Só para homens? Deixa cicatriz? 7 mitos e verdades do transplante capilar
De acordo com o Google Trends, ferramenta do Google que mostra os termos mais pesquisados, houve um aumento de 43,3% no volume de buscas por "hair transplant" (transplante capilar), no período de 2014 a 2021 e, segundo dados da SHRS (International Society of Hair Restoration Surgery), houve um aumento mundial do tamanho do mercado de transplante capilar da ordem de 77% no mesmo período.
De acordo com os especialistas ouvidos por VivaBem, esses dados só tendem a crescer nos próximos anos. Segundo a SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia), a AAG (alopecia androgenética), também conhecida como calvície, é uma condição clínica comum na população geral.
A alopecia é uma doença crônica e progressiva, que acomete indivíduos geneticamente predispostos, levando à "miniaturização" dos folículos pilosos (afinamento dos fios) e consequente perda do volume dos cabelos em determinadas áreas do couro cabeludo.
Nos homens, a perda costuma ser nas têmporas (entradas) e no vértex (coroa), enquanto nas mulheres afeta mais a porção central do couro cabeludo.
Causas da perda de cabelo
A alopecia androgenética está relacionada a fatores androgênicos, ou seja, à presença dos hormônios sexuais masculinos, e a fatores genéticos, que são as características de família. Nos dois casos acontece a atrofia dos folículos (bulbos) capilares que aceleram a queda definitiva.
O diagnóstico deve ser realizado por um médico dermatologista, muitas vezes com o auxílio da tricoscopia (método de avaliação do couro cabeludo com o auxílio de um dermatoscópio).
Transplante de cabelos
O termo transplante refere-se à condução de um órgão, ou parte dele, de uma área para outra ou de uma pessoa para outra.
Por exemplo transplante de coração, fígado ou outro órgão que venha de alguém ou algum lugar para o lugar onde será reimplantado. Assim acontece com os cabelos transplantados. São retirados de uma área onde tenham mais densidade (área doadora) e reinseridos na área calva.
Já o implante é realizado com um material artificial no organismo, como os implantes de prótese de silicone e implantes de dentes.
Por se tratar de cabelos da própria pessoa, diferente de outros órgãos, o transplante capilar não corre nenhum risco de rejeição do couro cabeludo.
Desse modo, o termo correto para o procedimento de restauração capilar é transplante capilar. Isso porque uma estrutura natural, o folículo piloso, é transferida da área doadora para a área receptora.
Técnicas existentes
- FUT (Follicular Unit Transplantation): Nessa técnica ocorre a retirada de uma faixa de pele do couro cabeludo e as raízes são separadas fio a fio. Trata-se de um procedimento minucioso e realizado com ajuda de microscópio. Nesse caso o paciente ficará com uma cicatriz fina escondida debaixo dos cabelos.
- FUE (Follicular Unit Extraction): Os folículos são extraídos um a um da área doadora e transplantados para a área receptora (área de calvície). Os folículos são transplantados fio a fio, com incisões imperceptíveis e circulares de 0,8 a 1 mm de diâmetro. Essa técnica não deixa cicatriz aparente. O transplante fica com aparência bem natural e a recuperação é bem mais rápida.
Mitos e verdades sobre transplante capilar
1. O transplante capilar é doloroso.
Mito. Ao contrário do que muitos afirmam, o transplante é um procedimento indolor, praticado sob sedação com anestesia local.
2. É possível transplantar cabelo de outras pessoas.
Mito. O transplante de fios somente pode ser realizado do indivíduo para o próprio indivíduo.
3. É possível atingir um resultado totalmente natural e imperceptível com transplante capilar.
Verdade. Por meio das atuais técnicas de transplante folicular, o paciente atinge um resultado imperceptível e indetectável. Uma vez realizada por um cirurgião que tenha habilidade técnica e um senso artístico apurado, o transplante terá um aspecto totalmente natural.
4. O cabelo transplantado irá cair após alguns anos.
Mito. O cabelo transplantado leva a genética da área doadora, que é uma área permanente, e não sofre a ação do hormônio DHT, capaz de promover uma série de consequências como atrofia e queda dos fios. Portanto, os fios transplantados serão permanentes.
5. O procedimento deixa cicatriz alongada na região da nuca.
Mito. Com o avanço das técnicas, o especialista retira fio a fio o que será transplantado e com isso o paciente não apresenta cicatriz na nuca.
6. O uso de boné após o transplante capilar pode prejudicar o resultado do transplante.
Mito. O uso do boné, boina ou chapéu após 10 dias do transplante capilar não prejudicará no crescimento dos folículos transplantados, nem fará com que caiam.
Após a segunda semana, os cabelos transplantados cairão naturalmente para dar espaço aos fios definitivos que poderão crescer a partir do segundo mês após o transplante capilar. Portanto, independente de usar ou não boné ou chapéu, após o transplante é normal que o primeiro cabelo caia para crescer definitivamente.
7. Transplante capilar é indicado apenas para homens.
Mito. Atualmente, o transplante capilar atende tanto homens como mulheres.
Por serem mais adeptas aos procedimentos estéticos, muitas mulheres têm buscado no transplante capilar a solução de problemas que antes não encontravam, tais como transplante capilar de alta densidade para restauração completa do volume dos cabelos, redução de testa e até transplante de sobrancelhas.
As técnicas avançadas sem cicatrizes e de alta eficácia têm conquistado homens e mulheres por todo o mundo e a tendência é que, nos próximos anos, o transplante capilar se torne um procedimento estético comum para solução de insatisfação capilar entre as mulheres.
A recuperação do transplante capilar é muito rápida. Cerca de três dias depois o paciente já estará apto a voltar ao trabalho.
Fontes: Fábio Aquino, médico da Clínica Kings Capilar (SP); Julio Pierezan, médico especializado em cirurgia de transplante capilar e diretor médico da Clínica Pierezan (SP); Thiago Bianco, cirurgião, especialista em transplantes capilares; Tiago Lins do Valle, cirurgião plástico e especialista em transplante capilar, diretor médico da Clínica Bellagio Recife; e Leila Bloch, dermatologista e cirurgiã capilar, membro do conselho decisório da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia nacional e regional SP) e membro do conselho decisório da SBCD (Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica).
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