UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO CENTRO ... - Monografias.com
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<strong>UNIVERSIDADE</strong> <strong>AGOSTINHO</strong> <strong>NETO</strong><br />
<strong>CENTRO</strong> UNIVERSITÁRIO DA HUÍLA<br />
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO<br />
ELABORAÇÃO DE PROTOCOLOS ESTANDARDIZADOS PARA<br />
AS AULAS PRÁTICAS DA DISCIPLINA DE HISTOLOGIA GERAL<br />
HUMANA<br />
Autora: Lic. Maria Antonieta Josefina Sabina Baptista<br />
LUBANGO<br />
2006
<strong>UNIVERSIDADE</strong> <strong>AGOSTINHO</strong> <strong>NETO</strong><br />
<strong>CENTRO</strong> UNIVERSITÁRIO DA HUÍLA<br />
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO<br />
ELABORAÇÃO DE PROTOCOLOS ESTANDARDIZADOS PARA<br />
AS AULAS PRÁTICAS DA DISCIPLINA DE HISTOLOGIA GERAL<br />
HUMANA<br />
Dissertação Apresentada para a<br />
Obtenção do Titulo Académico de<br />
Mestre em Ensino das Ciências<br />
Opção - Biologia<br />
Autora: Lic. Maria Antonieta Josefina Sabina Baptista<br />
Tutor: Professor Doutor Ivanhoe González Sanchez<br />
LUBANGO<br />
2006
RESUMO<br />
BAPTISTA, Maria A. J. S.<br />
Estandardização dos Protocolos de Aulas Práticas<br />
para a Disciplina de Histologia Humana; Instituto Superior de Ciências da<br />
Educação da Universidade Agostinho Neto - Lubango / Angola<br />
2006.<br />
O objectivo geral desta investigação foi elaborar, a baixo custo, protocolos<br />
estandardizados de práticas laboratoriais, válidos para as aulas práticas de<br />
Histologia Humana, ministradas no Instituto Superior de Enfermagem da<br />
Universidade Agostinho Neto e noutras unidades orgânicas <strong>com</strong> cursos afins.<br />
Trata-se de um trabalho exploratório, de descobrimento ou contrastação, no qual<br />
também se fez uma interpretação crítica à forma de ministração das aulas<br />
práticas de Histologia, portanto, também se trabalhou nos marcos da metodologia<br />
clássica. Trabalhou-se nos marcos dos paradigmas quantitativo, qualitativo e<br />
crítico. A população a ter em conta abarca os cursos ligados a Ciências Médicas,<br />
<strong>com</strong>o por exemplo Medicina Humana, Medicina Veterinária, Enfermagem,<br />
Fisioterapia, Odontologia, Laboratório e ainda Biologia, bem <strong>com</strong>o outros cursos<br />
afins que tenham em <strong>com</strong>um o programa de Histologia Geral. A amostra será<br />
apenas o Laboratório de Histologia Humana do Instituto Superior de Enfermagem<br />
da Universidade Agostinho Neto, apesar de existir necessidade de uniformização<br />
das práticas laboratoriais de Histologia para cursos afins. O diagnóstico feito foi o<br />
reconhecimento, pela maioria, da necessidade deste tipo de protocolos e a falta<br />
de reconhecimento e/ou indisponibilidade de alguns docentes para a sua<br />
elaboração. Propôs-se um modelo didáctico, <strong>com</strong> eixo central na norma de um<br />
projecto de investigação científica e, elaboraram-se seus protocolos, <strong>com</strong>o<br />
contribuição prática da investigação. Foi elaborado um modelo pedagógico<br />
baseado em protocolos de práticas laboratoriais estandardizadas para a disciplina<br />
de Histologia Geral que ao aplicar os resultados deste trabalho, significaria<br />
<strong>com</strong>eçar a utilizar o Modelo didáctico de protocolo para aulas práticas de<br />
Histologia Geral ora concebido. Foi re<strong>com</strong>endada a proposta do modelo<br />
pedagógico às entidades <strong>com</strong>petentes ligadas ao ensino superior em Angola.<br />
Palavras-Chave: I. Protocolos; II. Estandardização; III. Histologia Humana
ABSTRACT<br />
BAPTISTA, Maria A. J. S.<br />
Standardization of Protocols for Pratical Classes of<br />
the main of Human Histology; Higher Institute of Education at the Agostinho<br />
Neto University - Lubango / Angola 2006.<br />
The overall goal of this research was to develop, at low cost, standardized<br />
protocols of laboratory practices to further the practical lessons of Human<br />
Histology, taught at the Higher Institute of Nursing at the Agostinho Neto<br />
University and other units with similar courses. This has been an exploratory work,<br />
or discovery of contrast, which also became a critical interpretation of the form of<br />
administration of the practical lessons of Histology, therefore, also worked on the<br />
framework of classical methodology. We have worked within the framework of the<br />
paradigms of quantitative, qualitative and critical. The population token account<br />
covers the majors in the medical sciences, such as Human Medicine, Veterinary<br />
Medicine, Nursing, Physiotherapy, Dentistry, Laboratory, and even Biology and<br />
other related courses that have a <strong>com</strong>mon program of Human General Histology.<br />
The sample only was the Laboratory of Human Histology of the School of Nursing,<br />
of University Agostinho Neto, although there is a need for standardization of<br />
laboratory practices of Histology for related courses. The diagnosis made was the<br />
recognition, by the majority, that is needed this kind of protocols and lack of<br />
recognition and / or unwillingness of some teachers in their preparation. It has<br />
been proposed a teaching model, with central axis in the standard of a scientific<br />
research project and to the drafting of protocols, such as practical contribution of<br />
research. It has been also developed a pedagogical model based on standardized<br />
protocols of laboratory practices for the discipline of Human General Histology. To<br />
apply the results of this work would start using the Model Protocol for teaching<br />
practical lessons of Human General Histology now conceived. It has been<br />
re<strong>com</strong>mended the proposed pedagogical model to the authorities dealing with<br />
higher education in Angola.<br />
Keywords: I. Protocols II. Standardization III. Human Histology
LISTA DE TABELAS<br />
Tabela 1: Entrevistados da Faculdade de Medicina<br />
Tabela 2: Entrevistados da Faculdade de Ciências<br />
Tabela 3: Entrevistados do Instituto Superior de Enfermagem<br />
Tabela 4: Entrevistados do ISCED do Lubango Opção Biologia<br />
Tabela 5: Análise percentual dos grupos entrevistados nas 4 instituições<br />
Tabela 6: Opiniões sobre a necessidade de protocolos de práticas
LISTA DE GRÁFICOS<br />
Gráfico 1: Entrevistados da Faculdade de Medicina<br />
Gráfico 2: Entrevistados da Faculdade de Ciências<br />
Gráfico 3: Entrevistados do Instituto Superior de Enfermagem<br />
Gráfico 4: Entrevistados do ISCED do Lubango Opção Biologia<br />
Gráfico 5: Análise percentual dos grupos entrevistados nas 4 instituições<br />
Gráfico 6: Opiniões sobre a necessidade de protocolos de práticas
ÍNDICE<br />
I - Introdução 10<br />
Métodos e metodologia seguida 15<br />
Tipo de investigação 15<br />
Determinação da população e da amostra 15<br />
Definição dos métodos, técnicas e procedimentos utilizados 16<br />
Métodos Teóricos 17<br />
Métodos Empíricos 18<br />
Novidade científica 18<br />
II Capítulos 20<br />
Capitulo I. Fundamentos teóricos da investigação (Revisão Bibliográfica) 20<br />
1.1. Pequena genealogia da racionalidade experimental 20<br />
1.2. O paradigma clássico nas ciências da vida<br />
1.3. Caracterização psico-pedagógica e gnoseológica do objecto de estudo 34<br />
1.4. Algumas considerações sobre o Desenho Curricular 38<br />
Capítulo II: Proposta de solução do problema 39<br />
3.3. Contribuição prática da investigação 39<br />
3.3.1. Aperfeiçoamento do Currículo da Disciplina 39<br />
3.3.1.1. Aperfeiçoamento do sistema de objectivos 39<br />
3.3.1.2. Aperfeiçoamento do sistema de habilidades 40<br />
3.3.1.2.1 Habilidades docentes (auto-educação) 40<br />
3.3.1.2.2 Habilidades lógico intelectuais 41<br />
3.3.1.2.3 Habilidades específicas da profissão 41<br />
3.3.1.3. Aperfeiçoamento da metodologia 42<br />
3.3.1.3.1 Proposta de Modelo de Protocolo de Práticas 42<br />
3.3.1.4. Aperfeiçoamento dos métodos de ensino 45<br />
3.3.1.5. Aperfeiçoamento do sistema de avaliação 45<br />
Capítulo III : Valorização e interpretação dos resultados 46<br />
3.1. Resultados 46<br />
3.2. Discussão 52<br />
III. Conclusões e Re<strong>com</strong>endações 65<br />
Conclusões 65<br />
Re<strong>com</strong>endações 66<br />
IV. Bibliografia 67<br />
V. Apêndices e Anexos 73<br />
25
I INTRODUÇÃO<br />
A sociedade angolana está envolvida em crescentes e vertiginosas<br />
transformações o que requer das novas gerações uma melhor preparação<br />
mediante um processo educativo que responda às suas exigências e desenvolva<br />
cidades <strong>com</strong> ideais e <strong>com</strong>portamentos flexíveis, criativos, <strong>com</strong> elevados<br />
conhecimentos científicos e valores humanos e que estejam integralmente<br />
desenvolvidos.<br />
Nas universidades esta visão é desenvolvida pelo corpo docente universitário,<br />
que se distingue pela sua qualificação especializada nas diferentes áreas do<br />
saber humano, mas que nem sempre conta <strong>com</strong> uma adequada formação<br />
pedagógico didáctica e psicopedagógica que lhe permita dirigir cientificamente o<br />
processo de ensino aprendizagem.<br />
Ao assumir dentro dos fundamentos epistemológicos novas propostas de<br />
adequação curricular, a concepção acerca da relação entre a ciência e a<br />
tecnologia <strong>com</strong> uma orientação sócio-cultural de conteúdo humanista, torna-se<br />
necessário aprofundar nas considerações essenciais de tal pressuposto, desde<br />
uma visão filosófica dos problemas sociais das ciências na contemporaneidade.<br />
Esta concepção leva à ideia do desenvolvimento expressa na relação intrínseca<br />
que existe entre ciência, tecnologia e sociedade, a qual adquire traços<br />
significativos desde meados e finais do século XX e início do XXI, cuja essência<br />
se exprime no processo objectivo, <strong>com</strong>o uma nova etapa de um antigo processo<br />
de internacionalização do capital e que agora se encontra assistido pelos grandes<br />
avanços tecnológicos nas <strong>com</strong>unicações, no transporte e meios de transmissão<br />
da informação.<br />
Neste contexto, está presente o lugar e papel da ciência, a qual no seu acelerado<br />
desenvolvimento, associado à técnica e à tecnologia de ponta, realçou o princípio<br />
dialéctico da diferenciação ao mesmo tempo que a integração dos conhecimentos<br />
científicos, para abordar de uma forma multilateral e mais integral a <strong>com</strong>plexidade<br />
dos fenómenos da realidade. Este traço característico do desenvolvimento<br />
científico, foi apagando as barreiras entre as mais tradicionais formas de<br />
classificação das ciências, existindo uma tendência para a aproximação
integracionista, tanto para o interior <strong>com</strong>o entre as grandes áreas das ciências<br />
naturais, exactas e humanísticas.<br />
Por outro lado, pode dizer-se que para além de que a educação sofre os impactos<br />
dos problemas de que padece a sociedade no seu contexto, internamente existem<br />
alguns problemas não resolvidos nos planos teórico e prático do labor educativo,<br />
que apontam para uma certa in<strong>com</strong>petência ou insuficiência de sua pertinência<br />
social, no que diz respeito à sua função socializadora, estando estes factores<br />
relacionados <strong>com</strong> as problemáticas seguintes:<br />
Dicotomia entre a instrução e a educação, em detrimento desta última<br />
Insuficiente integração no tratamento pedagógico do cognitivo, <strong>com</strong> o<br />
afectivo<br />
personalidade<br />
volitivo, o ideológico e atitudinal, <strong>com</strong>o dimensões da<br />
Insuficiente relação da ciência, <strong>com</strong> a cultura humanista, os valores e a<br />
ideologia, no ensino aprendizagem<br />
Pouca integração pedagógica das abordagens filosófica, sociológica, ética<br />
e estética, nas suas contribuições à educação, <strong>com</strong> predomínio da<br />
focagem psicológica.<br />
Atomização das disciplinas nos acertos pedagógicos curriculares<br />
atendendo a concepções academicistas.<br />
Dentro dos novos princípios da Pedagogia, se destaca um dos principais que é o<br />
princípio entre a teoria e a prática; neste caso, realizam-se actividades teóricas e<br />
práticas de uma forma coordenada garantindo todos os meios didácticos<br />
necessários para garantir a aprendizagem e descrevendo o fundamento de outras<br />
técnicas também usadas e que de alguma forma servem de suporte cientifico. Isto<br />
nos leva ao outro princípio da Pedagogia, sobre o carácter consciente e activo da<br />
aprendizagem sob orientação do professor que se resume nas práticas de<br />
laboratório as quais se tornam mais eficientes quando existe um protocolo de<br />
práticas devidamente elaborado.<br />
Quando se cumprem tais pressupostos fica também garantido o desenvolvimento<br />
pessoal e interpessoal do estudante porque se envolve a <strong>com</strong>preensão de factos,<br />
princípios e teorias, assegurando-se a aquisição de prática de manipulação.
A cadeira de Histologia Geral é fundamental nos cursos ligados a Ciências<br />
Médicas, <strong>com</strong>o por exemplo Medicina Humana, Medicina Veterinária,<br />
Enfermagem, Fisioterapia, Odontologia, Laboratório, Ciências Farmacêuticas e<br />
outros cursos afins, caracterizando as estruturas dos tecidos básicos do<br />
organismo animal.<br />
No entanto, é de eleição a sua ministração em sistema de associação da teoria<br />
<strong>com</strong> a prática. Esta afirmação é válida sob o ponto de vista de educação<br />
profissionalizante se a entendermos <strong>com</strong>o sendo a educação prática a que<br />
habilita ao exercício de uma profissão técnica.<br />
Antecedentes do tema:<br />
Os estudos realizados em países desenvolvidos na área pedagógica <strong>com</strong>o Brasil,<br />
Cuba e Portugal fizeram-nos reflectir sobre a importância deste tema. Os<br />
trabalhos de Del Sol (2005) no campo da histologia ao referir em sua obra de tese<br />
de doutoramento a importância que têm os protocolos experimentais para o<br />
desenvolvimento metodológico desta disciplina denotam e realçam essa<br />
importância.<br />
Justificação da investigação:<br />
A falta de boas aulas práticas nas escolas de ensino superior vincula-se, em<br />
geral, não apenas à falta de verbas e ao desinteresse das escolas em adquirir<br />
material didáctico pertinente, mas, na maioria das vezes encontra justificação na<br />
falta de preparação de muitos professores que desconhecem o material didáctico<br />
que poderia ser utilizado ou elaborado. Esta falta de preparação reflecte, na<br />
maioria das vezes, desde uma formação deficiente, a falta de iniciativa, até a falta<br />
de oportunidades para cursos de reciclagem ou de actualização que abram novas<br />
fronteiras do conhecimento, estimulando o professor a um melhor desempenho<br />
didáctico.<br />
Particularmente em relação ao Ensino Superior, verifica-se que o processo actual<br />
aliena o aluno de sua realidade, pois há uma grande tendência dos professores a<br />
seguir o livro de texto, geralmente elaborado para outro contexto, que não aquele<br />
do ambiente onde está inserido.
Além disto, <strong>com</strong>o a autora deste trabalho exerce actividades de ensino e pesquisa<br />
no Instituto Superior de Enfermagem, os resultados da aplicação de seus<br />
resultados reflectir-se-ão nos trabalhos de pesquisa e no ensino de nível de<br />
graduação, quer seja via curricular <strong>com</strong>o através de uma nova postura<br />
metodológica.<br />
Abordagem ao problema:<br />
A introdução de práticas na disciplina de Histologia Geral e a sua normalização<br />
garante, uma educação equilibrada, <strong>com</strong> funções para todos os educandos, pois<br />
que prevê:<br />
a formação da pessoa de modo a desenvolver seus valores e as<br />
<strong>com</strong>petências necessárias à integração de seu projecto ao projecto da sociedade<br />
em que se situa;<br />
a preparação e orientação básica para sua integração no mundo do<br />
trabalho, <strong>com</strong> as <strong>com</strong>petências que garantam seu aprimoramento profissional e<br />
permitam a<strong>com</strong>panhar as mudanças que caracterizam a produção no nosso<br />
tempo;<br />
o desenvolvimento das <strong>com</strong>petências para continuar aprendendo, de<br />
forma autónoma e crítica, em níveis cada vez mais <strong>com</strong>plexos de estudos.<br />
Definição do problema científico:<br />
Actualmente, por falta de muitos dos recursos adequados, vem-se tornando<br />
hábito, em muitas instituições de ensino, quer do sector privado <strong>com</strong>o do sector<br />
público, um ensino meramente teórico, mesmo em cursos que exigem a<br />
integração de uma percentagem maioritariamente prática <strong>com</strong>o é o caso dos<br />
cursos que aqui interessam e que acima vêm referidos. Por outro lado, mesmo<br />
nas instituições de ensino que conseguiram adoptar as práticas destas disciplinas<br />
<strong>com</strong>o meio fundamental de aprendizagem, não estabeleceram protocolos<br />
padronizados nos seus laboratórios, que tendam à uniformização das práticas<br />
laboratoriais em Histologia, garantindo uma melhor organização das mesmas,<br />
levando os estudantes a uma melhor <strong>com</strong>preensão dos conteúdos.
É de consenso geral entre os profissionais ligados ao ensino de Biologia, a<br />
necessidade de aulas práticas que elucidem e <strong>com</strong>plementem o ensino teórico<br />
amplamente baseado apenas nos livros didácticos.<br />
Tendo em consideração que a prática é o critério da verdade, aflora-se-nos o<br />
seguinte problema: Que características devem ter os protocolos de aulas práticas<br />
aplicáveis ao programa de Histologia Humana vigente no Instituto Superior de<br />
Enfermagem da Universidade Agostinho Neto?<br />
Objecto:<br />
Processo de Ensino-Aprendizagem da disciplina de Histologia Geral Humana<br />
Objectivo geral da investigação:<br />
O objectivo geral desta investigação é tentar minimizar, ou mesmo resolver, a<br />
falta de protocolos de práticas laboratoriais estandardizadas para a disciplina de<br />
Histologia Humana, ministrada no Instituto Superior de Enfermagem da<br />
Universidade Agostinho Neto. Mais especificamente, a elaborar, a baixo custo,<br />
protocolos estandardizados de práticas laboratoriais válidos para as aulas práticas<br />
de Histologia Humana, ministradas no Instituto Superior de Enfermagem da<br />
Universidade Agostinho Neto e noutras unidades orgânicas <strong>com</strong> cursos afins.<br />
Objectivos específicos:<br />
1. Diagnosticar a realidade do actual processo de ensino de práticas laboratoriais<br />
para a disciplina de Histologia Geral sem um guia pedagógico.<br />
2. Elaborar um modelo pedagógico baseado em protocolos de práticas<br />
laboratoriais estandardizadas para a disciplina de Histologia Geral.<br />
Campo de acção:<br />
Metodologia das aulas práticas de Histologia Geral Humana<br />
Hipótese:<br />
O processo de elaboração de protocolos estandardizados para as aulas práticas<br />
de Histologia Geral resulta efectivo se for baseado num modelo pedagógico que<br />
tenha em conta os objectivos quer teóricos <strong>com</strong>o práticos do programa da<br />
cadeira, o tipo e as condições de laboratório existentes, as características
específicas dos estudantes e a troca de experiências <strong>com</strong> docentes de outras<br />
unidades orgânicas que têm o mesmo tipo de práticas laboratoriais.<br />
Tarefas da investigação científica:<br />
Proceder a um estudo minucioso do programa de Histologia Humana vigente no<br />
Instituto Superior de Enfermagem da Universidade Agostinho Neto<br />
1. Definir os requisitos necessários para uma aula de laboratório de Histologia e<br />
seus objectivos<br />
2. Consultar outras instituições que ministram as mesmas disciplinas e outras<br />
afins, para caracterizar as tendências históricas das aulas práticas de<br />
Histologia nas unidades orgânicas da Universidade Agostinho Neto nos planos<br />
de formação de professores e especificamente os conteúdos relacionados<br />
<strong>com</strong> a integração entre a teoria e a prática.<br />
3. Elaborar o modelo de estruturação e relação lógica dos elementos ou<br />
aspectos didácticos que se concretizam no programa da disciplina.<br />
4. Definir critérios para a elaboração de protocolos para aulas práticas<br />
5. Preparar material didáctico a ser utilizado em aulas práticas de Histologia<br />
Geral, elaborando protocolos para aulas práticas<br />
Métodos e Metodologia seguida:<br />
Tipo de investigação:<br />
Trata-se de um trabalho exploratório, de descobrimento ou contrastação, no qual<br />
também se fez uma interpretação crítica à forma de ministração das aulas<br />
práticas de Histologia, portanto, também se trabalhou nos marcos da metodologia<br />
clássica. Trabalhou-se nos marcos dos paradigmas quantitativo, qualitativo e<br />
crítico.<br />
Determinação da população e da amostra:<br />
A população a ter em conta abarca os cursos ligados a Ciências Médicas, <strong>com</strong>o<br />
por exemplo Medicina Humana, Medicina Veterinária, Enfermagem, Fisioterapia,<br />
Odontologia, Laboratório e ainda Biologia, bem <strong>com</strong>o outros cursos afins que<br />
tenham em <strong>com</strong>um o programa de Histologia Geral.
A amostra será apenas o Laboratório de Histologia Humana do Instituto Superior<br />
de Enfermagem da Universidade Agostinho Neto, apesar de existir necessidade<br />
de uniformização das práticas laboratoriais de Histologia para cursos afins.<br />
Definição dos métodos, técnicas e procedimentos utilizados:<br />
Foram utilizados métodos:<br />
Teóricos de investigação: Histórico-Lógico, Hipotético-Dedutivo, Análise-<br />
Síntese, Modelação, Inducção-Dedução<br />
Empíricos de investigação: Entrevistas, Registo, Observação.<br />
Como técnicas e procedimentos para a recolha de informação, foram<br />
empregues:<br />
Pesquisa Bibliográfica<br />
Entrevistas em diversas instituições<br />
De entre os materiais didácticos adoptados, consultados ou produzidos pelos<br />
professores, foram levantadas e aqui utilizados partes de livros didácticos, além<br />
de apostilas de aulas práticas ou teóricas, utilizadas por professores das escolas<br />
superiores nacionais do Ensino Público, ligadas à Histologia e às Ciências<br />
Médicas. No rol de conteúdos, podemos identificar <strong>com</strong>o tópicos que existem em<br />
<strong>com</strong>um entre esses dois universos escolares apenas: Microscopia; Morfologia<br />
Animal e Humana. Dentro do próprio universo destas faculdades, as apostilas têm<br />
em <strong>com</strong>um os assuntos relativos às técnicas básicas de coloração; preparação de<br />
lâminas histológicas; microscopia e outros métodos de estudo em Histologia.<br />
A descrição analítica dos aspectos sobre as relações entre Ciência / Tecnologia /<br />
Sociedade encontradas nos materiais didácticos de Biologia do Ensino Superior<br />
tem <strong>com</strong>o foco conteúdos referentes aos tópicos de células e tecidos de animais e<br />
Seres Humanos; Histologia (discussão sobre técnicas histológicas, instrumentos e<br />
aparelhos - principalmente o microscópio).<br />
Utilizou-se, para esta pesquisa, um caminho metodológico para análise dos<br />
materiais didácticos que visa a detecção de indícios que nos permitam associar<br />
os conhecimentos teóricos à prática de uma forma organizada.
A pesquisa aqui utilizada foi descritiva e de natureza qualitativa, não-experimental<br />
(análise documental e pesquisa de campo), tendo <strong>com</strong>o proposta investigar<br />
normas e procedimentos técnicos, bem <strong>com</strong>o as condições de sua aplicação a<br />
favor dos indivíduos que exercem funções técnicas em laboratórios de<br />
Metodologia Morfológica, e o que é a metodologia morfológica, para esse tipo<br />
de actividade, por meio da verificação das leis ou projectos que regulamentam ou<br />
propõem-se a regulamentar a questão <strong>com</strong>o tal se apresenta.<br />
No critério de selecção dos métodos utilizados neste trabalho teve-se em conta a<br />
<strong>com</strong>plexa problemática da realidade educacional, e para tal se consideram os<br />
seguintes factores:<br />
A contribuição que pode ser dada por cada método ao estudo da essência<br />
do problema e sua evolução histórica.<br />
Os pontos fortes e débeis de cada um dos métodos.<br />
A medida em que poderiam <strong>com</strong>plementar as informações que ofereciam<br />
uns e outros.<br />
A necessidade de economizar recursos materiais e humanos, evitando<br />
estudos desnecessários.<br />
Método de análise e síntese; <strong>com</strong> o objectivo de evidenciar as regularidades e<br />
ligações na integração dos conhecimentos vinculados <strong>com</strong> a teoria e a práctica<br />
para a caracterização psico-pedagógica e gneoseológica do objeto.<br />
Método histórico<br />
lógico; na análise para revelar as tendências, evolução e<br />
desenvolvimento do sistema de relações <strong>com</strong> outras disciplinas que têm prácticas<br />
de microscopia, planos de estudo, programas e outros dados necessários, <strong>com</strong>o<br />
elementos essenciais na integração <strong>com</strong> os conteúdos propostos.<br />
Método de modelação; utilizando uma focagem sistémica na elaboração do<br />
modelo de estruturação e sistematização do conteúdo.<br />
Método de indução<br />
dedução: porque se infere que, partindo das vantagens<br />
que oferece o Modelo de Protocolo para facilitar a aquisição do conhecimento de<br />
um modo interactivo, onde o estudante adquire um papel protagonista na auto-<br />
gestão da aprendizagem e, se se aplicaram os princípios didácticos na confecção
do modelo educativo, poder-se-iam organizar os conteúdos de maneira que<br />
facilite a sua vinculação ao perfil de saída e que propicie a aprendizagem.<br />
Método hipotético<br />
deductivo. Neste método põe-se de manifesto a lógica<br />
interna de uma teoria, indo à essência de seu conhecimento mais profundo sobre<br />
a base de uma hipótese científica que é inferida a partir de leis e princípios da<br />
educação. Neste sentido se propõe que se o processo de ensino-aprendizagem é<br />
favorecido quando se aplicam as leis e princípios da didáctica e, por outro lado, a<br />
aprendizagem pode ser activada, porque é contractiva, mediante o uso de<br />
modelos de protocolos, então porque não conjugar ambas possibilidades na<br />
elaboração dos mesmos, <strong>com</strong> objectivos pedagógicos?<br />
Métodos Empíricos:<br />
Método de entrevistas a especialistas, a estudantes e a técnicos de laboratório<br />
de Histologia; para avaliar as limitações dos licenciados da carreira de ciências<br />
biológicas e a incidência na preparação científica dos estudantes.<br />
Método do registo; para registar as experiências no processo docente educativo<br />
da disciplina em correspondência <strong>com</strong> as características e resultado do grupo<br />
docente e não docente.<br />
Método de observação e análise de documentos.<br />
Novidade Cientifica<br />
A contribuição teórica da tese baseia-se na fundamentação de uma<br />
metodologia que integra a relação ciência<br />
disciplina baseada na determinação<br />
das ideias reitoras da Histologia assim <strong>com</strong>o as habilidades generalizadas da<br />
disciplina e seu sistema operacional e na argumentação de um modelo<br />
pedagógico que permite a elaboração dos protocolos de uma forma efectiva, por<br />
estar enquadrada nas condições reais do processo.<br />
A contribuição prática da investigação é a presença de uma proposta de<br />
Protocolos Estandardizados para as aulas práticas de Histologia Geral<br />
Humana<br />
A significação prática está dada pela presença de uma nova proposta de<br />
metodologia adequada do ensino da Histologia em instituições do ensino superior
da Universidade Agostinho Neto, a qual atinge a integração entre a lógica da<br />
ciência e as actuais exigências para a formação de estudantes.<br />
Capítulo I. Fundamentos teóricos da investigação. (Revisão Bibliográfica)<br />
Introdução de Capítulo<br />
Neste primeiro capítulo é feita uma abordagem geral a fundamentos teóricos da<br />
investigação, resumidos principalmente numa pequena genealogia da<br />
racionalidade experimental, na caracterização psico-pedagógica e gnoseológica<br />
do objecto de estudo e em breves considerações sobre o desenho curricular,<br />
<strong>com</strong>o suporte fundamental para a elaboração dos protocolos de práticas que se<br />
propõem.<br />
1.1. Pequena genealogia da racionalidade experimental<br />
De acordo <strong>com</strong> Filho (1997): a ciência clássico-moderna tem uma dupla origem.<br />
Do final do século XII, quando a obra de Aristóteles chegou ao ocidente via<br />
filósofos árabes interpretados pelos escolásticos, até Copérnico, a ciência se<br />
baseava nos escritos de Aristóteles. Este, propunha uma ciência do universal e<br />
não do particular e, para isso, um método lógico de demonstração de verdades<br />
universais e necessárias, enfatizando no entanto a importância da pesquisa<br />
experimental e da investigação da natureza.<br />
A justificação estaria no facto de que, para Aristóteles, as essências, que são as<br />
formas, e que definem a universalidade das coisas, se encontram tão-somente<br />
incorporadas ou encarnadas na matéria; elas não se encontram portanto, <strong>com</strong>o<br />
para Platão, num mundo à parte servindo apenas de modelo exterior para as<br />
coisas. Logo, se as essências só existem nas próprias coisas, então apenas a<br />
observação da natureza poderá informar sobre elas. Ou ainda: enquanto que para<br />
Platão a essência do homem era a idéia de homem pré-existente no mundo das<br />
idéias, da qual os homens particulares participam, por dela serem cópias, de<br />
modo que não seria necessário sequer a existência de homens particulares para<br />
a existência da idéia de homem; para Aristóteles, a idéia (chamada forma<br />
inteligível, pois, justamente, é passível de apreensão pelo intelecto), idéia de<br />
homem, no caso, não existe previamente à coisa, aos homens particulares, mas<br />
sim é, da observação destes, apreendida intelectualmente. Ou seja, para
Aristóteles, o intelecto somente apreende o universal a partir dos particulares. O<br />
raciocínio lógico serve portanto somente <strong>com</strong>o garantia de que os universais<br />
foram apreendidos correctamente, isto é, de que a matéria e os sentidos não nos<br />
enganaram nesta operação intelectual.<br />
No entanto a história modificou a importância dada por Aristóteles à observação:<br />
(Anon 7 , 2005) a escolástica, sobretudo a escolástica dita tardia, tomou os escritos<br />
de Aristóteles não <strong>com</strong>o resultados da prática de seu pensamento e de sua<br />
observação, mas <strong>com</strong>o verdades incontestáveis em si; enfim, tomou-os <strong>com</strong>o<br />
dogmas, e tomou o raciocínio segundo a lógica aristotélica <strong>com</strong>o uma prova da<br />
veracidade de suas afirmações específicas, independentemente do que se<br />
observa na natureza.<br />
Copérnico, em seu livro Sobre a revolução das orbes celestes, defende o sistema<br />
heliocêntrico, baseado em cálculos (segundo uma inspiração pitagórico-platônica,<br />
que considerava a matemática <strong>com</strong>o a linguagem apropriada para se obter a<br />
verdade da natureza). Giordano Bruno, padre dominicano e cosmólogo<br />
copernicano, contestou em seus livros os dogmas escolástico-aristotélicos. O<br />
astrónomo copernicano Galileu, por sua vez, <strong>com</strong>provou, através da utilização do<br />
telescópio, a tese de Copérnico. Em sua obra O ensaísta, Galileu contesta<br />
veementemente, em polêmica contra o aristotélico Sarsi, o princípio de<br />
autoridade, contrapondo a este a verificação da experiência.<br />
Francis Bacon, em seu Novum Organum propõe a união da razão e da<br />
experiência, inaugurando o método indutivo-experimental, visando "a descoberta<br />
das formas e dos movimentos ocultos, que estão na origem das propriedades de<br />
base ou da natureza das coisas".<br />
É curiosamente através de um neo-platonismo<br />
devido à importância dada à<br />
matemática na busca da verdade , que a experiência, característica não<br />
platônica mas aristotélica, volta à cena da ciência. No entanto, sempre trazendo<br />
consigo o desejo de alcançar idéias válidas universalmente, leis universais que<br />
informem do mundo a sua essência.<br />
O mecanicismo toma a frente da ciência definitivamente <strong>com</strong> Newton e seu<br />
Philosophiæ naturalis principia Mathematica, introduzindo a noção de força e a lei<br />
de gravitação universal: planetas e corpos terrestres seguem uma mesma lei,
contrariando a cosmologia aristotélica segundo a qual haveriam leis distintas para<br />
os mundos supra e sub<br />
lunar.<br />
Descartes, enunciou o método que sintetizou os princípios do reducionismo, do<br />
mecanicismo e do racionalismo: considerar o corpo <strong>com</strong>o uma máquina, e a razão<br />
<strong>com</strong>o separada deste, é o que permite o projecto de objetivação da natureza-<br />
objeto, em oposição a um ego-sujeito que então a ordena, domina e manipula,<br />
dividindo-a em quantas partes for possível.<br />
Em 1814, na introdução de seu livro Ensaio filosófico sobre as probabilidades,<br />
Laplace citado por Arbarello (1997) enunciaria a tese do determinismo universal,<br />
caracterizando a física clássica em seu mecanicismo, determinismo, reducionismo<br />
e positivismo:<br />
"Uma inteligência que por um instante conhecesse todas as forças pelas<br />
quais a natureza é animada e a situação respectiva dos seres que a<br />
<strong>com</strong>põem, se ela fosse vasta para submeter estes dados à análise,<br />
abraçaria na mesma fórmula os movimentos dos maiores corpos do universo<br />
e do mais leve átomo; nada seria incerto para ela, e o futuro, <strong>com</strong>o o<br />
passado, estaria presente a seus olhos. A mente humana oferece, pela<br />
perfeição que soube dar à Astronomia, um esboço desta inteligência. Suas<br />
descobertas em Mecânica e em Geometria, juntas à da gravitação universal,<br />
o puseram em condições de <strong>com</strong>preender, nas mesmas expressões<br />
analíticas, os estados passados e futuros do sistema do mundo. Aplicando o<br />
mesmo método a outros objectos de seu conhecimento, ele conseguiu trazer<br />
a leis gerais os fenómenos observados, e a prever aqueles que<br />
circunstâncias dadas devem fazer eclodir. Todos estes esforços na busca da<br />
verdade tendem a aproximá-lo ininterruptamente da inteligência que<br />
acabamos de conceber, mas da qual ele restará sempre infinitamente<br />
distante. Esta tendência própria à espécie humana é o que a torna superior<br />
aos animais, e seus progressos neste gênero distinguem as nações e os<br />
séculos e fazem sua verdadeira glória." (Arbarello et al 1997: pgs 37 e 38)<br />
Neste célebre texto de Pierre-Simon Laplace, resume-se o ideário da idéia de<br />
ciência que prevaleceu durante toda a modernidade, que ainda se faz ver em<br />
parte do imaginário de nossos dias, mas que<br />
notadamente a partir da Física
quântica mas também dos fracassos civilizatórios desta razão dominadora da<br />
natureza (bomba atômica, catástrofes ecológicas, desenvolvimento insustentável,<br />
esgotamento progressivo dos recursos do planeta, geração de bolsões de<br />
miséria, "efeitos colaterais" do "progresso" do homem sobre a natureza e de<br />
certas nações, detentoras desta racionalidade, sobre outras, que não a detêm)<br />
dá lugar em nossos dias a uma redefinição das idéias de ciência e de razão,<br />
assim <strong>com</strong>o de saúde e de doença.<br />
Para Altet (2000) o ideário da ciência moderna se define portanto, <strong>com</strong>o vemos no<br />
trecho laplaciano supracitado, da seguinte maneira: a <strong>com</strong>plexidade do mundo em<br />
contínuo devir pode e deve ser reduzida a leis pelas quais seus movimentos,<br />
<strong>com</strong>plexos, podem ser tidos <strong>com</strong>o mecânicos. As leis mecânicas aparecem assim<br />
<strong>com</strong>o as regras ocultas que regem a natureza, e que podem ser desta<br />
apreendidas submetendo-se a natureza a experiências, sendo estas<br />
determinadas e analisadas pela razão, pela inteligência humana. Assim, o homem<br />
racional poderá prever e portanto determinar, pela análise do presente e do<br />
passado, o que ocorrerá no futuro, conquanto que controle as variáveis presentes.<br />
A inteligência humana, deste modo, se aproxima da inteligência divina. O Deus<br />
medieval morreu, mas em seu lugar erige-se um outro Deus, o Homem, em certo<br />
sentido ainda mais potente, pelo facto de poder dominar e manipular a natureza a<br />
seu grado. A natureza, a ser dominada e submetida, constitui-se não somente nos<br />
reinos vegetal e mineral e nos animais não racionais<br />
autómatos, segundo<br />
Descartes, objectos para servir ao Homem, segundo Kant , mas também nos<br />
animais racionais por definição porém desnaturados pela distância (atribuída pelo<br />
Homem e pela Ciência) para <strong>com</strong> a razão calculante, a saber: mulheres e<br />
crianças; assim <strong>com</strong>o nos povos, raças e nações igualmente distantes desta<br />
racionalidade científica (cientificista), assim definida.<br />
Segundo Woods (1999) tudo <strong>com</strong>eçou, <strong>com</strong>o era de se esperar, <strong>com</strong> Platão. Em<br />
termos de ideário de civilização, <strong>com</strong>eçou <strong>com</strong> Platão; em termos psíquicos,<br />
podemos <strong>com</strong>preender sua empreitada humanamente: diante das mudanças, no<br />
mundo, nas relações, em nós mesmos, nossa civilização optou por denegá-las,<br />
controlá-las, por diminuir os imprevistos e se possível anulá-los. Fugir da dor, do<br />
tempo, do perecimento, da espiral da vida que contém necessariamente a morte e
pequenas "mortes"; tender, portanto, a Deus, à perenidade, imutabilidade,<br />
imortalidade e omnipotência de Deus, para não mais se ver às voltas <strong>com</strong> a<br />
imperfeição dos corpos. O ideário da ciência é, pois, fruto de uma visão de mundo<br />
datada e não necessária<br />
que encontra seus primórdios na filosofia e no<br />
empreendimento de Platão: buscar a segurança da imortalidade, só é possível<br />
naquilo que não perece, isto é, no imaterial<br />
no ideal, na idéia, no inteligível, ao<br />
qual alcançamos através da razão. Platão fora o primeiro, portanto, a<br />
menosprezar o corpo, a matéria e os sentidos. A menosprezar o mundo real em<br />
prol de um mundo moral, racional, idealizado. A sentir a vida <strong>com</strong>o perigosa, e a<br />
desejar uma ordem que a cristalize, que a domine, que a controle, que legisle. E<br />
este domínio somente pode se dar a partir daquilo que nos leva para o mundo do<br />
controle, do não-tempo: a razão, que deve, pois, impor sua lei sobre o real, a<br />
carne, o corpo, a matéria, a natureza, assim <strong>com</strong>o sobre os entes e os povos que<br />
não a detêm.<br />
Quando Descartes, cerca de dois mil anos depois, propõe que as idéias claras e<br />
distintas são aquelas que não se deixam misturar aos sentidos, pois o corpo é a<br />
fonte da confusão e obscuridade das idéias; ou quando Kant deseja estabelecer<br />
uma razão pura que legisle sobre a experiência; estão apenas desenvolvendo<br />
esta história de uma razão considerada em sua separação<br />
intelecto e assim idealizada por ele<br />
desejada pelo<br />
do corpo da natureza, assim <strong>com</strong>o de seu<br />
próprio corpo. O Deus platônico, aristotélico e medieval apenas refletia o desejo<br />
humano, demasiado humano, de segurança e controle dos imprevistos. Com o<br />
advento da ciência moderna, o Homem que destronou Deus<br />
criado à sua imagem e semelhança<br />
este, portanto, já<br />
não é o indivíduo, a pessoa real, mas o<br />
homem que acreditou que os poderes que ele havia atribuído a Deus podiam ser<br />
atribuídos ao próprio homem, conquanto que este se identificasse não a si<br />
mesmo, indivíduo ou pessoa real, mas à sua razão universal, ao seu<br />
entendimento apriorístico, às leis que sua razão impusesse a si próprio enquanto<br />
indivíduo uno, não só mente, mas mente junto ao corpo e vice-versa, sem<br />
hierarquia ou distinção de valor entre estes dois aspectos de um ser<br />
<strong>com</strong>plexamente uno.
A crise da ciência anuncia a falência justamente desta visão segundo a qual a<br />
identidade imposta pela razão, pela idéia, ao indivíduo, é mais definidora de si do<br />
que sua própria realidade somatopsíquica.<br />
Ou seja, a ciência moderna surgiu de uma dupla exigência: origina-se, decerto, da<br />
necessidade de experimentação, rompendo assim <strong>com</strong> a ciência medieval;<br />
porém, esta experimentação é exigida em nome de um princípio oriundo tanto do<br />
platonismo quanto do aristotelismo: a busca dos universais. Pois o empirismo,<br />
assim <strong>com</strong>o o pragmatismo, busca, na cientificidade, alcançar conhecimentos<br />
verdadeiros, verdades '<strong>com</strong>provadamente' universais. A idéia de ciência traz em<br />
seu bojo a idéia correlata de uma redução do real a um duplo que descreva seus<br />
princípios essenciais, de tal modo que não mais precisemos do real, nos bastando<br />
as leis apreendidas, a experiência laboratorial, para, por elas, manipular o porvir.<br />
1. 2. O paradigma clássico nas ciências da vida<br />
A ciência biológica surgiu junto <strong>com</strong> o nascimento da ciência clássica, mais<br />
precisamente <strong>com</strong> o mecanicismo de Descartes, segundo o qual o corpo é uma<br />
máquina, que vive e funciona <strong>com</strong>o uma máquina, logo, sem princípio vital algum.<br />
Esta separação radical entre res cogitans e res extensa, tomando esta última<br />
<strong>com</strong>o absolutamente inanimada e no entanto movente, é o que permitiu a<br />
imposição da mecânica <strong>com</strong>o modelo científico de explicação e investigação não<br />
somente dos seres inanimados <strong>com</strong>o também do corpo dos seres vivos, dando<br />
assim origem à biologia. A biologia surgiu portanto em oposição à História Natural<br />
que, aristotelicamente, buscava classificar os seres segundo sua essência.<br />
Com Bernard e Descartes, opunha-se o mecanicismo e o reducionismo ao<br />
paradigma naturalista, basicamente aristotélico, caracterizado, por um lado, pelo<br />
animismo e vitalismo<br />
que afirmavam que a vida seria fruto de uma força ou<br />
princípio vital, ou alma, diferente tanto do corpo quanto da mente , e por outro,<br />
pelo finalismo e teleonomia<br />
segundo os quais a vida segue um projecto pré-<br />
determinado, existe para uma finalidade previamente estabelecida (para<br />
Aristóteles, por exemplo, o olho teria <strong>com</strong>o causa final a visão, isto é, o olho<br />
existiria para realizar sua finalidade que é ver).<br />
A Biologia torna-se então o discurso de referência sobre a vida (também a partir<br />
de Lamark e Darwin que se opuseram ao fixismo aristotélico das espécies).
Porém esta vida , por sua vez, torna-se um objeto da ciência biológica :<br />
reduzindo a vida à categoria de objeto de ciência, perde-se seu caráter particular,<br />
real. Como escreve François Jacob citado por Frota-Pessoa (1997), a ciência<br />
biológica não descreve mais a vida, mas apenas estabelece uma lógica do ser<br />
vivo: Hoje nos laboratórios não se interroga mais a vida (...). Esforça-se somente<br />
em analisar os sistemas vivos, sua estrutura, sua função, sua história (...). É pelos<br />
algoritmos do ser vivo que se interessa hoje a biologia. (Frota-Pessoa, 1997:<br />
págs 56, 61, 70, 83).<br />
Em geral os cientistas têm consciência de que trabalham <strong>com</strong> reduções, <strong>com</strong><br />
objectos laboratoriais simplificados e não <strong>com</strong> objectos reais <strong>com</strong>plexos, mas em<br />
geral acreditam que a simplificação laboratorial desvela a essência do objeto<br />
<strong>com</strong>plexo real, e não o contrário<br />
que consistiria em perceber que a essência do<br />
objecto real é <strong>com</strong>plexa, e que a abstração científica a perde em prol de uma<br />
operacionalidade técnica. A crença ainda hoje predominante é a de que a redução<br />
mecânica é mais verdadeira do que a <strong>com</strong>plexidade real, ou ainda: que a redução<br />
formal indica (aristotelicamente), do ser real, a verdade última e primeira. É o<br />
que prevalece também para as pessoas em geral, posto que os próprios cientistas<br />
alimentam este mito da cientificidade: o que é científico vale mais, é mais<br />
verdadeiro, pois foi provado laboratorialmente, cientificamente .<br />
1.3. Caracterização Psico-pedagógica e gnoseológica do objecto de estudo.<br />
O processo docente-educativo segundo Álvarez de Zayas (1988), está<br />
determinado pelas actividades sistematizadas e inter-relacionadas do docente e<br />
dos estudantes, organizadas pedagogicamente e dirigidas ao domínio do<br />
conteúdo das diferentes disciplinas da carreira pelos estudantes, assim <strong>com</strong>o ao<br />
desenvolvimento de capacidades cognitivas e independência através das tarefas<br />
docentes que de forma sucessiva se lhe apresente.<br />
Nesta definição também influenciam os efeitos manifestados na aula. A<br />
importância do processo docente-educativo, reflecte-se na essência social do<br />
mesmo. A dita essência radica nas características que hão-de de reunir os<br />
formados, assim <strong>com</strong>o a relação docente-estudante constitui uma manifestação<br />
concreta que parte de uma mais geral, onde existe uma transmissão da cultura<br />
acumulada pela humanidade num ramo do saber de uma geração a outra.
O processo docente-educativo é, de modo mais geral, a categoria didáctica que<br />
caracteriza o trabalho conjunto que realizam professores e estudantes na<br />
apropriação dos conteúdos por estes últimos, <strong>com</strong> vista a alcançar os objectivos<br />
propostos; é actividade, é <strong>com</strong>unicação, motivação e tudo o que caracteriza o<br />
trabalho do professor e dos estudantes (Álvarez de Zayas, 1989).<br />
O processo docente-educativo é um sistema <strong>com</strong>plexo e dinâmico de actividades<br />
do docente e dos estudantes e de cuja interacção se hão-de alcançar os<br />
objectivos.<br />
É importante ter em consideração a caracterização psico-pedagógica do grupo<br />
docente, o processo de assimilação dos conteúdos em correspondência <strong>com</strong> as<br />
particularidades psicológicas dos estudantes.<br />
No processo docente-educativo é de grande importância referir-se às relações<br />
essenciais entre seus <strong>com</strong>ponentes básicos: problema, objectivo, conteúdo,<br />
avaliação (<strong>com</strong>ponentes estáticos) e métodos, forma de organização e meios de<br />
ensino (<strong>com</strong>ponentes dinâmicos).<br />
Isto se põe de manifesto através da análise das Leis da Didáctica, segundo<br />
Álvarez de Zayas (1990), e os aspectos que constituem o objecto de estudo da<br />
didáctica. O anterior determina premissas fundamentais para o problema da<br />
investigação e que deve culminar <strong>com</strong> o alcance da integração dos conteúdos por<br />
parte dos formados da carreira.<br />
A autora <strong>com</strong>partilha o critério que a lógica geral, na relação escola-sociedade se<br />
establece (Álvarez de Zayas, 1994).<br />
Problema Problema<br />
da Objectivo Docente<br />
Vida<br />
Esquema 1. Relação escola-sociedade. Anon 4 (2006).<br />
Desta lógica relacional se infere a responsabilidade dos distintos níveis do<br />
curriculo em responder a um problema da vida social e levá-lo ao processo<br />
docente<br />
educativo, daí a inter-relação entre:
Problema Objecto<br />
Objectivo<br />
Esquema 2. Relação problemas sociais e Processo Docente Educativo (Anon 5 , 2006).<br />
Igualmente se identifica <strong>com</strong> a opinião do Dr. Carlos Alvarez de Zayas ao expôr<br />
que os objectivos constituem a expressão, em termos pedagógicos, da tarefa que<br />
a sociedade expõe à educação superior, que em todos os casos de um modo<br />
mais ou menos consciente, responde aos interesses dessa sociedade em<br />
particular que é, em definitivo, onde se desempenhará o futuro profissional e daí o<br />
seu papel reitor. Portanto são as metas, aspirações e propósitos que indicam as<br />
transformações graduais da maneira de pensar, de sentir e o modo de actuar dos<br />
estudantes; para além disso, tem um carácter subjectivo já que se pretendem<br />
alcançar, ao finalizar o processo, o que determina que o objectivo é único e<br />
permanente de acordo <strong>com</strong> o nível do processo docente-educativo.<br />
Segundo Astolfi (1998), o carácter psicológico dos objectivos, precisa ter em<br />
conta que a categoria do objectivo constitui em geral um dos fundamentos da<br />
conduta humana, pelo que o reflexo do objectivo está ligado ao reflexo da tensão,<br />
factor que tem uma importância de primeira ordem no processo docente-<br />
educativo. Por isso, a determinação dos objectivos deve <strong>com</strong>eçar pela operação<br />
de reflexão sobre estes em linha descendente de acordo <strong>com</strong> os níveis do<br />
processo docente-educativo e sua derivação gradual e sistemática, até chegar a<br />
uma classe específica, sem se esquecer da sua relação <strong>com</strong> as particularidades<br />
do grupo. Por conseguinte, a exposição dos objectivos constitui uma<br />
determinação da categoria ético-social e psico-pedagógica, onde se devem ter em<br />
conta; seu carácter <strong>com</strong>pleto e multifacético, níveis e posição de origem, valor<br />
motivacional, categorias.<br />
Actualmente, de acordo <strong>com</strong> a dinâmica do processo docente-educativo na<br />
formulação dos objectivos deve-se ter em conta, entre outros, os seguintes<br />
aspectos: a habilidade, o conhecimento, o nivel de profundidade, o nivel de
assimilação e o nivel de sistematização elementos estes que são todos tidos em<br />
conta e adequados de acordo <strong>com</strong> o nível onde se tratem no processo docente-<br />
educativo (Hameline, 2001 e Delorne, 2001),<br />
Os objectivos classificam-se em Pedagogía em educativos e instructivos. Os<br />
primeiros estão dirigidos a alcançar transformações transcendentes na<br />
personalidade dos estudantes tais <strong>com</strong>o: convicções, capacidades, criação de<br />
valores, entre outros. Os segundos são aqueles vinculados ao domínio concreto<br />
do conteúdo pelos estudantes no processo do ensino.<br />
Nos últimos anos na Didáctica fala-se dos objectivos formativos, os quais são<br />
caracterizados, em primeiro lugar, pela sua intencionalidade política, entre outros<br />
traços.<br />
A redacção dos objectivos é discutida, não obstante a autora <strong>com</strong>partilhe o critério<br />
do Doutor Carlos Álvarez de Zayas, o qual afirma que a elaboração e sua<br />
expressão formal devem ser do modo que mais ajude a dirigir o desenvolvimento<br />
do processo docente-educativo (Álvarez de Zayas, 1995).<br />
O conteúdo do ensino não permanece invariável para todas as épocas históricas<br />
e se modifica sob o influxo das exigências da vida. As exigências da producção, o<br />
estado das ciências e as necessidades e interesses da classe dominante<br />
exerceram uma influência determinante sobre as diferentes ciências e o conteúdo<br />
do ensino (Astolfi, 1998).<br />
A Histologia não escapa ao anteriormente exposto. Os esforços em conhecer a<br />
actividade vital do organismo humano remontam às árvores da civilização, pelo<br />
que esta ciência, que na actualidade está formada pela fusão da Anatomia<br />
Microscópica <strong>com</strong> a Fisiologia, no início também esteve tratando apenas de<br />
identificar a estructura microscópica do organismo.<br />
O auge desde o ponto de vista histórico ocorreu na época do renascimiento já que<br />
houve um estancamento para todas as ciências durante o Feudalismo, onde os<br />
dogmas religiosos afogaram os conhecimentos científicos.<br />
A Anatomia Microscópica (Histologia) separou-se da Fisiologia pela primera vez<br />
no século XVI e a Fisiologia se estabeleceu <strong>com</strong>o ramo científico independente no<br />
século XVII. Estas ciências foram ministradas sempre em vinculação <strong>com</strong> a
medicina. Foi justamente em finais do século XIX e no decurso do século XX onde<br />
novamente se uniram estas duas ciências e a sua ministração através da<br />
docência se tornou similar.<br />
Do ponto de vista gnoseológico, o sistema de conhecimentos de uma ciência, é<br />
caracterizado por quatro níveis diferentes de sistematicidade, a saber:<br />
- O conceito.<br />
- A lei.<br />
- Os princípios<br />
- A teoria.<br />
Estes niveis de sistematicidade do conhecimento são tratados em detalhe pelo Dr.<br />
Pedro Horruitinier, <strong>com</strong> o qual o autor se identifica e se realizarão algumas<br />
valorações sobre os diferentes níveis que são de grande importância para o<br />
desenvolvimento da Histologia (Burlatski, 2001).<br />
Os conceitos histológicos <strong>com</strong>eçam a estudar-se desde a disciplina de Biologia<br />
Celular e Molecular onde se trabalha o conceito de célula <strong>com</strong>o a unidade<br />
anatómica e funcional dos organismos vivos, o que ao estar relacionado <strong>com</strong> a<br />
estructura dos organismos permite que os estudantes identifiquem, descrevam,<br />
<strong>com</strong>parem e clasifiquem as diferentes partes dos organismos, o qual contribui<br />
para a necessária vinculação <strong>com</strong> a vida.<br />
Segundo Anon 3 (2004), a assimilação de outros conceitos anatómicos principais<br />
<strong>com</strong>o tecido, órgão, sistema de órgãos, contribuem à formação da concepção<br />
científica do mundo sobre a base de que ao estudar as estructuras que<br />
conformam os organismos vivos, <strong>com</strong>o partes reconhecíveis pelo homem, os<br />
estudantes podem chegar a conhecer a base material dos processos vitais que<br />
neles ocorrem e estabelecer a relação estructura-função.<br />
Na sua relação interdisciplinar <strong>com</strong> outras disciplinas da carreira o estudo das<br />
regularidades anatómicas dos organismos a partir de conhecimentos do<br />
organismo humano, permite aos estudantes aprofundar na materialidade do<br />
mundo que lhes rodeia, o que por sua vez coadjuva a que poossam estabelecer
semelhanças e diferenças que lhe ajudarão a interpretar a realidade do quadro<br />
evolutivo.<br />
O organismo humano e seus constituintes (órgãos, aparelhos, sistemas, tecidos e<br />
células) são formas da matéria. O organismo não contém nenhuma estructura que<br />
não desempenhe ou tenha desempenhado uma determinada função, assim <strong>com</strong>o<br />
não há nenhuma função que não esteja relacionada <strong>com</strong> uma determinada<br />
estructura.<br />
As ciências morfológicas e as ciências fisiológicas têm um mesmo objeto, o<br />
estudo dos sistemas biológicos, mas de posições distintas: as ciências<br />
morfológicas do ponto de vista de sua organização; as ciências fisiológicas do<br />
ponto de vista de sua função, do processo. Estas são as relações mútuas entre<br />
estas ciências.<br />
As células têm uma série de propriedades tais <strong>com</strong>o: a irritabilidade,<br />
fundamentalmente nas células nervosas; a contractilidade nas células<br />
musculares; a absorção, nas células do epitelio do intestino delgado; a secreção,<br />
nas glândulas; a protecção nas células epidérmicas entre outras. (Weisz, 1998).<br />
Esta disciplina opera <strong>com</strong> modelos tais <strong>com</strong>o: o néfron, para explicar os<br />
processos de formação da urina, o coração <strong>com</strong> os principais vasos sanguíneos;<br />
para explicar a circulação maior e menor do organismo humano, os pulmones até<br />
ao nivel da unidade respiratória, para explicar os mecanismos de inspiração,<br />
expiração e intercâmbio de gases e modelos dos mecanismos de regulação das<br />
funções dos diferentes sistemas integrados, por exemplo, modelos de circuitos<br />
neuronais, modelos de relações entre o sistema nervoso e o hormonal, modelos<br />
entre os sistemas de control e os sistemas que determinam as funções<br />
vegetativas.<br />
Segundo Castillo e Perez (1998) a disciplina apoia-se nas leis biológicas <strong>com</strong>o:<br />
Lei de Frank Starling, para a interpretação do coração <strong>com</strong>o bomba e na<br />
circulação microcapilar.<br />
Lei de uniformidade dos organismos.<br />
Lei da transformação e conservação da energia para a interpretação na<br />
relação homem-ambiente.
Lei periódica das mudanças de propiedade das estructuras biológicas ao<br />
variar a sua constituição química interna.<br />
Lei da concatenação onde todos os fenómenos, processos, mecanismos<br />
fisiológicos se encuentram inter-relacionados entre si e <strong>com</strong> o meio<br />
circulante.<br />
Para <strong>com</strong>prender a Histologia é necessário conhecer os seguintes princípios<br />
desta ciência:<br />
Todos os organismos, incluindo o homem, estão formados por células,<br />
tecidos, órgãos, sistemas de órgãos e aparelhos.<br />
Todos os elementos estructurais do organismo humano necessitam de<br />
energia, que obtém do meio e a utiliza no seu funcionamento e<br />
conservação integral.<br />
Existe a inter-relação e inter-dependência entre estes elementos<br />
estructurais, o que possibilita níveis relacionais cada vez mais <strong>com</strong>plexos e<br />
que determinam o equilíbrio orgânico e a vida, entre estes temos:<br />
o 1º. nível estructura função<br />
o 2º. nível função função<br />
o 3º. nível função funcionamento<br />
O organismo humano <strong>com</strong>o sistema biológico vivo depende de sua<br />
integração orgânica e se <strong>com</strong>porta <strong>com</strong>o um todo.<br />
Nesta disciplina põem-se de manifesto diferentes teorias <strong>com</strong>o:<br />
A teoria da evolução, a qual permite distinguir os traços evolutivos no<br />
desenvolvimento filogenético no homem em relação aos demais animais,<br />
determinando a característica de seu desenvolvimento ontogenético.<br />
A teoria celular, a qual explica que todos os organismos, incluindo ao<br />
homem, estão formados por células que é a unidade funcional e<br />
estructural do mesmo, onde se realizam todas as funções do organismo<br />
em si, por apresentar os elementos estructurais para estes, pelo que está<br />
em constante movimento no espaço e no tempo e integra a unidade e a
diversidade de fenómenos que ocorrem no homem e na naturaleza,<br />
revelando sua condição de sistema íntegro. De igual forma a sua<br />
especialização contribui à formação de tecidos e órgãos diferentes <strong>com</strong><br />
um maior o menor grau de especialização.<br />
A teoria reflexa de Pavlov, a qual revelou o mecanismo nervoso<br />
responsável das formas mais aperfeiçoadas e <strong>com</strong>plexas de resposta do<br />
homem e que constitui base para a integração de funções no mesmo.<br />
De maneira que se se alcança uma abordagem da disciplina tendo em conta os<br />
níveis de sistematização anteriormente descritos (conceito, lei, princípios, teoria)<br />
pode-se chegar ao estabelecimento de relações entre o conhecimento novo e o<br />
que o estudante possui, entre o instructivo e o educativo, entre os <strong>com</strong>ponentes<br />
académicos, laboral e investigativo, no processo de ensino-aprendizagem da<br />
disciplina de Histologia, o que facilitará a utilização dos núcleos integradores de<br />
conhecimentos e tornará possível ensinar a relacionar de forma íntegra os<br />
conhecimentos nos seus distintos níveis de relações no processo docente-<br />
educativo, possibilitando uma assimilação de generalizações integradoras mais<br />
significativas para o estudante e desde o ponto de vista da investigação permite<br />
explicar melhor o objeto de estudo.<br />
Neste sentido o processo de ensino aprendizagem haverá de dirigir-se de forma<br />
gradual e cuidadosa mediante a participação activa dos estudantes, procurando<br />
que sejam eles que participem na elaboração dos conceitos, generalizações,<br />
aplicação de princípios, leis, irregularidades que se relacionem. Isto é, há que<br />
garantir que se assimilem as noções e sobre a base das mesmas estructurar os<br />
conceitos que farão parte do sistema de conhecimentos que a disciplina abrange<br />
(Brito Fernández y otros, 1987).<br />
1.4. Algumas considerações sobre o desenho curricular.<br />
Esta epígrafe refere-se a determinados aspectos que se relacionam <strong>com</strong> o<br />
desenho curricular e que constituem elementos básicos para o trabalho.<br />
Não é objectivo deste trabalho fazer uma análise de todos os critérios e<br />
tendências que existem na actualidade sobre desenho curricular; só se abordarão<br />
aquelas questões que, de acordo <strong>com</strong> as considerações da autora, sobre uma
ase científica, fundamentam a proposta de modificações do programa prático da<br />
disciplina de Histologia.<br />
Anon 1 (1999), expressa que a concepção e estrutura curricular a partir do século<br />
XX, devem ter as seguintes premissas ou requisitos básicos:<br />
Passar de uma concepção de curriculum em termos de planos de estudo a<br />
uma concepção de estruturas curriculares.<br />
Superar uma concepção de docente transmissor do conhecimento a uma<br />
de concepção de constructor do mesmo.<br />
Passar de um docente administrador de curriculum a um docente<br />
desenhador do mesmo.<br />
Avançar de um docente intervencionista no processo docente-educativo,<br />
para um docente interactuante no processo:<br />
o Ante uma concepção de simples adequação curricular a uma<br />
concepção real de flexibilidade dos conteúdos e do curriculum.<br />
o De um estudante que memoriza a um estudante que raciocina.<br />
o De uma concepção de estudante que faz coisas e eventos a uma<br />
concepção de estudantes que confronta coisas e eventos.<br />
o De um docente pragmático a um docente investigador.<br />
o De um curriculum extensivo a um curriculum intensivo.<br />
Tudo isto se observa numa proposta de estructura curricular que a seguir<br />
apresentamos (Figura 1).
Educação<br />
Ambientes<br />
Processo Objecto de Estudo<br />
METAS<br />
E<br />
OBJECTIVOS<br />
Cultura<br />
EDUCAÇÃO<br />
PROCESSO<br />
Fig. 1. PROPOSTA DE ESTRUTURA CURRICULAR. (Anon 6 , 2006)<br />
Cultura<br />
FACTORES<br />
DETERMINANTES<br />
CURRICULUM<br />
CULTURA<br />
OBJECTO<br />
Observe-se que nesta estrutura a cultura tem um papel de primeira ordem e <strong>com</strong>o<br />
propõe o autor citado o conceito de cultura se entende <strong>com</strong>o aquele espaço real e<br />
quotidiano onde se encontram integrados diferentes ambientes educativos,<br />
conformados pelo social, o tecnológico, o artístico, o científico, o <strong>com</strong>unicativo, o<br />
recreativo, o ético, o dinâmico e outros, pelo que se deve partir da concepção de<br />
um estudante que vai se desenvolver <strong>com</strong>o cidadão, inscrito nuna cultura que o<br />
caracteriza por participar de uma identidade nacional, em termos da sua natureza<br />
e a sociedade onde coexistem diversos ambientes determinados de onde não<br />
escapam as disciplinas e inter-relacionadas de forma vertical ou horizontal, entre
elas e <strong>com</strong> as incidências destes ambientes. Portanto a educação <strong>com</strong>o processo<br />
tem un objecto de estudo, a cultura.<br />
O curriculum converte-se num processo de investigação que num ciclo de<br />
permanente interacção recolhe o indivíduo (formação integral) a seu contexto<br />
(formação integrada) e a relação entre o indivíduo e seu contexto (formação<br />
integradora) para melhorar as aprendizagens na formação da pessoa. Esta<br />
formação se encaminha para uma integralidade entre o indivíduo e o contexto.<br />
Se se analizam algumas definições de curriculum considera-se que a que abaixo<br />
se apresenta é uma das mais <strong>com</strong>pletas, dada por Anon 7 , (2005).<br />
O curriculum é uma hipótese de trabalho que permite orientar a formação<br />
de um indivíduo ao longo de um nível determinado ou de uma carreira<br />
numa área de conhecimento, o qual nos leva a reconhecer o processo<br />
curricular <strong>com</strong>o um processo de investigação e que só é realmente<br />
alcançado ao final da formação integral manifesto no impacto no meio<br />
sócio-económico e cultural no qual lhe corresponde actuar. O curriculum<br />
<strong>com</strong>o processo investigativo deve oferecer problemas e perguntas que<br />
devem ser resolvidos . (Anon 5 , 2005: pág. 11):<br />
Como propõe Coro (1996) existem cinco tendências no desenho curricular: o<br />
curriculum <strong>com</strong>o conteúdo do ensino, o curriculum <strong>com</strong>o um guia ou plano, o<br />
curriculum <strong>com</strong>o experiência, o curriculum <strong>com</strong>o sistema e o curriculum <strong>com</strong>o<br />
disciplina. Pelo que, ao falar de diferentes relações teórico-metodológicas do<br />
desenho curricular é necessário fazer referência à classificação dos mesmos.<br />
O curriculum é uma <strong>com</strong>binação de tendências na qual se manifiestam vertentes<br />
diferentes, pelo que se encontram distintos modelos de desenhos curriculares e<br />
entre os de maior influência pode-se citar os seguintes: modelos precursores<br />
(conductista), modelo globalizador, modelo de investigação na acção, modelo<br />
constructivista, modelo histórico-cultural e modelo dos processos conscientes.<br />
Ao fazer uma análise do nível de incidência deste modelo na formação de nossos<br />
profissionais, destacam-se dois aspectos que constituiram princípios na psicologia<br />
soviética na década de 40, que são:<br />
O reconhecimento da natureza social da actividade psíquica.
O reconhecimento da unidade da actividade psíquica e da actividade<br />
externa prática.<br />
Segundo Vigotsky citado por Coro (2002), a relação entre o ensino e a educação,<br />
<strong>com</strong>o forma de actividade e <strong>com</strong>o fonte de desenvolvimento psíquico do homem,<br />
possui dois níveis de desenvolvimento: o nível actual <strong>com</strong>o resultado dos ciclos já<br />
concluidos e a zona de desenvolvimento próximo da que se encontra no processo<br />
de formação.<br />
Isto reflecte que o processo de ensino-aprendizagem, não se limita à<br />
<strong>com</strong>unicação entre o que ensina e o que aprende, senão que os conhecimentos<br />
que constituem o conteúdo do ensino devem ser orientados, tendo em<br />
consideração o mundo que nos rodeia e a prática social.<br />
Este modelo curricular, dirigido a um ensino que desenvolve, tem em<br />
consideração a teoria geral da direcção das regularidades do processo de<br />
assimilação que possibilita explicar o processo de ensino-aprendizagem, tendo<br />
em consideração o carácter social do ensino e as vias para a aquisição do<br />
conhecimento científico.<br />
Na actualidade, a base, quanto ao modelo curricular utilizado para a elaboração<br />
dos planos de estudo, sustenta-se na Teoria Didáctica do Dr. Carlos Alvarez de<br />
Zayas que se materializou no modelo dos Processos Conscientes (Coro, 2004).<br />
Este, <strong>com</strong> a ajuda do sistema de leis e categorias desenvolvidas pelo próprio<br />
autor, explica o processo de formação de profissionais, aplicando as abordagens<br />
sistémica, estructural, dialéctica e genética ao dito processo, apoiando-se nas<br />
teorias da actividade e a <strong>com</strong>unicação.<br />
De acordo <strong>com</strong> Panza (2002), este modelo dá resposta a insuficiências que se<br />
manifestam na formação de profissionais universitários tais <strong>com</strong>o:<br />
Insuficiente relação das universidades <strong>com</strong> o contexto social.<br />
Formação reprodutiva que não prepara o futuro profissional para seu<br />
trabalho no contexto social.<br />
Ausência de investigações, e se existirem, são pobremente vinculadas ao<br />
contexto social e muito menos integradas ao processo docente-educativo.
O modelo dos processos conscientes, propõe-se a superar estas deficiências e<br />
alcançar os seguintes aspectos nos programas de estudo.<br />
1. Papel reitor dos objectivos.<br />
2. Sistematização dos conteúdos.<br />
3. Aumento de habilidades práctico-profissionais.<br />
4. Perfil amplo dos graduados.<br />
Conclusões do Capítulo<br />
Neste capítulo consultamos bibliografia brasileira, portuguesa, francesa, cubana<br />
entre outras, sendo as referências actualizadas e que dão respostas aos<br />
objectivos traçados e servem de base para a discussão dos resultados deste<br />
trabalho.<br />
Capítulo II: Proposta de solução do problema.<br />
Introdução do Capitulo.<br />
Neste capítulo se apresentam os elementos que concorrem <strong>com</strong>o pressupostos<br />
para a elaboração e apresentação de uma proposta de solução, bem <strong>com</strong>o uma<br />
Proposta de Modelo de Protocolo de Práticas adaptável às reais condições<br />
existentes na unidade orgânica alvo, <strong>com</strong>o forma de melhoria da metodologia<br />
actualmente utilizada nas aulas práticas.<br />
2.1. Contribuição prática da investigação.<br />
2.1.1. Aperfeiçoamento da metodologia do programa da cadeira.<br />
A partir dos resultados da observação e da análise de documentos, se realiza<br />
implicitamente um aperfeiçoamento do programa da cadeira de Histologia, o qual<br />
se vai conduzindo na seguinte ordem:<br />
2.1.1.1 Aperfeiçoamento do sistema de objectivos.<br />
2.1.1.2 Aperfeiçoamento do sistema de habilidades.<br />
2.1.1.3 Aperfeiçoamento da metodologia.<br />
2.1.1.4 Aperfeiçoamento dos métodos de ensino.<br />
2.1.1.5 Aperfeiçoamento do sistema de avaliação
2.1.1.1. Aperfeiçoamento do sistema de objectivos:<br />
Os objectivos gerais do programa adequaram-se em concordância <strong>com</strong> os<br />
conteúdos inseridos pela nova metodologia de aulas práticas, o que é<br />
imprescindível, pois só assim se poderá, de forma objectiva e científica, ir<br />
desenvolvendo os modos de actuação projectados no modelo do profissional, por<br />
isso se reelaboraram, ficando da seguinte forma:<br />
1. Explicar os conceptos básicos da Histologia <strong>com</strong>o Ciência <strong>com</strong>o base da<br />
estrutura do corpo humano e animal <strong>com</strong>o um todo na íntegra.<br />
2. Explicar as características histológicas fundamentais do corpo humano e<br />
animal.<br />
2.1.1.2. Aperfeiçoamento do sistema de habilidades:<br />
Define-se o seguinte sistema de habilidades a desenvolver no novo desenho da<br />
disciplina: Habilidades docentes (auto-educação); Habilidades lógico-intelectuais;<br />
Habilidades específicas ou próprias da profissão.<br />
2.1.1.2.1. Habilidades docentes (auto-educação):<br />
Habilidades relacionadas <strong>com</strong> as operações e métodos do pensamento e a busca<br />
e emprego da informação científica, que permitem a determinação do significado,<br />
sentido ou alcance geral dos conteúdos que se hão-de assimilar para solucionar<br />
os problemas. Obedecem à formação das estratégias do pensamento e a<br />
aplicação na práctica dos métodos, técnicas e procedimentos do trabalho<br />
profissional empregues na solução dos problemas. São estas:<br />
- Esclarecimento da metodologia que se há-de assimilar.<br />
- Procesamento da nova metodologia que se há-de assimilar.<br />
- Fixação organizada dos conteúdos que se deve assimilar.<br />
- Auto-control da actividade de estudo independente.<br />
O sistema operacional elaborado para estas habilidades baseia-se em:<br />
Concentrar toda a atenção na sua execução e desempenho.<br />
Expor de forma precisa o conteúdo, legendando toda a informação.
Localizar e utilizar a informação científica tanto dentro do protocolo de<br />
práticas <strong>com</strong>o noutros materiais.<br />
Executar as tarefas previstas.<br />
Determinar as relaçoes hierárquicas e de coordenaçao dos conteúdos<br />
analisados.<br />
Expressar o conteúdo de forma organizada e resumida.<br />
Defender os critérios e facilitar a <strong>com</strong>preesão e discussão.<br />
Utilizar os métodos, técnicas, procedimentos, habilidades e conhecimentos<br />
de eleição na solução dos problemas.<br />
Utilizar con clareza e oportunamente a linguagem.<br />
Avaliar a eficiência, a eficácia e a efectividade do método de estudo e de<br />
trabalho.<br />
Ajustar o seu <strong>com</strong>portamento ao identificar os seus êxitos e limitações.<br />
2.1.1.2.2. Habilidades Lógico-intelectuais:<br />
a) Habilidade. Sistema operacional.<br />
Comparar e determinar características essenciais e não essenciais do<br />
objecto de estudo.<br />
Precisar as características gerais e essenciais.<br />
2.1.1.2.3. Habilidades Específicas da profissão:<br />
Estas habilidades derivam-se da inclusão no novo desenho, de objectivos de<br />
ampliação relacionados <strong>com</strong> temas de interesse profissional e de actualidade<br />
científica, que permita aos estudantes, desde o primeiro ano da carreira<br />
estudantil, orientar-se no modo de actuação profissional, tendo en conta a lógica<br />
da profissão e da ciência e sua contribuição à solução dos problemas de saúde,<br />
mediante a selecção e aplicação de:<br />
Métodos (de solução de problemas, clínicos, diagnósticos).<br />
Técnicas.
Procedimentos.<br />
Habilidades (de saúde, técnicas educativas, investigativas, de direcção e<br />
especiais).<br />
2.1.1.3. Aperfeiçoamento da metodologia:<br />
O actual programa apresenta certas falhas de fórum prático centradas<br />
fundamentalmente na inexistência de sistematização e uniformização de aulas<br />
práticas. Por este facto, foi realizado o aperfeiçoamento da metodologia das aulas<br />
práticas, apresentado através da proposta de um modelo de protocolo de práticas,<br />
reestructuração realizada sobre a base dos objectivos previamente definidos.<br />
2.1.1.3.1. Proposta de Modelo de Protocolo de Práticas<br />
Sendo a Histologia uma disciplina que nos delega para o mundo da microscopia,<br />
torna-se obrigatoriamente um vasto campo de investigação cujas aulas práticas<br />
<strong>com</strong>eçam mas não têm definição de todos os elementos que realmente se irão<br />
encontrar em cada preparação histológica, devendo, por isso, conter elementos<br />
que dirijam, facilitem e regrem a decorrência das aulas práticas, sem, no entanto,<br />
inibir a capacidade exploratória dos estudantes nem a sua criatividade.<br />
Assim sendo, pensamos que o protocolo orientador da aula prática deve ser um<br />
instrumento que dirija as aulas práticas <strong>com</strong>o um trabalho de investigação e,<br />
<strong>com</strong>o tal, apesar de não ter rigorosamente a mesma estrutura do referido<br />
trabalho, deve obedecer à mesma lógica por forma a garantir um melhor<br />
a<strong>com</strong>panhamento do trabalho pelos estudantes e a garantia da emissão de um<br />
relatório de práticas válido e de boa qualidade.<br />
Nessa óptica, se propõe que o protocolo de aulas seja estruturado <strong>com</strong> a mesma<br />
sequência de um trabalho de investigação científica, <strong>com</strong> uma estrutura que<br />
contemple os seguintes passos principais:<br />
Introdução<br />
Desenvolvimento<br />
Apresentação dos Resultados<br />
Discussão dos Resultados
Avaliação<br />
Desta forma estes pontos seriam assim estruturados:<br />
Introdução<br />
Tema a ser explorado<br />
Eventuais sub-divisões do tema<br />
Objectivos da matéria a ser abordada<br />
Desenvolvimento<br />
Introdução teórica<br />
Projecção apresentação de cartazes ou desenho de imagens<br />
Descrição das colorações empregues<br />
Apresentação da sequência do protocolo da prática<br />
Ampliações preferenciais<br />
Pequeno aumento = menor ampliação. (x4)<br />
Médio aumento = média ampliação.(x10; x25; x40)<br />
Maior aumento = maior ampliação.(x90; x100)<br />
Apresentação da bibliografia preferencial (re<strong>com</strong>endada)<br />
Livros de texto<br />
Atlas<br />
Apresentação dos resultados e valorização da aula prática<br />
Apresentação dos dados recolhidos na aula:<br />
Imagens = Atlas individual<br />
Relatório<br />
Valorização da aula prática<br />
Discussão dos Resultados<br />
Avaliação de conhecimentos
Correcção e classificação dos atlas pessoais, dos relatórios e da<br />
participação activa durante a aula prática.<br />
No ponto referente à introdução deve fazer uma introdução teórica válida,<br />
baseada nas aulas teóricas ligadas <strong>com</strong> o tema em estudo e que contenha outros<br />
elementos que o professor entenda serem uma mais-valia para a <strong>com</strong>preensão<br />
da aula prática em causa. Nesta óptica, serão necessárias três <strong>com</strong>ponentes<br />
principais:<br />
Resumo teórico das aulas práticas<br />
Projecção de imagens elaboradas a partir de microfotografias<br />
Orientação de consultas aos atlas.<br />
No ponto referente à apresentação de resultados, cada estudante deve entregar<br />
ao professor:<br />
Um desenho legendado de cada uma das imagens observadas<br />
Uma análise pessoal do que entendeu em cada uma das<br />
preparações histológicas.<br />
Com os dados deste ponto, o professor poderá ter a percepção daquilo que<br />
realmente cada um dos estudantes conseguiu perceber, tendo assim a<br />
possibilidade de correcção dos pontos fracos de cada um deles.<br />
No fim de cada aula proceder-se-á à valorização da aula prática, sugerindo-se<br />
que o ponto referente à discussão dos resultados seja delegado para a aula<br />
seguinte pois a discussão é conjunta e aberta, entre o professor e os estudantes<br />
todos, valendo-se nos dados obtidos durante a aula prática por cada um dos<br />
estudantes e já submetidos a uma análise do professor.<br />
Outra alternativa é a discussão conjunta dos resultados obtidos em várias aulas<br />
consideradas afins, numa sessão conjunta, por exemplo por tema.<br />
A partir de qualquer das propostas, o professor obtém:<br />
A garantia da aprendizagem dos estudantes<br />
Dados válidos para a avaliação ou seja, uma forma de avaliação contínua
É opinião da autora deste trabalho que o professor forneça aos estudantes o<br />
protocolo de aulas práticas, <strong>com</strong> pelo menos 24 horas de antecedência para que<br />
os estudantes tenham a possibilidade de preparar a <strong>com</strong>ponente teórica da aula,<br />
facilitando, de certo modo, o desenvolvimento da aula seguinte.<br />
2.1.1.4. Aperfeiçoamento dos Métodos de ensino:<br />
O aperfeiçoamento na ministração da disciplina, desenha-se a partir de métodos<br />
productivos da aprendizagem, <strong>com</strong>o a elaboração conjunta e o trabalho<br />
independente, onde se apresentam problemas que o estudante deverá resolver,<br />
mediante a busca de informação, <strong>com</strong> o que se alcança nos estudantes o<br />
desenvolvimento e domínio de habilidades.<br />
2.1.1.5. Aperfeiçoamento do Sistema de avaliação:<br />
Redesenha-se praticamente todo o Sistema de Avaliação em todos os seus<br />
aspectos a partir dos objectivos definidos neste aperfeiçoamento, tendo em conta<br />
os aspectos gerais concebidos no programa e a nova metodologia de avaliação<br />
contínua baseada na proposta de protocolos de aulas práticas de Histologia.<br />
Conclusões do Capitulo.<br />
Como resultados da proposta de metodologia para as aulas práticas de<br />
Histologia, se elaboraram 9 (nove) protocolos que foram considerados<br />
fundamentais para a realização das actividades práticas em referência, deixando<br />
em aberto 4 (quatro) protocolos considerados facultativos, para utilização ou não<br />
pelos docentes, de acordo <strong>com</strong> a carga horária dos programas e a duração do<br />
semestre lectivo.<br />
Capítulo III: Valorização e Interpretação dos resultados<br />
Introdução do Capítulo<br />
Neste capítulo se apresenta o diagnóstico da realidade do actual processo de<br />
ensino de práticas laboratoriais para a disciplina de Histologia Geral sem um guia<br />
pedagógico, baseado nos resultados obtidos durante as entrevistas <strong>com</strong> vista à<br />
avaliação da existência anterior de protocolos de aulas práticas nesta cadeira,<br />
bem <strong>com</strong>o a avaliação de opiniões sobre a necessidade de sua criação e
implementação, procedendo-se posteriormente à sua discussão <strong>com</strong> base em<br />
teorias de vários autores sobre a dicotomia teoria-prática.<br />
3.1. Resultados.<br />
A colheita de dados ocorreu em algumas unidades orgânicas da Universidade<br />
Agostinho Neto, nomeadamente Instituto Superior de Enfermagem, Faculdade de<br />
Medicina, ISCED do Lubango e Faculdade de Ciências, <strong>com</strong> os seguintes<br />
números de entrevistados:<br />
Tabela 1: Entrevistados da Faculdade de Medicina<br />
Classificação<br />
1 2 3 4 5 Total<br />
N.º 6 4 5 3 10 28<br />
% 21,4 14,3 17,9 10,7 35,7 100<br />
Esta tabela mostra os grupos de entrevistados na Faculdade de Medicina (Tabela<br />
1):<br />
1. Docentes de Histologia: 6<br />
2. Docentes de outras disciplinas de microscopia: 4<br />
3. Trabalhadores não docentes da área de Histologia: 5<br />
4. Trabalhadores não docentes de outras áreas de microscopia: 3<br />
5. Recém-formados em Medicina: 10<br />
Tabela 2: Entrevistados da Faculdade de Ciências<br />
Classificação<br />
1 2 3 4 5 Total<br />
N.º 3 3 3 2 4 15<br />
% 20 20 20 13,3 26,7 100<br />
Esta tabela mostra os grupos de entrevistados na Faculdade de Ciências (Tabela<br />
2):<br />
1. Docentes de Histologia: 3
2. Docentes de outras disciplinas de microscopia: 3<br />
3. Trabalhadores não docentes da área de Histologia: 3<br />
4. Trabalhadores não docentes de outras áreas de microscopia: 2<br />
5. Recém-formados em Biologia: 4<br />
Tabela 3: Entrevistados do Instituto Superior de Enfermagem<br />
Classificação<br />
1 2 3 4 5 Total<br />
N.º 1 1 1 1 10 14<br />
% 7,15 7,15 7,15 7,15 71,4 100<br />
Esta tabela mostra os grupos de entrevistados no Instituto Superior de<br />
Enfermagem (Tabela 3):<br />
1. Docentes de Histologia: 1<br />
2. Docentes de outras disciplinas de microscopia: 1<br />
3. Trabalhadores não docentes da área de Histologia: 1<br />
4. Trabalhadores não docentes de outras áreas de microscopia: 1<br />
5. Recém-formados em Enfermagem Superior: 10<br />
Tabela 4: Entrevistados do ISCED do Lubango Opção Biologia<br />
Classificação<br />
a) b) c) d) e) Total<br />
N.º 1 1 0 0 0 1<br />
% 50 50 0 0 0 100<br />
Esta tabela mostra os grupos de entrevistados no ISCED do Lubango<br />
Biologia (Tabela 4):<br />
1. Docentes de Histologia: 1<br />
2. Docentes de outras disciplinas de microscopia: 1<br />
3. Trabalhadores não docentes da área de Histologia: 0<br />
Opção
4. Trabalhadores não docentes de outras áreas de microscopia: 0<br />
5. Recém-formados no Ensino da Biologia: 0<br />
De uma forma geral, nas 3 primeiras instituições, a maior parte dos entrevistados<br />
foram indivíduos recém-formados, sem nenhuma experiência de trabalho,<br />
baseando-se as suas entrevistas principalmente nas dificuldades por eles<br />
experimentadas durante o curso superior (Tabelas 1, 2, 3 e 4).<br />
Tabela 5: Análise percentual dos grupos entrevistados nas 4 instituições<br />
Classificação N.º %<br />
1 Docentes de Histologia 11 19<br />
2 Docentes de microscopia 8 13,8<br />
3 Não docentes de Histologia 9 15,5<br />
4 Não docentes de microscopia 6 10,3<br />
5 Recém-formados 24 41,4<br />
TOTAL 58 100<br />
Nesta tabela 5 se pode confirmar que dos somatórios por grupos, se destaca que<br />
os recém-formados em geral foram a maioria dos entrevistados <strong>com</strong> 41,4 % da<br />
totalidade.<br />
Aquando das observações, numa fase inicial, procedeu-se à identificação das<br />
diferentes realidades existentes nos distintos laboratórios e as qualificações do<br />
pessoal técnico e, só depois se iniciaram as entrevistas semi-estruturadas.<br />
Nessas entrevistas, o questionário serviu apenas para nortear as questões<br />
relativas às hipóteses abordadas, podendo o entrevistado discorrer livremente<br />
sobre o tema, cujos depoimentos foram anotados.<br />
Entre as principais dificuldades da disciplina, de acordo <strong>com</strong> os entrevistados em<br />
geral, ressaltaram as seguintes:
Dificuldades na sistematização da relação teoria-práctica<br />
A observação realizada denunciou algumas carências de meios de apoio<br />
ao estudante<br />
Tabela 6: Opiniões sobre a necessidade de protocolos de práticas<br />
Classificação Com protocolo Neces. Protocolo<br />
Docentes de Histologia 0 % 100 %<br />
Docentes de microscopia 40 % 60 %<br />
Não docentes de Histologia 0 % 100 %<br />
Não docentes de microscopia 40 % 60 %<br />
Recém-formados 20 % 80 %<br />
Apesar de alguns dos entrevistados referirem experiências anteriores <strong>com</strong> o uso<br />
de guião, houve unanimidade em reconhecer a necessidade de elaboração de um<br />
protocolo de práticas devidamente organizado, para sistematização e<br />
uniformização do sistema de aulas práticas de Histologia Geral Humana, <strong>com</strong><br />
especial destaque para os dados obtidos dos entrevistados docentes e não<br />
docentes de Histologia <strong>com</strong> 100% (Tabela 6).<br />
De uma forma geral os resultados obtidos por grupos foram os seguintes:<br />
Docentes de Histologia:<br />
Foram entrevistados docentes que leccionam Histologia, em períodos<br />
que vão desde um início em 1984 até recém admitidos ou a leccionar<br />
há menos de 2 anos, sendo 5 que leccionam entre os 15 e 20 anos e 6<br />
que leccionam há cerca de menos de 2 anos, estes últimos<br />
apresentando uma série de indecisões nas respostas que se deviam à<br />
falta de experiência.<br />
Admitiram sempre ter ministrado as aulas práticas a grupos de 14 a 20<br />
estudantes, dado o elevado número de estudantes e a exiguidade de<br />
espaço e microscópios.
Admitiram, também sempre terem dado as aulas práticas sem guião,<br />
acreditando os mesmos dever-se à baixa <strong>com</strong>plexidade dos conteúdos<br />
desta disciplina, situação que prevalece até à actualidade; alguns<br />
docentes afirmaram possuir algum material proveniente dos países da<br />
sua formação, por vezes manuscritos e geralmente na língua do país<br />
em referência (exemplo: Alemão)<br />
A maior dificuldade encontrada <strong>com</strong> esta metodologia é o desperdício<br />
maior de tempo na explicação de conteúdos que são surpresa para os<br />
estudantes que não tomaram nenhum contacto <strong>com</strong> algum guião<br />
Encorajaram a elaboração do protocolo de práticas de Histologia<br />
Docentes de outras disciplinas de microscopia:<br />
Foram entrevistados docentes de Biologia Geral e de Microbiologia que<br />
afirmaram ministrar as aulas práticas das suas disciplinas pois crêem<br />
que a inexistência dos mesmos dificultaria sobremaneira o alcance dos<br />
objectivos das aulas práticas<br />
Os docentes de Biologia Celular e Molecular disseram que vivem as<br />
mesmas dificuldades que os de Histologia dada a <strong>com</strong>plexidade de<br />
explicação do mundo microscópico e ultra-microscópico e afirmaram<br />
que, se alguma vez existiram protocolos de aulas práticas, já não<br />
existem na actualidade; alguns docentes afirmam terem protocolos nas<br />
suas disciplinas.<br />
Trabalhadores não docentes da área de Histologia:<br />
Foram entrevistados trabalhadores não docentes da área de Histologia,<br />
admitidos em períodos que vão desde um início em 1974 até aos que<br />
trabalham há menos de 5 anos.<br />
Admitiram sempre ter a<strong>com</strong>panhado as aulas práticas a grupos de uma<br />
média de 16 estudantes, dado o elevado número de estudantes e a<br />
exiguidade de espaço e microscópios.<br />
Admitiram, não se recordarem da existência de guião de práticas de<br />
Histologia, situação que prevalece até à actualidade
A maior dificuldade encontrada <strong>com</strong> esta metodologia é o desperdício<br />
maior de tempo nas aulas de técnica histológica e a falta de algumas<br />
preparações histológicas para montagem das práticas<br />
Encorajaram a elaboração do protocolo de práticas de Histologia<br />
Trabalhadores não docentes de outras áreas de microscopia:<br />
Foram unânimes em dizer que existem protocolos de aulas práticas nas<br />
áreas onde trabalham (Microbiologia, Biologia Geral), pelo que não<br />
vivem os mesmos problemas<br />
Recém-formados no Ensino das Ciências Biológicas:<br />
Foram entrevistados recém licenciados que frequentaram as aulas de<br />
Histologia de 1994 a 2000.<br />
Admitiram sempre ter frequentado as aulas práticas de Histologia em<br />
grupos de 12 a 22 estudantes, dado o elevado número de estudantes e<br />
a exiguidade de espaço e microscópios.<br />
Admitiram, também sempre terem dado as aulas práticas sem guião,<br />
considerando este facto um dos principais factores de estrangulamento<br />
ao processo de aprendizagem e também de incumprimento dos<br />
conteúdos programáticos, situação que prevalece até à actualidade<br />
A maior dificuldade encontrada <strong>com</strong> esta metodologia é o desperdício<br />
maior de tempo na explicação de conteúdos que são surpresa para os<br />
estudantes que não tomaram nenhum contacto <strong>com</strong> algum guião,<br />
levando ao incumprimento parcial do programa de aulas práticas<br />
Consideraram ser urgente a elaboração de um protocolo de práticas de<br />
Histologia.<br />
3.2. DISCUSSÃO.<br />
Segundo Albert (2004) nas últimas décadas geraram-se tendências pedagógicas<br />
dirigidas a criar expectativas, habilidades e conhecimentos nos estudantes, de<br />
forma a torná-los mais activos e de que estes sejam capazes de analisar as<br />
condições históricas em que se desenvolveram e em função destas, não só<br />
descrever o mundo que lhe rodeia senão mesmo transformá-lo. Estas correntes
eflectem, em alguma medida, críticas à pedagogia tradicional.<br />
A tendência que é objecto de análise, enquadra-se em toda uma corrente da<br />
Pedagogia crítica que ganhou força nos últimos anos e para isso se faz referência<br />
a ideias de outros autores que se identificam <strong>com</strong> a mesma.<br />
Nesta linha de pensamento, são numerosos os investigadores que são unânimes<br />
em dizer que qualquer teoria educativa deve rejeitar as noções positivistas de<br />
racionalidade, objectividade e verdade para responder às necessidades actuais<br />
de formação, embora o façam <strong>com</strong> diferentes matizes. Quer dizer, conceber o<br />
conhecimento só <strong>com</strong> carácter instrumental, assim <strong>com</strong>o reclamar a necessidade<br />
de prover ao sujeito de meios que lhe brindem orientação sobre <strong>com</strong>o superar os<br />
auto-entendimentos distorcidos adquiridos na vida (Aebli, 2000; Bany e Johnson,<br />
2001 e Cirigliano, 2002)<br />
Outro aspecto importante exposto por estes autores, é o concernente ao<br />
reconhecimento da Teoria Educativa <strong>com</strong>o práctica, portanto a prática dos<br />
educadores deve estar dirigida a orientar aos estudantes <strong>com</strong>o ver-se a si<br />
mesmos e <strong>com</strong> isto eliminar os factores que limitam a consecussão dos objectivos<br />
propostos. É critério desta autora e coincidente <strong>com</strong> o de outros autores o papel<br />
da prática <strong>com</strong>o critério da verdade.<br />
A Teoría Crítica surge da chamada Escola de Frankfurt <strong>com</strong>o oponente às<br />
posturas positivistas de interpretação da ciência, defende que o processo<br />
educativo deve permitir alcançar novas explicações para as verdades alcançadas<br />
nas ciências, que até agora se mantêm afastadas da totalidade, da realidade, ao<br />
não contemplar a sua historicidade, oferecendo-se estas na escola, <strong>com</strong>o<br />
verdades acabadas (Barco, 1996)<br />
É precisamente na própria prática educativa onde os sujeitos adquirem novos<br />
significados que vão conformando a sua identidade. Estas práticas não se dão de<br />
forma isolada, mas sim num contexto social, mediante formas culturais proprias<br />
desse contexto.<br />
Segundo Figueredo (2002) e Gibb (2003), a reflexão sobre estas práticas é a<br />
base das disciplinas educativas, portanto, é necessário considerar os espaços<br />
sociais em que se geram, já que estes imprimem certas particularidades às
formas de manifestar suas intenções.<br />
Desta forma se considera a instituição escolar <strong>com</strong>o um mecanismo emancipador<br />
dos estudantes, tendo em conta que eles se propõem à transformação da<br />
educação e a análise crítica de seus métodos e processos, daí que se valoriza<br />
<strong>com</strong>o método principal, o da auto-reflexão crítica, a partir de uma concepção<br />
dialéctica da realidade e o pensamento.<br />
Esta tendência atribui à escola uma função fundamental na difusão de conteúdos<br />
concretos, indissociáveis da realidade social. Valoriza a instituição <strong>com</strong>o<br />
instrumento de apropiação do saber, que está ao serviço dos interesses<br />
populares (Carr, e Kemis, 1998). É por aqui que se <strong>com</strong>prova em nossos<br />
resultados <strong>com</strong>o a elaboração dos protocolos experimentais dão uma dimensão<br />
positiva ao processo de ensino aprendizagem.<br />
Neste sentido propõe-se dar um papel transformador à escola a partir das<br />
condições existentes, o que implica garantir a todos um bom ensino, centrado na<br />
apropiação de conteúdos básicos, pelo que presupõe um estudante muito activo,<br />
que transita no processo de obtenção de conhecimentos, de uma experiência<br />
inicialmente confusa e fragmentada, a uma visão sintéctica, mas organizada e<br />
unificada.<br />
Para De Alba (1999) e Giroux (1999) o cumprimento de tais propósitos implica<br />
que a práctica educativa deve proporcionar ao estudante as condições propicias<br />
para se conciencializar sobre <strong>com</strong>o os objectivos podem distorcer-se no caminho<br />
de busca da verdade, e buscar as causas de sua explicação no seu próprio<br />
desenvolvimento histórico concreto em que tem lugar. Todo este processo deve<br />
realizar-se <strong>com</strong> o objectivo de actuar para superar as contradições presentes nas<br />
acções sociais.<br />
Libaneo (1999) e Klein (2000) aborda a prática escolar observando que esta se<br />
baseia em condições socio-políticas que determinam diferentes valorações do<br />
papel da escola, a aprendizagem, as relações aluno-professor, técnicas<br />
pedagógicas entre outros, que o levam a elaborar uma proposta de investigação<br />
no campo pedagógico.<br />
Esta tendência enquadra-se no grupo das tendências pedagógicas progressistas,
já que parte de uma análise crítica das realidades sociais, e atribui um fim sócio-<br />
político à educação.<br />
Dentro deste grupo, a <strong>com</strong>ponente crítico<br />
social dos conteúdos, defende a<br />
síntese do tradicional e o renovado, no sentido de atribuir importância à<br />
transmissão dos conteúdos, sem perder de vista a actividade e a participação dos<br />
estudantes.<br />
Esta concepção considera que o estudante já possui estruturas cognitivas que o<br />
docente deve aproveitar, ou criar as condições ao estudante para o seu<br />
desenvolvimento, pelo que propõe estimular o desenvolvimento das capacidades<br />
para processar informação, manejando os estímulos do ambiente ao organiza-los<br />
em função de seus objectivos (Lustenberger, 2000).<br />
O anteriormente exposto, revela que o ensino não só deve se ocupar da obtenção<br />
de novos conhecimentos em si, senão do processo através do qual se obtêm<br />
esses conhecimentos e <strong>com</strong>o este processo deve ser encaminhado aos aspectos<br />
essenciais, gerais, que capacitam ao aluno para um raciocínio de nível superior.<br />
Nível superior que não só requer estes elementos cognitivos, senão também a<br />
capacidade para <strong>com</strong>preender, assimilar e valorizar criticamente a sociedade, a<br />
partir de seus próprios critérios, juízos e raciocínios (Libaneo, 1999 e Ortega,<br />
2000)<br />
Os estudantes chegam <strong>com</strong> um capital cultural que não é dado pela escola,<br />
senão gerado pela inter-relação que se cria nos grupos escolares e classes<br />
sociais, que condicionam a participação de cada um na instituição escolar (Barco,<br />
1996 e Montemollim, 2001).<br />
Neste sentido concebe-se o conhecimento muito vinculado à investigação<br />
educativa, quer dizer, o conhecimento não se dá já elaborado, senão que se<br />
"constrói" no processo de ensino <strong>com</strong>o uma forma de vinculação <strong>com</strong> a realidade,<br />
onde a interpretação vivencial do sujeito é essencial, pelo que é necessário o uso<br />
de meios para estimular aos estudantes.<br />
Em geral os exponentes desta corrente teórica coincidem em considerar a<br />
aprendizagem em grupo <strong>com</strong>o relevante para a apropriação de novos<br />
conhecimentos, conhecendo as formas de trabalho do grupo. Referente a este
aspecto se destaca a relação que existe entre o conhecimento acumulado e a<br />
construcção do novo conhecimento.<br />
Ao contrário da Pedagogia Tradicional, esta tendência realça a importância não<br />
só do acervo cultural já conhecido, senão o saber pensar, analisar e inferir a partir<br />
dessa base de conhecimentos, daí o carácter dialéctico que caracteriza este<br />
processo, que se enriquece na práctica educativa e assim permite, uma<br />
aproximação ao conhecimento mais profundo do fenómeno objecto de estudo<br />
(Sant Anna, 2001; Nerici, 2002 e Nagel, 2003).<br />
Partir desta concepção, expressa a necessidade de conceber o processo de<br />
ensino <strong>com</strong>o um processo móvel, de busca da verdade, onde é o próprio sujeito<br />
que tem que desentranhar as características essenciais do conhecimento no seu<br />
processo de derivar, num momento histórico concreto.<br />
Para alcançar tal objectivo torna-se necessário levar os estudantes à reflexão<br />
teórica que provoque confrontações que permitam a recuperação da realidade<br />
que se estuda. Neste processo de aquisição de conhecimentos, os estudantes<br />
têm liberdade para expremir suas ideias e defender seus pontos de vista, os quais<br />
se discutem no seio do grupo escolar, sugerindo novas formas de trabalho e<br />
avaliação.<br />
Realmente esta tendência pretende revelar a organização de processos<br />
educativos emancipadores, é uma proposta alternativa ante a rigidez e<br />
mecanicismo das tendências anteriores, pelo qual se apoia fortemente na reflexão<br />
individual e grupal.<br />
Particularmente, dá-se grande peso ao poder colectivo na transformação de si<br />
próprio e das instituições. Isto fundamenta a questão de que aqui o conhecimento<br />
não é a meta, mas sim o meio para inter-conectar aos professores e estudantes<br />
que juntos discutem, analisam e reflectem acerca de seus obstáculos e<br />
contradições, de onde se gera a definição de novas formas de actuação (Quinton,<br />
2002; Hameline, 2001 e Landsheere, 2002).<br />
Analisa-se o processo de aquisição de conhecimentos <strong>com</strong>o produto do<br />
intercâmbio entre o meio (natural, social, cultural) e o sujeito, sendo o docente o<br />
mediador desta relação, que deve programar actividades que satisfaçam suas
necessidades, assim <strong>com</strong>o propor-lhes outras <strong>com</strong> conteúdos <strong>com</strong>patíveis <strong>com</strong><br />
sua experiência.<br />
Esta concepção, se bem que parte do aproveitamento das potencialidades do<br />
indivíduo, deixa pendente a necessidade da direcção do processo, pelo que se<br />
diferencia daquelas que defendem a não directividade do processo de ensino.<br />
Neste sentido se valoriza ao professor <strong>com</strong>o mediador no processo de aquisição<br />
de conhecimentos que ele transmite, conhecimentos que não são dogmáticos,<br />
senão que alcançam níveis superiores no próprio processo de intercâmbio <strong>com</strong> o<br />
estudante. É neste intercâmbio onde o professor deve propiciar que seja o<br />
estudante quem "descubra" a veracidade de suas conclusões cognitivas.<br />
Trata ao professor <strong>com</strong>o o adulto de mais experiência acerca da realidade, <strong>com</strong><br />
uma preparação para ensinar, para criar nos estudantes a possibilidade de<br />
análise da realidade tendo em conta suas contradições internas, de maneira a<br />
conduzi-los a acreditar nas suas potencialidades e na riqueza de sua experiência.<br />
Segundo Anon 2 , (2004) esta opção crítica procura recuperar ao docente <strong>com</strong>o<br />
artífice das transformações da prática e não <strong>com</strong>o simples servidor das receitas já<br />
estabelecidas, sem maior sentido e <strong>com</strong>plexidade. Com este propósito o<br />
professor pode, através da produção teórica, identificar elementos que lhe<br />
permitem ascender a novos conhecimentos sobre sua realidade.<br />
Estes pressupostos fundamentam a determinação social do papel do professor,<br />
que não se limita à instituição escolar, senão que se estende à <strong>com</strong>unidade, ao<br />
ter amplas possibilidades para sua transformação. É importante precisar o peso<br />
que tem a reflexão sobre sua actividade, marcada numa realidade social, numa<br />
instituição particular já que ao mesmo tempo estes condicionam as reais<br />
possibilidades de transformação e <strong>com</strong> isto fixa os limites de acção do docente.<br />
Segundo Olivares (2000) é importante a análise da própria prática educativa do<br />
docente, o que reflecte o grau da adequação do necessário vínculo entre teoria e<br />
prática (não só referido à instituição escolar) e o seu resultado permite o seu<br />
reajuste e correcção, já que a realidade tem suas próprias leis e a teoria se<br />
subordina em muitos casos às exigências da realidade, o que permite o seu<br />
enriquecimento.
Quanto aos conteúdos do ensino se explica porquê que estes devem ser de<br />
culturas universais, incorporados pela humanidade, permanentemente<br />
reavaliados em função das realidades sociais, quer dizer, em relação ao<br />
desenvolvimento científico-técnico e social em que esteja imerso o sistema de<br />
ensino.<br />
Isto implica a passagem da experiência imediata, não sistematizada, ao<br />
conhecimento sistematizado, a formas de elaboração superior do estudante<br />
através da orientação do docente, ao prover ao estudante de elementos de<br />
análise crítica, que o ajudem a superar a sua experiência individual (Trápaga et al<br />
2001).<br />
Esta tendência valoriza <strong>com</strong>o fundamental na selecção dos conteúdos de ensino<br />
aqueles que favoreçam os vínculos <strong>com</strong> a prática social global, pelo que pretende<br />
que os estudantes apliquem os seus conhecimentos nos diferentes sectores<br />
populares.<br />
Assim mesmo reconhece a importância do grupo no ensino e gera neste<br />
processo, grupos dinâmicos que propiciam a aquisição de conhecimentos e<br />
respeito mútuo. Este processo permite para além disso, trabalhar modelos de<br />
interacção e projecta tarefas que requeiram de esforços colectivos para educar as<br />
qualidades morais da personalidade, tais <strong>com</strong>o a honestidade e a<br />
responsabilidade, de entre as fundamentais.<br />
Portanto, concebe a aprendizagem <strong>com</strong>o a capacidade para processar<br />
informação e manejar estímulos do ambiente, organizando os dados disponíveis<br />
da experiência.<br />
Esta concepção parte da organização do processo sobre conteúdos essenciais,<br />
básicos e a utilização de métodos activos grupais para sua assimilação. Para<br />
além disso, pretende desenvolver habilidades cognitivas que impliquem níveis de<br />
desenvolvimento superiores do pensamento na grande maioria dos estudantes, o<br />
que responde ao propósito de elevar a qualidade de assimilação dos<br />
conhecimentos à massa de estudantes.<br />
Por outro lado em relação aos programas, objectivos, processo e avaliação, não<br />
parte de nada estabelecido; apresenta-se <strong>com</strong>o uma proposta em construção não
acabada, que se vai estruturando no próprio processo de seu desenvolvimento.<br />
Rege o princípio de que todos aprendem de todos e fundamentalmente daquilo<br />
que realizam em conjunto.<br />
Os métodos de ensino empregues por esta tendência, segundo J. C. Libaneo,<br />
valoriza-os <strong>com</strong>o subordinados ao conteúdo, no sentido de favorecer a<br />
correspondência destes conteúdos <strong>com</strong> os interesses dos alunos, servindo-se de<br />
meios para a <strong>com</strong>preensão da realidade. Portanto não partem de um saber<br />
espontâneo senão de uma relação directa <strong>com</strong> a experiência do aluno que<br />
reflecte o vínculo da teoria <strong>com</strong> a prática requerido no ensino.<br />
Outros exponentes Carr y Kemmis (1998), desta corrente, são aqueles que<br />
advogam pelo desenvolvimento de uma ciência educativa crítica defendem a<br />
conveniência de converter ao docente em investigador dentro de suas próprias<br />
práticas e favorecem o método da investigação em acção. Esta afirmação tem na<br />
sua base a consideração de que este método brinda a possibilidade de criar as<br />
condições sob as quas os participantes podem assumir a responsabilidade<br />
colaborativa do desenvolvimento e a reforma da educação.<br />
Este método possibilita a melhoria da prática já que se tornam partícipes activos<br />
dela, pelo que há mais <strong>com</strong>preensão de suas características e limitações, quer<br />
dizer, maior entendimento a partir de sua vivência. Por outro lado, permite a<br />
melhoria das situações em que a dita prática tem lugar, pois a reflexão sobre as<br />
suas próprias formas de actuar possibilitam um melhor conhecimento daqueles<br />
factores que estão travando o desenvolvimento dos objectivos propostos. Desta<br />
forma, nesta aproximação crítica à investigação educativa, o investigador adquire<br />
um novo papel, já que se entende a sua participação no desenvolvimento do<br />
conhecimento <strong>com</strong>o uma acção social que se deve justificar.<br />
Nesta mesma linha estão sendo desenvolvidos outros trabalhos no México que<br />
apontam também à franca oposição de imposição de modelos e formas de<br />
pensamento no terreno da educação, e que incluso, vão mais além, já que se<br />
interessam em construir um pensamento educativo nacional ou regional.<br />
Esta corrente ressalta o papel da escola <strong>com</strong>o instituição pública e aos<br />
estudantes nesta <strong>com</strong>o os de maior potencialidade para a transformação social.<br />
Para alcançar estes objectivos trabalhou-se no currículum <strong>com</strong> um sistema de
ensino modular em função de objectos de transformação, quer dizer, objectos da<br />
realidade que se pretende transformar através da prática profissional sobre os<br />
quais se estrutura todo o sistema de ensino.<br />
Outra forma de abordar esta problemática foi através da análise de <strong>com</strong>o as<br />
teorias educativas trataram a relação entre currículum educativo, cultura e poder.<br />
Este ponto de partida critica a redução do conhecimento ao trasmissível pelo<br />
professor, à instituição escolar <strong>com</strong>o a reprodutora da sociedade dominante,<br />
<strong>com</strong>o a encarregada de desenvolver apenas hábitos para operar eficazmente e<br />
propõe que esta deve estar baseada num maior <strong>com</strong>promisso <strong>com</strong> a democracia.<br />
O anterior traduz-se na conformação de planos que reflictam a expressão de luta<br />
em relação <strong>com</strong> as formas de autoridade, por exemplo debates das regulações<br />
morais pedagógicas, onde se tome em conta as diferentes formas de linguagem,<br />
racionamentos, experiências dos estudantes, de modo que a apropiação do<br />
conhecimento ocorre mediante a análise e valoração crítica das distintas<br />
experiências culturais.<br />
Esta forma implica que o professor seja capaz de desenvolver e respeitar desejos<br />
e ambições dos estudantes, assim <strong>com</strong>o gerar suas expectativas <strong>com</strong><br />
independência da posição social. Isto implica que o professor deve ter não só<br />
uma preparação técnica e profissional, mas também uma formação que lhe<br />
permita considerar, na sua prática docente, as diferenças individuais dos<br />
estudantes.<br />
Estas ideias suscitaram reflexões sobre o papel que, dentro do processo de<br />
ensino-aprendizagem deve ser assumido pelo professor. Neste sentido, se<br />
defende a urgência de que ele reconheça a contradição <strong>com</strong>o factor de mudanças<br />
para encontrar caminhos de transformação ascendente da universidade. Assim o<br />
professor deve conceber a realidade histórica onde se marca o ensino <strong>com</strong>o uma<br />
totalidade, onde o objecto de conhecimento não é exactamente o objecto real,<br />
mas sim uma construção social do homem que o deve guiar e, por sua vez,<br />
facilitar a criação das condições para que o estudante produza os conhecimentos.<br />
Portanto, a aprendizagem deve desenhar-se <strong>com</strong>o um processo em espiral que<br />
cristaliza em indivíduos sociais, que leva implícita uma aprendizagem grupal, ou<br />
seja, a possibilidade de uma reflexão conjunta professor-estudante, que leve a
ambos a construir o conhecimento.<br />
Quanto às relações professor-estudantes, estas devem romper <strong>com</strong> o vínculo de<br />
dependência geral dado pela Pedagogia Tradicional e estabelecer o vínculo de<br />
cooperação que se traduz no emprego de métodos e técnicas grupais. Todas<br />
estas ideias se concretizam na utilização do método de investigação participativa,<br />
onde o estudante tem a possibilidade de tirar as suas próprias conclusões e obter<br />
por si mesmo novos conhecimentos. (González, 2002)<br />
Também alguns autores espanhóis, em consonância <strong>com</strong> o anteriormente<br />
exposto, aprofundaram no papel que deve jogar o professor ante estas novas<br />
exigências impostas ao processo de ensino. A este respeito se defende que deve<br />
ser um agente de mudança social fomentador do não conformismo, orientador e<br />
controlador da aprendizagem e ao mesmo tempo um conselheiro sem ser<br />
autoritário. Isto implica que os conteúdos do ensino devem relacionar-se cada vez<br />
mais <strong>com</strong> os interesses e preocupações sociais.<br />
Esta tendência é uma proposta na busca de vias, formas, sistemas de ensino que<br />
favoreçam o desenvolvimento de estratégias intelectuais, métodos, habilidades<br />
que permitam ao indivíduo de maneira independente e <strong>com</strong> eficiência, orientar-se<br />
e resolver os diversos e <strong>com</strong>plexos problemas, exigência desta época de<br />
desenvolvimento científico-técnico.<br />
Isto se reflecte no interesse que mostram os adeptos a esta tendência, por<br />
analisar o conhecimento no seu processo de formação e não só <strong>com</strong>o um<br />
resultado em si, pelo que analisam uma série de elementos que a seu juizo<br />
favorecem o desenvolvimento e aquisição do conhecimento humano, o que se<br />
valoriza <strong>com</strong>o positivo.<br />
Os representantes desta corrente apoiam o seu suporte teórico,<br />
fundamentalmente na instituição escolar, já que lhe adjudicam a possibilidade de<br />
transformar a sociedade burguesa a que tanto criticam, pela limitação que impõe<br />
o livre desenvolvimento das massas populares.<br />
Em geral esta tendência retoma diferentes elementos positivos analisados por<br />
outras correntes pedagógicas precedentes, tais <strong>com</strong>o o carácter activo do sujeito<br />
no processo de aquisição do conhecimento, a utilização de métodos activos no
processo de aprendizagem, o professor <strong>com</strong>o guia e orientador da actividade,<br />
todo o qual fundamenta a necessidade da formação de uma atitude crítica e<br />
reflexiva no aluno.<br />
Apesar de que se reconhece que estes elementos são válidos, esta proposta<br />
mantém-se a um nível declarativo e mesmo que haja alguns esboços de sua<br />
instrumentação pedagógica, ficam interrogantes sobre <strong>com</strong>o funcionariam estas<br />
ideias na prática real das universidades (Pérez, 2002)<br />
Por exemplo, surgem inquietações referidas à possível perda da identidade<br />
individual, dado o grande peso que lhe outorga a aprendizagem em grupo.<br />
Por outro lado a ênfase no uso da reflexão <strong>com</strong>o método fundamental para a<br />
obtenção de conhecimentos cria certa expectativa, ao deixar aberta a<br />
possibilidade de que se se parte de premissas falsas no acto reflexivo, individual<br />
ou colectivo, pode chegar-se a raciocínios inadequados. (Toledo, 2002)<br />
De igual forma esta nova proposta gera uma série de reacções psicológicas nos<br />
actores do processo, <strong>com</strong>o seja o medo de estudantes e professores ante a nova<br />
situação, sensação de perda de tempo ao <strong>com</strong>eço das actividades e angústia<br />
pela pouca estruturação das acções que se a<strong>com</strong>etem, na realização do processo<br />
de ensino.<br />
Finalmente se considera que todas estas análises e reflexões, de grande valor<br />
teórico, não exemplificam a teoria <strong>com</strong>o tal, senão que se limitam a examinar as<br />
suas partes positivas, ficando um reclame das reais possibilidades de sua<br />
aplicação.<br />
Muitos autores <strong>com</strong>o Antoine (1988); Barbier (1985); Bireaud (1979); Ferraroti<br />
(1983); Higela (1979); Pourtois (1986) e Silva (2002) coincidem em dizer que as<br />
novas funções atribuídas à Universidade é fomentar e alargar os conhecimentos<br />
pela investigação e transmiti-los pelo ensino <strong>com</strong> dois objectivos bem definidos:<br />
assegurar perspectivas de trabalho aos estudantes que se inscrevem, em número<br />
cada vez maior na universidade e a profissionalização dos estudos a este nível de<br />
ensino, onde o ensino problémico constitui a base de pensamento científico-<br />
pedagógico mais avançado na actualidade.<br />
Os trabalhos mais avançados realizados no campo pedagógico, relacionados <strong>com</strong>
a Histologia podem referenciar-se nos realizados por Balda (2000); Bertrand<br />
(2000); Greca (2000); Jamur (2001); Albert (2002). Estes autores coincidem no<br />
reconhecimento da importância das aulas prácticas, laboratório para a formação<br />
dos estudantes universitários vinculados às ciências biológicas e referem-se à<br />
importância da uniformização dos métodos de ensino <strong>com</strong> a elaboração de<br />
protocolos experimentais. A autora desta tese é coincidente <strong>com</strong> o explicado<br />
pelos ditos autores ao utilizar nesta tese as experiências pedagógicas mais<br />
avançadas no ensino da Histologia e realizar a proposta de um Modelo<br />
Pedagógico <strong>com</strong> protocolos experimentais para uniformizar o ensino de Histologia<br />
das carreiras afins na Educação Superior Angolana.<br />
As principais funções das aulas práticas, reconhecidas na literatura sobre ensino<br />
de Ciências, são:<br />
- despertar e manter o interesse dos alunos<br />
- envolver os estudantes em investigações científicas<br />
- desenvolver a capacidade de resolver problemas<br />
- <strong>com</strong>preender conceitos básicos<br />
- desenvolver habilidades<br />
Segundo Nerier (2000) o trabalho de laboratório é uma actividade que visa<br />
colocar o educando diante de uma situação prática de execução, segundo<br />
determinada técnica e rotina.<br />
Visa pois, conferir ao educando aquelas habilidades de que ele irá necessitar<br />
quando tiver de por em prática os conhecimentos de determinadas disciplinas,<br />
seja em actividades profissionais de pesquisa ou em actividades profissionais de<br />
pesquisa ou ainda em actividades da vida prática (De Alba, 1999 e Libaneo, et<br />
al.1999).<br />
As aulas de laboratório têm um lugar insubstituível nos cursos de Biologia, pois<br />
desempenham funções únicas: permitem que os alunos tenham contacto directo<br />
<strong>com</strong> os fenómenos, manipulando os materiais e equipamentos e observando<br />
organismos. Na análise do fenómeno biológico, verificam concretamente o<br />
significado da variabilidade individual e a consequente necessidade de trabalhar
sempre <strong>com</strong> grupos de indivíduos para obter resultados mais válidos. Além disso,<br />
somente nas aulas práticas os alunos enfrentam os resultados não previstos, cuja<br />
interpretação desafia sua imaginação e raciocínio (Bireaud, 1995).<br />
Infelizmente, em vez da aula prática dar ocasião para o aluno defrontar-se <strong>com</strong> o<br />
fenómeno biológico sem expectativas predeterminadas, a oportunidade muitas<br />
vezes é perdida porque as actividades são organizadas de modo que o aluno siga<br />
instruções detalhadas para encontrar as "respostas certas" e não para resolver<br />
problemas, reduzindo o trabalho de laboratório a uma simples actividade manual.<br />
O envolvimento do aluno depende da forma de propor o problema e das<br />
instruções fornecidas pelo professor aos estudantes. O mesmo assunto pode ser<br />
usado num exercício que apenas vise a confirmação de uma teoria ou <strong>com</strong>o<br />
objecto de pesquisa.<br />
Embora a importância das aulas práticas seja amplamente reconhecida, na<br />
realidade formam uma parcela muito pequena dos cursos de Biologia porque,<br />
segundo os professores, não há tempo suficiente para a preparação do material,<br />
falta-lhes segurança para controlar a classe e conhecimentos para organizar<br />
experiências e não dispõem de equipamentos e instalações adequadas.<br />
Mesmo admitindo que alguns dos factores mencionados possam ser limitantes,<br />
nenhum deles justifica a ausência de trabalho prático.<br />
Segundo Frado (2001), um pequeno número de actividades interessantes e<br />
desafiadoras para o aluno já será suficiente para suprir as necessidades básicas<br />
desse <strong>com</strong>ponente essencial na formação dos jovens, que lhes permite relacionar<br />
os factos às soluções de problemas, dando-lhes oportunidades de identificar<br />
questões para investigação, elaborar hipóteses e planejar experimentos para<br />
testá-los, organizar e interpretar dados e, a partir deles, fazer generalizações e<br />
inferências.<br />
Para Junqueira e Carneiro (2004), por outro lado, tão prejudicial <strong>com</strong>o não dar<br />
aulas práticas é fazê-lo de forma desorganizada, em que os estudantes, sem<br />
orientação, não sabem <strong>com</strong>o proceder, ficando <strong>com</strong> uma visão deformada do<br />
significado da experimentação no trabalho científico.
O entusiasmo, o interesse e o envolvimento dos alunos a <strong>com</strong>pensam qualquer<br />
professor pelo esforço e sobrecarga de trabalho que pode resultar das aulas de<br />
laboratório.<br />
Conclusões do capítulo<br />
Foi confirmada a existência de um elevado grau de dificuldade no processo de<br />
ensino-aprendizagem em práticas de Histologia, quando não se utilizam os<br />
protocolos experimentais.<br />
III. Conclusões e Re<strong>com</strong>endações.<br />
Conclusões<br />
1. Foi diagnosticado o grau de dificuldade no ensino de práticas laboratoriais<br />
para a disciplina de Histologia Geral onde as principais foram:<br />
A falta de formação, experiência e especialização dos docentes no<br />
campo da Histologia, bem <strong>com</strong>o de disponibilidade e capacidade de<br />
orientação quer aos técnicos <strong>com</strong>o aos estudantes.<br />
O rácio da relação aluno-professor muito elevado, deteriorando o<br />
desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem, afectando a<br />
qualidade do mesmo.<br />
Grandes dificuldades na apreensão do conhecimento na prática<br />
histológica por se tratar de aulas não preparadas previamente e<br />
decorrerem sem uma sequência lógica cientifico-pedagógica, variando<br />
a mesma aula de cada vez que é administrada.<br />
A falta de adaptabilidade das aulas práticas em função da realidade do<br />
laboratório e das características específicas dos estudantes.<br />
Maior desperdício de tempo na explicação de conteúdos, que<br />
constituem grata surpresa para os estudantes, que não haviam tomado<br />
nenhum contacto <strong>com</strong> algum guião, levando ao incumprimento parcial<br />
do programa de aulas práticas.<br />
Ministrar as aulas práticas sem um protocolo devidamente estruturado e<br />
sistematizado é fazê-lo de forma desorganizada, em que os estudantes,
sem orientação, não sabem <strong>com</strong>o proceder, ficando <strong>com</strong> uma visão<br />
deformada do significado da experimentação no trabalho científico.<br />
2. Apesar de alguns dos entrevistados referirem experiências anteriores <strong>com</strong> o<br />
uso de guião, houve unanimidade em reconhecer a necessidade de<br />
elaboração de um protocolo de práticas devidamente organizado, para<br />
sistematização e uniformização do sistema de aulas práticas de Histologia<br />
Geral Humana.<br />
3. Os docentes reconheceram que o uso dos protocolos em referência implicará<br />
a passagem da experiência imediata, não sistematizada, ao conhecimento<br />
sistematizado, a formas de elaboração superior do estudante através da<br />
orientação do docente, ao prover ao estudante de elementos de análise crítica,<br />
que o ajudem a superar a sua experiência individual<br />
4. Foi elaborado um modelo pedagógico baseado em protocolos de práticas<br />
laboratoriais estandardizadas para a disciplina de Histologia Geral que ao<br />
aplicar os resultados deste trabalho, significaria <strong>com</strong>eçar a utilizar o Modelo<br />
didáctico de protocolo para aulas prácticas de Histologia Geral ora concebido.<br />
Re<strong>com</strong>endações.<br />
1. Propor o modelo pedagógico, ora criado, às entidades <strong>com</strong>petentes tais<br />
<strong>com</strong>o Instituto Nacional para a Investigação Desenvolvimento do Ensino<br />
(INIDE), Ministério da Educação, Universidade Agostinho Neto e<br />
Universidades privadas que ministrem cursos afins.<br />
2. Numa segunda etapa, que seja aceite <strong>com</strong>o tese de doutoramento a<br />
avaliação do impacto da sua aplicação ao longo dos anos lectivos<br />
subsequentes e sua generalização a outras instituições, valendo para o<br />
aperfeiçoamento do modelo em dependência dos resultados da avaliação<br />
do impacto.<br />
3. Continuar o aperfeiçoamento da ministração das aulas prácticas de<br />
Histologia, por uma melhoria permanente dos protocolos ora concebidos<br />
conseguir que o modelo ora concebido seja dinâmico, permitindo a sua<br />
adaptação a outras disciplinas cuja base de prácticas seja também o<br />
microscópio óptico.
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Anexo 1<br />
MODELO DE BASE PARA A ENTREVISTA:<br />
Ao aplicar este modelo de entrevista podem ser considerados outros<br />
<strong>com</strong>ponentes também importantes, tais <strong>com</strong>o:<br />
1) Identificação da Instituição; entrevistador; entrevistado; identificação voluntária<br />
do entrevistado.<br />
2) Tipo de serviço (há quanto tempo?)<br />
3) ( ) Se é estudante. ( ) Funcionário. ( ) Professor.<br />
3) Se houve cursos de orientação ou treinamento sobre a forma correcta de se<br />
implementar as técnicas?<br />
4) Qual a opinião de cada um sobre a afirmação de que A interação da teoria<br />
<strong>com</strong> a prática depende de factores, <strong>com</strong>o:<br />
( ) Competência dos técnicos. ( ) Programas de capacitação de pessoal. ( )<br />
Competência dos docentes. ( ) Qualidade do material utilizado. ( ) Relação tempo<br />
/ espaço. ( ) Quantidade de pessoas atendidas.<br />
5) As metodologias utilizadas são adequadas aos cursos, aos alunos e ao tipo de<br />
público a que se destinam? Que outras formas alternativas se sugere para<br />
aperfeiçoar as técnicas utilizadas? Existe reciclagem sobre a aplicação de novas<br />
técnicas?<br />
1. Tempo de serviço em Histologia / Ano de frequência da Histologia<br />
2. Número médio de estudantes por turma (habitual)<br />
3. Descrição geral da rotina das práticas de Histologia, <strong>com</strong> 2 projecções<br />
principais:<br />
1. Experiência no passado<br />
2. Realidade actual<br />
4. Dificuldades encontradas <strong>com</strong> o tipo de aula prática habitual<br />
5. Proposta para melhoria do contexto actual do ensino da Histologia e de<br />
outras ciências microscópicas
ANEXO 2<br />
Proposta dos fundamentais protocolos para as aulas práticas<br />
PROTOCOLO # 1<br />
INTRODUÇÃO<br />
- Tema a ser explorado:<br />
O laboratório histológico<br />
- Sub-divisões do tema:<br />
1ª parte<br />
1. Descrição do Laboratório de Histologia<br />
2. Normas gerais de uso do laboratório<br />
3. Normas de conduta e segurança no laboratório<br />
- Objectivos da aula prática:<br />
Compreender o conceito prático e os objectivos de um laboratório<br />
histológico<br />
Ter domínio absoluto das normas de laboratório, garantia de boa utilização<br />
do laboratório e garantia de segurança e saúde<br />
Que estas normas tenham nos estudantes também o efeito educativo da<br />
sua conduta social, na utilização do bem <strong>com</strong>um<br />
DESENVOLVIMENTO:<br />
- Proposta de conteúdo (Introdução teórica):<br />
Laboratório de Histologia<br />
No Laboratório de Histologia do Instituto Superior de Enfermagem devem<br />
desenvolver-se actividades de ensino, pesquisa e extensão.<br />
As actividades de apoio ao ensino envolvem a preparação e manutenção do<br />
material didático utilizado na disciplina de Histologia dos cursos de Ciências<br />
Biológicas.<br />
O laboratório de Histologia deverá evoluir de formas a possibilitar actividades de<br />
pesquisa deverão estar associadas às linhas Animal e Humana a ser
desenvolvidas sob a coordenação de docentes pesquisadores, <strong>com</strong> o apoio dos<br />
técnicos e de estudantes dos cursos de graduação em Ciências Médicas e<br />
Biológicas.<br />
O Laboratório deverá também ser capaz de possibilitar estágios aos académicos<br />
promovendo a aprendizagem de actividades, tais <strong>com</strong>o:<br />
Processamento histológico<br />
Análise morfológica<br />
Metodologia de reconstrução de cortes seriados<br />
Normas gerais de uso do laboratório<br />
Para o desenvolvimento das prácticas é conveniente ter em conta algumas<br />
normas elementares que devem ser observadas <strong>com</strong> a máxima rigorosidade<br />
possível:<br />
1. Antes de realizar uma prática, deve-se ler detidamente o material<br />
orientador para adquirir uma idea clara de seu objectivo, fundamento e<br />
técnica. Os resultados deven ser sempre anotados cuidadosamente assim<br />
que se conheçam.<br />
2. A ordem e a limpeza devem presidir todas as experiências ou aulas de<br />
laboratório. Em consequência disso, ao terminar cada prática, proceder-se-<br />
á a uma limpeza cuidadosa do material que se utilizou.<br />
3. Cada grupo de aulas práticas se responsabilizará pela sua zona de<br />
trabalho e pelo seu material.<br />
4. Antes de utilizar um produto há que prestar atenção na etiqueta para<br />
assegurar-se de que é o que se necessita e dos possíveis riscos da sua<br />
manipulação.<br />
5. Não devolver nunca aos frascos de origem os excedentes dos produtos<br />
utilizados sem consultar o professor.<br />
6. Todo o material, especialmente os aparelhos delicados, <strong>com</strong>o lupas e<br />
microscópios, devem manejar-se <strong>com</strong> cuidado evitando os golpes ou o<br />
forçar seus mecanismos.
7. As lâminas e as lamelas devem segurar-se pelos bordos para evitar que se<br />
engordurem.<br />
8. Conheça a localização do chuveiro de emergência, dos lava-olhos, dos<br />
extintores de incêndio e das saídas de emergência.<br />
9. Não é permitido <strong>com</strong>parecer ao laboratório no lugar de algum colega.<br />
10. Não brinque no laboratório ao invés de prestar atenção à aula.<br />
11. Não é permitido <strong>com</strong>er, fumar ou conversar em tom de voz alto dentro dos<br />
laboratórios.<br />
12. Não é permitido aos estudantes o uso de telemóveis ou similares durante<br />
as aulas.<br />
13. Comunique todas as quebras, perdas e danos para a pessoa orientadora.<br />
14. Não é permitido desapertar as peças do microscópio, previlégio exclusivo<br />
da equipa de manutenção do laboratório.<br />
15. Não jogue papéis nas pias para evitar entupimentos.<br />
16. Anote tudo no seu caderno de forma que a orientadora consiga ler. Cuide bem dele, pois<br />
é o seu diário de laboratório.<br />
17. Não esqueça de desligar tudo ao sair, inclusive o ar condicionado.<br />
Normas de conduta e segurança no laboratório<br />
Aqui propomos algumas normas de conduta que, na sua maioria, consideramos<br />
serem também garantia de segurança dos estudantes, técnicos de laboratório e<br />
professores, durante as aulas práticas de laboratório:<br />
1. Não fume, não <strong>com</strong>a nem tome nada no laboratório para prevenir<br />
contaminações de reagentes, <strong>com</strong>prometimento de aparelhos ou<br />
intoxicações.<br />
2. Não poise livros, cadernos ou pastas sobre a bancada, excepto o bloco de<br />
anotações, o lápis e a calculadora.<br />
3. Descarte o lixo de maneira adequada: restos biológicos em saco branco<br />
etiquetados devidamente; luvas, materiais <strong>com</strong> sangue ou outros fluidos
iológicos ou químicos , contaminados, lixo <strong>com</strong>um perfuro-cortantes, ou<br />
seja, vidro, agulhas, bisturis e afins.<br />
4. Não guarde cadáveres de ratos e afins no congelador.<br />
5. Sempre que possível não use lentes de contacto para evitar que vapores corrosivos<br />
fiquem presos entre a lente e a córnea.<br />
6. Prenda seu cabelo, se for <strong>com</strong>prido.<br />
7. Não fique sózinho no laboratório pois pode precisar de ajuda numa<br />
emergência.<br />
8. Não tocar <strong>com</strong> as mãos e muito menos <strong>com</strong> a boca nos produtos químicos.<br />
9. Os produtos inflamáveis (gases, álcool, éter, etc.) devem manter-se<br />
afastados das chamas dos candeeiros a álcool ou bicos de Bunsen.<br />
10. Se houver que aquecer tubos de ensaio <strong>com</strong> esse tipo de produtos, far-se-<br />
á em banho-maria e nunca directamente na chama.<br />
11. Quando se manejam candeeiros a gás debe-se ter muito cuidado de fechar<br />
as chaves de passagem ao apagar a chama.<br />
12. Quando se manejam produtos corrosivos (ácidos, álcalis, etc.) dever-se-á<br />
fazer <strong>com</strong> cuidado para evitar que salpiquem no corpo ou nas roupas. Por<br />
isso, nunca se verterá bruscamente nos tubos de ensaio, mas sim se<br />
deixará resvalar suavemente por sua parede.<br />
13. Quando se quiser diluir um ácido, nunca se deve deitar água sobre o<br />
mesmo, mas, sempre ao contrário: ácido sobre água.<br />
14. Quando se verter um produto líquido, o frasco que o contém deverá ser<br />
inclinado para que a etiqueta fique na parte superior para evitar que se<br />
escorra líquido e se deteriore a dita etiqueta e não se possa identificar o<br />
conteúdo do frasco.<br />
15. Não pipetar nunca <strong>com</strong> a boca. Deve-se utilizar a bomba manual, uma<br />
seringa ou outro instrumento do tipo que esteja disponível no laboratório.<br />
16. Quando se aquecerem à chama tubos de ensaio que contenham líquidos<br />
deve evitar-se a ebulição violenta pelo perigo que existe de produzir<br />
salpicaduras.
17. O tubo de ensaio se aproximará da chama inclinado e tentando fazer <strong>com</strong><br />
que esta actue sobre a metade superior do conteúdo e, quando se<br />
observar o início da ebulição rápida, se retirará, aproximando-o novamente<br />
poucos segundos depois e retirando-o outra vez ao produzir-se uma nova<br />
ebulição, realizando assim um aquecimento intermitente.<br />
18. Deve-se sempre evitar dirigir a boca do tubo para a cara ou para outra<br />
pessoa.<br />
19. Todo o acidente, por mais pequeno que seja, deve ser <strong>com</strong>unicado ao<br />
professor.<br />
20. Qualquer material de vidro não deve ser bruscamente arrefecido<br />
imediatamente após aquecimento para se evitarem rupturas.<br />
21. Antes de abandonar o laboratório lave sempre as mãos.<br />
Valorização e Conclusão da Aula<br />
Fazer o resumo dos principais pontos analisados na aula prática.<br />
Orientação: Termine entregando ao docente um resumo dos pontos principais<br />
apreendidos durante a aula para facilitar ao docente a avaliação ao grau de<br />
percepção de cada estudante.<br />
PROTOCOLO # 2<br />
INTRODUÇÃO:<br />
Tema a ser explorado<br />
O Laboratório Histológico<br />
Sub-divisões do tema:<br />
1. Técnica histológica<br />
2.ª parte<br />
2. O microscópio óptico e a microscopia<br />
Objectivos da aula prática<br />
Domínio da técnica do processamento de uma preparação histológica<br />
Domínio da descrição do microscópio óptico
DESENVOLVIMENTO:<br />
Proposta de conteúdo (Introdução teórica):<br />
Técnica Histológica<br />
O estudo dos tecidos biológicos é denominado Histologia;<br />
Os instrumentos clássicos mais usados no estudo laboratorial dos tecidos incluem<br />
o bloco de parafina (fixação), os corantes biológicos, o micrótomo e o microscópio<br />
óptico, ainda que os desenvolvimentos recentes na área da microscopia<br />
electrónica, a imunofluorescência e o corte por congelação tenham permitido, nas<br />
duas últimas décadas, um enorme avanço neste ramo científico. Com estas novas<br />
técnicas, a aparência dos tecidos pode ser examinada, permitindo a <strong>com</strong>paração<br />
entre tecidos saudáveis e doentes, o que é bastante importante para a eficiência<br />
dos diagnósticos e prognósticos clínicos.<br />
Vários são os métodos de estudos dos tecidos, variando do estudo dos tecidos in<br />
vivo<br />
até aqueles que utilizam os tecidos mortos. O método mais utilizado em<br />
histologia é o de elaboração de Preparação Histológica Permanente (Lâmina<br />
Histológica) estudada em microscópio óptico. A seguir descrevemos as etapas de<br />
produção de uma lâmina histológica:<br />
1 ª Etapa: Colheita da Amostra<br />
A primeira etapa de todo o processo de preparação de uma lâmina histológica<br />
consiste em coletar a amostra, ou seja obtê-la e isto pode ser feito de cinco<br />
diferentes maneiras:<br />
A) Biópsia cirúrgica obtenção da amostra de tecido ou órgão através de<br />
uma incisão cirúrgica;<br />
B) Biópsia endoscópica<br />
através de endoscopia;<br />
C) Biópsia por agulha<br />
usada para órgãos ocos (estômago, intestino, etc)<br />
a amostra (cilindro) é obtida pela punção do órgão<br />
(fígado, pulmão), sem precisar de abrir a cavidade natural;<br />
D) Cirurgias amplas (radicais) a amostra corresponde a peças grandes (ex.<br />
Tumores) ou órgãos (ex. Mama, útero);
E) Necrópsia<br />
procedimento utilizado para estudo anatômico de todos os<br />
órgãos ou tecidos, no animal morto.<br />
As peças grandes cirúrgicas ou de autópsia, devem ser seccionadas<br />
previamente para reduzir sua espessura permitindo a penetração fácil do fixador.<br />
O princípio fundamental de clivagem é que o fragmento possua em torno de 3<br />
mm de espessura.<br />
2 ª Etapa: Fixação<br />
A base de uma boa preparação histológica é a fixação que deve ser <strong>com</strong>pleta e<br />
adequada. Para tanto é preciso tomar algumas precauções que são obrigatórias:<br />
I) O material colectado deve ser imerso rapidamente no fixador;<br />
II) O volume de fixador deve ser no mínimo dez vezes (10 X) maior que o<br />
volume da peça colectada.<br />
Os principais objetivos da fixação são:<br />
A) Inibir ou parar a autólise tecidual;<br />
B) Coagular ou endurecer o tecido e tornar difusíveis as substâncias<br />
insolúveis;<br />
C) Proteger, através do endurecimento, os tecidos moles no manuseio e<br />
procedimentos técnicos posteriores;<br />
D) Preservar os vários <strong>com</strong>ponentes celulares e tissulares;<br />
E) Melhorar a diferenciação ótica dos tecidos;<br />
F) Facilitar a subsequente coloração.<br />
A fixação pode ser física (utilizando-se o calor ou o frio) ou química. A fixação em<br />
histologia é quase exclusivamente química, onde substâncias (fixadores) são<br />
utilizadas <strong>com</strong> a principal função de insolubilizar as proteínas dos tecidos. Os<br />
fixadores podem agir precipitando as proteínas ou as coagulando, assim temos<br />
<strong>com</strong>o principais fixadores:<br />
A) Que precipitam as proteínas: cloreto de mercúrio e ácido pícrico;<br />
B) Que coagulam as proteínas: aldeído fórmico (o mais utilizado,<br />
conhecido <strong>com</strong>o fixador universal), tetróxido de ósmio e o aldeído glutárico.<br />
4
Com o intuito de se conseguir o fixador ideal, os histologistas elaboraram diversas<br />
misturas fixadoras <strong>com</strong>o por exemplo o líquido de BOUIN e o líquido de HELLY.<br />
O formol a 10% para microscopia óptica e o aldeído glutárico em solução de 2 a<br />
6% para microscopia eletrônica são os fixadores simples mais <strong>com</strong>umentemente<br />
utilizados.<br />
O tempo de fixação varia de acordo <strong>com</strong> o tamanho da peça, constituição do<br />
tecido, poder de fixação do fixador, objetivos a pesquisar e temperatura ambiente.<br />
No entanto, de forma geral, tendo o fragmento, a ser fixado, uma espessura de 4<br />
mm o tempo mínimo de fixação é de doze (12) horas.<br />
Observação: Para que se possa examinar o tecido ósseo ou tecido <strong>com</strong> áreas<br />
de calcificação, debe-se antes de processá-lo, incluí-lo e cortá-lo, proceder a<br />
Descalcificação ou desmineralização que consiste na remoção dos sais de cálcio<br />
que se encontram depositados nos tecidos orgânicos sem alteração da sua<br />
estrutura celular.<br />
Os ossos ou outros materiais calcificados devem ser cortados em pequenos<br />
pedaços (cerca de 4mm) <strong>com</strong> serra adequada, antes da fixação. Depois de<br />
<strong>com</strong>pletada a fixação é que se coloca na solução descalcificadora. Geralmente<br />
são empregues <strong>com</strong>o agentes descalcificadores os seguintes ácidos: nítrico,<br />
fórmico, tricloacético, clorídrico, pícrico, EDTA, sulfossalicílico. Não existe uma<br />
solução descalcificadora ideal. A única diferença entre as várias soluções é que<br />
umas agem mais rápido do que as outras. O ácido usado deve ser<br />
<strong>com</strong>pletamente removido do tecido depois de terminada a descalcificação. Isto é<br />
feito pela lavagem abundante e cuidadosa em água corrente ou álcool, conforme<br />
o descalcificador empregado. Esta lavagem deve durar no mínimo quatro horas.<br />
Processamento<br />
Após a preservação do tecido a etapa seguinte consiste em prepará-lo para o<br />
exame microscópico. Com a finalidade de permitir que a luz o atravesse, cortes<br />
muito delgados de tecido têm que ser feitos. Infelizmente, embora o processo de<br />
fixação endureça o tecido, o material não se torna suficientemente firme ou coeso<br />
para permitir cortes delgados perfeitos. Para que esse grau de firmeza seja<br />
atingido, o tecido debe ser <strong>com</strong>pletamente impregnado <strong>com</strong> algum meio de
sustentação que manterá juntas as células e as estruturas intercelulares. Os<br />
materiais de sustentação usados são denominados materiais de inclusão.<br />
Certos materiais de inclusão, tais <strong>com</strong>o Carbowax<br />
(nome <strong>com</strong>ercial) e a gelatina<br />
são solúveis em água e os tecidos não precisam ser desidratados antes do uso.<br />
Os materiais mais <strong>com</strong>umente usados são substâncias semelhantes à parafina<br />
que não são miscíveis <strong>com</strong> água. Quando estas substâncias forem utilizadas os<br />
tecidos terão que ser desidratados antes da inclusão.<br />
3 ª Etapa<br />
Desidratação<br />
Antes que um material de inclusão, tal <strong>com</strong>o a parafina, possa penetrar no tecido<br />
seu conteúdo em água deve ser removido. A desidratação é levada a efeito<br />
imergindo o bloco de tecido em concentrações crescentes de álcool etílico. O<br />
álcool é o agente mais <strong>com</strong>umente utilizado neste processo, sendo empregado<br />
numa série crescente (70% - 80% - 90% - 100%) para se evitar a retração<br />
pronunciada do tecido ocasionando lesões estruturais da célula de caráter<br />
irreversível. O álcool tem a vantagem de endurecer mais o tecido. O volume de<br />
álcool deverá ser 10 a 20 vezes maior que o volume da peça. A eficiência da<br />
desidratação depende da relação entre a quantidade de álcool e o número de<br />
banhos empregados que devem ser suficientes.<br />
Várias são as substâncias utilizadas <strong>com</strong>o agentes de desidratação: álcoois<br />
etílico, butílico, metílico e isopropílico, a acetona, o éter, o clorofórmio ou o óxido<br />
propileno. O álcool etílico é o mais utilizado em técnica de rotina.<br />
4 ª Etapa<br />
Diafanização (Clarificação)<br />
A impregnação do tecido <strong>com</strong> meio de inclusão é impossível nesse estágio<br />
porque as substâncias semelhantes à parafina usadas para a inclusão não se<br />
misturam <strong>com</strong> o álcool. O tecido deve, portanto, ser imerso num produto químico<br />
em que o álcool e a parafina sejam solúveis. Assim a diafanização consiste na<br />
infiltração do tecido por um solvente da parafina que seja ao mesmo tempo<br />
desalcolizante. A parafina não se mistura <strong>com</strong> água e nem <strong>com</strong> álcool. Ambos<br />
devem ser <strong>com</strong>pletamente removidos para que a parafina possa penetrar<br />
eficientemente no tecido. O xilol é <strong>com</strong>umentemente utilizado. Tal produto<br />
químico é muitas vezes chamado de agente clarificador porque torna o tecido
semi-translúcido, quase transparente. Entre os reagentes mais utilizados na fase<br />
de diafanização podemos citar ainda: toluol, clorofórmio, óleo de cedro, benzol e<br />
salicilato de metila.<br />
A quantidade de xilol (substância mais empregada) utilizada debe ser 10 a 20<br />
vezes o volume da peça. A duração da clarificação varia <strong>com</strong> as dimensões, a<br />
constituição do material e a temperatura.<br />
5 ª Etapa<br />
Inclusão (Impregnação)<br />
A finalidade da impregnação é eliminar <strong>com</strong>pletamente o xilol contido no material<br />
e a total penetração da parafina nos vazios deixados pela água e gordura, antes<br />
existentes no tecido. Este processo serve também para preparar o material para<br />
os cortes, removendo o clarificante e endurecendo-o suficientemente e dando-lhe<br />
a consistência adequada para que possa ser cortado.<br />
O tecido é passado em duas trocas de parafina para assegurar a substituição de<br />
todo o agente clarificador pela parafina. Emprega-se a parafina a uma<br />
temperatura de 56 a 60 ºC (parafina fundida). O bloco de tecido permanecerá<br />
imerso na parafina fundida (em estufa) durante o tempo necessário para a<br />
<strong>com</strong>pleta impregnação. Posteriormente serão retirados da estufa e deixados à<br />
temperatura ambiente até que a parafina endureça, após o que o bloco de<br />
parafina <strong>com</strong> o tecido será retirado da forma e conduzido ao corte. Pode-se citar<br />
ainda <strong>com</strong>o agentes de impregnação: celoidina, goma-arábica, parafina plástica,<br />
polietileno glicol, parafina esterificada e carbovax.<br />
6 ª Etapa<br />
Microtomia<br />
Para se obter cortes de material incluído em parafina ou por congelação é<br />
necessário um instrumento especial: o micrótomo. Os micrótomos variam <strong>com</strong> os<br />
fabricantes e tem <strong>com</strong>o fundamento duas peças principais: o suporte ou mandril<br />
(onde é fixada a peça a cortar) e a navalha. O suporte é sempre encaixado a um<br />
parafuso micrométrico ou a uma espiral metálica que o faz adiantar segundo seu<br />
eixo, em medida conhecida e que pode ser regulada à vontade. Esta medida tem<br />
<strong>com</strong>o unidade o micrômetro que corresponde a milésima parte do milímetro.<br />
Normalmente um micrótomo faz cortes cuja espessura varia de 1 a 50<br />
micrômetros, mas a espessura mais utilizada em microscopia óptica é de 4 a 6
micrômetros. Há vários tipos de micrótomos: rotativo, tipo Minot, de congelação e<br />
o destinado a trabalhos de microscopia eletrônica.<br />
7 ª Etapa<br />
Colagem do corte à lâmina histológica<br />
As fitas de cortes de parafina são estiradas cuidadosamente e os cortes<br />
individuais são separados por um bisturi. Na superfície de um lâmina de vidro é<br />
feito um ponto de aderência (normalmente <strong>com</strong> albumina de ovo) e o corte de<br />
parafina é colocado em banho-maria (água morna) de forma que as dobras<br />
provocadas pelo corte no tecido desapareçam. Após o que o corte é pescado<br />
<strong>com</strong> a lâmina, preparada <strong>com</strong> albumina, na qual se adere.<br />
8 ª Etapa Coloração<br />
É a técnica tintorial empregue para facilitar o estudo dos tecidos sob microscopia.<br />
A coloração é de importância fundamental em histologia, pois os tecidos não<br />
tratados têm pouca diferenciação óptica. As colorações de um modo geral se<br />
efectuam por processos físico-químicos ou puramente físicos e podem ser<br />
consideradas segundo: a modalidade, a acção, o carácter, o grau de acção, o<br />
tempo, o número de corantes e a cromatização.<br />
Quanto à cromatização, ou seja, de acordo <strong>com</strong> o número de cores conferidas às<br />
estruturas pelas colorações simples ou <strong>com</strong>binadas, estas tomam a denominação<br />
de colorações Monocrómicas (uma cor), Bicrómicas (duas cores), Tricrómicas<br />
(três cores) e Policrómicas (mais de três cores).<br />
Para se colorir convenientemente a célula, debe-se recorrer a um método de<br />
coloração sucessiva do núcleo e do citoplasma.<br />
A <strong>com</strong>binação mais <strong>com</strong>um de corantes usada em histologia e histopatologia é a<br />
Hematoxilina e Eosina (HE). A hematoxilina é um corante natural obtido da casca<br />
de pau campeche. Ela não é realmente um corante e deve ser oxidada em<br />
hemateína a fim de tornar-se um corante. Ademais, o corante que resulta<br />
(hematoxilina-hemateína) não tem afinidade para os tecidos. Deve ser usado um<br />
mordente, <strong>com</strong>o o alumínio ou o ferro, juntamente <strong>com</strong> a mistura de hematoxilina<br />
antes que ela possa corar os tecidos. A mistura cora em azul-púrpura. A eosina é<br />
um corante sintético e produz uma coloração vermelha.
Nas células coradas <strong>com</strong> HE os ácidos nucleicos presentes no núcleo são<br />
corados pela hematoxilina, dando ao núcleo um tom azul-púrpura. A eosina é<br />
atraída pelos elementos básicos da proteína do citoplasma da célula, corando-o<br />
de róseo a vermelho. Os <strong>com</strong>ponentes dos tecidos que se coram prontamente<br />
<strong>com</strong> os corantes básicos são chamados Basófilos; os que tem afinidade pelos<br />
corantes ácidos são chamados Acidófilos. A hematoxilina <strong>com</strong>porta-se <strong>com</strong>o um<br />
corante básico e, portanto, cora o núcleo de modo basófilo. A eosina é um corante<br />
ácido e cora os elementos básicos da proteína do citoplama de maneira acidófila.<br />
Certos corantes reagem <strong>com</strong> os <strong>com</strong>ponentes do tecido e os coram <strong>com</strong> uma cor<br />
diferente da cor da solução corante. A mudança de cor do corante chama-se<br />
Metacromasia. O azul-de-metileno, o azul-de-toluidina e a tionina são exemplos<br />
de corantes simples que exibem metacromasia. Com os corantes azuis a cor<br />
muda para vermelho. A coloração dos mastócitos <strong>com</strong> o azul-de-metileno constitui<br />
um bom exemplo. Os grânulos do citoplasma coram-se em vermelho-púrpura,<br />
enquanto que o resto do tecido fica azul. A causa da metacromasia não é<br />
totalmente <strong>com</strong>preendida, porém tem sido sugerido que é devido à polimerização<br />
das moléculas do corante. Julga-se que a presença de macromoléculas <strong>com</strong><br />
radicais electro-negativos no tecido facilita a polimerização e provoca a mudança<br />
de cor.<br />
Antes que o corte seja corado, a parafina em que ele foi incluído deve ser<br />
removida. O corte, que já foi aderido à lâmina de vidro (pescagem em banho<br />
maria), é banhado no xilol para dissolver a parafina. Devido ao facto de muitos<br />
corantes serem solúveis em água, torna-se necessário remover o xilol do tecido e<br />
substituí-lo por água (hidratação). O corte é imerso numa série de concentrações<br />
decrescentes de álcool etílico até que esteja hidratado. Depois que o corte estiver<br />
hidratado procede-se à coloração propriamente dita que consiste, no caso da<br />
técnica HE, na imersão do tecido primeiramente em hematoxilina após o que<br />
procede-se lavagem <strong>com</strong> água para retirada de excedente, depois imersão em<br />
eosina após o que também se faz lavagem.<br />
9 ª Etapa<br />
Montagem<br />
Depois que o corte tiver sido corado <strong>com</strong> a solução apropriada, ele é passado<br />
através de concentrações crescentes de álcool para remover, de novo, a água
(desidratação). Objectiva-se <strong>com</strong> esta desidratação aumentar a sobrevida do<br />
preparado histológico.<br />
Finalmente o corte é banhado em xilol antes de ser montado num meio solúvel<br />
em xilol, que é o meio de montagem (para os cortes de parafina é usado o<br />
Bálsamo de Canadá). Uma gota do meio de montagem é colocada sobre o corte<br />
ou na lamínula e esta é posicionada sobre o corte de forma delicada, de uma<br />
forma tal que o meio de montagem cubra <strong>com</strong>pletamente o corte. Depois a<br />
lamínula é <strong>com</strong>primida <strong>com</strong> firmeza sobre o corte e o meio de montagem se<br />
espalha formando uma delgada película entre a lâmina e a lamínula que,<br />
posteriormente vão estar firmemente aderidas uma à outra pela estabilização do<br />
meio de montagem.<br />
Microscópio<br />
O microscópio é um aparelho utilizado para visualizar estruturas<br />
minúsculas <strong>com</strong>o as células.<br />
Acredita-se que o microscópio é muito antigo e tenha sido<br />
inventado em 1590 por Hans Janssen e seu fiIho Zacharias, dois<br />
neerlandeses fabricantes de óculos. Tudo indica, porém, que o primeiro a fazer<br />
observações microscópicas de materiais biológicos foi o neerlandês Antonie van<br />
Leeuwenhoek (Anon 8, 2005).<br />
Os microscópios de Leeuwenhoek (1751) eram dotados de uma única lente,<br />
pequena e quase esférica. Nesses aparelhos ele observou detalhadamente<br />
diversos tipos de material biológico, <strong>com</strong>o embriões de plantas, os glóbulos<br />
vermelhos do sangue e os espermatozóides. Foi também Leeuwenhoek quem<br />
descobriu a existência dos micróbios , <strong>com</strong>o eram antigamente chamados os<br />
seres microscópicos, hoje conhecidos <strong>com</strong>o microorganismos.<br />
Actualmente os microscópios dividem-se basicamente em duas categorias:<br />
Microscópio óptico: Funciona <strong>com</strong> um conjunto de lentes (ocular e<br />
objetiva) que ampliam a imagem transpassada por um feixe de luz<br />
o Microscópio de campo claro
o Microscópio de fundo escuro<br />
o Microscópio de contraste de fase<br />
Microscópio electrónico: Amplia a imagem por meio de feixes de<br />
electrões, estes dividem-se em duas categorias: Microscópio de Varredura<br />
e de Transmissão.<br />
Há ainda os microscópios de varredura de ponta que trabalham <strong>com</strong> um larga<br />
variedades de efeitos físicos (mecânicos, ópticos, magnéticos, elétricos, etc).<br />
Microscópio óptico<br />
1-Ocular;<br />
2-Revólver;<br />
3-Objectiva;<br />
4-Parafuso macrométrico;<br />
5-Parafuso micrométrico;<br />
6-Platina;<br />
7-Espelho;<br />
8-Condensador Fonte: Wilkpédia<br />
Microscópio óptico é um instrumento usado para ampliar, <strong>com</strong> uma série de<br />
lentes, estruturas pequenas impossíveis de visualizar a olho nu.<br />
É constituído por um <strong>com</strong>ponente mecânico que suporta e permite controlar um<br />
<strong>com</strong>ponente óptico que amplia as imagens = Porção mecânica<br />
A porção mecânica é <strong>com</strong>posta por:<br />
1. Suporte: Sustenta a parte óptica. Tem duas partes: o pé ou base ou estativo e<br />
o braço ou coluna.<br />
a. Pé ou base serve de apoio dos restantes <strong>com</strong>ponentes do<br />
microscópio.<br />
b. Coluna ou braço fixo à base, serve de suporte a outros elementos.
2. Platina onde se fixa a preparação a observar; tem uma janela por onde<br />
passam os raios luminosos e também parafusos dentados que permitem<br />
deslocar a preparação.<br />
3. Tubo ou canhão suporta a ocular na extremidade superior. Pode ser<br />
monocular, ou binocular<br />
4. Revólver peça giratória portadora de objectivas de diferentes ampliações.<br />
5. Parafusos de Focagem:<br />
a) Parafuso macrométrico<br />
Macrométrico que aproxima a focagem. A sua<br />
rotação é responsável por movimentos verticais da platina, rápidos e<br />
de grande amplitude.<br />
b) Parafuso micrométrico<br />
Afina a focagem. A sua rotação é responsável por<br />
movimentos verticais da platina, lentos e de pequena amplitude,<br />
permitem aperfeiçoar a focagem.<br />
A porção óptica está <strong>com</strong>posta por:<br />
1. Condensador<br />
conjunto de duas ou mais lentes convergentes que<br />
orientam e espalham regularmente a luz emitida pela fonte luminosa sobre<br />
o campo de visão do microscópio. (concentra os raios luminosos sobre a<br />
preparação)<br />
2. Diafragma<br />
Regula a quantidade de luz que entra no condensador. É<br />
constituído por palhetas que podem ser aproximadas ou afastadas do<br />
centro através de uma alavanca ou parafuso, permitindo regular a<br />
intensidade da luz que incide no campo de visão do microscópio.<br />
3. Objectivas<br />
Lentes situadas perto da preparação. Ampliam a sua imagem.<br />
Permitem ampliar a imagem do objecto 10x, 25x, 40x, 50x, 90x ou 100x.<br />
4. As objectivas de 10x, 25x, 40x e 50x são designadas objectivas secas pois<br />
entre a preparação e a objectiva existe somente ar.<br />
5. As objectivas de 90x e 100x são designadas objectivas de imersão, uma<br />
vez que, para as utilizar, é necessário colocar uma gota de óleo de imersão<br />
entre elas e a preparação, a qual, por ter um índice de refracção
semelhante ao do vidro, evita o desvio do feixe luminoso para fora da<br />
objectiva.<br />
6. Oculares<br />
Lentes situadas perto do olho do observador. Ampliam a<br />
imagem do objectivo. É um sistema de lentes que permite ampliarem a<br />
imagem real fornecida pela objectiva, formando uma imagem virtual que se<br />
situa a aproximadamente 25 cm dos olhos do observador. As oculares<br />
mais utilizadas são as de ampliação 10x, mas nos microscópios<br />
binoculares também existem oculares de 12,5x, 8x e 6x.<br />
7. Fonte luminosa<br />
a mais utilizada actualmente é a luz artificial, fornecida<br />
por uma lâmpada de tungsténio ou de halogéneo, incluída no aparelho<br />
juntamente <strong>com</strong> um interruptor <strong>com</strong> reóstato, que permite regular a<br />
intensidade da luz emitida<br />
Operação do microscópio<br />
A intensidade luminosa é regulável: aumenta-se a intensidade luminosa subindo-<br />
se o condensador e abrindo o diafragma ou diminui-se a intensidade luminosa<br />
descendo o condensador e baixando o diafragma.<br />
A ampliação consiste no grau de aumento da imagem em relação ao objecto. A<br />
ampliação total obtida <strong>com</strong> o microscópio óptico consiste no produto da ampliação<br />
da objectiva pela ampliação da ocular. Esta, sem distorção, não ultrapassa as<br />
1200x.<br />
O factor mais significativo para a obtenção de uma boa imagem é, contudo, o<br />
poder de resolução, que corresponde à distância mínima que é necessário<br />
existir entre dois pontos para que possam ser distinguidos ao microscópio. Para o<br />
microscópio óptico essa distância é de 0,2 µm devido ao <strong>com</strong>primento de onda<br />
das radiações visíveis. Com efeito, a propriedade da ampliação só tem interesse<br />
prático se for a<strong>com</strong>panhada de um aumento do poder de resolução.<br />
No que respeita a microscopia óptica vulgar existem dois métodos fundamentais<br />
de observação, de acordo <strong>com</strong> o tipo de preparação a observar:<br />
Se a lâmina não está corada (exame a fresco): a observação é feita <strong>com</strong><br />
objectivas secas, do seguinte modo:
1. Desce-se o condensador e sobe-se o diafragma para que a<br />
iluminação não seja muito intensa, já que as lâminas não estão<br />
coradas.<br />
2. Com a objectiva de 10x escolhe-se o pormenor a observar.<br />
3. Seguidamente foca-se <strong>com</strong> a objectiva de 40x, fazendo uma<br />
primeira aproximação da objectiva à lâmina por controlo visual<br />
externo, e só depois a focagem por afastamento usando o parafuso<br />
macrométrico e posteriormente o micrométrico para focagem final.<br />
Se a lâmina está corada: a observação pode ser feita <strong>com</strong> objectivas de<br />
imersão, procedendo do seguinte modo:<br />
1. Sobe-se o condensador, abre-se o diafragma e regula-se a<br />
iluminação da fonte luminosa no máximo, de modo a conseguir-se<br />
uma iluminação intensa, apropriada à observação de lâminas<br />
coradas.<br />
2. Coloca-se na lâmina uma gota de óleo de imersão e procede-se à<br />
focagem. Primeiro aproximando a objectiva à lâmina <strong>com</strong> controlo<br />
visual externo, seguidamente a focagem propriamente dita <strong>com</strong> o<br />
parafuso macrométrico e finalmente o aperfeiçoamento da focagem<br />
<strong>com</strong> o parafuso micrométrico.<br />
Alguns microrganismos estão no limiar do poder de resolução do microscópio<br />
óptico. A sua observação pode ser facilitada <strong>com</strong> o emprego de técnicas<br />
especiais de microscopia óptica, <strong>com</strong>o as que se seguem:<br />
Microscopia de fundo escuro<br />
É uma aplicação do princípio de Tyndall. Assim os corpúsculos a examinar são<br />
fortemente iluminados por feixes luminosos que penetram lateralmente, o que é<br />
conseguido <strong>com</strong> condensadores especiais. Deste modo, a única luz que penetra<br />
na objectiva é a difractada pelas partículas presentes na preparação, pelo que<br />
passam a ser visíveis em fundo escuro.
Microscopia de fluorescência<br />
Permite observar microorganismos capazes de fixar substâncias fluorescentes<br />
(fluorocromos). A luz Ultra-Violeta, ao incidir nessas partículas, provoca a emissão<br />
de luz visível e observa-se os microorganismos a brilhar em fundo escuro. Como<br />
exemplo, o bacilo da tuberculose fixa a auramina, pelo que o diagnóstico da<br />
doença pode ser feito por microscopia de fluorescência.<br />
Microscopia de contraste de fase<br />
Permite a observação de microorganismos vivos, sem coloração, através do<br />
contraste devido à diferença de fase dos raios luminosos que atravessam o fundo<br />
relativamente à fase da luz que atravessa os microorganismos. Esta diferença de<br />
fase é conseguida por utilização de uma objectiva de fase, que consiste num<br />
disco de vidro <strong>com</strong> um escavação circular, de modo que a luz que atravessa a<br />
escavação tem diferença de ¼ de fase em relação à que travessa a outra porção<br />
do vidro. Assim, os objectos não corados podem funcionar <strong>com</strong>o verdadeiras<br />
redes de difracção, pois os pormenores da sua estructura resultam de pequenas<br />
diferenças nos índices de refracção dos <strong>com</strong>ponentes celulares, e estes originam<br />
diferenças de fase nas radiações que os atravessam.<br />
Valorização e Conclusão da Aula<br />
Fazer o resumo dos principais pontos analisados na aula prática<br />
Orientação: Termine entregando ao docente um resumo dos pontos principais<br />
apreendidos durante a aula para facilitar ao docente a avaliação ao grau de<br />
percepção de cada estudante.<br />
A partir desta aula prática existe a necessidade de que cada estudante <strong>com</strong>ece a<br />
<strong>com</strong>por o seu ATLAS PESSOAL, baseado no preenchimento do modelo proposto<br />
no anexo n.º 4, onde deverá desenhar e legendar o que observa no campo óptico,<br />
nas distintas ampliações.<br />
PROTOCOLO # 3<br />
INTRODUÇÃO<br />
Tema a ser explorado<br />
Tecidos epiteliais de revestimento e glandulares
Sub-divisões do tema<br />
1. Especializações das membranas<br />
Objectivos da aula prática:<br />
Descrever e diferenciar os tecidos epiteliais de revestimento simples<br />
e estratificados<br />
Observar os epitélios de revestimento nas suas distintas<br />
localizações<br />
DESENVOLVIMENTO:<br />
Caracterizar o epitélio glandular<br />
Descrever a formação dos epitélios glandulares a partir de uma<br />
superfície epitelial de revestimento<br />
Proposta de conteúdo (Introdução teórica):<br />
Tecido Epitelial de Revestimento<br />
Esse tecido reveste o corpo tanto na sua superfície externa (epiderme) quanto<br />
internamente. (Ex. epitélio nasal, bucal, intestinal etc.)<br />
Tipos de Tecidos Epiteliais de Revestimento, quanto ao n.º de camadas de<br />
células:<br />
- Epitélio Simples ou Monoestratificado<br />
é aquele que possui apenas uma<br />
camada de células. Ex.: Endotélio (é um tipo de epitélio simples que reveste<br />
internamente os vasos sangüíneos)<br />
- Epitélio Pseudo<br />
Estratificado<br />
é constituído por apenas uma camada de<br />
células, porém de tamanhos diferentes, dando a falsa idéia de várias camadas.<br />
Ex.: Traquéia<br />
- Epitélio Estratificado ou Pluriestratificado - é aquele que possui várias camadas<br />
de células epidérmicas.<br />
Classificação:<br />
Quanto ao número de camadas de células, podem ser simples, <strong>com</strong><br />
uma só camada de células iguais (ovário, intestino); neste grupo se inclui
PASSOS<br />
um tipo especial que é o pseudoestratificado, <strong>com</strong> uma única camada de<br />
células que tocam a lâmina basal mas que possuem núcleos em alturas<br />
diferentes (traqueia); estratificado <strong>com</strong> várias camadas de células (pele,<br />
esófago); neste grupo se inclui um tipo especial que é o epitélio de<br />
transição, presente nas vias urinárias e na bexiga. É denominado desta<br />
forma pois muda o número de camadas por assentamento celular, mas não<br />
muda o número de células).<br />
Quanto à forma das células, podem ser cúbicas (de núcleo arredondado<br />
e central), cilíndricas ou prismáticas (<strong>com</strong> núcleo elipsóide e geralmente<br />
central) e pavimentosas ou planas (achatadas).<br />
TECIDOS EPITELIAIS DE REVESTIMENTO<br />
Utilize esta sequência para o estudo de cada lâmina<br />
1. Foque a lâmina <strong>com</strong> pequena ampliação considerando:<br />
a. Porção basal e porção apical<br />
b. Número de camadas nucleares/celulares<br />
c. Observe a relação dessa (s) camada (s) <strong>com</strong> a porção basal do epitélio<br />
d. Forma (s) dos núcleos<br />
e. Características da porção mais apical do epitélio<br />
f. Limite <strong>com</strong> o tecido subjacente<br />
2. Foque <strong>com</strong> grande Ampliação as estruturas destacadas <strong>com</strong>o mais importantes<br />
e observe-as <strong>com</strong> atenção.<br />
3. Localize os tipos de tecido epitelial de revestimento encontrados nas lâminas<br />
que serão indicadas pelo professor, anotando seu diagnóstico e outras<br />
considerações que julgar importante.<br />
4. Esquematize o campo observado, após solicitação do professor, indicando <strong>com</strong><br />
setas as características destacadas e dê seu diagnóstico.<br />
5. No decurso da aula prática devem ser tidos em conta:
o N.º da Lâmina<br />
o Ampliações utilizadas<br />
o Diagnóstico (identificação)<br />
Tecidos epiteliais glandulares<br />
Apresentam características similares às do epitélio de revestimento. O que<br />
QUADRO 01. ALGUMAS COMPARAÇÕES ENTRE GLÂNDULAS ENDÓCRINAS E EXÓCRINAS<br />
diferencia os dois tipos de epitélio é a função do epitélio glandular, que é neste<br />
caso basicamente a secreção de substâncias.<br />
Conceitos importantes:<br />
Mucosas: epitélio simples ou estratificado e tecido conjuntivo frouxo<br />
(lâmina própria).<br />
Serosas: mesotélio + tecido conjuntivo frouxo. Individualiza órgãos. Ex.:<br />
pericárdio, pleura, peritônio.<br />
Adventícias: tecido conjuntivo apenas. Une órgãos.
Categoria Glândulas exócrinas Glândulas endócrinas<br />
Transporte de secreções Através de ductos<br />
Número de células<br />
Produtos de secreção<br />
Modo de secreção<br />
Fonte: Textos de apoio Universidade de Évora<br />
Controlo Glandular<br />
Unicelulares (células de<br />
Goblet) ou multicelulares<br />
(glândulas salivares)<br />
Proteínas (enzimas<br />
digestivas), glicoproteínas<br />
(muco) e algumas misturas<br />
contendo lípidos (sebo, bílis,<br />
suor e leite)<br />
Merócrino (por exocitose, sem<br />
perda de citoplasma); apócrino<br />
(perda de citoplasma apical);<br />
holócrino (a célula inteira é<br />
libertada no ducto)<br />
Gênico: depende da acção de um ou mais genes.<br />
Através da corrente sanguínea<br />
(sem ductos)<br />
Unicelulares ou multicelulares<br />
(tiroide)<br />
Hormonas de dois tipos: peptídicas<br />
(insulina) e esteróides<br />
(adrenocorticóides). Inclui as<br />
proteinas plasmáticas produzidas<br />
pelo fígado (albumina sérica e<br />
factores de coagulação)<br />
Apenas merócrino<br />
Exógeno: são dois mecanismos de controlo que ocorrem<br />
simultaneamente, mas <strong>com</strong> predomínio de um sobre o outro. Pode ser<br />
Hormonal - <strong>com</strong>o por exemplo o controle do hormónio tireotrófico pelos<br />
hormónios T3 e T4 - e Nervoso, controlado por neurotransmissores ou<br />
mensageiros químicos. Este último mecanismo pode ocorrer de duas<br />
maneiras. 1 - o mensageiro penetra na célula e reage <strong>com</strong> receptores<br />
intracelulares para activar genes do DNA. 2 - o mensageiro não consegue<br />
entrar na célula e interage <strong>com</strong> receptores de membrana que estimulam a
formação de um mensageiro secundário, que realiza uma série de eventos<br />
até produzir a secreção.<br />
QUADRO 02. EXEMPLOS DE CLASSIFICAÇÕES ESTRUTURAIS DE GLÂNDULAS<br />
EXÓCRINAS MULTICELULARES<br />
Sistema dos ductos Porção secretora Exemplo<br />
Simples Tubular Criptas intestinais de Lieberkhn<br />
Simples Cordonal tubular Glândulas sudoríparas da pele<br />
Simples Tubular ramificado Glândulas fúndicas do estômago<br />
Simples Acinar ramificado Glândulas sebáceas da pele<br />
Composto Tubular Glândulas cardíacas do estomâgo<br />
Composto Tubuloacinar Glândulas salivares submandibulares<br />
Composto Acinar Porção exócrina do pâncreas<br />
Fonte: Textos de apoio Universidade de Évora
QUADRO 03. CLASSIFICAÇÃO DE GLÂNDULAS EXÓCRINAS ( Fonte: Textos de apoio<br />
Universidade de Évora)<br />
Critério Termo de classificação Características<br />
Estrutura<br />
Tipo de produto de secreção<br />
Modo de secreção<br />
Unicelular<br />
Multicelular<br />
Apenas uma célula secretora incrustada<br />
no seio de outras células epiteliais<br />
(células de Goblet)<br />
Glândulas sólidas; secreções carreadas<br />
para a superfície através de ductos<br />
(glândulas salivares e glândulas<br />
sudoríparas)<br />
Simples O ducto não é ramificado<br />
Composta O ducto é ramificado<br />
Direita O ducto é direito, recto, contínuo<br />
Cordonal<br />
Tubular<br />
Acinar<br />
Tubuloacinar<br />
Mucoso<br />
Seroso<br />
Seromucoso<br />
Merócrino<br />
Apócrino<br />
Holócrino<br />
O ducto ou o <strong>com</strong>ponente secretor é em<br />
forma de corda<br />
A porção secretora é tubular (glândulas<br />
gástricas)<br />
A porção secretora é arredonda ou em<br />
forma de frasco (pâncreas)<br />
A porção secretora tem uma ramificção<br />
acinar na porção tubular (glândula sublingual)<br />
Forma uma secrecção espessa (muco)<br />
<strong>com</strong> elevado conteúdo de glicoproteínas<br />
glicosiladas (mucinas, glândula sublingual)<br />
Forma uma secrecção fina, aquosa,<br />
contendo proteínas e glicoproteínas<br />
(glândula parótida)<br />
Forma uma secreção mista, de espessura<br />
intermédia (glândula submandibular)<br />
O produto de secreção sai das células por<br />
exocitose; não há perda de citoplasma<br />
(pâncreas)<br />
O produto de secreção é recolhido no<br />
apex celular; todo o apex celular é vertido<br />
(glândula mamária)<br />
O produto de secreção preenche a célula;<br />
dá-se a lise da célula e a secreção é<br />
libertada no ducto (glândula sebácea)
PASSOS<br />
TECIDO EPITELIAL GLANDULAR<br />
Utilize esta sequência para o estudo de cada lâmina<br />
1. Foque a lâmina <strong>com</strong> pequena Ampliação e observe as porções secretoras das<br />
glândulas, considerando:<br />
a) Forma (s) e disposição (arranjo) das células que as <strong>com</strong>põem.<br />
b) Aspecto e coloração do citoplasma dessas células (relacione <strong>com</strong> a<br />
natureza da secreção)<br />
2. Foque <strong>com</strong> pequena ampliação as porções condutoras das glândulas<br />
observadas.<br />
Reconheça o tipo de tecido que as <strong>com</strong>põem.<br />
3. Foque <strong>com</strong> grande ampliação as características mais importantes das porções<br />
secretora e condutora, e observe-as <strong>com</strong> atenção.<br />
4. Localize os tipos de tecido epitelial glandular encontrados nas lâminas que<br />
serão indicadas pelo professor, anotando seu diagnóstico e outras considerações<br />
que julgar importante.<br />
5. Esquematize o campo observado, após solicitação do professor, indicando <strong>com</strong><br />
setas as características destacadas e dê seu diagnóstico.<br />
6. No decurso da aula prática devem ser tidos em conta:<br />
o N.º da Lâmina<br />
o Ampliações utilizadas<br />
o Diagnóstico (identificação)<br />
Valorização e Conclusão da Aula<br />
Fazer o resumo dos principais pontos analisados na aula prática<br />
Orientação: Termine as rectificações que tem a fazer à página do seu Atlas<br />
pessoal correspondente a esta aula prática e proceda à sua entrega ao docente<br />
para análise, preparação da discussão e avaliação.
PROTOCOLO # 4<br />
INTRODUÇÃO<br />
Tema a ser explorado<br />
Tecidos conjuntivos<br />
Sub-divisões do tema<br />
1. Tecidos conjuntivos ordinários I (frouxo)<br />
Objectivos da aula prática:<br />
Descrever o tecido conjuntivo frouxo<br />
Diferenciar os tecidos conjuntivos frouxo e denso<br />
Descrever histologicamente o tecido conjuntivo adiposo<br />
Diferenciar o tecido adiposo de outros tecidos conjuntivos<br />
DESENVOLVIMENTO:<br />
Proposta de conteúdo (Introdução teórica):<br />
Os tecidos conjuntivos frouxo e denso são dois tipos de tecidos conjuntivos<br />
ordinários, isto é, que apresentam a substância fundamental descrita na aula<br />
anterior.<br />
Nesta linha de pensamento, o tecido conjuntivo laxo ou frouxo está <strong>com</strong>posto por:<br />
Componente celular fixo:<br />
o Fibroblastos<br />
o Histiócitos<br />
o Mastócitos ou células cebadas<br />
Componente celular migratório (eosinófilos, linfocitos, plasmocitos,<br />
leucocitos polimorfonucleares).<br />
Proteinas fibrosas (colagénio, elastina, reticulina)<br />
Substância fundamental amorfa<br />
Vasos sanguíneos, linfáticos e nervos.
Fibras (matriz forme):<br />
Sistema Colágeno:<br />
Fibras Colágenas: são bem visualizadas ao MO <strong>com</strong> Hematoxilina-Eosina<br />
(HE) pois o colágeno que as fomam é altamente acidófilo. O Escorbuto é<br />
uma doença da síntese do colágeno, na qual a falta de vitamina C dificulta<br />
a hidroxilação da prolina.<br />
Fibras Reticulares: é formada por colágeno do tipo III e 6-12% de<br />
açúcares. São mais finas que as fibras colágenas e se localizam em<br />
órgãos relacionados ao sangue. Para ser melhor visualizado deve-se usar<br />
uma coloração que identifique açúcares, <strong>com</strong>o a Impregnação Argêntica<br />
(IA).<br />
Sistema Elástico<br />
Fibras Elásticas: são formadas por glicoproteínas (microfibrilhas) e<br />
elastina (que é mais resistente que o colágeno)., organizando-se em uma<br />
trama irregular. Ficam mal coradas <strong>com</strong> HE, por isto usa-se Orceína para<br />
destacá-las. Pode estar presente na parede de vasos (membranas<br />
elásticas fenestradas).<br />
Substância Fundamental Amorfa:<br />
Formada por Glicosaminoglicanas (polissacarídeos de repetição de uma única<br />
cadeia dissacarídea) sulfatadas e Proteoglicanas. Trata-se de um gel altamente<br />
hidratado que funciona <strong>com</strong>o barreira de proteção patogênica, pois dificulta a<br />
penetração de microorganismos. A água nela contida é uma água de solvatação,<br />
ou seja, uma água ligada a uma macromolécula, que no caso é uma GAG. Isto<br />
acontece devido à carga negativa do gel, que atrai íons Na++, que por sua vez<br />
carregam consigo a água.<br />
Células do Tecido Conjuntivo:<br />
Livres, transitórias ou Temporárias: Leucócitos<br />
Fixas, residentes ou permanentes: Fibroblastos, macrófagos, mastócitos,<br />
plasmócitos, neutrófilos, eosinófilos, basófilos
Um facto de realce neste tipo de tecido é o notável equilíbrio que existe entre os<br />
dois <strong>com</strong>ponentes<br />
de proteinas fibrosas.<br />
PASSOS<br />
celular e substância fundamental<br />
TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO<br />
Utilize esta sequência para o estudo de cada lâmina<br />
bem <strong>com</strong>o entre os tipos<br />
1. Foque a lâmina <strong>com</strong> pequena ampliação, no tecido abaixo do tecido conjuntivo<br />
ordinário, considerando:<br />
a. Distância entre os núcleos / células;<br />
b. Observe elementos localizados entre as células, destacando seus<br />
aspectos, orientação e cor.<br />
c. Verifique as características do método empregado na coloração da lâmina;<br />
d. Estabeleça o predomínio de células ou elementos intercelulares nas<br />
lâminas observadas;<br />
2. Foque <strong>com</strong> grande ampliação as características mais importantes e observe-as<br />
<strong>com</strong> atenção.<br />
3. Localize as variedades de tecidos conjuntivos propriamente dito encontradas<br />
nas lâminas que serão indicadas pelo professor, anotando seu diagnóstico e<br />
outras considerações que julgar importante.<br />
4. Esquematize o campo observado, após solicitação do professor, indicando <strong>com</strong><br />
setas as características destacadas e dê seu diagnóstico.<br />
5. No decurso da aula prática devem ser tidos em conta:<br />
o N.º da Lâmina<br />
o Ampliações utilizadas<br />
o Diagnóstico (identificação)
TECIDO ADIPOSO<br />
Células adiposas:<br />
Originam-se de lipoblastos, que por sua vez têm origem a partir de células<br />
mesenquimatosas. Podem apresentar-se em grupos ou isoladas, mas é certo de<br />
que não se dividem. É o depósito de gorduras do corpo. Estas gorduras são os<br />
Triglicerídeos (TG), formados por ácido graxo e glicerol e constitui-se num lipídio<br />
de reserva. A gota de gordura ocupa quase todo o volume celular; é por isto que<br />
o núcleo das células adiposas é periférico. Possuem glicocálix e vesículas<br />
pinocíticas e são inervadas pelo SNA simpático.<br />
Podem ser de 2 tipos. As uniloculares, que formam o Tecido adiposo (TA)<br />
unilocular, possuem apenas uma gota de gordura em seu citoplasma. As<br />
multiloculares formam o TA multilocular ou pardo e possuem várias gotículas de<br />
gordura.<br />
O crescimento hiperplásico dos lipoblastos, originado geralmente da<br />
superalimentação de um indivíduo quando criança, predispõe-no à obesidade. O<br />
sistema capilar, neste caso, aumenta e acaba por sobrecarregar o coração, dando<br />
origem a tendências de indisposição cardiovascular.<br />
Funções:<br />
Termorregulação;<br />
Reserva energética;<br />
Preenchimento de espaços, <strong>com</strong>o a gordura perirenal;<br />
Proteção contra impactos, <strong>com</strong>o os coxins plantares;<br />
Modelação do corpo, <strong>com</strong>o a hipoderme. Este fenômeno é controlado por<br />
hormônios sexuais e adrenocorticóides.<br />
Tecido Adiposo Multilocular:<br />
O aspecto marcante do tecido é sua cor parda, devida à alta vascularização e à<br />
grande quantidade de mitocôndrias ricas em citocromos. É encontrado no corpo<br />
do bebé<br />
<strong>com</strong> distribuição limitada e não uniforme<br />
e nos animais hibernantes.
Suas células são menores que as do TA Unilocular. Ainda, são poligonais e <strong>com</strong><br />
citoplasma repleto de gotículas lipídicas.<br />
Sua principal função é a produção de calor. A noradrenalina estimula o tecido e<br />
acelera sua lipólise e sua oxidação dos ácidos gordos. A oxidação dos ácidos<br />
gordos, neste caso, produz calor e não ATP, pela presença de uma proteína<br />
chamada termoginina. Esta proteína capta para a matriz mitocondrial os prótons<br />
lançados no espaço intermembranoso, sem que passem pela ATP Sintetase. A<br />
energia que seria utilizada pela ATP sintetase, então, é libertada sob a forma de<br />
calor, que aquece o sangue.<br />
Valorização e Conclusão da Aula<br />
Fazer o resumo dos principais pontos analisados na aula prática<br />
Orientação: Termine as rectificações que tem a fazer à página do seu Atlas<br />
pessoal correspondente a esta aula prática e proceda à sua entrega ao docente<br />
para análise, preparação da discussão e avaliação.<br />
PROTOCOLO # 5<br />
INTRODUÇÃO:<br />
Tema a ser explorado<br />
Tecidos conjuntivos especiais I<br />
Sub-divisões do tema:<br />
1. Descrição histológica do tecido conjuntivo cartilaginoso<br />
Objectivos da aula prática:<br />
Caracterizar uma cartilagem<br />
Descrever o fisiologismo da cartilagem<br />
Distinguir os distintos tipos de cartilagem<br />
DESENVOLVIMENTO:<br />
Proposta de conteúdo (Introdução teórica):<br />
Tecido Cartilaginoso<br />
Características:
As principais características do Tecido Cartilaginoso são <strong>com</strong>uns às do TC, porém<br />
possuem algumas peculiaridades. Não há vascularização, <strong>com</strong>o acontecia no<br />
Tecido Conjuntivo Ordinário. Ainda há a considerar que este é um tecido liso,<br />
rígido e ao mesmo tempo elástico, devido às suas propriedades adiante<br />
descritas.<br />
Funções:<br />
Histogénese:<br />
Sustentação;<br />
Revestimento de articulações;<br />
Crescimento ósseo - disco epifisário.<br />
As células do mesoderme dão origem ao mesênquima, cujas células perdem<br />
seus prolongamentos e ficam arredondadas. Passam a ter maquinaria para<br />
síntese protéica e são chamadas de condroblastos. Quando os condroblastos,<br />
que são responsáveis pela síntese de matriz celular, ficam envoltos por ela,<br />
passam a ser chamados de condrócitos. O mesênquima que não se diferenciou,<br />
forma Tecido Conjuntivo Denso (pericôndrio)<br />
Tipos de cartilagens:<br />
A diferença entre eles é decorrente do tipo e da quantidade de fibras<br />
Cartilagem Hialina: fibrilas colágenas II e SFA. Serve de base para o<br />
estudo dos outros tipos.<br />
Cartilagem Elástica: fibrilas colágenas II, SFA e fibras elásticas.<br />
Cartilagem Fibrosa: fibras colágenas I e SFA.<br />
Cartilagem Hialina:<br />
É o tipo de cartilagem mais estudada, pois é a que se encontra em maior<br />
quantidade no organismo humano. A fresco, pode ser vista na cor branco-<br />
azulada. Rico em fibrilas colágenas do tipo II, forma o primeiro esqueleto<br />
embrionário.<br />
Além das fibrilas colágenas II, a matriz possui SFA, <strong>com</strong> proteoglicanas
Este tipo de cartilagem localiza-se nas fossas nasais, traquéia, brônquios,<br />
extremidade ventral das costelas e revestimento de articulações.<br />
Cartilagem Elástica: sua matriz é formada por fibrilas colágenas do tipo II,<br />
SFA e fibras elásticas. Sob MO, é melhor visualizado se usada a coloração<br />
Orceína. Possui pericôndrio e cresce principalmente por aposição. Encontrada<br />
no pavilhão auditivo, no conduto auditivo externo, na tuba auditiva, na epiglote e<br />
na cartilagem cuneiforme da laringe.<br />
Cartilagem Fibrosa: sua matriz é formada por fibras colágenas do tipo I e SFA.<br />
Sua rigidez é intermediátia entre a cartilagem hialina e o TC Denso. Não possui<br />
pericôndrio e está sempre em contato <strong>com</strong> Tecido Conjuntivo Denso. Encontra-se<br />
nos discos intervertebrais, nos pontos de inserção de tendões e na sínfise púbica.<br />
PASSOS<br />
TECIDO CARTILAGINOSO<br />
Utilize esta sequência para o estudo de cada lâmina<br />
1. Foque a lâmina <strong>com</strong> a objectiva de menor ampliação e observe a peça de<br />
cartilagem, considerando:<br />
a. Os tipos celulares destacando: tamanho, forma e distribuição dentro<br />
aspecto e coloração da matriz extracelular, incluindo os elementos que<br />
aparecem ressaltados;<br />
b. Observe da peça de cartilagem;<br />
c. Existência ou não de um envoltório, e se houver observe os elementos nele<br />
presentes;<br />
2. Foque <strong>com</strong> a objectiva de maior ampliação as características mais importantes<br />
e observe-as <strong>com</strong> atenção.<br />
3. Localize os tipos de tecido cartilaginoso encontrados nas lâminas que serão<br />
indicadas pelo professor, anotando seu diagnóstico e outras considerações que<br />
julgar importantes.<br />
4. Esquematize o campo observado, após solicitação do professor, indicando <strong>com</strong><br />
setas as características destacadas e dê seu diagnóstico.
5. No decurso da aula prática devem ser tidos em conta:<br />
o N.º da Lâmina<br />
o Ampliações utilizadas<br />
o Diagnóstico (identificação)<br />
Valorização e Conclusão da Aula<br />
Fazer o resumo dos principais pontos analisados na aula prática<br />
Orientação: Termine as rectificações que tem a fazer à página do seu Atlas<br />
pessoal correspondente a esta aula prática e proceda à sua entrega ao docente<br />
para análise, preparação da discussão e avaliação.<br />
PROTOCOLO # 6<br />
INTRODUÇÃO:<br />
Tema a ser explorado<br />
Tecidos conjuntivos especializados II (osso)<br />
Sub-divisões do tema<br />
1. Descrição histológica do tecido conjuntivo ósseo<br />
Objectivos da aula prática:<br />
Diferenciar os tipos de tecidos conjuntivos ósseos<br />
Estabelecer a correlação entre a estrutura histológica dos distintos tipos de<br />
tecidos conjuntivos ósseos e os principais tipos de ossificação<br />
Descrever a histologia do tecido conjuntivo ósseo<br />
DESENVOLVIMENTO:<br />
Proposta de conteúdo (Introdução teórica):<br />
Tecido Ósseo<br />
Características e funções:<br />
O tecido ósseo (TO) é formado por células e matriz mineralizadas. É rígido e<br />
resistente para suportar pressões e para exercer a função de proteção de<br />
órgãos internos, principalmente os órgãos vitais, <strong>com</strong>o fazem as caixas craniana
e torácica. Exerce importante função de armazenamento de Cálcio para<br />
contração muscular, secreções, impulsos nervosos e outros mecanismos. Forma<br />
um sistema de alavancas para aumentar a força muscular.<br />
Células ósseas:<br />
Células Osteoprogenitoras<br />
Osteoblastos: células jovens <strong>com</strong> núcleo grande e claro e <strong>com</strong><br />
prolongamentos que formam canalículos. Possuem grande quantidade de<br />
RER e Golgi, pois são responsáveis pela síntese da matriz óssea orgânica.<br />
Localizam-se na superfície óssea.<br />
Osteócitos: são os osteoblastos envoltos totalmente por matriz. Ocupam<br />
lacunas de onde partem canalículos, que nada mais são que junções<br />
<strong>com</strong>unicantes. São responsáveis pela manutenção da matriz orgânica e<br />
por não serem sintetizadores ativos de matriz, possuem pouca quantidade<br />
de RER e Golgi, além de possuírem a cromatina condensada.<br />
Osteoclastos: são células móveis e gigantes <strong>com</strong> 6 a 50 núcleos. Estão<br />
localizadas nas lacunas de Howship, depressões formadas por enzimas<br />
após digerirem o Tecido Ósseo, formando os sítios de reabsorção óssea.<br />
São originários de monócitos sangüíneos, fundidos pela membrana de<br />
vasos. Apresentam muitos lisossomos, pois são responsáveis pela<br />
reabsorção do Tecido Ósseo para que possa ser renovado. Secretam<br />
vários ácidos e enzimas (colagenase), que atacam a matriz e liberam Ca;<br />
para esta tarefa contam ainda <strong>com</strong> receptores para calcitonina.<br />
Matriz óssea:<br />
Parte Inorgânica: são formados por citrato, Mg, K, Na e principalmente de<br />
cristais de Hidroxiapatita ao longo das fibras colágenas. Estes cristais têm<br />
fórmula C10(PO4)6(OH)2 e possuem uma capa de hidratação ao seu<br />
redor, formados por íons hidratados.<br />
Parte Orgânica: 95% é colágeno do tipo I. O restante é SFA, formada por<br />
glicoproteínas e proteoglicanas (condroitin e queratan sulfato).
Tipos:<br />
Macroscopicamente, dividem-se em osso <strong>com</strong>pacto, que não possui cavidades<br />
visíveis, e osso esponjoso, <strong>com</strong> cavidades inter<strong>com</strong>unicantes.<br />
Microscopicamente, dividem-se em primário e secundário.<br />
Primário: é caracterizado pela desorganização das fibrilas colágenas. É<br />
altamente permeável aos raios X e são encontrados em suturas do crânio,<br />
alvéolos dentários e pontos de inserção de tendões. Normalmente passa a<br />
ser substituído por osso secundário.<br />
Secundário: a organização em lamelas é a característica marcante deste<br />
tipo de osso, localizado principalmente nas diáfises de ossos longos de<br />
adultos. Possui o sistema de Havers, os de circunferência interna a externa<br />
e o acessório.<br />
Sistema de Havers:<br />
Sistema cilíndrico paralelo à diáfise, formado por 4 a 20 lamelas concêntricas,<br />
cujo canal central é o canal de Havers, por onde passam vasos e nervos. A<br />
<strong>com</strong>unicação entre estes canais é feita pelos canais de Volkman. Quando o osso<br />
é jovem, a luz do canal é mais ampla e suas paredes, menos calcificadas. Entre<br />
os sistemas de Havers encontram-se grupos irregulares de lamelas, os Sistemas<br />
Intermediários, originados de restos de sistemas de havers parcialmente<br />
destruídos durante o crescimento ósseo.<br />
PASSOS<br />
Tecido Ósseo<br />
Utilize esta sequência para o estudo de cada lâmina<br />
1. Foque a lâmina <strong>com</strong> pequena ampliação e observe a matriz óssea,<br />
considerando:<br />
a. Aspecto e cor da substância intercelular;<br />
b. Tipos celulares encontrados na matriz, destacando o seu arranjo;<br />
c. Existência ou não de amplas cavidades entre as trabéculas ósseas;<br />
d. Espessura das trabéculas e arranjo das células;
e. Envoltório da peça óssea e os elementos nele presentes.<br />
2. Foque <strong>com</strong> grande ampliação as características mais importantes e observe-as<br />
<strong>com</strong> atenção.<br />
3. Localize os tipos de tecido ósseo encontrados nas lâminas que serão indicadas<br />
pelo professor, anotando seu diagnóstico e outras considerações que julgar<br />
importantes.<br />
4. Esquematize o campo observado, após solicitação do professor, indicando <strong>com</strong><br />
setas as características destacadas e dê o seu diagnóstico.<br />
5. No decurso da aula prática devem ser tidos em conta:<br />
o N.º da Lâmina<br />
o Ampliações utilizadas<br />
o Diagnóstico (identificação)<br />
Valorização e Conclusão da Aula<br />
Fazer o resumo dos principais pontos analisados na aula prática<br />
Orientação: Termine as rectificações que tem a fazer à página do seu Atlas<br />
pessoal correspondente a esta aula prática e proceda à sua entrega ao docente<br />
para análise, preparação da discussão e avaliação.<br />
PROTOCOLO # 7<br />
INTRODUÇÃO:<br />
Tema a ser explorado<br />
Tecidos conjuntivos especiais III<br />
Sub-divisões do tema<br />
1. Tecido conjuntivo sanguíneo<br />
Objectivos da aula prática:<br />
Descrever a estrutura histológica do tecido conjuntivo sanguíneo<br />
DESENVOLVIMENTO:<br />
Proposta de conteúdo (Introdução teórica):
Tecido conjuntivo sanguíneo<br />
O sangue é um tecido conjuntivo especializado por ter a sua substància<br />
fundamental (plasma) modificada, isto é, diferente do conjuntivo ordinário em que<br />
a base da substância fundamental é o ácido condroiintinsulfúrico, dando-lhe uma<br />
consistência algo gelatinosa.<br />
Ao microscópio óptico podem observar-se dois grupos celulares, de acordo <strong>com</strong><br />
as suas afinidades pelos corantes de rotina, <strong>com</strong> predomínio dos eritrócitos ou<br />
hemácias que são acidófilos, isto é, corados de rosado pela eosina, numa<br />
coloração de hematoxilina-eosina e os glóbulos brancos. Os glóbulos vermelhos<br />
não têm núcleo e são mais delgados para o centro do que para os bordos.Os<br />
glóbulos brancos ou leucócitos são facilmente identificáveis pela presença de<br />
núcleo, corado de violáceo pela hematoxilina. Há várias classes de leucócitos:<br />
1. Linfócitos: de tamanho aproximado ao dos glóbulos vermelhos, <strong>com</strong> um<br />
núcleo único que ocupa quase todo o glóbulo.<br />
2. Monócitos: são os mayores leucocitos, normalmente pouco frequentes,<br />
núcleo grande, redondo; são os mais móveis e a sua função principal é a<br />
fagocitose.<br />
3. Polimorfonucleares : <strong>com</strong> abundantes granulações citoplasmáticas, visíveis<br />
ao microscópio óptico, núcleo fragmentado ou em forma de rosário. Podem<br />
ser eosinófilos, <strong>com</strong> granulações coradas de vermelho pela eosina,<br />
neutrófilos e basófilos.<br />
As plaquetas são pouco visíveis já que precisam de uma técnica especial de<br />
coloração e são fragmentos de megacariócitos.<br />
PASSOS<br />
Tecido Conjuntivo Sanguíneo<br />
Utilize a seguinte sequência para o estudo de cada lâmina<br />
1. Foque a lâmina <strong>com</strong> pequena ampliação, no tecido abaixo, considerando:<br />
e. Verifique as características do método empregado na coloração da lâmina;
f. Diferenças entre os tipos de afinidades tinturiais, destacando seus<br />
aspectos, orientação e cor.<br />
g. Estabeleça as proporções entre os eritrócitos (maioria) e os leucócitos<br />
(minoria). Verifique que os eritrócitos são anucleados.<br />
2. Foque <strong>com</strong> média ampliação e observe as formas dos núcleos dos distintos<br />
tipos de leucócitos, condição indispensável ara a sua diferenciação. Identifica no<br />
campo óptico os distintos tipos de células sanguíneas<br />
3. Foque <strong>com</strong> grande ampliação (40xs e 100xs) as características mais<br />
importantes e observe-as <strong>com</strong> atenção. Neste caso serão possíveis de observar<br />
até as granulações nucleares que distinguem os granulócitos dos agranulócitos<br />
4. Esquematize o campo observado, após solicitação do professor, indicando <strong>com</strong><br />
setas as características destacadas e dê seu diagnóstico.<br />
5. No decurso da aula prática devem ser tidos em conta:<br />
o N.º da Lâmina<br />
o Ampliações utilizadas<br />
o Diagnóstico (identificação)<br />
Valorização e Conclusão da Aula<br />
Fazer o resumo dos principais pontos analisados na aula prática<br />
Orientação: Termine as rectificações que tem a fazer à página do seu Atlas<br />
pessoal correspondente a esta aula prática e proceda à sua entrega ao docente<br />
para análise, preparação da discussão e avaliação.<br />
PROTOCOLO # 8<br />
INTRODUÇÃO:<br />
Tema a ser explorado<br />
Tecidos musculares<br />
Objectivos da aula prática:<br />
Descrever a estrutura histológica do tecido muscular<br />
Distinguir os principais tipos de tecidos musculares
Relação entre a estrutura e o fisiologismo dos distintos tipos de tecido<br />
muscular<br />
Descrever o mecanismo de contracção muscular<br />
DESENVOLVIMENTO:<br />
Proposta de conteúdo (Introdução teórica):<br />
Tecido Muscular<br />
O tecido muscular é <strong>com</strong>posto de células que possuem a propriedade da<br />
contractilidade desenvolvida ao mais elevado nível, sendo essa a sua principal<br />
função, senão mesmo exclusiva. As células que constituem o tecido muscular são<br />
longas, contêm filamentos citoplasmáticos e estão relativamente juntas. O tecido<br />
muscular está ligado à totalidade das manifestações da vida animal, não só aos<br />
movimentos do corpo, mas também a funções essenciais <strong>com</strong>o a respiração, a<br />
contracção do coração, movimentos viscerais e outros.<br />
QUADRO 04. CLASSIFICAÇÃO DOS DIFERENTES TIPOS DE TECIDO<br />
MUSCULAR E SUA LOCALIZAÇÃO<br />
Liso (involuntário) Tubo digestivo, vasos sanguíneos<br />
Estriado (voluntário) Músculo esquelético<br />
Cardíaco (estriado involuntário) Coração<br />
Fonte: Textos de apoio Universidade de Évora<br />
Os músculos, histologicamente, são constituídos por dois tipos de tecido<br />
muscular: estriado e liso<br />
O músculo estriado subdivide-se em dois tipos:<br />
Músculo liso<br />
Esquelético<br />
Cardíaco<br />
não apresenta estriações, é involuntário. Cada célula fusiforme<br />
contém somente um núcleo. Constitui a parede de muitos órgãos, sendo
esponsável por movimentos internos <strong>com</strong>o o movimento dos alimentos através<br />
do tubo digestivo.<br />
Músculo esquelético<br />
ligado aos ossos pode se contrair voluntariamente. Este<br />
tecido muscular permite que caminhemos, curvamos, escrevamos e que o corpo<br />
se mova. Possui uma aparência "listrada", <strong>com</strong> listras escuras e claras ou<br />
estriações, sendo também chamado de músculo estriado. Cada fibra de<br />
músculo esquelético tem diversos núcleos, que repousam sobre a membrana<br />
plasmática.<br />
Músculo cardíaco<br />
o principal tecido do coração é um tipo de tecido especial de<br />
músculo estriado que não está sobre controlo voluntário. As fibras do músculo<br />
cardíaco são "juntadas" nas porções terminais, ramificam-se e juntam-se<br />
novamente, formando redes <strong>com</strong>plexas (sincício). Uma característica das fibras<br />
do músculo cardíaco é a presença dos discos intercalados<br />
especializadas onde as fibras se juntam.<br />
junções<br />
Quanto a forma macroscópica, os músculos correspondem a dois tipos principais,<br />
longos e largos, de acordo <strong>com</strong> o facto de haver predominância do <strong>com</strong>primento<br />
ou da superfície. Os longos podem ser fusiformes, cónicos e em fita; e os largos,<br />
triangulares, quadriláteros, circulares ou apresentar outras formas que se podem<br />
considerar menos <strong>com</strong>uns.<br />
Organização do Músculo<br />
As fibras musculares esqueléticas estão organizadas em feixes, que são<br />
envolvidos por tecido conjuntivo o epimísio. Do epimísio partem septos muito<br />
finos que se dirigem para o interior do músculo, dividindo-o em fascículos. Estes<br />
septos são chamados de perimísio. Cada fibra muscular por sua vez, é envolvida<br />
por uma camada muito fina de fibras reticulares formando o endomísio.<br />
O tecido conjuntivo mantém as fibras musculares unidas, permitindo que a força<br />
de contracção, gerada por cada fibra individualmente, actue sobre o músculo<br />
inteiro, contribuindo para a contracção deste. É ainda através do tecido conjuntivo<br />
que a força de contracção do músculo se transmite a outras estruturas <strong>com</strong>o<br />
tendões e ossos. A membrana da fibra muscular é denominada de sarcolema e o<br />
retículo endoplasmático de retículo sarcoplasmático (RS). O RS tem <strong>com</strong>o
função armazenar íons Ca++. As fibras musculares estriadas têm a forma de um<br />
cilindro. Cada fibra muscular é constituída por estruturas denominadas de<br />
miofibrilhas. As miofibrilhas são <strong>com</strong>postas por miofilamento. Os miofilamentos<br />
são constituídos pelas proteínas: miosina (filamentos grossos) e actina<br />
(filamentos mais finos). Os filamentos de actina e de miosina são arranjados ao<br />
longo da fibra muscular e se sobrepõem. Esta sobreposição produz bandas<br />
microscópicas ou estriações, que é característica do músculo estriado.<br />
Ao microscópio óptico a fibra muscular apresenta estriações transversais pela<br />
alternância de faixas claras e escuras. Ao microscópio de polarização a faixa<br />
escura é anisotrópica e recebe o nome de banda A (formada pelos<br />
miofilamentos de miosina), enquanto a faixa clara, ou banda I, é isotrópica<br />
(formada pelos miofilamentos de actina). Dentro da banda A de uma fibra<br />
descontraída existe uma região mais clara, denominada zona H. No centro de<br />
cada banda I aparece uma linha transversal escura - a linha Z, que delimita os<br />
sarcómeros. Um sarcómero é uma unidade funcional da contracção muscular.<br />
Esquelético Liso Cardíaco<br />
Localização Ligado ao esqueleto Parede de órgãos Parede do coração<br />
Tipo de controle Voluntário Involuntário Involuntário<br />
Forma das fibras Alongadas, cilíndricas Alongadas, fusiformes Alongadas, cilíndricas,<br />
ramificadas e que se fundem<br />
Estriações Presente Ausente Presente<br />
Núcleos por fibra Muitos Um Um ou dois<br />
Posição do núcleo Periférico Central Central<br />
Velocidade de<br />
contracção<br />
Habilidade de<br />
contracção<br />
Mais rápido Mais lento Intermediário<br />
Pouca Grande Intermediária<br />
QUADRO 05: Caracterização do tecido muscular (fonte: Autora, 2004)
PASSOS<br />
TECIDO MUSCULAR<br />
Utilize a sequência abaixo para o estudo de cada lâmina<br />
1. Foque a lâmina <strong>com</strong> pequena ampliação e observe um grupo de fibras<br />
musculares, considerando:<br />
a. Forma tamanho e aspecto do citoplasma das fibras que o <strong>com</strong>põem;<br />
b. Disposição das fibras; ver se existem ou não junções entre elas;<br />
c. Presença de tecido conjuntivo propriamente dito, e sua relação <strong>com</strong> as<br />
fibras e o grupo de fibras.<br />
2. Foque em grande ampliação as características mais importantes e observe-as<br />
<strong>com</strong> atenção.<br />
3. Localize os tipos de tecido muscular encontrados nas lâminas que serão<br />
indicadas pelo professor, anotando seu diagnóstico e outras considerações que<br />
julgar importantes.<br />
4. Esquematize o campo observado, após solicitação do professor, indicando <strong>com</strong><br />
setas as características destacadas e dê seu diagnóstico.<br />
5. No decurso da aula prática devem ser tidos em conta:<br />
o N.º da Lâmina<br />
o Ampliações utilizadas<br />
o Diagnóstico (identificação)<br />
Valorização e Conclusão da Aula<br />
Fazer o resumo dos principais pontos analisados na aula prática<br />
Orientação: Termine as rectificações que tem a fazer à página do seu Atlas<br />
pessoal correspondente a esta aula prática e proceda à sua entrega ao docente<br />
para análise, preparação da discussão e avaliação.
PROTOCOLO # 9<br />
INTRODUÇÃO:<br />
Tema a ser explorado<br />
Tecido nervoso<br />
Objectivos da aula prática:<br />
Descrever a histologia do tecido nervoso<br />
DESENVOLVIMENTO:<br />
Proposta de conteúdo (Introdução teórica):<br />
Tecido Nervoso<br />
O tecido nervoso é formado por células (neurónios e células da neuróglia) <strong>com</strong> os<br />
seus prolongamentos citoplasmáticos (axónios e dendritos), podendo agrupar-se<br />
em massas ou feixes. Considera-se o sistema nervoso <strong>com</strong>o constituído por uma<br />
parte central: o cérebro e medula espinal; e outra periférica, que abrange nervos<br />
periféricos, terminações nervosas e parte dos órgãos dos sentidos.<br />
Histologicamente estas partes apresentam características maioritariamente<br />
<strong>com</strong>uns.<br />
QUADRO 06. CLASSIFICAÇÃO DO TECIDO NERVOSO E SUA LOCALIZAÇÃO<br />
Sistema nervoso central<br />
Sistema nervoso periférico<br />
Receptores especiais<br />
Fonte: Textos de apoio Universidade de Évora<br />
Substância cinzenta Encéfalo, medula espinal<br />
Substância branca Encéfalo, medula espinal<br />
Nervos Nervos periféricos<br />
Gânglios nervosos Sensitivos, autónomos<br />
Terminações nervosas Livres, encapsuladas<br />
Olho, ouvido, nariz
No tecido nervoso os neurónios têm função nervosa, enquanto as células da<br />
neuróglia têm função de sustentação.<br />
Existem quatro tipos principais de células da neuróglia que são:<br />
1) Astrócitos, sub-divididos em:<br />
a) Protoplasmáticos<br />
b) Fibrosos<br />
c) Fibro-protoplasmáticos<br />
2) Oligodendrócitos<br />
3) Micróglia ou Mesoglia<br />
4) Ependimócitos<br />
PASSOS<br />
TECIDO NERVOSO<br />
Utilize a seguinte sequência para o estudo de cada lâmina<br />
1. Foque a lâmina <strong>com</strong> pequena ampliação e observe o tecido nervoso,<br />
considerando:<br />
a. Tipos celulares nele encontrados observando sua forma, características<br />
peculiares e distribuição pelo tecido;<br />
b. Prolongamentos de células observadas, ficando atento ao seu aspecto,<br />
localização e estruturas envolventes.<br />
2. Foque <strong>com</strong> grande ampliação as características mais importantes e observe-as<br />
<strong>com</strong> atenção.<br />
3. Localize os tipos de tecido nervoso encontrados nas lâminas que serão<br />
indicadas pelo professor, anotando seu diagnóstico e outras considerações que<br />
julgar importante.<br />
4. Esquematize o campo observado, após solicitação do professor, indicando <strong>com</strong><br />
setas as características destacadas e dê seu diagnóstico.
5. No decurso da aula prática devem ser tidos em conta:<br />
o N.º da Lâmina<br />
o Ampliações utilizadas<br />
o Diagnóstico (identificação)<br />
Valorização e Conclusão da Aula<br />
Fazer o resumo dos principais pontos analisados na aula prática<br />
Orientação: Termine as rectificações que tem a fazer à página do seu Atlas<br />
pessoal correspondente a esta aula prática e proceda à sua entrega ao docente<br />
para análise, preparação da discussão e avaliação.<br />
ANEXO 3<br />
PROPOSTA DE PROTOCOLOS FACULTATIVOS DE AULAS PRÁTICAS<br />
PROTOCOLO # i<br />
INTRODUÇÃO<br />
Tema a ser explorado<br />
Tecidos básicos do organismo<br />
Sub-divisões do tema<br />
Objectivos da aula prática:<br />
1. Tecidos básicos do organismo<br />
2. Técnicas para a identificação de tecidos<br />
Carcterizar os tecidos básicos do organismo<br />
Relacionar os tecidos básicos do organismo <strong>com</strong> a sua origem embrionária<br />
Desenvolver uma estratégia integrada que <strong>com</strong>bine o reconhecimento<br />
estrutural <strong>com</strong> o conhecimento funcional dos tecidos básicos do organismo<br />
DESENVOLVIMENTO:<br />
Proposta de conteúdo (Introdução teórica):<br />
- Histologia e tecidos básicos do organismo
A histologia nasceu <strong>com</strong> os primeiros estudiosos que se utilizaram do<br />
microscópio: R. Hook, MalPighi, Graw, Ham, Fontana e outros, muito antes que<br />
Meyer (1819) desse esse nome à ciência que descreve os tecidos animais e<br />
vegetais.<br />
A noção de "tecido" foi, contudo, introduzida por Xavier Bichat sem que este<br />
anatomista se tivesse utilizado do microscópio.<br />
A anatomia estuda os tecidos, isto é, as agregações de células que têm a mesma<br />
forma e a mesma função.<br />
Um tecido primário ou básico pode ser definido <strong>com</strong>o um conjunto de células e de<br />
elementos intercelulares, especializados numa determinada função. Os órgãos<br />
são formados por estes tecidos e, duma maneira geral podem encontrar-se os<br />
quatros tecidos básicos num mesmo órgão. O conhecimento dos tecidos básicos<br />
é fundamental para o estudo da estrutura e do funcionamento dos diferentes<br />
órgãos e dos sistemas que os integram. Os quatros tecidos básicos, ou primários,<br />
são:<br />
1. Tecido epitelial<br />
2. Tecido conjuntivo<br />
3. Tecido muscular<br />
4. Tecido nervoso<br />
Os ossos e os músculos, por exemplo, são formados de tantas células análogas<br />
que, no seu conjunto, constituem o tecido ósseo e o tecido muscular. No<br />
organismo distinguem-se diversos tecidos que têm finalidades diversas:<br />
- tecidos epiteliais, que têm função protectora (pele), secretora (glândulas)<br />
ou sensitiva (órgãos dos sentidos);<br />
- tecidos conjuntivos, que têm por função sustentar o corpo; a estes<br />
pertencem o tecido ósseo, o tecido cartilaginoso e os tecidos sem uma<br />
forma própria que mantêm unidas entre si as diversas partes de um órgão,<br />
constituindo-lhe a estrutura;<br />
- tecido muscular (músculos);<br />
- tecido nervoso (cérebro, medula espinhal, nervos).
Uma particular especialização da histologia é a citologia, considerada a ciência<br />
das células. Estuda ela a célula em si, a qual constitui, em definitivo, a base das<br />
ciências biológicas, porque a célula é o elemento fundamental de todos os seres<br />
vivos. Citologia e histologia não estudam somente a estrutura da célula e dos<br />
tecidos, mas também as relações entre a estrutura e a função, e, portanto, se<br />
integram <strong>com</strong> a fisiologia, <strong>com</strong> a física e <strong>com</strong> a química.<br />
Durante o desenvolvimento, o embrião consta de três camadas celulares: a<br />
ectoderme, a mesoderme e a endoderme. Nestas três camadas germinativas, as<br />
células continuam a dividir-se e a especializar-se nos seus aspectos estrutural e<br />
funcional. Frequentemente as células especializadas realizam as suas funções<br />
<strong>com</strong>o agrupamentos de múltiplas células semelhantes entre si, denominados de<br />
tecidos. Por seu lado, os tecidos constituem os órgãos e os sistemas. Um órgão é<br />
uma organização de diferentes tecidos geralmente de vários tipos, realizando<br />
funções específicas. O termo sistema ou o aparelho podem ser utilizados para<br />
descrever células <strong>com</strong> funções semelhantes, mas amplamente distribuídas em<br />
diversos regiões anatómicas, por exemplo, as células do sistema imune; ou<br />
referir-se a um grupo de órgãos <strong>com</strong> papéis funcionais semelhantes, ou<br />
relacionados, <strong>com</strong>o por exemplo, os rins, a pelvis, os ureteres e a bexiga, que são<br />
parte do aparelho urinário.<br />
Técnicas para a identificação de tecidos<br />
Na observação de preparações histológicas devemos <strong>com</strong>eçar sempre pelo<br />
exame geral das secções ou cortes, de modo a obter uma perspectiva de<br />
conjunto registando todos os pormenores que considerarmos importantes. É<br />
também importante observarmos não apenas as células mas igualmente outros<br />
<strong>com</strong>ponentes dos tecidos que estejam presentes. Para isso devemos fazer um<br />
uso adequado de todas as objectivas, aumentando ou diminuindo de ampliação,<br />
sempre que necessário. Por outro lado, devemos ter sempre em atenção o tipo de<br />
corte (transversal, longitudinal, oblíquo) que muito provavelmente deu origem às<br />
estruturas / imagens que estivermos a observar. A utilização adequada e<br />
constante do parafuso micrométrico, pode igualmente ser importante na<br />
identificação dos tecidos. Deste modo, é fundamental desenvolver uma estratégia
integrada que <strong>com</strong>bine o reconhecimento estrutural <strong>com</strong> o conhecimento<br />
funcional (ver quadro i):<br />
QUADRO i. TÉCNICAS PARA A IDENTIFICAÇÃO DE TECIDOS<br />
Questões básicas Possibilidades Deduções/Explicações<br />
Tipo de preparação?<br />
Aspecto uniforme?<br />
Forma reconhecível?<br />
Geralmente uma secção ou<br />
um esfregaço<br />
Fonte: Textos de apoio Universidade de Évora<br />
Um esfregaço sugere sangue<br />
periférico ou tecido mielóide<br />
Aspecto uniforme ou<br />
Componente único ou vários<br />
dissimilar aspecto em<br />
<strong>com</strong>ponentes diferentes<br />
diferentes regiões<br />
Secções sólidas; secções<br />
Tecido sólido; estruturas<br />
circulares transversais<br />
tubulares, vasos, ductos, etc.<br />
escavadas, cavidades, etc.<br />
Questões básicas Possibilidades Deduções/Explicações<br />
Dimensões?<br />
Quais os elementos<br />
predominantes? Células ou<br />
matriz intercelular?<br />
Componentes<br />
reconhecíveis?<br />
Associações<br />
características e<br />
distintivas?<br />
Os eritrócitos podem ser<br />
usados <strong>com</strong>o referência<br />
adequada<br />
O tecido é<br />
predominantemente<br />
celular, intercelular ou<br />
ambos<br />
A identificação provisória<br />
dos <strong>com</strong>ponentes<br />
necessita ser confirmada<br />
Epitélio de transição <strong>com</strong> o<br />
tracto urinário, células<br />
secretoras de muco e a<br />
cartilagem <strong>com</strong> o tracto<br />
respiratório superior,<br />
megacariócitos <strong>com</strong> os<br />
sinusóides, etc.<br />
O tamanho pode ser estimado<br />
por <strong>com</strong>paração <strong>com</strong> o diâmetro<br />
dos eritrócitos nos vaso<br />
sanguíneos<br />
Epitélios de revestimento e<br />
glândulas são essencialmente<br />
celulares, tecidos conjuntivos<br />
são essencialmente<br />
intercelulares, etc.<br />
A presença de <strong>com</strong>ponentes<br />
que permitam tomar decisões<br />
pode ser esperada e vice-versa.<br />
A ausência de uma<br />
característica tipicamente<br />
associada pode implicar uma<br />
identificação errada
Apesar de existirem todos esses critérios que facilitam, de algum modo, a<br />
identificação dos tipos de tecidos básicos do organismo, não deixam de ser meros<br />
auxiliadores para o cumprimento deste objectivo, havendo, no entanto, uma série<br />
de dificuldades, aqui consideradas potenciais, na distinção de determinados tipos<br />
de tecidos, dadas certas condições especiais ou erros que prevaleçam em<br />
determinados tecidos, quer se devam a falhas na execução da técnica histológica,<br />
<strong>com</strong>o é o caso do eventual estado de deterioração do material em análise.<br />
Eis as mais <strong>com</strong>uns espelhadas no Quadro ii:<br />
Quadro ii: Dificuldades potenciais na identificação dos tecidos<br />
Problema Base Causa/Explicação<br />
Cor estranha<br />
Componente estranho<br />
Componente<br />
irreconhecível<br />
Identificação in<strong>com</strong>pleta<br />
ou incorrecta<br />
Um <strong>com</strong>ponente pode<br />
parecer algo conhecido,<br />
mas corou de modo<br />
errado<br />
Um <strong>com</strong>ponente<br />
desconhecido, ou pouco<br />
familiar, pode chamar a<br />
atenção<br />
Uma dada estrutura não<br />
pode ser identificada<br />
Um <strong>com</strong>ponente<br />
conhecido atrai<br />
demasiado a atenção<br />
Fonte: Textos de apoio Universidade de Évora<br />
A cor absoluta não é segura<br />
nas secções de H&E, mas a<br />
cor relativa sim; por outro<br />
lado, colorações especiais<br />
podem originar cores pouco<br />
familiares<br />
Estes <strong>com</strong>ponentes<br />
geralmente são artefactos,<br />
mas ocasionalmente<br />
resultam de alterações<br />
patológicas<br />
Os tecidos podem ter sofrido<br />
degenerações post-mortem<br />
ou apresentar outros<br />
artefactos; um plano da<br />
secção não familiar; tecido<br />
morto ou lesão patológica<br />
isolada<br />
A incapacidade de obter a<br />
perspectiva geral (the "big<br />
picture") devido à ansiedade<br />
ou a uma avaliação<br />
apressada pode resultar<br />
numa identificação parcial ou<br />
incorrecta
Valorização e Conclusão da Aula<br />
Fazer o resumo dos principais pontos analisados na aula prática<br />
Orientação: Termine entregando ao docente um resumo dos pontos principais<br />
apreendidos durante a aula para facilitar ao docente a avaliação ao grau de<br />
percepção de cada estudante.<br />
PROTOCOLO # ii<br />
INTRODUÇÃO:<br />
Tema a ser explorado<br />
Tecido epitelial<br />
Sub-divisões do tema<br />
1. Caracterização dos tecidos epiteliais<br />
2. Critérios para a selecção dos tecidos epiteliais<br />
Objectivos da aula prática:<br />
Caracterizar morfologicamente um tecido epitelial em geral<br />
Diferenciar os tecidos epiteliais dos restantes tipos de tecidos básicos do<br />
organismo<br />
Relacionar os tecidos epiteliais <strong>com</strong> as suas possíveis origens<br />
embrionárias<br />
Identificar os critérios para a selecção dos tecidos epiteliais bem <strong>com</strong>o a<br />
sua classificação<br />
DESENVOLVIMENTO:<br />
Proposta de conteúdo (Introdução teórica):<br />
Tecido epitelial<br />
O tecido epitelial ou epitélio é o tecido que cobre a superfície do corpo, reveste<br />
cavidades ou canais e toma parte da formação de glândulas. É constituído por<br />
células mais ou menos poliédricas que se encontram adjacentes, isto é, as<br />
membranas em contacto íntimo, sem que haja aparentemente qualquer tipo de
substância intersticial ou fundamental entre elas. O tecido epitelial pode ser<br />
subdividido em tecido epitelial de revestimento e tecido epitelial glandular.<br />
Neste tipo de tecido as células epiteliais encontram-se organizadas muito<br />
próximas umas das outras, constituindo os epitélios, que participam: do<br />
revestimento de superfícies, <strong>com</strong>o pele, ou do revestimento do intestino e ductos,<br />
separando o meio interno do meio externo; <strong>com</strong>o unidades funcionais das<br />
glândulas. As células de um tecido epitelial são mantidas em íntimo contato por<br />
uma pequena quantidade de material intercelular e por funções celulares. Quase<br />
todas as células epiteliais estão situadas sobre uma membrana basal, rica em<br />
glicoproteínas e serve para ancorar as células epiteliais ao tecido subjacente. O<br />
tecido epitelial é classificado de acordo <strong>com</strong> o número de camadas de células e<br />
pela forma das células da sua camada superficial.<br />
Características gerais:<br />
O Tecido Epitelial (TE) possui algumas características essenciais que permitem a<br />
sua diferenciação de outros tecidos do corpo. Ocorre uma justaposição das<br />
suas células poliédricas. Esta forma pode ser justificada pela pressão exercida<br />
por outras células e a ação modeladora do citoesqueleto; a justaposição das<br />
células pede ser explicada pela pequena quantidade ou mesmo ausência de<br />
matriz extracelular. A grande capacidade de coesão entre as células é outra<br />
característica e ocorre devido a especializações de membrana e ao glicocálix. O<br />
TE é avascularizado, fazendo da presença de lâmina basal indispensável à sua<br />
nutrição.<br />
Origem:<br />
Pode originar-se dos 3 folhetos embrionários:<br />
Ectoderme: epitélios de revestimento externos (epiderme, boca, fossas<br />
nasais, ânus).<br />
Endoderme: epitélio de revestimento do tubo digestivo, da árvore<br />
respiratória, do fígado e do pâncreas.<br />
Mesoderme: endotélio (vasos sangüíneos e linfáticos) e mesotélio<br />
(revestimento de serosas).
Funções<br />
A função de revestimento envolve a de protecção<br />
protege os órgãos internos de agentes externos<br />
<strong>com</strong>o a epiderme que<br />
e a de absorção<br />
<strong>com</strong>o é o<br />
caso das mucosas. Exerce uma importante função secretora, uma vez que as<br />
glândulas são originárias do TE, e são por isto classificadas <strong>com</strong>o Tecido Epitelial<br />
Glandular. Além disso, o TE exerce uma função sensorial <strong>com</strong> os neuroepitélios<br />
(ex. retina).<br />
Como forma de facilitar a identificação dos distintos tipos de tecido epitelial, em<br />
seguida apresentamos a Quadro iii, onde se faz referência a alguns critérios que<br />
consideramos importantes para o efeito.<br />
QUADRO iii. CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO DOS DIFERENTES TIPOS DE<br />
TECIDO EPITELIAL<br />
Critério Designação Características<br />
Número de<br />
camadas de<br />
células<br />
Forma das<br />
células<br />
superficiais<br />
Simples Uma única camada de células<br />
Estratificado Várias camadas de células<br />
Pseudoestratificado<br />
Pavimentoso ou<br />
escamoso<br />
Cúbica<br />
Colunar ou cilíndrica<br />
Fonte: Textos de apoio Universidade de Évora<br />
Várias camadas de núcleos mas todas<br />
as células contactam <strong>com</strong> a lâmina<br />
basal<br />
Espalmadas; células mais largas do<br />
que altas<br />
Poligonais; as células são tão largas<br />
<strong>com</strong>o altas<br />
Poligonais; as células são mais altas do<br />
que largas<br />
De acordo <strong>com</strong> estes critérios podemos classificar o tecido epitelial do seguinte<br />
modo (quadro iv):
QUADRO iv. Classificação dos diferentes tipos de tecido epitelial de revestimento e<br />
sua localização (Fonte: Textos de apoio Universidade de Évora)<br />
Epitélios de revestimento, que cobrem a superfície externa do corpo,<br />
revestem a sua superfície interna e órgãos ou estruturas<br />
Simples<br />
Pavimentoso<br />
Cúbico<br />
Cilíndrico<br />
Pseudoestratificado Cilíndrico<br />
Estratificado<br />
Pavimentoso<br />
Cúbico<br />
Cápsula de Bowman (rim),<br />
endotélio e mesotélio<br />
Túbulos colectores (rim),<br />
ductos pequenos<br />
Vesícula biliar (sem cílios),<br />
trompa (<strong>com</strong> cílios)<br />
Uretra masculina (sem<br />
cílios), traqueia (ciliado)<br />
Córnea (sem papilas de<br />
tecido conjuntivo), pele<br />
(queratinizado, <strong>com</strong> papilas<br />
de tecido conjuntivo),<br />
vagina (não queratinizado,<br />
<strong>com</strong> papilas de tecido<br />
conjuntivo)<br />
Ductos das glândulas<br />
sudoríparas<br />
Cilíndrico Uretra masculina<br />
De transição Bexiga, vias urinárias<br />
Do mesmo modo, existe um outro critério para a classificação dos epitélios<br />
glandulares multicelulares, que é o facto da glândula possuir ou não conducto<br />
excretor (quadro v):
QUADRO v. PRINCIPAIS GRUPOS DE TECIDO EPITELIAL GLANDULAR E<br />
SUA LOCALIZAÇÃO<br />
Epitélio glandular (glândulas multicelulares)<br />
Exócrinas<br />
Simples Gástricas, sudoríparas<br />
(Com conduto excretor) Compostas Salivares, pâncreas<br />
Endócrinas<br />
Cordonal e cúmulos Hipófise<br />
(Sem conduto excretor) Folículos Tiróides<br />
Fonte: Textos de apoio Universidade de Évora<br />
Quanto à origem embrionária, os epitélios derivam, todos eles, da ectoderme, da<br />
mesoderme e da endoderme, distribuídos pelo organismo de distintas formas,<br />
<strong>com</strong>o se pode ver na próxima tabela (quadro vi):
QUADRO vi. ORIGEM DOS DIFERENTES TIPOS DE EPITÉLIOS<br />
Camada germinativa de origem Epitélios que derivam<br />
Ectoderme<br />
Mesoderme<br />
Endoderme<br />
Fonte: Textos de apoio Universidade de Évora<br />
Pele (estratificado pavimentoso<br />
queratinizado<br />
Glândulas sudoríparas e ductos (cúbico<br />
simples e estratificado)<br />
Epitélio que forra a cavidade oral e os<br />
canias vaginais e anais (estratificado<br />
pavimentoso não queratinizado)<br />
Endotélio que reveste os vasos sanguíneos<br />
(simples pavimentoso)<br />
Mesotélio que reveste as cavidades<br />
corporais (simples pavimentoso)<br />
Epitélios que revestem os ductos e os<br />
túbulos genitais e urinários (de transição,<br />
pseudoestratificado colunar, cúbico simples,<br />
colunar simples dependendo da<br />
localização)<br />
Epitélio que reveste o esófago (estratificado<br />
pavimentoso não queratinizado)<br />
Epitélio que reveste o tracto gastrointestinal<br />
(colunar simples)<br />
Epitélio que reveste a vesícula biliar (colunar<br />
simples)<br />
Epitélios que formam glândulas sólidas<br />
<strong>com</strong>o o fígado e o pâncreas<br />
Epitélios que revestem o sistema<br />
respiratório (pseudoestratificado ciliado<br />
colunar simples ciliado colunar cúbico<br />
pavimentoso)
Breves notas sobre as glândulas<br />
As glândulas são células simples ou grupos de células especializadas na<br />
secreção. Todas as glândulas têm origem no desenvolvimento precoce dos<br />
epitélios de revestimento. As glândulas exócrinas mantêm a sua ligação <strong>com</strong> o<br />
epitélio na forma de ductos. Por seu lado, as glândulas endócrinas (sem ductos)<br />
perdem a sua ligação <strong>com</strong> a superfície e libertam as suas secreções na corrente<br />
sanguínea. As glândulas exócrinas podem ser classificadas de acordo <strong>com</strong> a sua<br />
estrutura, o produto de secreção ou o modo de secreção.<br />
Valorização e Conclusão da Aula<br />
Fazer o resumo dos principais pontos analisados na aula prática<br />
Orientação: Termine entregando ao docente um resumo dos pontos principais<br />
apreendidos durante a aula para facilitar ao docente a avaliação ao grau de<br />
percepção de cada estudante.<br />
PROTOCOLO # iii<br />
INTRODUÇÃO:<br />
Tema a ser explorado<br />
Tecidos conjuntivos<br />
Sub-divisões do tema<br />
1. Critérios para a identificação dos tecidos conjuntivos<br />
Objectivos da aula prática:<br />
DESENVOLVIMENTO:<br />
Identificar os distintos tipos de tecidos conjuntivos<br />
Descrever os principais elementos constituintes do tecido conjuntivo<br />
Proposta de conteúdo (Introdução teórica):<br />
Tecido conjuntivo<br />
O tecido conjuntivo é <strong>com</strong>posto de células e de elementos intercelulares. Estes,<br />
por sua vez, são constituídos por fibras e por outro <strong>com</strong>ponente que é a a
substância intercelular amorfa. A matriz é a reunião das fibras <strong>com</strong> a substância<br />
intercelularamorfa. O tecido conjuntivo é, pois, caracterizado pela sua matriz,<br />
fibrosa e por células sobre a matriz, em pequena proporção relativa. O tecido<br />
conjuntivo penetra em quase todos os teciods e órgãos, ligando umas partes <strong>com</strong><br />
outras e separando grupos de células. Encontramo-lo <strong>com</strong>o tecido de enchimento,<br />
sob a pele, entre os músculos e ao longo dos nervos e vasos sanguíneos.<br />
Funciona também <strong>com</strong>o depósito de substâncias de reserva, nomedamente<br />
gordura. O tecido conjuntivo pode ser classificado em: tecido conjuntivo<br />
propriamente dito e tecido conjuntivo especializado.
QUADRO vii. Classificação e localização dos diferentes tipos de tecido<br />
conjuntivo (Fonte: Textos de apoio Universidade de Évora)<br />
Geral<br />
Especializados<br />
Laxo ou frouxo<br />
Denso<br />
Cartilagem<br />
Osso<br />
Hematopoiético<br />
Sangue<br />
Linfa<br />
Mesenquimatoso<br />
Mucóide<br />
Areolar<br />
Adiposo<br />
Reticular<br />
Irregular<br />
Regular<br />
Hialina<br />
Elástica<br />
Limitado<br />
principalmente ao<br />
embrião e ao feto<br />
Cordão umbilical e<br />
polpa dentária<br />
"Empaque" laxo de<br />
maior parte dos órgãos<br />
e tecidos<br />
Tecido subcutâneo<br />
(hipoderme)<br />
Medula óssea,<br />
gânglios linfáticos<br />
Derme, cápsulas dos<br />
órgãos<br />
Tendão, estroma da<br />
córnea<br />
Cartilagens costais,<br />
traqueia<br />
Ouvido externo,<br />
epiglote<br />
Fibrosa Discos intervertebrais<br />
Esponjoso<br />
Compacto<br />
Epífises dos ossos<br />
longos<br />
Diáfise dos ossos<br />
longos<br />
Mielóide Medula óssea<br />
Linfóide<br />
Baço, gânglios<br />
linfáticos
Organização:<br />
Tecido Conjuntivo Propriamente Dito: pode ser frouxo ou denso. O<br />
denso ainda pode ser modelado ou não-modelado.<br />
Tecido Conjuntivo <strong>com</strong> propriedades especiais: adiposo, elástico,<br />
reticular ou hematopoiético, e mucoso.<br />
Tecido Cartilaginoso<br />
Tecido Ósseo<br />
Origem: originam-se do mesênquima, que é derivado da mesoderme.<br />
Características:<br />
As características deste tecido são, basicamente, opostas às do tecido epitelial.<br />
Possui vários tipos celulares, uma abundância de matriz extracelular e é<br />
vascularizado (<strong>com</strong> exceção do tecido cartilaginoso).<br />
Funções:<br />
A função de suporte corpóreo é exercida pelas cartilagens, pelos ossos e pelo<br />
TC propriamente dito. Pode fazer a nutrição de alguns órgãos, <strong>com</strong>o é o caso da<br />
Lâmina Basal, que faz a nutrição do TE de revestimento. Tem função de<br />
preenchimento de espaços, tanto entre órgãos <strong>com</strong>o por entre áreas lesada,<br />
que são primeiramente recobertas por TC propriamente dito. Ainda, auxilia na<br />
defesa do organismo, por meio de suas células (ver adiante)<br />
Valorização e Conclusão da Aula<br />
Fazer o resumo dos principais pontos analisados na aula prática<br />
Orientação: Termine entregando ao docente um resumo dos pontos principais<br />
apreendidos durante a aula para facilitar ao docente a avaliação ao grau de<br />
percepção de cada estudante.<br />
PROTOCOLO # iv<br />
INTRODUÇÃO:<br />
Tema a ser explorado<br />
Processos de ossificação
Objectivos da aula prática:<br />
Ossificação:<br />
Descrever os principais tipos de ossificação e demonstrá-los ao<br />
microscópio óptico<br />
Intramembranosa: ocorre a partir de TC, <strong>com</strong>o os ossos da face. As<br />
células mesenquimatosas indiferenciadas do TC são diferenciadas em<br />
osteoblastos, que produzem matriz. Há formação de osteócitos para a<br />
manutenção da matriz. Vasos sangüíneos e linfáticos invadem o interior da<br />
matriz e formam-se as traves ósseas entre os centros de ossificação. Com<br />
isto, preenche-se totalmente os espaços, formando-se o periósteo.<br />
Endocrondral: ocorre a partir de um modelo cartilaginoso hialino<br />
preexistente, sobre o qual a matriz óssea vai se depositar. Há uma<br />
modificação dos condrócitos e degeneração da matriz cartilaginosa.<br />
Células mesenquimatosas indiferenciadas a<strong>com</strong>panham a invasão de<br />
vasos sangüíneos e a partir delas há formação de osteoblastos -> matriz -><br />
osteócito -> periósteo.<br />
A ossificação de ossos longos ocorre primeiramente no pericôndrio e é do tipo<br />
intermembranosa. Após, passa a ser endocondral, primeiro na diáfise e depois<br />
nas epífises, porém não simultaneamente.<br />
A formação do canal da medula óssea, responsável pela formação de células<br />
sangüíneas, ocorre a partir de monócitos, que deixam os vasos para<br />
diferenciarem-se em osteoclastos. Estes fazem a degradação óssea, formando o<br />
canal.<br />
PASSOS<br />
Processos de Ossificação<br />
Utilize esta sequência para o estudo de cada lâmina
1. Foque a lâmina <strong>com</strong> pequena ampliação e observe a zona de ossificação,<br />
considerando:<br />
a. Existência de cartilagem, se presente observe o seu tipo e características;<br />
b. Formação de trabéculas ósseas, destacando os tipos celulares nelas<br />
encontrados e sua localizações nas mesmas;<br />
c. Os espaços entre as trabéculas e as células neles contidas.<br />
2. Foque em grande ampliação as características mais importantes e observe-as<br />
<strong>com</strong> atenção.<br />
3. Localize os processos de ossificação encontrados nas lâminas que serão<br />
indicadas pelo professor, anotando seu diagnóstico e outras considerações que<br />
julgar importantes.<br />
4. Esquematize o campo observado, após solicitação do professor, indicando <strong>com</strong><br />
setas as características destacadas e dê o seu diagnóstico.<br />
5. No decurso da aula prática devem ser tidos em conta:<br />
o N.º da Lâmina<br />
o Ampliações utilizadas<br />
o Diagnóstico (identificação)<br />
Valorização e Conclusão da Aula<br />
Fazer o resumo dos principais pontos analisados na aula prática<br />
Orientação: Termine as rectificações que tem a fazer à página do seu Atlas<br />
pessoal correspondente a esta aula prática e proceda à sua entrega ao docente<br />
para análise, preparação da discussão e avaliação.
ANEXO 4<br />
Modelo de Atlas Pessoal<br />
O modelo de atlas pessoal ora proposto (fonte: autora), na realidade apresentado<br />
no formato de uma folha A4, servirá <strong>com</strong>o base de análise e discussão sobre a<br />
percepção e pontos de vista individuais dos estudantes bem <strong>com</strong>o instrumento<br />
fundamental de avaliação permanente, ao contrário do que ocorreu <strong>com</strong> as<br />
primeiras aulas práticas que eram fundamentalmente teórico-práticas e<br />
demonstrativas.<br />
Objectiva 4xs Objectiva 10 xs<br />
Objectiva 40xs Objectiva 100 xs<br />
(se necessário)
ANEXO 5<br />
Informações adicionais de apoio a algumas aulas práticas<br />
i. Para o tecido epitelial<br />
Especializações de membrana<br />
Glicocálix: acção adesiva (entre outras).<br />
Microvilosidades e estereocílios: formados por microfilamentos de actina<br />
que correm para uma trama terminal; relacionados <strong>com</strong> a absorção.<br />
Cílios: formado por microtúbulos; relacionado <strong>com</strong> a movimentação.<br />
Zônula de oclusão: é a junção mais apical. Ocorre por interação entre<br />
duas proteínas transmembranas e promove a vedação, obrigando o<br />
trânsito intracelular e impedindo a volta de substâncias por entre as células<br />
epiteliais (efeito selador). Favorece a criação de domínios.<br />
Zônula de adesão: interações entre caderinas, associadas a<br />
microfilamentos na altura da trama terminal. Tem função adesiva.<br />
Máculas de adesão (desmossomos): interações entre caderinas, ligadas<br />
a uma placa eletrondensa associada a filamentos intermediários de<br />
queratina (tonofilamentos).<br />
Junções <strong>com</strong>unicantes (gap): canal hidrofílico por onde passam<br />
moléculas informacionais e íons. Formados por conexinas.<br />
Hemidesmossomos: interações entre integrinas (célula) e lamininas<br />
(lâmina basal), associadas a filamentos intermediários.<br />
Lâmina basal:<br />
Formada por colágeno tipo IV, lamininas e proteoglicanas. É sintetizada pelas<br />
células epiteliais e faz a nutrição do tecido epitelial por ser vascularizada.<br />
Divide-se em: lâmina lúcida, lâmina densa e lâmina fibroreticular (formada por<br />
fibras de ancoragem de colágeno VII).
Formação de uma glândula.<br />
A partir do epitélio de revestimento, ocorre uma proliferação de células no tecido<br />
conjuntivo. Nesta área ocorre, então, uma diferenciação celular. O produto final<br />
pode ser uma glândula:<br />
Exócrina: possui contato <strong>com</strong> <strong>com</strong> o TER e por isto lança seus produtos<br />
neste seu epitélio de origem. Possui uma porção secretora - que pode ser<br />
acinosa, tubulosa ou túbulo acinosa - e uma porção excretora, esta<br />
responsável pelo transporte das substâncias até o epitélio de origem.<br />
Ainda, esta porção pode ser única (simples) ou <strong>com</strong>posta.<br />
Endócrina: não possui contato <strong>com</strong> o TER, mas lança seus produtos<br />
diretamente na corrente sangüínea. Podem ser de 2 tipos. A Vesicular<br />
captura substâncias do sangue para a produção de outras substâncias,<br />
armazenando-as na luz da glândula; a Cordonal, por sua vez, não<br />
armazena as substâncias e faz secreção constante. São caracterizadas por<br />
formarem cordões celulares.
ii. Para os tecidos conjuntivos<br />
Martiz extracelular amorfa:<br />
É <strong>com</strong>posta por Glicosaminoglicanas (GAGs) e proteínas de adesão, que<br />
podem se associar formando as proteoglicanas. As proteínas referidas podem<br />
tanto ser estruturais - <strong>com</strong>o o colágeno e a elastina - quanto adesivas - <strong>com</strong>o as<br />
integrinas, as lamininas e as fibronectinas. Tais proteínas adesivas exercem<br />
importante função no fenômeno de Migração Celular. A matriz é organizada na<br />
forma de fibras e possui ainda, substância fundamental amorfa (SFA).<br />
Possui importantes funções, <strong>com</strong>o na já dita migração celular, fenómeno que<br />
vai dar origem às diversas regiões e aos diversos órgãos do corpo. Auxilia na<br />
interacção celular, pela sua característica adesiva. É a responsável pela<br />
determinação das propriedades físicas do órgão que <strong>com</strong>põe. Ainda, serve de<br />
suporte a pressões e auxilia na distribuição de nutrientes.<br />
Obs: Existem mais ou menos 15 tipos de colagénio conhecidos. É a proteína<br />
mais estudada pois é a mais bem distribuída em mamíferos. São longas cadeias<br />
de glicina e prolina que formam uma rígida fita tripla helicoidal. O colágeno<br />
formador de fibrilhas é o do tipo I (que associados ao do tipoV forma pele,<br />
ossos, tendões, ligamentos, TC frouxo e outros), do tipo II (forma a cartilagem<br />
hialina e a elástica e pode associar-se <strong>com</strong> o do tipo XI) e do tipo III (que forma as<br />
fibras reticulares). Os colágenos associados a fibrilhas são os do tipo IX e XII,<br />
que fazem a ligação entre fibrilas e entre outros <strong>com</strong>ponentes da matriz. Existem<br />
ainda os colágenos formadores de redes, <strong>com</strong>o o do tipo IV, que forma a lâmina<br />
basal, e o do tipo VII. A síntese do colágeno <strong>com</strong>eça nos ribossomos aderidos à<br />
membrana, que a partir daí crescem no sentido de entrar no RE. Forma-se, então,<br />
3 cadeias polipeptídicas pró-a, <strong>com</strong> aminoácidos terminais (pró-peptídeos). No<br />
RE, a prolina e a lisina sofrem hidroxilação e algumas lisinas são glicosiladas.<br />
Com isto, há formação do pró-colágeno, auxiliado pelos peptídeos de registro (ver<br />
adiante). Ao deixar a célula, o pró-colageno vira colágeno.<br />
Células do Tecido Conjuntivo:<br />
Livres, transitórias ou Temporárias: Leucócitos
Fixas, residentes ou permanentes: Fibroblastos, macrófagos, mastócitos,<br />
plasmócitos, neutrófilos, eosinófilos, basófilos<br />
Fixas, residentes ou permanentes: originam-se no TC e por lá ficam. Ex:<br />
Fibroblastos: Originam-se de células mesenquimatosas indiferenciadas<br />
(CMI). Ao MO aparentam ser grandes e <strong>com</strong> prolongamentos, possuem<br />
núcleo eucromático e nucléolo evidente. Ao Me, nota-se grande quantidade<br />
de RER e Complexo de Golgi, dada à grande produção protéica da célula.<br />
Este material protéico é para a produção da matriz extracelular e da<br />
SFA. O fibroblasto inativo passa a ser chamado de fibrócito, e possui<br />
morfologia diferente dos fibroblastos, por serem menores, pelo seu<br />
citoplasma ser mais acidófilo e por possuírem menor número de<br />
prolongamentos, menos RER e menos Golgi. Quando o fibroblasto possui<br />
alto teor de actina, miosina e a -actinina, passa a ser chamado de<br />
miofibroblasto. Estas células participam ativamente no processo de<br />
fechamento de ferimentos.<br />
Macrófagos: originam-se de monócitos, células sangüíneas originadas de<br />
uma célula tronco da medula. Sua morfologia é variável. Seu núcleo é<br />
geralmente reniforme e pouco eucromático. É rico em prolongamentos,<br />
lisossomas e citoesqueleto. São células de defesa que fagocitam corpos<br />
estranhos e restos celulares. Tipos especiais de macrófagos, as células<br />
apresentadoras de antígenos, possuem maior número de<br />
prolongamentos para melhor performance de funções, <strong>com</strong>o por exemplo<br />
células dentríticas, células de Kupffer etc. Com um estímulo específico,<br />
macrófagos tornam-se activados, adquirindo maior capacidade em<br />
fagocitar (metabolismo aumentado para maior produção de substâncias de<br />
defesa). Uma reunião de macrófagos forma uma célula gigante, que é<br />
multinucleada e possui capacidade ainda maior de defesa. O macrófago<br />
pertence ao Sistema Mononuclear Fagocitário, do qual pertencem<br />
também células precursoras dos monócitos, os próprios monócitos,<br />
macrófagos em geral, microglias e osteoclastos.<br />
Mastócito: origina-se da medula óssea. É uma célula grande e <strong>com</strong><br />
inúmeros gránulos basófilos apicais, que produzem e armazenam
substâncias quimioativas (mediadores químicos) do processo<br />
inflamatório. Ainda, são responsáveis pelo reconhecimento das<br />
Imunoglobulinas E (Ig E), produzidas pelos plasmócitos. São bem<br />
corados <strong>com</strong> azul de toluidina, que cora os grânulos em vermelho<br />
(metacromasia). Tais grânulos podem possuir heparina OU sulfato de<br />
condroitina. Podem conter, ainda, histamina, prostaglandinas e ECF-A.<br />
Plasmócitos: São células ovóides, <strong>com</strong> citoplasma basófilo (pois possui<br />
muito RER) e cromatina <strong>com</strong>pacta, <strong>com</strong> aspecto de roda de carroça (em<br />
ME). O Golgi e o centro celular encontram-se ao lado do núcleo esférico,<br />
numa área clara. Sintetizam e secretam Imunoglobulinas (anticorpos),<br />
que possuem alta especificidade.<br />
Neutrófilos, Eosinófilos, Basófilos.<br />
Tecido cartilaginoso<br />
Crescimento:<br />
Intersticial: ocorre por diferenciação mitótica dos condrócitos.<br />
Acontece apenas no <strong>com</strong>eço da vida, pois aos poucos a cartilagem passa<br />
a ser rígida.<br />
Por Aposição: dá-se a partir do pericôndrio, cuja camada superficial é<br />
mais fibrosa que a profunda e possuem células mesenquimatosas<br />
indiferenciadas, que acabam por se diferenciarem em condroblastos.<br />
A substância fundamental amorfa possui proteoglicanas cujas<br />
Glicosaminoglicanas são altamente sulfatadas. Daí o aspecto azulado e não<br />
róseo ao Microscópio Óptico sob a coloração de Hematoxilina Eosina. A rigidez<br />
da matriz é decorrente das ligações covalentes entre as Glicosaminaglicanas<br />
(GAGs) e as proteínas <strong>com</strong> o colágeno e da grande quantidade de água de<br />
solvatação presas a estas GAGs sulfatadas. Existe uma região da matriz mais<br />
corada e que foi indevidamente denominada cápsula. Localiza-se próxima às<br />
células e é rica em GAGs e pobre em colágeno.
As células são os condroblastos e os condrócitos. Os condroblastos são<br />
responsáveis pela síntese de matriz cartilaginosa e por isto possuem alta<br />
quantidade de RER e Golgi. Quando são totalmente envoltos por matriz, passam<br />
a ser chamados de condrócitos, sempre alojados em lacunas, e ficam<br />
responsáveis pela manutenção da matriz.<br />
Existe um tecido que envolve a cartilagem, chamado Pericôndrio, formado por<br />
Tecido Conjuntivo Denso, capaz de originar novos condroblastos. O pericôndrio é<br />
vascularizado e por isto é o responsável pela nutrição do tecido que reveste.<br />
iii. Para o Tecido Muscular<br />
Mecanismo da Contracção Muscular<br />
A contracção de um músculo resulta do encurtamento de suas fibras, o que por<br />
sua vez resulta do encurtamento dos filamentos de actina e miosina, que<br />
activamente deslizam e se encaixam um entre o outro. Na fig.5.2b, a zona H<br />
representa apenas os filamentos de miosina, pois na fibra descontraída os<br />
miofilamentos de actina penetram parcialmente na faixa A. A linha Z corresponde<br />
a várias uniões entre dois filamentos de actina. O segmento entre duas linhas Z<br />
consecutivas é chamado de sarcómero e corresponde à unidade contráctil da<br />
fibra muscular. Durante a contracção muscular o sarcómero diminui, devido à<br />
aproximação das duas linhas Z, e a zona H chega a desaparecer. Cada<br />
sarcómero pode contrair-se independentemente. Quando muitos sarcómeros se<br />
contraem juntos, eles produzem a contracção do músculo <strong>com</strong>o um todo. O<br />
retículo sarcoplasmático serve <strong>com</strong>o local de reserva de íons Ca ++ , que<br />
participa do <strong>com</strong>plexo molecular formado pela actina/miosina permitindo que<br />
ocorra a contracção muscular. A célula muscular quando relaxada tem baixos<br />
níveis de cálcio no citoplasma. Quando um impulso nervoso estimula uma célula<br />
muscular, ocorre alterações na permeabilidade da membrana do retículo<br />
sarcoplasmático e o cálcio difunde-se para o citoplasma. No citoplasma, o cálcio<br />
forma um <strong>com</strong>plexo <strong>com</strong> as proteínas contrácteis permitindo a contracção das<br />
miofibrilhas uma vez cessado o estímulo, restabelece-se o sistema de transporte<br />
activo do retículo sarcoplasmático e o excesso de Ca ++ é "bombeado" para o<br />
interior do retículo, cessando assim a contracção muscular.
A contracção das fibras musculares esqueléticas é <strong>com</strong>andada por nervos<br />
motores, que se conectam <strong>com</strong> os músculos através das placas motoras ou<br />
junções mioneurais. Com a chegada do impulso nervoso, ocorre liberação de<br />
acetilcolina na fenda sináptica, que através da interacção <strong>com</strong> seus receptores faz<br />
o sarcolema ficar mais permeável ao sódio, o que resulta em sua despolarização.<br />
Uma fibra nervosa pode inervar uma única fibra muscular ou até 160 ou mais<br />
fibras musculares e formam uma unidade motora. A fibra muscular não é capaz<br />
de graduar sua contracção devendo-se as variações na força de contracção do<br />
músculo às variações no número de unidades motoras mobilizadas.<br />
Vias de entrada de Cálcio:<br />
A entrada de cálcio ocorre primeiramente na alimentação, passando ao sangue<br />
até chegar aos ossos e demais tecidos. Há, no entanto, dois mecanismos de<br />
mobilização do Ca entre ossos e os outros tecidos.<br />
Pode ocorrer transferência directa de íons Ca da hidroxiapatita para o<br />
sangue (via vasos sanguíneos) por causa da forte ligação desta molécula<br />
<strong>com</strong> as lamelas. Este processo ocorre mais facilamente em ossos<br />
esponjosos.<br />
A paratireóide produz o paratormônio e a tireóide produz a calcitonina.<br />
Quando a concentração de Ca no sangue está baixa, o paratormônio é<br />
produzido e faz <strong>com</strong> que o número de o número de osteoclastos aumente,<br />
para que a absorção óssea também aumente. Esta absorção faz <strong>com</strong> que<br />
seja liberado o fosfato de Ca antes armazenado no osso. O fosfato vai para<br />
os rins, enquanto o Ca vai para o sangue, onde a calcemia, então,<br />
aumenta. Entra em ação a calcitonina produzida na tireóide para abaixar a<br />
calcemia sanguínea.<br />
Ambos mecanismos servem para deixar a concentração de Ca constante no<br />
organismo.
ESQUEMA 3<br />
Resumo dos eventos da contracção muscular (Esquema da Autora)<br />
O impulso nervoso chega ao terminal nervoso e liberta<br />
acelticolina<br />
Acetilcolina <strong>com</strong>bina <strong>com</strong> receptores na célula muscular<br />
Membrana da célula muscular se despolariza<br />
A despolarização leva a liberação de Ca++ do retículo<br />
sarcoplasmático para o citoplasma<br />
Ca++ forma <strong>com</strong>plexo <strong>com</strong> as proteínas contrácteis<br />
Os filamentos de actina/miosina se contraem, levando à diminuição do<br />
tamanho do sarcómero<br />
Muitos sarcómeros contraindo-se juntos levam à contracção de<br />
todo o músculo
ANEXO 6<br />
Instituição: Instituto Superior de Enfermagem<br />
Curso: Enfermagem<br />
Departamento: Ciências Morfológicas<br />
Disciplina: HISTOLOGIA-EMBRIOLOGIA GERAL<br />
Carga Horária: 90 H<br />
Plano curricular<br />
Temas<br />
Aulas<br />
teóricas<br />
Aulas<br />
práticas<br />
1. Generalidades de Histologia 2 h ___<br />
2. Métodos de estudo 2h 2h<br />
3. Tecido epitelial 6h 6h<br />
4. Tecidos conjuntivos 14h 10h<br />
5. Tecido muscular 3h 3h<br />
6. Tecido nervoso 3h 3h<br />
7. Generalidades de Embriologia 2h ___<br />
8. Gametogénese 2h 2h<br />
9. Fecundação, clivagem e nidação 4h 2h<br />
10. Gastrulação 4h 2h<br />
11. Formação do tubo neural 2h 2h<br />
12. Sistema cardiovascular 2h ___<br />
13. Período fetal 8h 4h<br />
TOTAL 54h 36h
ANEXO 7: Gráficos<br />
36%<br />
21%<br />
Gráfico. 1. Entrevistados na Faculdade de Medicina<br />
1. Docentes de Histologia: 6<br />
2. Docentes de outras disciplinas de microscopia: 4<br />
3. Trabalhadores não docentes da área de Histologia: 5<br />
4. Trabalhadores não docentes de outras áreas de microscopia: 3<br />
5. Recém-formados em Medicina: 10<br />
13%<br />
11%<br />
27%<br />
20%<br />
18%<br />
20%<br />
Gráfico. 2. Entrevistados na Faculdade de Ciências.<br />
1. Docentes de Histologia: 3<br />
2. Docentes de outras disciplinas de microscopia: 3<br />
3. Trabalhadores não docentes da área de Histologia: 3<br />
4. Trabalhadores não docentes de outras áreas de microscopia: 2<br />
5. Recém-formados em Biologia: 4<br />
20%<br />
14%<br />
1<br />
2<br />
3<br />
4<br />
5<br />
1<br />
2<br />
3<br />
4<br />
5
Gráfico. 3. Entrevistados no Instituto Superior de Enfermagem<br />
1. Docentes de Histologia: 1<br />
2. Docentes de outras disciplinas de microscopia: 1<br />
3. Trabalhadores não docentes da área de Histologia: 1<br />
4. Trabalhadores não docentes de outras áreas de microscopia: 1<br />
5. Recém-formados em Enfermagem Superior: 10<br />
50%<br />
72%<br />
0%<br />
Gráfico. 4. Entrevistados do ISCED-Lubango / Opção Biologia<br />
7%<br />
7%<br />
1. Docentes de Histologia: 1<br />
2. Docentes de outras disciplinas de microscopia: 1<br />
3. Trabalhadores não docentes da área de Histologia: 0<br />
4. Trabalhadores não docentes de outras áreas de microscopia: 0<br />
5. Recém-formados no Ensino da Biologia: 0<br />
7%<br />
7%<br />
50%<br />
1<br />
2<br />
3<br />
4<br />
5<br />
1<br />
2<br />
3<br />
4<br />
5
41%<br />
Gráfico. 5. Totais de entrevistados por grupos<br />
1 Docentes de Histologia 11 19<br />
2 Docentes de microscopia 8 13,8<br />
3 Não docentes de Histologia 9 15,5<br />
4 Não docentes de microscopia 6 10,3<br />
5 Recém-formados 24 41,4<br />
20%<br />
40%<br />
10%<br />
0%<br />
Gráfico. 6. Opinião sobre necessidade de protocolos de práticas<br />
Apesar de alguns dos entrevistados referirem experiências anteriores <strong>com</strong> o uso de guião, a<br />
maioria dos entrevistado reconheceu a necessidade de elaboração de um protocolo de práticas<br />
devidamente organizado, para sistematização e uniformização do sistema de aulas práticas de<br />
Histologia Geral Humana, <strong>com</strong> especial destaque para os dados obtidos dos entrevistados<br />
docentes e não docentes de Histologia <strong>com</strong> 100% (Tabela 6).<br />
19%<br />
16%<br />
0%<br />
40%<br />
14%<br />
1<br />
2<br />
3<br />
4<br />
5<br />
6<br />
7<br />
1<br />
2<br />
3<br />
4<br />
5
AUTORA. MARIA ANTONIETA JOSEFINA SABINA BAPTISTA<br />
Filho de: João B. Camundongo e de Sabina C. L. Baptista<br />
Nacionalidade: Angolana<br />
Data de Nascimento: 05 de Abril de 1961<br />
Residência: Luanda - Angola<br />
Licenciatura: Medicina Veterinária (1987)<br />
Pós-graduação de Lactu Sensu em Histologia em Lisboa-Portugal, no âmbito<br />
da Especialização<br />
Docente efectiva da Universidade Agostinho Neto desde 1984 (Pública)<br />
Mestrado: Ensino das Ciências opção Biologia;<br />
Tema: Elaboração de Protocolos Estandardizados para as Aulas<br />
Práticas de Histologia Geral Humana ; 2006<br />
E-mail: branca_39@hotmail.<strong>com</strong><br />
Co-autor PhD. Ivanhoe Luciano González Sánchez<br />
Professor Auxilar<br />
Nominado <strong>com</strong>o ilustrado monografía.<strong>com</strong><br />
ivanhoe0053@ yahoo. es