15.04.2013 Views

Download da publicação em PDF - CEAD - Unimontes

Download da publicação em PDF - CEAD - Unimontes

Download da publicação em PDF - CEAD - Unimontes

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

PROJETO 6<br />

Leitura e Produção de Texto<br />

Carlos Alberto Ferreira Brandão


Leitura e Produção de Texto<br />

Carlos Alberto Ferreira Brandão<br />

Montes Claros/MG - 2012


REITOR<br />

João dos Reis Canela<br />

VICE-REITORA<br />

Maria Ivete Soares de Almei<strong>da</strong><br />

DIRETOR DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÕES<br />

Huagner Cardoso <strong>da</strong> Silva<br />

CONSELHO EDITORIAL<br />

Maria Cleonice Souto de Freitas<br />

Rosivaldo Antônio Gonçalves<br />

Sílvio Fernando Guimarães de Carvalho<br />

Wanderlino Arru<strong>da</strong><br />

REVISÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA<br />

Arlete Ribeiro Nepomuceno<br />

Aurinete Barbosa Tiago<br />

Carla Roselma Athayde Moraes<br />

Luci Kikuchi Veloso<br />

Ubiratan <strong>da</strong> Silva Meireles<br />

DESIGN INSTRUCIONAL<br />

Elpídio Rocha Neto<br />

Emília Murta Moraes<br />

Frederico Antônio Mineiro Lopes<br />

Gisléia de Cássia Oliveira<br />

Viviane Margareth Chaves Pereira Reis<br />

2012<br />

Proibi<strong>da</strong> a reprodução total ou parcial.<br />

Os infratores serão processados na forma <strong>da</strong> lei.<br />

DESIGN EDITORIAL E CONTROLE DE PRODUÇÃO DE CONTEÚDO<br />

Adão Soares dos Santos<br />

Andréia Santos Dias<br />

Camilla Maria Silva Rodrigues<br />

Clésio Robert Almei<strong>da</strong> Caldeira<br />

Hugo Daniel Duarte Silva<br />

Mag<strong>da</strong> Lima de Oliveira<br />

Marcos Aurélio de Almei<strong>da</strong> e Maia<br />

Sanzio Mendonça Henriques<br />

Tatiane Fernandes Pinheiro<br />

Tátylla Ap. Pimenta Faria<br />

Vinícius Antônio Alencar Batista<br />

Wendell Brito Mineiro<br />

Catalogação: Biblioteca Central Professor Antônio Jorge - <strong>Unimontes</strong><br />

Ficha Catalográfica:<br />

EDITORA UNIMONTES<br />

Campus Universitário Professor Darcy Ribeiro s/n - Vila Mauricéia - Montes Claros (MG)<br />

Caixa Postal: 126 - CEP: 39.401-089<br />

Correio eletrônico: editora@unimontes.br - Telefone: (38) 3229-8214


Ministro <strong>da</strong> Educação<br />

Aloizio Merca<strong>da</strong>nte<br />

Presidente Geral <strong>da</strong> CAPES<br />

Jorge Almei<strong>da</strong> Guimarães<br />

Diretor de Educação a Distância <strong>da</strong> CAPES<br />

João Carlos Teatini de Souza Clímaco<br />

Governador do Estado de Minas Gerais<br />

Antônio Augusto Junho Anastasia<br />

Vice-Governador do Estado de Minas Gerais<br />

Alberto Pinto Coelho Júnior<br />

Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior<br />

Nárcio Rodrigues<br />

Reitor <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Estadual de Montes Claros - <strong>Unimontes</strong><br />

João dos Reis Canela<br />

Presidência <strong>da</strong> República Federativa do Brasil<br />

Ministério <strong>da</strong> Educação<br />

Secretaria de Educação a Distância<br />

Vice-Reitora <strong>da</strong> <strong>Unimontes</strong><br />

Maria Ivete Soares de Almei<strong>da</strong><br />

Pró-Reitora de Ensino<br />

Anete Marília Pereira<br />

Diretor do Centro de Educação a Distância<br />

Jânio Marques Dias<br />

Coordenador Administrativo<br />

Fernando Guilherme Veloso Queiroz<br />

Coordenadora de Projetos <strong>CEAD</strong> <strong>Unimontes</strong><br />

Maria Ângela Lopes Dumont de Macedo<br />

Coordenadora Pe<strong>da</strong>gógica<br />

Zilmar Santos Cardoso<br />

Coordenadora TICs <strong>Unimontes</strong><br />

Patrícia Takaki Neves


Sumário<br />

Apresentação .......................................................................... 6<br />

Palavra do professor conteudista ......................................... 11<br />

Projeto instrucional ............................................................... 12<br />

Aula 1 - Apresentação de Textos para Leitura ...................... 14<br />

1.1 O conhecimento de mundo na leitura ........................... 14<br />

1.2 Acompanhando o desenvolvimento do gênero textual . 16<br />

1.3 Denotação e Conotação.................................................. 17<br />

Resumo ................................................................................. 18<br />

Aula 2 - Leitura de Textos Informativos ................................ 19<br />

2.1 Conjugar o verbo haver .................................................. 19<br />

2.2 Como funciona o cin<strong>em</strong>a 3D .......................................... 20<br />

2.3 M<strong>em</strong>ória <strong>em</strong> backup ....................................................... 21<br />

Resumo ................................................................................. 22<br />

Aula 3 - Leitura e Análise de Textos Narrativos e Ficcionais . 23<br />

3.1 O dia que almocei com Marilyn ...................................... 23<br />

3.2 O texto ficcional .............................................................. 24<br />

Resumo ................................................................................. 26<br />

Aula 4 - O Processo Narrativo ............................................... 27<br />

4.1 Identificando o texto narrativo ....................................... 27<br />

4.2 Narrativas que nos orientam .......................................... 28<br />

Resumo ................................................................................. 29<br />

Aula 5 - Leitura e Análise de Textos Narrativos e Ficcionais – O<br />

Po<strong>em</strong>a ................................................................................... 30<br />

5.1 O po<strong>em</strong>a.......................................................................... 30<br />

Resumo ................................................................................. 32<br />

Aula 6 - Produção de Textos: O Texto Argumentativo Oral e<br />

Escrito .................................................................................... 33<br />

6.1 O poder <strong>da</strong> argumentação .............................................. 33<br />

6.2 Técnicas para coordenação de debate ........................... 34<br />

Resumo ................................................................................. 35<br />

Aula 7 - Produção de Textos: O Texto Argumentativo Escrito: a<br />

Opinião Sobre o T<strong>em</strong>a ........................................................... 37<br />

7.1 A opinião nos textos ....................................................... 37<br />

7.2 Apresentação de texto argumentativo: opinião ............. 38<br />

Resumo ................................................................................. 40<br />

Aula 8 - Definindo Textos Informativos como a Notícia, a Entrevista<br />

e a Reportag<strong>em</strong> ........................................................ 41<br />

8.1 A Notícia, a Entrevista e a Reportag<strong>em</strong>: definição de gêneros 41<br />

Resumo ................................................................................. 42<br />

Referências ............................................................................ 43<br />

Currículo do professor conteudista ..................................... 44<br />

5


Mensag<strong>em</strong> Inicial<br />

Apresentação<br />

Prezado(a) Acadêmico(a),<br />

É com muita satisfação que apresentamos a você o<br />

nosso material didático do curso de nivelamento de que<br />

participará! Estamos todos orgulhosos por você ter confiado<br />

<strong>em</strong> nosso projeto e, mais ain<strong>da</strong>, por ter tido a iniciativa<br />

de buscar, de forma autônoma e comprometi<strong>da</strong>,<br />

não só o seu aprendizado, como também a sua própria<br />

capacitação.<br />

Participar de um curso a distância requer mais do que<br />

simplesmente realizar as ativi<strong>da</strong>des solicita<strong>da</strong>s pelos<br />

professores e tutores. É preciso uma postura que estabeleça<br />

um diálogo entre tecnologia e aprendizag<strong>em</strong>, pois<br />

estão <strong>em</strong> jogo novas habili<strong>da</strong>des e competências que estes<br />

cursos pod<strong>em</strong> lhe proporcionar.<br />

Nessa medi<strong>da</strong>, estamos preparando para você diversos<br />

cursos que visam a repassar conteúdos, <strong>em</strong> geral<br />

próprios do ensino médio, muito importantes para o seu<br />

sucesso acadêmico e profissional, independent<strong>em</strong>ente<br />

de sua área de conhecimento.<br />

O projeto conta com uma equipe de professores que<br />

acompanharão todos os cursos de nivelamento que pod<strong>em</strong><br />

ser acessados s<strong>em</strong>pre que necessário. Então, não<br />

hesite <strong>em</strong> fazer suas críticas, sugestões e comentários<br />

<strong>em</strong> geral! Saiba que a sua opinião é muito importante<br />

para nós, pois visamos a uma melhoria contínua.<br />

Além de contribuir com o seu aprendizado, esperamos<br />

que você reconheça nas Tecnologias de Informação<br />

e Comunicação (doravante, TIC) as possibili<strong>da</strong>des<br />

de “aprender a aprender” e que esta experiência seja a<br />

primeira de muitas outras <strong>em</strong> que você estará aliando<br />

tecnologia e construção do conhecimento! Aproveite!<br />

Coordenação Geral <strong>da</strong> Proposta Institucional: “Uso e<br />

Diss<strong>em</strong>inação <strong>da</strong>s TIC no Ensino Superior Presencial <strong>da</strong><br />

<strong>Unimontes</strong>” e Colaboradores do Projeto 6<br />

6


Apresentação <strong>da</strong> Proposta Institucional<br />

O crescente uso <strong>da</strong>s TIC na educação t<strong>em</strong> favorecido<br />

sobr<strong>em</strong>aneira o acesso à educação a milhares de<br />

pessoas ao redor do mundo. Nessa medi<strong>da</strong>, a educação<br />

presencial t<strong>em</strong> se apropriado <strong>da</strong>s TIC <strong>em</strong> constante<br />

evolução.<br />

Esse fato é especialmente constatado no contexto<br />

<strong>da</strong> UAB/<strong>Unimontes</strong>, uma vez que o crescente grau de<br />

inovação, característico dessa mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de de educação,<br />

t<strong>em</strong> conquistado ca<strong>da</strong> vez mais docentes <strong>da</strong> educação<br />

presencial de to<strong>da</strong>s as áreas. A efetivi<strong>da</strong>de de seus propósitos<br />

e a diversi<strong>da</strong>de de suas soluções têm contribuído<br />

com a credibili<strong>da</strong>de e o reconhecimento destes recursos<br />

por to<strong>da</strong> a comuni<strong>da</strong>de acadêmica.<br />

Essa Proposta Institucional <strong>da</strong> <strong>Unimontes</strong>, além de<br />

inovadora e desafiadora, almeja formar novas gerações<br />

comprometi<strong>da</strong>s com o aperfeiçoamento e a sist<strong>em</strong>atização<br />

do uso de novas TIC no ensino superior do país.<br />

Ações dessa natureza desenvolv<strong>em</strong> nos acadêmicos<br />

a habili<strong>da</strong>de de manusear os recursos tecnológicos<br />

existentes <strong>em</strong> favor de sua formação e atualização. Por<br />

conseguinte, desenvolv<strong>em</strong> a competência destes futuros<br />

profissionais de conceber ações pragmáticas <strong>em</strong> direção<br />

ao b<strong>em</strong>-estar social.<br />

Os sete projetos que integram essa Proposta se compl<strong>em</strong>entam<br />

e se inter-relacionam para que o objetivo do<br />

Edital 15 CAPES/DED/2010 seja cumprido, ou seja, para<br />

que de fato seja promovido o “Uso e Diss<strong>em</strong>inação <strong>da</strong>s<br />

TIC no Ensino Superior Presencial <strong>da</strong> <strong>Unimontes</strong>”.<br />

Um dos projetos, intitulado “Inserção <strong>da</strong>s TIC como<br />

recurso didático nos cursos de graduação <strong>da</strong> <strong>Unimontes</strong>:<br />

Artes Visuais, Artes Teatro, Artes Música, Geografia,<br />

Mat<strong>em</strong>ática, Odontologia e Sist<strong>em</strong>as de Informação”,<br />

consiste na definição de que até oito disciplinas de ca<strong>da</strong><br />

um dos sete cursos de graduação diretamente envolvidos<br />

para ser<strong>em</strong> cont<strong>em</strong>pla<strong>da</strong>s pelas ativi<strong>da</strong>des e pelos<br />

recursos deste projeto. Estas disciplinas, e seus docentes,<br />

terão a oportuni<strong>da</strong>de de elaborar<strong>em</strong> materiais didáticos<br />

de quali<strong>da</strong>de e de usufruír<strong>em</strong> <strong>da</strong> prerrogativa de<br />

oferecer até 20% de suas cargas horárias na mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de<br />

a distância .<br />

Além desses sete cursos de graduação presenciais, serão<br />

atendidos os acadêmicos de todos os d<strong>em</strong>ais cursos<br />

superiores <strong>da</strong> <strong>Unimontes</strong> de todos os campi. Isso será<br />

possível, pois o projeto “Oferecimento de Cursos de Nivelamento<br />

para os Cursos de Graduação Presenciais <strong>da</strong><br />

<strong>Unimontes</strong>” pretende oferecer cursos de nivelamento<br />

de forma irrestrita a to<strong>da</strong> a comuni<strong>da</strong>de acadêmica. Tal<br />

d<strong>em</strong>an<strong>da</strong> se faz necessária tendo <strong>em</strong> vista as formações<br />

7


por vezes heterogêneas dos alunos recém-chegados do<br />

ensino médio. Assim, os conteúdos previstos nestes cursos<br />

de nivelamento impactam diretamente na efetivi<strong>da</strong>de<br />

<strong>da</strong> aprendizag<strong>em</strong> de alunos de to<strong>da</strong>s as áreas do<br />

conhecimento, b<strong>em</strong> como no desenvolvimento de habili<strong>da</strong>des<br />

e competências deles.<br />

O impacto e os resultados esperados dessas ações<br />

são determinantes para a criação de uma cultura acadêmica<br />

de autonomia sobre o autoaprendizado, na busca<br />

pela construção do conhecimento, além de favorecer a<br />

institucionalização de atitudes pragmáticas por todos<br />

aqueles que pod<strong>em</strong> contribuir para uma socie<strong>da</strong>de ain<strong>da</strong><br />

mais justa, d<strong>em</strong>ocrática, desenvolvi<strong>da</strong> e tecnológica.<br />

Profa. Patrícia Takaki Neves<br />

Coordenação Geral <strong>da</strong> Proposta Institucional<br />

8


Apresentação do Projeto 6<br />

Você participará de um curso de nivelamento oferecido<br />

no âmbito do Projeto 6, intitulado “Oferecimento<br />

de Cursos de Nivelamento para os Cursos de Graduação<br />

Presenciais <strong>da</strong> <strong>Unimontes</strong>”.<br />

Nesse projeto, como já vimos, serão cont<strong>em</strong>plados acadêmicos<br />

de todos os cursos superiores presenciais <strong>da</strong> <strong>Unimontes</strong>,<br />

de forma irrestrita , incluindo todos os campi.<br />

Esta dinâmica de oferecer cursos de nivelamento,<br />

<strong>em</strong>bora inédita na graduação presencial <strong>da</strong> <strong>Unimontes</strong>,<br />

é, de certa forma, comum <strong>em</strong> várias instituições de ensino<br />

superior no Brasil e no mundo. Essa iniciativa é de<br />

grande importância para o sucesso dos estu<strong>da</strong>ntes nas<br />

disciplinas ao longo de sua vi<strong>da</strong> acadêmica e profissional.<br />

Nesse contexto, <strong>em</strong> geral, os cursos de nivelamento<br />

abor<strong>da</strong>rão conteúdos do ensino médio, <strong>em</strong>bora a abor<strong>da</strong>g<strong>em</strong><br />

própria do ensino superior esteja presente nos<br />

materiais didáticos. As áreas prioritárias são: Língua Portuguesa,<br />

Língua Estrangeira, Mat<strong>em</strong>ática, Informática e<br />

Filosofia. Vale ressaltar que novas áreas também poderão<br />

ser atendi<strong>da</strong>s conforme as pesquisas por novas d<strong>em</strong>an<strong>da</strong>s<br />

for<strong>em</strong> identificando.<br />

Os professores e tutores envolvidos na produção dos<br />

materiais e na execução desses cursos a distância serão<br />

todos capacitados metodológica e tecnologicamente.<br />

Da mesma forma, todos os alunos também serão devi<strong>da</strong>mente<br />

capacitados para utilizar ambiente virtual de<br />

aprendizag<strong>em</strong> <strong>da</strong> <strong>Unimontes</strong>/Virtualmontes e d<strong>em</strong>ais<br />

TIC disponíveis.<br />

O projeto 6 conta com uma equipe própria de professores<br />

que irão acompanharão to<strong>da</strong> a dinâmica prevista<br />

para o oferecimento dos cursos, incluindo seus docentes,<br />

discentes e tutores. A avaliação de todo o processo,<br />

também realiza<strong>da</strong> por estes professores, permitirá controlar<br />

melhor as ações e conduzir o projeto <strong>em</strong> direção à<br />

consecução de seus objetivos.<br />

Desse modo, esperamos que o projeto contribua com<br />

a sua aprendizag<strong>em</strong>, ao trabalhar com conteúdos básicos<br />

indispensáveis para o seu bom des<strong>em</strong>penho durante<br />

to<strong>da</strong> a sua trajetória acadêmica.<br />

Por fim, o projeto de oferecimento de cursos de nivelamento,<br />

alinhado com a Proposta Institucional, está fazendo<br />

a sua parte para melhorar ain<strong>da</strong> mais a quali<strong>da</strong>de<br />

<strong>da</strong> educação superior ofereci<strong>da</strong> pela <strong>Unimontes</strong>, criando<br />

oportuni<strong>da</strong>des para que a comuni<strong>da</strong>de acadêmica esteja<br />

inseri<strong>da</strong> no contexto <strong>da</strong>s TIC na educação.<br />

Coordenação Geral <strong>da</strong> Proposta Institucional e Colaboradores<br />

do Projeto 6<br />

9


Indicação de ícones<br />

Os ícones são el<strong>em</strong>entos gráficos utilizados para ampliar as formas de linguag<strong>em</strong> e facilitar a organização e a leitura<br />

hipertextual.<br />

Atenção: indica pontos de maior relevância no texto.<br />

Saiba mais: oferece novas informações que enriquec<strong>em</strong> o assunto ou “curiosi<strong>da</strong>des” e notícias recentes relaciona<strong>da</strong>s<br />

ao t<strong>em</strong>a estu<strong>da</strong>do.<br />

Glossário: indica a definição de um termo, palavra ou expressão utiliza<strong>da</strong><br />

no texto.<br />

Mídias integra<strong>da</strong>s: possibilita que os estu<strong>da</strong>ntes desenvolvam ativi<strong>da</strong>des <strong>em</strong>pregando diferentes mídias: vídeos,<br />

filmes, jornais, ambiente AVEA e outras.<br />

Ativi<strong>da</strong>des de aprendizag<strong>em</strong>: apresenta ativi<strong>da</strong>des <strong>em</strong> diferentes níveis de aprendizag<strong>em</strong> para que o estu<strong>da</strong>nte possa<br />

realizá-las e conferir o seu domínio do t<strong>em</strong>a estu<strong>da</strong>do.<br />

10


Prezados acadêmicos,<br />

O prazer <strong>da</strong> leitura será despertado com a prática <strong>da</strong><br />

interpretação de textos segundo as técnicas de aprendizagens<br />

de leitura e produção de textos. Assim, textos<br />

relativamente práticos, fáceis e associados ao cotidiano<br />

tend<strong>em</strong> a facilitar a compreensão e a assimilação de<br />

construções textuais.<br />

Os estudos são voltados para a assimilação dos níveis<br />

de linguag<strong>em</strong> coloquial e culto <strong>em</strong> comunicação, praticando<br />

a narrativa, a descrição, a dissertação, b<strong>em</strong> como<br />

as produções e a interpretações textuais.<br />

Dessa forma, vocês terão como aprimorar a construção<br />

de textos e re<strong>da</strong>ções, preparando-se para as exigências<br />

do mercado de trabalho <strong>em</strong> seus níveis de linguag<strong>em</strong>.<br />

Palavra do professor conteudista<br />

11


Os conteúdos são aportados com base na <strong>em</strong>enta do<br />

curso, disponibilizado pelo PPP do CCH, Departamento<br />

de Letras <strong>da</strong> <strong>Unimontes</strong>. Ementa: Leitura como processo<br />

produtivo cultural, social, político, tipos de leitura,<br />

textos e fatores de textuali<strong>da</strong>de, textos literários e não<br />

literários. Denotação e conotação. Estudo comparativo<br />

e produção de diferentes tipos de textos: textos poéticos,<br />

textos científicos. Texto descritivo, dramático, narrativo<br />

e dissertativo. Processos de articulação de ideias.<br />

Linguag<strong>em</strong> e interação. Tipologia do texto. Produção de<br />

textos orais e escritos.<br />

Objetivos<br />

Geral<br />

Reconhecer e usar estratégias de enunciação na compreensão<br />

e na produção de textos, estabelecendo um<br />

parâmetro entre teoria e análise através de leituras de<br />

textos, observando influências causa<strong>da</strong>s <strong>em</strong> nossas cultura<br />

e socie<strong>da</strong>de.<br />

Específicos<br />

• Identificar marcas explícitas de intertextuali<strong>da</strong>de<br />

com outros textos, discursos, linguagens e efeitos<br />

de sentido;<br />

Projeto instrucional<br />

• Identificar marcas linguísticas e gráficas de conexão<br />

textual <strong>em</strong> um texto argumentativo;<br />

• Recriar textos narrativos <strong>em</strong> textos de gêneros diversos;<br />

• Reconhecer e usar mecanismos de coesão verbal<br />

<strong>em</strong> um texto ou sequência de relato;<br />

• Examinar os níveis interpretativo, analítico, compreensivo<br />

e crítico presentes na linguag<strong>em</strong>.<br />

• Persuadir o aluno à prática de leitura incessante<br />

de t<strong>em</strong>as e assuntos do cotidiano, b<strong>em</strong> como <strong>da</strong><br />

literatura brasileira e outras;<br />

• Despertar o interesse do acadêmico <strong>em</strong> leitura de<br />

textos jornalísticos e ficcionais de modo a se situar<br />

no enredo textual de forma livre.<br />

Ain<strong>da</strong> compl<strong>em</strong>entados com aporte teóricos <strong>em</strong> Revista<br />

Língua Portuguesa, pág. ano I, nº 8, 2006.<br />

Para principiarmos a nossa interação com os textos<br />

e suas construções é necessário tomar conhecimento<br />

acerca de alguns termos específicos direcionados à construção<br />

de expressões de modo a enriquecer o vocabulário<br />

de vocês para a prática textual que se deve aplicar.<br />

Portanto, é bom realizar as leituras adequa<strong>da</strong>mente.<br />

12


AULA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM MATERIAIS<br />

1. Apresentação de textos para<br />

leitura<br />

Verificar o nível de coeficiência e atenção aplica<strong>da</strong> à<br />

prática de leitura<br />

2. Leitura de textos informativos Analisar a importância <strong>da</strong> notícia como mensag<strong>em</strong><br />

comunicativa<br />

3. Leitura e análise de textos<br />

narrativos e ficcionais<br />

Analisar a importância <strong>da</strong> narrativa ficcional <strong>em</strong><br />

obras <strong>da</strong> literatura brasileira<br />

Textos interativos;<br />

CDs, rede on-line;<br />

Textos interativos;<br />

CDs, rede on-line;<br />

Textos interativos;<br />

CDs, rede on-line;<br />

4. O processo narrativo Analisar a importância do texto e sua forma narrativa Textos interativos;<br />

CDs, rede on-line;<br />

5. Leitura e análise de textos narrativos<br />

e ficcionais – o po<strong>em</strong>a<br />

6. Produção de textos: o texto<br />

argumentativo oral e escrito<br />

7. Produção de texto: o texto<br />

argumentativo escrito: a opinião<br />

sobre o t<strong>em</strong>a.<br />

8. Definindo textos informativos<br />

como a Notícia, a Entrevista e a<br />

Reportag<strong>em</strong><br />

Analisar a importância <strong>da</strong> narrativa ficcional <strong>em</strong> po<strong>em</strong>as<br />

modernistas na literatura brasileira, percebendo<br />

as diferentes formas de construção textual<br />

Analisar a importância <strong>da</strong> argumentação <strong>em</strong> discursos<br />

orais e escritos<br />

Analisar a importância do argumento como opinião<br />

váli<strong>da</strong> para a construção de como mensag<strong>em</strong><br />

Conhecer o diferencial dos gêneros textuais como<br />

comunicação<br />

Textos interativos;<br />

CDs, rede on-line;<br />

Textos interativos;<br />

CDs, rede on-line;<br />

Textos interativos;<br />

CDs, rede on-line;<br />

Textos interativos;<br />

CDs, rede on-line;<br />

CARGA<br />

HORÁRIA<br />

4h<br />

4h<br />

4h<br />

4h<br />

4h<br />

4h<br />

4h<br />

2h<br />

13


Objetivos<br />

Verificar o nível de coeficiência e atenção aplica<strong>da</strong> à<br />

prática de leitura<br />

1.1 O conhecimento de mundo na<br />

leitura<br />

Fazendo um aporte no livro Texto e Leitor, aspectos<br />

cognitivos <strong>da</strong> leitura, de Ângela Kleiman, 1997, constato<br />

que a compreensão de um texto é um processo que<br />

se caracteriza pela utilização de conhecimento prévio: o<br />

leitor utiliza na leitura o que ele já sabe, o conhecimento<br />

adquirido ao longo de sua vi<strong>da</strong>. É mediante a interação<br />

de diversos níveis de conhecimento, como o conhecimento<br />

linguístico, o textual, o conhecimento de mundo,<br />

que o leitor consegue construir o sentido do texto.<br />

A leitura é o processo interativo para sua compreensão<br />

total ou parcial do texto. Conhecer a linguag<strong>em</strong> possibilita<br />

falar como nativos, sabendo pronunciar português, falar<br />

palavras do vocabulário e fazer uso adequado <strong>da</strong> língua.<br />

Ao depararmos com textos com outra linguag<strong>em</strong>, não<br />

os compreend<strong>em</strong>os totalmente e ficamos, assim, s<strong>em</strong><br />

decifrá-los, ou trocando <strong>em</strong> miúdos, entendê-los. Portanto,<br />

é necessário o conhecimento prévio para agilizarmos<br />

a tradução ou compreensão do texto a ser analisado.<br />

Apresentação de Textos<br />

para Leitura<br />

De posse de um texto como o dos Três Porquinhos, já<br />

compreend<strong>em</strong>os de cara a sua linguag<strong>em</strong> facilita<strong>da</strong>, devido<br />

ao conhecimento acerca <strong>da</strong> história já narra<strong>da</strong> <strong>em</strong><br />

outras épocas. Assim, encontramos mais facili<strong>da</strong>de para<br />

realizarmos sua compreensão. O seu enredo nos aponta<br />

para uma certificação <strong>da</strong>quilo que ocorrerá com os animaizinhos.<br />

Mas, <strong>da</strong> mesma forma, se tomar como auxílio um texto<br />

de Miguel de Cervantes Saavedra, <strong>em</strong> sua narrativa<br />

Novelas Ex<strong>em</strong>plares (1983), certamente o leitor se sentirá<br />

preso à linguag<strong>em</strong> e não haverá ord<strong>em</strong> <strong>da</strong> compreensão,<br />

não estabelecendo o processamento do texto, o<br />

que Kleiman (1997, p. 18) chama “aquela ativi<strong>da</strong>de pela<br />

qual as palavras, uni<strong>da</strong>des discretas, distintas, são agrupa<strong>da</strong>s<br />

<strong>em</strong> uni<strong>da</strong>des ou fatias maiores, também significativas,<br />

chama<strong>da</strong>s constituintes <strong>da</strong> frase”.<br />

Há de se estabelecer a compreensão de que o conhecimento<br />

linguístico é parte integrante do conhecimento<br />

prévio, possibilitando facilitar sua conclusão.<br />

O el<strong>em</strong>ento narrado ou descrito num texto ficcional<br />

tende a caracterizar a estrutura facilita<strong>da</strong> de uma linguag<strong>em</strong><br />

mais precisa e óbvia de modo a atingir os mais diferentes<br />

tipos de leitores, <strong>da</strong>ndo marg<strong>em</strong> à interpretação<br />

e compreensão do texto. A descrição conti<strong>da</strong> numa narrativa<br />

particulariza ou qualifica um objeto.<br />

14


Os textos têm sua classificação segundo o autor e o leitor.<br />

O autor se propõe a deixar uma marg<strong>em</strong> para interpretação<br />

e o leitor se adequa para essa compreensão, assimilação, disposto<br />

a escutar o autor para depois aceitar ou rejeitar, expondo<br />

seu discurso. Para Kleiman (1997, p. 19),<br />

[...] a narração é o momento do discurso <strong>em</strong> que o autor<br />

pede a palavra por um t<strong>em</strong>po, comprometendo-se<br />

<strong>em</strong> troca a contar algo que valha a pena ser contado.<br />

[...] na descrição, o autor tenciona apresentar uma<br />

atitude, avaliação, uma sensação específica a fim de<br />

que o leitor a possa recriar.<br />

Outros conhecimentos relativos ao texto são importantes<br />

para o conhecimento de mundo do leitor,<br />

importantes para sua compreensão. Quanto mais conhecimento<br />

de mundo o leitor tiver, mais fácil será sua<br />

compreensão. Tanto o conhecimento linguístico quanto<br />

o conhecimento textual formam parte do conhecimento<br />

prévio e ambos dev<strong>em</strong> ser utilizados na leitura.<br />

O conhecimento parcial acerca <strong>da</strong>s coisas <strong>em</strong> geral<br />

nos permite tomar uma referência desde já para situarmos<br />

num plano de interação e conhecimento adiantado<br />

sobre as coisas e suas sequências e consequências. Ao<br />

que parece, se vamos realizar alguma tarefa, é ver<strong>da</strong>de<br />

que já perceb<strong>em</strong>os qual a sequência natural <strong>da</strong> tarefa<br />

planeja<strong>da</strong>. Portanto, imaginamos logo a sua conclusão.<br />

Ou seja, o esqu<strong>em</strong>a, como é chamado, é a capaci<strong>da</strong>de<br />

que t<strong>em</strong>os de interagir com as respostas prévias acerca<br />

<strong>da</strong>s coisas e objetos e realizações. Ao dizer, ele não tomou<br />

água, pois o vidro estava vazio, perceb<strong>em</strong>os que se<br />

trata de um vasilhame utilizado para colocar água para<br />

beber. Visualizando o vidro vazio, perceb<strong>em</strong>os que alguém<br />

deixou de enchê-lo por algum motivo.<br />

Pod<strong>em</strong>os passar deste momento para outro adiante,<br />

imaginando qual seria o motivo ou simplesmente imaginar<br />

que faltou água na torneira. Desta forma, estar<strong>em</strong>os,<br />

então, tentando antecipar uma<br />

conclusão acerca dos fatos. O<br />

esqu<strong>em</strong>a é gerado por uma<br />

organização mental e racional<br />

acerca de um fato a ponto de<br />

fazer o leitor criar possíveis respostas.<br />

Glossário<br />

esqu<strong>em</strong>a: conhecimento<br />

parcial, estruturado, que t<strong>em</strong>os<br />

na m<strong>em</strong>ória sobre assuntos,<br />

situações, eventos típicos de<br />

nossa cultura.<br />

Para a melhor compreensão textual deve-se agir de<br />

forma que possibilite várias respostas diante de um mesmo<br />

ato. A leitura possibilita isso. Faça, então, sua prática<br />

adequa<strong>da</strong> e consistente de leituras de diversos tipos de<br />

textos.<br />

O convite está lançado e aguardo sua participação e<br />

desenvolvimento acerca <strong>da</strong> leitura e compreensão dos<br />

textos.<br />

15


Saiba mais<br />

Este texto apresenta as formas<br />

descritivas de como proceder<br />

para a compreensão textual.<br />

Qual o conhecimento de mundo<br />

sugerido? Iniciar lendo histórias<br />

sobre acontecimentos <strong>em</strong> sua<br />

ci<strong>da</strong>de e região, seu estado e<br />

administração local.<br />

Ativi<strong>da</strong>des de<br />

aprendizag<strong>em</strong><br />

Para Kleiman (1997, p. 19) “a<br />

narração é o momento do discurso<br />

<strong>em</strong> que o autor pede a palavra por<br />

um t<strong>em</strong>po, comprometendo-se<br />

<strong>em</strong> troca a contar algo que valha a<br />

pena ser contado. [...] na descrição,<br />

o autor tenciona apresentar uma<br />

atitude, avaliação, uma sensação<br />

específica a fim de que o leitor a<br />

possa recriar”.<br />

Dessa forma, você está convi<strong>da</strong>do<br />

a utilizar sua imaginação<br />

para realizar a produção textual<br />

com base nas citações de Kleiman<br />

(1997). Aplique sua compreensão<br />

textual num pequeno texto, de<br />

t<strong>em</strong>a livre, para realizar sua narrativa.<br />

Até mais!<br />

1.2 Acompanhando<br />

o desenvolvimento do<br />

gênero textual<br />

To<strong>da</strong> obra literária se origina de<br />

uma determina<strong>da</strong> época e uma cultura,<br />

gera<strong>da</strong> num certo t<strong>em</strong>po e<br />

espaço, especificando sua classe ou espécie, como num<br />

conjunto de regras (SAMUEL, 2000). O estudo dos gêneros<br />

literários se enriqueceu, servindo de meios para se chegar<br />

à compreensão total <strong>da</strong> obra, como romance, que ganhou<br />

reconhecimento como gênero somente no século XIX.<br />

Alguns gêneros se classificavam <strong>em</strong>: gênero ensaístico<br />

(ensaio, crônica, oratória, apólogo, máxima, m<strong>em</strong>órias);<br />

gênero narrativo (epopéia, romance, conto, novela,<br />

fábula); gênero dramático (tragédia, comédia, drama,<br />

auto, farsa); gênero lírico (elegia, ode, canção, égloga,<br />

idílio, soneto, bala<strong>da</strong>, rondó).<br />

Diariamente visualizamos as mais varia<strong>da</strong>s informações<br />

oriun<strong>da</strong>s dos mais diversos meios de comunicação.<br />

O gênero literário textual está presente <strong>em</strong> nosso meio.<br />

Ao passar <strong>em</strong> frente a algumas lojas comerciais, deparamos<br />

com os letreiros que as identificam. Aliado a isso,<br />

também receb<strong>em</strong>os informações de cartazes, folders,<br />

banners, panfletos, placas e faixas que se reproduz<strong>em</strong><br />

aos montes na tentativa de transmitir alguma informação<br />

preciosa, especificamente para o cliente.<br />

Dessa forma, receb<strong>em</strong>os textos informativos todos os<br />

dias. Para isso, é necessária a atenção pela comunicação<br />

que se estabelece entre locutor e interlocutor na tentativa<br />

de nos conquistar pela linguag<strong>em</strong>, assumindo o papel<br />

<strong>da</strong> argumentação convincente.<br />

O texto referencial ou informativo tende a convencer<br />

o leitor <strong>da</strong> importância de determinado produto ou ação.<br />

Sua mensag<strong>em</strong> é direta e real. Ao leitor cabe aplicar sua<br />

interpretação para o discurso estabelecido. Assim, numa<br />

propagan<strong>da</strong> sobre determinado produto o leitor estará<br />

assegurado sobre as características do produto, cabendo<br />

a ele tomar sua decisão de adquirir ou não o produto divulgado.<br />

Da mesma forma uma notícia veicula<strong>da</strong>, t<strong>em</strong> sua<br />

mensag<strong>em</strong> divulga<strong>da</strong> para conhecimento <strong>da</strong> população.<br />

16


Perceb<strong>em</strong>os que as características evidentes para um<br />

texto informativo são aquelas que indicam sobre a natureza<br />

do produto ou <strong>da</strong> notícia. É como perceb<strong>em</strong>os nas<br />

propagan<strong>da</strong>s de: sabão <strong>em</strong> pó, sabonetes de luxo, perfumes,<br />

roupas, sapatos, utensílios para o corpo, para o lar,<br />

para o veículo.<br />

Estamos li<strong>da</strong>ndo diariamente com os textos informativos,<br />

úteis para o nosso conhecimento, pois traz<strong>em</strong><br />

informações ora precisas. Para Fiorin (2003, Pág. 173),<br />

“todo texto t<strong>em</strong>, por trás de si, um produtor que procura<br />

seduzir o seu leitor (ou leitores), usando para tanto<br />

vários recursos de natureza lógica e linguística.” O texto<br />

informativo padrão t<strong>em</strong> como característica a aplicação<br />

<strong>da</strong>s funções <strong>da</strong> linguag<strong>em</strong>: o <strong>em</strong>issor, o receptor, a mensag<strong>em</strong>,<br />

o código, o canal e o referente.<br />

Vejamos, então, como fica essa distribuição numa<br />

mensag<strong>em</strong> proferi<strong>da</strong> pelo instrutor aos alunos do curso:<br />

• Leiam os livros indicados para a disciplina Leitura<br />

e Produção de Textos. São fáceis de encontrar e<br />

vão ajudá-los na preparação <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des.<br />

O <strong>em</strong>issor é o instrutor. O receptor, os alunos do curso.<br />

A mensag<strong>em</strong> é todo o texto aplicado. O código é a língua<br />

portuguesa que permite compreender a mensag<strong>em</strong>.<br />

O canal é a linguag<strong>em</strong> oral estabeleci<strong>da</strong>. O referente é o<br />

assunto <strong>da</strong> mensag<strong>em</strong>.<br />

Portanto, cabe agora a vocês praticar<strong>em</strong> a linguag<strong>em</strong><br />

para estabelecimento <strong>da</strong> comunicação. Vamos, lá! Aproveit<strong>em</strong><br />

a língua que t<strong>em</strong> e us<strong>em</strong>-na à vontade.<br />

1.3 Denotação e Conotação<br />

A representação de uma palavra<br />

passa por sua significação e expressão.<br />

Em escola, por ex<strong>em</strong>plo, ouvimos<br />

os sons <strong>da</strong>s letras que formam<br />

a palavra. Isso é o significante ou<br />

plano de expressão. O conceito de<br />

escola é o significado ou o plano de<br />

conteúdo.<br />

É marcante a relação entre o plano de expressão e o<br />

plano de conteúdo, chamado aqui de denotação. É como<br />

o significante se desperta no receptor ou como interpretamos<br />

certo significante.<br />

Perceb<strong>em</strong>os uma palavra e logo a identificamos pelo<br />

seu valor. Associamos, assim, a dupla função significante<br />

e significado, ou denotação e conotação.<br />

Sab<strong>em</strong>os que uma mesma palavra pode assumir várias<br />

funções, isola<strong>da</strong>mente, caracterizando, assim, a poliss<strong>em</strong>ia,<br />

que é quando um significante r<strong>em</strong>ete a vários<br />

significados. Porém, num contexto a poliss<strong>em</strong>ia pode fi-<br />

Glossário<br />

plano de expressão: conotação/<br />

significante.<br />

plano de conteúdo: denotação/<br />

significado.<br />

17


car neutraliza<strong>da</strong>, ao inserir uni<strong>da</strong>des no contexto <strong>da</strong> frase,<br />

do período, do parágrafo e assim por diante. Inseri<strong>da</strong><br />

no contexto, a palavra perde o seu valor polissêmico,<br />

funcionando com apenas um único significado, definido<br />

pelo contexto como significado contextual.<br />

Saiba mais<br />

este texto apresenta as formas<br />

essenciais de como construir um<br />

bom texto <strong>em</strong>pregando novas<br />

estratégias através <strong>da</strong>s palavras,<br />

por seus valores conotativo e<br />

denotativo. Dicas – Utilizar as<br />

palavras <strong>em</strong> busca de melhor<br />

significação e encaixe no texto.<br />

Ativi<strong>da</strong>des de<br />

aprendizag<strong>em</strong><br />

relacionar frases que se tornam<br />

mais adequa<strong>da</strong>s ao conceito<br />

de significado e significante,<br />

identificando-as como denotativas<br />

ou conotativas.<br />

“A esses valores sobrepostos<br />

ao signo constitu<strong>em</strong> aquilo que<br />

denominamos de sentido conotativo<br />

e esse acréscimo de um novo<br />

conteúdo constitui a conotação”,<br />

argumenta Fiorin (2003, p. 174). A<br />

expressão “lavar a égua” t<strong>em</strong> um<br />

sentido denotativo e significa: “<strong>da</strong>r<br />

um banho no animal”. Portanto, ao<br />

acrescentar outro conteúdo a essa<br />

mesma expressão, passa a conotar<br />

“<strong>da</strong>r-se b<strong>em</strong>”, ”lograr êxito”.<br />

Eis, então, como compreender<br />

a significação e os valores <strong>da</strong>s palavras<br />

para sua perfeita utilização na<br />

produção textual. Vamos lá! Anim<strong>em</strong>-se<br />

e busqu<strong>em</strong> outras formas<br />

de reproduzir<strong>em</strong> as palavras com<br />

significações varia<strong>da</strong>s.<br />

Resumo<br />

Nesta aula, você aprendeu:<br />

• a estabelecer a importância do conhecimento de<br />

mundo na prática <strong>da</strong> leitura;<br />

• acompanhar o desenvolvimento do gênero textual;<br />

• a identificar e delimitar denotação e conotação<br />

para o consciente uso <strong>da</strong>s palavras.<br />

18


Objetivos<br />

Analisar a importância <strong>da</strong> notícia como mensag<strong>em</strong><br />

comunicativa<br />

2.1 Conjugar o verbo haver<br />

O verbo “haver”, do latim habere, é irregular, simultaneamente<br />

fraco e forte, já que sofre, na conjugação,<br />

alterações no presente e no pretérito perfeito do indicativo.<br />

É também, não se considerando derivações, um<br />

dos dois verbos <strong>da</strong> língua terminados <strong>em</strong> –aver. O outro<br />

é “precaver”, que t<strong>em</strong> conjugação distinta. “Haver”<br />

é usado como verbo auxiliar e com o sentido de existir,<br />

ocorrer, acontecer e t<strong>em</strong>po.<br />

Como auxiliar, sofre concorrência do verbo “ter”, que<br />

há três séculos v<strong>em</strong> tomando-lhe espaço. Razão pela<br />

qual sua conjugação talvez seja menos conheci<strong>da</strong>.<br />

Irregular no presente do indicativo, só a 1ª e a 2ª<br />

pessoas do plural mantêm a letra v: nós hav<strong>em</strong>os, vós<br />

haveis. As d<strong>em</strong>ais são formas irregulares, isto é, não segu<strong>em</strong><br />

o radical hav: eu hei, tu hás, ele há, eles hão.<br />

Já no pretérito perfeito do indicativo, a conjugação é<br />

to<strong>da</strong> irregular e, pouco usa<strong>da</strong>, estranha aos ouvidos atuais:<br />

eu houve, tu houveste, ele houve, nós houv<strong>em</strong>os,<br />

vós houvestes, eles houveram. Nessa conjugação, a 3ª<br />

Leitura de Textos Informativos<br />

pessoa (houve, houveram) é a mais usa<strong>da</strong>. Pior do que<br />

o “haver”, nesse pretérito, é seu derivado reaver: eu reouve,<br />

tu reouveste, ele reouve, nós reouv<strong>em</strong>os, vós reouvestes,<br />

eles reouveram. A maioria faz algo como: eu<br />

reavi, ele reaveu, eles reaveram, etc. A eufonia (som<br />

agradável) é importante na preservação de palavras. Já a<br />

cacofonia (som desagradável) é fator<br />

de exclusão. Essas formas “esquisitas”,<br />

cacofônicas, do “haver” o relegaram<br />

nas conjugações compostas,<br />

substituindo-o por “ter”.<br />

O uso do verbo “haver” com o sentido de existir, ocorrer,<br />

acontecer, e com ideia de t<strong>em</strong>po, possivelmente seja o<br />

que traga a maior complicação, porque é, atualmente, impessoal<br />

e muitas pessoas o usam como pessoal, flexionando-o<br />

para concor<strong>da</strong>r com aquilo que acham que é seu sujeito,<br />

mas que, de fato, é seu objeto direto. Assim, <strong>em</strong> vez<br />

de Houve muitos elogios à ilustre atriz, muitos escrev<strong>em</strong><br />

Houveram muitos elogios à ilustre atriz. Muitos elogios aí<br />

não é sujeito de haver, mas objeto direto, razão pela qual<br />

o verbo não vai para o plural. “Haver”, nesse caso, é defectivo,<br />

impessoal, s<strong>em</strong> sujeito, s<strong>em</strong> conjugação completa, o<br />

que o faz ficar s<strong>em</strong>pre na 3ª pessoa do singular.<br />

Com ideia de t<strong>em</strong>po, “haver” se refere ao passado e<br />

não pode pluralizar. Nesse caso, a identificação do seu sen-<br />

Glossário<br />

Cacofonia: (som desagradável).<br />

Eufonia: (som agradável).<br />

19


tido t<strong>em</strong>poral é fácil: basta substituí-lo pelo verbo “fazer”,<br />

que também não se pluraliza com essa acepção. Assim:<br />

Ela partiu há 30 dias! Ou Ela partiu faz 30 dias! Ou ain<strong>da</strong>:<br />

Naquela época já havia 30 dias que ela tinha partido! Ou<br />

Naquela época já fazia 30 dias que ela tinha partido!<br />

Saiba mais<br />

este texto trabalha as formas<br />

auxiliares do verbo “haver”,<br />

usado como verbo auxiliar e<br />

com o sentido de existir, ocorrer,<br />

acontecer e t<strong>em</strong>po. Também é<br />

defectivo, impessoal e irregular.<br />

S<strong>em</strong>pre manter as palavras <strong>em</strong> suas<br />

formas adota<strong>da</strong>s para a linguag<strong>em</strong><br />

atual. Usar s<strong>em</strong>pre “haver”, no<br />

pretérito, como seu derivado<br />

reaver: reouve, reouveste, ele<br />

reouve, reouv<strong>em</strong>os, reouvestes,<br />

reouveram. E não utilizar: eu reavi,<br />

ele reaveu, eles reaveram, etc.<br />

Ativi<strong>da</strong>des de<br />

aprendizag<strong>em</strong><br />

identificar as frases que se<br />

tornam mais especiais e substituir<br />

o verbo. Fazer uso do verbo<br />

“haver” com o sentido de existir,<br />

explorado na frase a seguir: Nesta<br />

casa existe alimento para todos.<br />

2.1.1 A preferência do<br />

presente<br />

Até o século XVIII, muitos usavam o<br />

auxiliar “haver”: hei amado, havia partido,<br />

hei sido, etc. De lá pra cá, “haver”<br />

v<strong>em</strong> perdendo prestígio como auxiliar.<br />

Hoje, poucos o prefer<strong>em</strong> a “ter” e só o<br />

usam para <strong>da</strong>r mais elegância à frase. A<br />

linguag<strong>em</strong> familiar quase não o usa. Porém,<br />

há um caso <strong>em</strong> que o auxiliar “haver”<br />

é imbatível: nas formas verbais que<br />

expressam forte desejo ou vontade,<br />

seja <strong>em</strong> que t<strong>em</strong>po for: hei de vencer!;<br />

haverei de conquistá-la!; Haveria de<br />

conseguir um dia!; Houvera de amá-la<br />

um dia! Nesse tipo de frase volitiva não<br />

cabe o verbo “ter”. É possível que esse<br />

uso do “haver” é que venha mantendo<br />

seu status de auxiliar.<br />

Fonte: Revista Língua Portuguesa, ano I, nº 8,<br />

pág. 58. Rio de Janeiro: Segmento, 2006.<br />

2.2 Como funciona o cin<strong>em</strong>a 3D<br />

O truque do cin<strong>em</strong>a 3D é colocar dois filmes quase<br />

iguais para ro<strong>da</strong>r (ca<strong>da</strong> um para um olho). As duas imagens,<br />

ao chegar<strong>em</strong> ao cérebro, são reuni<strong>da</strong>s. Desse jeito,<br />

o órgão cria a ilusão de que a cena adequa<strong>da</strong> na tela t<strong>em</strong><br />

alguma profundi<strong>da</strong>de.<br />

Esse efeito só acontece porque ca<strong>da</strong> olho gera uma<br />

imag<strong>em</strong> <strong>em</strong> 2D ligeiramente diferente. É essa diferença<br />

que nos dá capaci<strong>da</strong>de de enxergar distâncias e profundi<strong>da</strong>de.<br />

É o deslocamento produzido entre a imag<strong>em</strong> do<br />

olho esquerdo e o direito que nos faz ver <strong>em</strong> 3D.<br />

Os óculos são de policarbono<br />

e possu<strong>em</strong> lentes linearmente polariza<strong>da</strong>s,<br />

pareci<strong>da</strong>s com aquelas<br />

fotossensíveis (acinzenta<strong>da</strong>s). Elas<br />

funcionam como o filtro do projetor:<br />

selecionam as on<strong>da</strong>s de luz que são<br />

refleti<strong>da</strong>s pela tela pratea<strong>da</strong>. Ca<strong>da</strong><br />

uma só deixa passar um tipo de luz e<br />

foco de uma <strong>da</strong>s faixas do filme.<br />

São filmes com duas películas<br />

de 70 mm ca<strong>da</strong>. É o que existe de<br />

maior e mais resistente no mercado,<br />

quase dez vezes o tamanho do<br />

usado nas produções comuns, 35<br />

Atenção<br />

é necessário o uso dos óculos<br />

3D para assistir a filmes dessa<br />

natureza.<br />

Saiba mais<br />

a maior tela 3D do mundo fica <strong>em</strong><br />

Sidney, na Austrália e mede 29,42<br />

m de altura e 35,73 m de largura.<br />

São 1015 metros quadrados,<br />

o equivalente a um campo de<br />

futebol soçaite.<br />

20


Glossário<br />

3D – terceira dimensão; projetor<br />

– aparelho utilizado para projetar<br />

imagens na tela; película – filme; mm. Uma parte <strong>da</strong>s imagens pro-<br />

polariza<strong>da</strong>s – diferença de<br />

potencial elétrico estabeleci<strong>da</strong> jeta<strong>da</strong>s na vertical e a outra, na ho-<br />

entre dois eletrodos; aplica<strong>da</strong> rizontal. Ca<strong>da</strong> lente permite a pas-<br />

tensão de polarização - atrair para sag<strong>em</strong> de apenas uma direção de<br />

si; concentrar.<br />

on<strong>da</strong>s de luz.<br />

Os dois filmes corr<strong>em</strong> pelo mesmo projetor. Ca<strong>da</strong> faixa<br />

é direciona<strong>da</strong> a um olho na veloci<strong>da</strong>de de 24 frames<br />

por segundo. A tecnologia permite que o frame fique<br />

imóvel quando transmitido, evitando cenas tr<strong>em</strong>i<strong>da</strong>s ou<br />

borra<strong>da</strong>s. O projetor 3D pesa mais de uma tonela<strong>da</strong>, usa<br />

duas lâmpa<strong>da</strong>s de 15000 watts (um projetor comum usa<br />

lâmpa<strong>da</strong>s entre 2000 e 4000 watts). A luz é tão potente<br />

que, se o equipamento estivesse instalado na Lua, seria<br />

possível observá-la aqui <strong>da</strong> Terra.<br />

Fonte: Revista Galileu, nº 218, págs. 52-53. São Paulo: Globo, 2009.<br />

Mídias integra<strong>da</strong>s<br />

os estu<strong>da</strong>ntes dev<strong>em</strong> consultar<br />

sites e documentos voltados para<br />

divulgar informações acerca <strong>da</strong><br />

tecnologia 3D.<br />

Ativi<strong>da</strong>des de<br />

aprendizag<strong>em</strong><br />

procure assistir a filmes e<br />

exibições que contenham o<br />

sist<strong>em</strong>a 3D.<br />

2.3 M<strong>em</strong>ória <strong>em</strong> backup<br />

Amnésia não deve ser um probl<strong>em</strong>a<br />

<strong>em</strong> 2050. Aliás, de acordo<br />

com as previsões do diretor de<br />

futurologia <strong>da</strong> operadora de telecomunicações<br />

British Telecom, a<br />

morte também não. Já na metade<br />

do século, calcula Ian Pearson,<br />

será possível fazer download do conteúdo do cérebro<br />

humano para um computador. Por volta de 2080, essa<br />

tecnologia deverá, inclusive, ter um custo acessível a to<strong>da</strong>s<br />

as cama<strong>da</strong>s sociais.<br />

Viaj<strong>em</strong>? Pearson jura que não. Ele argumenta que é<br />

só olhar a veloci<strong>da</strong>de com que a tecnologia está avançando<br />

hoje. E cita como ex<strong>em</strong>plo o novo PlayStation 3,<br />

d<strong>em</strong>onstrado pelo fabricante Sony, que é 35 vezes mais<br />

poderoso que o anterior.<br />

Se o seu medo é ter de jogar suas ideias e sentimentos<br />

<strong>em</strong> uma caixa fria de bytes, não se preocupe. Muito<br />

antes disso – <strong>em</strong> 2020, estima o futurólogo – os computadores<br />

já poderão sentir <strong>em</strong>oções. É mais prudente se<br />

preocupar com seu gêmeo eletrônico à solta.<br />

Fonte: Revista Galileu, nº 168, pág. 20. São Paulo: Globo, 2005.<br />

Ativi<strong>da</strong>des de<br />

aprendizag<strong>em</strong><br />

as informações são importantes<br />

para nossa orientação<br />

na socie<strong>da</strong>de. Relacione<br />

equipamentos e utensílios<br />

utilizados na representação de<br />

mídias para exibição de filmes.<br />

21


Resumo<br />

Nesta aula, você aprendeu:<br />

• o <strong>em</strong>prego correto do verbo haver e suas formas<br />

irregulares utiliza<strong>da</strong>s diariamente;<br />

• a importância de conhecer a tecnologia 3D, sinal<br />

de evolução na comunicação no mundo;<br />

• informações sobre a m<strong>em</strong>ória <strong>em</strong> backup;<br />

• que os óculos 3D são de policarbono com lentes<br />

polariza<strong>da</strong>s, fotossensíveis (acinzenta<strong>da</strong>s);<br />

• informações de que, <strong>em</strong> 2020, os computadores<br />

já poderão sentir <strong>em</strong>oções.<br />

22


Objetivos<br />

Analisar a importância <strong>da</strong> narrativa ficcional <strong>em</strong> obras<br />

<strong>da</strong> literatura brasileira<br />

3.1 O dia que almocei com Marilyn<br />

L<strong>em</strong>bro-me do primeiro encontro com Marilyn <strong>em</strong><br />

Hollywood. Eu atravessava o pátio rumo à comissary <strong>da</strong> Fox,<br />

quando ela me agarrou e o cheiro de Chanel nº 5 me envolveu.<br />

Pod<strong>em</strong>os almoçar juntos? “Eu tinha o compromisso com uma<br />

inglesa s<strong>em</strong> graça, mas inteligente, Sybil Burton, mulher de Richard<br />

Burton. Eles estavam hiperdown, porque chegavam ao<br />

estúdio as notícias de Roma. Richard Burton estava apaixonado<br />

por Lis Taylor, os dois estavam filmando Cleópatra. Porém,<br />

eu an<strong>da</strong>va curioso, como todo mundo <strong>em</strong> Hollywood, a respeito<br />

de Marilyn que vinha tendo probl<strong>em</strong>as com o estúdio.<br />

Corria que seria man<strong>da</strong><strong>da</strong> <strong>em</strong>bora <strong>da</strong> Fox, porque o Zanuc e<br />

o Skouras a detestavam, a imprensa vivia cheia de fofocas sobre<br />

atrasos nas filmagens, depressões, casos amorosos com<br />

Kennedy.<br />

- Você me conhece... quer almoçar comigo... vai ver, enganou-se...<br />

devo ser parecido com alguém... sabe qu<strong>em</strong> sou?<br />

- Sei, tenho te visto pelo estúdio, an<strong>da</strong>ndo sozinho...<br />

walking around... adoro pessoas sozinhas, assim como eu!<br />

Eu tinha certeza de que era engano, mas entrei na comissary,<br />

disposto a comer um hadock com ervas. No dia anterior,<br />

tinha degustado um, esplêndido, ao lado de Audrey Hepburn<br />

e foi um vexame. O garçom colocou o ketchup uma vez que<br />

Leitura e Análise de Textos<br />

Narrativos e Ficcionais<br />

o americano não come s<strong>em</strong> ketchup (os manuais de re<strong>da</strong>ção<br />

aconselham a forma abrasileira<strong>da</strong> catchupe, to<strong>da</strong>via esta me<br />

parece imoral, l<strong>em</strong>bra-me “chupar o gato”). Querendo mostrar<br />

elegância, tentei devolver o ketchup (ou catchupe) ao garçom<br />

e derramei no vestido de Audrey. Ela vestia Givenchy, era<br />

uma elegância só. Com o molho vermelho no colo, Audrey não<br />

pestanejou, mostrou-se uma fair lady. “Quando acabarmos de<br />

comer, vamos ao departamento de vestuário e nos trocamos.”<br />

O que são roupas? O que me importa é a nossa conversação,<br />

Aldous”. Percebi que se referia a Aldous Ruxley, o inglês<br />

autor de “Admirável Mundo Novo” e “Ponto e Contraponto”.<br />

Ruxley passou uma t<strong>em</strong>pora<strong>da</strong> <strong>em</strong> Hollywood, escrevendo<br />

roteiros, porém era um hom<strong>em</strong> alto e meio vesgo, enquanto<br />

sou de estatura média (média? Baixa, convenhamos) e tenho<br />

os olhos direitos. “Seus olhos são lindos”, dizia-me Marilyn.<br />

“Você t<strong>em</strong> os olhos de Roberto Drummond”, ela acrescentou.<br />

Qu<strong>em</strong> seria este Drummond?<br />

In<strong>da</strong>guei a mim mesmo. S<strong>em</strong>pre que nos in<strong>da</strong>gamos, não<br />

obt<strong>em</strong>os resposta. Uma vez que se perguntamos é porque<br />

não sab<strong>em</strong>os e, se não sab<strong>em</strong>os, como vamos responder a<br />

nós mesmos? Anos mais tarde eu leria os livros deste escritor<br />

mineiro, porém naquela altura, 1961 ou 1962, Drummond era<br />

uma criança a soltar pipas e a jogar bolinhas de gude pelas<br />

ruas de Belo Horizonte. Por onde ia, carregava uma bandeira<br />

do Atlético, fanático. Era célebre por odiar a professora de geografia<br />

que o obrigava a dizer o nome <strong>da</strong>s estrelas do Cruzeiro<br />

do Sul. “O cruzeiro não t<strong>em</strong> estrelas”, rebatia o menino. No<br />

entanto, estas, na época, eram m<strong>em</strong>órias do futuro, e estou<br />

falando do passado.<br />

23


Marilyn pediu sala<strong>da</strong> verde, regou com molho thousand<br />

islands. Apanhava as folhas com as mãos, mastigando-as<br />

lentamente. Era sensual até para mastigar, enquanto o batom<br />

vermelho ia se manchando com o molho rosado. Minha<br />

vontade era lamber o molho, limpar aqueles lábios,<br />

porém eu poderia ser acusado de assédio sexual, ain<strong>da</strong><br />

que naquela época tal coisa não existisse. Vivíamos os<br />

anos 60, a libertação, a deliciosa promiscui<strong>da</strong>de, o f<strong>em</strong>inismo<br />

não acionava advogados, como hoje, quando olhar<br />

para uma mulher pode nos conduzir à prisão de Alcatraz.<br />

Desculp<strong>em</strong>-me, Alcatraz não existia mais, é que revi o filme<br />

com Burt Lancaster, “O hom<strong>em</strong> de Alcatraz”. A prisão s<strong>em</strong>pre<br />

me impressiona pelos anos <strong>em</strong> que ali estive. Minha<br />

fuga foi longamente planeja<strong>da</strong> e quando pretendia escrever<br />

um livro. Papillon escreveu minha história, mu<strong>da</strong>ndo o<br />

ambiente para a Ilha do Diabo. É mais do que provável que<br />

ele tenha sido traído pelo cérebro. Porque existe entre os<br />

marginais um código de ética que reza: “O t<strong>em</strong>po de sua<br />

pena é seu”, expressão de uma profundi<strong>da</strong>de agostiniana<br />

ex<strong>em</strong>plar. Refiro-me a Santo Agostinho, a qu<strong>em</strong> devo uma<br />

frase sobre Osvaldo França Júnior.<br />

Não se trata aqui de traição <strong>da</strong> m<strong>em</strong>ória, n<strong>em</strong> de adulteração<br />

proposital dos fatos, para se sair com bela figura. Papillon<br />

deve ter sido induzido ao erro por culpa do lóbulo t<strong>em</strong>poral<br />

mediano que, segundo pesquisas recentes, é capaz de produzir<br />

falsas m<strong>em</strong>órias. Há um interessante artigo a respeito<br />

neste mesmo jornal, do dia 18 de fevereiro, na seção “Ciência<br />

e Tecnologia”. O neurologista Daniel Shacter, de Harvard, trabalha<br />

buscando descobrir de que modo o nosso cérebro pro-<br />

duz falsas m<strong>em</strong>órias, tão freqüentes. Que produz, produz, foi<br />

constatado. Vejam a CPI <strong>da</strong>s precatórias. Portanto, se vocês<br />

considerar<strong>em</strong> que minhas estórias hollywoodianas (escolhi<br />

Hollywood por causa do Oscar que vai ser na segun<strong>da</strong> feira)<br />

são falsas, não é culpa minha. É do meu lóbulo t<strong>em</strong>poral mediano<br />

que age por conta própria, l<strong>em</strong>brando o que gostaria de<br />

ter vivido e não minha reali<strong>da</strong>de prosaica. Marilyn? Pois sim.<br />

Na minha vi<strong>da</strong> n<strong>em</strong> cheguei perto <strong>da</strong> diáfana Patrícia Pillar!<br />

Ignácio de Loyola Brandão.<br />

Fonte: O T<strong>em</strong>po, Belo Horizonte, 21 mar. 1997.<br />

Texto extraído de Ronald Claver. Escrever com<br />

Prazer, pág. 73-75. Belo Horizonte: Dimensão,<br />

1999.<br />

3.2 O texto ficcional<br />

Ficção, ato ou efeito de fingir;<br />

coisa imaginária; fantasia, criação.<br />

Fictício, é o mesmo que imaginário,<br />

simulado (Dicionário Aurélio,<br />

2000). Fingindo, o autor cria sua<br />

narrativa a ponto de torná-la convincente<br />

para que o leitor deguste<br />

suas palavras. O texto ficcional é a<br />

obra do criador diante de sua criatura.<br />

O romance, o conto, a fábula,<br />

a epopéia, a novela, são textos fic-<br />

Glossário<br />

Alcatraz: prisão americana onde a<br />

fuga era considera<strong>da</strong> impossível.<br />

Promiscui<strong>da</strong>de: agregado s<strong>em</strong><br />

ord<strong>em</strong>, n<strong>em</strong> distinção; misturado,<br />

confuso. Vesgo: estrábico; desvio<br />

ocular para dentro ou para fora,<br />

de modo que os eixos visuais se<br />

situam.<br />

Mídias integra<strong>da</strong>s<br />

algumas <strong>da</strong>s personagens cita<strong>da</strong>s<br />

no texto tiveram suas histórias<br />

registra<strong>da</strong>s <strong>em</strong> mídias. Vocês<br />

pod<strong>em</strong> pesquisar informações<br />

via internet, ver alguns filmes ou<br />

ler jornais e revistas que contam<br />

sobre seus trabalhos.<br />

24


Atenção<br />

a interação social é importante<br />

para o desenvolvimento do ser<br />

humano, para a manutenção do<br />

conhecimento e para facilitar seu<br />

convívio na socie<strong>da</strong>de.<br />

cionais trabalhados para atingir <strong>em</strong><br />

cheio o leitor, apreciador de estórias<br />

cria<strong>da</strong>s para o seu desenvolvimento<br />

intelectual. O romance está ain<strong>da</strong> <strong>em</strong><br />

evolução. Alguns exploram ações e<br />

outros mais descritivos. Uns que são<br />

histórias de amor e outros totalmente<br />

desprovidos de história amorosa<br />

(SAMUEL, 2000).<br />

A obra ficcional se torna atraente,<br />

pois se aperfeiçoa constant<strong>em</strong>ente,<br />

possibilitando inúmeras formas de<br />

interpretabili<strong>da</strong>de. Dessa forma, a fábula,<br />

o conto, o romance, fortalec<strong>em</strong><br />

o leitor a ca<strong>da</strong> dia com palavras que<br />

estimulam sua leitura e instigam a<br />

descoberta do enredo.<br />

O conto leva o leitor ao desfecho, com o clímax <strong>da</strong> história,<br />

com tensão máxima e descrições mínimas. O t<strong>em</strong>po e o<br />

espaço são mínimos e conta com poucos personagens. Tendo<br />

sido iniciado <strong>em</strong> narrativas religiosas, míticas, agregou<br />

seres do folclore, surgindo o fantástico na literatura, como<br />

os dragões, os duendes, as bruxas, as fa<strong>da</strong>s.<br />

Qualquer assunto pode se tornar um conto, obedecendo,<br />

é claro, a suas regras de economia na narrativa e<br />

Saiba mais<br />

Roberto Drummond se tornou um<br />

dos maiores e mais importantes<br />

escritores de Minas Gerais.<br />

Ativi<strong>da</strong>des de<br />

aprendizag<strong>em</strong><br />

assim, construa o relato de um<br />

provável encontro seu com<br />

alguma personali<strong>da</strong>de famosa.<br />

Informe como a personali<strong>da</strong>de<br />

se encontrava, sua vestimenta,<br />

seus cabelos, manias ou segredos.<br />

Acrescente detalhes, se é uma<br />

pessoa culta, fina, inteligente<br />

ou apenas uma aberração <strong>da</strong><br />

natureza, insuportável.<br />

de objetivi<strong>da</strong>de. As descrições, os diálogos, as reflexões<br />

do narrador, tudo se apresenta na justa medi<strong>da</strong>, a fim<br />

de prender a atenção do leitor e não desviá-lo do centro<br />

energético <strong>da</strong> narração (SAMUEL, 2000).<br />

Os personagens ficcionais são expostos perante a reali<strong>da</strong>de<br />

ficcional e enfrentam a dúvi<strong>da</strong> e a perplexi<strong>da</strong>de diante<br />

dos conflitos e <strong>da</strong>s situações <strong>em</strong> que se encontram. O<br />

romance t<strong>em</strong> como personagens homens, animais, fatos,<br />

coisas, objetos, desejos e ideias, atuando dentro de uma<br />

medi<strong>da</strong> t<strong>em</strong>poral e espacial determina<strong>da</strong>.<br />

3.2.1 Ideias ficcionais – conto: O ciclo<br />

Depois que terminaram, abriram as janelas do apartamento,<br />

sentiram uma leve brisa penetrando <strong>em</strong> seus corpos<br />

e viram que no céu a lua estava bonita e calma, o hom<strong>em</strong><br />

acendeu um cigarro e a mulher tomou o resto <strong>da</strong> bebi<strong>da</strong> acariciando-lhe<br />

a barba e olhando-o nos olhos que, negros e brilhantes,<br />

não se moviam. Entre eles, a não ser o chiar do vento<br />

ou o distante ruído dos carros, reinava o silêncio, e as palavras<br />

não eram necessárias porque naqueles breves instantes <strong>em</strong><br />

que se conheceram, e se amaram, o ciclo se tornou eterno.<br />

Carlos Herculano Lopes.<br />

Fonte: Carlos Herculano Lopes. Coração aos pulos. São Paulo: Record, 2001.<br />

25


Resumo<br />

Nesta aula, você aprendeu:<br />

• a importância e as etapas para realização de uma<br />

produção ficcional, como o conto e o romance;<br />

• a observar e delimitar t<strong>em</strong>as específicos para se<br />

construir o objeto de estudo;<br />

• as diferentes formas de caracterizar a narrativa<br />

ficcional, detalhes <strong>da</strong> narrativa;<br />

• os el<strong>em</strong>entos e procedimentos para elaboração<br />

de um romance e de um conto.<br />

Ativi<strong>da</strong>des de<br />

aprendizag<strong>em</strong><br />

a proposta a ser considera<strong>da</strong><br />

agora é a construção de um<br />

conto para enriquecimento de<br />

suas produções textuais. Façam<br />

opção por t<strong>em</strong>as relevantes a<br />

aspectos do cotidiano, pois estes<br />

tend<strong>em</strong> a facilitar o surgimento<br />

de novas ideias. Como sugestão:<br />

a lanchonete, o hotel, a pa<strong>da</strong>ria,<br />

o padeiro, a secretária, a<br />

benzedeira, o vaqueiro, o médico,<br />

a casinha de campo, a Lua, o Sol, a<br />

noite, o dia, enfim, t<strong>em</strong>as vastos e<br />

ricos para um conto recheado de<br />

pureza e significação.<br />

26


Objetivos<br />

Analisar a importância do texto e sua forma narrativa<br />

4.1 Identificando o texto narrativo<br />

O texto narrativo apresenta fatos vividos pelas personagens<br />

<strong>em</strong> determinado lugar e t<strong>em</strong>po. O contador<br />

<strong>da</strong> história é chamado de narrador, que diante dos fatos<br />

pode assumir duas posturas como: narrador-personag<strong>em</strong>,<br />

quando participa dos fatos, <strong>em</strong>pregando verbos e<br />

pronomes na 1ª pessoa, ou narrador-observador, quando<br />

apenas observa o desenrolar <strong>da</strong>s ações. Emprega verbos<br />

e pronomes na 3ª pessoa. O texto narrativo apresenta<br />

fatos sequenciais, relacionando causa e efeito.<br />

O texto narrativo descritivo caracteriza física e psicologicamente<br />

o personag<strong>em</strong>, com o objetivo de <strong>da</strong>r ao<br />

leitor uma imag<strong>em</strong> mais detalha<strong>da</strong> através de imagens,<br />

palavras, seres e lugares. Num texto narrativo acrescentamos<br />

um trecho descritivo, com o propósito de auxiliar<br />

o leitor nas identificações de lugar, espaço e t<strong>em</strong>po, com<br />

verbos no presente, no pretérito imperfeito do indicativo<br />

e verbos de estado, além de adjetivos e locuções que<br />

indicam cores, gestos, formas, cheiros, gostos, sons, sensações<br />

táteis.<br />

O Processo Narrativo<br />

O leitor é livre, maior, indepen-<br />

Ativi<strong>da</strong>des de<br />

dente: seu objetivo é menos com- aprendizag<strong>em</strong><br />

preender o livro do que compre-<br />

produzir uma narrativa com<br />

ender a si mesmo através do livro<br />

característica descritiva a partir<br />

(COMPAGNON, 2010). Por isso, a<br />

do conteúdo apresentado. Assim,<br />

tenha o t<strong>em</strong>a livre para sua<br />

narrativa tende a ser mais infor-<br />

melhor inspiração.<br />

mal e conquistadora para atingir<br />

seu objetivo.<br />

Segundo Samuel (2000), o romance, ao reinterpretar<br />

os outros gêneros, torna-os vivos, renovados e faz<br />

acrescentar à sua narrativa mecanismos que despertam<br />

o leitor para assuntos diversos, assim que os surg<strong>em</strong> no<br />

meio <strong>da</strong> dela. Por sua vez, esse mesmo texto narrativo se<br />

torna ca<strong>da</strong> vez mais forte e resistente ao t<strong>em</strong>po, servindo<br />

de base ou pilar para a sustentação de outros textos.<br />

4.1.1 O texto narrativo <strong>em</strong> fábula<br />

A fábula é um gênero narrativo que transmite um ensinamento<br />

por meio de história. Apresenta quatro el<strong>em</strong>entos<br />

essenciais: personagens principais, sequência<br />

dos fatos, t<strong>em</strong>po e espaço. As personagens são s<strong>em</strong>pre<br />

animais, numa narrativa curta <strong>em</strong> seus diálogos. A moral<br />

<strong>da</strong> história é uma frase que aparece no final do texto<br />

e sintetiza a ideia principal do texto, reproduzindo um<br />

provérbio, que é uma sentença de caráter popular a um<br />

27


grupo social, e de forma reduzi<strong>da</strong>, como: “Mais vale um<br />

pássaro na mão que dois voando”.<br />

De orig<strong>em</strong> que r<strong>em</strong>onta a tradição oral, sua linguag<strong>em</strong><br />

é bastante culta e formal. Algumas fábulas modernas<br />

adquiriram uma intenção humorística, com linguag<strong>em</strong><br />

mais informal ou coloquial.<br />

Ativi<strong>da</strong>des de<br />

aprendizag<strong>em</strong><br />

agora, caros alunos, a partir<br />

do conteúdo apresentado,<br />

produza uma fábula, com suas<br />

características. O t<strong>em</strong>a fica<br />

livre para que se sintam mais<br />

inspirados.<br />

Os verbos são <strong>em</strong>pregados no<br />

t<strong>em</strong>po pretérito perfeito e imperfeito<br />

do indicativo (narrou, narrava) <strong>em</strong> trechos<br />

direcionados ao narrador e, no<br />

presente do indicativo (narrei) quando<br />

indicar fala <strong>da</strong>s personagens.<br />

Fábulas de Esopo – o rato do campo e o rato<br />

<strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de<br />

Era uma vez um rato <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de que foi visitar o seu<br />

amigo rato que morava no campo. Enquanto esteve no<br />

campo, o rato <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de comeu apenas trigo, ervas e outros<br />

alimentos <strong>da</strong> roça.<br />

Ao ver a pobreza do rato do campo, o rato <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de<br />

convidou-o para que vivesse com ele para desfrutar <strong>da</strong>s<br />

maravilhas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de.<br />

Ao chegar<strong>em</strong> à ci<strong>da</strong>de, foram logo entrando na casa<br />

onde o rato morava. Na cozinha encontraram carnes,<br />

queijos e outras delícias. Isso chegou o cozinheiro... e<br />

os dois ratos tiveram que fugir às pressas pela fresta do<br />

armário. Quando voltaram para a cozinha, tiveram que<br />

fugir do gato.<br />

O rato do campo, vendo todo o perigo <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, disse<br />

então ao rato <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de: - prefiro comer trigo e ervas no<br />

campo a comer carnes e queijo na ci<strong>da</strong>de e não ter paz.<br />

Moral <strong>da</strong> história: Mais vale a paz de espírito do que<br />

to<strong>da</strong>s as riquezas.<br />

Fonte: Fábulas de Esopo. MW Editora e Ilustrações. s/d.<br />

4.2 Narrativas que nos orientam<br />

Ao nos depararmos com as receitas médicas, bulas<br />

de r<strong>em</strong>édios, receitas culinárias, bilhetes, cartas e outras<br />

formas de comunicação, receb<strong>em</strong>os também narrativas<br />

de fontes diversas e abrangências amplas, que favorec<strong>em</strong><br />

o surgimento de outras fontes narrativas.<br />

Numa receita culinária, por ex<strong>em</strong>plo, receb<strong>em</strong>os diversas<br />

informações. O texto é, portanto, informativo.<br />

Ain<strong>da</strong> assim, este mesmo texto nos faz uma breve narração<br />

descritiva a partir <strong>da</strong> indicação <strong>da</strong> sequência a ser estabeleci<strong>da</strong><br />

para se chegar ao ponto essencial do produto<br />

que se pretende fazer.<br />

28


Contudo, esse passo a passo favorece a compreensão<br />

do texto construído e permite criar o objeto de arte, na<br />

sua forma mais real possível. Assim, declaro ser de grande<br />

facili<strong>da</strong>de construir um texto narrativo.<br />

Vamos, então, à percepção dessas formas construtivas.<br />

4.2.1 Receita de Pizza de frango com pimentão<br />

Ingredientes: 3 Colheres de sopa de azeite de oliva – 250<br />

g de peito de frango picado – 1 pimentão vermelho picado<br />

– 1 xícara de chá de cebolinha verde pica<strong>da</strong> – 3 cogumelos<br />

shiitake picados – ½ pimenta malagueta pica<strong>da</strong> (opcional)<br />

– 1 disco de pizza – 3 colheres de sopa de coentro fresco<br />

picado (opcional) – sal e pimenta-do-reino.<br />

Modo de fazer: Preaqueça o forno. Aqueça metade do<br />

azeite numa frigideira grande e refogue o frango por alguns<br />

minutos. Junte a cebolinha, os cogumelos, a pimenta mala-<br />

Ativi<strong>da</strong>des de<br />

aprendizag<strong>em</strong><br />

caros alunos, mais uma proposta<br />

a ser aplica<strong>da</strong>. Desta vez, vocês<br />

dev<strong>em</strong> construir um texto<br />

narrativo descritivo, de modo a<br />

assimilar a compreensão do t<strong>em</strong>a<br />

estu<strong>da</strong>do no it<strong>em</strong> três, sobre<br />

culinária de sua região. Que venha<br />

a mais exótica receita. Então,<br />

vamos lá! Mãos à obra.<br />

gueta (se for usá-la) e mexa b<strong>em</strong>. Escorra<br />

o excesso de líquido do refogado<br />

e espalhe a mistura sobre o disco de<br />

pizza pincelado com o azeite restante.<br />

Distribua coentro picado por cima (se<br />

for usá-lo), polvilhe com sal e pimenta<br />

e leve para assar.<br />

Fonte: Mini cozinha. Pizzas assa<strong>da</strong>s e fritas. São<br />

Paulo: Melhoramentos, 2007.<br />

Resumo<br />

Nesta aula, você aprendeu sobre:<br />

• o texto narrativo descritivo e suas características<br />

estruturais;<br />

• a importância e as etapas para realização de um texto<br />

narrativo, o passo a passo para sua construção;<br />

• o texto informativo narrativo nas receitas de culinária;<br />

• narrativas que nos orientam;<br />

• o texto narrativo <strong>em</strong> fábulas;<br />

• o <strong>em</strong>prego de termos ajustados à leveza na construção<br />

do texto narrativo descritivo;<br />

• el<strong>em</strong>entos e procedimentos para elaboração de<br />

um texto.<br />

29


Objetivos<br />

Analisar a importância <strong>da</strong> narrativa ficcional <strong>em</strong> po<strong>em</strong>as<br />

modernistas na literatura brasileira, percebendo as<br />

diferentes formas de construção textual.<br />

5.1 O po<strong>em</strong>a<br />

A poesia que encanta é a mesma que adormece a<br />

criança e o adulto. Este, por sua vez, busca a consciência<br />

máxima para explorá-la. A utilização de el<strong>em</strong>entos<br />

fun<strong>da</strong>mentais para se construir uma poesia possibilita<br />

ao hom<strong>em</strong> encontrar maneiras diversas de agra<strong>da</strong>r às<br />

pessoas com o encanto merecido. Geralmente se constro<strong>em</strong><br />

as poesias a partir do <strong>em</strong>prego dos versos, que<br />

pod<strong>em</strong> ser agrupados <strong>em</strong> uma ou mais estrofes. Ca<strong>da</strong><br />

verso apresenta sua musicali<strong>da</strong>de, o que facilita a compreensão<br />

do po<strong>em</strong>a. Algumas figuras de linguag<strong>em</strong> são<br />

<strong>em</strong>prega<strong>da</strong>s com o propósito de tornar o po<strong>em</strong>a mais<br />

fascinante, criando efeitos de som e de imagens. Suas rimas<br />

aparec<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre ao final dos versos, combinando<br />

entre si a melodia, o ritmo, a rima. Também pode aparecer<br />

no meio dos versos, <strong>em</strong>pregando ou não os recursos<br />

sonoros adequados à sua interpretabili<strong>da</strong>de, como<br />

a aliteração (repete o mesmo fon<strong>em</strong>a consonantal), a<br />

assonância (repete o mesmo fon<strong>em</strong>a vocálico), a paro-<br />

Leitura e Análise de Textos<br />

Narrativos e Ficcionais – O Po<strong>em</strong>a<br />

nomásia (aproxima as palavras quanto à s<strong>em</strong>elhança na<br />

forma ou no som) e paralelismo (repetição de palavras<br />

ou frases de mesmo sentido).<br />

Carlos Alberto F. Brandão<br />

Fonte: BRANDÃO, C. A. F. Texto próprio, 2011.<br />

5.1.1 O po<strong>em</strong>a e sua forma moderna<br />

A construção de um po<strong>em</strong>a passa pela distribuição de<br />

termos técnicos e específicos para se chegar a uma narrativa<br />

que exprime a representação do prazer através <strong>da</strong><br />

escrita. A ca<strong>da</strong> verso que se faz, uma rima deve ser <strong>em</strong>prega<strong>da</strong><br />

para sua melhor combinação e ritmo, formando,<br />

assim, a melodia. Ca<strong>da</strong> linha do po<strong>em</strong>a representa<br />

um verso. Os versos agrupados formam a estrofe. Ca<strong>da</strong><br />

estrofe t<strong>em</strong> variados versos, não obedecendo a uma padronização.<br />

Assim, você poderá construir seu po<strong>em</strong>a de<br />

forma livre. Observe o número de versos <strong>em</strong> ca<strong>da</strong> estrofe:<br />

dístico: dois versos; terceto: três versos; quarta ou quarteto:<br />

quatro versos; quintilha: cinco versos; sexteto ou sextilha:<br />

seis versos; sétima ou septilha: sete versos; oitava: oito<br />

versos; nona: nove versos; décima: dez versos.<br />

Na cultura <strong>da</strong> língua portuguesa, há a construção do<br />

soneto, um po<strong>em</strong>a distribuído <strong>em</strong> quatro estrofes, sendo<br />

as duas primeiras <strong>em</strong> forma de quartetos e, as duas<br />

30


últimas <strong>em</strong> tercetos. Estes são chamados a chave do po<strong>em</strong>a,<br />

justamente por combinar o fechamento do po<strong>em</strong>a<br />

<strong>em</strong> concordância com as rimas anteriores.<br />

A métrica é estabeleci<strong>da</strong> pela medi<strong>da</strong> dos versos<br />

<strong>em</strong> sílabas poéticas, chama<strong>da</strong>s escansão. As vogais<br />

átonas são agrupa<strong>da</strong>s numa única sílaba e sua contag<strong>em</strong><br />

se dá até a última sílaba do verso. São chama<strong>da</strong>s<br />

sílabas poéticas. Os versos com mesma sílaba são versos<br />

regulares. A partir do século XX foi criado o verso<br />

livre, s<strong>em</strong> métrica específica. Dessa forma, os poetas<br />

se tornaram mais à vontade para criar seus po<strong>em</strong>as.<br />

Atualmente, as produções são varia<strong>da</strong>s e mex<strong>em</strong> com<br />

o imaginário popular a fim de estabelecer a comunicação<br />

e a leitura através dos po<strong>em</strong>as, de tamanhos<br />

variados e surpreendentes.<br />

Também suas construções são modificadoras, a ponto<br />

de estabelecer novos significados às palavras utiliza<strong>da</strong>s.<br />

Assim, o autor dá marg<strong>em</strong> para uma nova compreensão<br />

do po<strong>em</strong>a a partir de linguag<strong>em</strong> figura<strong>da</strong>, que é o <strong>em</strong>prego<br />

de linguag<strong>em</strong> diferente <strong>da</strong>quela que originalmente<br />

se <strong>em</strong>pregaria. O autor <strong>em</strong>prega, além de metáforas,<br />

as metonímias (substituição de uma palavra por outra),<br />

as antíteses (palavras de sentidos opostos) e os paradoxos<br />

(fusão de sentidos <strong>da</strong>s coisas).<br />

Como características básicas,<br />

o po<strong>em</strong>a deve ser construído <strong>em</strong><br />

versos, agrupados <strong>em</strong> estrofes, explorar<br />

a musicali<strong>da</strong>de, o ritmo, usar<br />

figuras de linguag<strong>em</strong> para causar<br />

sons, imagens, sentidos, estabelecer<br />

o predomínio <strong>da</strong> função poética<br />

com rimas no final ou até mesmo<br />

no meio dos versos, e utilizar-se de<br />

recursos sonoros para aumentar a<br />

percepção e proximi<strong>da</strong>de do leitor<br />

com o texto po<strong>em</strong>a.<br />

5.1.2 Textos colhidos como po<strong>em</strong>as<br />

Olhe para mim<br />

Colher palavras no galho <strong>da</strong> noite<br />

Ou melodias no vento<br />

São ofícios <strong>da</strong> arte que invento.<br />

Sou poeta doido<br />

Pintando no céu<br />

Um Sol amarelo,<br />

Uma chuva pratea<strong>da</strong><br />

Ou uma noite s<strong>em</strong> estrelas.<br />

Glossário<br />

Melodia: sucessão rítmica de sons<br />

simples, a intervalos diferentes,<br />

e com certo sentido musical;<br />

música agradável. Insônia:<br />

privação do sono; dificul<strong>da</strong>de para<br />

dormir. Desletrados: qu<strong>em</strong> não<br />

é versado <strong>em</strong> letras; analfabeto;<br />

Rota: caminho, rumo; Barrancas:<br />

margens de um rio; Epopeias:<br />

po<strong>em</strong>a longo sobre assunto<br />

grandioso e heróico.<br />

31


Sou cantor dos sábios,<br />

Dos mendigos<br />

Ou dos homens<br />

Que passam apressados<br />

Sou a voz dos silenciados,<br />

As palavras dos desletrados.<br />

Ao mesmo t<strong>em</strong>po sou abandono,<br />

Insônia, sou caos.<br />

Se te importas n<strong>em</strong> sou.<br />

Penso, logo desisto, n<strong>em</strong> insisto,<br />

Não me pegues pra Cristo<br />

Que eu posso ser mais que isso.<br />

Fonte: TEIXEIRA, Flávio. Ninguém num dia de São Nunca. Pág. 48. Divinópolis:<br />

Aquários, 2009.<br />

RIO<br />

Rota <strong>da</strong>s rotas de qu<strong>em</strong> busca seu destino<br />

E tromba nos sonhos s<strong>em</strong> entender o que se teve;<br />

Águas chega<strong>da</strong>s e águas rola<strong>da</strong>s, s<strong>em</strong> fim,<br />

Colhendo histórias para escrever epopéias.<br />

Do sol que nasce, brilhando e rebrilhando,<br />

Um espelho de vi<strong>da</strong> que mostra todo o céu;<br />

Se é noite, de lua ou escura, s<strong>em</strong> diferença:<br />

Dorme <strong>em</strong>balando tantos segredos e len<strong>da</strong>s.<br />

É sangue, é corpo, é alma que escorre,<br />

É um povo que se dilui <strong>em</strong> sau<strong>da</strong>des,<br />

Porque, mesmo indo nas águas majestosas,<br />

Deixa parte planta<strong>da</strong> nas barrancas seculares.<br />

Fonte: MELO, João Naves de. Viajando: Sete Portos. Pág. 11. São Francisco:<br />

Santo Antônio, 2003.<br />

Resumo<br />

Nesta aula, você aprendeu sobre:<br />

• a importância e as etapas<br />

para realização de um po<strong>em</strong>a,<br />

o passo a passo para<br />

sua construção;<br />

• <strong>em</strong>pregar termos ajustados<br />

à leveza na construção do<br />

po<strong>em</strong>a;<br />

• as vantagens e desvantagens<br />

<strong>da</strong> produção de textos<br />

narrativos;<br />

• a definição, os el<strong>em</strong>entos e<br />

procedimentos para elaboração<br />

de um po<strong>em</strong>a.<br />

Saiba mais<br />

estes textos apresentam<br />

formas poéticas modernas<br />

despreocupa<strong>da</strong>s de estilo e ritmo.<br />

Ao construir um po<strong>em</strong>a, dev<strong>em</strong>-se<br />

<strong>em</strong>pregar as palavras suav<strong>em</strong>ente<br />

para facilitar a compreensão e<br />

paixão do leitor pela poesia.<br />

Ativi<strong>da</strong>des de<br />

aprendizag<strong>em</strong><br />

produzir um texto poético<br />

com frases que represent<strong>em</strong> a<br />

harmonia entre o jogo de palavras<br />

e a combinação de termos.<br />

32


Objetivos<br />

Analisar a importância <strong>da</strong> argumentação <strong>em</strong> discursos<br />

orais e escritos<br />

6.1 O poder <strong>da</strong> argumentação<br />

Um pequeno grupo de amigos reunidos para uma com<strong>em</strong>oração<br />

comenta sobre os mais diversos assuntos <strong>da</strong><br />

atuali<strong>da</strong>de. Ca<strong>da</strong> jov<strong>em</strong> expõe seu ponto de vista sobre<br />

determinado trabalho. Dentre eles, um se manifesta com<br />

mais astúcia, <strong>em</strong> alta voz e convicto acerca do assunto<br />

<strong>em</strong> questão. Este é o principal debatedor e argumenta<br />

com o propósito de convencer aos seus amigos. Caracteriza,<br />

assim, a produção de um texto argumentativo oral<br />

com a finali<strong>da</strong>de de persuadir o interlocutor.<br />

O texto argumentativo oral objetiva defender um<br />

ponto de vista sobre um assunto, expõe suas ideias com<br />

argumentos e opõe-se às ideias dos interlocutores. Ain<strong>da</strong><br />

apresenta marcas de orali<strong>da</strong>de, com linguag<strong>em</strong> culta<br />

ou coloquial, sendo menos ou mais formal. As pessoas<br />

Glossário<br />

argumentos: raciocínio pelo qual<br />

se tira uma consequência ou<br />

conclusão. Persuadir: levar a crer<br />

ou a aceitar; induzir, convencer.<br />

Astúcia: habili<strong>da</strong>de <strong>em</strong> enganar.<br />

Produção de Textos: O Texto<br />

Argumentativo Oral e Escrito<br />

que possu<strong>em</strong> o dom <strong>da</strong> argumentação<br />

são marca<strong>da</strong>s pela capaci<strong>da</strong>de<br />

de formular ideias rápi<strong>da</strong>s<br />

e convictas. Estas se utilizam de<br />

verbos no t<strong>em</strong>po presente e adota<br />

expressões que marcam pela imponência de opiniões,<br />

como “tenho o propósito de, a minha segurança está<br />

<strong>em</strong>, a minha opinião deve, acredito <strong>em</strong>, sou mais a ideia<br />

central” e outras.<br />

O argumento convincente pode trazer até você o <strong>em</strong>prego<br />

que pretende. Na sequência, pode levá-lo a cargos<br />

de gerência pretendi<strong>da</strong>, podendo tornar-se um executivo<br />

de alta companhia. O texto argumentativo oral é<br />

apresentado através <strong>da</strong> mídia televisiva, causando impacto<br />

por suas funções fáticas e expressivas.<br />

O texto argumentativo escrito, por sua vez, t<strong>em</strong> característica<br />

persuasiva, com tendência a defender um ponto<br />

de vista com o <strong>em</strong>prego de ar-<br />

gumentos. Sua linguag<strong>em</strong> deve ser<br />

assegurar o padrão culto <strong>da</strong> língua<br />

portuguesa, apresentando o autor<br />

<strong>em</strong> 1ª pessoa ou sendo impessoal,<br />

na 3ª pessoa do singular, conforme<br />

sejam os seus interlocutores.<br />

Também deve apresentar uma estrutura<br />

básica, com introdução ao<br />

conteúdo, o desenvolvimento do<br />

assunto, com ideias convincentes,<br />

e a conclusão, que deve ser a confirmação<br />

<strong>da</strong> ideia principal.<br />

Saiba mais<br />

Você t<strong>em</strong> argumento<br />

convincente? Este texto apresenta<br />

propostas para se tornar convicto<br />

diante de assuntos que são<br />

importantes para a socie<strong>da</strong>de.<br />

Mantenha o padrão culto <strong>da</strong><br />

língua portuguesa. Apresente<br />

marcas de orali<strong>da</strong>de. Formule<br />

ideias rápi<strong>da</strong>s e convictas. Utilize<br />

verbos no presente e expressões<br />

que marcam pelas opiniões.<br />

33


Ativi<strong>da</strong>des de<br />

aprendizag<strong>em</strong><br />

o argumentativo oral apresentado<br />

através <strong>da</strong> mídia televisiva causa<br />

impacto no telespectador. Você,<br />

certamente, já foi surpreendido<br />

com alguma mensag<strong>em</strong> televisiva.<br />

Descreva que mensag<strong>em</strong> o<br />

convence a ponto de adquirir tal<br />

produto ou repassá-la adiante<br />

satisfatoriamente.<br />

Para a construção de projetos de<br />

natureza científica requisitados pelas<br />

universi<strong>da</strong>des para acesso a programas<br />

de pós-graduação, deve-se<br />

construir um projeto que tenha estrutura<br />

basea<strong>da</strong> <strong>em</strong> texto argumentativo<br />

escrito.<br />

6.1.1 Texto argumentativo escrito: escudo<br />

de time<br />

QUADRO 1<br />

Texto Argumentativo Escrito: Escudo de Time<br />

Introdução Desenvolvimento Conclusão<br />

1º parágrafo: O<br />

escudo de um clube<br />

é um signo essencial<br />

para a sua identificação<br />

no esporte.<br />

2º e 3º parágrafos: Os escudos<br />

são como a identi<strong>da</strong>de<br />

dos clubes e permit<strong>em</strong> a<br />

identificação de torcedores<br />

consigo.<br />

4º e 5º parágrafos: torcedores<br />

apresentam os escudos<br />

nas camisas para exaltar seu<br />

fanatismo, beijando-os e se<br />

enrolando nas bandeiras.<br />

Fonte: BRANDÃO, C. A. F. Texto próprio, 2011.<br />

6º parágrafo: No estádio, a<br />

torci<strong>da</strong> se contenta <strong>em</strong> aparecer<br />

no telão e exibir o escudo<br />

para as câmeras. Chega a perder<br />

o interesse pela parti<strong>da</strong>.<br />

FIGURA 1: Escudo do Esportivo Futebol Clube<br />

Fonte: BRANDÃO, C. A. F. Arquivo pessoal, extraído de camisa, 2011.<br />

6.2 Técnicas para coordenação de<br />

debate<br />

O moderador de um debate deve ter conhecimento<br />

amplo acerca <strong>da</strong>s técnicas estabeleci<strong>da</strong>s para ser coordenador.<br />

Algumas discussões pod<strong>em</strong> ficar ríspi<strong>da</strong>s, fugir<br />

do controle, se tornar agita<strong>da</strong>s. O moderador ou mediador<br />

do debate pode tentar melhorar a quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s<br />

discussões com lisura e imparciali<strong>da</strong>de para assegurar a<br />

participação dos convi<strong>da</strong>dos.<br />

34


Ao moderador cabe usar de sua capaci<strong>da</strong>de para realizar<br />

a abertura e o fechamento, b<strong>em</strong> como a organização<br />

do evento, apresentando as razões do debate. Primeiramente,<br />

deve cumprimentar o público prestigiante.<br />

Apresentação do assunto deve ser de imediato ao início<br />

dos trabalhos. Justificar sua realização, importância e<br />

atuali<strong>da</strong>de e comentar posições divergentes no evento.<br />

Apresentar as regras do debate, discuti-las ou submetê-las<br />

à aprovação <strong>da</strong> platéia: o t<strong>em</strong>po total, o t<strong>em</strong>po do debatedor,<br />

o direito de réplica e tréplica. Cabe também avaliar se a<br />

platéia pode ou não participar <strong>da</strong>s discussões.<br />

Se a platéia tiver participação, é o moderador qu<strong>em</strong><br />

cede a palavra, ou pela ord<strong>em</strong> de inscrição. Ao encerramento,<br />

o mediador deve conceder um minuto para breve<br />

comentário de ca<strong>da</strong> um dos convi<strong>da</strong>dos, fazer uma<br />

síntese dos debatedores. Por último, não pode se esquecer<br />

de se despedir do público.<br />

Para melhor atuação como moderador, este deve, por<br />

sua vez, participar do processo de discussão, estimulando<br />

o debatedor com expressões motivantes, in<strong>da</strong>gações<br />

e ênfase, colocando a platéia na reta <strong>da</strong>s discussões, perguntando<br />

se ficou claro, ou se ain<strong>da</strong> ficou alguma dúvi<strong>da</strong>.<br />

Deve alertar o convi<strong>da</strong>do sobre os argumentos apresentados,<br />

se estão repetidos e agradecer a participação<br />

do debatedor.<br />

Verificar a questão de ord<strong>em</strong> do debate, se o t<strong>em</strong>po<br />

está dentro do planejado, respeitado o direito de réplica<br />

ou tréplica, submeter a questão de ord<strong>em</strong> à opinião <strong>da</strong><br />

platéia. Dev<strong>em</strong>-se fazer as inscrições do público e anotar<br />

os principais argumentos apresentados para com eles fazer<br />

o fechamento do debate.<br />

Resumo<br />

Nesta aula, você aprendeu que:<br />

• o texto argumentativo oral objetiva defender<br />

um ponto de vista sobre um assunto, expõe suas<br />

ideias com argumentos e opõe-se às ideias dos interlocutores;<br />

• o texto argumentativo escrito t<strong>em</strong> característica<br />

persuasiva, defende um ponto de vista com argumentos.<br />

Linguag<strong>em</strong> culta, <strong>em</strong> 1ª pessoa ou impessoal,<br />

na 3ª pessoa;<br />

• t<strong>em</strong> que constar a introdução, desenvolvimento e<br />

conclusão para elaboração de um texto argumentativo<br />

escrito;<br />

• ao moderador de um debate cabe usar de sua capaci<strong>da</strong>de<br />

para realizar a abertura e o fechamento,<br />

b<strong>em</strong> como a organização do evento, apresentando<br />

suas razões;<br />

35


• o moderador deve ter conhecimento amplo acerca<br />

<strong>da</strong>s técnicas estabeleci<strong>da</strong>s para coordenar um<br />

debate;<br />

• a apresentação do assunto deve ser no início dos<br />

trabalhos;<br />

• a realização, importância e atuali<strong>da</strong>de dev<strong>em</strong> ser<br />

justifica<strong>da</strong>s;<br />

• as regras do debate dev<strong>em</strong> ser apresenta<strong>da</strong>s discuti<strong>da</strong>s<br />

ou submeti<strong>da</strong>s à aprovação <strong>da</strong> plateia;<br />

• o t<strong>em</strong>po total, o t<strong>em</strong>po do debatedor, o direito de<br />

réplica e tréplica também;<br />

• ao moderador cabe avaliar se a platéia pode ou<br />

não participar <strong>da</strong>s discussões;<br />

• o moderador deve participar <strong>da</strong> discussão, com<br />

expressões motivantes, in<strong>da</strong>gações e ênfase;<br />

• deve-se alertar o convi<strong>da</strong>do sobre seus argumentos<br />

e agradecer sua participação.<br />

Ativi<strong>da</strong>des de<br />

aprendizag<strong>em</strong><br />

escreva um texto argumentativo<br />

com base no conteúdo <strong>da</strong> aula.<br />

Oriente-se pelas dicas conti<strong>da</strong>s no<br />

resumo do conteúdo. Escolha um<br />

t<strong>em</strong>a sugestivo e atraente. Que<br />

seja sobre o turismo na região,<br />

produtos agropecuários, aviação<br />

civil, veículos, eletrônicos ou<br />

outras fontes à sua escolha.<br />

36


Objetivos<br />

Analisar a importância do argumento como opinião<br />

váli<strong>da</strong> para a construção de textos como mensag<strong>em</strong>.<br />

7.1 A opinião nos textos<br />

Um texto é fun<strong>da</strong>mentado quando reúne opiniões<br />

acerca de variados argumentos, quando expressam suas<br />

opiniões, julgamentos pessoais. Algumas pesquisas reflet<strong>em</strong><br />

opiniões acerca de constatações reais de algum<br />

probl<strong>em</strong>a social evidente. Índices na educação, na saúde,<br />

no trabalho, nas moradias, ruas, ci<strong>da</strong>des ou outras<br />

fontes, serv<strong>em</strong> como ver<strong>da</strong>des absolutas, capazes de<br />

modificar a visão do ser humano sobre o mundo.<br />

Um texto argumentativo pode apresentar <strong>da</strong>dos objetivos<br />

e opiniões, ou agregar as duas funções <strong>em</strong> sua estrutura,<br />

possibilitando, assim, deixá-lo mais persuasivo.<br />

O cantor e compositor Zeca Baleiro tece opiniões<br />

acerca de invenções de outrora, que hoje <strong>em</strong> dia caíram<br />

no desuso.<br />

Glossário<br />

Acompanhe o texto!<br />

engenhoso: que t<strong>em</strong> habili<strong>da</strong>de;<br />

destreza. Desmagnetiza<strong>da</strong>s:<br />

não imanta<strong>da</strong>s. Patente:<br />

aberto, franqueado, acessível.<br />

Famigera<strong>da</strong>s: de muita fama,<br />

sobretudo quando má.<br />

Produção de Textos: O Texto<br />

Argumentativo Escrito: a Opinião<br />

Sobre o T<strong>em</strong>a<br />

Invenções divinas e invenções do diabo<br />

O século passou rápido d<strong>em</strong>ais. Tão rápido que n<strong>em</strong> nos<br />

d<strong>em</strong>os conta de quão geniais foram alguns inventos e descobertas.<br />

Escrevo isso depois de que<strong>da</strong>r-me boquiaberto diante<br />

<strong>da</strong> engenhosi<strong>da</strong>de de um (já aos olhos primitivos) abridor de<br />

latas. Isso porque precisei de um. Que simples, que inteligente,<br />

que preciosa invenção. Segundo relatos, o primeiro abridor<br />

de latas inventado parecia uma cruza de baioneta com<br />

foice e <strong>da</strong>ta <strong>da</strong> segun<strong>da</strong> metade do século XIX. O abridor, tal<br />

como se conhece hoje, é criação do americano William Lyman,<br />

patentea<strong>da</strong> <strong>em</strong> 1870.<br />

Tenho pela máquina de escrever – um invento, assim como<br />

o abridor, ultrapassado – um carinho de jornalista aposentado.<br />

Guardo comigo uma Olivetti Lettera 32, com a qual escrevi<br />

algumas de minhas primeiras letras de canções. Meus filhos<br />

olham para ela como se tivesse sido retira<strong>da</strong> do acervo do hom<strong>em</strong><br />

de Neanderthal. Mas a máquina de escrever não é uma<br />

invenção tão antiga quanto o advento do computador pessoal<br />

a fez parecer. Sua primeira patente <strong>da</strong>ta do século XVIII e foi<br />

concedi<strong>da</strong> ao inventor Henry Mill. Um século depois o invento<br />

de Mill foi aperfeiçoado, mas as tentativas, segundo consta,<br />

estavam mais próximas de um piano que de uma máquina<br />

de escrever. Sua autoria passa a ser disputa<strong>da</strong> por inventores<br />

americanos, franceses e até um brasileiro, o padre paraibano<br />

Francisco João de Azevedo, que, conta a len<strong>da</strong>, teve sua patente<br />

rouba<strong>da</strong> por três inventores americanos, que a teriam<br />

apresentado à firma R<strong>em</strong>ington, fabricante de armas. Daí por<br />

diante a história é imaginável.<br />

37


A correria tecnológica transformou muito rapi<strong>da</strong>mente <strong>em</strong><br />

obsoletos objetos relativamente modernos – basta ver a primeira<br />

geração de celulares, parec<strong>em</strong> apetrechos medievais. Monitores<br />

compactos parec<strong>em</strong> fogões à lenha. Assim é também com as<br />

máquinas fotográficas anteriores ao advento <strong>da</strong>s digitais.<br />

Curioso é que, no mesmo ritmo <strong>em</strong> que as engenhocas<br />

evolu<strong>em</strong> freneticamente, uma certa “febre vintage” assola<br />

a humani<strong>da</strong>de. Nunca se viu tantos produtos a replicar modelos<br />

antigos – desde carros até geladeiras, instrumentos<br />

musicais, roupas, móveis, acessórios de mo<strong>da</strong> e o diabo a<br />

quatro. Talvez isso possa ser explicado por uma série de<br />

nostalgia atávica <strong>da</strong> raça humana, eternamente dividi<strong>da</strong><br />

entre o ímpeto com que avança para o futuro e a sau<strong>da</strong>de<br />

vã com que olha para o passado.<br />

Assim como as invenções fantásticas, algumas <strong>da</strong>s quais mencionei<br />

acima, há outras que são ver<strong>da</strong>deiras invenções do diabo.<br />

A expressão “invenção do diabo” faz presumir que o diabo vive a<br />

criar coisas para atormentar-nos, pobres mortais. Isso me leva a<br />

deduzir que é engenhoso então o coisa-ruim <strong>em</strong> seus inventos,<br />

tamanho o inferno que causam <strong>em</strong> nossas vi<strong>da</strong>s.<br />

Citarei então alguma de minha (não) predileção, mas a lista<br />

pode ser aumenta<strong>da</strong>: pires com o buraco <strong>da</strong> xícara fora do<br />

centro – para quê, me pergunto, já que a função do pires seria<br />

enquadrar a xícara?..., etiquetas de bagag<strong>em</strong> de mão, que<br />

antes, b<strong>em</strong> antes do <strong>em</strong>barque você já terá deixado cair distraído<br />

enquanto toma um café; chaves de hotel magnéticas,<br />

que fatalmente estarão desmagnetiza<strong>da</strong>s quando você voltar<br />

às duas <strong>da</strong> manhã., cansado, com sono e dois degraus acima<br />

<strong>da</strong> normali<strong>da</strong>de; talher e peixe (uma inutili<strong>da</strong>de completa) e<br />

as famigera<strong>da</strong>s janelas persianas, aquelas de enrolar, certamente<br />

cria<strong>da</strong>s por algum d<strong>em</strong>ônio persa com a finali<strong>da</strong>de de<br />

testar a santa paciência dos cristãos.<br />

Zeca Baleiro.<br />

Fonte: ISTOÉ. Nº 2095, pág. 90, jan/2010. Coluna<br />

Última Palavra.<br />

7.2 Apresentação de<br />

texto argumentativo:<br />

opinião<br />

Acompanhe o texto extraído do<br />

Jornal Hoje <strong>em</strong> Dia, Coluna Minas,<br />

27.06.2011, construído pelos jornalistas<br />

Daniel Antunes, Ricardo<br />

Beghini e Girleno Alencar, sob o título<br />

Hidrantes <strong>em</strong> xeque, sobre a<br />

implantação de hidrantes nas principais<br />

ci<strong>da</strong>des do Estado, devido a<br />

possíveis causas de incêndio nestas<br />

regiões. Dados apontam que foram<br />

atendi<strong>da</strong>s mais 17000 ocorrências<br />

de incêndios, como queima<strong>da</strong>s <strong>em</strong><br />

vegetação e lotes vagos. Afirmam<br />

que muitos hidrantes estão inope-<br />

Saiba mais<br />

a evolução tecnológica está<br />

modificando seus hábitos?<br />

Acompanhe esse progresso e<br />

se situe. Não deixe de visitar<br />

objetos antigos e similares<br />

modernos, suas modificações,<br />

como por ex<strong>em</strong>plo, o ventilador, o<br />

computador, a moto e outros.<br />

Ativi<strong>da</strong>des de<br />

aprendizag<strong>em</strong><br />

assim como há invenções<br />

fantásticas, há outras que são<br />

ver<strong>da</strong>deiras invenções do diabo.<br />

Essa expressão “invenção do<br />

diabo” faz presumir que algumas<br />

coisas cria<strong>da</strong>s nos atormentam,<br />

s<strong>em</strong> deixar clara sua razão de<br />

existir. Assim, relate num pequeno<br />

texto argumentativo que objeto<br />

tira o seu sono, a sua paciência,<br />

s<strong>em</strong> justificar a que veio.<br />

38


antes devido a van<strong>da</strong>lismos, obstrução de sujeira e furto<br />

de peças, o que dificulta a ação do Corpo de Bombeiros.<br />

Nas ci<strong>da</strong>des históricas e Minas Gerais apenas cinco<br />

(Diamantina, Itabira, Ouro Preto, Sabará e São João Del<br />

Rei) possu<strong>em</strong> uni<strong>da</strong>des do Corpo de Bombeiros.<br />

Ci<strong>da</strong>des-polo reivindicam mais equipamentos<br />

contra incêndio<br />

Em governador Vala<strong>da</strong>res menos <strong>da</strong> metade dos 32 hidrantes<br />

espalhados pelas ruas e aveni<strong>da</strong>s <strong>da</strong> principal ci<strong>da</strong>de<br />

do Vale do Rio Doce funciona, conforme relatório feito pelo<br />

Corpo de Bombeiros. Dos seis que ficam na Região Central<br />

do município, apenas um está <strong>em</strong> condições de uso. A precarie<strong>da</strong>de<br />

dos equipamentos e a necessi<strong>da</strong>de de instalar mais<br />

hidrantes no município foram t<strong>em</strong>a de uma reunião entre<br />

representantes do corpo de Bombeiros e do Serviço autônomo<br />

de Água e Esgoto (Saae). “Poderia haver mais hidrantes”,<br />

admitiu o tenente bombeiro George Sant’Ana. Segundo ele,<br />

a falta de equipamentos ain<strong>da</strong> não comprometeu o atendimento<br />

<strong>da</strong> corporação, que dispõe de caminhões capazes de<br />

armazenar até 10 mil litros de água. “Conseguimos reverter<br />

a falta de hidrantes com dois ou mais caminhões no atendimento”,<br />

diz. A Prefeitura de Governador Vala<strong>da</strong>res informa<br />

que 17 equipamentos foram recuperados. Os trabalhos já duram<br />

dois meses. Outra ci<strong>da</strong>de-polo do Estado, Juiz de Fora,<br />

na Zona <strong>da</strong> Mata, estudos do Corpo de Bombeiros apontam a<br />

necessi<strong>da</strong>de de pelo menos mais 54 hidrantes. Pelo menos 17<br />

são considerados essenciais, pois seriam localizados <strong>em</strong> pontos<br />

críticos do Centro, com grande concentração de edifícios,<br />

construções antigas, depósitos e circulação de pessoas. Atualmente,<br />

exist<strong>em</strong> 22 hidrantes na área central. Juiz de Fora t<strong>em</strong><br />

516 mil habitantes, cerca de 200 bairros e conta com 63 hidrantes.<br />

Já no Norte de Minas, Montes Claros t<strong>em</strong> 12 hidrantes<br />

inoperantes, segundo levantamento do Corpo de Bombeiros.<br />

Cinco deles estão na Aveni<strong>da</strong> Lincoln Antônio dos Santos,<br />

no Distrito Industrial, próximo a <strong>em</strong>presas de grande porte.<br />

A ci<strong>da</strong>de t<strong>em</strong> 63 hidrantes, segundo o tenente Wan Jonhson<br />

Araújo Maia, coman<strong>da</strong>nte do Grupo de Prevenção. O Corpo<br />

de Bombeiros propõe a instalação de mais quatro hidrantes<br />

nas proximi<strong>da</strong>des do Centro de Internação do Menor – pois<br />

existe a possibili<strong>da</strong>de de acontecer uma rebelião e o hidrante<br />

mais próximo fica a três quilômetros; do Mercado Municipal,<br />

no Bairro Canelas; do Montes Claros Shopping Center; e na<br />

Aveni<strong>da</strong> José Correa Machado, onde exist<strong>em</strong> muitas facul<strong>da</strong>des<br />

e o Ibituruna Center.<br />

Daniel Antunes, Ricardo Beghini e Girleno Alencar<br />

Fonte: Jornal Hoje <strong>em</strong> Dia, 27.06.2011, Coluna Minas, Pág. 8.<br />

Ativi<strong>da</strong>des de aprendizag<strong>em</strong><br />

apresente sugestão sobre ocorrência<br />

que pode causar transtorno à população<br />

<strong>em</strong> sua ci<strong>da</strong>de. Identifique os pontos<br />

críticos e as consequências prováveis,<br />

descrevendo, assim, seu argumento, sua<br />

opinião. Vamos lá! É só começar.<br />

39


Resumo<br />

Nesta aula, você aprendeu:<br />

• sobre a produção de argumentos para se produzir<br />

opiniões a respeito de determinado assunto;<br />

• a delimitar um t<strong>em</strong>a de pesquisa e o objeto de<br />

estudo fun<strong>da</strong>mentando opiniões;<br />

• como se utilizar de situações do cotidiano para assumir<br />

sua postura crítica argumentativa;<br />

• a definição, os el<strong>em</strong>entos e procedimentos para<br />

elaboração de um texto argumentativo com opiniões<br />

diretas.<br />

40


Objetivos<br />

Conhecer o diferencial dos gêneros textuais como comunicação<br />

8.1 A Notícia, a Entrevista e a Reportag<strong>em</strong>:<br />

definição de gêneros<br />

Sab<strong>em</strong>os todos que os meios de comunicação são, atualmente,<br />

diversificados, proporcionando muitas maneiras<br />

de se produzir um texto voltado para as classificações de<br />

notícia, entrevista e reportag<strong>em</strong>. O meio investigativo se<br />

abre para muitas análises através do meio comunicativo.<br />

Estabelecer e proporcionar ao leitor uma boa leitura<br />

é dever de pessoas altamente experientes no papel<br />

de transcrever os acontecimentos <strong>em</strong> t<strong>em</strong>po real e fazer<br />

chegar ao leitor <strong>em</strong> t<strong>em</strong>po hábil para sua busca incessante<br />

de informações.<br />

O mecanismo <strong>da</strong> notícia passa pela oportuni<strong>da</strong>de <strong>em</strong><br />

divulgá-la de imediato ao ocorrido. Ela nos informa sobre<br />

um determinado fato que acaba de acontecer. Torna-se<br />

simples por sua essência e forma e visa a atingir a todos,<br />

numa narrativa que aponta para o fato, as pessoas envolvi<strong>da</strong>s,<br />

o lugar, o t<strong>em</strong>po, como ocorreu e por quê.<br />

É necessária a estrutura <strong>da</strong> notícia, que é o corpo<br />

do texto e as respostas, encontra<strong>da</strong>s no lead para as<br />

Definindo Textos Informativos<br />

como a Notícia, a Entrevista e<br />

a Reportag<strong>em</strong><br />

perguntas: o quê, qu<strong>em</strong>, quando, Glossário<br />

onde, como e por quê. Deve cons-<br />

referencial: que constitui<br />

tar também o título e predominar<br />

referência; função <strong>da</strong> linguag<strong>em</strong><br />

a linguag<strong>em</strong> referencial, de acordo<br />

<strong>em</strong> que predomina a informação.<br />

Lead: é o corpo do texto. Mídia:<br />

com o padrão culto <strong>da</strong> língua, <strong>em</strong><br />

veículo de comunicação.<br />

linguag<strong>em</strong> impessoal, clara, objetiva<br />

e precisa.<br />

Numa entrevista coletam-se opiniões de pessoas sobre<br />

um determinado assunto que está <strong>em</strong> evidência. Divulga,<br />

também, informações de pessoas, do meio cultural, científico,<br />

religioso ou político, como artistas e famosos.<br />

Em sua estrutura consta título, subtítulo e uma introdução<br />

brevíssima com informações sobre o entrevistado<br />

e o assunto. Identificação de entrevistado e entrevistador,<br />

ou representação na mídia. Linguag<strong>em</strong> culta com variações<br />

conforme entrevistado, visando a deixá-lo mais à<br />

vontade. Falar pausa<strong>da</strong>mente para inserir um ritmo na<br />

conversa. O <strong>em</strong>prego de verbos no presente é essencial.<br />

A reportag<strong>em</strong> amplia os horizontes <strong>da</strong> notícia, levando<br />

ao leitor mais informações. Amplia o fato acrescentando<br />

opiniões e versões sobre o t<strong>em</strong>a. Não t<strong>em</strong> uma<br />

estrutura fixa, o que permite acrescentar depoimentos,<br />

entrevistas, opiniões, resumos de textos, colocando um<br />

título para destacar o fato <strong>da</strong> notícia.<br />

Com linha de comunicação clara, dinâmica de acordo 41<br />

com o padrão culto <strong>da</strong> língua. O repórter pode comen-


Saiba mais<br />

o jornal de sua ci<strong>da</strong>de costuma<br />

d<strong>em</strong>onstrar imparciali<strong>da</strong>de? A<br />

notícia deve ser livre. Observar a<br />

linha de comunicação do veículo<br />

local.<br />

tar sobre determinado assunto d<strong>em</strong>onstrando<br />

sua interpretação e<br />

deixando a impessoali<strong>da</strong>de.<br />

A reportag<strong>em</strong> costuma aprofun<strong>da</strong>r<br />

mais sobre fatos de interesse<br />

público com opiniões e versões<br />

diferentes. Há uma ligação entre o<br />

fato central e fatos extras através<br />

de fotos e meios de citações. Predomina<br />

a função referencial <strong>da</strong> linguag<strong>em</strong>, de forma impessoal,<br />

direta e objetiva, conforme o padrão culto <strong>da</strong><br />

língua portuguesa.<br />

Ativi<strong>da</strong>des de<br />

aprendizag<strong>em</strong><br />

elaborar um texto que produza<br />

informações reais. Pode ser uma<br />

notícia, uma reportag<strong>em</strong> ou uma<br />

entrevista.<br />

Resumo<br />

Houve nesta aula, abor<strong>da</strong>g<strong>em</strong> acerca <strong>da</strong> produção<br />

textual a fim de verificar a presença de el<strong>em</strong>entos essenciais,<br />

como:<br />

• os gêneros na notícia, na entrevista e na reportag<strong>em</strong>;<br />

• a delimitação de um título e subtítulo para a notícia,<br />

para a entrevista e para a reportag<strong>em</strong>;<br />

• procedimentos fun<strong>da</strong>mentais para concretizar<br />

uma boa matéria;<br />

• a linha de comunicação clara, dinâmica, de acordo<br />

com o padrão culto <strong>da</strong> língua;<br />

• coletar opiniões de pessoas sobre um determinado<br />

assunto que está <strong>em</strong> evidência;<br />

• o apontamento para as pessoas envolvi<strong>da</strong>s, o<br />

fato, o lugar, o t<strong>em</strong>po, como ocorreu e por quê;<br />

• a estrutura <strong>da</strong> notícia como corpo do texto e as<br />

respostas encontra<strong>da</strong>s no lead para: o quê, qu<strong>em</strong>,<br />

quando, onde, como e por quê;<br />

• o aprofun<strong>da</strong>mento sobre fatos de interesse público,<br />

com opiniões e versões diferentes;<br />

• a ligação entre o fato central e fatos extras, por<br />

fotos e meios de citações;<br />

• a função referencial <strong>da</strong> linguag<strong>em</strong>, impessoal, direta<br />

e objetiva, conforme o padrão culto <strong>da</strong> língua.<br />

42


Referências<br />

BARTHES, Roland. O rumor <strong>da</strong> língua. Lisboa: Signos 44, 1984.<br />

BRONCKART, Jean-Paul. Ativi<strong>da</strong>de de Linguag<strong>em</strong>, textos e discursos.<br />

São Paulo: EDUC-PUC, 1999.<br />

CLAVER, Ronald. Escrever com prazer. Belo Horizonte: Dimensão,<br />

1999.<br />

COMPAGNON, A. O D<strong>em</strong>ônio <strong>da</strong> Teoria. Belo Horizonte:<br />

UFMG, 2010.<br />

COSTA VAL, Mª <strong>da</strong>s Graças. Re<strong>da</strong>ção e Textuali<strong>da</strong>de. São Paulo:<br />

Martins Fontes.<br />

ECO, Umberto. Lector in fabula. São Paulo: Perspectiva, 1986.<br />

FIORIN, José Luiz. Linguag<strong>em</strong> e ideologia. São Paulo: Ática,<br />

2000.<br />

GARCIA, Othon Moacir. Comunicação <strong>em</strong> prosa moderna. Rio<br />

de Janeiro: FGV, 1997.<br />

KLEIMAN, Ângela. Texto e Leitor. 5ª ed. Campinas: Pontes,<br />

1997.<br />

KOCH, Ingedore V. et al TRAVAGLIA, Luiz Carlos. A Coerência<br />

Textual. 9º ed. São Paulo: Contexto, 1999.<br />

KOCH, Ingedore V. Argumentação e linguag<strong>em</strong>. São Paulo:<br />

Cortez, 1996.<br />

KOCH, Ingedore V. A interação pela linguag<strong>em</strong>. São Paulo:<br />

Contexto, 1995.<br />

KOCH, Ingedore V. Coesão Textual. 3º ed. São Paulo: Ática,<br />

1993.<br />

LOPES, Carlos Herculano. Coração aos pulos. São Paulo: Record,<br />

2001.<br />

MAINGUENEAU, Dominique. El<strong>em</strong>entos de linguística para o<br />

texto literário. São Paulo: Martins Fontes, 1996.<br />

MELO, João Naves de. Viajando: Sete Portos. Pág. 11. São<br />

Francisco: Santo Antônio, 2003.<br />

SAMUEL, Rogel. Manual de Teoria Literária. Org. 13ª ed. Petrópolis:<br />

Vozes, 2000.<br />

SAVIOLI, Francisco Platão e FIORIN, José Luiz. Para entender o<br />

texto: Leitura e Re<strong>da</strong>ção. São Paulo: Ática, 2003.<br />

TEIXEIRA, Flávio. Ninguém num dia de São Nunca. Pág. 48. Divinópolis:<br />

Aquários, 2009.<br />

43


Currículo do professor conteudista<br />

Carlos Alberto Ferreira Brandão, Professor de Educação<br />

Superior, lotado no CCH, Departamento de Letras.<br />

Atuante com Literatura Brasileira, Teoria Literária, Língua<br />

Portuguesa e Produção Textual.<br />

44

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!