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No Enem a intertextualidade se dá por meio das múltiplas relações entre as matérias. Numa
questão de história pode estar envolvido algum conteúdo de artes e de matemática.
Pode-se dizer que toda produção textual pode ser considerada um intertexto. Isso ocorre
porque, durante o seu processo de criação, todo autor ou artista sofre inúmeras influências das
obras com as quais teve contato ao longo da vida e, de alguma forma, essas influências são
refletidas em sua composição.
É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade
Trecho da música Monte Castelo (Legião Urbana), utilizando uma passagem bíblica e versos do
soneto de Camões.
Segundo Foucault, “o novo não está no que é dito, mas no acontecimento de sua volta”. Nesses
termos, o discurso não está associado ao novo, mas diretamente às suas condições de produção.
Epígrafe: usada no início de uma obra. Ela consiste em um texto de um outro autor no intuito de
trazer o pensamento que permeia a obra construída. Exemplo:
“A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém viu, mas pensar o que ninguém ainda pensou sobre
aquilo que todo mundo vê.” (Arthur Schopenhauer)
EXEMPLO : Coríntios c1 v13 - Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não
tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
Paródia: tem como principal objetivo subverter a ideia do texto original e, por isso, apresenta-se,
por vezes, em tons críticos ao seu original. Exemplo:
Texto original
Texto parodiado
EXERCÍCIOS
TEXTO I
Minha terra tem palmeiras Onde canta o sabiá, As aves que aqui gorjeiam Não gorjeiam
como lá. Gonçalves Dias, “Canção do exílio.”
TEXTO II
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’? Eu tão esquecido de minha terra... Ai terra que
tem palmeiras Onde canta o sabiá! Carlos Drummond de Andrade
2- (Enem–1999) Quem não passou pela experiência de estar lendo um texto e defrontar-se com
passagens já lidas em outros? Os textos conversam entre si em um diálogo constante. Esse
fenômeno tem a denominação de intertextualidade.
I
Quando nasci, um anjo torto
Desses que vivem na sombra
Disse: Vai Carlos!
Ser gauche na vida
ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964
II.
Quando nasci veio um anjo safado
O chato dum querubim
E decretou que eu tava predestinado
A ser errado assim
Já de saída a minha estrada entortou
Mas vou até o fim.
BUARQUE, Chico. Letra e Música. São Paulo: Cia das Letras, 1989.
III.
Quando nasci um anjo esbelto
Desses que tocam trombeta, anunciou:
Vai carregar bandeira.
Carga muito pesada pra mulher
Esta espécie ainda envergonhada.
PRADO, Adélia. Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.
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