You are on page 1of 4

O que é Intertextualidade?

A intertextualidade é a influência e relação que entre dois ou mais textos, realizando


a análise das referências que existem em cada um deles.

Essas referências podem ser notadas de maneiras explícitas ou implícitas, e podem ser


representadas em diferentes maneiras, sejam elas auditivas, visuais ou escritas.

Como é a intertextualidade no Enem?

No Enem a intertextualidade se dá por meio das múltiplas relações entre as matérias. Numa
questão de história pode estar envolvido algum conteúdo de artes e de matemática.

Em questões de física e química estão envolvidas as questões do cotidiano e menções a obras


literárias.

Em matemática pode-se fazer referências históricas e geográficas. Enfim, as matérias se


misturam, como se tudo fosse um conhecimento só.

Como a intertextualidade ocorre?

Pode-se dizer que toda produção textual pode ser considerada um intertexto. Isso ocorre
porque, durante o seu processo de criação, todo autor ou artista sofre inúmeras influências das
obras com as quais teve contato ao longo da vida e, de alguma forma, essas influências são
refletidas em sua composição.

Alusão/referência: nessa relação estabelecida entre textos, é feita uma sugestão ou


insinuação sobre um determinado lugar, personagem, acontecimento etc. sem haver, no
entanto, aprofundamento nele. Exemplo:

Como já dizia o filósofo, o ignorante é quem é feliz de verdade.

Bricolagem: é um texto criado por meio do fragmento de outros textos. Exemplo:

Ainda que eu falasse a língua dos homens

E falasse a língua do anjos, sem amor eu nada seria

É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade

O amor é bom, não quer o mal

Não sente inveja ou se envaidece

Trecho da música Monte Castelo (Legião Urbana), utilizando uma passagem bíblica e versos do
soneto de Camões.

Citação: nesse formato, a intertextualidade reproduz parte de um texto referência. É muito


comum em textos dissertativos que utilizam a citação de argumentos de autoridade no intuito de
reforçar uma ideia. Exemplo:

Segundo Foucault, “o novo não está no que é dito, mas no acontecimento de sua volta”. Nesses
termos, o discurso não está associado ao novo, mas diretamente às suas condições de produção.

Epígrafe: usada no início de uma obra. Ela consiste em um texto de um outro autor no intuito de
trazer o pensamento que permeia a obra construída. Exemplo:

“A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém viu, mas pensar o que ninguém ainda pensou sobre
aquilo que todo mundo vê.” (Arthur Schopenhauer)

Paráfrase: Neste tipo de intertexto, há uma repetição do conteúdo ou um fragmento dele em


outros termos, a ideia inicial é preservada. Em resumo, podemos afirmar que parafrasear um
texto significa recriá-lo com outras palavras, mantendo a sua essência.

EXEMPLO : Coríntios c1 v13 - Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não
tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.

Paródia: tem como principal objetivo subverter a ideia do texto original e, por isso, apresenta-se,
por vezes, em tons críticos ao seu original. Exemplo:

Texto original

“Minha terra tem palmeiras

Onde canta o sabiá,

As aves que aqui gorjeiam

Não gorjeiam como lá.” (Gonçalves Dias, “Canção do Exílio”)

Texto parodiado

“Minha terra tem macieiras da Califórnia


onde cantam gaturamos de Veneza. (…)
Eu morro sufocado em terra estrangeira.
Nossas flores são mais bonitas
nossas frutas são mais gostosas
mas custam cem mil réis a dúzia.
Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade
e ouvir um sabiá com certidão de idade!”
(“Canção do Exílio”, Murilo Mendes)

EXERCÍCIOS

TEXTO I

Minha terra tem palmeiras Onde canta o sabiá, As aves que aqui gorjeiam Não gorjeiam
como lá. Gonçalves Dias, “Canção do exílio.”

TEXTO II

Meus olhos brasileiros se fecham saudosos Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’? Eu tão esquecido de minha terra... Ai terra que
tem palmeiras Onde canta o sabiá! Carlos Drummond de Andrade

1- Comparando o conteúdo dos dois textos, observa-se que a intertextualidade se faz


presente através da:

A) pastiche. B) citação literal. C) paródia. D) paráfrase. E) bricolagem.

2- (Enem–1999) Quem não passou pela experiência de estar lendo um texto e defrontar-se com
passagens já lidas em outros? Os textos conversam entre si em um diálogo constante. Esse
fenômeno tem a denominação de intertextualidade.

Leia os seguintes textos:

I
Quando nasci, um anjo torto
Desses que vivem na sombra
Disse: Vai Carlos!
Ser gauche na vida
ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964

II.
Quando nasci veio um anjo safado
O chato dum querubim
E decretou que eu tava predestinado
A ser errado assim
Já de saída a minha estrada entortou
Mas vou até o fim.
BUARQUE, Chico. Letra e Música. São Paulo: Cia das Letras, 1989.
III.
Quando nasci um anjo esbelto
Desses que tocam trombeta, anunciou:
Vai carregar bandeira.
Carga muito pesada pra mulher
Esta espécie ainda envergonhada.
PRADO, Adélia. Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.

Adélia Prado e Chico Buarque estabelecem intertextualidade, em relação a Carlos Drummond de


Andrade, por:
A) reiteração de imagens. B) oposição de ideias. C) falta de criatividade.
D) negação dos versos. E) ausência de recursos.

3. Classifique as imagens abaixo com intertextualidade explícita ou implícita, depois justifique


sua resposta:

_________________________________________________
______________________________________________________________________________

______________________________________________
______________________________________________________________________________

You might also like