Rompimento de barragens causa nova tragédia em Minas Gerais

O rompimento de três barragens da mineradora Vale, em Brumadinho, nesta sexta-feira (25), causou uma nova tragédia no estado de Minas Gerais. Por enquanto, há 150 pessoas desaparecidas, sete mortos e os rejeitos minerais já atingiram a Bacia do Rio Paraopeba.

Os rejeitos atingiram uma área administrativa da Vale, onde havia 300 funcionários no momento do rompimento, e a Vila Ferteco, com cerca de 200 moradores. A lama soterrou o restaurante onde os trabalhadores da mineradora almoçavam.

Ambientalistas afirmam que esta foi mais uma tragédia anunciada. Desde 2011, há denúncias de risco de rompimento da barragem I da Mina do Feijão.

Apesar dos constantes alertas feitos por organizações ambientais e pelos próprios moradores da área, a Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais autorizou a ampliação do complexo em dezembro do ano passado.

O resultado é que a estrutura de contenção cedeu e causou o vazamento de 12,3 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minérios.

O desastre acontece três anos depois do maior acidente ambiental do país, o rompimento de uma barragem da mineradora Samarco, na cidade de Mariana, também em Minas Gerais. Até hoje, o Rio Doce não se recuperou. O belo rio que abastecia a região de Mariana tornou-se um rio morto. O pequeno distrito de Bento Rodrigues desapareceu e 19 pessoas morreram.

O estado de Minas Gerais concentra 63,1% das barragens consideradas de alto risco no país, segundo relatório da Agência Nacional de Mineração. Brumadinho fica na região metropolitana de Belo Horizonte.

“Queremos apresentar nossa total solidariedade às vítimas de mais esse desastre, mas este não será o último. Historicamente, as mineradoras sempre tiveram uma espécie de carta branca para destruir o meio ambiente e, consequentemente, colocar em risco a vida de comunidades inteiras. O governo tem a obrigação de punir severamente a Vale”, afirma o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves.