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A gravura ontem e hoje

 

A gravura foi a gênese da reprodução de imagens em livros. Através de uma matriz, que possui a imagem gravada, reproduz-se o desenho diversas vezes, como um carimbo. Esse método foi o primeiro utilizado para reproduzir imagens, em um tempo em que os tipos de impressão para reprodução eram muito diferentes dos que existem hoje.

 

Por mais que a técnica não seja comumente usada hoje em dia, foi por meio da gravura que chegamos às tecnologias contemporâneas mais rápidas de impressão. Mesmo que os modos tradicionais tenham se tornado obsoletos em vista das novas técnicas, no campo da arte, a gravura tradicional ainda tem o seu lugar.

 

Existem diversas técnicas de gravura. As mais utilizadas são a xilogravura, a gravura em metal, a litografia e a serigrafia. Apesar de todas serem técnicas de reprodução, cada uma possui suas especificidades, como um material diferente usado como matriz (como pedra, madeira e metal) e uma forma única de reproduzir a imagem.

 

 

Xilogravura

A xilogravura é uma técnica de gravura com matriz em madeira, na qual as incisões são feitas com as goivas (pequenas facas em diferentes formatos), criando um relevo na madeira. A imagem impressa se refere à parte que não é retirada da madeira, como em um carimbo. A “xilo” é muito conhecida no Brasil por ser a técnica utilizada nas ilustrações de cordéis. 

 

Imagem retirada de http://redemanual.com.br/casamanual-calendario/xilogravura

 

Gravura em metal 

A gravura em metal tem como matriz uma placa de metal (geralmente em cobre, por ser mais macio). Diferente da “xilo”, na gravura em metal a parte a ser impressa é aquela que é encavada no metal. O encave pode ser feito de diferentes maneiras – um deles é a ponta seca. A ponta seca é um instrumento parecido com um lápis, mas sua ponta possui um material mais duro que o metal utilizado na matriz, como o aço, no caso da matriz de cobre. Se a matriz for de um metal mais duro, a ponta seca pode ter até uma ponta de diamante. A gravura em metal é bastante conhecida nas ilustrações de Gustave Doré, grande ilustrador de vários clássicos como “A Divina Comédia”, de Dante Alighieri.

 

 

Litografia

A litografia é a técnica de gravura em que se usa a pedra como matriz. A pedra litográfica é feita com um calcário especial. A gravação se dá por meio de um tratamento químico na pedra, realizado depois de o desenho ter sido gravado, utilizando-se algum material gorduroso. O princípio da “lito” deu origem à impressão offset, que é a mais utilizada hoje para peças impressas em grande escala, como revistas, panfletos, livros, etc. No caso do offset, a gravação é feita em chapas, no lugar de pedras. 

 

 

Serigrafia

A serigrafia é a gravura cuja gravação é feita em uma tela. O princípio da serigrafia é parecido com o estêncil, ou seja, a parte que será impressa é aquela que está vazada, já que a tinta vem por cima de toda a tela. A gravação da tela de serigrafia é feita através de um processo fotográfico, utilizando uma emulsão sensível à luz. Ao final, apenas a imagem a ser impressa fica vazada na tela. A serigrafia também é conhecida como silk-screen, que nada mais é que o processo usado para imprimir imagens em camisetas. 

 

 

Mesmo com a tecnologia evoluindo e tudo mudando cada vez mais rápido, a gravura, além de ter deixado um grande legado para as novas tecnologias, ainda continua sendo utilizada no campo da arte, por ser tão única. É isso que a torna tão importante.

 

Para saber mais:

 

[Texto de autoria de Júlia Lobato Maciel, mediadora do Núcleo de Ações Educativas e Acessibilidade]

 

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