Eduardo Sued e sua Arte Abstrata

POR EDUARDO SUED

De artista plástico a pintor abstrato, passando até mesmo pelo vitralismo. O acervo de um dos grandes nomes do abstracionismo geométrico hoje é tido como referência no universo das artes por não se basear em modelos pré-concebidos.

Nos prazeres de se apreciar verdadeiramente uma boa obra abstrata, está a oportunidade única de promover um contato íntimo entre a arte e as nossas percepções. E é justamente nesse refúgio da realidade, em forma de pintura em tela, que o trabalho do artista Eduardo Sued se constrói. A identidade de seus quadros permeia um universo que independe do “lógico”, onde as interpretações surgem a partir da cor e da forma geométrica. Mas até chegar a essa fórmula sublime, foi uma longa caminhada. Quando resolveu se firmar na pintura, Eduardo trouxe consigo a ampla bagagem que desenvolvera ao longo de sua trajetória, na qual trabalhou com artes plásticas, ilustração, vitralismo e até como desenhista para Oscar Niemeyer e assistente de Iberê Camargo. Sua formação também contribuiu de forma considerável para definir suas preferências de atuação, tendo início na Escola Nacional de Engenharia no Rio de Janeiro, passando ainda por escolas internacionais como Académies Julian e a La Grande Chaumière, em Paris. Na França, ele aguçou ainda mais a sensibilidade e o talento para artes, quando teve contato direto com renomadas obras de Pablo Picasso, Joán Miró, Henri Matisse e Georges Braque.

Após seu retorno para o Brasil, atuou como professor de artes por 14 anos, mas o interesse por grandes áreas cromáticas e a busca por mais plasticidade levam-no a dedicar-se de forma cada vez mais exclusiva à pintura. E foi aí que a vocação abstracionista se firmou, pouco a pouco, em diálogo constante com a bagagem adquirida da pintura moderna nacional e internacional. Hoje, artista consolidado, é apontado pelos críticos como referência na abstração, por ter um estilo totalmente único. Suas formas geométricas coloridas, desenvolvidas desde 1980, estão sempre se reinventando e ousando, com destaque para as vastas áreas cinzas ou pretas, entremeadas pelos blocos de cor, num jogo sóbrio, mas vibrante, de expansão e contenção. Outro diferencial de seu trabalho é o uso de tinta de alumínio e pinceladas espessas e descontínuas que fazem a superfície ganhar relevo. Por fim, ele é considerado um constante “desinibidor” na arte brasileira. O resultado, para o público, um verdadeiro deleite, para ele, uma construção de si, onde a pintura ganha função de fazer intelectual, solitário e meditativo. E você pode apreciar de perto essas obras-primas, pois Fortaleza sedia a mostra especial de gravuras de Eduardo Sued até novembro. Na Galeria de Arte Mariana Furlani, o artista exibe uma seleção especial de 30 gravuras produzidas nos anos de 2009, 2010 e 2011.


Experimentar é aceitar o desafio da dúvida. Sou pintor enquanto artista que experimenta” – Eduardo Sued.

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