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PSICOLOGIA DA PERSONALIDADE III

PSICOLOGIA DA PERSONALIDADE III. FREUD E O DESENVOLVIMENTO DA PSICANÁLISE: TEORIA DAS PULSÕESl. A partir da leitura do texto, explique a frase: “ Como disse o poeta, todos os pulsões orgânicos que atuam em nossa mente podem ser classificados como `fome’ ou `amor’.”. A TEORIA DAS pulsões

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PSICOLOGIA DA PERSONALIDADE III

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  1. PSICOLOGIA DA PERSONALIDADE III FREUD E O DESENVOLVIMENTO DA PSICANÁLISE: TEORIA DAS PULSÕESl

  2. A partir da leitura do texto, explique a frase: “Como disse o poeta, todos os pulsões orgânicos que atuam em nossa mente podem ser classificados como `fome’ ou `amor’.”

  3. A TEORIA DAS pulsões • As excitações às quais está submetido o organismo são de dois tipos: • Exteriores • descontínuas, circunstanciais; • pode-se evitá-las. • Endógenas • exercem uma pressão mais ou menos contínua; • não há, evidentemente, nenhuma possibilidade de fugir delas. • A esse tipo de excitações se dá o nome de pulsões.

  4. Pulsão • O representantepsíquicodasexcitações que se originam no interior do corpo e alcançcam a mente. • uma exigência de trabalho que é imposto ao psiquismo em consequência de sua ligação ao corporal. • A expressão "exigência de trabalho imposta ao psiquismo" é coerente com a noção de impulso, que se encontra no próprio termo pulsão. • Esse impulso é não apenas uma propriedade constante da pulsão, representa mesmo a sua essência.

  5. Na teoria psicanalítica o desenvolvimento da vidapsíquica está diretamente relacionado com as sequências e transformações da organização da pulsãosexual. • Na teoria Freudiana, podemos distinguir distinguir três etapas no desenvolvimentohistóricodoconceitodepulsão: • A primeira etapa é caracterizada pelo dualismo entre pulsõessexuais, por um lado, pulsõesdeautoconsevação ou pulsões do Ego, por outro. • A segunda etapa é marcada pela introduçãodonarcisismo na teoria das pulsões. • A terceira etapa institui a oposição entre pulsões de vida e pulsões de morte.

  6. A CONCEPÇÃO PSICANALÍTICA DA PERTURBAÇÃO PSICOGÊNICA DA VISÃO (1910) (V. XI) • O trabalho Contém duas passagens de interesse “muito especial”: • Freud, empregou pela primeira vez o termo `pulsões do ego’e as identificou com aspulsões de autoconservaçãoe atribui-lhes papel vital na função de recalque. • Freud expressa, com firmeza especial, sua convicção de que os fenômenos psíquicos se baseiam definitivamente nos fenômenos físicos. • Teríamos de observar essas condições como a parte constitucional da disposição para adoecer de perturbações psicogênicas e neuróticas. Este é o fator ao qual, quando aplicado a histeria, dei o nome provisório de `submissão somática’.

  7. Freud toma o exemplo da perturbação psicogênica da visão (cegueira histérica) a fim de mostrar: • A concepção da gênese dos distúrbios dessa espécie a partir do método de investigação psicanalítica.

  8. O ponto de vista da Escola Francesa (Charcot, Janet e Binet) • a gênese desses casos já é conhecida • a presença de uma idéiaiscienencotão poderosaque se converte em realidade. • nos pacientes predispostos à histeria, há uma tendênciainerente à dissociação– a uma desagregaçãodas conexões em seu campo psíquico. • O paciente fica cego, não em conseqüência de uma idéiaauto-sugestiva de que ele não pode ver, mas como resultado de uma dissociação entre os processos inconscientes e conscientes no ato de ver. • (incapacidade constitucional para a síntese).

  9. O ponto de vista de Freud • A psicanálise também aceita a hipótese da dissociação psíquica e do inconsciente, porém as relacionamos de modo diferente. • O conceito psicanalítico é dinâmico e atribui a origem da vida psíquica a uma interação entre forças que favorecem ou inibem uma à outra. • Se um grupo de ideiaspermanece no inconsciente, a psicanálise não infere desse fato, de que há uma incapacidade constitucional para a síntese que se evidencia nessa determinada dissociação,

  10. Freud sustenta que o isolamento e o estado de inconsciência desse grupo de idéias foram causados por uma oposição ativa de parte de outros grupos de ideias. • O processo, devido ao qual se teve esse destino, é conhecido como `recalque’ e Freud o consideramos algo análogo a um julgamento condenatório nos domínios da lógica.

  11. Então, as perturbações psicogênicas da visão dependem de certas idéias relacionadas com a visão serem suprimidas da consciência. As ideias suprimidasentraram em oposiçãoa outras idéias, mais poderosas, em relação às quais adotamos o conceito coletivo do `ego’ e, por esse motivo, se encontram sob recalque.

  12. Mas qual pode ser a origem dessa oposição que provoca o recalque entre o ego e os vários grupos de idéias? • Cada grupo de pulsões procura tornar-seefetivo por meio de ideias que estão em harmonia como seus objetivos. • Estes pulsões nemsempresãocompatíveisentresi; seus interesses entram em conflito. • A oposição entre as ideias é apenas uma expressão das lutas entre os vários pulsões.

  13. Oposição entre as pulsões que favorecem a sexualidade, a consecução da satisfação sexual, e as pulsões que têm por objetivo a autopreservação do indivíduo – as pulsões do ego. “Como disse o poeta, todos os instintos orgânicos que atuam em nossa mente podem ser classificados como `fome’ ou `amor’.”

  14. “As pulsões não estão sempre de acordo entre si, e isso conduz muitas vezes a um conflito de interesses. De uma importância muito especial para nossos esforços de elucidação se mostra a inegável oposição que reina entre as pulsões que servem aos desígnios da sexualidade, a obtenção do prazer sexual, e essas outras pulsòes, que visam à preservação e à conservação do indivíduo, ou seja, as pulsões do Ego. O poeta dizia que se pode dispor atrás da fome ou atrás do amor todos os instintos ativos em nossa alma.”

  15. Tanto as pulsõessexuaiscomo os pulsões do ego, têm, em geral, os mesmos órgãos e sistemas à sua disposição. • O prazer sexual não está apenas ligado à função dos genitais. • A boca serve tanto para beijar como para comer e para falar; • Os olhos percebem não só alterações no mundo externo, que são importantes para a preservação da vida, como também as características dos objetos que os fazem ser escolhidos como objetos de amor – seus encantos. “Não é fácil para alguém servir a dois senhores ao mesmo tempo.”

  16. Esta ponto de ancoragemem um mesmo órgão ou sistema pode ter conseqüênciaspatológicas, caso as pulsões fundamentais estejam desunidase caso o egomantenha o recalque da pulsãosexual. • Se a pulsão sexual componente que se utilizadoolhar – o prazer sexual em olhar [escoptofilia] – atraiusobre si a ação defensivadas pulsões do ego, • As idéias através das quais seus desejos se expressam sucumbem à repressão e são impedidas de se tornar conscientes; • haverá uma perturbação geral da relação do olho e do ato de ver com o ego e a consciência.

  17. O ego perderia seu domínio sobre o órgão, que ficaria, então, totalmente à disposição da pulsão sexual reprimida. A perda do domínio consciente sobre o órgão é o substituto prejudicial para o recalque que malogrou e que só se tornou possível a esse preço. A repressão exagerada pelo ego, leva o ego a se recusa a ver outra coisa qualquer, agora que o interesse sexual em ver se tornou tão predominante.

  18. Essa relação de um órgão com uma duplaexigência sobre ele – sua relação com o egoconsciente e com a sexualidadereprimida – pode ser encontrada de maneira ainda maisevidente nos órgãosmotores do que no olho. • A interpretação dos processos psíquicos implicados no desenvolvimento da perturbação psicogênica da visão: • O recalque da escoptofiliasexual “como se uma voz punitiva estivesse falando de dentro do indivíduo e dizendo: `Como você tentou utilizar mal seu órgão para prazeres sensuais perversos, é justo que você nunca mais veja nada’.

  19. Resumo • O aparelho da visão tem a capacidade de ser erogenizaçãopela pulsão sexual. • a escoptofilianada mais é que uma erogenizaçãodo ato de olhar e por conseguinte do aparelho da visão. • quando as exigências da pulsãoparcial (escopofílica) chegam a provocaras defesas do ego (recalque), o olho se converte no palco daluta entre as pulsões. • A energia para que o ego opere o recalque lhe é fornecida pelas pulsões de autoconservação, de onde seu outro nome, "pulsões do ego". • Com o recalque, o resultado é a inibição da pulsão sexual, mas também do ato de ver. • Deste modo, Freud explica as perturbações psicogênicas da visão mediante a hipótese de ummconflito entre o ego e as pulsões sexuais.

  20. Conclusões • No pensamento de Freud: • o conceito de pulsão não se restringe a esfera do sexual, • desde 1905, a noção de "apoio" da sexualidade sobre as grandes funções orgânicas da nutrição e da excreção sugere a existência de pulsões de autoconservação (p. ex., a fome). • A denominação pulsões de autoconservação depreende do fato de que estão diretamente relacionadas à preservação da vida do indivíduo.

  21. Freud considera que no início não existe uma oposição ente os dois tipos de pulsões, mas sim um ‘apoio’ e das pulsões sexuais sobre as pulsões do Ego, tomando-lhe emprestado ao mesmo tempo sua fonte corporal e seu objeto. • No pensamento de Freud, a opsição entre as pulsões sexuais e as pulsões de autoconsevação, se manifesta quando as exigências das pulsões sexuais passam a comprometer a segurança do sujeito e a sua adequação no interior do seu meiosociocultural. • Assim, se o indivíduo se abandonar aos ditames das pulsões sexuais, sua existência estará em perigo.

  22. No que se refere às pulsões sexuais, as modalidades de satisfação vinculam-se às zonas erógenas e as pulsões parciais, somente após um longo trabalho de síntese é que se submetem ao domínio da zona genital. • Neste processo, pode ocorrer entraves: • inibições do desenvolvimento libidinal • regressões do desenvolvimento Ilbidinal

  23. CARÁTER E EROTISMO ANAL (1908) Vol. IX NOTA DO EDITOR • O tema deste artigo já se tornou tão familiar que é difícil conceber a indignação e o assombro que ele provocou quando de sua primeirapublicação. • O tema do artigo já havia sido mencionadopor Freud em sua carta a Jung de 2 de outubro de 1906. • Em sua carta a Fliess de 22 de dezembro de 1897 (Freud, 1950a, Carta 79), associaradinheiro e avareza com fezes. • Em 1909 Freud publica a análise do ‘Rat Man’ e em 1913 Freud iria examinar a conexão entre o erotismoanal e a neuroseobsessiva.

  24. CARÁTER E EROTISMO ANAL (1908) • Certo tipo de indivíduo • se distingue por possuirdeterminadostraçosdecaráter, e • e ao mesmo tempo, chama a atenção o comportamento, em sua infância, de uma de suas funçõescorporais e do órgãoenvolvido. “Não posso agora precisar em que ocasião comecei a ter a impressão de que havia uma conexão entre esse tipo de caráter e esse comportamento de um órgão.” • Freud assegura essa impressão derivada da experiência prática e não de suposição teórica.

  25. Aspessoasdistinguem-se por uma combinaçãoregular das trêscaracterísticas que se seguem: • ordeiras, • parcimoniosas e • obstinadas. • Essas características correspondem a traçosdecaráterinterligados: • ‘Ordeiro’ = esmero individual, escrúpulo no cumprimento de pequenos deveres e a fidedignidade (veracidade). • Parcimônia (economia) pode aparecer de forma exagerada como avareza, e • a obstinação (persistência, teimosia) pode transformar-se em rebeldia, à qual podem facilmente associar-se a cólera e os ímpetosvingativos. • A parcimônia e a obstinação, constituem o elementomaisconstante de todo o complexo.

  26. Freud diz ser fácilinferirda história da primeira infância desses indivíduos que: • os mesmos dispenderam um temporelativamentelongo para superar sua iincontinência fecalinfantil, • na infânciaposterior sofreram falhasisoladas nessa função. • Quando bebês, parecem ter pertencido ao grupo que se recusa a esvaziar os intestinos ao ser colocado no urinol, • obtém um prazer suplementar do ato de defecar, pois nos revelam que em anos posteriores gostavamdereter as fezes, e • se lembram de ter feito toda uma série de coisasindecorosas com suas fezes (embora atribuam o fato mais facilmente em relação a irmãos e irmãs do que a si mesmos).

  27. Freud deduz de tais indicações que: • essas pessoas nasceram com uma constituição sexual na qual o caráter erógeno da zona anal é excepcionalmente forte. • O desaparecimento deste erotismoanal leva a concluir que no decurso do seu desenvolvimento a zonaanalperdeu sua significação erógena. • e a regularidade com que essa tríade de propriedades apresenta-se no caráter dessas pessoas pode ser relacionada com o desaparecimento do erotismoanal.

  28. Tomando a teoria dos Três Ensaios (1905), Freud alerta para o fato de que de modo geral, só uma parcela das pulsões parciais é utilizada na vida sexual; outra parte é desviada dos fins sexuais e dirigida para outros – um processo que denominamos de ‘sublimação’. • Durante o período de ‘latênciasexual’, criam-se na mente formaçõesreativas, ou contraforças, como a vergonha, a repugnância e a moralidade. • Diques para opor-se às atividades posteriores das pulsõessexuais.

  29. O erotismoanal é um dos componentes da pulsão [sexual] que, no desenvolvimento e deacordo com a educaçãoque a nossa atual civilização exige, se tornarão inúteis para os finssexuais. • Freud considera que os traçosdecaráter – ordem, parcimônia e obstinação - relevantesnos indivíduos que anteriormente eram anal-eróticos, sejam os resultados de formaçõesreativas e sublimaçãodo erotismoanal. • A limpeza, a ordem e a fidedignidade dão exatamente a impressão de uma formaçãoreativacontra um interessepelaimundícieque não deveria pertencer ao corpo.

  30. A obstinação- um criança pode mostrar vontadeprópria quando se trata do ato de defecar e que é costume bastante difundido na educação da criança administrar estímulos dolorosos à pele das nádegas – ligada à zona erógena anal – para quebrar a obstinação da criança e torná-la submissa. • os complexos do apego ao dinheiro e da defecação, aparentemente tão diversos, afiguram-se as mais extensas. • nas antigas civilizações, nos mitos, nos contos de fadas e superstições, no pensamento inconsciente, nos sonhos e nas neuroses – o dinheiro é intimamente relacionado com a sujeira.

  31. Conclusões • Uma fórmula para o modo como o caráter, em sua configuração final, se forma a partir das pulsõesconstituintes: • os traços de caráter permanentes, são ou prolongamentos inalterados das pulsões originais, ou sublimação desses pulsões, ou formaçõesreativas contra as mesmas.

  32. Vol. XII – A DISPOSIÇÃO À NEUROSE OBSESSIVA UMA CONTRIBUIÇÃO AO PROBLEMA DA ESCOLHA DA NEUROSE (1913) NOTA DO EDITOR INGLÊS • Artigo lido por Freud perante o QuartoCongresso Psicanalítico Internacional, realizado em Munique em setembro de 1913. • Doistópicos de importânciaespecial são examinadosno texto: • o problema da ‘escolhadaneurose’. • as ‘organizações’ pré-genitais da libido* * O conceito aparece aqui pela primeira vez e foi acrescentada em 1915 nos Três ensaios, sendo exemplificado pelo estádio sádico-anal, juntamente com o estádio oral (1915) e o estádio fálico (1923).

  33. O problema: • saber por que e como uma pessoa pode ficar doente de uma neurose. • saber por que é que uma pessoa tem de cair enferma de uma neurose específica e não de outra (o problema da ‘escolhadaneurose’).

  34. Onde devemos procurar a fonte destas disposições? “Tornamo-nos cientes de que as funções psíquicas envolvidas – sobretudo a função sexual, mas também várias importantes funções do ego – têm de passar por um longo e complicado desenvolvimento, antes de chegar ao estado característico do adulto normal. Podemos presumir que estes desenvolvimentos não são sempre tão serenamente realizados que a função total atravesse esta modificação regular progressiva. Onde quer que uma parte dela se apegue a um estádio anterior resulta o que se chama ‘ponto de fixação’, para o qual a função pode regredir se o indivíduo ficar doente devido a alguma perturbação externa.

  35. Freud lança a hipótese de que as inibiçõesdodesenvolvimento (fixações da libido) constituem a disposição presente no adoecimento na neurose obsessiva (e de outras patologias). • Contudo, demorou váriosanospara que uma afirmação explícita fosse feita quanto à relação entre esta sucessão de pontos de fixação e a escolha da neurose.

  36. Desenvolvimento da libido e nosologia

  37. Vol. XII – FORMULAÇÕES SOBRE OS DOIS PRINCÍPIOS DO FUNCIONAMENTO MENTAL (1911) • O tema principal da obra é a distinção entre os dois princípios reguladores do funcionamento psíquico: • o princípio de prazer que domina o processoprimário • o princípio de realidadeque domina o processo psíquico secundário. • Em seu texto, Freud começa por estabelecer o fato de que toda neurose tem como consequência e provavelmente a tendência o afastamento do doente da realidade. • Piere Janet ─ perda “de lafonctionduréel”

  38. Freud afirma que a introdução do processo de recalque na discussão sobre a gênese das neuroses, tornou possível compreender essa conexão. • O neuróticoafasta-se da realidade por achá-la insuportável – seja no todo ou em parte dela. • O tipo mais extremo desse afastamento da realidade - psicose alucinatória • todo neurótico faz o mesmo com alguma pequena parte da realidade. “Vemo-nos então confrontados com a tarefa de investigar o desenvolvimento da relação dos neuróticos ─ e do ser humano em geral─ com a realidade.”

  39. Freud toma como ponto de partida os processos inconscientes. • são os maisantigos e primários, remanescentes de uma fase de desenvolvimento no qual eram os únicos existentes. • A tendência dominante a qual esses processos primários obedecem denomina-se princípio do prazer e do desprazer (de forma abreviada princípio de prazer). • Estes processos aspiram à obtenção de prazer. • Dos atos que possam provocar desprazer a atividade psíquica se recolhe (recalque). • sonhos e tendência de evitar as impressões dolorosas são resíduos e provas do domínio do princípio de prazer.

  40. Desde o início exigências provenientes das necessidades internas do organismo perturbam o estado de repousopsíquico. “Neste estado, de modo análogo ao que ainda hoje ocorre todas as noites com nosso pensamento onírico, o pensado (desejado) apresentava-se simplesmente de forma alucinatória.” • Foi preciso que não ocorresse a satisfação esperada, que houvesse uma frustração, para que essa tentativa de satisfação pela via alucinatória fosse progressivamente abandonada. • Introduzindo um novo princípio da atividade psíquica: “Em vez de alucinar, o aparelho psíquico teve então de se decidir por conceber as circunstâncias reais presentes no mundo externo e passou a almejar uma modificação real deste.” [para a satisfação das necessidades].

  41. A instauração do princípio de realidade torna necessário uma série de adaptações do aparelho psíquico: • A realidade exterior adquiriu maior importância, e com isso se tornou mais relevante o papel da consciência. • A atenção, como função especial, deve fazer uma busca periódica no mundo externo para que os dados fossem conhecidos de antemão caso uma necessidade interna se manifeste. • A memória com a função de armazenar os resultados colhidos durante essa atividade periódica da consciência.

  42. O recalque que excluía do processo de investimento as parte das representações psíquicas que se mostrassem geradoras de desprazer, foi substituído por uma imparcial avaliação de juízo. • A remoção dos estímulos, pela via motora, que sob o domínio do principio de prazer se incumbia de aliviar o aparelho psíquico, recebeu uma nova função passou a ser utilizada para modificar a realidade. Transformou-se em um agir sobre a realidade. • o agir foi viabilizado pelo processo de pensar. • O pensar foi dotado de características que tornavam possível ao aparelho mental tolerar uma tensão aumentada de estímulo, enquanto o processo de descarga (o agir) era adiado.

  43. As adaptações introduzem um novo princípio da atividade psíquica: não mais era imaginado o que fosse agradável, mas sim o real, mesmo em se tratando de algo desagradável. • Contudo, uma das espécies de atividade de pensamento foi liberada do teste de realidade e permaneceu subordinada somente ao princípio de prazer. Esta atividade é o fantasiarque conservada como devaneio, abandona a dependência de objetos reais.

  44. “A substituição do princípio de prazer pelo principio de realidade, com todas as consequências psíquicas envolvidas aqui esquematicamente condensadas numa só frase, não se realiza, na verdade, de repente; tampouco se efetua simultaneamente em toda a linha, pois, enquanto este desenvolvimento tem lugar nos instintos do ego, os instintos sexuais se desligam deles de maneira muito significativa.”

  45. No início, ocorre umaindiferenciação inicial entre os dois gêneros de pulsões (autoconsevação e sexual)que se encontram misturadasentre si (p. ex., no ato de mamar). • Com o desenvolvimento do indivíduo, lentamente, vai-se estabelecendo uma distinçãofundamentalentre as pulsões de autoconservação e seual). • A princípio, apulsãosexual, ao se tornarautônomaem relação às função de autoconservação,satisfazem-se auto-eroticamente.

  46. Sem a necessidade de um objeto exterior a pulsão sexual pode se satisfazer de forma imediata (sob o princípio de prazer). • As pulsões sexuais não somente continuam a poder satisfazer-se de maneira auto-erótica, mas lhes é possíveluma satisfação mesmo fora da realidade, por meio da fantasias. • Assim, as pulsões sexuais não encontram situação de frustração que forcem a instituição do princípio de realidade e podem ficar mais facilmente ligadas ao princípio do prazer.

  47. Para as funções do Ego, o princípio de realidade (processo secundário) deve suplantar rapidamenteo princípio do prazer (processo primário). • Pois as funções do Ego, para se satisfazerem, têm necessidade imperativa de um objeto exterior e real. • O processo secundário é uma exigência da vida. Osobjetosque satisfazem aspulsões da autoconservaçãosó existem nomundo exterior (p. ex., o leite materno). • Para que a criança não morra de fome, precisadominar o processo primário e desenvolver um funcionamento sob oprocesso secundário.. • Assim, o reconhecimento do mundo exterior, por meio do desenvolvimento do"princípio de realidade", é elevado à categoria de elemento regulador da vida psíquica.

  48. A instauração do princípio de realidade leva à dissociação da vida mental, a dois modos de funcionamento psíquico. • O Princípio de Realidade aparece como algo imposto do exterior, e que o indivíduo faz seu para evitarodesprazer. • Freud explica que o Princípio de Realidade está a serviço do Princípio do Prazer: Ele simplesmente resguarda o indivíduo de frustraçõesdesnecessárias: • "renunciando a um prazer momentâneo, de consequências inseguras, apenas para alcançar pelo novo caminho um prazer ulterior e seguro.” • Assim, atendênciafundamental do aparelho psíquico, em que se defrontam as duas pulsões, continua a exercer-se no sentido de realizar o máximo de prazer.

  49. Contudo, sendo o ser humano condenado a uma existênciasocial, a busca do prazer é limitada por normasque transcendem o indivíduo e lhe impõem as restrições derivadas dacultura. • No processo de desenvolvimento, enquanto o indivíduo passa por suas transformações, que o levam doprincíio de prazer ao princípio de realidade, as pulsões sexuais também sofrem as alterações que as levam de seu auto-erotismo original ao amor objetal.

  50. PSICOLOGIA DA PERSONALIDADE III FREUD E O DESENVOLVIMENTO DA PSICANÁLISE: NARCISISMO

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