Jorge CalmonPor decisão unânime dos seus conselheiros, o Tribunal de Contas do Estado da Bahia aprovou, em sessão plenária desta quinta-feira (19), que a medalha comemorativa do Centenário do órgão seja denominada Medalha Jorge Calmon. O relator do Projeto de Resolução, conselheiro Antonio Honorato, lembrou a importância de Jorge Calmon para a vida pública baiana e ainda salientou o fato de que ele, entre outros cargos que exerceu ao longo dos seus 91 anos, também integrou os quadros do TCE, tendo sido conselheiro entre maio de 1967 e agosto de 1971.

"Dr. Jorge Calmon teve uma presença marcante nos principais acontecimentos políticos, culturais e sociais da Bahia durante a segunda metade do século passado", afirmou Antonio Honorato, acrescentando que ainda se deve destacar o fato de que, assim como ocorre com o TCE, neste ano de 2015 estará sendo comemorado o centenário de nascimento de Jorge Calmon. Na exposição de motivos que elaborou ao apresentar o Projeto de Resolução, o presidente do TCE, conselheiro Inaldo da Paixão Santos Araújo, salientou que pela história e personalidade do homenageado, "dar à insígnia nome de Medalha Jorge Calmon dignificará as honrarias concedidas às personalidades que forem agraciadas".

Falecido em 18 de dezembro de 2006, aos 91 anos, Jorge Calmon Moniz Bittencourt, o Dr. Jorge, como o chamavam desde as pessoas mais simples até as altas autoridades da Bahia, nasceu em Salvador, no dia 7 de julho de 1915. Sempre caracterizado pela elegância no trato com todos, ele foi o herdeiro profissional de Ernesto Simões Filho, que o escolheu para dirigir a Redação de A TARDE, jornal onde trabalhou durante 67 anos, 47 dos quais como Diretor Redator-Chefe. Entre os destaques de sua atuação no jornal deve-se citar a campanha "A Bahia não se divide", liderada por ele, durante a realização da Assembleia Nacional Constituinte, em 1988.

Bacharel em Direito pela Universidade Federal da Bahia, ele ainda foi diretor da Biblioteca Pública do Estado, deputado estadual por duas vezes, inclusive como constituinte em 1946, secretário do Interior e de Justiça, chefe da Casa Civil do governo Lomanto Júnior e professor titular da Universidade Federal da Bahia. Liderança inconteste da imprensa baiana, presidiu a Associação Bahiana de Imprensa, integrou a Academia de Letras da Bahia e o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, além de ter participado da organização e implantação do atual curso de Jornalismo da UFBA e da própria Faculdade de Comunicação.