Estudo sobre Barros Barreto analisa formação profissional de médicos no Brasil nos anos 1910

Outubro/2019

Barros Barreto e a turma de 1913, em Manguinhos. Foto do Centro de Documentação/COC/Fiocruz.

Motivados por seus professores – pesquisadores que viajavam pelos sertões do Brasil -, estudantes do Instituto Oswaldo Cruz se inseriram em pesquisas sobre doenças tropicais na segunda década do século XX. Contagiados pela ação de seus professores no movimento sanitarista, também desejavam ascender profissionalmente a partir de descobertas no campo científico.

Antônio Luis Cavalcanti Albuquerque de Barros Barreto quando era assistente no Instituto Oswaldo Cruz

No artigo Antônio Luis Cavalcanti Albuquerque de Barros Barreto: a formação inicial de um médico rumo à Saúde Internacional, publicado nesta edição da revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos (v.26, n.3, jul/set 2019), Ricardo dos Santos Batista analisa a trajetória do sanitarista brasileiro Antônio Luis Cavalcanti Albuquerque de Barros Barreto a partir da sua formação acadêmica e primeiras atividades profissionais, entre 1910 e 1918.

Batista, professor do Programa de Pós-graduação em História do Departamento de Educação da Universidade do Estado da Bahia, estudou o processo de formação médica de Barros Barreto, que nasceu em Recife em 1892 e veio ao Rio de Janeiro para estudar em 1910. Rapidamente, o jovem se inseriu entre os alunos recrutados por Oswaldo Cruz para desenvolvimento de habilidades no campo da medicina experimental. A partir de documentos coletados em arquivos do Rio de Janeiro e de Pernambuco, o autor remonta aspectos como a origem social do estudante, as concepções médicas envolvidas no processo de formação e os anseios dos alunos.

A formação de Barros Barreto no Curso de Aplicação de Manguinhos e posterior inserção como Assistente do Instituto Oswaldo Cruz ocorreram simultaneamente à difusão dos ideais sanitários da Fundação Rockefeller no país, instituição da qual também se tornou um divulgador. Batista evidencia que os acordos entre a instituição internacional e os estados brasileiros podiam causar controvérsias, negociações e concessões em locais onde os acordos ainda não estavam consolidados, como ocorreu em Pernambuco.

“O estudo sobre a vida de Barros Barreto e seus contemporâneos é um capítulo importante da formação profissional de médicos no Brasil”, afirma o autor do estudo, que revela novos dados para a historiografia das ciências e da saúde no Brasil. A pesquisa foi realizada em estágio de pós-doutorado no Programa de Pós-graduação em História das Ciências e da Saúde (PPGHCS/COC/Fiocruz), sob supervisão do professor Luiz Otávio Ferreira, entre março de 2017 e fevereiro de 2018.

Leia em HCS-Manguinhos:

Antônio Luis Cavalcanti Albuquerque de Barros Barreto: a formação inicial de um médico rumo à Saúde Internacional, artigo de Ricardo dos Santos Batista (v.26, n.3, jul/set 2019)

Como citar este post:

Estudo analisa a formação profissional de médicos no Brasil na década de 1910. Blog de HCS-Manguinhos. Publicado em 28 de outubro de 2019. Disponível em http://www.revistahcsm.coc.fiocruz.br/estudo-analisa-a-formacao-profissional-de-medicos-no-brasil-na-decada-de-1910