afirmou nesta sexta-feira o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, dirigindo-se às 24 crianças de Fukushima que estão de visita a Portugal.

Depois de ter assistido à apresentação de uma dança tradicional da zona de Soma, Cavaco Silva dirigiu algumas palavras ao grupo que hoje visitou o Palácio de Belém e o Museu da Presidência, recordando a “tragédia” que atingiu o Japão a 11 de Março de 2011 e que foi sentida com “particular emoção e tristeza” pelos portugueses.

“Nunca esqueceremos as imagens que chegaram pela televisão, tal como a coragem do povo japonês para enfrentar a tragédia”, disse.

Contudo, acrescentou, tal como Lisboa se conseguiu erguer depois do terramoto de 1755 e é hoje “uma cidade bonita”, também o Japão se erguerá.

Referindo-se aos jovens japoneses como “o Japão de amanhã”, o Presidente da República lembrou ainda a visita oficial que realizou em 1990 àquele país enquanto primeiro-ministro, confessando guardar ainda memórias da beleza das paisagens japonesas, dos templos, mas “sobretudo da hospitalidade do povo e a amizade para com Portugal”.

As 24 crianças, que têm entre 12 e 15 anos, vivem na província de Fukushima, uma das mais afectadas pelo sismo e tsunami de há um ano. Depois de uma viagem de 24 horas chegaram a Lisboa na quarta-feira, onde vão ficar até à próxima terça-feira.

A viagem foi organizada e paga por Shihoko Yamasuga Gouveia, uma japonesa que vive há 30 anos em Portugal. Esta bancária reformada, de 75 anos, quis assim ajudar as crianças a esquecer, pelo menos durante uma semana, os problemas causados pelo sismo e tsunami.

Algumas perderam os pais, amigos ou familiares, outras ficaram sem casa e muitas ainda não puderam regressar, após a evacuação forçada pelo desastre na central nuclear de Fukushima.

Até ao final da visita têm uma agenda cheia: depois de terem estado ontem no estádio José de Alvalade, vão ainda visitar o Oceanário e o Cabo da Roca, em Sintra. Vão também ser recebidos pelo embaixador do Japão em Portugal e vão poder trocar impressões com crianças portuguesas, apesar de as férias da Páscoa terem dificultado esta parte do programa.