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'Sentimento é de impunidade': brasileira desabafa após xenofobia em Universidade de Lisboa

Aluno português incentivou 'pedradas' em brasileiros que estudam na instituição

16 mai 2023 - 19h20
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Estudantes brasileiros da Universidade de Lisboa se manifestam contra xenofobia
Estudantes brasileiros da Universidade de Lisboa se manifestam contra xenofobia
Foto: Maria Elena Leal/Arquivo pessoal

O clima amistoso com o qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi recebido em Portugal no mês passado parece não ser unanimidade. Estudantes brasileiros da Universidade de Lisboa encamparam uma manifestação nesta terça-feira, 16, para lançar luz sobre o caso de xenofobia que sofreram de um aluno português da instituição.

Com cartazes "Não é piada, é xenofobia", "Sem medo" e "Diga 'não' à xenofobia", eles se reuniram na universidade para reivindicar por justiça.

"Nosso objetivo não é fazer nenhum linchamento, nem causar alvoroços desnecessários. Queremos apenas que as medidas cabíveis sejam aplicadas como forma de justiça em relação ao aluno, e como forma de demonstrar que esse tipo de atitude não pode ser tolerada", afirma a estudante de Direito Maria Elena Leal, que está no 1º ano do curso.

A estudante de mestrado se refere ao episódio que ocorreu durante a Reunião Geral dos Estudantes, quando um grupo de brasileiros redigia uma carta para ser entregue a Lula. O estudante Hélder Semedo, que exerce um cargo eletivo de conselheiro da Universidade de Lisboa, zombou do conteúdo e do grupo. 

Xenofobia na Universidade de Lisboa

Estudantes relataram que ele chamou os colegas de "burros" e disse que "de fato mereciam levar com uma pedra", em referência a um caso de xenofobia que aconteceu no mesmo local, em 2019. Na ocasião, estudantes portugueses ofereceram pedras para serem atiradas contra os brasileiros. 

Em conversa com o Terra, Maria Elena se diz frustrada com todo o ocorrido.

"A gente vem pra cá na esperança de poder agregar novas perspectivas à nossa vida e principalmente agregar ao país, porque a gente está produzindo dinheiro, ciência para o país. É um sentimento de frustração, de impunidade, de não saber o que fazer", desabafou.

E, apesar de a universidade anunciar que abriu um processo disciplinar para investigar as novas denúncias, Elena conta que esse mesmo estudante foi escolhido para presidir a mesa de votação dos novos conselheiros.

Segundo ela, a decisão da universidade inibiu os brasileiros de irem votar. 

"Fomos obrigados a entregar nossos passaporte na mão desse sujeito, ou nossa autorização de residência, para que a gente tivesse o direito de votar. E a faculdade já tinha conhecimento do que está acontecendo. Foi no mínimo indelicado por parte da faculdade ter escolhido esse aluno para estar na mesa de votação", afirma. 

Segundo Maria Elena, eles agora irão aguardar o desenrolar do processo administrativo aberto pela instituição. No entanto, eles não descartam a abertura de uma ação judicial contra a faculdade e o estudante, se perceberem que o processo interno não está ocorrendo de forma adequada.

Ainda de acordo com a mestranda brasileira, nenhuma representação de Estado do Brasil foi acionada, porque a intenção é resolver a questão na esfera administrativa. E, apesar de os professores não terem demonstrado qualquer tipo de apoio, muitos alunos portugueses se aliaram à causa.

"Principalmente as alunas do Núcleo Feminista da FDUL. Foram as primeiras que se posicionaram sobre o ocorrido em defesa dos alunos brasileiros", acrescenta. 

*Com informações de Estadão Conteúdo.

Fonte: Redação Terra
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