Android 29 Jun
A cientista de dados e ex-funcionária do Facebook Frances Haugen, afirmou que a plataforma não prioriza o Brasil no combate às operações coordenadas de desinformação eleitoral, e que poderia fazer muito mais do que faz atualmente.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Haugen afirmou que o mecanismo anunciado pelo Facebook no Brasil em outubro do ano passado, que detecta conteúdo desinformativo sobre as eleições e coloca etiquetas que direcionam os usuários para links do TSE, é ineficiente.
"Eu garanto que há muito menos proteção no Brasil contra tentativas de interferir nas eleições do que nos Estados Unidos", disse Haugen em entrevista à Folha.
Haugen, que era responsável pela área de integridade cívica na empresa, ficou mundialmente conhecida por liberar publicamente vários documentos e relatórios sigilosos da rede social, os chamados Facebook Papers, no ano passado.
"Eles só se preocupam com moderação de conteúdo em países onde correm o risco de serem alvo de regulação, como os Estados Unidos. Na melhor das hipóteses, o Facebook consegue detectar 20% do conteúdo desinformativo mas, pensando de forma realista, eles devem estar rotulando no máximo 5%", disse Haugen.
A ex-funcionária criticou também a falta de investimento e transparência em moderação e inteligência artificial em português. Haugen participa, nesta terça-feira (5), de uma audiência pública na Câmara Federal sobre o projeto de lei das fake news.
Você acha que o Facebook está empenhado o suficiente para combater a desinformação em seu ecossistema? Conta pra gente nos comentários logo abaixo!
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