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“Les Péninsules Démarrées”

“Les Péninsules Démarrées”, a arte contemporânea portuguesa em Bordéus

Abriu esta sexta-feira ao público a exposição “Les Péninsules Démarrées”, o panorama da arte contemporânea portuguesa desde 1960. Uma exposição colectiva, que conta com 135 obras de 29 artistas portugueses ou ligados a Portugal, de gerações e horizontes diferentes. A curadoria ficou a cargo de Anne Bonnin.

Paula Rego, «Sem título, da série «Menina e Cão», 1986, colecção privada, empréstimo a longo prazo à Fundação de Serralves - Museu de Arte Contemporânea, Porto.
Paula Rego, «Sem título, da série «Menina e Cão», 1986, colecção privada, empréstimo a longo prazo à Fundação de Serralves - Museu de Arte Contemporânea, Porto. © DR
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Abrangendo um vasto período, desde a década de 1960 até os dias de hoje, este projecto levanta episódios de uma história contemporânea desconhecida, com artistas movidos por uma necessidade de emancipação ou de transgressão contra a ditadura e a censura.

Para Anne Bonnin o título escolhido para a exposição mostra precisamente o movimento artístico e os seus ziguezagues para se libertar das amarras da ditadura :  

Uma palavra sobre o título “Péninsules Démarrées”, que não deixa de surpreender! Então, fui buscar o título ao poema “Le bateau ivre” de [Arthur] Rimbaud. O título impõe-se como uma forma de evidência. A dimensão e situação geográfica acabou por ser decisiva na história de Portugal e na política de Salazar nesta história e, claro, o país explorador, um dos pioneiros na descoberta de mares e continentes. País colonial também, como é óbvio. Por isso, era importante sublinhar precisamente essa situação no extremo da Europa, essa situação peninsular, mas sem a fechar numa situação muito precisa, porque estamos em uma exposição artística e não histórica. 

Rimbaud consegue explicar maravilhosamente esse movimento de largar as amarras e o próprio “barco bêbado" como sendo um espelho desta viagem interior e exterior, através de um pequeno barco capaz de navegar em todas as situações.

A exposição está organizada em constelações temáticas e monográficas, combinando no mesmo espaço pintura, escultura, desenho, vídeo, etc. Temas abertos à interpretação: linguagem e literatura, a imagem-enigma, o corpo e suas metamorfoses, vida quotidiana, autorrepresentação, história colonial.

Uma viagem entre o passado e o presente que reune 29 artistas : Maria José Aguiar, Helena Almeida, Manuel Alvess, Leonor Antunes, António Barros, René Bértholo, Isabel Carvalho, Lourdes Castro, Armanda Duarte, Alexandre Estrela, Gaetan, Ana Hatherly, Ana Jotta, Álvaro Lapa, Malangatana, E.M. de Melo e Castro, Maria José Oliveira, Bruno Pacheco, Jorge Queiroz, Paula Rego, Catarina Simão, Ana Santos, Ângelo de Sousa, Salette Tavares, Francisco Tropa, Belén Uriel, João Pedro Vale & Nuno Alexandre Ferreira e Von Calhau!.

Anne Bonnin é crítica de arte e curadora. Em 2019, organizou a primeira exposição retrospectiva em França da artista portuguesa Lourdes Castro.

A exposição “Les Péninsules Démarrées”, o panorama da arte contemporânea portuguesa desde 1960, estará patente até ao dia 26 de Fevereiro de 2023, no Frac Nouvelle-Aquitaine MÉCA – Bordéus e integra a programação da Temporada Cruzada Portugal-França.

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