Com o auditório Conselheiro Lafayette Pondé completamente lotado e numa solenidade marcada por vários momentos de emoção, o Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE/BA) condecorou com a Medalha Jorge Calmon, na tarde desta terça-feira (dia 10.11), personalidades que, de alguma forma, contribuíram com a história do Tribunal e também com o fortalecimento do controle das contas públicas. A emoção ficou por conta das recordações sobre a figura do homenageado, personalidade das mais importantes da sociedade baiana durante mais de quatro décadas, nas quais, como destacou o presidente do TCE/BA, conselheiro Inaldo da Paixão Santos Araújo, desempenhou papel essencial à frente das diversas instituições que integrou.
“Em verdade, Dr. Jorge Calmon, membro imortal da Academia de Letras da Bahia, deixou seu legado na história deste estado-nação. E é exatamente essa herança de trabalho, dedicação e amor pelo fazer que me motiva a prestar essa singular homenagem”, afirmou o conselheiro-presidente. Logo após, Jorge Calmon Filho agradeceu, em nome da família, à homenagem que estava se prestando à memória do seu pai, que se somou às várias que ele recebeu durante este ano de 2015, quando também se comemorou o centenário de nascimento de Jorge Calmon. E destacou a importância que seu pai deu à sua passagem pelo TCE/BA – entre 1967 e 1969 - “pois sempre elogiou a capacidade e a competência dos técnicos desta casa, que o ajudaram a fazer o julgamento das contas do governo naquela ocasião”.
Compuseram a mesa diretora da solenidade, além do presidente Inaldo Araújo, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Nilo, o prefeito de Salvador, Antonio Carlos Magalhães Neto; o secretário de Educação da Bahia, Osvaldo Barreto; Jorge Calmon Filho, a Procuradora Geral de Justiça em exercício, Sara Mandra Moraes Rusciolelli Souza; o presidente do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia, Francisco de Souza Andrade Netto; o procurador geral do Ministério Público de Contas, Danilo Andrade; a procuradora-geral adjunta, Luciane Rosa Croda; os conselheiros Gildásio Penedo Filho (vice-presidente do TCE/BA), Antonio Honorato de Castro Neto (corregedor do TCE), Pedro Henrique Lino de Souza, Carolina Matos Alves Costa, João Evilásio Vasconcelos Bonfim e Marcus Vinicius de Barros Presídio.
A instituição da medalha Jorge Calmon, outorgada como parte das comemorações pelo Centenário do TCE/BA, foi resultado da Resolução 021/2015, que estabeleceu como finalidade agraciar as pessoas que se distinguiram pelos relevantes serviços prestados ao longo dos 100 anos de existência da Corte de Contas baiana. Ficou definido que a comenda foi concedida unicamente no exercício de 2015 para as personalidades cujos nomes foram aprovados por unanimidade aos conselheiros presentes à sessão plenária do TCE/BA em 7 de julho de 2015.
Entre as personalidades condecoradas nesta terça-feira estiveram o prefeito de Salvador, ACM Neto; o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Marcelo Nilo; o presidente do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia, Francisco Andrade Netto; os ex-governadores Lomanto Júnior (representado pelo filho Antonio Lomanto Neto), Roberto Santos, Waldir Pires, Paulo Souto, João Durval Carneiro (representado pelo filho Sérgio Carneiro), os ex-presidentes do TCE Adhemar Bento Gomes, Manoel Castro, Ridalva Figueiredo e Zilton Rocha.
Veja abaixo a relação completa dos agraciados que estiveram presentes ou foram representados na solenidade desta terça-feira.
Presidente da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia, Deputado Marcelo Nilo
Prefeito de Salvador, Antônio Carlos de Magalhães Neto
Procurador Geral de Justiça, Márcio José Cordeiro Fahel, representado pela Exma. Procuradora Geral de Justiça em exercício Sara Mandra Moraes Rusciolelli Souza
Presidente do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia, Conselheiro Francisco de Souza Andrade Netto
Procurador Geral do Ministério Público de Contas do Estado da Bahia, Danilo Ferreira Andrade
Procurador Geral da Bahia, Paulo Moreno Carvalho, representado pela Procuradora geral adjunta Luciane Rosa Croda
Conselheiro Adhemar Martins Bento Gomes
Ángel González-Malaxetxebarria
Antônio Lomanto Júnior, representado pelo filho, Antônio Lomanto Neto
Presidente da ABI, Antônio Walter dos Santos Pinheiro
Paulo Souto
Conselheira Carla Cíntia Santillo, representada pelo Conselheiro Honor Cruvinel de Oliveira
Conselheiro Carlos Thompson Costa Fernandes
Defensor Geral da Bahia, Clériston Cavalcante de Macedo
Conselheira Cristiana de Castro Moraes
Coronel Demócrito Mansur de Carvalho
Conselheiro Domingos Augusto Taufner
Conselheiro Faustino Dias Lima
Gerardo Gasparrini
Gustavo Casseb Pessoti
Conselheiro Honor Cruvinel de Oliveira
Conselheiro Ivan Lelis Bonilha
João Durval Carneiro, representado pelo filho, Sérgio Carneiro
José Cupertino Aguiar Cunha
José Martonio Alves Coelho
Conselheiro José Medrado Vaz Santos
Conselheiro José Valdomiro Távora de Castro Jr.
Conselheiro Justiniano Zilton Rocha
Conselheiro Luciano Nunes Santos
Conselheiro Luis da Cunha Teixeira
Luiz Genédio Mendes Jorge
Conselheiro Manoel Figueiredo Castro
Conselheiro Manoel Pires dos Santos
Conselheiro Marco Peixoto
Presidente da UPB, Maria Quitéria Mendes de Jesus
Conselheiro Otávio Lessa de Geraldo Santos
Paulo Roberto Santos Carvalho
Conselheira Ridalva Correa de Melo Figueiredo
Roberto Ibrahim Uehbe
Roberto Santos
Conselheiro Sebastião Helvécio Ramos de Castro
Conselheiro Severiano José Costandrade de Aguiar
Conselheiro Thiers Vianna Montebello
Waldir Pires
Wellington do Carmo Cruz
Leia, na íntegra do discurso do Presidente do TCE, conselheiro Inaldo da Paixão Santos Araújo.
“Boa tarde a todos!
Este ano é muito especial para o Tribunal de Contas do Estado da Bahia. Tivemos a feliz coincidência de, em 2015, comemorar o centenário desta Casa concomitantemente com os 100 anos de Jorge Calmon Moniz de Bittencourt.
Por ocasião do centenário do seu nascimento, muitas foram as homenagens ao homem Jorge Calmon Moniz de Bittencourt. Mas, por mais que fossem justas e merecidas não conseguiriam retratar, à altura, a trajetória do democrata, advogado, deputado estadual constituinte, jornalista, secretário de estado, escritor, professor, ministro do Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE/BA).
Muito se perguntou também acerca de quando se encerrariam as comemorações do centenário do Dr. Jorge Calmon. Há perguntas que não carecem de respostas, pois enquanto existirem homens gratos e de bom senso, seres da envergadura deste ilustre baiano serão homenageados eternamente.
Neste ano de 2015, muito se escreveu e se falou sobre o sócio fundador da Associação Cultural Brasil-Estados Unidos (ACBEU). Agora, no momento em que o TCE/BA celebra o dia dos Tribunais de Contas, no ano em que, como mencionei, essa Casa de Controle também celebra um século na defesa do dinheiro público, nada mais oportuno do que distinguir quem prestou relevantes serviços à sociedade baiana, com a medalha denominada Jorge Calmon. E preciso falar ainda mais?
Porém é justamente esse o desafio que me imponho: em um momento tão auspicioso para o TCE/BA, dizer mais sobre Dr. Jorge, como todos o tratava, sem parecer "mais do mesmo".
Assim, não deveria repetir que ele foi "um homem à frente do seu tempo", "um ser de palavra e das palavras", "um amigo dos amigos", ou, tão somente, como ouvi do seu filho, Mário Jorge Calmon, "um homem que amava o que fazia". E justamente pelo amor ao que fazia, creio, é que o Dr. Jorge Calmon fez tudo o que fez.
Em verdade, Dr. Jorge Calmon, membro imortal da Academia de Letras da Bahia, deixou seu legado na história deste estado-nação. E é exatamente essa herança de trabalho, dedicação e amor pelo fazer que me motiva a prestar essa singular homenagem. Indubitavelmente, o que há de mais importante na vida a não ser amar? Sem dúvida, foi por saber conjugar o verbo amar que o Dr. Jorge é o que é. E uso o verbo "ser" no tempo presente do indicativo tão somente para registrar que os grandes homens e suas obras são perenes.
Nas trincheiras do jornalismo, Jorge sempre lutou pela informação precisa e bem apurada: um dos principais pilares da imprensa na consolidação do Estado Democrático de Direito. Destacava-se pela educação, pelo fino trato e elegância no diálogo com as pessoas, estilo que sempre se refletiu em seus textos. Era um homem que respeitava, antes de mais nada, os bons argumentos, independentemente da linha política, social, ideológica e religiosa dos seus interlocutores.
E, sabendo da importância que dava à educação, sei que se sentiria, também, homenageado pelo fato de, nesta data, estarmos premiando alunos da rede estadual de ensino que participaram do 1º concurso “Textos Literários e Artes Visuais Estudantis”, que teve como tema os 100 anos de existência do Tribunal de Contas do Estado da Bahia. Esse concurso visou despertar o interesse pelos assuntos relacionados ao controle do dinheiro público, à ética e à cidadania, por meio do incentivo à reflexão e ao debate dessas temáticas nos ambientes educacionais.
Será uma grande honra premiar, nessa valiosa parceria com a Secretaria da Educação, o trabalho desenvolvido por vocês, queridos estudantes.
Retornando ao Dr. Jorge Calmon, peço um minuto da atenção das senhoras e dos senhores para que escutem uma gravação. (gravação da campanha “A Bahia não se divide”).
Sem mais delongas, inspirado na instigante campanha, "A Bahia não se divide", idealizada pelo inesquecível editor-chefe do Jornal A Tarde, aproveito para, nos tempos tão estranhos que hoje vivemos, concluir que, apesar de tudo, não se pode separar demo de cracia. Afinal, pois como consagrado por Abraham Lincoln, em 19 de novembro de 1863, em Gettysburg, a democracia jamais poderá perecer, pois é ela que garante o "governo do povo, pelo povo e para o povo".
Salve, sempre, Dr. Jorge!”