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"A violência é quase imperceptível", diz José Wilker sobre novo filme

Ator estreia como diretor de cinema em 'Giovanni Improtta', no qual volta a interpretar o popular personagem que encarnou em 'Senhora do Destino'

17 mai 2013 - 11h41
(atualizado às 17h54)
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José Wilker fala ao Terra sobre sua estreia como diretor de cinema:

Desde as 13h da última terça-feira (14), José Wilker pacientemente atendia a imprensa para promover Giovanni Improtta, longa que marca sua estreia como diretor no cinema, cuja estreia ocorre nas salas brasileiras nesta sexta (17). Mas a sequência de entrevistas, realizadas uma a uma com os jornalistas convidados ao longo de toda a tarde, não pareceu afetar o humor do ator, que ainda enfrentaria nas próximas horas a pré-estreia paulistana do filme.

Ao receber o Terra pouco antes das 18h do movimentado dia, Wilker, usando chapéu marrom e óculos de armação verde, se levantou e abriu um simpático sorriso. Rapidamente, antes de as câmeras serem ligadas, alongou para cima os braços com uma leve espreguiçada, cumprimentando na sequência a reportagem com um aperto de mão firme e voltando a se sentar para mais uma rodada de perguntas a respeito do longa, no qual interpreta o personagem-título, marcado pelo sucesso que fez em Senhora do Destino, novela exibida pela TV Globo oito anos atrás. No elenco do longa, roteirizado por Mariana Wilker, filha do cinesta, destacam-se nomes como Andréa Beltrão, Jô Soares, André Mattos, Thelmo de Freitas e Milton Gonçalves.

Baseado no livro Prendam Giovanni Improtta, de Aguinaldo Silva, Giovanni Improtta traz o atrapalhado e egocêntrico bicheiro em busca de uma saída para a vida de contraventor, em uma comédia cujo pano de fundo é o Rio de Janeiro como conhecido, repleto de corrupção, injustiças e violência. No entanto, dessas características, nem todas são mostradas totalmente às claras pelo longa, o primeiro de Wilker como diretor.

"O Giovanni tem violência, mas ele não aposta nisso", afirma Wilker, explicando que, na realidade na qual focou o filme, não havia espaço para "certos gestos, certas violências" presentes em outros longas também bastante cômicos, mas mais explícitos em relação ao tema. "A violência é quase imperceptível", explica. "É a violência, por exemplo, que impede o Giovanni de participar do clube do qual ele quer fazer parte e cujos membros são mais corruptos do que ele."

Veja o trailer de 'Giovanni Improtta', dirigido e estrelado por José Wilker:

Desde o início, quando comprou os direitos do livro de Aguinaldo Silva, em 2005, Wilker se viu na urgência de tratar um tema sério como a realidade carioca pós-ditadura com leveza, sem aquela pegada de denúncia, "essa coisa meio chata de filme cabeça", como define. "Então usei o Giovanni, essa figura engraçada, bem humorada, divertida, simpática e, de alguma maneira, já aceita pelo grande público, para contar uma história de uma certa modernidade do País via Rio de Janeiro", diz sorrindo, demonstrando nítido apego ao personagem. 

A ideia de dirigir o longa, entretanto, não veio de Wilker. Longe disso. Mesmo com tantas décadas de carreira e uma grande bagagem nos bastidores de novelas e peças de teatro, o ator inicialmente escolheu para o posto o experiente Cacá Diegues. E foi ele quem acabou convencendo-o a finalmente enfrentar o desafio da função.

"Ele teve uma atitude carinhosa comigo, que foi a de se dispor a se empenhar na produção do filme. E eu recebi isso como uma homenagem, de uma gentileza, de um carinho, de uma confiança sem tamanho. E aí aconteceu gravemente, porque eu tive que fazer o longa também como ator", lembra Wilker, que viu o amigo com quem trabalhou em diversos projetos anteriores fechar os olhos e confiar cegamente em sua experiência e qualidade para assumir a direção.

"O Cacá fez duas coisas. Ele me deu um livro de presente que era sobre cores, um manual de matizes de cores. A segunda foi com relação ao formato. Ele me disse: 'para o filme que você vai fazer, o wide-screen não é um bom formato. Vá pelo formato mais tradicional'. Essas foram as duas escolhas que ele me deu."

Mas depois da primeira experiência, o "bichinho do cinema", como brinca, o "mordeu". Após anos e anos dedicados à sétima arte, com mais de seis dezenas de filmes no currículo, Wilker agora quer se dedicar ao posto do qual sempre abdicou. E, mesmo com trabalhos no teatro e na TV entre seus projetos, ele já tem planos para um futuro próximo. "O ano que vem estou separando para dirigir um outro filme. Eu preciso fazer isso." 

Fonte: Terra
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