Planta original da cidade passa por restauração na capital
O minucioso processo de recuperação levou três meses e recebeu investimento de R$ 16 mil do Conselho Municipal de Patrimônio Histórico.
Publicado em 15/03/2023 18:38 - Atualizado em 16/03/2023 15:56
Chegou nesta quarta-feira (15) de volta a Valadares a planta original da cidade, que passou por um processo de três meses de restauração num ateliê especializado em Belo Horizonte. O documento é de 1930, quando ainda éramos Figueira do Rio Doce, distrito de Peçanha, e foi elaborado pelos pioneiros José de Serra de Lima e Olímpio Freitas Caldas. A iniciativa vem na esteira das comemorações do aniversário de 140 anos da fundação de Figueira do Rio Doce, celebrados em 2024, e também dos 40 anos Museu da Cidade, onde a peça é abrigada e será, a partir de agora, exposta à apreciação pública. A entrega da planta aconteceu em visita do prefeito André Merlo ao museu nesta quarta-feira (15) e contou com as presenças dos membros do Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural, do atual presidente da Associação Comercial, Stefano Couri, que também foi presidente Conselho do Patrimônio Cultural.
De acordo com o gerente do museu, Josmar Coelho, a planta inspirava cuidados desde que foi entregue ao museu. “Foi quando decidimos entrar em contato com a gerência de patrimônio histórico, que topou a empreitada pensando na comemoração do aniversário de Figueira e também do museu, que foi inaugurado em 1983”, contou. “A ideia de restaurar a planta surgiu a partir da constatação de que ela não era preservada adequadamente, e ficava guardada, longe dos olhos do público, que não tinha acesso a ela. A planta é um bem inventariado pelo patrimônio histórico do município e estava bem deteriorada. O público deve ter acesso a todo bem tombado e a única forma de solucionar o problema era a restauração”, explicou Roberta Avelar, gerente de patrimônio histórico da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo (SMCELT).
Laura Fiorini foi a responsável pela restauração da planta. Formada em conservação e restauração de bens culturais móveis pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais, ela explica como se deu todo o processo: “A planta é feita de tecido de algodão bem fino, com impressão do desenho em preto vermelho e azul. Os problemas principais eram rasgos causados pelo manuseio e pelas dobras (além de traças); também havia muita fita adesiva e remendos que causaram perda do tecido (que foi recuperado). Todo o processo foi muito trabalhoso, durou três meses e foi executado por duas pessoas. Foram necessários banhos de limpeza, pois havia muito pó e adesivo impregnado no tecido. A restauração não pode chamar mais a atenção do que o trabalho original, por isso, tudo é feito com muito cuidado; é um trabalho muito meticuloso. Agora, a peça está perfeita e, dependendo de como ela for tratada e das condições de manutenção daqui para a frente, poderá passar mais noventa anos sem precisar de um novo restauro. ”
“Estamos muito felizes com a restauração da planta da cidade porque é um documento histórico do nosso município. Ela é mais antiga do que a própria cidade, que tem 85 anos, e mostra como ela começou. Quando olhamos para a nossa história e conhecemos o caminho percorrido, podemos entender aquele que será necessário percorrer rumo ao futuro. É interessante ver a divisão dos quarteirões, o traçado das ruas, como tudo foi pensado e registrado no desenho. Preservar este documento é também preservar e valorizar a memória daqueles que primeiro pensaram e elaboraram o plano da nossa cidade. Este momento abre também as comemorações dos 140 anos do distrito de Figueira do Rio Doce, e, com este restauro, nós abrimos a programação de aniversário, que vai durar até ano que vem”, disse o secretário municipal de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo, Kevin Figueiredo.
O prefeito André Merlo destacou a importância da restauração, e parabenizou o trabalho que foi realizado. “A planta foi estabilizada e colocada em uma estrutura adequada e está protegida pela moldura de madeira e pelo vidro. Quero, inclusive, parabenizar os envolvidos e destacar o trabalho de quem lá atrás pensou Valadares. E esse primeiro traçado que foi feito, me orgulha muito!”.
A planta já está exposta no Museu da Cidade, que fica rua Prudente de Morais, 711, Centro. Funcionamento de segunda a sexta-feira, das 8 às 18h, e sábados, das 9 às 13h. Telefone: 3271.8560.
por Secretaria de Comunicação e Mobilização Social