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A produção de cuidado, atenção e inclusão de pessoas em so-

frimento ou em vulnerabilidade é um grande desafio viven-


ciad o por variados profi ssionais de Saúde, da Assistência ou
da Ed ucação. Esses desafi os encontram, no Aco mpanhamento
Terapêutico (AT), possibilidades, perspectivas e cami nhos de
resposta que vêm gerando transformações concretas no coti-
diano, nas subjetividades e nas relações com o mundo dessas
pessoas, dos serviços e do seu entorno.

O AT se configura como uma clínica itinerante, que atravessa


inst ituições e na qual acompanhante e acompanhado se en-
contram em um território plural, construindo alianças das mais
diversas ordens, para promover inclusão social, laços comunitá-
rios, autonomia e, acima de tudo, resgatando a dinamicidade da
vida humana. Apoiando o acompanhado e sua fam íl ia, tal clínica
ci rcula na comunidade e const rói, pau latinamente, transforma-
ções nos cotidianos em busca da ampl iação da saúde e da qua-
RCOMPRNHRMENTO
lidade de vida de todos os envolvidos no processo terapêutico.

Este livro é um convite para a imersão nessa clínica t ransgres-


sora, transcendente aos espaços constituídos, produtora de
novas formas de conhecer o mundo humano, aproximando o
leitor de variados agentes, instituições e obras que vêm contri-
buindo para a const rução e consol idação do conhecim ento do
tema no Brasil. Nele, o leitor encontrará o mais completo com-
CLÍNICA, DESENVOLVIMENTO EAPRIMORAMENTO
pilado de informações sobre essa jovem prática, bem como iíl
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uma reflexão sobre suas possibilidades. D
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ADRIANO FURTADO HOLANDA
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LUÍS FELIPE FERRO
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ISBN : 97 8- 6 5 -5 605 - 1 2 6 - 0
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MARCELO COSTA BENATTO

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ADRIANO FURTADO HOLANDA
Graduado em Psicologia. Mestre em Psicologia
Oínica pela Universidade de Brasília e Doutorado
em Psicologia pela PUC-Campinas. Professor Asso-
ciado do Departamento de Psicologia, dos Progra-
mas de Pós-Graduação em Psicologia e Pós-Gra-
duação em Educação da Universidade Federal do
Paraná. Editor-Chefe da revista Phenomenological
COLEÇÃO SRQ~~JPSYOUÊ,
Studies - Revista da Abordagem Gestá/tica, da re-
vista Phenomenology, Humanities and Sáences e
RDRIRNO FURTRDO HOLRNDR
Editor Associado da revista Interação em Psico- COOROENROOR
logia (UFPR). Coordenador do Laboratório de Fe-
nomenologia e Subjetividade (LabFeno-UFPR).
Coordenador do Grupo de Trabalho Fenomeno-
logia, Saúde e Processos Psicológicos na ANPEPP.
Tem experiência na área de Psicologia, atuando
principalmente nos seguintes temas: Fenome-
nologia, Fenomenologia Husserliana, Psicoterapia,
Abordagens Fenomenológicas e Existenciais, Psico-
logia da Religião, História da Psicologia e Pes-
quisa Fenomenológica, Psicologia Clínica, Proces-
sos de Saúde/Doença e Saúde Mental.
LUÍS FELIPE FERRO
Graduado em Terapia Ocupacional pela Universi-
dade de São Paulo. Mestre em Psicologia e Doutor
em Oências pelo Programa de Pós-Graduação em
Psicologia Social da Universidade de São Paulo
(USP). Docente do Departamento de Terapia
Ocupacional e do Programa de Pós-Graduação
em Políticas Públicas da Universidade Federal
do Paraná com interesses e pesquisa voltados
ao campo da Saúde, com ênfase em estudos na
Saúde Mental, Terapia Ocupacional, processos de
controle social das políticas públicas, economia
CLÍNICA, DESENVOLVIMENTO ERPRIMORRMENTO
solidária e educação em Saúde. Membro da Rede
de Saúde Mental e Economia Solidária de Curitiba
e região metropolitana (LIBERSOL), e presidente
da Associação Arnaldo Gilberti. Membro do grupo
de pesquisa LAPSO - Laboratório de Estudos em
Psicanálise e Psicologia Social, da Universidade de
São Paulo (USP), e do grupo de pesquisa Política,
Avaliação e Gestão em Saúde, da Universidade
Federal do Paraná (UFPR).

MARCELO COSTA BENATTO


Psicólogo. Graduado pela Universidade Tuiuti do
Paraná. Mestre em Psicologia Clínica pela Univer-
sidade Federal do Paraná. Especialista em Edu-
cação Especial e lndusiva pela Faculdade Inter-
nacional de Curitiba. Atua como Acompanhante
Terapêutico de Crianças e Adolescentes desde EDITORA AFILIADA

2007. Analista de Treinamento & Desenvolvimen-


004990
to da Fundação Estatal de Atenção Especializa-
da em Saúde de Curitiba (FEAES). Atualmente coor-
dena oCAPS-111/Boa Vista, em Curitiba, Paraná.
Adriano Furtado Holanda
Luís Felipe Ferro
EDITORA Marcelo Costa Benatto
PSICOLOGIA
A presente obra foi aprovada pelo Conselho Editorial Científico da Juruá Editora,
adotando-se o sistema blind view (avaliação às cegas). A avaliação inominada
garante a isenção e imparcialidade do corpo de pareceristas e a autonomia do
Conselho Editorial, consoante as exigências das agências e instituições de avaliação,
atestando a excelência do material que ora publicamos e apresentamos à sociedade.

Editora de Psicologia: Ana Carolina de Carvalho Pacheco

ISBN: 978-65-5605-126-0

1;181nurJtÍ Brasil - Av. Munhoz da Rocha, 143 - Juvevê - Fone: (41) 4009-3900
MENTD A
i'.,un n Fax: (41) 3252-1311-CEP: 80.030-475-Curitiba-Paraná-Brasil
EDITORA Europa -Rua General Torres, 1.220 - Lojas 15 e 16 - Fone: (351) 223 7 I O 600 -
Centro Comercial D'Ouro -4400-096- Vila Nova de Gaia/Porto- Portugal

Editor: José Emani de Carvalho Pacheco


TERRPEUTIC
Holanda, Adriano Furtado. CLÍNICA, DESENVOLVIMENTO EAPRIMORAMENTO
H722 Acompanhamento terapêutico: clínica, desenvol-
vimento e aprimoramento./ Adriano Furtado Holanda,
Luís Felipe Ferro, Marcelo Costa Benatto./ Curitiba:
Juruá, 2020.
98p.: il.; 21,5cm (Coleção Saúde e Psyquê)
l. Acompanhamento terapêutico. 2. Psicologia clí-
nica. 3. Acompanhamento terapêutico- Produção cien-
tífica. I. Ferro, Luís Felipe. II. Benatto, Marcelo Costa.
III. Título.
CDD 150.195 (22.ed)
r•or)?
u ' ..., CDU 159.9.019.43

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


Bibliotecária: Maria Isabel Schiavon Kinasz, CRB9 / 626
Curitiba
Juruá Editora
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e-mail: psicologia@jurua.com.br 2020
Integrantes dos CONSELHOS EDITORIAIS da Juruá Editora
nas áreas de PSICOLOGIA e SAÚDE
Adriano Furtado Holanda Gilberto Gaertner
Dr. e Me. em Psicologia. Graduado em Psicologia. Doutor em Estudos da Criança pela Universidade do
Prof. Universitário. Minho, UMINHO, Portugal. Me. em Engenharia de
Álvaro Roberto Crespo Merlo Produção. Esp. em: Formação em Psicologia Somá-
tica Biossíntese; Formação em Integração Estrutural
Dr. em Sociologia pela Université de Paris VII - Método Rolf; Formação em Bioenergia Raízes; e
Denis Diderot, França. Prof. e Graduado em Medicina. Psicologia Corporal - Orgone.
Ana Magnólia Mendes Irene Pereira Gaeta
Ora. em Psicologia - UnB e Universidade de Bath, Ora. e M. ª em Psicologia Clínica. Graduada em
Inglaterra, com pós-doutorado pelo Conservatoire Psicologia. Prof.ª Universitária.
National des Arts et Métiers (CNAM), Paris. M.ª e
Joanneliese de Lucas Freitas
Graduada em Psicologia. Prof.ª Universitária.
Ora. em Psicologia. M.ª em Processos de Desen-
Ana Maria Jacó Vilela volvimento Humano e Saúde. Graduada em Psi-
Ora. em Psicologia, com pós-doutorado em História cologia. Prof.ª Universitária.
e Historiografia da Psicologia. M.ª e Graduada em Josemar de Campos Maciel
Psicologia. Prof.ª Universitária.
Dr. em Psicologia. Me. em Psicologia e em Teolo-
Benno Becker Junior gia Sistemática pela Pontifícia Universidade Gre-
Dr. em Psicologia pela Universidad de Barcelona, goriana de Roma. Graduado em Filosofia e em
U.B., Espanha. Me. em Pedagogia. Esp. em Métodos Teologia. Prof. Universitário.
e Técnicas de Ensino. Graduado em Psicologia e Jorge Broide
em Educação Física. Dr. em Psicologia Social. Me. em Psicologia Clíni-
Carlos Diogenes Cortes Tourinho ca. Graduado em Psicologia. Prof. Universitário.
Dr. e Me. em Filosofia. Esp. em Filosofia Contem- Julio Cesar Acosta Navarro
porânea. Graduado em Psicologia e em Filosofia. Dr. em Integração da América Latina pela USP. Dr.
Prof. Universitário. em Cardiologia pelo Instituto do Coração da Facul-
Cristina Maria Carvalho Delou dade de Medicina da USP. Esp. em Cardiologia
Clínica pela Universidad Nacional Mayor de San
Ora., M. ª e Esp. em Educação. Graduada e Lic. Marcos, Peru. Graduado em Medicina Humana
em Psicologia. pela Universidad Nacional Federico Vi/farreai, Peru.
Emília Estivalet Broide Médico. Prof. Universitário.
Ora. em Psicologia pela PUC-SP. M.ª em Saúde Lêda Gonçalves de Freitas
Pública. Graduada em Psicologia. Psicanalista. Ora. em Psicologia Social e do Trabalho. M.ª em
Prof." Universitária. Educação. Graduada em Psicologia. Prof.ª Univer-
Elza Maria do Socorro Outra sitária.
Ora. em Psicologia Clínica. M.ª em Psicologia Lis Andréa Pereira Soboll
Escolar. Graduada em Psicologia. Prof.ª Universitária. Ora. em Medicina Preventiva. M.ª em Administra-
Gabriel José Chittó Gauer ção. Graduada em Psicologia. Professora.
Dr. em Medicina e Ciências da Saúde, com pós- Maria Auxiliadora da Silva Campos Dessen
-doutorado pelo Departamento de Psicologia da Ora. em Psicologia Experimental pela USP, com
Universidade de Maryland, EUA. Esp. em Psiquiatria. pós-doutorado pela Universidade de Lancaster,
Graduado em Medicina. Prof. Universitário. Inglaterra e pelo Instituto Max Planck para o
Desenvolvimento Humano e Educação. M. ª em
Psicologia pela Universidade de Brasília. Graduada
em Psicologia. Prof.ª Universitária.
6 Adriano Furtado Holanda/ Luís Felipe Ferro/ Marcelo Costa Benatto

Maria de Fátima Minetto Rosangela Dutra de Moraes


Ora. em Psicologia pela UFSC. M." em Educação Ora. em Ciências pela UFPA, com doutorado
pela UFPR. Esp. em Educação Especial pela sandwich na Universidade Autonoma de Madrid,
UFPR. Graduada em Psicologia pela UTP. Licen- Espanha. Pós-doutorado no Conservatoire Nationa/
ciatura em Educação Artística pela FAP. Prof." des Arts et Métiers - CNAM, Paris. M." em Educa-
Universitária. ção (UFAM). Esp. em Psicologia Clínica (UFPA).
Psicóloga e Bacharel em Psicologia (UFPA). Prof."
Marília Viana Berzins
Universitária.
Ora. em Saúde Pública. M.ª em Gerontologia So-
eia!. Esp. em Gerontologia. Assistente Social.
Ruth Gelehrter da Costa Lopes Coleção Saúde e Psyquê
Ora. em Saúde Pública. M." em Psicologia Social.
Miriam Debieux Rosa Graduada em Psicologia. Prof." Universitária. Coordenação: Adriano Furtado Holanda
Ora. e M.ª em Psicologia (Psicologia Clínica). Gra-
Vitor Franco
duada em Psicologia. Prof." na Graduação e na
Pós-Graduação. Psicanalista. Dr. em Psicologia Clínica, com Mestrado e Licen-
ciatura em Psicologia. Professor do Depto. de Psi-
Roberto Heloani cologia da Universidade de Évora (Portugal). Pre- As palavras que antecipam esta coleção são reveladoras do
Dr. em Psicologia, com pós-doutorado em Comu- sidente da Sociedade Portuguesa de Psicologia
nicação. Me. em Administração. LO. em Teoria
próprio projeto: Saúde e Psiquê. Psyc/zé, tanto na mitologia, quanto na
Clínica.
das Organizações pela Unicamp. Prof. Universitário. designação da linguagem grega, representa o "sopro", a "alma", e a
partir da filosofia medieval, passa a designar o princípio de vida, o "es-
pírito". Aqui, representa tudo aquilo que diz respeito ao humano, em
suas múltiplas possibilidades, desde sua c01poralidade, até suas relações
mundanas. Já a Saúde, como uma concepção moderna, é uma incógnita e
um ideal a ser perseguido.
Assim, a Coleção Saúde e Psyquê se propõe a debater assuntos
que se refiram às diversas áreas comumente conhecidas como do campo
da "saúde" - naquilo que toma o humano como uma totalidade concreta
e expressiva no cotidiano do mundo, naquilo que abarca sentimentos e
atitudes, sofrimentos e realidades, e todas as possibilidades de acolhi-
mento e cuidado para com o outro.
Esta coleção é um convite ao diálogo com a Medicina, a Psi-
quiatria, a Saúde Mental, a Psicologia, a Saúde Coletiva, a Enfermagem,
a Terapia Ocupacional, o Serviço Social, bem como a Antropologia, a
Sociologia, a Filosofia, a Linguística, a Semiótica, e tantas outras disci-
plinas que, hoje, se desenvolvem nas particularidades, mas que não pres-
cindem das aproximações.
Prefácio

Agradeço o convite de Adriano Holanda para apresentar este livro,


importante não só para a área do Acompanhamento Terapêutico, mas para todos
aqueles que gostariam de conhecer uma modalidade de acompanhar pessoas que
sofrem por inúmeros motivos. Um acompanhar que não deve ser entendido como
secundário ou de apoio a outros tratamentos na área da saúde mental, mas essen-
cial e importante em si mesmo. O Acompanhamento Terapêutico não completa
tratamentos prioritários, mas possibilita ao acompanhado uma experiência e
criação de novas vivências, talvez inéditas em suas vidas, e, por isso, merecem
ser reconhecido como tão importante quanto outras modalidades de cuidados.
Marcelo, Adriano e Luís mostram um importante estudo realizado por
eles sobre o Acompanhamento Terapêutico no Brasil, a partir de seus possíveis
fundamentos, sobre a produção acadêmica em dissertações, teses, de modo a se
debruçarem em análises cuidadosas e críticas destas produções científicas. O
capítulo sobre fronteiras do Acompanhamento Terapêutico mostra os limites da
área e questionam o leitor sobre o processo em construção e desenham os últi-
mos acontecimentos da área, não contemplados nos capítulos anteriores. Sou
grato também a Marcelo, pela sua generosidade e gentileza nas citações.
Este livro é um trabalho cuidadoso que procura retratar a arte do
acompanhamento que seja terapêutico. Arte e clínica andam de mãos juntas! Há
certos movimentos dos seres humanos que acontecem com todas as pessoas, pois
são da condição humana, como as ansiedades que aparecem em qualquer encon-
tro. Elas podem vir acompanhadas de crises, agudas ou crônicas, de modo que o
acompanhante poderá testemunhar as dificuldades decorrentes das crises huma-
nas, ou mesmo da solidão, do desamparo, do desespero ou das ideações pelas
autoagressões ou agressões dirigidas a outrem e se relacionar com elas.
Acompanhar passa a ser um segundo movimento da dupla acompa-
nhante-acompanhado, movimento recíproco de relações afetivas nas quais a
dupla poderá viver junto as vicissitudes da relação humana, dotada de sensibili-
dade, ou falta dela, de racionalidade, de comportamentos e emoções, negativas
ou positivas. Nesse sentido, o acompanhado já não está só, mas acompanhado
por alguém significativo, que se disponibiliza para tanto, que demonstra hospita-
lidade, interesse e testemunha em sua pele o que é viver com o outro. Até este
momento, observamos etapas que podem ocorrer com qualquer amigo ou familiar.
Mas quando e onde o acompanhante se toma terapêutico?
10 Adriano Furtado Holanda/ Luís Felipe Ferro/ Marcelo Costa Benatto Acompanhamento Terapêutico 11

Ele se toma terapêutico quando age de modo clínico no momento em inová-lo! A grande proximidade da consulta terapêutica é que ela pode ocorrer
que o outro necessita de uma ação distinta àquelas possíveis pelas pessoas a seu em qualquer lugar e condição, basta que exista disponibilidade e hospitalidade
redor. Estas últimas convivem com o acompanhado em relações de outra nature- para conhecer e acompanhar alguém.
za, importantes, sem dúvida, mas os acompanhantes são contratados ou fazem Este livro vem a público em um ano marcante para a humanidade, que
suas ações sem envolver aspectos financeiros, a depender de sua condição de sofre com a Pandemia Covid-19 e certamente, muitos se beneficiarão de um
profissionais ou estudantes, pagos pela iniciativa dos pacientes, da iniciativa Acompanhamento Terapêutico. Winnicott e Safra me acompanham, eu os acom-
privada ou da instituição pública, pagos por uma ação que não tem preço. Como panho! Somos acompanhados, agora também com Benatto, Holanda e Ferro.
o acompanhante age terapeuticamente? Ele o faz como testemunha atenta, sensí- Outro autor interessante para refletirmos o Acompanhamento Terapêutico é
vel, quando o acompanhado necessita dessa ação, mas também age como um ego Viktor Frank!, sobrevivente de Auschwitz. Este psiquiatra nos mostrou como a
observador, quando esta dimensão falta em nosso acompanhado e ofertamos a vida tem um sentido potencial sob qualquer circunstância, mesmo as mais mise-
ele nossa capacidade de observar com ele suas vivências, no momento como e ráveis. Os que desistiram de continuar vivendo, ele nos relata, perderam as espe-
quando aparecem. O conhecimento empático auxiliará o acompanhado a que ranças, os sobreviventes, por sua vez aceitaram a sua singularidade diante da
continue discorrendo sobre seu problema, ou seus prazeres, e isso toma possível vida. Parafraseando Frank!, a coragem da confissão do acompanhado eleva o
ultrapassar o período da ansiedade pelo encontro e a dupla se coloca em movi- valor de seu testemunho.
mento. O acompanhado já não está só nem paralisado pelo seu conflito, dor ou É muito interessante termos em mente o jogo de espátula que permiti-
sofrimento. A ação atenta e sensível do acompanhante gera movimentos no ram a Winnicott observar bebês e suas mães. Ele observava três movimentos em
acompanhado e desenha marcas em si desse encontro. Até este momento, tais cada relação, a hesitação, a comunicação e a despedida, em pessoas de qualquer
passos acontecem intuitivamente. idade, sem criar dependências do acompanhado com seu acompanhante, já que
A ação clínica do acompanhante se apresenta em determinados proce- não se trata de modalidade de psicoterapia. Em toda despedida devemos atentar
dimentos clínicos na relação, em tomo da possibilidade que o acompanhante terá para a possibilidade de não tomar o acompanhante dependente de nós, pelo con-
de, não só ouvir, escutar, mas de expor suas opiniões, de sintetizar e integrar as trário, que o acompanhado possa seguir o movimento de seu percurso na vida,
experiências vividas e dialogadas com o acompanhado durante as horas em que absolutamente pessoal na comunidade que o reconhece, representada pelo acom-
estiveram juntos, por meio da intervenção verbal do acompanhante, se esta for panhante. Que o acompanhante se transforme em presença para o acompanhado.
encarnada e de fato necessária. Essa ação é intencional do acompanhante e toda Que este não tenha necessidade física do terapeuta! Se algum acompanhado
fala que possa sintetizar o acontecido pela dupla favorecerá a integração do lograr isso, estará livre em sua vida! Para viver em si, sofrimento e vida. Viktor
acompanhado. A probabilidade do acompanhado se sentir melhor é grande e real, Frank! também nos mostra três movimentos humanos diante do terror que mar-
se ele estava em dispersão de si, ao ser acompanhado e tendo a possibilidade de cou o início do século XX, três fases que apareciam naqueles que adentravam os
compartilhar, toma posse de si mesmo! Assim, o acompanhante poderá abrir campos de concentração nazistas e que sobreviveram a eles: a fase da recepção, a
sentido, pois o ser humano precisa de futuro e se este se abre ele poderá sonhar a vida propriamente dita no campo de concentração e após a libertação. Para esta
esperança. última, é-nos útil reconhecer a vida espiritual, a psicoterapia desenvolvida por
As etapas descritas anteriormente estão presentes no dia a dia, mas o ele procurava confrontar o paciente com o sentido de sua vida e o reorientava
acompanhante precisa ter clareza delas. Se o acompanhado está em crise ou deses- para o mesmo. A vontade de sentido era vista por ele como motivação primária
pero, ele é a crise, ele é o desespero, mas ao ser acompanhado ele poderá sofrer ou originária da vida.
vivendo a experiência, pensando nela porque alguém testemunhou e conversou Assim, esperamos que os leitores deste livro possam motivar-se a nele
com ele e sobre elas e passa então a se relacionar com a experiência humana. mergulhar, com ou sem maiores hesitações, se relacionar com ele e os conteúdos
O exposto acima é a essência das consultas terapêuticas de Donald que Marcelo, Adriano e Luís nos brindam, a necessidade de seguir construindo
Winnicott reposicionadas por Gilberto Safra. Temos com eles trabalhado no alicerces seguros para uma clínica dinâmica, rica e complexa e para uma investi-
Núcleo de Pesquisas e Laboratório Prosopon da USP, que coordenamos, para gação que não pode cessar. E ao final da leitura que possamos nos despedir dele
auxiliar estudantes universitários no Escritório de Saúde Mental da Pró-Reitoria para, quem sabe, ajudar no acompanhamento terapêutico de outras pessoas e
de Graduação da USP e na Clínica Psicológica da USP. Em 2019 trabalhamos as fazer investigações qualitativas, ainda e sempre necessárias para renovar um
consultas terapêuticas na disciplina de pós-graduação do Instituto de Psicologia, campo aberto ao futuro, para lidarmos com as problemáticas de nosso tempo,
intitulada Intervenções em psicologia clínica preventiva, também em parceria ainda mais agora, que temos que lidar com um inimigo invisível que assola a
com o colega Francisco Lotufo Neto. O que ali foi lecionado e discutido cabem humanidade e que deixará marcas, lutos, dores, vazios e ensinamentos, uma luta
bem ao acompanhamento terapêutico, para repensá-lo, recriá-lo, transformá-lo,
12 Adriano Furtado Holanda/ Luís Felipe Férro / Marcelo Costa Benatto

que une todas as ciências e nos faz reescrever nossas responsabilidades e rela-
ções interpessoais, comunitárias e políticas.
Estamos escrevemos mais um capítulo desta história. Com gratidão e
reconhecimento, Marcelo, Adriano e Luís, não deixam o acompanhamento tera-
pêutico desaparecer, pelo contrário, nos motivam ir além, pois permitirá a outros
transformar a seu modo, a clínica e a pesquisa. Que o AT seja protagonista nos
cuidados e na investigação científica de qualidade. Que os leitores mergulhem SUMÁRIO
neste universo fascinante e possam criar novas pesquisas, que nos ajudem a en-
contrar sentido para uma nova clínica durante e pós-Covid-19.
Introdução .......................................................................................................... 15
Andrés Eduardo Aguirre Antúnez
Vice-Diretor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo Capítulo 1 A Clinica do Acompanhamento Terapêutico: Fundamentos .... 17
(Gestão 30/07/2016-2020); Coordenador do Escritório de Saúde Mental da 1.1 Um Olhar para a Evolução da Clinica do AT ....................... 17
USP (2018-2020); Professor Associado (Livre Docente) do Departamento
de Psicologia Clínica USP; Graduado em Psicologia com Estágio no 1.2 Fundamentos sobre o Acompanhante Terapêutico ............... 19
Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico Prof André Teixeira Lima
- Franco da Rocha/SP (FUNDAP); Especialização em Psicologia da Saúde Capítulo 2 Sobre a Produção Acadêmica em AT no Brasil ....................... 23
pela Escola Paulista de Medicina (CAPES), Mestrado em Saúde Mental
(FAPESP), Doutorado em Ciências (FAPESP) e Pós-doutorado (FAPESP) Capítulo 3 Análise das Dissertações de Mestrado e Teses de Doutora-
em Ciências pelo Departamento de Psiquiah·ia e Psicologia Médica da do/Livre-Docência em Acompanhamento Terapêutico de
Universidade Federal de São Paulo. Membro da Société lnternationale de 1995 a 2013 .................................................................................. 27
Psychopathologie Phénoméno-structurale e Société Internationale Michel
Hemy Co-coordenador do Núcleo de Pesquisa e Laboratório Prosopon 3.1 O Acompanhamento Terapêutico no Contexto Brasileiro:
USP. Membro do Cenh·o Italiano di Ricerche Fenomenologiche, CIRF, um Resgate Histórico ............................................................ 28
Roma; Coordenador do Convênio Acadêmico Internacional e11h·e IPUSP
3.2 Delimitação do Campo: Pesquisas e Programas de Pós-
e Instituto Universitário !SPA, Lisboa, Portugal (06/2016-06/2021). Criador
e Líder do Círculo fenomenologia da vida e da clínica na USP (2017). -Graduação ........................................................................... 29
Bolsista Produtividade em Pesquisa do CNPq- 2 (2019-2022). 3.3 Para Além das Fronteiras da Pós-Graduação ........................ 36

Capítulo 4 Análise da Produção de Artigos sobre Acompanhamento


Terapêutico Publicados em Revistas e Periódicos Científi-
cos de 1985 a 2013 ....................................................................... 39
4.1 Aprese1ttação e Análise dos Resultados .............................. .40
4.2 Distribuição de Frequência pelo Ano das Publicações ........ .41
4.3 Autoria .................................................................................. 44
4.4 Fonte de Publicação ............................................................. .46
Considerações Finais .................................................................... 50

Capítulo 5 Fronteiras do AT no Brasil: um Processo em Construção? .... 53


Considerações Finais .................................................................... 58

Posfácio ............................................................................................................... 61
14 Adriano Furtado Holanda/ Luís Felipe Ferro/ Marcelo Costa Benatto

Acompanhamento Terapêutico e sua Inclusão nos Programas de Pós-Gra-


duação Stricto Sensu ......................................... •· •· ..... •· •· •······ •·· •· •····· ············ ······ 62

Artigos Científicos e o Tema do Acompanhamento Terapêutico Publi-


cados em Revistas Científicas de 2014 a 2019 ................................................ 67

A Produção do Acompanhamento Terapêutico entre 2014 e 2019: Diva- Introdução


gações sobre o Campo .......................................................... •·· •· •· •········ ·· ········ ·· 69

Considerações Finais ......................................... •· ....... •·•··•···•···························· 71 Traçar o panorama de uma prática não é uma tarefa das mais fáceis,
mas certamente contribui sobremaneira para seu reconhecimento, desenvolvi-
Referências ........................................................................................................ 73
mento e aprimoramento. O trabalho que ora apresentamos, é produto de uma
longa jornada acadêmica, que não principiou, mas que culminou numa Pesquisa
Sobre os Autores ............................................. •·•·•····•·•·•···································· 93
de Mestrado, desenvolvida na Universidade Federal do Paraná, no Programa de
Pós-Graduação em Psicologia, entre os anos de 2012 e 2014. O objetivo original
Índice Remissivo .................................................. •·········•·································· 95
desta pesquisa foi traçar um panorama da clínica do Acompanhamento Terapêuti-
co, no contexto brasileiro. Tarefa demasiado árdua, sem dúvida, ainda mais num
campo tão dinâmico como o que nos propusemos a estudar. Para construir solida-
mente essa ideia, optamos por fazer uma análise das produções e das publicações
nacionais, traçando um panorama de sua construção e desenvolvimento.
Desta forma, nossa intenção inicial será no desenvolvimento do AT
enquanto um saber, e não especificamente em tecnologias -, enfatizando o que
foi produzido cientificamente sobre essa prática. Partimos do entendimento de
"produção científica", como propõe Witter (2005), como uma atividade que se
origina em novas descobertas e conhecimentos e propicia o avanço da ciência,
acrescentando algo de novo em relação aos conhecimentos consolidados em
determinada área.
Dentre as diversas formas de textos científicos, consideramos para es-
ta pesquisa, como fonte de dados, aqueles circunscritos a duas categorias: 1)
Dissertações de Mestrado, Teses de Doutoramento e de Livre-Docência em
Acompanhamento Terapêutico; e, 2) Artigos científicos publicados em revistas e
periódicos sobre Acompanhamento Terapêutico. O ano de 1985 representa o
recorte inicial - o ponto de partida - dessa pesquisa devido à primeira produção
brasileira sobre o tema, o artigo publicado na Revista de Psiquiatria do Rio
Grande do Sul, de autoria de José Carlos Eggers, intitulado: "Acompanhamento
terapêutico: um recurso técnico em psicoterapia de pacientes críticos". Por sua
vez, o ano de 2013 foi elevado como o corte final para o período inicial da pes-
quisa. Após esse levantamento, optamos por uma atualização - no Posfácio -
com a intenção de incluir (ao máximo possível, mas não mais de forma inteira-
mente sistemática) discussões e reflexões estendidas até o ano de 2020.
16 Adriano Furtado Holanda/ Luís Felipe Ferro/ Marcelo Costa Benatto

Observamos, a partir de nossa prática com o AT 1, uma constante bus-


ca de fontes teóricas que proporcionassem subsídios para essa clínica. Tal busca,
no entanto, deflagrou a necessidade de maior investimento tanto na sistematiza-
ção dessa prática, como no estudo das relações fronteiriças que a delimitam.
Como afirma Marinho (2009), o campo do acompanhamento terapêutico, em
franco crescimento no Brasil, vem se sofisticando no seu processo histórico,
exigindo produção científica para embasá-la teoricamente. Neste contexto, a Capítulo 1
pesquisa que aqui se apresenta toma caráter de importância devido à possibilida-
de de sistematizar o "olhar" para a produção científica sobre o acompanhamento
terapêutico no Brasil, foco dado a apresentar o que está sendo pesquisado, de que A Clínica do Acompanhamento
forma, onde e por quais autores. Este estudo, logo, justifica-se por procurar bali-
zar e organizar, em sua análise, tal produção científica, proporcionando um signi- Terapêutico: Fundamentos
ficativo panorama sobre a evolução e a realidade científica do AT.
Como esboçamos esse trabalho? No primeiro capítulo, será apresenta-
da uma discussão sobre os antecedentes científicos do AT, de maneira a contex- 1.1 Um Olhar para a Evolução da Clinica do AT
tualizar o campo e, em seguida, apresentar seus fundamentos. No segundo capí- Algumas experiências pontuais, datadas do início do século XX, pro-
tulo, elucidaremos o ponto de partida do nosso estudo, delimitando o objeto a ser puseram-se a acompanhar, na comunidade, algumas pessoas em sofrimento men-
tratado e apresentando a pergunta de pesquisa. Procedemos com a descrição do tal. Tais experiências se tornaram embriões do que seria conhecido no final da
método utilizado, suas estratégias para a obtenção das fontes de dados, critérios década de 1970 como Acompanhamento Terapêutico (Nogueira, 2009; Silva &
para inclusão de trabalhos e forma de sua análise. O terceiro capítulo apresenta a Silva, 2006). Internacionalmente, diferentes críticas passaram a ser desferidas
discussão advinda da análise das produções derivadas de dissertações de mestra- contra o modelo manicomial de atenção à Saúde Mental a partir das décadas de
do, teses de doutorado e livre-docência. 1950 e 1960, originando movimentos diversos que reivindicavam formas de
No capítulo quatro, será apresentada a análise dos resultados referen- tratamento territorial e comunitária para pessoas em sofrimento mental. Tal cam-
tes ao conjunto de artigos científicos publicados. Por sua vez, o capítulo cinco po discursivo configurou terreno fértil para o desenvolvimento de práticas volta-
discorre sobre um dado recorrente na literatura estudada - as fronteiras do AT. das a transpor as limitações institucionais e "invadir", junto com seus usuários,
Tal análise será dedicada a complementar os resultados apresentados, enrique- espaços comunitários diversos, oferecendo-lhes apoio para sua inclusão social
cendo as análises da produção científica. Ao final, ressaltamos alguns aspectos (Nogueira, 2009).
importantes das análises, assim como questionamentos que extrapolam a delimi-
tação proposta e que poderão ser utilizados como novos pontos de partida para O uso de agentes que não ficavam atuando apenas dentro do hospital, e que
pesquisas futuras. Por fim, incluímos um derradeiro capítulo intitulado Posfá- ainda não tinham sido batizados de "acompanhantes terapêuticos", começou a
cio - como atualização necessária ao escopo básico da pesquisa sistemática ini- ficar potencializado, juntamente às novas experiências que estavam sendo ges-
cial, de modo a contemplar minimamente os desenvolvimentos posteriores ao tadas no campo da saúde mental. A prática das atividades terapêuticas dentro
do hospital e também fora das comunidades terapêuticas ganhou um novo im-
espectro temporal da nossa pesquisa preliminar.
pulso a partir das propostas da reforma psiquiátrica que teve início em alguns
países da Europa. Félix Guattari (1992) escreveu sobre as suas experiências
institucionais ainda na década de 1950, na Cliníca de La Borde, na França, o
mesmo acontecendo com Franco Basaglia (1982), no início da década de 1960
e, principalmente, na década 1970, na Itália. (Silva & Silva, 2006, p. 214)

Tais práticas, historicamente com denominações variadas, atendente


terapêutico, amigo qualificado, atendente psiquiátrico, auxiliar psiquiátrico,
Entre os autores, tal experiência foi pautada em diferentes registros: desde a formação profissio- acompanhante terapêutico, tinham como campo comum a proposição de acom-
nal (notadamente a da Psicologia e da Terapia Ocupacional) e a atuação formal como acompa- panhamentos próximos e singulares que transbordavam os limites fisico-
nhantes terapêuticos; até ações como a orientação e desenvolvimento de pesquisas; além da in- -institucionais, caminhando para amadurecer, gradualmente, o cuidado territorial
serção e desenvolvimento do tema junto a estágios, disciplinas, ações extensionistas e projetos
intersetoriais. Fundamentalmente - importante registrar que tanto a atuação prática quanto as (Estellita-Lins, Oliveira & Coutinho, 2009; Nogueira, 2009).
reflexões quanto ao campo aqui tratado, têm uma perspectiva multiprofissional e interdisciplinar.
Adriano Furtado Holanda/ Luís Felipe Ferro/ Marcelo Costa Benatto Acompanhamento Terapêutico 19
18

Em contexto Latino-Americano, as primeiras referências utilizando a ti~o" q1:e e~globa .ª "rua" e a "circulação", articuladas à problemática dessa clí-
terminologia "acompanhamento terapêutico" ocorreram na Argentina, na clínica mca. Ha, amda, discussões constantes sobre a formacão do acompanhante tera-
do Dr. Eduardo Kalina, conhecida por CET AMP - Centro de Estudos e Aborda- pêuti~o, suas proble~áticas e o caráter interdiscipÜnar dessa prática (Chauí-
gem Múltipla em Psiquiatria. Também nesta clínica, em 1985, foi publicado o -Berhnck, 2011). Na literatura, também estão presentes temas como o corpo no
primeiro livro sobre o tema, intitulado AcompaF,antes Terapéuticos y pacientes ~T (Gonçalves, 2~1~; Leães, ~01 ~; Pitiá, 2002; Possani, 2010); a amizade (Ara-
UJO, 2006; Palombmi, 2009; Silverra, 2006); saídas (Chauí-Berlinck, 2011; Fran-
psicóticos, escrito pelas psicólogas Susana Kuras de Mauer e Sílvia Resnizky. O
livro consiste em um manual introdutório e sistematizador do acompanhamento ça, 2009; Palombini, 2007; Silva, 2013); trabalho em equipe (Farinha 2006-
terapêutico, sendo traduzido no Brasil no ano de 1987 (Mauer & Resnizky, Macedo, 2011, Simões, 2005), dentre outros. ' '
Com relação ao início da produção científica de AT no Brasil, perce-
1987).
No Brasil, o acompanhamento terapêutico foi introduzido sob a deno- be-se que sua es~turação é. muito recente, com a primeira obra publicada há
minação de "atendente psiquiátrico", na Clínica Pinel em Porto Alegre, nos anos menos de quatro decadas e ainda pouco explorada. Tal quadro ocasiona alguns
1960 e 1970 (Berger, Moretin & Braga Neto, 1991). Posteriormente foram encon- desencontros na estruturação teórica dessa prática clínica, relacionados princi-
trados registros de uma segunda experiência, no final da década de 1960, no Rio de palme~t~ ao campo de atuação do acompanhante terapêutico, qual a formação
Janeiro, na Clínica Villa Pinheiros, sob a denominação de "auxiliar psiquiátrico", necessana, emb~sa~ento teó~co, :istematização técnica, funções, e característi-
com forte embasamento psicanalítico. Mesmo com a mudança de nomenclatura, as cas dos pro~s~10nais. Cham-Berlink (2011), reforçando a incipiência de um
funções deste profissional se mantiveram inalteradas, assim como o foco de aten- arc~bouço teon~o estrutura~o para o A T, ainda chama atenção para a questão do
dimento, haja vista que a clínica de Porto Alegre - primeira experiência - serviu de c_ar~ter necessariamente flmdo desta prática, cabendo aos que se propõem a de-
base de inspiração para a clínica do Rio de Janeiro - segunda experiência (Reis limitar o campo do AT, o desafio de tal conjugação teórico-prática.
Neto, 1995). A terceira experiência de Acompanhamento Terapêutico no Brasil
~---) o lugar o~upadoyelo acompanhante terapêutico é o lugar da dúvida, da
ocorreu no final da década de 1970 no Instituto A CASA, na cidade de São Paulo. mcerteza, do nsco seJa porque não há um saber teórico ou um conjunto de re-
Neste local, que funcionava inicialmente como Hospital-Dia, utilizava-se a deno- gras que deterrnine_m s':11 prátic~, seja ~arque deliberadamente optam pela re-
minação de "amigo qualificado", termo originário da clínica dirigida pelo Dr. Edu- cusa dessas deterrnmaçoes e acertam o mesperado e o inusitado. (p. 134)
ardo Kalina na Argentina (Mauer & Resnizky, 1987).
A nomenclatura Acompanhamento Terapêutico, por fim, passou a ser
utilizada no Brasil a partir da década de 1970, sedimentando-se em 1980, e, 1.2 Fundamentos sobre o Acompanhante Terapêutico
desde então, vem configurando importante campo teórico-prático (Nogueira, , . O AT representa na atualidade uma importante ferramenta de manejo
2009; Simões, 2005). Para sua operacionalização, a proposta do AT conta com a chmc,? que "quebr~" ~s fronte~as do setting tradicional para oferecer uma opção
figura do acompanhante terapêutico, o qual proporciona atenção que contempla tera~eutlca n~s ~ropnos ~bientes e1:11 que cada sujeito - com algum tipo de
as demandas singulares dos sujeitos atendidos, conjugando-as, de maneira indis- sofrimento_~siqmco,_ emoc10nal, relac10nal, ou comportamental - esteja, ou cir-
sociável, com as demandas, potencialidades e limitações familiares, comunitárias cule, perm1tmdo assrrn, uma maior inserção ao seu contexto social. A principal
e territoriais. O AT transpassa muros institucionais e, de maneira parceira, parti- marca do acompanhamento terapêutico se refere ao seu setting terapêutico "am-
cipa de problemáticas intrinsecamente ligadas ao cotidiano dos usuários procu- pliado"2: como destaca S~õe_s (2005), visto que o horário, o local e a duração
rando criativamente estratégias de enfrentamento (Ribeiro, 2009). das sessoes podem ser vanaveis, destoando do padrão clássico de se fazer clínica
Em relação à produção científica do AT, o primeiro artigo brasileiro normalmente associado aos modelos tradicionais de psicoterapia e análise.
foi publicado em 1985 na Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, intitula- Como características que marcam essa prática, merece destaque também o diálo-
do: "Acompanhamento terapêutico: um recurso técnico em psicoterapia de paci- go com a família e o trabalho em equipe. Assim, o A T pode ser entendido como
entes críticos" (Eggers, 1985), fruto do trabalho de conclusão do curso de especia- uma
lização em psiquiatria da Pontificia Universidade Católica do Rio Grande do Sul,
em junho de 1984.
~s aspas, aqui, pretende_m pr~~!e°:1ati~, o c~áter sígnico da ideia de ampliação - em contrapo-
Diferentes temas são recorrentes na literatura sobre AT e, até a atuali- s~çã? a uma ~epresentaçao de l;°:11taçao - visto que não estamos, aqui, discutindo possíveis va-
dade, não foram esgotados. Em primeiro lugar, aparecem as obras que servem de lenc1as associadas a modelos chrucos. A rigor, aqui, o "ampliado" não deve ser entendido (a nos-
referencial teórico para o AT, com predomínio do referencial psicanalítico. Em s? ver) com~ "°:1ais", "melhor" ou "maior" do que outra forma de clínica, nem mesmo como ati-
segundo lugar, surgem discussões sobre a evolução do perfil do usuário atendido vidade subst1tut1va; mas tão somente como atividade "outra". Com relação a uma crítica às ideias
e representações de uma "clínica ampliada", remetemos o leitor a outros contextos da literatura
pelo acompanhante terapêutico, assim como o "lugar do acompanhante terapêu- (González-Rey, 2012; Holanda, 2012; Nicaretta, 2012).
20 Adriano Furtado Holanda/ Luís Felipe Ferro/ Marcelo Costa Benatto Acompanhamento Terapêutico 21

(.. ) atividade terapêutica cujo objetivo central é promover a singularidade de O AT ainda é estratégico, devido à sua inserção no cotidiano do usuá-
pessoas que sofreram algum tipo de crise e favorecer a vivência de uma expe- rio, para revelar novas informações que estavam encobertas para a equipe tera-
riência significativa onde seu desejo encontre expressão.( ... ) O AT é um mo- pêutica. Além disso, pode servir de intermediário entre a alta no tratamento e a
do de intervenção terapêutica que se dá em meio à vida cotidiana de uma pes- manutenção da evolução terapêutica. Contudo, tal clinica, embora possa se so-
soa. É um tipo de atendimento herdeiro das transformações do cuidado na área
da Saúde Mental, na busca de uma forma de tratamento mais humanizada.
brevaler de tais benesses, em sua aliança fenomênica com o cotidiano dos usuá-
(Associação de Acompanhamento Terapêutico, s/d). rios, enfrenta os desafios próprios à vida ordinária. Neste contexto, riscos for-
mais também se tomam presentes, como atropelamentos, acidentes, assaltos,
O trabalho do AT se constrói na ética da relação com o outro, marcada crises em ambientes públicos desprotegidos, entre outros. Desta forma, o cuidado
pelo respeito à complexidade do fenômeno humano e à sua singularidade que - e a atenção, o conhecimento teórico-prático sobre saúde mental, psicopatologias,
como afirma Deleuze (1974) - são os verdadeiros acontecimentos transcenden- ser humano, relações, comportamentos, emoções, terapêuticas, diagnósticos e
tais; "( ... ) longe de serem individuais ou pessoais, as singularidades presidem à prognósticos, ética, separação Eu/Outro - além de uma capacidade ampliada de
gênese dos indivíduos e das pessoas" (p. 105). Partindo desse pressuposto bási- abstenção de julgamentos morais e uma visão ampliada - são fundamentais para
co, o acompanhante terapêutico situa o profissional nas situações concretas de enfrentar tais aspectos inerentes a esta clínica.
vida dos usuários de seus serviços, ou seja, em seu cotidiano. Essa presença in Porém, tais conhecimentos se tomam meramente figurativos se não
loco, além de auxiliar nas atividades cotidianas que o paciente se sente limitado, houver a delimitação do objeto "Acompanhamento Terapêutico", de maneira a
permite utilizar as situações do dia a dia como material para a elaboração dos defini-lo precisamente aos agentes desta prática: acompanhante; acompanhado;
conflitos psíquicos que o impedem de se organizar de modo significativo. A família; pesquisadores, etc. Uma dificuldade em relação à definição do objeto
peculiaridade do AT se encontra na relação que é possível ser estabelecida com o surge da falta de clareza deste para a comunidade científica, que padece de res-
usuário. A intervenção no cotidiano promove especial proximidade, permitindo postas para diversos questionamentos, como, por exemplo: é possível se configu-
ao acompanhante terapêutico experienciar em seu próprio corpo o sofrimento rar um arcabouço teórico singular para abarcar essa prática?
vivido pelo acompanhado (Gonçalves, 2012). O AT pode ser realizado sob diferentes formas, que vão desde as que
Para além, o profissional entra em contato carnal com as variadas fa- visam adaptação do acompanhado aos mais variados contextos sociais, até con-
cetas e informações que surgem a partir do substrato concreto da vida do usuário, dutas despreocupadas com os padrões e normas sociais. Tais condutas depende-
possibilitando o vislumbre de diferentes determinantes de seu processo de saúde rão dos referenciais teóricos assumidos pelo acompanhante terapêutico, associa-
e instrumentalizando-o, sobremaneira, para elaborar, qualificar e dar eficiência e dos às suas características pessoais e seus próprios limites no ato de acompanhar
eficácia à sua atuação. Ao acompanhante terapêutico, ainda, caberá o levanta- (sem esquecer, todavia, seus objetivos previamente traçados). Em sua mutiplici-
mento de dados sobre o território em que o usuário vive, articulando suas poten- dade, o AT é desenvolvido de acordo com a abordagem teórica que os profissio-
cialidades e enfrentando suas limitações para o beneficio do projeto terapêutico nais seguem. Tais abordagens buscam justificar e orientar sua prática clínica.
estabelecido, ampliando com isso, obviamente, a qualidade de vida do usuário. Tradicionalmente, a psicanálise - com as escolas winnicottiana e lacaniana -
Desta forma, a família, a comunidade, a residência, a cidade e todo e qualquer apresenta uma dominância em relação às tentativas de sistematização e embasa-
ambiente que faça, fará ou um dia tenha feito parte do repertório do sujeito aten- mento teórico do acompanhamento terapêutico. Porém, percebe-se tentativas de
dido se tomam ferramentas para serem utilizadas estrategicamente junto aos sistematização com outros referenciais teóricos, tais como: a psicoterapia corpo-
objetivos terapêuticos elaborados e para fortalecer vínculos. ral, a terapia cognitivo-comportamental, a esquizoanálise, a Gestalt, e o modelo
Tendo em vista a importância da relação terapêutica para o AT, inici- de atenção psicossocial (Batista, Flor & Silveira, 2017; Carvalho, 2002; Fiorati
almente é necessário identificar quais são as demandas do usuário, seus gostos e & Saeki, 2006; Muylaert, 2006; Parente & Belmíno, 2015; Pitiá, 2006; Pitiá e
desejos. É a partir deste ponto que se buscará fortalecer o vínculo, ou uma facili- Furegato, 2009; Pitiá & Santos, 2006; Reis Neto, Teixeira Pinto & Oliveira,
tação da relação, primordial para qualquer trabalho terapêutico. "( ... ) o AT pro- 2011; Simões, 2005; Zamignani, Kovac & Vermes, 2007).
move a recuperação de aspectos éticos da relação terapêutica, na medida em que A discussão sobre a relevância de uma apropriação teórica transcende
não é possível especificar-se numa escuta do psiquismo. O AT se movimenta nossos objetivos; porém, vale a pena ressaltar que a multiplicidade dos olhares e
junto com o paciente. Está de corpo e alma presente nas situações" (Possani, dos contextos no qual o AT está inserido, apontam claramente para a necessidade
2010, p. 19). De acordo com Sereno (2006), o AT "está para", ou seja, sempre de se manter uma abertura fundamental à dinâmica de suas ações. Assim, mesmo
nos remete a uma relação na qual acompanhante terapêutico e acompanhado, por que o reconhecimento da gênese dessa prática se dê em tal ou tal contexto meta-
vezes, estão tão intimamente ligados, que a fronteira psíquica entre ambos se -teórico, é inegável que seu desenvolvimento possa se beneficiar de outras narra-
toma sutil. tivas. Esperamos poder concluir, ao final, com este reconhecimento.
Capítulo 2
Sobre a Produção Acadêmica em
AT no Brasil

O campo do AT vem apresentando um significativo crescimento nas


últimas décadas no tocante às suas produções científicas. Neste contexto, a análi-
se de tal produção e sua difusão são fundamentais para a consolidação do seu
campo de atuação, além de permitir um vislumbre de possíveis caminhos a serem
trilhados. Desta forma, analisar a produção acadêmica sobre A T no Brasil auxilia
na própria organização da área.
Neste sentido, o presente material organiza sua análise por meio de
uma revisão de literatura, pautada na revisão sistemática3, tendo como fontes de
dados os materiais científicos publicados no formato de artigos, dissertações de
mestrado, teses de doutorado e de livre-docência em AT. Desta forma, pretende-
-se aqui analisar diferentes materiais científicos, procurando agregar e sistemati-
zar o conhecimento produzido, dando origem a uma nova unidade de informa-
ções (Turato, 2003). Segundo Mufioz, Takayanagui, Santos & Sanchez-
-Sweatman (2002), a principal contribuição da revisão sistemática é...
(... ) integrar a informação existente sobre uma temática específica, através do
agrupamento e análise dos resultados procedentes de estudos primários reali-
zados em locais e momentos diferentes por grupos de pesquisa independentes,
permitindo a geração de evidência científica na temática que dê suporte na
implementação e execução de diversos programas de saúde.

Um dos primeiros passos para a composição da revisão sistemática é a


definição da pergunta da pesquisa. Em nosso trabalho, a força motriz partiu da
seguinte indagação: Quais os autores, instituições e revistas vêm publicando no
Brasil estudos sobre o tema do AT e como vem sendo delineada as fronteiras de
tal prática?

A revisão de literatura é um estudo de caráter descritivo-discursivo (Mu.iioz, Takayanagui,


Santos & Sanchez-Sweatman, 2002), visando "(... ) integrar a informação existente sobre uma
temática específica, através do agrupamento e análise dos resultados procedentes de estudos pri-
mários" (p. !). A revisão sistemática, uma das formas de revisão de literatura, consiste em uma
metodologia de estudo científico que, de maneira sistemática, planeja, a priori, com critérios es-
tabelecidos, a busca e análise de materiais bibliográficos. Devido à diversidade de fontes de in-
formação, é necessária a elaboração de estratégias diferentes e específicas.
24 Adriano Furtado Holanda/ Luís Felipe Ferro/ Marcelo Costa Benatto Acompanhamento Terapêutico 25

A busca por produções científicas nacionais, por sua vez, foi organi- formação em AT; livros e capítulos de livros sobre AT. Foram excluídos dessa
zada com as seguintes combinações de palavras: "acompanhamento + terapêuti- pesquisa as publicações de autores estrangeiros, a não ser que tivessem desen-
co" ou "acompanhante + terapêutico" no título, subtítulo ou resumo dos traba- volvido pesquisas em Instituições de Ensino Superior Brasileiras ou publicado
lhos. Também foram lidos e analisados os títulos, subtítulos e resumos dos traba- artigos em revistas e periódicos nacionais.
lhos que apresentaram as palavras "acompanhante terapêutico" e "acompanha- No que se refere aos documentos derivados de produções stricto sen-
mento terapêutico" juntas. szt', foram analisadas 57 pesquisas, divididas entre 49 Dissertações de Mestrado,
Para as Dissertações de Mestrado, Teses de Doutoramento e de Livre- sete Teses de Doutoramento e uma Tese de Livre-Docência. Em relação aos
-Docência em Acompanhamento Terapêutico a pesquisa se deu por meio de três artigos científicos, foram analisados 141 artigos, dispostos em 55 revistas e pe-
passos. Inicialmente a busca dos materiais aconteceu em três bases de dados: riódicos científicos.
Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (administrada pelo Instituto Desta forma, tais fontes de dados foram analisadas dando origem a
Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia); Banco de Teses e Disserta- três categorias, que correpondem aos capítulos que se seguem: Teses de Douto-
ções da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CA- rado, Teses de Livre-Docência e Dissertações de Mestrado; Artigos científicos
PES); e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Como segundo passo, foram consul- publicados em revistas e periódicos científicos; Fronteiras do Acompanhamento
tadas as referências bibliográficas das produções científicas decorrentes das Terapêutico no Brasil.
buscas iniciais, identificando novos materiais. O terceiro caminho de busca foi a
verificação dos Currículos Lattes dos pesquisadores e orientadores de pesquisa,
com o intuito de verificar sua participação em alguma outra pesquisa da área de
AT que ainda não tenha sido encontrada nas buscas anteriores.
Quanto à busca por artigos científicos, primeiramente foram acessadas
as seguintes bases de dados: BVS (Biblioteca Virtual em Saúde); PePSIC (Perió-
dicos Eletrônicos em Psicologia); SCIELO (Scientific Eletronic Library Online);
e LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde). A
segunda busca ocorreu no site da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior (CAPES) e a terceira busca se deu com a revisão e pesquisa
das referências bibliográficas de toda a produção científica sobre acompanha-
mento terapêutico encontrada. Esta etapa buscou o embasamento bibliográfico
das pesquisas desenvolvidas na área do acompanhamento terapêutico no Brasil.
Por fim, a quarta busca dos artigos foi realizada por meio do acesso ao Currículo
Lattes dos pesquisadores e acompanhantes terapêuticos, para revisar se havia
publicação de material que escapou às buscas anteriores.
Os dados obtidos de dissertações, teses e artigos foram analisados
primeiramente com a leitura do título e subtítulo, para saber se faziam parte do
universo de produções científicas delimitadas na presente pesquisa. Foram lidos
igualmente os resumos e palavras-chave de todos os materiais que não foram
incluídos na primeira análise, para saber se estavam enquadrados como objeto
dessa pesquisa. Os critérios para inclusão de materiais na presente pesquisa fo-
ram: Materiais advindos de Dissertações de mestrado, Teses de Doutorado e de
Livre-Docência e artigos em revistas científicas; Publicações nacionais, ou ainda,
de autores estrangeiros desde que a publicação tenha ocorrido em revista, perió-
dico ou ainda Universidade/Faculdades nacionais.
Não foram considerados, para efeitos da amostra desta pesquisa, os
seguintes materiais: textos publicados em jornais e revistas de divulgação geral,
boletins informativos ou outro tipo de produção informal; publicações em Anais As pós-graduações stricto sensu compreendem programas de mestrado e doutorado abertos a
de congresso; monografias/artigos de conclusão de graduação, especialização e candidatos diplomados em cursos superiores de graduação e que atendam às exigências das insti-
tuições de ensino e ao edital de seleção dos alunos (Art. 44, III, Lei 9.394/1996).
l

Capítulo 3

Análise das Dissertações de Mestrado


e Teses de Doutorado/Livre-Docência
em Acompanhamento Terapêutico de
1995 a 2013

Conforme já citado, foram encontradas como material para análise 57


pesquisas, divididas em 49 dissertações de Mestrado, sete teses de Doutoramento e
uma tese de Livre-Docência. Procuraremos, a seguir, delinear as áreas das pesqui-
sas desenvolvidas, os autores e programas de pós-graduação que estão contribuin-
do para o incremento do AT no universo científico, entre outros aspectos.
Duas vertentes direcionam esse estudo: a necessidade de conhecermos o
que já havia sido produzido academicamente e a possível consequência dessa pro-
dução para o "fazer" AT, demonstrando a preocupação com um arcabouço teórico
academicamente reconhecido, mas ainda pouco divulgado. Embora não seja objeto
do presente trabalho, reconhece-se aqui a necessidade de uma discussão epistemo-
lógica sobre o tema, possibilidade investigativa para futuras pesquisas.
Em relação à busca das teses e dissertações, deparamo-nos com algu-
mas dificuldades, como o fato do surgimento de temas diversos que não se refe-
riam ao objeto desse estudo. Além disso, o processo de reunião de todo o material,
apesar de algumas tentativas acadêmicas já previamente dadas (Benevides, 2007;
Chauí-Berlinck, 2011; Hermann, 2008; Palombini, 2007; Pitiá & Santos, 2006;
Simões, 2005) e outras advindas de iniciativas de profissionais ( como o da pró-
pria Biblioteca do AT), ainda não haviam logrado êxito em apresentar um quadro
acadêmico de teses e dissertações de forma completa. Mesmo diante de tais ad-
versidades, conseguimos acesso aos trabalhos completos de todas as Teses de
Doutoramento (N=7) e Livre-Docência (N=l) e de 91,8% das Dissertações de
Mestrado (N=45). Das três dissertações restantes (6,12%), foram acessados so-
mente os resumos delas.
Após buscar e analisar todo o material, foi possível delinear, a partir
do conjunto das fontes de dados, um quadro do que se produz em stricto sensu
no contexto brasileiro, em termos de pesquisas e reflexões sobre o AT. Além
disso, destacamos a relevância do presente trabalho, visto que os dados encon-
trados e analisados nessa "viagem" pela história do acompanhamento terapêutico
28 Adriano Furtado Holanda/ Luís Felipe Ferro/ Marcelo Costa Benatto Acompanhamento Terapêutico 29

no Brasil possibilitarão observar a inserção do AT na academia e balizar seus Partindo da dissertação de 1995 até o ano de 2013 (com exceção dos
campos de pesquisa, contextos, profissionais e pesquisadores, apontando o que anos de 1998, 2000 e 2001), em todos os outros anos houve algum tipo de pro-
foi produzido e se destacou nesse processo, além de servir de base para outros dução sh·icto sensu sobre o tema, apontando que, além de conquistar um espaço
estudos que apontem influências teóricas/filosóficas e promovam a demarcação na academia, a expansão científica de pesquisas sobre o AT em cenário nacional
pôde ser observada. Algumas edições especiais de revistas científicas publicaram
de períodos ao longo da história.
números exclusivos sobre a temática do Acompanhamento Terapêutico, a saber:
a revista Pulsional - Revista de Psicanálise, em 2002; a Estilos da Clínica (pu-
3.1 O Acompanhamento Terapêutico no Contexto Brasileiro: um blicação do Instituto de Psicologia da USP), em 2005; e a revista Psychê (do
Resgate Histórico Centro de Estudos e Pesquisa em Psicanálise da Universidade São Marcos), no
ano de 2006. O que todos esses periódicos compartilham é um olhar psicanalíti-
A análise aponta para um fortalecimento do A T na academia brasilei- co, sendo que apenas a Pulsional e a Estilos da Clínica continuam ativas (a
ra, pois desde o primeiro artigo publicado no Brasil (Eggers, 1985) e a primeira Psychê encontra-se desativada desde 2008). Por sua vez, a revista Psicologia &
dissertação de mestrado (Reis Neto, 1995), decorreu uma década sem que te- Sociedade também publicou, em 2013, um número especial para a temática AT,
nham sido publicados estudos acadêmicos relevantes, ao passo que, de ~ 995 a seis anos após a realização do III Congresso Internacional de Acompanhamento
2013, observamos representativo aumento da produção, o que vem consolidando Terapêutico realizado em Porto Alegre, em outubro de 2008, que teve como
o AT enquanto área do saber e afirmando a preocupação acadêmica com sua tema, Multiversas cidades, andanças caleidoscópicas, tessituras de redes.
fundamentação. No segundo semestre do ano de 2012, ocorreu o lançamento da pri-
Um breve histórico - com destaque para algumas datas - precisa ser meira revista dedicada especificamente ao tema, intitulada ATravessar, organi-
mencionado. No ano de 1985 ocorreu a publicação do primeiro escrito científico zada pela Associação de Acompanhamento Terapêutico (AA T). Embora com sua
brasileiro, intitulado "Acompanhamento terapêutico: um recurso técnico e_:11 última edição datada de 2015, é relevante resgatar seu histórico, afirmando um
psicoterapia de pacientes críticos" (Eggers, 1985), fruto do trabalho de conclusao crescente interesse científico no tema e a possibilidade de centralização, à época,
do curso de especialização em psiquiatria da Pontificia Universidade Católica do da produção científica sobre AT no Brasil. Ainda em 2012, houve a publicação
Rio Grande do Sul realizado em junho de 1984. Os primeiros escritos utilizando pioneira de uma tese de Livre-Docência sobre AT, desenvolvida no Instituto de
a terminologia "acompanhamento terapêutico" ocorrem na Argentina, advindas Psicologia da Universidade de São Paulo e intitulada Perspectivas fenomenoló-
do trabalho realizado pelo Centro de Estudos e Abordagem Múltipla em Psiquia- gicas em atendimentos clínicos: humanologia (Antúnez, 2012).
tria (CETAMP), coordenado pelo Dr. Eduardo Kalina. Fruto deste trabalho, é O percurso histórico do AT aqui apresentado, embora tenha com sua
publicado, em 1985, o livro Acompaíiantes Terapéuticos y pacientes psicóticos, estruturação recente, tendo a primeira obra publicada há pouco menos de quatro
escrito pelas psicólogas Susana Kuras de Mauer e Silvia Resnizky. Esta obra décadas, revela, contudo, um aumento longitudinal consistente da produção
consiste em um manual introdutório e sistematizador do acompanhamento tera- acadêmica sobre o tema, contando com a expansão, como veremos a seguir, de
pêutico, traduzido no Brasil depois de dois anos (Mauer & Resnizky, 1987; Ma- seu estudo para diversas Universidades e programas de pós-graduação.
rinho, 2009).
Em 1989, ocorre o primeiro encontro paulista de ATs e, como fruto
desse encontro, é publicado, em 1991, o primeiro livro brasileiro sobre A T intitu- 3.2 Delimitação do Campo: Pesquisas e Programas de Pós-Graduação
lado A rua como espaço clínico. Acompanhamento terapêutico. Este livro é O levantamento aqui realizado abrange 57 produções acadêmicas, to-
composto de diversos artigos sobre o tema e foi prom~vi~o pelo Institllto A ~A- das defendidas em Universidades ou Faculdades nacionais no período compre-
SA, de São Paulo (Equipe de Acompanhantes Terapeuhcos do Hospital-Dia A endido entre 1995 e 2013. Do total de pesquisas, a grande maioria delas (40
Casa, 1991). trabalhos) apresentavam as palavras acompanhamento + terapêutico no título ou
Nos anos de 1995 e 2002 foram defendidas as primeiras produções em subtítulo dos trabalhos; em seis delas apareceram a combinação acompanhante(s)
Pós-Graduação Sh·ico Sensu no Brasil: Acompanhamento Terapêutico: Emergên- + terapêutico(s), e nas demais onze produções acadêmicas não constavam essas
cia e h·ajetória histórica de uma prática em saúde mental no Rio de Janeiro, pri- combinações em seus títulos ou subtítulos, embora estivessem presentes nos
meira dissertação de Mestrado, desenvolvida no Programa de Pós-graduação em resumos dos referidos trabalhos.
Psicologia Clinica da Pontificia Universidade Católica do Rio de Janeiro (Reis
Neto, 1995); e Acompanhamento terapêutico com enfoque da psicoterapia corpo- A única pesquisa que não atendeu aos critérios de seleção estabeleci-
ral: uma clínica em consh·ução, primeira Tese de Doutorado defendida na Escola dos nesse estudo, mas que ainda assim foi incluída, foi a dissertação de mestrado
de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (Pitiá, 2002). intitulada O acontecer na clínica: quando o criar resiste ao cotidiano, desenvol-
vida no Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional da
30 Adriano Furtado Holanda/ Luís Felipe Ferro/ Marcelo Costa Benatto Acompanhamento Terapêutico 31

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Londero, 2011), pois em sua pes- Conforme apontado no Gráfico 1, não observamos uma ascendência
quisa o autor trabalha com o AT como clínica e busca problematizá-la para saber uniforme nas publicações, no entanto ressaltamos que a partir de 2002 até 2013
o que ela pode fazer enquanto prática que resiste a uma sociedade que repele de houve 52 defesas, representando 91,2% do total de publicações nessa categoria,
si o que sai fora de suas normatizações, tentando controlar o inesperado. Dessa ou seja, esse dado por si só já nos permite concluir que as pesquisas acadêmicas
forma, decidimos mantê-la na amostra, por entendermos que há contribuição sobre o tema AT vem sendo ampliada, demarcando dois períodos distintos no
direta para a produção acadêmica da área. quesito defesa de pesquisas stricto sensu, quais sejam: década de 1990 (de 1995
Marinho (2009) destaca que a teoria e prática do AT têm se difundido a 2000) e século XXI (2001 a 2013). Mesmo entendendo que esses dois períodos
rapidamente, com aumento significativo da produção bibliográfica e científica não são uniformes entre si, sua separação se justifica em virtude do viés quantita-
sobre o tema. O gráfico 1 apresenta as pesquisas separadas longitudinalmente por tivo de defesas observados em cada um dos dois períodos, visto que no segundo
ano, possibilitando evidenciar o crescimento da produção acadêmica sobre o AT deles se produziu mais de nove vezes o que se produziu no primeiro.
no Brasil. Destaca-se que, mesmo reconhecendo a diferença que existe entre as Ainda, observa-se, com exceção dos anos de 1998, 2000 e 2001, a
dissertações de mestrado e teses de doutorado/Livre-Docência, principalmente presença anual de defesas com o tema do AT, tendo sido registrado em 2011 seu
no quesito rigor metodológico da pesquisa, ambas serão analisadas pelo seu ápice, com a defesa de nove pesquisas (oito dissertações de mestrado acadêmico
conjunto (pesquisas stricto sensu). Tal decisão decorre tanto da inexistência de e uma tese de doutorado), seguido por oito publicações em 2012 (sete disserta-
variações significativas nos resultados que justificasse uma separação destas ções de mestrado acadêmico e uma tese de Livre-Docência) e seis dissertações
categorias, como do baixo número de teses de doutorado/Livre-Docência (N=8). de mestrado acadêmico em 2005. Percebemos que quase metade (40,3%) das defe-
O estudo, a partir do recorte temporal aqui proposto, ressalta ainda que nenhum sas de teses e dissertações ocorrereu nesses três anos supracitados (2005, 2008 e
dos autores que desenvolveu pesquisa de doutoramento em AT teve esse tema 2011). Tais dados nos colocam uma indagação: o que ocorreu nesses anos que
em sua dissertação de mestrado. fomentou a publicação de tantas pesquisas? Embora nosso objeto não possibilite
aprofundamentos, ele enseja a possibilidade de futuras pesquisas sobre estaques-
Gráfico 1: Ano de Defesa das produções acadêmicas em AT (Dissertações de tão.
mestrado e Teses de doutorado e Livre-Docência5 Atualmente, podemos observar que o número de pesquisadores envol-
vidos com o AT vem aumentando nas Instituições de Ensino Superior (IES).
Sendo assim, cresce a demanda por titulações, o que nos faz supor que nos pró-
ximos anos contaremos com mais um aumento de produções acadêmicas (tanto
de mestrados, quanto de doutorados). Esse dado pode ser observado no Gráfico
1, pois 35% das pesquisas sh·icto sensu foram defendidas no último triênio
(2011, 2012 e 2013) e percebemos que ocorre um ápice de defesas em dois des-
tes anos (2011 e 2012), apontando um cenário de possível crescimento em anos
vindouros.
Em relação às Universidades/Faculdades e programas de pós-
-graduação que desenvolveram as pesquisas em AT no Brasil, os dados apresen-
tados abaixo (Tabela 1) indicam as possibilidades e a diversidade de programas
aos quais um profissional pode se filiar.

O ~ N ~ ~ ~ ~ ~ 00 m 9 ~ N ~
8N 8N 8N 8N 8N 8N 8N 8N 8N 8N aN S S a
N N N
Ano

Gráfico elaborado pelos autores, com base nos dados de pesquisa realizada.
Adriano Furtado Holanda/ Luís Felipe Ferro/ Marcelo Costa Benatto Acompanhamento Terapêutico 33
32

Tabela 1: Universidades que promoveram pesquisas stricto sensu em AT6 Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Universidade Guarulhos; Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul; Pontifícia Universidade Católica
Número de Pesquisas de Mestrado
do Rio de Janeiro; Universidade Católica de Pernambuco; Universidade Meto-
Universidade dista de São Paulo; e Faculdade Pequeno Príncipe/Paraná).
17 No que se refere à caracterização das IES, destaca-se que as pesquisas
Universidade de São Paulo
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 9 foram desenvolvidas em 19 instituições e que ocorre uma predominância de
6
estudos (12 ao todo) nas Universidades públicas de ensino, a partir das quais
Universidade Federal do Rio Grande do Sul foram produzidas 42 pesquisas (73,6% do total). Nas sete Instituições de Ensino
4 Superior (IES) da rede particular, ocorreram 15 pesquisas (26,4%). Existe, via de
Universidade de Brasília
4 regra, uma maior qualificação dos profissionais para pesquisa na rede pública de
Universidade Estadual Paulista
ensino, o que pode justificar a predominância de pesquisas em AT nessa modali-
3
Universidade Federal Fluminense dade (Holanda e Karwowski, 2004).
2
Universidade Federal de Uberlândia Historicamente, o Estado de São Paulo apresenta dominância no que
Universidade Federal de Minas Gerais se refere à produção teórica e prática em AT. Ao recordarmos os eixos de con-
centração do A T no país logo no seu início, percebe-se o destaque dos Estados
Universidade Federal do Ceará de São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. O primeiro encontro brasileiro
Universidade Federal do Espírito Santo sobre AT ocorreu no Estado de São Paulo, além da publicação do primeiro livro
1 sobre o tema do Instituto A CASA em 1991. A dissertação de mestrado de Car-
Universidade Federal São Carlos
valho (2002) ainda assume a maior predominância de profissionais que desen-
Universidade Estadual de Campinas volvem AT no Estado de SP.
Universidade do Estado do Rio de Janeiro A Região Sudeste do País apresenta dominância nas publicações stric-
Universidade Guarulhos
to sensu com 43 trabalhos defendidos em 13 Universidades, representando
75,4% do total de publicações. Em seguida, encontra-se a Região Sul com oito
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande pesquisas, em duas Universidades e uma Faculdade; a Região Centro-Oeste com
do Sul quatro pesquisas em uma Universidade; e a Região Nordeste, com duas pesqui-
Pontifícia Universidade Católica do Rio de sas em duas Universidades. Não houve registro de produções na Região Norte.
Janeiro No que se refere à disposição geográfica, o estado de São Paulo man-
Universidade Católica de Pernambuco tém hegemonia em relação aos outros estados brasileiros e conta com 34 pesqui-
Universidade Metodista de São Paulo sas defendidas em sete universidades, representando 59,6% do total de pesquisas
desenvolvidas, ou seja, mais da metade delas foram desenvolvidas em um único
Faculdade Pequeno Príncipe estado. Em seguida encontramos o Rio Grande do Sul com sete pesquisas, em
duas Universidades; Rio de Janeiro, com cinco pesquisas em três Universidades;
A Universidade de São Paulo foi a que mais desenvolveu pesquisas Distrito Federal com quatro pesquisas em uma Universidade; Minas Gerais com
sobre O tema com 11 pesquisas de mestrado acadêmi~o, _cinco_ dou!oramento~ _e três pesquisas em duas Universidades; Espírito Santo com um estudo em uma
uma tese de Livre-Docência. Em seguida estão a Pontifícia Umvers1dade C~toh- Universidade; Pernambuco com um estudo em uma Universidade; Ceará com um
ca de São Paulo, com oito pesquisas de mestrado e um doutorame1:to; ª. Umver- estudo em uma Universidade; e Paraná com um estudo em uma Faculdade.
sidade Federal do Rio Grande do Sul com seis dissertaçõ:s; a_Dn!;'ers1dade de Ao todo, foram listadas 19 Instituições de Ensino Superior (IES) res-
Brasília e Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesqmta ~1lh? com _quatro ponsáveis pelo desenvolvimento de 57 estudos com predominância de pesquisas
dissertações cada; a Universidade Federal Flumine_nse cm~ tres d1ssertaçoes e.ª desenvolvidas no Eixo São Paulo-Rio Grande do Sul-Rio de Janeiro, que pode
Universidade Federal de Uberlândia com duas d1ssertaç?es. :odas as demais ser justificado tanto pelo retrospecto histórico, o qual reserva a esses três estados
Universidades desenvolveram um estudo cada uma (Umvers1dade Federa: ~e o pioneirismo no desenvolvimento do AT. Porém, os resultados dessa pesquisa
Minas Gerais· Universidade Federal do Ceará; Universidade Federal do Es~mto apontam um caminho pr01nissor no que se refere à difusão do AT para outras
Santo; Unive;sidade Federal São Carlos; Universidade Estadual de Campmas; Universidades distantes desse eixo (sete ao todo), que atualmente, mesmo com
uma participação singela, apresentam potencial de crescimento.
Tabela elaborada pelos autores, com base nos dados de pesquisa realizada.
34 Adriano Furtado Holanda/ Luís Felipe Férro / Marcelo Costa Benatto Acompanhamento Terapêutico 35

A maioria dos acompanhantes terapêuticos tem sua formação em Psi- mais aprofundados, que levem em consideração outras fontes de dados e momen-
cologia (Carvalho, 2002) e esse dado nos remete ao próximo aspecto de noss_a tos específicos das disciplinas em sua relação com a pós-graduação e a produção
análise. A pós-graduação em psicologia apresenta igual dominância nas pesqm- de conhecimento acadêmico, são necessários.
sas sh'icto sensu, tendo desenvolvido 44 estudos (39 dissertações de mestrado, Outro dado relevante apontado em nosso estudo se refere aos orienta-
quatro teses de doutorado e uma tese de Livre-Docência), seguidos por seis estu- dores de pesquisas de mestrado/doutorado. Observamos que 47 pesquisadores
dos em enfermagem (quatro dissertações de mestrado e dois doutoramentos); um foram responsáveis em orientar 56 pesquisas (doutorado e mestrado). O profes-
doutoramento em medicina social, e uma dissertação em cada uma das pós- sor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, Andrés Eduardo
-graduações que seguem: educação; história; artes visuais; biotecnologia aplicada Aguirre Antúnez, foi o pesquisador com o maior número de orientações, com
à saúde da criança e do adolescente; e ciências médicas. Pitiá (2002) aponta que quatro trabalhos (Possani, 2010; Ramos, 2011; Gonçalves, 2012; Marchi, 2012).
o AT pode ser referenciado teoricamente por múltiplos olhares, assim como Em seguida está o professor do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da
Carvalho (2002), que cita o embasamento teórico das equipes de AT em uma Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Manoel Tosta Berlinck, com três
dada abordagem psicológica, mas que nenhuma delas consegue abarcar a multi- orientações (Fráguas, 2003; Deus, 2006; Gerab, 2011). Na sequência, percebe-
mos que três pesquisadores foram responsáveis pela orientação de duas pesquisas
dimensionalidade do AT.
cada um: Prof1 Maria Izabel Tafuri, do Instituto de Psicologia da Universidade
Mesmo com apontamentos na literatura científica a respeito da impor- de Brasília (Coelho, 2007; Parra, 2009); Prof. Gilberto Safra, do Instituto de
tância da produção de conhecimento sobre o AT pautada em outras áreas da Psicologia da Universidade de São Paulo (Barretto, 1997; Fujihira, 2008); e
ciência, percebemos predominância das pesquisas na área da psicologia, com Prof1. Ana Maria Lofredo, do Instituto de Psicologia da Universidade de São
77, 1% do total. Portanto, mesmo que o AT, em tese, carregue um status multi- Paulo (Ghertman, 2009; Santos, 2013). Outros 42 pesquisadores orientaram
disciplinar, o desenvolvimento de suas pesquisas acaba tendo direcionamento em somente uma pesquisa cada na área de AT.
disciplinas específicas, visto que pouco mais de ¾ delas estão concentradas em Para encerrar as análises referentes às produções acadêmicas em AT,
apenas uma área do conhecimento - a psicologia. aponta-se os frutos gerados em virtude dos escritos defendidos na modalidade de
Tais dados remetem a determinados questionamentos, pois, embora a dissertações ou teses. Das pesquisas de mestrado e doutorado desenvolvidas, oito
literatura afirme o atravessamento da "clínica do AT" por múltiplos saberes, tal delas foram transformadas em livros: Ética e técnica no acompanhamento tera-
prática é "olhada" principalmente sob a perspectiva da Psicologia, na maioria dos pêutico. As andanças com Dom Ouixote e Sancho Pança (Barretto, 1998); Sorri-
casos. Sendo assim, a pergunta que se segue é: qual o motivo de outras áreas do ·sos Inocentes, Gar9:alhadas Horripilantes: Intervenções no Acompanhamento
saber não desenvolverem com grande relevância pesquisas sobre o tema? Terapêutico (Cauchick, 2001 ); Acompanhamento Terapêutico: que clínica é
Pela observação dos dados e análise da literatura, pode-se ventilar al- esta? (Carvalho, 2004); Um passeio esquizo pelo AT: dos especialismos à políti-
ca de amizade (Arauio, 2006); Acompanhamento Terapêutico e Psicose: articu-
gumas hipóteses. Primeiramente, é inquestionável tanto a relevância no tema ~m
lador do real, simbólico e ima9:inário. (Hermann, 2012); Caminhos do Acompa-
outras áreas do saber, como a terapia ocupacional, sociologia, antropologia,
nhamento Terapêutico: os novos Andarilhos do bem. (Chauí-Berlinck, 2012);
direito entre outras, como a demanda de produção científica (Chauí-Berlinck,
Acompanhamento Terapêutico: a clínica do acontecimento (Possani, 2012); e O
2011).' Contudo, a tradição do AT nos remete ao trabalho com pessoas em sofri- acompanhamento terapêutico e a psicanálise: a escuta a partir da clínica da
mento psíquico, foco maior de trabalho de algumas das disciplinas apontadas. As convivência (Feitosa & Pacelli, 2016).
diferentes disciplinas, ainda, além da variedade do foco e histórico próprio do
Tais dados ensejam a importância da divulgação dos trabalhos acadêmi-
trabalho junto ao AT, apresentam momentos diferentes na estruturação de pro-
cos para a disseminação do conhecimento, alcançando tanto agentes vinculados à
gramas de pós-graduação, o que impacta, consideravelmente, em sua produção prátiça do AT para sua qualificação, quanto para a produção de novos conhecimen-
stricto-sensu sobre o tema. Desta forma, nosso objeto de pesquisa apresenta a tos. E essencial, também, a tessitura de estratégias que permitam a ampla circula-
limitação de não dar a devida visibilidade ao desenvolvimento das práticas de ção deste conhecimento entre todos aqueles que possam fazer uso e se beneficiar
AT pelas diferentes disciplinas em seus contextos/serviços, focando sua contri- dos resultados dos estudos, e não somente entre os pares e pesquisadores.
buição na análise da literatura produzida sobre o tema. Neste sentido, o advento da internet se apresenta como recurso ágil
Evidencia-se, também, a presença de pesquisas em outras áreas do sa- para a difusão do conhecimento, tomando tais pesquisas e seus derivados mais
ber como em ciências médicas (Simões, 2005), medicina social (Palombini, acessíveis e acessáveis. Todavia, ainda se observa ainda um conhecimento limi-
2007), educação (Araújo, 1999), história (Peixoto, 2009), artes visuais (Belloc, tado do que se produz no nosso país, eventualmente derivado da falta de costume
2005) e biotecnologia (Iamin, 2011 ), o que aponta para a ampliação desse cam- em se acessar conhecimento científico com frequência (ciência ainda parece estar
po. Logo, embora os dados inicialmente apontem para uma maior produção e relegada ao contexto institucional, e ainda não disseminada no "comum"), e de
aproximação do fazer do AT com a "clínica psicológica", reflexões e estudos uma certa "cultura livresca", que ainda nos impele a buscar fontes de conheci-
36 Adriano Furtado Holanda/ Luís Felipe ·Ferro/ Marcelo Costa Benatto Acompanhamento Terapêutico 37

mento em livros impressos, com maior frequência do que em materiais derivados raremos, neste momento, apresentar algumas reflexões que possibilitem a edifi-
de pesquisas acadêmicas ou mesmo artigos científicos7. cação de futuras pesquisas. Os dados indicam hegemonia de pesquisas defendi-
Cabe, ainda, ressaltar a necessidade de práticas contemporâneas que das no Estado de São Paulo, porém, num cenário animador, percebemos a difu-
extrapolem os limites da produção acadêmica tradicional, de maneira que se são das pesquisas para outros estados brasileiros como Rio Grande do Sul, Rio
produza conhecimento em formatos cada vez mais criativos que possibilitem de Janeiro, Distrito Federal, Minas Gerais, Paraná, Espírito Santo, Ceará e Per-
uma potente disseminação para uma ampla população. nambuco. Logo, a partir deste estudo, foi evidenciado que muitos estados brasi-
leiros não participaram do processo de construção teórica do AT, sendo observa-
das pesquisas apenas em universidades dos nove acima citados. O que aconteceu
3.3 Para Além das Fronteiras da Pós-Graduação com os demais estados sem produção acadêmica? Será que o AT não chegou até
Neste trabalho, para além de ressaltar o aumento crescente do número esses estados? Será que, caso sua presença seja observada, o AT não se sedimen-
de pesquisas em AT, já referido por autores como Macedo (2011), no que tange tou de maneira que pudesse promover parcerias comunitárias para o desenvolvi-
às dissertações de mestrado e teses de doutorado/Livre-Docência, cabe ressaltar mento de pesquisas acadêmicas? Quais as possíveis ações e políticas públicas a
que a produção acadêmica vem extrapolando o âmbito da pós-graduação, envol- serem desenvolvidas nestes locais que promovam tais parcerias e, com elas, o
vendo também projetos de extensão e estágios universitários. As universidades, desenvolvimento teórico-prático do AT?
desta forma, tomam seu lugar como produtoras de conhecimento teórico-prático Um aspecto importante de ser ressaltado é o aumento no número de
sobre o AT, tornando-se uma das forças sociais para a promoção da aplicação pesquisas de mestrado/doutorado ao longo de sua história, demarcando três perío-
deste dispositivo em variados contextos, difundindo, ainda, o conhecimento dos distintos (década de 1980, década de 1990 e século XXI). Conforme apon-
sobre o tema em diferentes formatos. tamos no retrospecto histórico, o AT nasce como prática e assim permanece
Como ilustração da integração das diferentes frentes de trabalho pró- durante toda a década de 1980, sem que tenha havido nenhuma pesquisa (mes-
prias às Universidades, cita-se aqui a iniciativa da Prof'. Analice Palombini, a trado ou doutorado) nesse período. Na década de 1990, o AT permaneceu com
qual promoveu um evento acadêmico intitulado Colóquio em Dois Movimentos: seu estatuto eminentemente prático, porém, surgiram algumas pesquisas que
de Porto Alegre a Niterói Acompanhamento Terapêutico e Políticas Públicas procuraram fortalecer suas bases teóricas. As pesquisas dessa década se propuse-
de Saúde. O evento, fruto da parceria entre a Universidade Federal Fluminense ram a apontar a emergência e trajetória do AT no Rio de Janeiro (Reis Neto,
(UFF) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), ocorreu em 1995), discutir, problematizar e pensar o AT com pacientes psicóticos (Sereno,
outubro de 2005 (Porto Alegre) e janeiro de 2006 (Niterói), tendo como elo o 1996), suas intervenções, o seu estatuto clinico (Cauchik, 1999), a importância
envolvimento das universidades com o AT e o desenvolvimento de ações de
da ética nessa modalidade de atendimento (Barretto, 1997), e a sua importância
ensino, extensão e pesquisa no campo da Psicologia, articulados com a rede
no processo de desinstitucionalização hospitalar (Araújo, 1999).
pública de saúde mental (Benevides, 2007).
Bezerra & Dimestein (2009) apontam que o arcabouço teórico que Por sua vez, a partir dos anos 2000 foram desenvolvidas 44 disserta-
serve de base para a clínica do AT se encontra em fase de plena expansão no ções de mestrado, além de sete teses de doutoramento e uma tese de Livre-
Brasil. O acompanhamento terapêutico tem se diversificado ao longo dos anos, Docência, mostrando uma preocupação do universo acadêmico (pesquisadores) e
seja na evolução de sua terminologia, modo de operação, preceitos teóricos, de profissionais (acompanhantes terapêuticos) com a crescente expansão dessa
aumento de produção e de intensidade científica, locais, contextos, profissionais clínica. Cabe ainda ressaltar a necessidade vivenciada a partir desta época da
e resultados envolvidos com sua prática. Neste panorama, as discussões promo- elaboração e do aprofundamento de estratégias que pudessem promover práticas
vidas pelas universidades fomentam questionamentos que permitem lançar um de cuidado territorial, haja vista a tradução propositiva do campo discursivo
olhar crítico para as práticas de AT desenvolvidas, de maneira a fortalecer a próprio ao movimento brasileiro da reforma psiquiátrica em políticas públicas de
produção científica a respeito do tema e, com ela, tanto as bases teóricas como a saúde mental, as quais propunham a constituição de práticas de cuidado comuni-
especialização de sua pragmática. tário e em liberdade.
Propondo a discussão de alguns dos dados desta pesquisa, e assumin- Neste contexto, um aspecto que convém destacar é a necessidade da
do desde já alguns de seus fatores limitadores, advindos do nosso recorte, procu- ampliação de estratégias de divulgação e disseminação tanto da prática do AT,
como de sua produção acadêmica, possibilitando e fomentando o desenvolvi-
mento de parcerias comunitárias que incluam diferentes instituições e atores
Não é incomum se ouvir, da parte dos profissionais, o reconhecimento de certa dificuldade com sociais, como Universidades, serviços de saúde, associações, dentre outros, e que
essas produções. Em parte decorrente da forma um tanto esquemática que se impõe ao se fazer
ciência, o que deriva em textos não tão "palatáveis" ao grande público. Apesar de ser uma ques- possam mobilizar teórico-praticamente o AT em estados brasileiros que ainda se
tão crítica, que mereça reflexão, isto pode explicar em parte a preferência pelo formato de "li- mantêm alheios ou distanciados desta prática.
vros" em detrimento de "artigos" ou "teses".
Capítulo 4
Análise da Produção de Artigos sobre
Acompanhamento Terapêutico
Publicados em Revistas e Periódicos
Científicos de 1985 a 2013

A partir da existência de uma extensa gama de pesquisas publicadas


sob a forma de artigos científicos na área do Acompanhamento Terapêutico, a
intenção do presente material é analisar e sistematizar tais publicações no Brasil
através de uma revisão sistemática em bases de dados abertas, buscando reco-
nhecer os autores que estão contribuindo para a construção e estruturação teórica
desta prática clinica.
Neste capítulo, será analisada a produção de artigos sobre Acompa-
nhamento Terapêutico publicados em revistas e periódicos científicos entre os
anos de 1985 e 2013. Foram analisados, desta forma, 141 artigos, a partir da
busca por "palavras-chave", utilizando-se do seguinte procedimento: "acompa-
nhamento + terapêutico" ou "acompanhante + terapêutico" no título, subtítulo ou
resumo dos trabalhos. Observou-se que as publicações apontam para um cresci-
mento, principalmente nos últimos cinco anos e as pesquisas em Acompanha-
mento Terapêutico são desenvolvidas predominantemente nas áreas de psicolo-
gia e psicanálise. O Acompanhamento Terapêutico (AT) no Brasil está em ex-
pansão, seja na clínica ou em pesquisas (Silva, 2005), no entanto não encontra-
mos pesquisas de revisão sistemática que forneçam um quadro geral ou visão de
conjunto da área.
A partir da análise dos materiais, procurando compor um panorama
geral das perspectivas científicas, foram estabelecidas as seguintes categorias:
distribuição de frequência pelo ano das publicações; autoria; e fonte de publica-
ção. A escolha de apenas três categorias de análise foi motivada pelo período de
recorte da produção científica 1985 a 2013 - um espaço de tempo longo sem
nenhum estudo dessa natureza. Não esperávamos nos deparar com um universo
tão amplo de publicações de artigos, mas como isso se deu, preferimos manter o
foco no todo e diminuir os critérios de análise, como, por exemplo: enfoque
teórico dos artigos, população alvo, natureza do trabalho (empírica, experiência
40 Adriano Furtado Holanda/ Luís Felipe.Ferro/ Marcelo Costa Benatto Acompanhamento Terapêutico 41

clínica, trabalho teórico), e temas debatidos. Entendemos que esses outros crité- Tendo em vista que mais de ¼ da nossa amostra não trazia a combina-
rios poderão servir de ponto de partida para pesquisas futuras. ção de palavras (acompanhamento terapêutico ou acompanhante terapêutico) nos
Primeiramente será apresentada a categoria de distribuição de fi·e- títulos e subtítulos, entendemos que esse número significativo de pesquisas não
quência pelo ano das publicações, em seguida a categoria autoria, na qual será estava explícito nas bases de dados quando há o desejo ou necessidade de pes-
realizada uma análise cruzada dos autores que publicaram mais de um artigo quisar ou buscar referências sobre AT. Associado a isso, algumas pesquisas
científico e sua representatividade no universo de pesquisas stricto sensu. Poste- transmit~m a impressão que a produção científica sobre AT no Brasil é incipien-
riormente, abordar-se-á a categoria fonte de publicação. Ressalta-se que toda a te. Para Ilustrar o apontamento, nos remetemos a Hermann (2008) que conside-
produção acadêmica em A T que serviu de resultado para essa pesquisa está cita- rou a totalidade da produção científica sobre AT restrita a três números especiais
da nas referências. sobre AT em revistas, quatro livros (coletâneas de artigos) e seis livros (frutos de
trabalhos acadêmicos).

4.1 Apresentação e Análise dos Resultados Até o presente momento, apresenta-se a totalidade das publicações brasileiras
sobre o tema: ( ... ) houve também publicações de números de revistas de psi-
A partir dos critérios de busca por materiais científicos acima apresen- canálise dedicadas, exclusivamente, ao tema AT. São elas as revistas: Pulsio-
tados nas bases de dados BVS (Biblioteca Virtual em Saúde), PePSIC (Periódi- nal (2002), Psychê (2006) e Estilos da Clínica (2005), sendo essa última um
cos Eletrônicos em Psicologia), SCIELO (Scientific Eletronic Library Online), dossiê sobre AT, coordenado pelo autor desta tese. Alguns de seus artigos es-
LILACS (Literatura Latino-amoericana e do Caribe em Ciências da Saúde) e tão ancorados na teoria lacaniana das psicoses. (Hermann, 2008, p. 04)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), en-
Como nosso objetivo primeiro é buscar uma aproximação da totalida-
controu-se um total de 1.833 documentos. Contudo, 1.660 dos materiais encon-
de de artigos científicos publicados no Brasil e compreender a forma como se
trados, em análise mais aprofundada, não demonstraram relação com o acompa-
apresentam na literatura, trabalhamos com um universo mais amplo de publica-
nhamento terapêutico e apareceram nas buscas em virtude dos seus resumos ou
ções apresentadas e discutidas a seguir.
palavras-chave contarem com o somatório acompanhamento + terapêutico sem
estarem juntas ou ainda se referirem ao objeto AT. Outros 23 documentos (qua-
tro Teses de Doutorado, uma Tese de Livre-Docência, 13 dissertações de Mes- 4.2 Distribuição de Frequência pelo Ano das Publicações
trado e cinco Resenhas de Livros) foram excluídos da amostra, pois não se en-
quadravam ao tipo de material analisado nesse estudo - artigos científicos. Foram encontrados e analisados um total de 141 artigos científicos so-
Após a leitura de todos os resumos, apresentaram-se os seguintes dados: bre AT. Carvalho (2002) cita que grande parte da produção sobre acompanha-
na BVS, de um total de 1.499 pesquisas encontradas, somente 6% referiam-se ao mento terapêutico produzida até o ano de 2002 não foi publicada, tendo sido
AT (N=91). Deste total não consideramos 17 documentos, visto que já tinham sido compartilhada somente entre os próprios acompanhantes terapêuticos. Os resul-
relacionados em outra categoria de análise (Dissertações de Mestrado e Teses de tados desta pesquisa confirmam a citação da autora, visto que somente 29 títulos
Doutorado/Livre-Docência em AT). Foram excluídas também duas resenhas de sobre o tema foram encontrados de 1985 a 2002, representando um total de ape-
livro. Ressaltamos que nessa base de dados, muitos trabalhos estavam citados com nas 20,5% do total de artigos publicados. Se compararmos as publicações do
duplicidade, provavelmente por estarem indexados em mais de uma base, o que período supracitado com os artigos científicos publicados a partir de 2003 até
gerou a exclusão de mais 11 trabalhos. Do PePSIC, todas as 36 produções encon- 2013 - período no qual foram encontrados 112 artigos científicos - percebe-se
tradas representavam artigos científicos na área de AT, assim como os 24 um aumento significativo no número de publicações.
documentos do Scielo. Na Lilacs não encontramos nenhum artigo e na CAPES, O elevado número de artigos de periódicos é reflexo do desenvolvimen-
somente 8% dos achados eram da área de AT (N=22), sendo que desse total foram to percebido na produção científica em AT, visto que tais artigos passam por
excluídas três resenhas de livros e um resumo de dissertação de mestrado. avaliação de um corpo editorial além de consultores ad hoc, e quando se trata de
Verificamos que em 66,6% do total de pesquisas continham o conjun- periódicos indexados, o compromisso com a científicidade se toma mais presente,
to de palavras "acompanhamento terapêutico" no título ou subtítulo dos artigos tanto em virtude da atualização das informações (em decorrência da periodicidade
(N=94); 7,8% constavam com a combinação "acompanhante(s) terapêutico(s)" ~s publicações ~nqu~to exigência do indexador), quanto pela divulgação para
(N=l 1); e 25,5% não tinham a combinação "acompanhante terapêutico" ou b1bhotecas de Umvers1dades (garantindo o acesso a especialistas da área).
"acompanhamento terapêutico" no título ou subtítulo, porém se referiam ao tema Pitiá & Santos (2006) desenvolveram uma pesquisa em que se propu-
de forma direta, constando com a combinação de palavras no resumo dos traba- seram_ a a_valiar sistematicamente a produção científica constituída por relatos de
lhos. pesqmsa mdexados nas bases de dados MedLine, PsycINFO e LILACS no perío-
42 Adriano Furtado Holanda/ Luís Felipe Ferro/ Marcelo Costa Benatto Acompanhamento Terapêutico 43

do de 1977 a 2001. A pesquisa foi feita pela Internet, sendo consultados os sites: 7~ ,-------------------------
www.bireme.br e www.usp.br/sibi. Os autores consideraram as publicações 22 +------------------~---~--1!1-
internacionais sobre AT e concluíram que foram publicados oito artigos científi- 21 -;------------------------111-
cos nas bases de dados consultadas no mesmo período. 20 +-------------------ll!--------1!1-
iS 19 -,------------------fl--------11
Ao analisarmos comparativamente os resultados da pesquisa de Pitiá ~ 18
... _,:_- - - - - - - - - - - - - - - - - - - l l l - - - - - - - - - 1 1
'
& Santos (2006) com os atuais, constata-se que oito artigos científicos foram ;l!i 17
encontrados em um período de 20 anos (1971 a 2001). A pesquisa que embasa i, 16 +-------------------ll!----------11-
iS 15 +--------------------------111-
este livro, por sua vez, considerou 141 artigos em um período de 29 anos (1985 a !E 14 +--------------------1!-----
2013). Pensando no total de artigos publicados a partir de 2001 (período de corte § +-----------------
13
da pesquisa anterior) encontramos um total de 122 produções, representando não ü 12 + , - - - - - - - - - - - - - - - - -
só um considerável aumento no número de publicações, como também o reflexo ª
tlD
11 +- ----------
'
'f 10 + - - - - - - - - - - - -
das mudanças no campo do AT, que vem impondo aos pensadores e acompa- : 9 +----------------lill--
nhantes terapêuticos a busca incessante de respostas para as dúvidas e transfor- ~ 8 +,--------------
mações que ocorrem todos os dias nessa clínica do cotidiano. i~
7 -~:--------------
6+----------------
~ 5 +---------------
A difusão dessa clínica se faz notar tanto através do ensino em graduações,
especializações e cursos de formação específicos de AT, como por meio da à 4 +---------------
3 +-----------~·
prática em que os atendimentos, por exemplo, não se restringem à clúúca das 2+------~
psicoses. Em relação ao Ensino, há nos artigos e livros uma ênfase à necessi- 1 +,..-----I--IHll-,.--111..-+·llHll-
dade de se formarem mais ATs em diferentes regiões do país. (Alvarenga, o -'-"------"'--.JlLJ"--"'--"'·-"---"'-JILJL

2006, p. 82). 1985 1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009 2011 2013
Ano
O AT se transforma na mesma velocidade com que as tecnologias do
século XXI são inovadas. Para acompanhar essas mudanças, pesquisas e disse-
minação de seus resultados se tornam fundamentais para que seja possível "pen- A análise dos dados apresenta que os anos de 2006 e 2013 demonstra-
sar" esse fazer em construção. Se partirmos do princípio que o A T foi propulsio- ram um salto quantitativo de publicações de artigos científicos (com um total de
nado a partir do contexto da Reforma Psiquiátrica Brasileira, como uma estraté- 23 e 22 em cada ano respectivamente), seguidos pelos anos de 2012 (com 14
gia clínica que representa uma das intervenções mais eficazes no processo de publicações), 2005 (com 13 publicações) e 2009 (com 12 publicações). Perce-
reabilitação psicossocial e de desistitucionalização (Brandalise & Rosa, 2009a), bemos que as publicações não marcam uma ascendência uniforme, ou seja, en-
podemos entender que o A T representa não só um dispositivo clínico (Muylaert, contramos variações na quantidade de publicações a cada ano, como, por exem-
2006), mas um dispositivo clínico-político (Palombini, 2006), afirmando-se plo, no ano de 2006, que representa um pico de publicações, seguido por 2007,
como uma tecnologia inovadora para o campo da Saúde Mental, que contribui no qual não foram encontrados, a partir dos critérios aqui adotados, nenhum
substancialmente para a especialização do cuidado comunitário e em liberdade. trabalho publicado.
A variação quantitativa observada pode ser entendida em decorrência
Segundo os dados abaixo (Gráfico 2 8), o AT se encontra em plena ex-
de um saber prático recente e que ainda busca seu espaço de discussão e identi-
pansão e difusão no cenário científico nacional, proporcionando terreno fértil
dade autônoma nas ciências da saúde, mas que ao mesmo tempo apresenta ex-
para o amadurecimento teórico-prático desta clínica.
pansão no meio científico (no que tange à publicação de pesquisas em formato
de artigo científico), visto que nos últimos seis anos (2008 a 2013) foram publi-
cados 48,9% do total de artigos dos 29 anos analisados (N=69) 9• Vale ressaltar
também que a publicação de um artigo representa um processo. Uma das etapas
corresponde à sua "gestação", ou seja, o tempo existente entre o artigo ser sub-
metido a uma revista e a publicação deste. Percebe-se que ocorrem variações
neste ínterim, o que pode igualmente explicar a variação quantitativa percebida
nos resultados.

Gráfico elaborado pelos autores, com base nos dados de pesquisa realizada. 9 Referimo-nos ao período compreendido na nossa pesquisa.
44 Adriano Furtado Holanda/ Luís Felipe Ferro / Marcelo Costa Benatto Acompanhamento Terapêutico 45

Outro dado que reforça a sedimentação do AT no âmbito acadêmico As publicações conjuntas estiveram também bastante presentes na Re-
se refere a existência de algumas edições especiais de revistas científicas que vista Psicologia & Sociedade, em seu número especial para a temática AT em
publicaram números que abordaram apenas esta temática, como foram os casos 2013. Dos 13 artigos publicados nes edição, 46, 1% são de autoria individual,
da revista Pulsional-Revista de Psicanálise, em 2002; a Estilos da Clínica (pu- 23% são de dupla autoria e os 30,7% restantes são de multipla autoria (três ou
blicação do Instituto de Psicologia da USP), em 2005; e a revista Psychê (do mais autores). Somados os conjuntos de artigos de dupla autoria e múltipla auto-
Centro de Estudos e Pesquisa em Psicanálise da Universidade São Marcos, no ano ria, obteve-se valor que supera o da autoria individual, concluindo que, neste
de 2006). O que todas têm em comum é o compartilhamento do olhar psicanalítico,
quesito, as publicações sobre o AT estão seguindo as tendências de pesquisa
sendo que apenas a Pulsional e a Estilos da Clínica continuam ativas 10 • Hermann
nacionais e internacionais.
(2008) já havia citado essas revistas, destacando que as teorizações acerca do AT
no inicio dos anos 1990 eram incipientes. Outro número especial de revista dedica- Ressaltamos que somente 16,8% dos autores publicaram mais de um
do ao AT é encontrado na Revista Psicologia & Sociedade da Associação Brasilei- artigo ao longo da história do AT (N=32). As pesquisadoras com maior número
ra de Psicologia Social - ABRAPSO - no ano de 2013. Essa revista previlegia de publicações foram Analice de Lima Palombini 11 e Ana Celeste de Araújo
pesquisas e discussões na interface entre psicologia e sociedade. Pitiá 12 , ambas com cinco artigos publicados cada uma. Em seguida, notamos dez
O segundo semestre do ano de 2012 merece destaque, em virtude do autores com três publicações cada: Anamaria Batista Nogueira 13 ; Luiz Jorge
lançamento da primeira revista científica especificamente sobre o tema, intitula- Pedrão 14; Lúcia Grossi dos Santos 15; Deborah Sereno 16; Braz Dario Wemeck
da ATravessar, organizada pela AAT (Associação de Acompanhamento Tera- Filho 17 ; Regina Célia Fiorati 18 ; Ana Paula de Freitas 19 ; Carlos Estellita-Lins20 ;
pêutico). Mesmo com sua última edição datada de 2015, esse dado representa Maria Fernanda Coutinho 21 e Verônica Miranda Oliveira22 •
uma evolução das fontes de publicação da produção científica sobre o acompa- E ainda, outros 20 autores publicaram dois artigos cada: Debora Isane
nhamento terapêutico no Brasil e possibilitou, em seus anos de funcionamento, Kirschbaum; Maurício Castejón Hermann; Itamar Farah; Juliana Barbosa Rezen-
uma potente centralização da produção científica sobre AT no Brasil. de Dutra; Magda Dimenstein; Luciana Chauí-Berlinck; Aline Cristina Dadalte
No que se refere ao cenário científico nacional, o AT se destaca como Carniel; Fernando Brandalise; Manoel Tosta Berlinck; Haílton Yagiu; Alex San-
uma área do saber que conseguiu quatro números especiais em revistas científi- dro Tavares da Silva; Ricardo Gomide Santos; Siddhartha Sacadura; Toyoko
cas, uma revista própria para a temática, além do aumento no número de pesqui- Saeki; Gilberto Safra; Gabriela Lyra Rosa; Simone Mainieri Paulon; Maurício
sas, com destaque para o século XXI que concentra 87,9% do total de artigos Porto; Marcelo Lubisco Leães; e Rosane Azevedo Neves da Silva23 •
publicados em revistas e periódicos científicos, demonstrando uma preocupação
dos acompanhantes terapêuticos e pesquisadores não só com a expansão desse
saber, mas também, a construção de uma base calcada nos pilares da ciência. 11 Palombini, 1999; Palombini, 2002; Palombini, Cabral & Belloc, 2005; Palombini, 2006; Palom-
bini, 2009.
12 Pitiá, 2005; Pitiá, 2006; Pitiá & Santos, 2006; Pitiá & Furegato, 2009; Pitiá, 2013.
4.3 Autoria 13 Santos, Nogueira & Dutra, 2002; Nogueira, Pereira, Peixoto, Outra & Santos, 2003; Nogueira,
2009.
A análise dos dados a respeito da autoria dos artigos, revela que 190 14 Andrade & Pedrão, 2005; Carniel & Pedrão, 2005; Carniel & Pedrão, 2010.
autores foram responsáveis pela publicação de 141 artigos, sendo que 79 artigos 15 Santos, Nogueira & Dutra, 2002; Nogueira, Pereira, Peixoto, Outra & Santos, 2003; Santos,
foram de autoria individual (representando 56% do total), 43 de dupla autoria Mota & Outra, 2005.
(30,4% do total) e 19 artigos de múltipla autoria com três ou mais autores (repre- 16 Sereno, 1995; Sereno, 2006; Sereno, 2012.
sentando 13,4% do total). 17 Wemeck Filho, 2009a, 2009b; Wemeck Filho, 2010.
Uma observação interessante é aproximação quantitativa entre os arti- 18 Fiorati & Saek.i, 2006; Fiorati & Saeki, 2008; Fiorati, 2013.
gos de autoria única (N=79) com os de autoria conjunta (somando-se os de dupla 19 Freitas, 2003; Freitas, 2006; Freitas, 2013.
autoria com múltipla autoria), totalizam 62 artigos. A aproximação entre os dois 20 Estellita-Lins, Oliveira & Coutinho, 2006; Estellita-Lins, Oliveira & Coutinho, 2009; Estellita-
grupos está de acordo com o movimento geral observado na literatura científica Lins, Oliveira, Coutinho & Btesche, 2009.
internacional, em que trabalhos conjuntos de colaboração (incluindo também 21 Estellita-Lins, Oliveira & Coutinho, 2006; Estellita-Lins, Oliveira & Coutinho, 2009; Estellita-
pesquisadores de instituições diferentes) vêm ganhando espaço. No Brasil perce- Lins, Oliveira, Coutinho & Btesche, 2009.
bemos também essa tendência, principalmente com a criação do Diretório de -n Estellita-Lins, Oliveira & Coutinho, 2006; Estellita-Lins, Oliveira & Coutinho, 2009; Estellita-
Lins, Oliveira, Coutinho & Btesche, 2009.
Grupos de Pesquisa do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científi- 23
co e Tecnológico). Listamos a seguir, todas as referências: Azevedo & Oimenstein, 2008; Bezerra & Oimenstein,
2009; Chauí-Berlinck, 2010; Chauí-Berlinck, 2012; Brandalise & Rosa, 2009a, 2009b; Carniel &
Pedrão, 2005; Carniel & Pedrão, 2010; Farah, 1994a, 1994b; Fiorati & Saeki, 2006; Fiorati &
Saek.i, 2008; Fráguas & Berlinck, 2001; Gerab & Berlinck, 2012; Herrnann, 2005; Herrnann,
10 A revista Psychê está desativada desde 2008. 2010; Kirschbaum & Rosa, 2003; Leães, 201 l; Oisconsi, Cavedon, Greff, Chassot, Galvão,
46 Adriano Furtado Holanda/ Luís Felipe ·Ferro/ Marcelo Costa Benatto Acompanhamento Terapêutico 47
Analisando os dados apresentados no que se refere à autoria, perce- dicos científicos. Desse total, 52, 7% publicaram apenas um artigo (N=29), en-
bemos dois grupos distintos: uma parcela de autores (16,8%) publicou mais de quanto 47,2% publicaram mais de um artigo (N=26), conforme pode-se observar
um artigo ao longo da história do AT; enquanto outro grupo mais numeroso na Tabela 2 que segue.
apresentou apenas uma publicação. Esse dado nos remete a algumas reflexões
críticas: a primeira delas diz respeito ao motivo pelo qual 158 autores publicaram Tabela 2: Quantidade de Artigos publicados em cada revista e periódicos
somente um artigo na área. Embora com a limitação metodológica própria ao cien tíficos24
recorte proposto por este trabalho, ventila-se a possibilidade, a ser confirmada
em pesquisas vindouras, do envolvimento de grande parte dos autores no desen- Revista Científica Número de artigos
volvimento de pesquisas em outras áreas do conhecimento. Outra possível refle- publicados
xão diz respeito aos autores fazerem parte de um grupo de acadêmicos que, sob
AdVerbum
influência de orientadores na graduação, desenvolveram seus estudos, mas, ao
atingir a formação universitária, optaram por outras áreas, afastando-se das pes- A rede: clinica ampliada em saúde mental 2
quisas acadêmicas, haja vista que grande parte dos acompanhantes terapêuticos Arquivos Brasileiros de Psicologia
está em formação universitária, conforme aponta Carvalho (2002).
Um segundo aspecto de análise diz respeito aos 32 autores que publi- Atravessar: Revista de Acompanhamento Terapêutico 15
caram mais de um artigo. Analisando suas respectivas titulações, via Currículo Cáderrios Brasileiros de Saúde Mental 3
Lattes, constatamos que metade deles possui Doutorado (N= 16). Dos Doutores, Ciência: saúde coletiva
31,2% desenvolveram suas pesquisas de doutoramento em AT (N=5) (Pitiá,
2002; Palombini, 2007; Hermann, 2008; Chauí-Berlinck, 2011 e Santos, 2013). CliniCaps - Impasses da clinica
Ainda 43,7% orientaram pesquisas de mestrado em AT (N=7), e os outros 25% Correio da Associação Psicanalítica de Porto Alegre
desenvolveram pesquisa de doutoramento em temas mais amplos que se conju-
gam com as propostas do AT, como, por exemplo, reabilitação psicossocial ou Educação, subjetividade & poder 1
saúde mental. Estilos da Clínica 11
Nove autores são mestres, sendo que 44,4% desses dissertaram com .Estudos de Psicologia 2
pesquisas em AT (Sereno, 1996; Silva, 2005; Nogueira, 2007 e Carniel, 2008).
Dois autores são especialistas, quatro graduados e apenas um cursando gradua- Estudos e Pesquisas em Psicologia
ção. Percebe-se, assim, que uma parcela dos pesquisadores (16,8% da amostra Estudos Interdisciplinares em Psicologia
total), está comprometida com pesquisas na área de AT, estudando-o das mais
Família e Comunidade
diferentes perspectivas e contribuindo para ampliação do campo, visto que há
uma tendência natural que os Doutores continuem orientando pesquisas de mes- Fractal: Revista de Psicologia 2
trado, especialização e graduação, e os que conseguiram o título de mestre, bus- Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia 2
quem o doutoramento, promovendo um crescimento neste universo nos próximos
anos. A análise é corroborada a partir da observação das publicações de artigos Infanta: Revista de Neuropsiquiatria da infância e Adolescência
científicos em 2013, ano com o maior número de publicações na área desde Interface - Comunicação, Saúde e Educação 2
1985, ano da publicação do primeiro artigo referente ao tema do AT.
Mental
O mundo da saúde
4.4 Fonte de Publicação
Percurso 2
Em relação à fonte de publicação, ou seja, os periódicos científicos
Perfil: Boletim de Psicologia
que publicaram artigos sobre acompanhamento terapêutico, observou-se que os
141 artigos científicos aqui levantados foram publicados em 55 revistas e perió- Physis Revista de Saúde Coletiva
Psicologia, Ciência e Profissão 6
Leães, & Carvalho, 2013; Silva & Silva, 2006; Lemke & Silva, 2013; Londero & Paulon, 2012;
Nogueira, Pereira, Peixoto, Outra & Santos, 2003; Porto, 1997; Porto, 2013; Quagliatto & San- Psicologia Clinica 1
tos, 2004; Romero & Sacadura, 2013; Sacadura, 2013; Santos, 2009; Safra, 2006; Safra, 2012;
Santos, Nogueira & Outra, 2002; Silva & Silva, 2006; Simões & Kirschbaum, 2006; Wachs, Jar-
dim, Paulon & Resende, 2010; Vagiu, 2006; Vagiu, 2013; Silva, 2000. 24 Tabela elaborada pelos autores, com base nos dados de pesquisa realizada.
48 Adriano Furtado Holanda/ Luís Felipe Ferro/ Marcelo Costa Benatto Acompanhamento Terapêutico 49

Psicologia & Sociedade 13 Quatro revistas são apontadas em destaque por terem apresentado o
maior número de publicações: ATravessar e Psychê (com 15 publicações cada);
Psicologia em estudo
Psicologia & Sociedade (com 13 publicações) e Estilos da Clínica (com 11 pu-
Psicologia em Revista 5 blicações). Tal destaque é fruto da publicação de números especiais com a temá-
Psicologia: teoria e prática tica AT (Estilos da Clínica em 2005, Psychê em 2006 e Psicologia & Sociedade
em 2013) e também pelo fato da Revista ATravessar ser uma revista especifica-
Psicoterapia Psicanalítica 2
mente dedicada ao AT.
Pulsional: Revista de Psicanálise 5 Dos periódicos e revistas científicas citados na Tabela 2, a maioria de-
Psycbê 15 las (17 ao todo) são da área de psicologia, representando 30,9% do total, respon-
sáveis pela publicação de 42 artigos, a saber: Psicologia & Sociedade (com 13
Psycbiatry On Line Brazil 4
publicações); Psicologia, Ciência e Profissão (com seis publicações); Psicologia
Revista Biociências em Revista (com cinco publicações); Estudos de Psicologia; Fractal: revista de
Revista Brasileira de Psicodrama 2 psicologia; Revista Psicologia Plural; Gerais: Revista Interinstitucional de
Psicologia; Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar (com duas
Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva
publicações cada) e Arquivos Brasileiros de Psicologia; Estudos e Pesquisas em
Revista da Associação Psicanalítica de Porto Alegre 2 Psicologia; Estudos Interdisciplinares em Psicologia; Mental; Psicologia Clíni-
Revista da Escola de Enfermagem da USP ca; Psicologia em estudo; Psicologia: teoria e prática; Revista Interinstitucional
de Psicologia; e Perfil: Boletim de Psicologia (com uma publicação cada).
Revista de Medicina da PUCRS
O acompanhamento terapêutico, enquanto clínica, pode ser realizado
Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul 2 por profissionais de diferentes categorias e formações, embora a maioria tenha
Revista de Terapia Ocupacional da USP 2 graduação em Psicologia (Carvalho, 2002). Essa tendência não é recente, pois
desde os primórdios do AT, a psicologia já apresentava relevência: "Sobre o
Revista do Centro de Estudos Psicanalíticos de Porto Alegre
perfil do auxiliar psiquiátrico, a maioria dos contratados eram estudantes de
Revista Eletrônica de Enfermagem Psicologia interessados na área clinica; logo estes já tinham uma compreensão da
Revista Estudos Lacanianos doença mental" (Simões, 2005, p. 130).
A segunda área do conhecimento que mais publicou pesquisas de A T
Revista Gaúcha de Enfermagem
foi a área da saúde, onde encontramos nove revistas responsáveis pela publicação
Revista Interinstitucional de Psicologia de 13 artigos: Cadernos Brasileiros de Saúde Mental (com três publicações);
Revista Latino-americana de Enfermagem SlvlAD, Revista Eletrônica de Saúde Mental, Álcool e Drogas; A rede: clínica
ampliada em saúde mental (com duas publicações) e Saúde em Debate; Saúde e
Revista Latino-americana de psicopatologia fundamental 4
Sociedade; Physis Revista de Saúde Coletiva; Ciência: saúde coletiva; Clini-
Revista Psicologia Plural 2 Caps - Impasses da clínica; O mundo da Saúde (com uma publicação).
Revista Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar 2 Esse dado nos remete à relação do AT com a área da saúde, em espe-
cial à saúde mental, tendo em vista o seu caráter essencialmente clínico. "O
Saúde e Sociedade
Acompanhamento Terapêutico é um procedimento clinico em Saúde Mental,
Saúde em Debate cujo objetivo é proporcionar recursos para uma melhor qualidade de vida daque-
SMAD, Rev. Eletrônica Saúde Mental Álcool Drog 2 les que, de alguma fonna, têm um sofrimento psíquico que restringe sua circula-
ção no mundo" (Moura, 2002, p. 55).
Temas sobre desenvolvimento 2
Na sequência, encontram-se sete revistas de psicanálise: Psychê (com
Vertentes 15 publicações); Estilos da Clínica (com 11 publicações); Pulsional -Revista de
Psicanálise (com cinco publicações); Percurso; Revista da Associação Psicana-
lítica de Porto Alegre; Psicoterapia Psicanalítica (com duas publicações cada) e
Revista Estudos Lacanianos; Correio da Associação Psicanalítica de Porto
Alegre; e Revista do Centro de Estudos Psicanalíticos de Porto Alegre (com uma
50 Adriano Furtado Holanda/ Luís Felipe-Ferro/ Marcelo Costa Benatto Acompanhamento Terapêutico 51

publicação cada). Apesar das revistas de psicanálise representarem 16,3% do dos anteriores, visto que concentra 87,9% do total de artigos publicados, de-
total de revistas, elas foram responsáveis pela publicação de 40 artigos, represen- monstrando uma preocupação dos acompanhantes terapêuticos e pesquisadores
tando 28,3% do total de artigos científicos publicados em AT. A psicanálise apre- não só com a expansão desse saber, mas também, com a construção de uma base
senta uma força muito grande para o AT, e os resultados apontam que as revistas teórico-prática sólida. A Psicologia apresenta dominância no quesito publicação,
científicas dessa área do conhecimento estão em segundo lugar no número de pu- sendo a área do saber de 30,9% do total de revistas e periódicos científicos.
blicações de artigos. "Também encontramos nos discursos, tanto das entrevistadas Dos pesquisadores envolvidos com a produção científica na área,
como da literatura sobre o AT, o uso de conceitos como inconsciente, processos 16,8% publicaram mais de um artigo, demonstrando o seu comprometimento
inconscientes e transferência, o que nos mostra que, como ontem, também hoje há com o desenvolvimento de pesquisas na área, contribuindo assim para a amplia-
uma aproximação com a psicanálise" (Chauí-Berlinck, 2011, p. 150). ção do campo. Essa realidade já pode ser percebida nas publicações de artigos
Em relação ao item "fonte de publicação", observa-se que um grande científicos no último ano analisado por esse estudo (2013), que representa o
número de periódicos da área da psicologia focou o AT, assim como revistas de maior número de publicações na área ao longo da história.
psicanálise que apresentaram grande representatividade no número de publica- Após a delimitação do campo no que se refere aos artigos científicos
ções. Desta forma, entende-se que esse dado revela o grande investimento dessas de AT, um vasto caminho de possibilidades de pesquisa se abre, para que se
duas áreas do saber (psicologia e psicanálise) operando na interface com o AT, busquem respostas para perguntas como: Quais os temas de cada uma das pes-
contribuindo assim para a sua estruturação (Chauí-Berlinck, 2011). quisas? Quais as relações entre elas? Sob qual perspectiva teórica cada uma delas
Convém destacar que, embora haja nos dados analisados uma grande foi alicerçada? Existe repetição de temas observados por perspectivas diferentes?
presença de publicações de revistas da psicologia e da psicanálise, a prática do A ciência se faz no questionamento, sendo assim, mais um passo foi dado dentre
AT é essencialmente multifacetada e acolhida por diversas disciplinas. Até mes- tantos outros que virão.
mo a linha editorial da revista ATravessar - editada pela AAT (Associação de
Acompanhamento Terapêutico)-, voltada a publicar de trabalhos de pesquisa e
reflexão sobre o AT, afirmam a necessária interlocução "entre o AT e vários
campos do saber".

Considerações Finais
O objetivo dessa pesquisa foi buscar uma aproximação da totalidade
de artigos científicos publicados no Brasil e compreender a forma como se apre-
sentam na literatura. A partir desse "norte" traçado, alguns dados se tomaram
relevantes nesse percurso, tendo sido apontados nas três categorias em que foram
analisados (distribuição de frequência pelo ano das publicações, autoria e fonte
de publicação).
Os resultados da pesquisa indicaram um quadro bastante heterogêneo
quanto à distribuição da produção nos diferentes periódicos e revistas científicas,
tendo sido publicados 141 artigos em 55 revistas. Deve-se considerar que a pro-
dução disponibilizada nas bases de dados conta, efetivamente, com maior visibi-
lidade e, portanto, com maior probabilidade de exercer impacto sobre os rumos
do conhecimento na área. Nessa medida, pode-se dizer que as bases de dados
eletrônicas constituem, atualmente, importante fonte de acesso para a produção
brasileira.
Das 55 revistas, quase a metade delas, 47,2%, publicaram mais de um
artigo, demonstrando interesse pelo tema que se destaca como uma área do sa?er
que conseguiu quatro números especiais em revistas científicas, uma revista
própria para a temática, além do aumento no número de pesquisas. Os artigos
publicados no século XXI apresentam relevância numérica em relação aos perío-
Capitulo 5
Fronteiras do AT no Brasil: um
Processo em Construção?

A partir da proposta de analisar o percurso do Acompanhamento Te-


rapêutico no Brasil, este capítulo discorre sobre a expansão das fronteiras desse
saber. Desta forma, serão apresentados dados sobre novos campos e contextos de
atuação para o AT, sobre experiências da inserção do AT na Academia, assim
como questionamentos em relação a esse caminhar. Ainda, ficará nítido o esfor-
ço para a sistematização de um estatuto teórico mais preciso para a prática clíni-
ca do AT. Finalmente, serão apresentadas algumas das discussões acadêmicas
referentes à tentativa de regulamentação dessa clínica enquanto profissão.
Conforme apontam os resultados, a produção científica do AT se
apresenta em expansão no cenário nacional. Essa conclusão já havia sido ressal-
tada em pesquisa anterior: "O campo de produção teórica sobre a clínica do
acompanhamento terapêutico vem crescendo a olhos vistos no Brasil" (Hermann,
2005, p. 1). O crescimento da produção no campo teórico é igualmente observa-
do pelo mesmo autor sob duas perspectivas distintas: tanto pelos interessados no
AT como uma possibilidade de trabalho, ou seja, os próprios acompanhantes
terapêuticos, quanto por aqueles que optaram em aproveitar o seu percurso clíni-
co para sistematizar suas questões em pesquisas acadêmicas - os pesquisadores.

Atualmente, o Acompanhamento Terapêutico em Porto Alegre e outras cida-


des Brasileiras está sendo pensado para além de uma prática de tratamento de
"doentes mentais", contando, inclusive, com várias produções acadêmicas que
falam de sua clínica e das intervenções em outros contextos, alguns conside-
rados ainda inusitados. O campo do AT está, portanto, em expansão, e seu fu-
turo é imprevisível, pelo menos aqui no Brasil onde essa estratégia é ampla-
mente usada e criada. (Silva, 2005, p. 54-55)

Bezerra & Dimenstein (2009) afirmam que o arcabouço teórico que


sustenta a clínica do AT se encontra em plena expansão, apresentando uma mul-
tiplicidade de definições e perspectivas, que dependem do "olhar teórico" que o
observador utilizar para entrar em contato com o fenômeno AT. Entendemos que
o AT representa uma prática interdisciplinar, transpassada e influenciada por
54 Adriano Furtado Holanda/ Luís Felipe·Ferro / Marcelo Costa Benatto Acompanhamento Terapêutico 55

diferentes saberes 25 (Nogueira, 2007; Reis Neto, Teixeira Pinto & Oliveira, Enquanto ampliação da área de trabalho no AT, cabe ressaltar que ín-
2011 ), e que até o momento essa prática está atrelada a referenciais teóricos de dependente de sua abordagem teórica, os acompanhantes terapêuticos mais expe-
outros campos de atuação, como a psicanálise (Guerra & Milagres, 2005), a rientes estão contribuindo para sua consolidação e aprofundamento teórico, atu-
psicoterpia corporal (Pitiá, 2006), a terapia cognitivo comportamental (Zamigna- ando também com supervisões clinicas, ministração de cursos de formação na
ni & Kovac & Vermes, 2007), a esquizoanálise (Cauchick, 2001; Muylaert, área ligados a ínstituições de pesquisa e universidades públicas e privadas, etc.
2006) e o modelo de atenção psicossocial (Fiorati & Saeki, 2006; Pitiá & Santos, (Marinho, 2009). Aínda, vem sendo vivenciada a ampliação dos contextos de
2006; Pitiá e Furegato, 2009). atuação do AT. Carrozzo (1991) relata o trabalho de acompanhamento terapêuti-
co voltado para psicóticos, neuróticos graves e deficientes mentais. Contudo, tal
O conjunto dos discursos evidencia que o lugar ocupado pelo AT é o lugar da atuação também vem se consolidando em outras áreas Sereno (2006) cita que o
dúvida, da incerteza, do risco seja porque não há um saber teórico ou um con-
AT tem sido índicado e exercido também no âmbito educacional.
junto de regras que determinem sua prática, seja porque deliberadamente op-
tam pela recusa dessas determinações e aceitam o inesperado e o inusitado. Por sua vez, o reconhecimento do AT pela academia já pode ser ob-
(Chauí-Berlinck, 2011, p. 134) servado em algumas de suas ínserções em Universidades, como a experiência
formativa do Programa de Intensificação de Cuidados a Pacientes Psicóticos
Porém, percebe-se a emergência de uma preocupação dos acompa- (PIC), implementado em 2004 por meio da parceria entre o curso de Psicologia
nhantes terapêuticos sobre o manejo do vínculo e da escuta, o que vem condu- da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e o de Terapia Ocupacional da Escola
zindo a um esforço de sistematização teórica, estabelecendo um estatuto teórico Baiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP). O AT fazia parte das atividades
mais preciso. Tal esforço é esperado, haja vista a mudança no perfil dos profissio- desenvolvidas por esse programa, compondo uma experimentação clinica que
nais, que inicialmente eram leigos, depois estudantes de psicologia e medicina, e pudesse responder às demandas da população assistida e entrelaçar assistência,
hoje são profissionais com formação superior, muitos deles em psicologia (Reis formação e postura ético-crítica. Baseou-se no esforço teórico e prático de fun-
Neto, Teixeira Pinto & Oliveira, 2011). No entanto, independente da articulação damentar uma clínica psicossocial com psicóticos, superando o modelo tradicio-
teórica que se utilize para embasar essa clínica, Bezerra & Dimenstein (2009) nal de atendimento nos moldes de consultório (Silva, Costa & Neves, 2010).
sublinham acima de tudo o compromisso ético do A T em encontrar vias criado- Outra experiência de reconhecimento do AT na universidade é o Pro-
ras que articulem e promovam a vida humana e potencializem a participação dos grama de Acompanhamento Terapêutico na Rede Pública, vinculado ao Instituto
sujeitos atendidos no mundo. de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) (Palombini
et al., 2008). Com sua origem em 1996 junto a serviços da rede municipal de saú-
Estaríamos diante de um trabalho que se inspira nas necessidades éticas fim-
damentais do ser humano. Nessa perspectiva, o adoecimento pode ser visto
de, consolidou-se como projeto de extensão universitária a partir de 1998. O proje-
não só como decorrente de dinâmicas intrapsíquicas, mas também do mal- to - ainda ativo - articula à experiência de estágio curricular, atividades de ensino e
estar no mundo social e cultural. (Antúnez, Barretto & Safra, 2011, p. 14) pesquisa, por intermédio da ferramenta do acompanhamento terapêutico 26 •
Desde sua origem, o A T trabalha com a diversidade, sendo mais um
Outra das discussões presentes em alguns dos textos, abordam a regu- recurso para o cuidado comunitário de pessoas em sofrimento mental. Em sua
lamentação do trabalho do A T. Pulice, Manson & Teperman (2005) aponta a prática, o AT propõe intervenções que se voltam para a inclusão social de seu
problemática da falta do reconhecimento acadêmico formal do AT, vivenciada público alvo em situações reais de sua vida, de maneira a atender às necessidades
anteriormente à época de publicação do material, e destaca a necessidade de e desejos da pessoa, aliando, ainda, potencialidades locoterritoriais de maneira a
regulamentação desta prática para garantir a cobertura deste tipo de prestação de garantir a existência/circulação comunitária e seus direitos. Chauí-Berlinck
serviços, garantíndo condições estruturais tanto para o acompanhante terapêutico (201 O), contudo, apontam a dificuldade de diferentes cursos de graduação em
como para os usuários de seus serviços. psicologia, principalmente em suas disciplinas de psicopatologia, para construir
um raciocínio clínico que subsidie as práticas de AT (Chauí-Berlínck, 2010).
Tendo em vista o exposto, a autora propõe a inclusão de uma disciplina de AT
25 O AT é atravessado por múltiplas influências teóricas, tanto na sua constituição quanto no seu nos currículos universitários para refundamentação da psicopatologia, aproxi-
fazer, e essa pesquisa busca analisar a produção acadêmica e científica sobre esse campo do sa- mando, assim, a formação universitária da realidade vivida no país no que tange
ber, buscando para isso, um olhar desimpregnado de influências teóricas. O objetivo é ressaltar o à saúde.
que foi percebido na constituição da produção acadêmica e seus destaques. Acreditamos que o
"olhar" para a produção do AT sob o viés de qualquer referencial teórico poderia contaminar os
dados apresentados. Para tanto, ao longo da pesquisa foram buscados diferentes referenciais teó- 16 Mais detalhes em: <http://www.ufrgs.br/ppgpsi/projetos/a-reinvencao-das-praticas-de-cuidado-
ricos, sendo que alguns deles com base epistêmica adversa, porém todos voltados para um mes- nos-servicos-residenciais-terapeuticos-urna-escrita-de-si/files/programa_acompanhamento_tera
mo fim: contribuir com a pesquisa científica e desenvolvimento do AT no Brasil. peutico-1.pdf>.
56 Adriano Furtado Holanda/ Luís Felipe Ferro/ Marcelo Costa Benatto Acompanhamento Terapêutico 57

Todavia, é necessário articular estrategicamente a aplicabilidade de Alguns estudos anteriores trabalharam na delicada zona fronteiriça do
tais experiências, fortalecendo o AT enquanto dispositivo clínico. Nogueira AT. A partir do objetivo de identificar temas emergentes a respeito do AT e
(2009) cita algumas experiências negativas da inserção do A T em universidades estabelecer o que é o A T, Carvalho (2002), em sua dissertação, investigou o AT
de Minas Gerais, principalmente pelo destino de funções sem relação com a a partir do olhar de profissionais que atuam como acompanhantes terapêuticos.
proposta do AT pelas instituições que receberam os alunos. Simões (2005), por sua vez, analisou, por intermédio de um estudo bibliográfico,
as produções científicas referentes ao tema AT a partir de 1960 até 2003. Em
Inicialmente, cada aluno era responsável pelo AT de dois pacientes, mas, no outro estudo, Alvarenga (2006) investigou as transformações na clínica do AT
decorrer do estágio, os acompanhantes terapêuticos passaram a ser mais da
para pensar a ocupação do seu lugar nas práticas psi (psiquiatria, psicologia e
instituição do que dos próprios pacientes. A partir de então, o acompanhante
terapêutico passou a ser uma figura mais presente dentro da instituição do que psicanálise), concluindo que o "fazer" dos acompanhantes terapêuticos são habi-
fora dela. (Nogueira, 2009, p. 218). tados por diferentes posturas, afirmando a necessidade da estruturação conceituai
do AT, de maneira que não haja choque com as características "itinerantes" e
Tal vivência resgata a importância de que os profissionais do serviço "fronteiriças", que o identificam.
compreendam o Acompanhamento Terapêutico e se reponsabilizem por pensar, Todas as tentativas de trabalhar as fronteiras do AT, respeitando os
articular e acompanhar esta proposta terapêutica de maneira integrada com os seus recortes serviram para estabelecer ou reconhecer as fronteiras do campo,
Projetos Terapêuticos Singulares desenvolvidos junto aos usuários dos serviços mesmo com toda a sua dinamicidade inerente. Nos três estudos supracitados,
que se sobrevalerão do AT. Desta forma, o recurso do AT deve ter destino estra- embora as autoras não tenham previsto explicitamente a circunscrição das fron-
tégico, integrado a metas e objetivos terapêuticos, ao detrimento de que, caso tal teiras no AT como objetivo primário das pesquisas, é inegável a contribuição dos
processo seja desvirtuado, a própria proposta do AT se desmonte e este recurso materiais para clarear esta zona nebulosa. A ausência de teorização singular no
humano, como na experiência de Nogueira (2009), seja utilizado para diferentes campo do AT é justificada por Barretto (1997) pelo receio de que, ao se teorizar,
demandas institucionais sem qualquer foco. Ainda, o autor sustenta a importân- perca-se a riqueza e a vida das experiências suscitadas. Segundo o autor, o me-
cia do investimento em bolsas que possam oferecer estrutura aos alunos para o lhor caminho é o risco nesse trânsito entre a experiência e a conceituação.
exercício da prática do A T. Os fenômenos que estão presentes numa relação terapêutica na moda-
As situações levantadas podem ser decorrentes de uma prática ainda lidade de AT por vezes resistem à objetividade, no entanto, também não se deli-
incipiente no que se refere às fronteiras do AT, visto que a multiplicidade de mitam à subjetividade27 - e esses fenômenos, pertencentes à efetivação da vida,
influências que delineiam esse recurso terapêutico acabou gerando uma prática tornam-se irredutíveis a determinado modelo teórico. O AT, enquanto clínica,
ainda pouco delimitada e mesmo vaga no que se refere à sua orientação clínica desta forma, caminha na linha tênue entre o aprisionamento epistemológico e a
(Nogueira, 2007). Entendemos que o AT é atravessado e embasado por múltiplas criatividade que lhe é condição inerente para mobilizar suas intervenções. Em
influências teóricas e esse fator pode ser preponderante na fragilidade de frontei- seu percurso, embora despojado da pretensão de se alinhar a determinadas cor-
ras que delimitam essa prática clínica. O Acompanhamento Terapêutico atua em rentes positivistas da ciência, carrega o desafio da construção fluída de um for-
diversos casos e ainda busca um método que não restrinja a sua atividade (Antú- mato/modelo que consiga apreender fenômenos tão singulares, e em constante
nez & Martins, 2013). mutação, como os fenômenos da "vida" (Antúnez & Martins, 2013). "A fenome-
Para traçar fronteiras em uma prática é necessário ter uma definição nalidade dos fenômenos não se esgota nos tradicionais processos de categoriza-
clara de seu objeto ou fazer. Contudo, tendo em vista a amplitude do fazer AT e ção do real dado,( ... ) não se submete a qualquer processo teórico que a anteceda,
da multiplicidade de relações e variáveis nele implicadas, tal empreitada não se pois é ela mesma prova de si no seu porvir e acontecer" (Antúnez & Martins,
apresenta sem turbulência. 2013, p. 21).
Simões (2005) aponta duas vertentes na teorização do AT. A primeira
O Acompanhamento Terapêutico é algo que tem a ver com ajuda, com inclusão, formada por autores de orientação psicanalítica (incluindo as diferentes escolas)
exclusão, com ser ponte, com redes sociais, rejeição, família, vida sem sentido,
que se utilizam de alguns conceitos da psicanálise para compreensão e interven-
suporte, facilitação da alta, hospital, não reinternação, casos complicados e supe-
ração da era manicomial. Esse conjunto de aspectos e ações conferem ao Acom-
panhamento seu caráter Terapêutico. Visto que a ação do acompanhante se ini-
cia depois que casos complicados ou problemáticos foram detectados nas insti-
27 É comum os textos se referirem à subjetividade como se já estivesse claro para o leitor o seu
significado. No entanto, na história do pensamento ocidental, a concepção de subjetividade ad-
tuições hospitalares ou asilares, o caráter terapêutico do AT está articulado a quiriu significados diferentes. "Compreender a subjetividade é também compreender a formação
uma dimensão clínica. (Chaui-Berlinck, 2011, p. 120-121) das identidades sociais e como elas estabelecem um processo dinâmico. A constituição da subje-
tividade não está isolada dos contextos filosófico, social, político e econômico." (Philippi, 2004,
p. 15).
58 Adriano Furtado Holanda/ Luís Felipe Ferro/ Marcelo Costa Benatto Acompanhamento Terapêutico 59

ção no caso atendido a partir da modalidade de AT, resgatando que tal relação Finalmente, constatamos que o campo do Acompanhamento Terapêu-
apresenta suas dificuldades e até impossibilidades. A segunda vertente apontada tico é, seguramente, um campo aberto e que necessita continuamente de diálogo,
pela autora considera que é preciso se embasar em diversos campos de saberes para que esse crescimento se torne consistente com sua prática. Por ser um cam-
para atingir uma teorização do AT. po tão dinâmico, é absolutamente necessário realizar pesquisas e discussões, de
Distante da pretensão de resolver tal impasse, mas não alheios à de- modo a extrair dessa prática"( ... ) elementos teóricos que a aproximem da ciência
manda percebida na produção científica sobre AT, é necessário, para que seja humana do vivido, da experiência cotidiana, da interlocução terapêutica lá onde
possível estruturar esse campo do saber, entender ou conhecer previamente o que ela ocorre e está sujeita a todo tipo de interferências inerentes à vida" (Antúnez,
já foi pesquisado, sob quais perspectivas, para que as fronteiras teóricas que 2011, p. 8).
delimitam essa prática clínica possam ser edificadas paulatina e solidamente. Desta forma, pensar o fazer do A T é pensar o próprio fazer da Clínica,
De acordo com os dados discutidos e analisados nesta pesquisa, pro- pois atravessa conceitos, nuances, perspectivas, possibilidades e idealidades, para
curou-se aqui contribuir para o mapeamento da produção científica na área do encontrar o sujeito mundano na concretude de seus espaços e de sua realidade.
AT. A compreensão sistematizada a respeito das pesquisas realizadas e publica- Neste sentido, o presente trabalho se coloca na posição de tentar ser uma nova
das, seus autores e Instituições, assim como algumas reflexões sobre as fronteiras contribuição na direção de clarificar e qualificar uma prática tão nova quanto
do AT foram subsídios que propusemo-nos a compor neste processo de constru- representativa.
ção de conhecimento. Resgata-se, ainda, a importância de estudos vindouros que
possam debruçar esforços analíticos tanto sobre as diferentes perspectivas sobre
o AT, a categorização das práticas apresentadas nas bibliografias, como as pro-
blemáticas, potencialidades e estratégias descritas para sua especialização.

Considerações Finais
A partir do recorte próprio à revisão sistemática aqui apresentada, pô-
de-se caminhar no que tange à sistematização da produção acadêmica de disser-
tações, teses e artigos sobre a temática do Acompanhamento Terapêutico. Tal
produção, que, a priori, acreditava-se ser ínfima, demonstrou-se, tanto qualitati-
va quanto quantitativamente, bastante rica.
Cabe ressaltar que o atual quadro nacional referente ao AT se afirma
ainda mais potente ao se deparar com a quantidade de livros, de congressos,
cursos e eventos científicos, vídeos e de experiências práticas diversas de AT que
vem tomando corpo nacionalmente. O desbravamento deste rico cenário se torna,
desta forma, uma convocatória para pesquisas e estudos que venham a congregar
pesquisadores, alunos, acompanhantes terapêuticos e demais agentes dedicados
ao crescimento e fortalecimento teórico-prático desta área.
Outro recorte realizado, necessário para o andamento desta pesquisa,
foram os trabalhos vinculados às monografias de graduação, especialização e
formação em AT, e as publicações realizadas em anais de congresso, alguns
destes específicos sobre AT. Pesquisas com grande potencial contributivo ao
campo também podem ser destinadas a compor estudos sobre grupos de pesqui-
sa, profissionais e instituições que estão praticando o A T e fomentan-
do/desenvolvendo pesquisas na área.
Desta forma, pesquisas sobre estas diferentes fontes de dados e que
possibilitem o cruzamento destas informações, tanto nacional como internacio-
nalmente, por certo contribuirão sobremaneira para a produção científica brasi-
leira sobre o AT.
Posfácio

Nenhum trabalho de pesquisa formaliza-se como "concluso". Ainda


mais quando se pauta pela própria produção de conhecimento ou de saberes,
referido a uma área ou determinada prática. Nosso trabalho, até aqui, foi um
esforço de compilação que buscou reunir, da forma a mais completa possível,
aquilo que se produziu (e se produz) com respeito à prática do AT. Como todo
esforço, ele é inconcluso, e incompleto. Ao ser finalizado, já se apresenta como
obsoleto, e pleno por atualizações. Da incompletude nasce esse momento.
O presente posfácio foi construído com o intuito de delinear um pano-
rama atual dos materiais científicos de base da pesquisa original, reservada à
análise até o período de 2013. Para tanto, apresentaremos uma atualização para
aqueles trabalhos produzidos entre os anos 2014 e 2019. Embora a metodologia
aqui proposta não apresente a robustez da pesquisa inicial, por certo será possível
apresentar alguns dados e reflexões que contribuirão sobremaneira para cpmpor
o delineamento desejado.
Para tanto, foi realizada uma revisão sistemática voltada a levantar e
analisar as produções bibliográficas no formato de dissertações, teses e artigos
publicados em revistas científicas, tendo como critérios os trabalhos completos
disponíveis online, produzidos de 2014 a 2019, em português. Para a pesquisa,
foram ainda utilizadas as palavras-chave "Acompanhamento Terapêutico".
Todos os títulos e resumos foram lidos, descartando-se materiais que
não apresentavam relação com o AT e unificando materiais em duplicidade nas
bases de dados consultadas. Foram incluídos, contudo, materiais que não reser-
vavam ao A T o foco principal de seu estudo, mas que analisaram este dispositivo
dentro de um cenário mais amplo. Como exemplo, podemos citar a dissertação
de Santarosa (2016), que procurou compreender as variadas formas de atuação
do terapeuta ocupacional no cuidado de crianças e adolescentes usuários de subs-
tâncias psicoativas no município de São Paulo, apresentando o AT como uma
das modalidades de trabalho desenvolvidas por este profissional.
As bases de dados consultadas para o levantamento de dissertações e
teses foram: a Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações; Banco de
Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (CAPES); e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Quanto aos artigos, as
bases consultadas foram a Scielo e a BVS. A tabela 3 apresenta os resultados
obtidos nas buscas.
62 Adriano Furtado Holanda/ Luís Felipe Ferro/ Marcelo Costa Benatto Acompanhamento Terapêutico 63

Tabela 3: Resultados da pesquisa nas diferentes bases de dados28 Tabela 4: Quantidade de produções científicas por ano - Dissertação e Tese

NÚMERO DE MATERIAIS
NÚMERO DE Ano Dissertações Doutorado TOTAL PORCENTAGEM
BASES DE DADOS CIENTÍFICOSSOBREAT
RESULTADOS INICIAL SELECIONADOS
2014 5 o 5 13,9%
Biblioteca Virtual em Saúde 48 23
2015 li 1 12 33,3%
(BVS) - artigos
23 9 2016 5 2 7 19,4%
Scielo - artigos
48 2 2017 3 2 5 13,9%
Biblioteca Virtual em Saúde
(BVS) - dissertações e teses 2018 4 1 5 13,9%
Biblioteca Digital Brasileira de 39 27
2019 1 1 2 5,6%
Teses e Dissertações
TOTAL 36 100,0%
Banco de Teses e Dissertações 52 30
da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Mesmo com a limitação advinda da exclusividade da pesquisa realiza-
Nível Superior (CAPES) da nas bases de dados citadas, se comparada à pesquisa-base deste livro, percebe-
-se um número bastante importante de dissertações e teses encontradas, subli-
Por fim, unificando-se os arquivos duplicados, presentes em duas ou nhada aqui a expressiva produção no ano de 2015.
mais das bases de dados, encontramos como resultado final a quantidade de 25 No tocante à produção desenvolvida nos estados brasileiros (Tabela
artigos científicos e 36 dissertações e teses. A seguir serão apresentados alguns 5), o Estado de São Paulo ainda desponta como protagonista na produção sobre o
dos dados destes materiais, segundo seus formatos para, como epílogo, desen- tema do AT (38,9%), seguidos do Estado do Rio de Janeiro (13,9%), Minas
volvermos algumas reflexões sobre o tema do AT e seu desenvolvimento no Gerais (11,1 %), Rio Grande do Sul (8,3%) e Bahia (5,6%). Cabe ressaltar que,
contexto brasileiro. pela pesquisa realizada, não houve qualquer produção em programas de pós-
-graduação sobre o tema do AT nos anos de 2014 a 2019 nas seguintes unidades
federativas: Acre; Amapá; Amazonas; Distrito Federal; Espírito Santo; Goiás;
Acompanhamento Terapêutico e sua Inclusão nos Programas de Maranhão; Mato Grosso; Mato Grosso do Sul; Pará; Paraíba; Pernambuco; Ron-
Pós-Graduação Stricto Sensu dônia; Roraima; Sergipe; e Tocantins. Tal dado pode ser estratégico, desta forma,
para promover ações (públicas ou privadas), que fortaleçam o desenvolvimento
Embora a pesquisa-base original, desenvolvida e apresentada neste li-
tanto de pesquisas como de práticas de AT nestas localidades.
vro em sua introdução, capítulos e conclusão, tenha expandido a quantidade de
materiais científicos levantados ao analisar suas referências bibliográficas e utili-
zar palavras-chave diferenciadas, ainda assim, a pesquisa desenvolvida neste
posfácio pôde demonstrar a crescente inserção do tema do AT em programas de
pós-graduação stricto sensu.

28 Tabela elaborada pelos autores, com base nos dados de pesquisa realizada.
71 F

64 Adriano Furtado Holanda/ Luís Felipe·Ferro / Marcelo Costa Benatto Acompanhamento Terapêutico 65

Tabela 5: Tipos de produção Stricto Sensu por estado e ano29 Espírito Santo, a Universidade de Guarulhos, a Pontifícia Universidade Católica
do Rio Grande do Sul, a Universidade Católica de Pernambuco e a Universidade
Total de
Metodista de São Paulo, presentes na pesquisa-base deste livro, não desenvolve-
Produ- Porcen- ram - ou o método desta pesquisa não possibilitou vislumbre de sua produção -
Estados 2014 2015 2016 2017 2018 2019 ções por tagem ,; no tema do AT nos anos de 2014 a 2019. Por outro lado, novas instituições de-
Estado ',
senvolveram dissertações e teses neste período de tempo pesquisado: Fundação
Oswaldo Cruz; Fundação Universidade Federal do Piauí; Universidade Federal
1 disser- 1 2,8%
AL tação da Bahia; Universidade Federal de Alagoas; Universidade Federal de Santa Cata-
0
rina; Universidade Federal de São João Dei Rey; Universidade Federal do Para-
1 disserta- 1 5,6% ná; e Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
2
BA ção tese
A maior parte das pesquisas estão vinculadas a Instituições de Ensino
1 disser- 2 disser- 3 8,3%
''

Superior (IES) públicas, reiterando a Região Sudeste como lugar privilegiado


CE tação tações desta produção.
3 disser- 1 tese 4 11,1%
MG tações Tabela 6: Total de dissertações e teses produzidas por instituição30
I disser- 1 2,8%
PI tação Universidade N r/Dissertações Nrffeses Porcentagem
,'

1
1 2,8%
Fundação Oswaldo Cruz 1 o 2,8%
PR disser-
tação Fundação Universidade Federal do Piauí 1 o 2,8%

1 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 2 2 11,1%


3 disser- 1 tese 5 13,9%
RJ disser- tações
tação Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janei- o 1 2,8%
ro
1 tese 1 2,8%
RN
Universidade de São Paulo 5 1 16,7%
1 1 disser-
1 disser- 3 8,3% Universidade de São Paulo (Ribeirão Preto) 1 1 5,6%
RS disser- tação tação
tação Universidade do Estado do Rio de Janeiro 1 o 2,8%
1 disser-
se tação
1 2,8% Universidade Estadual de Campinas 1 o 2,8%

1 disser- 1 disser-
Universidade Federal da Bahia 1 1 5,6%
2 3 disser- 1
2 disser- tação+ 1 tação+ 1 disser- 14 38,9%
SP disser- tações + 2 Universidade Federal de Alagoas 1 o 2,8%
tações teses tese tese tação
tações
Universidade Federal de Minas Gerais 2 1 8,3%
TOTAL
POR 5 12 7 5 5 2 36 100,0% Universidade Federal de Santa Catarina 1 o 2,8%
ANO Universidade Federal de São Carlos 1 o 2,8%

Diferentes instituições apresentadas na pesquisa base deste livro con- i~ Universidade Federal de São João dei Rei 1 o 2,8%

tinuaram o desenvolvimento de dissertações e teses sobre o tema do AT, com Universidade Federal de Uberlândia 2 o 5,6%
destaque dado à Universidade de São Paulo, responsável p~r 16, 7% dos t~aba- Universidade Federal do Ceará 1 o 2,8%
lhados acadêmicos nestas modalidades (Tabela 6). Comparativamente, a Umver- ·
sidade de Brasília, a Universidade Estadual Paulista, a Universidade Federal do ',·: Universidade Federal do Paraná 1 o 2,8%

·:
29 Tabela elaborada pelos autores, com base nos dados de pesquisa realizada. •.' 30 Tabela elaborada pelos autores, com base nos dados de pesquisa realizada.

J "'
;;;,i;,
66 Adriano Furtado Holanda/ Luís Felipe Ferro/ Marcelo Costa Benatto Acompanhamento Terapêutico 67

Universidade Federal do Rio Grande do Norte o 1 2,8% Artigos Científicos e o Tema do Acompanhamento Terapêutico Publicados
Universidade Federal do Rio Grande do Sul 3 o 8,3% em Revistas Científicas de 2014 a 2019
Universidade Federal Fluminense 2 o 5,6% Conforme acima exposto, a pesquisa pelos artigos foi realizada nas
Total por Produção 28 8 100,0% bases SciELO e Biblioteca Virtual com as palavras-chave "acompanhamento
terapêutico", tendo como filtros os trabalhos completos no período de 2014 a
Total Geral 36 2019, possibilitou o levantamento de 25 artigos científicos. O gráfico 1 apresenta
a distribuição temporal do número de artigos publicados em revistas científicas
Enquanto áreas debruçadas no desenvolvimento de dissertações e te- obtidos pela pesquisa. Destaca-se, aqui, os anos de 2016 e 2017, como os de
ses sobre AT, cabe destaque à Psicologia, que desenvolveu 24 (66,7%) dos traba- maior número de publicações, respectivamente 6 (24%) e 7 (28%).
lhos aqui levantados. As demais áreas desenvolveram de uma a três disserta-
ções/teses sobre o tema (Tabela 7).
Gráfico 1: Número de artigos por ano
Tabela 7: Total de dissertações e teses defendidos por área 8-,-------------------
7 +----------
Universidade N r/Dissertações Nrffeses Porcentagem
6+-------
Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo 2 o 5,6%
5 +-------
Pós-Graduação em Educação 2 o 5,6%
4 +-------
a Número de artigos
Pós-Graduação em Enfermagem 2 1 8,3%

Pós-Graduação em Lazer da Escola de


2
Educação Física, Fisioterapia e Terapia 1 o 2,8%
Ocupacional

Pós-Graduação em Psicologia 17 7 66,7%

Pós-Graduação em Saúde Coletiva/Saúde 2014 2015 2016 2017 2018 2019


Pública
2 o 5,6%

Pós-Graduação em Terapia Ocupacional 1 o 2,8%

Pós-Graduação em Psicanálise 1 o 2,8%


As revistas científicas que publicaram maior número de publicações
Total por Tipo de Produção 28 8 100,0%
de artigos científicos sobre a temática do AT foram a Revista Estilos da Clínica,
TOTAL GERAL (DISSERTAÇÕES+ com 3 publicações (12%), seguida das revistas Fractal: Revista de Psicologia,
36 Pesquisas e Práticas Psicossociais, Psicologia em Revista, Psicologia: Ciência e
TESES)
Profissão, Revista da Abordagem Gestáltica, cada qual com duas publicações
(8%). As 12 demais revistas que publicaram artigos sobre AT tiveram somente
Quanto aos orientadores dos trabalhos, ainda o destaque é dado ao uma publicação no recorte temporal de nossa pesquisa.
Prof. Dr. Andrés Eduardo Aguirre Antúnez, que orientou uma tese e duas disser-
tações sobre AT. A prof'. Dra. Maria Virgínia Machado Dazzani, por sua vez,
orientou dois trabalhos, uma dissertação e uma tese, ambas da aluna Verônica
Gomes Nascimento, respectivamente defendidas em 2015 e 2019. Outros 31
docentes participaram da orientação de apenas uma dissertação ou tese.
68 Adriano Furtado Holanda./ Luís Felipe Ferro / Marcelo Costa Benatto Acompanhamento Terapêutico 69

DISTRIBUIÇÃO TEMPORAL DE PUBLICAÇÕES DE ARTIGOS POR REVISTA ta, Fractal: Revista de Psicologia, Pesquisas e Práticas Psicossociais, Psicolo-
Total/ Porcenta-
gia: Ciência e Profissão e a Revista da Abordagem Gestáltica, todas contando
Revista 2014 2015 2016 2017 2018 2019 com duas publicações.
Re,ista gem

Ágora: Estudos em Teoria


1 1 4,0%
Psicanalítica A Produção do Acompanhamento Terapêutico entre 2014 e 2019:
Barbarói 1 1 4,0% Divagações sobre o Campo
Estilos da Clínica 1 1 1 3 12,0% Neste item, epílogo do trabalho que ora se apresenta, nossa intenção é
Fractal: Revista de apresentar algumas divagações advindas da análise do material levantado que -
1 1 2 8,0%
Psicologia sem a pretensão de esgotar a análise do conteúdo das referências -, será apresen-
Interface comun. saúde
tada como uma revisão narrativa, direcionada a apontar algumas reflexões a
1 1 4,0% respeito da literatura sobre Acompanhamento Terapêutico.
educ.

Pesquisas e Práticas Psi-


Em termos gerais, algumas das conclusões do nosso trabalho se man-
1 1 2 8,0% tiveram assinaladas nesse novo panorama. Dentre elas, podemos destacar as
cossociais

Psicologia Argumento 1 1 4,0%


1 seguintes: a manutenção da ênfase no contexto psicanalítico; uma discussão
filosófica ainda incipiente; a abertura para novos campos de ação (como o caso
Psicologia Clínica 1 1 4,0% da Escola); e uma abertura igualmente para novas áreas, como o Serviço Social e
a Arquitetura. A metodologia utilizada mais amplamente é de abordagem quali-
Psicologia em Reyista 1 1 2 8,0%
tativa, notadamente de perfil descritivo-exploratório e de relatos de experiências.
Psicologia: Ciência e Santos et ai. (2015) realizaram um estudo no qual foram revisadas 43
1 1 2 8,0%
Profissão
teses e dissertações sobre AT produzidas entre 2000 e 2011. No trabalho foi
Psicologia: teoria e prática 1 1 4,0% constatado um aumento representativo, a partir de 2005, e a predominância da
Psicólogo Informação 1 1 4,0%
Psicologia (evidenciando a necessidade de uma atenção especial a outras áreas
do conhecimento, ainda carentes). Um grande esforço dos pesquisadores da área
Revista Brasileira de vem sendo destinado a aprofundar e qualificar a utilização do AT para crianças e
1 1 4,0%
Psicodrama
adolescentes, seja procurando sistematizar a análise de literaturas, reflexões ou
Revista Brasileira de propostas terapêuticas 31 •
1 1 4,0%
Psicoterapia
Cabe ressaltar a grande quantidade de trabalhos que vem sendo produ-
Revista da Abordagem
1 8,0%
zidos a respeito do Acompanhamento Terapêutico no contexto escolar, em espe-
1 2
Gestáltica cial junto a crianças e adolescentes com transtornos do espectro autista, haja
Revista da SPAGESP 1 1 4,0% vista o direito de acompanhamento especializado na escola em caso de necessi-
dade, conforme previsto pela Lei 12.764 de 27 de dezembro de 2012. Neste
Revista Direito GV 1 1 4,0% contexto, é possível inferir uma ampliação do ingresso do AT nas escolas para
Revista Latinoamericana responder às demandas legislativas, o que vem ampliando, consequentemente, a
de Psicopatologia 1 1 4,0% necessidade de elaboração científica desta prática, comprovada aqui pela quanti-
Fundamental dade dos materiais produzidos.
TOTAL 1 25 100,0% Ainda, no tocante ao Acompanhamento Terapêutico de crianças, cabe
destacar o trabalho de Engel, Ghazzi e Silva (2014) que relata um caso de AT
Embora o acompanhamento terapêutico tenha sua fundação sobre a in-
terdisciplinaridade, cabe ressaltar que a grande maioria das publicações ainda
31 Albano, 2015; Batista, Flor & Silveira, 2017; Bueno, 2016; Costa, 2014; Engel, Ghazzi & Silva,
está reservada ao campo da Psicologia. Quanto ao número de publicações reali-
2014; Faizibaioff, 2016; Figueiredo, 2018; Gerab, 2016; Leal, 2015; Morais, 2019; Nascimento,
zadas sobre o A T nos seis anos aqui pesquisados, sublinha-se a importância da 2015, 2019; Nascimento, Silva & Dazzani, 2015; Oliveira, 2018; Palombini & Rocha, 2017;
revista Estilos da Clínica, com 3 publicações, e das revistas Psicologia em Revis- Refosco & Fernandes, 2018; Rocha, 2015; Santarosa, 2016; Santos et ai., 2015; Silva, 2015,
2016; Spagnuolo, 2017a, 2017b.
70 Adriano Furtado Holanda/ Luís Felipe Ferro/ Marcelo Costa Benatto Acompanhamento Terapêutico 71

destinado ao trabalho junto uma família com bebê com " ... risco em sua estrutu- recursos humanos necessários para a implementação do AT. Cunha Pio &
ração psíquica e em seu desenvolvimento" (p. 1.052). As autoras afirmam a Raccioni (2017) pesquisa a concepção de profissionais da Saúde Mental sobre o
potência do A T para a imersão no cotidiano e em situações concretas de vida do AT e aponta algumas problemáticas para sua aplicação prática, como falta de
bebê e de sua família. As autoras afirmaram, como resultados, o vislumbre do capacitação dos profissionais, escassez de recursos humanos, etc.
" ... início da estruturação psíquica mediante o laço com o Outro, encarnado pela _ _ Neste sentido, parcerias com universidades, estágios e projetos de ex-
mãe. Também foi possível evidenciar a importância da articulação do trabalho de tensao sao amplamente evidenciadas nas literaturas, buscando compor esforços
AT com as visitas domiciliares e o trabalho de rede, realizados pela equipe do comunitários para a prática do AT33 • Ferro et ai. (2018), em artigo publicado em
posto de saúde" (p. 1.056). Relataram que, por meio do AT, foi possível observar 2018, apontam até mesmo algumas estratégias de mobilização de parcerias para a
o reposicionamento das relações familiares, que proporcionou captação de recursos humanos para a prática do AT, preocupando-se também em
delinear algumas reflexões que potencializem sua prática organizacional nos
... uma sustentação que lhes permitiu ocupar suas funções frente ao universo
serviços públicos.
simbólico/imaginário no qual estavam inseridos. É a partir do A T que se pôde
notar a construção de um laço que sustentou não só a mãe como também o
1
bebê, ou seja, um laço social, que supõe tanto a sustentação da função mater-
na, como da função paterna junto à mãe e seu bebê. (p. 1.056)
Considerações Finais

. , A Reforma Psiquiát~ica, ocorrida em diversos países ocidentais a par-


Destacam, por fim, o fato da clínica do AT se dar fora do ambiente
tir da d~cada de 1960, trouxe importantes contribuições na assistência a pessoas
institucional clássico, constituindo-se numa intervenção significativa para se
em sofmnento mental. Apesar das disparidades entre os movimentos de diversos
pensar o próprio "lugar" da clínica. Por sua vez, Refosco e Fernandes (2018)
países, ficou evidente que o hospital, como figura central do tratamento deveria
relatam a utilização do A T junto à abordagem da alienação parental e a impor- &
tância desta prática para proporcionar atenção singular a toda à família e sua ser questiona?º·. Em meio a _essas mudanças, surgiu a proposta do Aco~panha-
mento Terapeutlco, convergmdo com as novas concepções de tratamento e de
dinâmica relacional, afirmando a contribuição do AT no campo da Justiça ao se
modelos assistenciais.
estabelecer como " ... uma excelente medida de combate à alienação parental, em
razão da reestruturação intra e intersubjetiva que é capaz de promover" (p. 94). . , ~o longo de todo esse texto, é destacada a criação de novos espa-
Nascimento, Silva e Dazzani (2015), no artigo "Acompanhamento te- ç?s/temt?nos ~ara o :11omento atual da reforma psiquiátrica, voltado a propor-
c10nar a mclusao social de pessoas em sofrimento mental. O AT, desta forma,
rapêutico escolar e autismo: caminhos para a emergência do sujeito", relatam a
toma destaque enquanto possibilidade de promover outros encontros e formas de
experiência de três anos e meio com o AT de uma criança autista em uma escola
pensar e lidar com a loucura, ou, nas palavras dos autores, desterritorializando-a
particular de Salvador. Apontam que o A TE (Acompanhamento Terapêutico
par? . reterritorializá-la, e se estabelece criticamente, como proposta teórico-
Escolar) tem grandes possibilidades de promover efeitos relevantes, desde a
-pratica, frente aos modelos "duros" e às propostas tradicionais de clínica.
reconstrução de laços sociais, até a própria reconstituição subjetiva. Sua presen-
ça, no ambiente escolar - sua circularidade possibilita a expansividade dessas Procurando esboçar um rápido panorama sobre os materiais científicos
possibilidades. d~s anos de 2~14 a 2019, é p~rmanente a preocupação acadêmica com a produ-
ç~o de conhecimento a respeito do Acompanhamento Terapêutico. As publica-
. Algumas publicações, como ~ruska e Dimenstein (2015), discutem o
çoes procuram esta?elecer reflexões e bases teórico-práticas que possam situar,
AT reahzado com egressos de longas mternações psiquiátricas, no intuito de
compreender e qualificar o AT nos diferentes contextos de sua prática, que atual-
desenvolver maior autonomia e funcionalidade psicossocial, bem como sua in-
mente transbordam o campo da Saúde, para compor ações junto à Educação
clusão na comunidade. Por sua vez, outros autores 32 abordam a importância do
Saúde, Assistência Social, Justiça, entre outros. '
AT no contexto das residências terapêuticas, pontos de atenção à saúde mental
reservados a pessoas com histórico de longas internações em Hospitais Psiquiá- . . _ Diante de todo esse trabalho, analisando diversas perspectivas e con-
tricos e~ou com grande comprometimento de vínculos sociais e familiares, para tribuiçoes, salta-nos aos olhos, algumas constatações que nos parecem relevan-
proporc10nar a (re)composição de seu cotidiano. tes. O trabalho do A T - e a possibilidade mesma de sua existência - vai muito
além de qu~stões ~e uma, I:?udança de setting - o que, consideramos, não repre-
Vários dos trabalhos apontam a importância do trabalho em rede para
senta o sentido mais explicito desse novo fazer. Um dos possíveis desdobramen-
a composição das ações promovidas pelo AT. Para além, variados artigos apre-
sentam já a necessidade prévia de parcerias institucionais para a articulação dos
33 Caetano, 2018; Eagel, Ghazzi & Silva, 2014; Ferro et ai., 2018; Franca, 2016; Marsillac et ai.,
2018; Morais, 2019; Neto & Dimeastein, 2016; Oliveira, 2018; Queiroz, 2015; Radke, 2017;
32 Cunha et ai. (2017), Queiroz (2015), Silva (2017) e Tristão & Avellar (2014). Rocha, 2015; Tosta & Silva, 2016; Tristão & Avellar, 2014.
72 Adriano Furtado Holanda/ Luís Felipe Ferro/ Marcelo Costa Benatto

tos derivados do trabalho do AT é exatamente o fato de construir (ou constituir,


ou propor) um modo diferenciado de se pensar a clínica, ou sej_a, de se colocar a
"clínica" em questão, e não apenas alguns "aspectos" a ela relattvos.
O Acompanhamento Terapêutico, neste contexto, torna-s_e P?rt~-.:7oz
de uma outra clínica, de uma clínica transgressora, que atravessa mstttuiçoes,
procurando em território plural, promover al~ª??ªs das mais ?iversas orde_ns que
proporcionem inclusão social, laços comumtanos, autonomia, e que, acima_ de Referências
tudo, grite no mais alto volume a palavra "vida", promovendo transf~rmaçoes,
tanto da pessoa acompanhada e de sua família, como do próprio profissional e da
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Indice Remissivo

• A produção do acompanhamento terapêutico entre 2014 e 2019: divagações sobre


o campo .......................................................................................................................... 69
• Acompanhamento terapêutico e sua inclusão nos programas de pós-graduação stricto
sensu ............................................................................................................................... 62
• Acompanhamento terapêutico no contexto brasileiro: um resgate histórico .................. 28
• Acompanhamento terapêutico. A produção do acompanhamento terapêutico entre
2014 e 2019: divagações sobre o campo ...................................................................... 69
• Acompanhamento terapêutico. Análise da produção de artigos sobre acompanha-
mento terapêutico publicados em revistas e periódicos científicos de 1985 a 2013 ....... 39
• Acompanhamento terapêutico. Análise das dissertações de mestrado e teses de dou-
torado/livre-docência em acompanhamento terapêutico de 1995 a 2013 ........................... 27
• Acompanhamento terapêutico. Artigos científicos e o tema do acompanhamento
terapêutico publicados em revistas científicas de 2014 a 2019 .................................... 67
• Acompanhamento terapêutico. Clínica: fundamentos .................................................... 17
• Acompanhamento terapêutico. Fronteiras do AT no Brasil: um processo em cons-
trução? ............................................................................................................................ 53
• Acompanhamento terapêutico. Fronteiras do AT no Brasil: um processo em cons-
trução? Considerações finais .......................................................................................... 58
• Acompanhamento terapêutico. Sobre a produção acadêmica em AT no Brasil ............. 23
• Acompanhamento terapêutico. Um olhar para a evolução da clínica do AT .................. 17
• Acompanhante terapêutico. Fundamentos ...................................................................... 19
• Análise da produção de artigos sobre acompanhamento terapêutico publicados em
revistas e periódicos científicos de 1985 a 2013 ............................................................ 39
• Análise das dissertações de mestrado e teses de doutorado/livre-docência em acom-
panhamento terapêutico de 1995 a 2013 ......................................................................... 27
• Apresentação e análise dos resultados ............................................................................ 40
• Artigos científicos e o tema do acompanhamento terapêutico publicados em revis-
tas científicas de 2014 a 2019 ........................................................................................ 67
• Autores. Sobre os autores ............................................................................................... 93

e
• Clínica do acompanhamento terapêutico: fundamentos ................................................. 17
96 Adriano Furtado Holanda/ Luís Felipe Ferro/ Marcelo Costa Benatto Acompanhamento Terapêutico 97
• Clínica. Um olhar para a evolução da clínica do AT ...................................................... 17 • Produção acadêmica. Acompanhamento terapêutico e sua inclusão nos programas
• Considerações finais ....................................................................................................... 71 de pós-graduação stricto sensu ....................................................................................... 62
• Contexto brasileiro. Acompanhamento terapêutico no contexto brasileiro: um res- • Produção acadêmica. Análise das dissertações de mestrado e teses de doutorado/li-
gate histórico .................................................................................................................. 28 vre-docência em acompanhamento terapêutico de 1995 a 2013 .................................... 27
• Contexto brasil~ir~. !fistórico. Acompanhamento terapêutico no contexto brasilei- • Produção acadêmica. Delimitação do campo: pesquisas e programas de pós-gradua-
ro: um resgate histonco .................................................................................................. 28 ção .................................................................................................................................. 29
• Produção acadêmica. Para além das fronteiras da pós-graduação .................................. 36
D • Produção acadêmica. Sobre a produção acadêmica em AT no Brasil.. .......................... 23
• Produção do acompanhamento terapêutico entre 2014 e 2019: divagações sobre o
• Delimitação do campo: pesquisas e programas de pós-graduação ................................. 29 campo ............................................................................................................................. 69
• Dissertação. Análise das dissertações de mestrado e teses de doutorado/livre-docên- • Produção editorial. Análise da produção de artigos sobre acompanhamento tera-
cia em acompanhamento terapêutico de 1995 a 2013 ....................................................... 27 pêutico publicados em revistas e periódicos científicos de 1985 a 2013 ........................ 39
• Distribuição de frequência pelo ano das publicações .................................................... .41 • Publicações. Análise da produção de artigos sobre acompanhamento terapêutico
• Doutorado. Análise das dissertações de mestrado e teses de doutorado/livre-docên- publicados em revistas e periódicos científicos de 1985 a 2013 .................................... 39
cia em acompanhamento terapêutico de 1995 a 2013 ...................................................... 27 • Publicações. Análise da produção de artigos sobre acompanhamento terapêutico
publicados em revistas e periódicos científicos de 1985 a 2013. Considerações fi-
nais ................................................................................................................................. 50
F • Publicações. Apresentação e análise dos resultados ....................................................... 40
• Publicações. Autoria ...................................................................................................... 44
• Fronteiras do AT no Brasil: um processo em construção? ............................................. 53 • Publicações. Distribuição de frequência pelo ano das publicações ................................ 41
• Fundamento,; sobre o acompanhante terapêutico ........................................................... 19 • Publicações. Fonte de publicação ................................................................................... 46

I R
• Introdução ...................................................................................................................... 15 • Referências ..................................................................................................................... 73
• Revistas científicas. Artigos científicos e o tema do acompanhamento terapêutico
L publicados em revistas científicas de 2014 a 2019 ......................................................... 67
• Revistas. Análise da produção de artigos sobre acompanhamento terapêutico pu-
• Livre-docência. Análise das dissertações de mestrado e teses de doutorado/livre- blicados em revistas e periódicos científicos de 1985 a 2013 ........................................ 39
-docência em acompanhamento terapêutico de 1995 a 2013 .......................................... 27
s
M
• Sobre a produção acadêmica em AT no Brasil .............................................................. 23
• Mestrado. Análise das dissertações de mestrado e teses de doutorado/livre-docên- • Sobre os autores ............................................................................................................. 93
cia em acompanhamento terapêutico de 1995 a 2013 .................................................... 27
T
p
• Tese. Análise das dissertações de mestrado e teses de doutorado/livre-docência em
• Periódicos científicos. Análise da produção de artigos sobre acompanhamento tera- acompanhamento terapêutico de 1995 a 2013 ................................................................ 27
pêutico publicados em revistas e periódicos científicos de 1985 a 2013 ........................ 39
• Pesquisa. Delimitação do campo: pesquisas e programas de pós-graduação .................. 29 u
• Pós-grad~açã~. Acompanhamento terapêutico e sua inclusão nos programas de pós-
-graduaçao strzcto sensu .................................................................................................. 62 • Um olhar para a evolução da clínica do AT ................................................................... 17
• Pós-graduação. Para além das fronteiras da pós-graduação ........................................... 36
• Posfácio .......................................................................................................................... 61

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