-Objetivos- -Coleções- -Glossário- -Artigos- -Reportagens- -Notícias- -Universo da Filatelia- -Informações- -Peças Filatélicas- -Material Filatélico- -Mercado Virtual- -Bibliografia- -Aceita um cafezinho?- -Contato- -Home-

22 de agosto de 2012


13 - Série América - Mitos e Lendas: Guaraná e Mandioca

13 - Série América - Mitos e Lendas: Guaraná e Mandioca
Carimbo comemorativo de 1º dia de circulação

A folha, devido à disposição dos selos, possibilita o preparo de várias quadras distintas. Encontrei quinze possibilidades. Por isso, coloco a imagem:


13 - Série América - Mitos e Lendas: Guaraná e Mandioca
Folha
--------------------------------------------------------------
SOBRE O SELO

O selo da lenda do guaraná apresenta, ao fundo, a mãe, e, em primeiro plano, o curumim, a serpente (espírito do mal, Jurupari), a planta do Guaraná e vários frutos representando os olhos do menino. Já o selo da lenda da mandioca apresenta, em primeiro plano, a mãe com o bebê em seu colo, em segundo plano, a planta da Mandioca que brotou a partir de Mani e, ao fundo, a aldeia e demais personagens da lenda: o forasteiro, a mãe índia chorando com a pequena Mani morta em seus braços. Como elemento comum, os dois selos apresentam o grafismo marajoara característico da região Norte. Na concepção do artista, nos grafismos apresentados nos dois selos, a sobreposição de triângulos representa proteção e zelo da mãe, a linha sinuosa simboliza o ciclo da vida e as linhas horizontais a terra firme. Foi utilizada a técnica de computação gráfica.

DETALHES TÉCNICOS

Edital nº 13 Arte: Márcio Guimarães Processo de Impressão: Ofsete Folha com 24 selos, sendo 12 de cada motivo Papel: Cuchê gomado Valor facial: R$1,85 cada selo Tiragem: 360.000 selos, sendo 180.000 de cada motivo Área de desenho: 33mm x 33mm Dimensões do selo: 38mm x 38mm Picotagem: 11,5 x 11,5 Data de emissão: 22/8/2012 Locais de lançamento: Manaus/AM e Belém/PA Impressão: Casa da Moeda do Brasil Prazo de comercialização pela ECT: até 31 de dezembro de 2015 (este prazo não será considerado quando o selo/bloco for comercializado como parte integrante das coleções anuais, cartelas temáticas ou quando destinado para fins de elaboração de material promocional).

--------------------------------------------------------------
Texto descritivo do Edital
Série América - Mitos e Lendas: Guaraná e Mandioca

As lendas de origem se configuram como narrativas, geralmente de circulação oral, que explicam o aparecimento de algo ou de alguém, e por tal razão confundem-se com mitos.

A série de selos emitida pelos Correios traz duas lendas de origem: a lenda do guaraná e a da mandioca. Ambientam-se no contexto indígena e descrevem uma situação de sofrimento. Há, nas duas, a figura do forasteiro responsável por engravidar uma mulher da tribo. Tratam da relação da morte e do renascimento e explicam a origem das coisas numa perspectiva antropomórfica, num movimento do ser-vivo-humano para ser-vivoplanta. Estão ligadas a costumes alimentares indígenas, herdados pelos colonizadores e escravos africanos. As variações são pontuais, restringindose à nação indígena na qual se passa ou a um detalhe mais específico como o tipo de serpente (no caso da lenda do guaraná), mas guardam o vínculo com a cultura indígena amazônica e o movimento cíclico da vida. Tanto “guaraná” como “mandioca” são palavras tupi-guarani, de difícil precisão etimológica, e foram bastante circuladas no processo de colonização, tornando-se marcas permanentes da cultura brasileira.

A versão apresentada está ligada aos Sateré-Mawé, povo indígena da Floresta Amazônica, pelo fato desses índios serem considerados os “inventores da cultura do guaraná”. Como apontam Bastien Beaufort e Sébastien Wolf em seu Le Guarana, trésor dês Indiens Sateré Mawé (Editions Yves Michel, 2008), o guaraná está presente tanto na economia como em vários ritos de caça, pesca e guerra dos Sateré-Mawé, mesmo 350 anos depois do contato com o colonizador, que se deu no século XVII.

Diz a lenda, que após um longo tempo de combate com os Apiakás, aparece na tribo Sateré-Mawé, já muito enfraquecida pela guerra, um forasteiro responsável por engravidar uma índia bastante disputada entre os guerreiros e dela nasce um menino de olhos graúdos. Com o nascimento do menino, os Sateré-Mawé deixam de ser atacados pelos Apiakás e passam a viver um momento de calmaria e fartura. Havia a crença de que o momento de bonança estava relacionado à existência do menino e, por conta disso, ele era protegido e vigiado pelos demais. Até que um dia, o espírito do mal (“jurapari” em tupi-guarani, algumas versões indicam um pajé apiaká), assumiu a forma de uma serpente que dribla a vigilância e ataca o menino, levando-o à morte. Todos ficaram muito tristes. O pajé mawé foi alertado por seus deuses a arrancar os olhos do menino e a enterrá-los. Após ser regado durante quatro luas pelo pranto de todos da tribo, nasce uma planta, cuja semente lembra bastante o formato do olho do menino. Da semente ralada se fez uma bebida responsável por dar força aos guerreiros mawés.

A lenda de origem da mandioca, também conhecida como “A lenda de Mani”, foi popularizada por Couto de Magalhães em seu livro O Selvagem. Apresenta uma estrutura muito comum à versão da lenda do guaraná mawé, na qual um forasteiro aparece numa tribo indígena (segundo Couto de Magalhães, localizada na região de Santarém no Pará) e engravida uma das índias, a qual é castigada pelo pai, o cacique, pela desonra. Após nove meses, nasce uma menina alva, chamada Mani, e todos da tribo criam apego a ela. Inexplicavelmente a menina morre e sob sua sepultura (que na versão de Couto de Magalhães é dentro da oca da mãe da menina), umedecida pelas lágrimas da mãe, nasce um arbusto do qual as raízes passaram a ser muito apreciadas na alimentação de todos.

A poesia dessas lendas, comuns no folclore brasileiro, reside, justamente, na força da vida como forma de superação da dor, tanto pela importância que têm na alimentação nacional, quanto pelo movimento de vida-morte-vida que expressam e, também, pelo sofrimento do contato dos povos indígenas da Amazônia com o colonizador.

Frederico Fernandes
Profressor Doutor do Departamento de Letras Vernáculas e Clássicas
da Universidade Estadual de Londrina
--------------------------------------------------------------
Veja a íntegra do Edital (Arquivo .pdf)

Edital 13 - 2012
13 - Série América - Mitos e Lendas: Guaraná e Mandioca
--------------------------------------------------------------
Alguns dos temas ilustrados pelas peças

O selo ilustra: Lendas e mitos, cultura indigena, fauna, flora.

--------------------------------------------------------------
Peças Filatélicas

13 - Série América - Mitos e Lendas: Guaraná e Mandioca
Envelope comemorativo de 1º dia de circulação - FDC

13 - Série América - Mitos e Lendas: Guaraná e Mandioca
Máximo Postal
Postal de emissão Schmittstamps - Guaraná - Paulinia cupana Kunth

13 - Série América - Mitos e Lendas: Guaraná e Mandioca
Máximo Postal
Cartão-Postal de emissão não identificada - Guaraná - Paulinia cupana

13 - Série América - Mitos e Lendas: Guaraná e Mandioca
Máximo Postal
Cartão-Postal de emissão Schmittstamps - Mandioca - Mnihot esculenta Crantz

13 - Série América - Mitos e Lendas: Guaraná e Mandioca
Máximo Postal
Cartão-Postal de emissão não identificada - Cultivo de mandioca - Manihot

13 - Série América - Mitos e Lendas: Guaraná e Mandioca
Máximo Postal
Cartão-Postal de emissão LitoArte, Brasil Turístico, 22-Índios, Mãe da Tribo Camauirà com seu filho na entrada da maloca

13 - Série América - Mitos e Lendas: Guaraná e Mandioca
Máximo Postal
Cartão-Postal de emissão Paraná-Cart, Índios do Brasil, Mulher Kamayura e seu filho banhando-se nas águas da Lagoa do Ipayu, Parque Indigena do Xingu

13 - Série América - Mitos e Lendas: Guaraná e Mandioca
Máximo Postal
Cartão-Postal de emissão Mercator, Brasil, 10 - Coleção didática, Periquitamboia.

13 - Série América - Mitos e Lendas: Guaraná e Mandioca
Máximo Postal
Cartão-Postal de emissão Paraná-Cart, Dormideira. Foto: Zig Koch

13 - Série América - Mitos e Lendas: Guaraná e Mandioca
Máximo Postal
Cartão-Postal de emissão Dazibao, Marc Ferrez, Indío em Mato Grosso, 1858

13 - Série América - Mitos e Lendas: Guaraná e Mandioca
Envelope circulado com carimbo comemorativo de 1º dia de circulação

13 - Série América - Mitos e Lendas: Guaraná e Mandioca
Envelope circulado com carimbo comemorativo de 1º dia de circulação

13 - Série América - Mitos e Lendas: Guaraná e Mandioca
Envelope circulado, registrado, com carimbo comemorativo de 1º dia de circulação

As peças a seguir me foram enviadas por meu amigo, o filatelista Alvano Tomei, a quem agradeço:


13 - Série América - Mitos e Lendas: Guaraná e Mandioca
Envelope circulado, registrado, com carimbo comemorativo de 1º dia de circulação

13 - Série América - Mitos e Lendas: Guaraná e Mandioca
Envelope circulado, registrado, com carimbo comemorativo de 1º dia de circulação
--------------------------------------------------------------
Cartões-Postais

Alguns dos cartões-postais, base para a confecção de máximos postais:


Cartão-Postal de emissão Schmittstamps - Guaraná - Paulinia cupana Kunth

Cartão-Postal de emissão não identificada - Guaraná - Paulinia cupana

Cartão-Postal de emissão Schmittstamps - Mandicoca - Mnihot esculenta Crantz

Cartão-Postal de emissão não identificada - Cultivo de mandioca - Manihot

Cartão-Postal de emissão LitoArte, Brasil Turístico, 22-Índios, Mãe da Tribo Camauirà com seu filho na entrada da maloca

Cartão-Postal de emissão Paraná-Cart, Índios do Brasil, Mulher Kamayura e seu filho banhando-se nas águas da Lagoa do Ipayu, Parque Indigena do Xingu

Cartão-Postal de emissão da Fundação Cultural de Curitiba, Petecas e Acessórios, Curitiba -Paraná - Brasil. Foto: Luiz A. F. Cequinel

Cartão-Postal de emissão Mercator, Brasil, 10 - Coleção didática, Periquitamboia.

Cartão-Postal de emissão Paraná-Cart, Dormideira. Foto: Zig Koch
--------------------------------------------------------------
Próxima Série: Clique no título.
14 - Emissão Conjunta Brasil-Portugal: A Força da Língua Portuguesa - Fernando Pessoa e Cruz e Sousa (7/9)
Série Anterior: Clique no título.
12 - Fitoterapia Brasileira - Plantas Medicinais - Saber Popular: Andiroba, Copaíba, Unha de Gato e Muirapuama.
Voltar para o Indice do Album 2012
Desenvolvimento: João Alberto Correia da Silva