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ARTES DA PALAVRA PRETA: PENSAMENTO & SENSIBILIDADE, ESTÉTICA & POLÍTICA

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ARTES DA PALAVRA PRETA: PENSAMENTO & SENSIBILIDADE, ESTÉTICA & POLÍTICA

07 out - 2020 • 19:30 > 07 out - 2020 • 22:00

 
Evento Online via Google Meet

Descrição do evento

ARTES DA PALAVRA PRETA: PENSAMENTO & SENSIBILIDADE, ESTÉTICA & POLÍTICA

De 07 a 09 de outubro de 2020. Das 19h30 às 22h 

3 encontros/ 2h30m cada - carga total: 7h30m

RESUMO

A Palavra é fundamento ancestral nas lutas das populações negras pela afirmação da própria humanidade, no questionamento das formas políticas da modernidade e na apresentação de horizontes filosóficos e projetos de sociedade. Com estéticas e poéticas próprias, relacionam-se com práticas milenares e modos de linguagens contemporâneas, desenvolvidas entre a oralidade e a escrita. As Artes da Palavra de matrizes africanas propiciaram solidariedade, revoltas, encantamentos, prazeres, curas e conquistas, decifrando e anunciando possibilidades de viver. Com base em sua experiência artística, pedagógica e de pesquisa, Allan da Rosa será responsável pelo planejamento e partilha de saberes deste curso composto por três encontros com vídeo-aulas e interação com a turma participante. Os conteúdos englobam a apreciação sensível e crítica de contos, canções, poemas, biografias, romances, peças de teatro e outras várias modalidades de uso da palavra.


APRESENTAÇÃO

Em algumas noites matutando, dichavando e inflamando com obras de tição e de sereno, vamos nos banhar em formas e fundamentos do verbo.

O miolo do curso é refletir sobre a Palavra como ninho, escambo e revide. Dedilhar estéticas e fundamentos filosóficos sobre o Tempo, a Pessoa, a Morte, a Alegria e o Mundo com artes verbais do Brasil, Améfrica Ladina, Caribe, Estados Unidos e do Continente Africano.

Nas nascentes do chão das diásporas africanas e pelas beiradas do Atlântico, vamos experimentar a fonte e contemplar seu sumo espraiado. A matéria são cantos, cartas, histórias, biografias, romances, poemas, dramaturgias, peças teatrais e sussurros da lábia e da caneta de gente preta.

Os pontos da teia são as Ciências do Imaginário. As reflexões passeiam e abrem horizontes sobre a linguagem simbólica véia de guerra. Cabe cismar como a cabeça jongueira. Oferecer, compreender e bailar nas mentiras mais verdadeiras, como o corpo capoeira. Assim, balançar na ficção e seus sentidos pelas frestas ardidas do cotidiano, namorando rituais.

Esse verbo criativo pede atenção às viagens da saliva, às traquinagens do lápis e aos fogos do papel. Frequentar os quintais e as fronteiras úmidas da Musicália, da Prosa, da dramaturgia do Teatro que preteja a cena e da Poesia subllime que brisa e navalha, eleva e arregaça. Eis a carne desse papo cabuloso nas frestas entre a representação e a presentificação.

Lugar; Território; Espaço; Canto; Papel; Roda; Encruzilhada; Quebrada. Tudo que é pele de mapa, em trancelim com a Palavra, é pé e passo pra esse percurso.

As tretas e truques com a Branquitude são outro elemento essencial, seja pra chamar na ponteira ou pra firmar a esquiva, pois volta e meia desenharam a afinação dessas ideias e dessa conversa, na luta pela afirmação da própria humanidade negada pelo modo de produção escravista, econômico e psíquico. Então, vamos firmar umas colheradas sobre esse tema para compreender a gamela onde também se serviu, escorreu ou transbordou a sopa desses textos. Um dos métodos de pulsar a sensibilidade nessa jornada vem com as imagens das Águas e suas possibilidades de sensibilidade do que são os textos: Funduras insondáveis, enchentes violentas, nutrição saborosa, lavagem da porqueira, espelhos cristalinos ou embaçados

A graça e a gana de estudar.

***

Allan da Rosa é escritor, maloqueiro e angoleiro. Historiador, mestre e doutorando em Educação pela USP. É autor de "Pedagoginga, Autonomia e Mocambagem", (ensaio sobre culturas negras e educação popular), “Zumbi Assombra Quem?”, “Reza de Mãe”, “Da Cabula” e outras obras de ficção, teatro e poesia. Realizou cursos, oficinas e leituras convidado por universidades, quebradas, bibliotecas e centros comunitários em muitos estados do Brasil e em Moçambique, EUA, Cuba, Bolívia, México, Argentina e Colômbia.


BIBLIOGRAFIA DE APOIO 

Além de muitas linhas de romances, contos, peças de teatro e da farta musicália:

ANJOS, José Carlos Gomes dos. No território da linha cruzada: a cosmopolítica afro-brasileira. Porto Alegre: Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul/Fundação Cultural Palmares, 2006

BERGAMINI, Atilio. Escravos: escrita, leitura e liberdade. In Leitura: Teoria & Prática, Campinas, São Paulo, v.35, n.71, 2017, p115-136

CARRASCOSA, Denise (org.). Traduzindo no Atlântico Negro. Salvador: Ogum Toques, 2018.

COUTO, Rosa. Fela Kuti: contracultura e (con)tradição na música popular africana. São Paulo: Alameda Editorial, 2019

FAUSTINO, Deivison Mendes. “Por que Fanon? Por que agora? : Frantz Fanon e os fanonismos no Brasil”. Tese de doutorado em sociologia. UfSCar, 2015

FONTINHA, Mario. Desenhos na areia dos quiocos do nordeste de Angola. Luanda: Instituto de Investigação Cientifica e Tropical, 1983

GLISSANT, Edouard. Poética da Relação. Lisboa: Sextante Editora, 2011

GOMES, Carlos Antonio Moreira. Um batuque memorável no samba paulistano. São Paulo: Centro Cultural São Paulo, 2010

GOMES, Núbia Pereira de Magalhães & PEREIRA, Edmilson de Almeida. Assim se benze em Minas Gerais - um estudo sobre a cura através da palavra. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2004

HARTMAN, Saidiya. Venus in two acts. Indianapolis: Indiana University Press, 2008

LEITE, José Correia. E disse o velho militante - José Correia Leite: depoimentos e artigos. Organizado por Cuti. São Paulo: Secretaria Municipal da Cultura, 1992

KIAU, Fu. African cosmology of the Bântu-Kongo: tying the spiritual knot: principles of life & living. New York: Athelia Henrietta Press. 2001

MARTINS, Leda Maria. Afrografias da memória. São Paulo: Perspectiva; Belo Horizonte: Mazza Edições, 1997

MONGA, Celestin. Niilismo e negritude. São Paulo: Martins Fontes,2010

OLIVEIRA, Eduardo David de. Cosmovisão africana no Brasil: elementos para uma filosofia afrodescendente. Fortaleza: IBECA, 2003

PADILHA, Laura Cavalcante. Entre Voz e Letra: O Lugar da Ancestralidade na Ficção Angolana do Século XX. Niterói:EDUFF, 1995

PEREIRA, Edimilson de Almeida. Entre Orfe(x)u e Exunoveau. Rio de Janeiro: Azougue Editorial, 2017

PINTO, Ana Flávia Magalhães. Escritos de Liberdade. Literatos negros, racismo e cidadania no Brasil oitocentista. Campinas: Editora da Unicamp, 2018

SEXTON, Jared. Amalgamation Schemes: Antiblackness and the Critique of Multiracialism. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2008

SILVA, Salomão Jovino da. Memórias Sonoras da Noite. Tese (Doutorado em História) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2005

SODRÉ, Muniz. O terreiro e a cidade. A forma social negro-brasileira. Petrópolis: Vozes, 1988

THIONGO, Ngungi wa: Decolonising the mind: the politics of language in African literature. London: J. Currey, 1986

WEST, Cornel. Keeping Faith: Philosophy and Race in America. Routledge, New York, 1993.

WISSEMBACH, Maria Cristina Cortez. Cartas, procurações, escapulários e patuás: os múltiplos significados da escrita entre escravos e forros na sociedade oitocentista. In: Revista Brasileira de História da Educação, Campinas, n.4, jul-dez.2002, p.103-122

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