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Prêmio Nobel: o que é, como são escolhidos os vencedores, algum brasileiro já ganhou?

Saiba como o prêmio surgiu e se tornou uma das maiores premiações acadêmicas da atualidade

9 out 2023 - 22h10
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Medalha do Prêmio Nobel
Medalha do Prêmio Nobel
Foto: Reprodução/The Nobel Prize

O Prêmio Nobel, um dos maiores prêmios acadêmicos da atualidade, iniciou mais uma temporada de entregas. Anualmente, em outubro, os comitês das áreas de Medicina, Física, Química, Literatura, Economia e Paz entregam seis premiações, em reconhecimento por trabalhos, pesquisas, contribuições ou descobertas para a humanidade. Além da notoriedade, os “laureados” levam para casa uma medalha, um diploma e uma quantia em dinheiro. 

Quem faz parte dessas áreas do conhecimento fica curioso e até na expectativa para saber quem são os premiados e premiadas a cada ano. Já quem dificilmente vai chegar nem perto dessas premiações também tem curiosidade, mas de outro tipo: como surgiu o Prêmio Nobel? Quem premia? Como escolhem os vencedores? Algum brasileiro já ganhou? E o dinheiro? É muito?

Pensando nisso, separamos um guia rápido e prático sobre o Prêmio Nobel. 

O que é o Prêmio Nobel? 

Para a surpresa de muitos, não é apenas um. São seis Prêmios Nobel, sendo um para cada categoria. Ele existe desde 1901 e foi criado como o último desejo do cientista sueco Alfred Nobel com cinco categorias. A sexta, o Prêmio de Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel, o Nobel de Economia, foi criada em 1968 pelo Banco Central da Suécia. 

De acordo com a Fundação Nobel, responsável pela administração do prêmio, foram entregues, no total, 621 prêmios Nobel para mil pessoas e organizações. Como alguns receberam mais de uma vez, o número perfaz em 965 indivíduos e 27 organizações.

Quem era Alfred Nobel? 

Alfred Bernhard Nobel ao lado da Medalha do Prêmio Nobel
Alfred Bernhard Nobel ao lado da Medalha do Prêmio Nobel
Foto: Reprodução/The Nobel Prize

Alfred Bernhard Nobel, o criador do Prêmio Nobel, era um inventor, empresário, filantropo, cientista, poeta e químico. Ele nasceu em outubro de 1833, em Estocolmo, na Suécia, e faleceu em 1896, aos 63 anos. 

Segundo a Fundação Nobel, quando estava próximo de morrer, ele escreveu um testamento deixando sua fortuna para a criação do Prêmio Nobel, que se dividia entre seus interesses principais para “aqueles que, durante o ano anterior, terão conferido o maior benefício à humanidade.”

Sendo ele mesmo uma pessoa que fez grandes descobertas, Nobel é o criador da dinamite e da borracha sintética. Ele também era membro da Academia Real Sueca de Ciências, instituição em que ele veio, mais tarde, pedir para ser o responsável por entregar o Nobel de Física e Química. 

Em homenagem a ele, o rosto de Albert está estampado na medalha, que é feita à mão em ouro reciclado de 18 quilates, acompanhado dos anos de seu nascimento e morte em romano. 

Quem premia e escolhe os vencedores? 

Em seu testamento, Nobel também detalhou isso. Ele pediu que: 

  • A Academia Real Sueca de Ciências conceda os prêmios de Física e Química
  • A Assembleia do Nobel do Instituto Karolinska conceda os prêmios de Fisiologia ou Medicina;
  • A Academia Sueca conceda o de Literatura;
  • O Comitê Norueguês do Nobel, constituído por cinco pessoas, conceda o da Paz

Quem pode ser premiado? 

Assim como foi pedido por Nobel, podem ser premiadas pessoas que fizeram descobertas ou trabalhos notáveis e importantes dentro das seis áreas. Inclusive, ele pede especificamente que as entregas dos prêmios não leve em consideração a nacionalidade, mas “os mais merecedores”. 

Os prêmios podem ser entregues apenas a indivíduos. E não há entregas póstumas, com exceções de pessoas que morreram após o anúncio do vencedor. 

Como acontece a escolha? 

A primeira etapa, a nomeação, ocorre a partir de indicação. No mês de setembro do ano anterior ao da entrega do prêmio, o comitê do Nobel envia formulários de nomeações para membros de academias, professores universitários, cientistas e para aqueles que já receberam o prêmio para indicar possíveis candidatos. 

Já para o Nobel da Paz, formulários são enviados para governos, antigos ganhadores do prêmio e para pessoas que já fizeram parte do comitê. 

A partir desses formulários, são escolhidos cerca de trezentos candidatos para receber o prêmio. É importante ressaltar que essa primeira seleção não é revelada e nem quem foi escolhido é informado que está na disputa. De acordo com a Fundação Nobel, a lista permanece em sigilo por 50 anos. 

O último passo é a seleção. O comitê do Nobel reúne uma lista dos candidatos preliminares junto com um relatório refletindo o aconselhamento dos especialistas e seus feitos. Toda essa documentação é enviada para as instituições responsáveis pela entrega do prêmio. 

Em votação majoritária, os membros de cada instituição decidem quem será o vencedor. A decisão não pode ser recorrida e é anunciada imediatamente após a votação. O máximo é de três escolhidos e dois trabalhos diferentes para cada prêmio. Exceto no Nobel da Paz, que pode ser entregue a instituições. 

A medalha do Prêmio Nobel
A medalha do Prêmio Nobel
Foto: Reprodução/The Nobel Prize

O que a pessoa recebe? 

De acordo com a Fundação Nobel, os vencedores recebem uma medalha, um diploma e um valor em dinheiro suéco. Em 2023, o valor foi de 11,0 milhões SEK (coroas suecas), o que equivale a pouco mais de R$ 5 milhões, na cotação atual. 

Cada diploma é feito de forma única, e cada arte é feita à mão, decidida por cada instituição responsável. 

O diploma do Prêmio Nobel
O diploma do Prêmio Nobel
Foto: Reprodução/The Nobel Prize

Algum brasileiro já ganhou? 

Esse é um assunto delicado na comunidade. A resposta é não exatamente. Até o momento, um brasileiro nunca ganhou um Prêmio Nobel, mas a descoberta de um já foi premiada. 

O físico brasileiro Cesare Mansueto Giulio Lattes, conhecido como César Lattes, foi o primeiro a fotografar a partícula que mantém o núcleo de um átomo coeso. A partícula recebeu o nome de méson pi. Apesar da descoberta ter sido dele, na época, só premiavam chefes de equipe, e o chefe da equipe da qual Lattes fazia parte era o inglês Cecil Powell, que recebeu o Nobel de Física em 1950. 

Já Peter Medawar, ganhador do Nobel de Medicina, em 1960, pela descoberta da tolerância imunológica, nasceu na cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro. Porém, ele abriu mão da nacionalidade para se mudar para o exterior. Ou seja, ele não tinha nacionalidade brasileira quando foi premiado. 

Fonte: Redação Terra
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