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2<br />
Presi<strong>de</strong>nte da República<br />
LU LUIZ LU LU IZ INÁCIO INÁCIO LU LULA LU LU A D DDA<br />
D A SI SILVA SI<br />
Ministro <strong>de</strong> Estado da Cultura<br />
GI GILBERTO GI O GI GIL GI<br />
FU FUNDAÇÃO FU AÇÃO NA NACION NA NACION<br />
CION CIONAL CION DE DE AR ARTE AR<br />
Presi<strong>de</strong>nte<br />
ANT ANTON ANT ANT ON ONIO ON IO GRA GRASSI GRA<br />
Diretora Executiva<br />
MY MYRIA MY IA IAM IA M LEW LEWIN LEW<br />
PR PRESIDÊNCIA<br />
PR DÊNCIA<br />
Procuradoria Jurídica<br />
Miguel Miguel L LLobato<br />
L obato<br />
Auditoria Interna<br />
Reinaldo einaldo Veríssimo eríssimo eríssimo<br />
Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Comunicação<br />
Marlene Marlene Niches Niches Custódio<br />
Custódio<br />
Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Difusão Cultural - Brasília<br />
Myriam yriam L LLewin<br />
L ewin (interina)<br />
Representante em São Paulo<br />
Helvio Helvio Tamo amo amoyo amo<br />
Representante em Minas Gerais<br />
Mirian Mirian L LLott<br />
L Lott<br />
ott<br />
Assessoria Especial da Presidência<br />
Bia Bia Bia Gr Gross Gr oss<br />
Claudia Claudia Amorim<br />
Amorim<br />
Júlio Júlio Mourão Mourão<br />
Mourão<br />
Mor Morgana Mor gana Eneile<br />
Eneile<br />
Programa Arte sem Barreiras<br />
Rita Rita Maria Maria Aguiar<br />
Aguiar<br />
Programa Nacional <strong>de</strong> Apoio à Cultura - Pronac<br />
Andréa Andréa P PPaes<br />
P aes<br />
Coor Coor Coor<strong>de</strong>nação Coor <strong>de</strong>nação Ger Geral Ger al <strong>de</strong> <strong>de</strong> Planejamento Planejamento e<br />
e<br />
Administr Administração<br />
Administr Administração<br />
ação<br />
Coor<strong>de</strong>nador-Geral<br />
Paulo aulo aulo Grijó Grijó Gualber Gualberto Gualber to<br />
Coor<strong>de</strong>nador Financeiro<br />
Abimael Abimael Corrêa Corrêa<br />
Corrêa<br />
Coor<strong>de</strong>nador Administrativo<br />
Cid Cid Gonçalv Gonçalv Gonçalves Gonçalv es F FFerr<br />
F err erreir erreir<br />
eir eira eir<br />
Coor<strong>de</strong>nadora <strong>de</strong> Recursos Humanos<br />
Célia Célia André André F FFeital<br />
F eital<br />
CE CENTR CE CENTR<br />
NTR NTRO NTRO<br />
O DE DE A AARTES<br />
A S CÊN CÊNIC CÊN IC ICAS IC S - - Ceacen<br />
Ceacen<br />
Diretor<br />
Antonio Antonio Gilber Gilber Gilberto Gilber Gilber to<br />
Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Circo<br />
Antonio Antonio Gilber Gilberto Gilber to (interino)<br />
(interino)<br />
Diretor da Escola Nacional <strong>de</strong> Circo<br />
José José Clementino Clementino <strong>de</strong> <strong>de</strong> O OOliv<br />
O liv liveir liv eir eira eir a (Z (Zez (Z ez ezo ez o O OOliv<br />
O Oliv<br />
liv liveir liv eir eira) eir a)<br />
Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Teatro<br />
Marilia Marilia Marilia Maria Maria Milanez Milanez <strong>de</strong> <strong>de</strong> Lima<br />
Lima<br />
Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Dança<br />
Mar Marcos Mar cos Lima Lima <strong>de</strong> <strong>de</strong> Mor Moraes Mor aes<br />
<strong>Centro</strong> Técnico <strong>de</strong> <strong>Artes</strong> <strong>Cênicas</strong><br />
Abílio Abílio da da Silv Silva Silv a Henriques<br />
Henriques<br />
CE CENTR CE CENTR<br />
NTR NTRO NTR O DE DE A AARTES<br />
A S VI VISUAI VI AI AIS AI S - - Ceav<br />
Ceav<br />
Diretor<br />
Francisco ancisco <strong>de</strong> <strong>de</strong> Assis Assis Chav Chaves Chav es Bastos Bastos (Xico (Xico Chav Chaves) Chav es)<br />
Coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong> <strong>Artes</strong> Visuais<br />
Iv Ivan Iv an P PPascar<br />
P ascar ascarelli ascar elli<br />
Coor<strong>de</strong>nador da Re<strong>de</strong> Nacional <strong>Artes</strong> Visuais<br />
Nelson Nelson Ricar Ricardo Ricar Ricardo<br />
do Mar Martins Mar tins<br />
Coor<strong>de</strong>nadora <strong>de</strong> Produção<br />
Eliane Eliane Eliane L LLongo<br />
L ongo<br />
Coor<strong>de</strong>nadora do <strong>Centro</strong> <strong>de</strong> Conservação e Preservação Fotográfica - CCPF<br />
Sandr Sandra Sandr a Baruki Baruki<br />
Baruki<br />
CE CE CENTR CE NTR NTRO NTR O D DDA<br />
D A MÚS MÚSIC MÚS IC ICA IC<br />
Diretora<br />
Ana Ana <strong>de</strong> <strong>de</strong> Hollanda<br />
Hollanda<br />
Coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong> Música Erudita<br />
Flávio Flávio Silv Silva Silv<br />
Coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong> Música Popular<br />
Pedr edr edro edr o P PPaulo<br />
P aulo Malta<br />
Malta<br />
Coor<strong>de</strong>nadora - Projeto Bandas<br />
Rosana osana L LLemos<br />
L emos<br />
CE CENTR CE NTR NTRO NTRO<br />
O DE DE DE PR PR PROGRA PR PR RA RAMAS RA S I IINT<br />
I NT NTEGRADOS NT RADOS - - Cepin<br />
Cepin<br />
Diretor<br />
Vitor itor itor Or Ortiz Or tiz<br />
Coor<strong>de</strong>nadora Operacional<br />
Anagilsa Anagilsa Barbosa Barbosa da da Nóbr Nóbrega Nóbr ega F FFranco<br />
F anco anco<br />
Coor<strong>de</strong>nadora <strong>de</strong> Edições<br />
Maristela Maristela R RRangel<br />
R angel<br />
Coor<strong>de</strong>nador do Canal Virtual<br />
Paulo aulo César César Soar Soares Soar es<br />
Coor<strong>de</strong>nadora do <strong>Centro</strong> <strong>de</strong> Documentação - Cedoc<br />
Helena Helena Dodd Dodd F FFerr<br />
F err errez errez<br />
ez
4<br />
Uma <strong>Funarte</strong> contemporânea<br />
Entre 2003 e 2006, a <strong>Funarte</strong> recuperou progressivamente a sua importância como instituição chave<br />
da vida cultural brasileira - um dos braços (e ouvidos) fundamentais do corpo do Ministério da Cultura<br />
na formulação <strong>de</strong> políticas culturais, cada vez mais amplas e <strong>de</strong>mocráticas. Hoje a <strong>Funarte</strong> é uma casa<br />
responsável pelo estímulo à produção, à circulação e à formação renovada das diversas linguagens<br />
que constituem e traduzem nossa contemporaneida<strong>de</strong> artística. Po<strong>de</strong>ria nesta apresentação discorrer<br />
sobre as várias ações realizadas ao longo <strong>de</strong>sses quatro anos pela <strong>Funarte</strong>, fazer um balanço com foco<br />
no que até agora realizamos. Mas como as próximas páginas fazem este balanço muito bem, faço<br />
<strong>de</strong>sta uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> olhar para o futuro, <strong>de</strong> focar o daqui para frente.<br />
Nossa produção contemporânea oxigena os mais variados modos <strong>de</strong> ver e interpretar o Brasil, assim<br />
como as novas formas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nar a tradição e refazer nossa atualida<strong>de</strong>. Temos uma produção altamente<br />
diversa e criativa que a cada dia faz e refaz a fotossíntese <strong>de</strong> imagens do que hoje chamamos<br />
Brasil, <strong>de</strong>ste Brasil que nos forma e constitui, não como platéia, mas como atores e autores potenciais<br />
<strong>de</strong> nossa própria história. Nesses quatro anos em que estive à frente do MinC e no início <strong>de</strong> mais uma<br />
gestão, temos nos esforçado para dar contemporaneida<strong>de</strong> às ações e à estrutura da <strong>Funarte</strong>, temos<br />
procurado inspirar e respirar do oxigênio da produção cultural brasileira para nos renovarmos e oxigenarmos<br />
as nossas ações para todo o país e para todos aqueles que hoje produzem e procuram cultura.<br />
E é justamente este o Brasil que queremos e buscamos alcançar em nossas políticas: um Brasil que é<br />
<strong>de</strong> todos e, portanto, <strong>de</strong> cada um – não aquele Brasil <strong>de</strong> poucos, <strong>de</strong> apenas alguns. Nossa diversida<strong>de</strong><br />
e nossa necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produzir e acessar cultura, <strong>de</strong> respirar esse oxigênio cultural, hoje vital para o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento humano, é o que nos guia para a constituição <strong>de</strong>ssa nova <strong>Funarte</strong>, que começou a<br />
brotar nessa primeira gestão com a promessa frondosa <strong>de</strong> oxigenar o Estado e o país e, aos poucos,<br />
tornar-se uma árvore <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s galhos, profundas raízes e muitos frutos.<br />
É justamente este Brasil o nosso maior horizonte e a nossa maior fonte. Esta ampla produção cultural<br />
brasileira – da qual temos tanto orgulho e apreço – que ganhou o Brasil e o mundo e vem estabelecendo<br />
novas formas tecnológicas <strong>de</strong> inserção social, alterando maneiras clássicas da relação entre autoria<br />
e obra, entre técnica e corpo, entre a socieda<strong>de</strong> brasileira e o acesso a toda essa produção cultural.<br />
Nesses quatro anos, a <strong>Funarte</strong> revitalizou seu fomento a bandas em pequenos e gran<strong>de</strong>s municípios e<br />
retomou o Pixinguinha, interrompido por sete anos, um programa que faz circular a música brasileira,<br />
que reconhece e projeta novos talentos <strong>de</strong> todas as regiões do Brasil. Olhando para o futuro, percebemos<br />
que, além do Pixinguinha, outros programas que <strong>de</strong>ram certo no passado – e que preservam sua<br />
atualida<strong>de</strong> – po<strong>de</strong>m e <strong>de</strong>vem conviver com novos programas, novas linhas e diretrizes, como a relação<br />
com a TV Pública, agora incorporada nas políticas do Ministério.<br />
Hoje temos um Ministério da Cultura que é reconhecido em todo o país. A partir <strong>de</strong> 2007, queremos<br />
conectar ainda mais o Pixinguinha com meios <strong>de</strong> acesso e cooperação fe<strong>de</strong>rativa que o tornem a cada<br />
dia um programa mais brasileiro, com maior escala e impacto em todas regiões do país. A música<br />
brasileira atravessa hoje uma transformação profunda – não apenas em seu talento vibrante – mas na<br />
tecnologia disponível para gravações baratas e eficientes, no acesso à música pela internet, na possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> difusão <strong>de</strong> acervos que reúnam nosso patrimônio musical (como o que a <strong>Funarte</strong> começa a<br />
tornar disponível em seu site), na emergência <strong>de</strong> novos mo<strong>de</strong>los negociais que solicitam uma presença
do Estado na promoção do equilíbrio entre o legítimo direito <strong>de</strong> autor e o legítimo direito <strong>de</strong> acesso <strong>de</strong><br />
cada brasileiro. São os circuitos <strong>de</strong> festivais <strong>de</strong> música que se mo<strong>de</strong>rnizam e merecem se tornar foco<br />
<strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> apoio, são as feiras que surgem aqui – e lá fora – que se tornam enclaves e portos<br />
<strong>de</strong> transmissão e retransmissão <strong>de</strong> nossa mo<strong>de</strong>rna sonorida<strong>de</strong>.<br />
Com a ajuda das câmaras setoriais – agora finalmente instituídas e em plena atuação – são <strong>de</strong>safios<br />
que começamos a perseguir e que agora se aprofundam com o reconhecimento da contemporânea<br />
relação entre nossa produção estética e nossa circulação <strong>de</strong> valor econômico <strong>de</strong>la <strong>de</strong>corrente com a<br />
circulação <strong>de</strong> valor social e a consolidação <strong>de</strong> um amplo <strong>de</strong>bate em nossa socieda<strong>de</strong>. A população<br />
brasileira quer mais acesso à cultura, o direito a uma cidadania plena e, nesse sentido, nossos programas<br />
têm que se integrar às escolas brasileiras (o que iniciamos a fazer com a circulação <strong>de</strong> concertos<br />
em escolas) a partir <strong>de</strong> um programa claro e contun<strong>de</strong>nte que combine presença das artes com presença<br />
da arte-educação.<br />
Buscando esta simbiose entre produção e circulação social, a <strong>Funarte</strong> <strong>de</strong>senvolveu linhas <strong>de</strong> atuação<br />
nas artes visuais (re<strong>de</strong>s que articularam pelo Brasil um universo <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s estéticas) e artes cênicas<br />
(particularizando a atuação em teatro e dança – o que é uma novida<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisiva). Graças a uma parceria<br />
do Ministério da Cultura, Secom e o fundamental patrocínio cultural da Petrobras, a <strong>Funarte</strong> oferece ao<br />
Brasil hoje gran<strong>de</strong>s editais anuais para o teatro e a dança. Já chegamos à segunda edição do Myriam<br />
Muniz e do Klauss Vianna, que vieram para ficar e crescer a cada ano. Em 2007, lançaremos um gran<strong>de</strong><br />
edital para projetos contemporâneos <strong>de</strong> artes visuais e sua circulação nacional. Também estão previstos<br />
novos editais para a área <strong>de</strong> circo, todos em parceria com a Petrobras. O lento processo <strong>de</strong><br />
autonomização do campo cultural – e <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>le em muitos segmentos - merece também ser foco da<br />
atenção <strong>de</strong> políticas que valorizem singularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada setor (como viemos fazendo), <strong>de</strong> políticas<br />
que não percam <strong>de</strong> vista as interconexões vivas entre imagens, artes dramáticas, texto, palavra, projeção<br />
e som, entre circo, dança e as formas novas <strong>de</strong> produção visual, por exemplo.<br />
A <strong>Funarte</strong> que nos aguarda agora <strong>de</strong>verá aprofundar essas linhas e inovar em muitas outras. Retomar a<br />
sua ação <strong>de</strong> pensamento, <strong>de</strong> reflexão crítica, e articular-se com os muitos acervos e memórias disponíveis<br />
para a contínua interação das expressões artísticas com seu meio cultural mais amplo, que é a<br />
própria socieda<strong>de</strong> brasileira.<br />
Gilberto Gil<br />
Ministro da Cultura<br />
5
6<br />
<strong>Funarte</strong>: <strong>de</strong> espectadora a protagonista<br />
A recente liberação da emenda que <strong>de</strong>stina R$ 15 milhões para os prêmios <strong>de</strong> fomento Myriam Muniz, <strong>de</strong> teatro,<br />
e Klauss Vianna, <strong>de</strong> dança, marca o início <strong>de</strong> uma nova fase no relacionamento entre o Governo Fe<strong>de</strong>ral e a<br />
produção artística no país. De um lado, está o governo, compreen<strong>de</strong>ndo a importância econômica – para além do<br />
valor simbólico – <strong>de</strong> contar com estes setores no novo ciclo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento do Brasil. E, <strong>de</strong> outro, os artistas<br />
e produtores, que vêem ressurgir a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exercer sua criativida<strong>de</strong> num cenário <strong>de</strong> maior liberda<strong>de</strong> e <strong>de</strong><br />
menor <strong>de</strong>pendência do mercado. Para gerir esta relação, o governo conta com a Fundação Nacional <strong>de</strong> Arte,<br />
<strong>Funarte</strong>, criada em 1975 e reestruturada na atual gestão.<br />
Por um longo período, a <strong>Funarte</strong> foi a instituição responsável, no Governo Fe<strong>de</strong>ral, pelas políticas e<br />
investimentos no campo das artes. Sua história, após a criação do Ministério da Cultura, em 1985,<br />
contudo, acabou marcada por inúmeros reveses. Em 1990, Collor a extinguiu, num primeiro sinal <strong>de</strong><br />
que os governos neoliberais não tinham nos seus planos manter a atuação estatal no setor.<br />
Três anos <strong>de</strong>pois, a Fundação foi recriada, mas acabou subsumida entre os parâmetros da política<br />
liberal dos anos 90 – caracterizada principalmente pela redução da participação do Estado – e a contraditória<br />
existência <strong>de</strong> suas mesmas prerrogativas e funções no âmbito das secretarias que estruturavam<br />
o Ministério da Cultura, em Brasília.<br />
A retomada efetiva teve início com o Governo Lula, a partir da reestruturação administrativa do MinC,<br />
promovida em 2003, que <strong>de</strong>volveu à Fundação a condição <strong>de</strong> órgão promotor das políticas, das ações<br />
e dos investimentos nas artes visuais, circo, dança, música e teatro, <strong>de</strong>finindo com clareza o seu campo<br />
<strong>de</strong> atuação.<br />
No final <strong>de</strong>stes primeiros quatro anos, a <strong>Funarte</strong> assumiu um papel insubstituível na promoção da economia,<br />
na organização dos setores e no fomento às ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sua competência. Papel este que se tem<br />
baseado numa relação direta <strong>de</strong> diálogo e formulação com os segmentos, representados oficialmente<br />
através das Câmaras Setoriais. Cada área possui sua Câmara, na forma <strong>de</strong> órgão consultivo, que se reúne<br />
com freqüência, e que é constituído por representantes dos diversos segmentos das ca<strong>de</strong>ias produtivas<br />
– artistas, produtores, empresários, associações – das diferentes regiões do país.<br />
Entre <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> projetos que realiza hoje, a <strong>Funarte</strong> não só resgatou importantes símbolos da cultura<br />
brasileira, como o Projeto Pixinguinha, que estava paralisado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1997, como vem promovendo uma<br />
abertura inédita a segmentos até então excluídos das políticas governamentais ou não incluídos pelo<br />
mercado. Nesse universo estão centenas <strong>de</strong> músicos <strong>de</strong> todo o país que ganham uma nova oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> projeção em suas carreiras com programas como o Pauta <strong>Funarte</strong>/Petrobras e com as ações em<br />
favor da música <strong>de</strong> concerto.<br />
Oportunida<strong>de</strong>s semelhantes estão tendo os artistas com <strong>de</strong>ficiência que sofrem também restrições<br />
no mercado <strong>de</strong> trabalho. O problema vem sendo diminuído com o projeto Arte Além dos Limites –<br />
parte do Programa Arte Sem Barreiras – que neste ano lançou um edital inédito <strong>de</strong> fomento para<br />
novas produções artísticas <strong>de</strong> grupos, companhias e criadores <strong>de</strong> vários estados. O sucesso do projeto<br />
motivou a Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral, principal parceira, a anunciar a ampliação dos recursos <strong>de</strong><br />
patrocínio para 2007.
O mesmo acontece com o Circo, um setor que emprega cerca <strong>de</strong> <strong>de</strong>z mil profissionais, especialmente<br />
no interior brasileiro. Neste caso, a luz vermelha havia sido acesa pelos balanços dos recursos captados<br />
com os projetos culturais que buscam amparo na Lei Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Incentivo, on<strong>de</strong> se constatou que<br />
a ativida<strong>de</strong> é a menos beneficiada. Essa percepção levou a <strong>Funarte</strong> a se <strong>de</strong>cidir pela ampliação dos<br />
recursos <strong>de</strong>stinados ao Prêmio <strong>de</strong> Estímulo ao Circo, que saltaram <strong>de</strong> R$ 100 mil para R$ 3 milhões nos<br />
últimos dois anos.<br />
De volta ao teatro e à dança, cabe salientar que estes setores enfrentam uma crise <strong>de</strong> <strong>de</strong>sequilíbrio entre a<br />
capacida<strong>de</strong> produtiva dos artistas brasileiros – a oferta <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra, companhias organizadas e talentos,<br />
com o natural crescimento do número <strong>de</strong> profissionais no mercado – e a ausência <strong>de</strong> canais estáveis <strong>de</strong><br />
financiamento. Além disso, embora estes sejam os setores que mais se beneficiam com as verbas <strong>de</strong> patrocínio,<br />
através da Lei Rouanet, os resultados não apresentam o necessário alcance nacional.<br />
Um dos méritos mais importantes do governo, através do Ministério da Cultura e da <strong>Funarte</strong>, foi exatamente<br />
atuar sobre estas distorções, buscando uma alternativa por meio do diálogo aberto. Desse diálogo<br />
surgiram os formatos <strong>de</strong> execução dos prêmios Myriam Muniz e Klauss Vianna, cuja principal característica<br />
foi uma distribuição mais justa do investimento entre as várias regiões do país.<br />
Os prêmios foram entregues, em 2005, com patrocínio da Petrobras, e, agora, em 2006, com recursos do<br />
Tesouro, <strong>de</strong> forma direta, através <strong>de</strong> editais públicos, marcados pela transparência e pela superação <strong>de</strong>finitiva<br />
das políticas <strong>de</strong> balcão. A soma dos montantes chega a R$ 28 milhões, representando o maior investimento<br />
já realizado nos setores <strong>de</strong> teatro e dança. Investimento cujo resultado já está sendo colhido numa<br />
profusão <strong>de</strong> espetáculos e oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalho em todo o território nacional e conseqüente ampliação<br />
do mercado internacional para a cultura brasileira, tendo em vista a qualida<strong>de</strong> da oferta.<br />
O mesmo ímpeto, a <strong>Funarte</strong> tem aplicado também na política das <strong>Artes</strong> Visuais, cujo projeto Re<strong>de</strong><br />
Nacional tem promovido uma articulação inédita e um intercâmbio efetivo entre artistas dos mais diferentes<br />
matizes <strong>de</strong> todo o Brasil. E, da mesma forma, em diversos outros campos <strong>de</strong> sua atuação, como<br />
na retomada do Programa <strong>de</strong> Edições e na criação do Canal <strong>Funarte</strong> (www.funarte.gov.br/canalfunarte),<br />
que já registra mais <strong>de</strong> vinte mil acessos via internet em pouco mais <strong>de</strong> dois meses <strong>de</strong> funcionamento.<br />
Por fim, a <strong>Funarte</strong> vem <strong>de</strong>monstrando um reencontro com os melhores momentos <strong>de</strong> sua história no <strong>de</strong>sempenho<br />
<strong>de</strong> um papel estratégico. Sua consolidação como órgão mo<strong>de</strong>rno e atuante, com metas atualizadas<br />
<strong>de</strong> amplo alcance nacional, fortalece a socieda<strong>de</strong>, superando um longo período em que esteve na condição<br />
<strong>de</strong> espectadora para se tornar protagonista na cena do <strong>de</strong>senvolvimento cultural brasileiro.<br />
Antonio Grassi<br />
Presi<strong>de</strong>nte da <strong>Funarte</strong><br />
7
8<br />
<strong>Centro</strong> <strong>de</strong> <strong>Artes</strong> <strong>Cênicas</strong><br />
Intrépida Trupe<br />
no Teatro Plínio Marcos,<br />
em Brasília<br />
Democracia em palcos e pica<strong>de</strong>iros<br />
Ceacen<br />
A transformação na prática da política <strong>de</strong> estímulo às artes cênicas da<br />
<strong>Funarte</strong>, na gestão 2003-2006, trouxe mais do que realização <strong>de</strong> programas.<br />
Aten<strong>de</strong>ndo às necessida<strong>de</strong>s dos artistas <strong>de</strong> teatro, dança e circo, a<br />
<strong>Funarte</strong> inovou na <strong>de</strong>mocratização. O investimento em artes cênicas nesse<br />
período, com apoio da Petrobras, foi o maior na recente história do Ministério<br />
da Cultura: R$ 58,28 milhões.<br />
Mais <strong>de</strong> 30 gran<strong>de</strong>s ações, em quatro anos, estimularam a produção <strong>de</strong> espetáculos,<br />
a formação profissional e a pesquisa. Houve mudanças nos dois<br />
eixos <strong>de</strong> atuação: circulação e fomento. Todos os programas foram realizados<br />
por editais públicos, para as cinco regiões do Brasil, com transparência<br />
e publicida<strong>de</strong>. As comissões que escolhem os vencedores são compostas<br />
por membros da classe artística, <strong>de</strong> notório saber, a maioria indicada por<br />
entida<strong>de</strong>s representativas.<br />
A ocupação dos espaços culturais baseou-se em critérios previamente <strong>de</strong>finidos<br />
em edital, que privilegiaram a qualida<strong>de</strong> artística. "Tivemos uma diversida<strong>de</strong><br />
muito gran<strong>de</strong> no que se refere aos estilos dos espetáculos, e a<br />
presença <strong>de</strong> grupos, muitos estreando no teatro profissional", afirma Antonio<br />
Gilberto, diretor do <strong>Centro</strong> <strong>de</strong> <strong>Artes</strong> <strong>Cênicas</strong> (Ceacen).
Na área da comunicação, a <strong>Funarte</strong> obteve o apoio da TV Globo para<br />
veiculação <strong>de</strong> chamadas gratuitas, com divulgação <strong>de</strong> espetáculos <strong>de</strong> teatro,<br />
dança e circo.<br />
Equilibrando bilheteria e acesso do público<br />
A política do Ceacen tem sido a <strong>de</strong> tentar aten<strong>de</strong>r às <strong>de</strong>mandas do público e<br />
dos produtores <strong>de</strong> arte. O que caracterizou a ação da <strong>Funarte</strong> nas artes cênicas<br />
foi o eixo fomento-circulação, com a meta <strong>de</strong> alcançar um equilíbrio entre<br />
as necessida<strong>de</strong>s do produtor e as condições do público. O artista ganhou<br />
meios <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver o trabalho, o que facilitou o comparecimento do<br />
público graças ao baixo preço dos ingressos. Outra inovação trazida pelos<br />
editais foi o apoio à pesquisa e a realização <strong>de</strong> oficinas gratuitas ou projetos<br />
que beneficiem a comunida<strong>de</strong>.<br />
O Ceacen apostou na diversida<strong>de</strong>, na riqueza da arte regional, valorizando o<br />
caráter nacional e o intercâmbio geográfico, no método <strong>de</strong> custeio e difusão.<br />
Um dos critérios adotados pelas comissões que avaliaram os projetos foi a<br />
relevância cultural para a região. Para isso, houve cuidado na <strong>de</strong>terminação<br />
<strong>de</strong> quantias específicas para cada região e na proporção do número <strong>de</strong> inscritos,<br />
conforme <strong>de</strong>termina a política da <strong>de</strong>mocratização cultural do MinC.<br />
Em 2003, os investimentos em artes cênicas tiveram um valor aproximado<br />
<strong>de</strong> R$ 2 milhões. Em 2004, chegou-se, porém, a quase R$ 9 milhões e, em<br />
2005 aproximadamente R$ 13 milhões, atingindo em 2006 o recor<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
cerca <strong>de</strong> R$ 35 milhões. O total correspon<strong>de</strong> 58% do orçamento da <strong>Funarte</strong>,<br />
aproximadamente.<br />
Os programas <strong>de</strong> maior abrangência nacional foram os prêmios Myriam<br />
Muniz, <strong>de</strong> teatro, e Klauss Vianna, <strong>de</strong> dança, ambos criados em 2004, como<br />
resposta à <strong>de</strong>manda dos produtores. A primeira edição dos prêmios, realizada<br />
em 2006, distribuiu inicialmente R$ 13 milhões, a 232 grupos. O total<br />
chegou a R$ 26,32 milhões, com a concessão <strong>de</strong> mais R$ 13,32 milhões<br />
para os candidatos em segunda chamada.<br />
Teatros recuperados<br />
No início da gestão, seis espaços para espetáculos da <strong>Funarte</strong> encontravam-se<br />
em estado precário: os teatros Duse, Glauce Rocha e Cacilda Becker,<br />
no Rio <strong>de</strong> Janeiro; o teatro Plínio Marcos e a Sala Cássia Eller, em Brasília; e<br />
a Sala Guiomar Novaes, em São Paulo. A primeira providência foi executar<br />
obras emergenciais, terminadas até o fim <strong>de</strong> 2006. O montante investido<br />
em reforma e compra <strong>de</strong> equipamentos chegou a cerca <strong>de</strong> R$ 1 milhão.<br />
A Casa Paschoal Carlos Magno, um centro cultural localizado no bairro <strong>de</strong><br />
Santa Tereza no Rio <strong>de</strong> Janeiro, que possui uma hospedaria com 29 leitos<br />
para grupos artísticos em temporada nesta cida<strong>de</strong> e um teatro <strong>de</strong> câmara<br />
(Teatro Duse) para 60 pessoas, foi reinaugurado em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2005, abrindo<br />
as comemorações do centenário <strong>de</strong> nascimento do seu fundador, em 2006.<br />
Outra importante obra realizou-se na Al<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Arcozelo, em Paty do Alferes,<br />
RJ, antiga fazenda transformada em centro cultural por Paschoal Carlos<br />
Magno, com o objetivo <strong>de</strong> abrigar a realização <strong>de</strong> festivais, congressos, e<br />
seminários <strong>de</strong> artes cênicas.<br />
9
10<br />
Mana, tão perto tão longe<br />
Cia Eu com Ela<br />
Propritetários à moda antiga<br />
Estação do Teatro Russo<br />
Qualificação em arte e técnica<br />
No aperfeiçoamento <strong>de</strong> artistas e técnicos, <strong>de</strong>stacou-se o programa nacional<br />
Laboratório do Ator, criado pela Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Teatro em 2004, para<br />
reciclar atores profissionais em ativida<strong>de</strong>, ou não, através <strong>de</strong> oficinas práticas<br />
gratuitas. Foram selecionados professores <strong>de</strong> todas as regiões para intercâmbio<br />
<strong>de</strong> conhecimento. O Laboratório emitiu, <strong>de</strong> 2004 a 2006, cerca <strong>de</strong><br />
1.800 certificados.<br />
Também foram realizadas oficinas <strong>de</strong> Circo, na Escola Nacional <strong>de</strong> Circo (RJ),<br />
e <strong>de</strong> dança, com oito edições em sete estados, em 2005 e 2006, capacitando<br />
cerca <strong>de</strong> 250 alunos.<br />
A <strong>Funarte</strong> apoiou, ainda, gran<strong>de</strong>s festivais <strong>de</strong> artes cênicas, que contribuem<br />
para a formação <strong>de</strong> platéias e a troca <strong>de</strong> técnicas e conhecimento entre os<br />
profissionais da área. A priorida<strong>de</strong> foi aten<strong>de</strong>r aos festivais internacionais,<br />
com várias edições realizadas, garantindo a circulação <strong>de</strong> espetáculos nacionais<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sses Festivais.<br />
As caravanas <strong>de</strong> circulação <strong>de</strong> teatro e dança, em 2004, movimentaram o<br />
Brasil, apoiando temporadas <strong>de</strong> grupos em suas próprias regiões <strong>de</strong> origem.<br />
Premiaram-se grupos <strong>de</strong> várias categorias e tamanhos, em quatro<br />
modalida<strong>de</strong>s: Adulto, Infância e Juventu<strong>de</strong>, Bonecos e Teatro <strong>de</strong> Rua. A opção<br />
foi regional, porque havia mais comunicação dos estados com o eixo RJ-<br />
SP do que com estados vizinhos.<br />
Em 2006, investiu-se na circulação nacional, com as Caravanas <strong>Funarte</strong><br />
Petrobras <strong>de</strong> Circulação Nacional <strong>de</strong> Teatro e Dança. A <strong>de</strong> teatro distribuiu<br />
um prêmio <strong>de</strong> R$ 3,08 milhões, por 42 grupos, <strong>de</strong> 677 inscritos; a <strong>de</strong> dança
Sob Medida<br />
Cia. <strong>de</strong> Arte Contemporânea da UFRJ<br />
no Teatro Cacilda Becker<br />
Apresentação do grupo <strong>de</strong> teatro<br />
russo no Teatro Cacilda Becker<br />
apoiou 30 companhias, <strong>de</strong> 193 inscritas,<br />
com um total <strong>de</strong> R$ 1,6 milhão.<br />
"O teatro tem esse po<strong>de</strong>r: quando um<br />
município, recebe espetáculos ou artistas<br />
para uma Oficina, pela primeira vez,<br />
formam-se logo grupos, e o interesse do<br />
público é é <strong>de</strong>spertado", diz Antonio Gilberto.<br />
"Isso acontece principalmente<br />
nas regiões mais distantes, no interior<br />
do nosso país, on<strong>de</strong> há carência <strong>de</strong> qualificação",<br />
completa o diretor do Ceacen.<br />
Espetáculos e festivais:<br />
valor comunitário<br />
Em 2005, no Ano do Brasil na França, o<br />
teatro e da dança brasileiros marcaram<br />
presença no Espaço Brasil, em Paris. No<br />
mesmo ano, celebrou-se a parceria teatral Brasil-Rússia, pela qual cada país<br />
apresenta cinco das melhores peças contemporâneas, numa troca <strong>de</strong> turnês.<br />
Em convênio com o 6º Festival Internacional <strong>de</strong> Teatro Tchekhov, a Estação<br />
Brasileira na Rússia durou <strong>de</strong>z dias, com enorme repercussão na mídia russa.<br />
"O Brasil é respeitado no exterior pelo talento <strong>de</strong> nossos artistas. O entusiasmo<br />
com que os russos nos receberam mostrou isso", afirma, Antonio<br />
Gilberto. Foram apresentados em Moscou, após uma seleção feita pela equipe<br />
da Rússia, os espetáculos: Lunário perpétuo (Antônio Nóbrega), Boca <strong>de</strong><br />
ouro (Direção José Celso Martinez Correa), Fausto Zero (direção <strong>de</strong> Gabriel<br />
Vilela), Ensaio. Hamlet (direção <strong>de</strong> Enrique Diaz), e Caixa <strong>de</strong> imagens (teatro<br />
<strong>de</strong> bonecos).<br />
A Estação <strong>de</strong> Teatro Russo no Brasil 2006, com apoio do Sesc, MinC e Agência<br />
Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Cultura e Cinematografia da Rússia, fez parte dos mais importantes<br />
festivais nacionais <strong>de</strong> teatro <strong>de</strong>ste<br />
ano. Cinco montagens russas foram<br />
encenadas: a "quintessência do teatro<br />
russo contemporâneo", segundo Valéri<br />
Chadrin, coor<strong>de</strong>nador do Festival<br />
Tchekhov. Foram escolhidos pela<br />
curadoria brasileira os espetáculos: Noite<br />
<strong>de</strong> Reis e Boris Godonov (ambos com<br />
a direção <strong>de</strong> Declan Donellan com atores<br />
<strong>de</strong> diversas companhias da Rússia);<br />
Proprietários à moda antiga (direção<br />
Mindáugas Kàrbauskis); O capote (direção<br />
Valéri Fókin), e K.I. do crime e castigo<br />
(direção Kamas Ginkas).<br />
11
12<br />
Assinatura do convênio para criação<br />
do Prêmio Luso-Brasileiro <strong>de</strong><br />
Dramaturgia Antônio José da Silva<br />
Títulos lançados<br />
pela coleção<br />
<strong>de</strong> obras críticas<br />
Estímulo aos novos dramaturgos<br />
Após quase dois anos <strong>de</strong> suspensão, o Prêmio <strong>Funarte</strong><br />
<strong>de</strong> Dramaturgia foi retomado em 2003. Com premiações<br />
que valorizam os autores <strong>de</strong> todas as regiões e a nova<br />
categoria Infância e Juventu<strong>de</strong>, foram realizadas três edições<br />
do programa, com um total <strong>de</strong> 84 premiados e R$<br />
980 mil em prêmios, para os três melhores trabalhos nas<br />
duas categorias. Em 2005, 732 autores inscreveram-se<br />
no concurso. Os vencedores, além <strong>de</strong> prêmio em dinheiro,<br />
tiveram a obra publicada pela <strong>Funarte</strong>.<br />
O Instituto Camões, o Instituto das <strong>Artes</strong> e o Teatro Nacional<br />
Dona Maria II, <strong>de</strong> Portugal, assinaram com a <strong>Funarte</strong>,<br />
em 2006, o convênio que criou o Prêmio Luso-Brasileiro<br />
<strong>de</strong> Dramaturgia António José da Silva. O concurso seleciona,<br />
anualmente, dois autores: um brasileiro e outro português. Cada um<br />
recebe 15 mil euros e tem garantidas a edição dos textos e a montagem dos<br />
espetáculos nos dois países. Cada país propõe quatro finalistas, apreciados<br />
por um júri binacional, <strong>de</strong>signado pelo Instituto Camões e pela <strong>Funarte</strong>. Em<br />
2006, os brasileiros foram escolhidos entre os primeiros colocados do Prêmio<br />
<strong>Funarte</strong> <strong>de</strong> Dramaturgia, realizado <strong>de</strong> 2003 a 2005.<br />
Nas edições, a história do teatro<br />
Nestes quatro anos, também foi reformulada a produção editorial sobre teatro.<br />
Como exemplos, o Programa <strong>de</strong> Arquitetura Cênica e os Ca<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong><br />
técnica teatral, do CTAC. O programa Resgate e Desenvolvimento <strong>de</strong> Técnicas<br />
<strong>Cênicas</strong> republicou os cinco livros da coleção, sobre administração teatral,<br />
cenotécnica, arquitetura cênica e iluminação, reeditados em 2005.<br />
Teve <strong>de</strong>staque, ainda, o lançamento da coleção <strong>de</strong> obras críticas. Em 2004,<br />
Reflexões do teatro brasileiro século XX, <strong>de</strong> Yan Michalski, organizado por<br />
Fernando Peixoto e, em 2006, Paschoal Carlos Magno - Crítica teatral e<br />
outras histórias, organizado por Martinho <strong>de</strong> Carvalho e Norma Dumar. O<br />
lançamento comemorou o centenário <strong>de</strong> Paschoal Carlos Magno, numa homenagem<br />
do Festival <strong>de</strong> Teatro do Rio, da Universida<strong>de</strong> Veiga <strong>de</strong> Almeida<br />
e da <strong>Funarte</strong>.<br />
Destacam-se também o relançamento <strong>de</strong> Ator e Método, <strong>de</strong> Eugenio Küsnet<br />
e a reimpressão <strong>de</strong> Bailarino - pesquisador - intérprete - processo <strong>de</strong> formação,<br />
<strong>de</strong> Graziela Rodrigues, além das coletâneas anuais dos vencedores do<br />
Prêmio <strong>Funarte</strong> <strong>de</strong> Dramaturgia.
Valorização da dança<br />
Com a recriação da Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> dança, em 2004, pela primeira vez a<br />
dança conquistou programas exclusivos e orçamento próprio, em atendimento<br />
a pedidos da categoria. "A dança atingiu esta conquista a partir da<br />
valorização <strong>de</strong> sua especificida<strong>de</strong>, com espaço para cada área cultural, e da<br />
escolha <strong>de</strong> um especialista, Marcos Moraes como coor<strong>de</strong>nador", afirma<br />
Antonio Gilberto.<br />
A atual gestão da <strong>Funarte</strong> fez o maior investimento público em dança na<br />
história do país: quase R$ 12 milhões. O Prêmio <strong>Funarte</strong> Klauss Vianna <strong>de</strong><br />
Fomento à Dança, 2006, foi o maior do gênero já oferecido no Brasil: cerca<br />
<strong>de</strong> R$ 7,85 milhões, para 210 grupos. No ano anterior, o Prêmio <strong>Funarte</strong><br />
Petrobras <strong>de</strong> Fomento à Dança já havia contemplado 31 montagens, com R$<br />
1,25 milhão.<br />
As Caravanas <strong>Funarte</strong> <strong>de</strong> Circulação Regional <strong>de</strong> Dança, em 2004, atingiram<br />
comunida<strong>de</strong>s que nunca haviam tido contato com esta forma <strong>de</strong> arte. Foram<br />
31 espetáculos em quase 90 cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> todas as regiões, nas capitais e no<br />
interior.<br />
A exemplo do que aconteceu no teatro, a Caravana <strong>Funarte</strong> Petrobras <strong>de</strong><br />
Circulação Nacional <strong>de</strong> Dança, <strong>de</strong> 2006, também estimulou a formação <strong>de</strong><br />
platéias e a comunicação da dança com a socieda<strong>de</strong>, especialmente na circulação<br />
das produções in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes ou regionais.<br />
O Teatro Cacilda Becker, no Rio <strong>de</strong> Janeiro, ficou marcado pela programação<br />
diversificada, trazendo companhias <strong>de</strong> vários estados, e eventos que utilizam<br />
a dança para a construção da cidadania e da estética, como o<br />
13
14<br />
Receba o Circo <strong>de</strong><br />
Braços Abertos<br />
Campanha Nacional <strong>de</strong><br />
Valorização do Circo<br />
em parceria com a Re<strong>de</strong><br />
Globo<br />
Edital do Prêmio<br />
<strong>Funarte</strong> Carequinha <strong>de</strong><br />
Estímulo ao Circo<br />
Cacildadania. Com duas edições em 2005, a mostra trouxe projetos <strong>de</strong> dança<br />
criados pelas comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> diversos bairros do Rio e arredores, ampliando<br />
o acesso ao bem cultural. No programa Arte sem Barreiras, que promove<br />
a inclusão no panorama artístico-cultural <strong>de</strong> pessoas com <strong>de</strong>ficiência,<br />
o Cacilda Becker acolhe três companhias resi<strong>de</strong>ntes, que participaram do<br />
Festival Arte sem Limites, em 2006.<br />
Vários outros Fóruns e festivais <strong>de</strong> dança aconteceram no Teatro neste ano,<br />
como o Fórum Nacional <strong>de</strong> Dança <strong>de</strong> Salão e o Festival Panorama <strong>de</strong> Dança.<br />
Este evento integra, juntamente com o Festival <strong>de</strong> Dança do Recife PE,<br />
e o Fórum Internacional <strong>de</strong> Dança (FID), em Minas Gerais, o Circuito Brasileiro<br />
<strong>de</strong> Festivais Internacionais <strong>de</strong> Dança, apoiado pela <strong>Funarte</strong>. A instituição<br />
colaborou também com diversos festivais <strong>de</strong> artes cênicas que abrangem<br />
a dança.<br />
Mais circo do que nunca<br />
Os quatro anos da atual gestão foram marcados pela criação<br />
do Prêmio <strong>Funarte</strong> <strong>de</strong> Estímulo ao Circo, que distribuiu<br />
recursos a 239 trupes, com o recor<strong>de</strong> <strong>de</strong> R$ 2 milhões<br />
em 2005. O concurso é aberto a grupos <strong>de</strong> qualquer<br />
tamanho ou tipo, aten<strong>de</strong>ndo à <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> diversificação.<br />
Batizado <strong>de</strong> Carequinha em sua versão 2006, o<br />
Prêmio conce<strong>de</strong>u pouco mais <strong>de</strong> R$ 1,53 milhão, em seis<br />
módulos diferentes. No total, o investimento da Coor<strong>de</strong>nação<br />
<strong>de</strong> Circo foi <strong>de</strong> R$ 6 milhões, aproximadamente.<br />
A <strong>Funarte</strong> também investiu na formação do Cadastro <strong>de</strong><br />
Profissionais e Grupos Circenses, que tenta mapear a distribuição<br />
da classe no Brasil, apesar das dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>correntes<br />
da natureza da ativida<strong>de</strong>.<br />
O Ceacen criou duas ações para orientar os municípios<br />
sobre o circo. A primeira é a informação às prefeituras<br />
sobre como acolher o circo. Com uma cartilha <strong>de</strong> informações<br />
técnicas, a campanha Receba o Circo <strong>de</strong> Braços Abertos divulga informações<br />
para simplificar a burocracia nos diferentes municípios. Ela veio<br />
ajudar a acabar com a insegurança dos circenses, em sua vida nôma<strong>de</strong>, <strong>de</strong>vido<br />
às variações <strong>de</strong> exigências. "Pedimos às prefeituras que <strong>de</strong>stinem um<br />
terreno exclusivo para os circos, com água e corrente elétrica", informa o<br />
diretor do Ceacen.<br />
Já a campanha institucional publicitária Receba o Circo <strong>de</strong> Braços Abertos,<br />
que contou com o apoio da Re<strong>de</strong> Globo <strong>de</strong> Televisão e do jornal O Globo, é<br />
uma forma <strong>de</strong> preparar e motivar a comunida<strong>de</strong> para a presença do circo.<br />
A Escola Nacional <strong>de</strong> Circo, que preserva suas especialida<strong>de</strong>s, em cursos<br />
técnicos e artísticos, tem capacitado profissionais para a qualida<strong>de</strong> tanto<br />
da montagem <strong>de</strong> equipamentos quanto da organização do espaço cênico.<br />
Muitos ex-alunos da Escola estão empregados em circos famosos, nacionais<br />
e estrangeiros, a exemplo do Cirque du Soleil, Ringling Bros e Circo<br />
Arcaos, assim como em grupos cênicos renomados. A ENC tem 132 alunos
Teatro Cacilda Becker<br />
matriculados - 112 no curso regular e 20 profissionais em reciclagem - e,<br />
nestes quatro anos, formou 38 novos artistas. O Ceacen conseguiu, ainda,<br />
iniciar o necessário processo <strong>de</strong> reconhecimento da Escola pelo Ministério<br />
da Educação.<br />
Formação e informação técnica<br />
O <strong>Centro</strong> Técnico <strong>de</strong> <strong>Artes</strong> <strong>Cênicas</strong> (CTAC), voltado para a área <strong>de</strong> infra-estrutura<br />
teatral, também recebeu mais investimentos da <strong>Funarte</strong>. O Programa<br />
<strong>de</strong> Serviços <strong>de</strong> Consultoria Técnica em Construção ou Restauração <strong>de</strong> Espaços<br />
Teatrais oferece consultoria a espaços cênicos em vários estados. No<br />
Programa <strong>de</strong> Equipamento <strong>de</strong> Teatros, em 2005-2006, do CTAC, foram adquiridos<br />
e doados a 40 teatros kits <strong>de</strong> iluminação cênica completos.<br />
Entre 2003 e 2006, o Programa Formação <strong>de</strong> Recursos Humanos promoveu<br />
cursos <strong>de</strong> todos os serviços teatrais para nível médio e <strong>de</strong> especialização<br />
para nível superior, certificando 692 pessoas <strong>de</strong> diversos pontos do Brasil.<br />
Como parte do Programa <strong>de</strong> Documentação e Informação, o <strong>Centro</strong> criou,<br />
em 2003, em cooperação com a Unesco e o Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Educação,<br />
Ciência e Cultura (IBECC), o site Teatros do <strong>Centro</strong> Histórico do Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />
- séculos XVIII a XXI, disponível em http://www.ctac.gov.br/<br />
centrohistorico/in<strong>de</strong>x.asp. Já a home page Teatros do Brasil inclui uma base<br />
<strong>de</strong> dados sobre casas <strong>de</strong> espetáculo do país, com todas as especificações<br />
técnicas (http://www.funarte.gov.br/ctac/<strong>Funarte</strong>/in<strong>de</strong>x.php).<br />
15
16<br />
<strong>Centro</strong> <strong>de</strong> <strong>Artes</strong> Visuais<br />
Re<strong>de</strong> Nacional<br />
João Pessoa, PB<br />
Alice Vinagre<br />
Ceav<br />
As artes visuais, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> meados do século 20, vêm ampliando seu campo <strong>de</strong><br />
atuação graças ao <strong>de</strong>senvolvimento natural das vanguardas artísticas que<br />
tomaram a cena <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o fim do século 19, e a avanços tecnológicos que<br />
possibilitaram o surgimento <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> outras formas <strong>de</strong> expressão.<br />
As linguagens que costumavam se enquadrar sob o conceito artes plásticas<br />
– gravura, pintura, escultura, <strong>de</strong>senho e objeto – se <strong>de</strong>sdobraram em diversas<br />
outras, e tudo passou a ser suporte para o fazer artístico.<br />
O conceito artes visuais, mais apropriado à produção contemporânea, abrange<br />
instalações, vi<strong>de</strong>oinstalações, performances, intervenções urbanas e uma<br />
série <strong>de</strong> outras linguagens fronteiriças.<br />
“Por conta <strong>de</strong>ssa ampliação, talvez as artes visuais sejam o setor que abriga<br />
hoje o maior número <strong>de</strong> artistas no planeta. As artes visuais estão no rótulo do<br />
pacote do café, no <strong>de</strong>sign do computador, nos outdoors, nos cenários das peças<br />
teatrais, nas galerias, em toda parte”, explica o diretor do <strong>Centro</strong> <strong>de</strong> <strong>Artes</strong><br />
Visuais da <strong>Funarte</strong> (Ceav), Francisco <strong>de</strong> Assis Chaves Bastos (Xico Chaves).<br />
Para compreen<strong>de</strong>r essas transformações, a <strong>Funarte</strong> convidou todos os segmentos<br />
do setor, <strong>de</strong> todo o território nacional, para um intenso <strong>de</strong>bate. Numa<br />
iniciativa inédita, a socieda<strong>de</strong> foi estimulada a refletir sobre artes visuais e<br />
sugerir políticas públicas que <strong>de</strong>ssem conta <strong>de</strong> sua complexida<strong>de</strong>. A partir<br />
<strong>de</strong>sse diálogo, a <strong>Funarte</strong> elaborou projetos <strong>de</strong> difusão da produção nacional,<br />
ocupação <strong>de</strong> espaços públicos e revitalização <strong>de</strong> centros operacionais<br />
sob sua direção ou subordinados a governos estaduais e municipais, parceiros,<br />
pouco utilizados. Nesse período <strong>de</strong> 2003 a 2006, os investimentos<br />
da <strong>Funarte</strong> para o setor somaram R$ 3,813 milhões.<br />
Re<strong>de</strong> Nacional <strong>Artes</strong> Visuais<br />
A primeira iniciativa da gestão 2003-2006 da<br />
<strong>Funarte</strong>, no que concerne às artes visuais, foi o seminário<br />
Arte e estado, uma radiografia informal do<br />
setor que teve seus <strong>de</strong>bates publicados em livro. O<br />
Arte e estado foi um dos suportes da Re<strong>de</strong> Nacional<br />
<strong>Artes</strong> Visuais, que percorreu o Brasil com oficinas,<br />
palestras, exposições, documentação digital e<br />
mapeamento informal da produção artística contemporânea,<br />
com objetivo <strong>de</strong> promover o intercâmbio<br />
<strong>de</strong> conhecimentos e informações. A Re<strong>de</strong> visitou<br />
cerca <strong>de</strong> 500 cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> todo o país, atuando em<br />
convênio com secretarias <strong>de</strong> Cultura <strong>de</strong> estados e<br />
municípios, museus, universida<strong>de</strong>s e fundações culturais,<br />
com participação <strong>de</strong> aproximadamente 200<br />
artistas (visitantes e locais), críticos <strong>de</strong> arte,
Vazio transitório<br />
José Tannuri<br />
Prêmio Projéteis<br />
<strong>de</strong> Arte Contemporânea<br />
Abaixo,<br />
Tapumes,<br />
<strong>de</strong> Henrique Oliveira<br />
documentaristas e produtores culturais. Eles circularam pelo país apresentando<br />
projetos, <strong>de</strong>batendo idéias, conceitos e ensinando técnicas artísticas.<br />
O CD-ROM Cronologia da arte brasileira – século XX foi lançado em 2004, e<br />
reeditado em 2005, para ser distribuído gratuitamente a órgãos públicos,<br />
estudantes e outros participantes da Re<strong>de</strong>, como suporte ao <strong>de</strong>bate e à formação<br />
<strong>de</strong> conhecimento. Em 2005, o projeto Conexão Contemporânea ampliou<br />
as ativida<strong>de</strong>s da Re<strong>de</strong>, valorizando também trabalhos autorais. Através<br />
do Conexão, artistas levavam uma proposta estética <strong>de</strong>terminada às comunida<strong>de</strong>s<br />
visitadas, que contavam com o apoio técnico <strong>de</strong> uma equipe especializada.<br />
As ações da Re<strong>de</strong> foram documentadas por fotógrafos profissionais, registro<br />
disponível na internet. Além disso, foram produzidos <strong>de</strong>z documentários<br />
audiovisuais, com <strong>de</strong>poimentos <strong>de</strong> alunos e professores, que serão distribuídos<br />
aos participantes da Re<strong>de</strong>, instituições parceiras, emissoras <strong>de</strong> televisão<br />
e outras mídias.<br />
Projéteis <strong>de</strong> Arte Contemporânea<br />
Com base em propostas apresentadas por representantes da classe, a<br />
<strong>Funarte</strong> ampliou seu campo <strong>de</strong> ação para além da política institucional, com<br />
a abertura <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s para artistas experimentarem linguagens e<br />
apresentarem trabalhos em espaços específicos. Assim, o Projéteis <strong>de</strong> Arte<br />
Contemporânea ocupou as galerias do Palácio Capanema com obras<br />
selecionadas a partir <strong>de</strong> editais nacionais. Para que os espaços fossem ocupados<br />
<strong>de</strong> maneira <strong>de</strong>mocrática, optou-se por contratar uma comissão<br />
julgadora dos trabalhos, em substituição a um único curador.<br />
17
Artistas e grupos selecionados | Projéteis <strong>de</strong> Arte Contemporânea<br />
18<br />
2003<br />
1ª exposição: Silvio Tavares Fernan<strong>de</strong>s Júnior,<br />
Bruno Pacheco <strong>de</strong> Carvalho, Márcio Zardo, Sandra<br />
Schechtman, Bernardo Pinheiro Mota, Amalia<br />
Giacomini, Bernardo Damasceno e Gustavo Nascimento<br />
Junqueira Ferraz.<br />
2ª exposição: Marcelo Lins <strong>de</strong> Magalhães, Bruno<br />
Monteiro, Adalgisa Maria Cavezzale <strong>de</strong> Campos,<br />
Diego Belda, Adriana Maciel, Gisele Camargo,<br />
Maria Elisa Men<strong>de</strong>z Miranda e Gustavo Prado.<br />
3ª exposição: Ana Angélica Costa, Valéria Var,<br />
Valérie Dantas Mota, Rachel Korman, Solange<br />
Venturi, Ana Lana Gastelois, David Cury e Edna<br />
Lucia Gomes e Silva.<br />
2004/2005<br />
1ª exposição: Adriane Lacerda Vasquez, André<br />
Moura Bethlem, Carolina Lopes, Chico Fernan<strong>de</strong>s,<br />
Denise Ga<strong>de</strong>lha, Felipe Barbosa, Henrique Oliveira,<br />
Júlio Rodrigues, Leonardo Vi<strong>de</strong>la, Lucia Laguna,<br />
Pedro Engel e Ricardo Peixoto.<br />
2ª exposição: Ana Holck, Andréa Lanna, Bianca<br />
Tomaselli, Elisa Noronha, Juliana Kase, Lu Renata,<br />
Luana Veiga, Luiz Preza, Marcos Abreu, Mariana<br />
Manhães, Maurício José, Roselane Pessoa, Suely<br />
Farhi e Tatiana Blass.<br />
3ª exposição: Alex Villar, Alexandre Monteiro, Ana<br />
Torres, Armando Mattos, Bruno Vieira, Carlo<br />
Sansolo, Christina Meirelles, Fábio Carvalho,<br />
Marcos Sari, Marilice Corona, Milena Travassos,<br />
Simone Rebelo e William Toledo.<br />
4ª exposição: Alberto Saraiva, Cassiano, Carlos<br />
Melo, Heleno Bernardi, Marcela Rangel, Rodrigo<br />
Braga, Rosana Rical<strong>de</strong>, Sérgio Torres, Vera Lago,<br />
Grupo <strong>de</strong> BH: Benjamin Abras, Denílson<br />
Rugsvann, Isabela Goulart, Marcos Palmeira e<br />
Sebastião Miguel.<br />
2006<br />
1ª exposição: Diogo <strong>de</strong> Moraes, Gustavo Prado,<br />
Henrique Oliveira, José Tannuri e Marcos André.<br />
2ª exposição: Bernardo Pinheiro, Dália<br />
Rosenthal, Domingos Guimaraens, Nadan Guerra,<br />
Gisele Camargo e Paulo Vivacqua.<br />
3ª exposição: Amália Giacomini, Bruno Vieira,<br />
Fábio Okamoto e Tatiana Grinberg.<br />
Estela Sokol, Guilherme Machado, Hugo<br />
Houayek, Suzana Queiroga, Ana Holk Arjan,<br />
Chico Fernan<strong>de</strong>s, Claudia Vieira, Milena<br />
Travassos e Wagner Malta Tavares, também<br />
selecionados, têm mostras já agendadas para<br />
2007.<br />
Oficina<br />
<strong>de</strong> Rubens Pileggi Sá,<br />
em Antonina, PR<br />
Na primeira edição do Projéteis, a comissão foi formada por Franz Manata,<br />
artista plástico e mestre em artes visuais da UFRJ; Guilherme Bueno, mestre<br />
em crítica e história da arte da UFRJ e curador do Museu <strong>de</strong> Arte Contemporânea<br />
<strong>de</strong> Niterói; e Lula Wan<strong>de</strong>rley, artista multimídia e pesquisador. A comissão<br />
julgadora da segunda edição foi formada por Cristiana Santiago Tejo,<br />
curadora do Instituto <strong>de</strong> Cultura da Fundação Joaquim Nabuco; Eduardo<br />
Augusto Kalif <strong>de</strong> Souza, coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong> Audiovisual da Fundação Curro Velho,<br />
Belém, PA; Jailton Marenco Moreira, artista plástico, crítico <strong>de</strong> arte, coor<strong>de</strong>nador<br />
do Espaço Torreão, Porto Alegre, RS e curador do Projeto Rumos Visuais Itaú<br />
Cultural (2001/2003); Marisa Flórido Cesar, mestre em História e Crítica <strong>de</strong> Arte<br />
da UFRJ; e Wagner Pacheco Barja, mestre em Arte Tecnologia da Unb, artista<br />
plástico, curador in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e coor<strong>de</strong>nador das galerias do Conjunto Cultural<br />
da Caixa-Brasília.<br />
Em toda a gestão, cerca <strong>de</strong> 100 artistas participaram <strong>de</strong> 4 exposições coletivas<br />
que foram documentadas em 3 catálogos com registro das obras. Em 2005,<br />
uma comissão julgadora selecionou, entre os participantes <strong>de</strong> todos os Projéteis,<br />
obras para exposição na França, por ocasião do Ano do Brasil na França.<br />
Em 2006, graças ao sucesso das edições anteriores do Projéteis, o Ceav conseguiu<br />
ampliar os investimentos. Os artistas e grupos selecionados passaram<br />
então a receber o Prêmio Projéteis <strong>de</strong> Arte Contemporânea, no valor <strong>de</strong><br />
R$ 6 mil. A comissão foi formada por Afonso Henrique Martins Luz, Marcus<br />
<strong>de</strong> Lontra Costa e Ceça Guimaraens.<br />
Exposição EAV 30 Anos<br />
A Escola <strong>de</strong> <strong>Artes</strong> Visuais do Parque Lage completou 30 anos em 2005. Celebrando<br />
a data, a <strong>Funarte</strong> convidou a Escola para reunir obras <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 40<br />
professores <strong>de</strong> seu corpo docente, formado por artistas renomados, na exposição<br />
coletiva EAV 30 Anos. Os trabalhos selecionados cobriram um universo<br />
múltiplo e bastante representativo da produção contemporânea: pinturas,<br />
<strong>de</strong>senhos, fotos, instalações, objetos e ví<strong>de</strong>os.
Selecionados | Pêmio <strong>de</strong> <strong>Artes</strong> Plásticas Marcantonio Vilaça<br />
Premiados<br />
Categoria Fomento/Pesquisa:<br />
Bené Fonteles (PA/DF), Fre<strong>de</strong>rico Câmara<br />
(MG), Mariana Manhães (RJ), Milton<br />
Marques (DF), Ronald Duarte (RJ)<br />
Categoria Monografia:<br />
Fernanda Cardoso Lopes (RJ)<br />
Categoria Conjunto da Obra:<br />
Nelson Felix (RJ)<br />
Comissões julgadoras<br />
Comissão <strong>de</strong> Pré-seleção:<br />
Adolfo Montejo Navas, artista, curador; Alberto<br />
Saraiva, artista, curador <strong>de</strong> artes visuais do <strong>Centro</strong><br />
Cultural Telemar, Rio <strong>de</strong> Janeiro, RJ; Maria do<br />
Carmo <strong>de</strong> Siqueira Nino, Professora Adjunta da<br />
Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Pernambuco, Recife, PE.<br />
Comissão <strong>de</strong> Seleção:<br />
Jailton Moreira, artista e professor <strong>de</strong> arte e criador<br />
do espaço Torreão, Porto Alegre, RS; Lídia <strong>de</strong> Souza,<br />
curadora, produtora, Belém, PA; Wagner Barja,<br />
artista visual, curador e coor<strong>de</strong>nador Pedagógico da<br />
Casa <strong>de</strong> Cultura da América Latina – CAL – DEx / UnB,<br />
Brasília, DF.<br />
Comissão <strong>de</strong> Monografia:<br />
Glória Ferreira, crítica <strong>de</strong> arte, curadora<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e professora da Escola <strong>de</strong><br />
Belas <strong>Artes</strong>/UFRJ; Marisa Flórido, crítica e<br />
curadora, RJ; Paulo Sérgio Duarte,<br />
professor <strong>de</strong> História da Arte (UCAM),<br />
crítico e curador, RJ.<br />
Acima, Prêmio Marcantonio Vilaça | Bené Fonteles<br />
Projeto S/ Título, 2003/2006<br />
Foto: Isabella Matheus<br />
Prêmio <strong>de</strong> <strong>Artes</strong> Plásticas Marcantonio Vilaça<br />
Ao receber do Ministério da Cultura a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> regulamentar e realizar<br />
o prêmio anual <strong>de</strong> <strong>Artes</strong> Plásticas Marcantonio Vilaça, a <strong>Funarte</strong> se sentiu<br />
prestigiada pelo reconhecimento <strong>de</strong> seu trabalho no campo das artes<br />
visuais. Em sua primeira edição, a <strong>Funarte</strong> distribuiu R$ 220 mil em prêmios,<br />
acrescentando aos programas <strong>de</strong> fomento e difusão cultural do governo<br />
mais um estímulo à produção e à difusão <strong>de</strong> arte brasileira, consi<strong>de</strong>rada<br />
estratégica para o <strong>de</strong>senvolvimento socioeconômico do país.<br />
O Prêmio homenageia <strong>de</strong> forma permanente o galerista que mais se empenhou<br />
em dar projeção nacional e internacional à arte contemporânea brasileira,<br />
a partir dos anos 90, o recifense Marcantonio Vilaça, que morreu aos<br />
37 anos no dia 1º <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2000. Na primeira edição, os prêmios foram<br />
distribuídos em cinco bolsas <strong>de</strong> estudo <strong>de</strong> fomento e pesquisa, no valor <strong>de</strong><br />
R$ 30 mil cada uma; um prêmio <strong>de</strong> R$ 35 mil pelo Conjunto da Obra; e um<br />
prêmio <strong>de</strong> R$ 35 mil para publicação <strong>de</strong> monografia.<br />
Convênio com o Museu Imperial <strong>de</strong> Petrópolis<br />
Em 2003, a exposição coletiva Conexão Petrópolis inaugurou o convênio firmado<br />
entre a <strong>Funarte</strong> e o Museu Imperial <strong>de</strong> Petrópolis para <strong>de</strong>senvolver o<br />
Programa <strong>de</strong> <strong>Artes</strong> Visuais do museu. O objetivo é difundir e documentar a<br />
arte contemporânea, por meio <strong>de</strong> exposições e ações educativas, visando<br />
formar novas platéias. Gran<strong>de</strong> parte das mostras era acompanhada por <strong>de</strong>bates<br />
com os artistas participantes.<br />
Entre 2003 e 2004, o projeto Via BR 040 <strong>de</strong>u seqüência às ativida<strong>de</strong>s do<br />
convênio com as mostras Longo trecho em aclive e SerraCerrado. Em 2005,<br />
a mostra Expresso Abstrato contou com o talento <strong>de</strong> artistas <strong>de</strong> renome como<br />
Anna Bella Geiger, Antonio Ban<strong>de</strong>ira, Fayga Ostrower, Ivan Serpa, Lygia Clark<br />
e Lygia Pape. Em suas criações, eles se inspiraram na Primeira Exposição Nacional<br />
<strong>de</strong> Arte Abstrata, realizada no Quitandinha, em Petrópolis, RJ, em 20 <strong>de</strong><br />
fevereiro <strong>de</strong> 1953, fato pioneiro na história da arte brasileira. Ainda em 2005,<br />
o programa Arte no Ventilador promoveu uma série <strong>de</strong> ações educacionais e<br />
19
20<br />
Coleção Fernanda<br />
Montenegro<br />
Tratamento <strong>de</strong> imagens<br />
do Museu Nacional<br />
práticas com participações <strong>de</strong> Aline Castela, Sigrid Haack, Guilherme Bueno e<br />
Fernando Gerheim. Em 2006, a exposição Sinais na Pista reuniu poesia e artes<br />
visuais com trabalhos <strong>de</strong> Aimberê Cesar, Eliane Prolik, Hermeto Pascoal,<br />
Lula Wan<strong>de</strong>rley, Paulo Bruscky, Waltércio Caldas e outros artistas.<br />
<strong>Centro</strong> <strong>de</strong> Conservação e Preservação Fotográfica<br />
O <strong>Centro</strong> <strong>de</strong> Conservação e Preservação Fotográfica (CCPF), que funciona<br />
em prédio histórico em Santa Teresa, foi criado em 1984 com o objetivo <strong>de</strong><br />
preservar a memória fotográfica brasileira. Seus trabalhos <strong>de</strong> conservação<br />
e reprodução fotográfica estão sempre voltados à produção do conhecimento<br />
técnico na área. Nesta gestão, o CCPF passou por ampla reforma <strong>de</strong> recuperação<br />
da fachada, revisão das instalações e mo<strong>de</strong>rnização dos equipamentos.<br />
Em julho <strong>de</strong> 2004, a I Semana <strong>Funarte</strong> <strong>de</strong> Conservação Fotográfica marcou<br />
o retorno das ativida<strong>de</strong>s, com visitas guiadas aos laboratórios do <strong>Centro</strong>,<br />
palestras e mesas-redondas.<br />
A partir <strong>de</strong> 2004, o CCPF passou a atuar em parceria com diversas instituições<br />
em projetos <strong>de</strong> preservação da memória fotográfica brasileira. Foram<br />
restaurados negativos panorâmicos da coleção Augusto Malta, com 118 imagens<br />
do início do século 20, pertencentes ao Museu da Imagem e do Som do<br />
Rio <strong>de</strong> Janeiro; cerca <strong>de</strong> 800 imagens em 9 álbuns fotográficos do <strong>Centro</strong> <strong>de</strong><br />
Documentação da Nestlé; 2.000 imagens do Projeto Escola <strong>de</strong> Enfermagem<br />
Anna Nery; e 260.000 imagens contemporâneas do Museu da Imagem e do<br />
Som <strong>de</strong> São Paulo. O CCPF implantou também projeto <strong>de</strong> duplicação <strong>de</strong> negativos<br />
da Fiocruz. Também foram realizados projetos <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> imagens<br />
no Arquivo Histórico do Iphan, no Museu Casa <strong>de</strong> Benjamin Constant<br />
(Iphan), no <strong>Centro</strong> <strong>de</strong> Cidadania Barbosa Lima Sobrinho, na empresa Norberto<br />
O<strong>de</strong>brecht, no Mosteiro <strong>de</strong> São Bento, no Museu da Imagem e no Som <strong>de</strong><br />
Goiânia e o do Paraná.<br />
Foram instalados o projeto <strong>de</strong> conservação e acondicionamento das fotografias<br />
da Coleção Walter Pinto e outros itens do<br />
Acervo do <strong>Centro</strong> <strong>de</strong> Documentação da <strong>Funarte</strong>,<br />
<strong>de</strong>stacando-se as coleções Nossa Gente, Fernanda<br />
Montenegro, e imagens <strong>de</strong> Sebastião Salgado; e o<br />
projeto <strong>de</strong> conservação do acervo fotográfico do<br />
Laboratório <strong>de</strong> Estudos sobre Urbanização, Arquitetura<br />
e Preservação (LAP), da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Arquitetura<br />
e Urbanismo (FAU) da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São<br />
Paulo (USP).<br />
O CCPF prestou também consultoria técnica a diversos<br />
projetos <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> imagens, contemplando,<br />
entre outros, os seguintes acervos: fotografias<br />
<strong>de</strong> Marc Ferrez, Projeto Portinari, Fundação DER-<br />
RJ, Furnas Centrais Elétricas, Cruz Vermelha Brasileira,<br />
Casa <strong>de</strong> Cora Coralina, Espaço Cultural do Banco<br />
Santos, SP, Museu do Índio, Museu da República,<br />
Museu da Imagem e do Som <strong>de</strong> São Paulo, Museu<br />
Antropológico Diretor Pestana, RS, Museu Im-
Capa <strong>de</strong> partitura<br />
resutaurada<br />
Projeto Atos Visuais da<br />
<strong>Funarte</strong> Brasília 2006<br />
Invasões,<br />
<strong>de</strong> Bruno Vieira<br />
perial <strong>de</strong> Petrópolis, Museu Histórico da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Viçosa, Escola <strong>de</strong><br />
Enfermagem da Uerj, e Correio Brasiliense e Prefeitura <strong>de</strong> Teresina, PI.<br />
Os Ca<strong>de</strong>rnos Técnicos <strong>de</strong> Conservação Fotográfica, que divulgam textos produzidos<br />
pela equipe do CCPF e seus colaboradores, voltaram a ser editados,<br />
com seis edições publicadas ao longo da atual gestão.<br />
Em 2003, a <strong>Funarte</strong> participou do I FotoRio, evento bienal que ocupou 100<br />
galerias na cida<strong>de</strong> com duas exposições importantes, Sebastião Salgado e<br />
Nossa Gente, que fazem parte do acervo da instituição.<br />
<strong>Artes</strong> Visuais em Brasília e São Paulo<br />
O Prima Obra, projeto criado em 1995 para apresentar o panorama da produção<br />
artística contemporânea e divulgar novos talentos, apresentou, em<br />
2003, mostras individuais <strong>de</strong> Lucia Gomes, Juliana Notari e Patrícia Gládis,<br />
além <strong>de</strong> coletivas, na Galeria Fayga Ostrower.<br />
No mesmo ano o Ceav restaurou a marquise <strong>de</strong> Oscar Niemeyer no Espaço<br />
Cultural da <strong>Funarte</strong> <strong>de</strong> Brasília. Em 2004, o projeto Atos Visuais foi lançado<br />
em substituição ao Prima Obra, com objetivo <strong>de</strong> esten<strong>de</strong>r os limites expositivos,<br />
antes restritos à galeria Fayga Ostrower, para a marquise recém-restaurada e<br />
para os jardins do entorno da se<strong>de</strong> da <strong>Funarte</strong>. Foi inaugurada então a galeria<br />
Marquise. Naquele ano, mostras <strong>de</strong> Raquel Mascarenhas, Sandro Gomi<strong>de</strong>,<br />
Maria Beatriz <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros e outros ocuparam as duas galerias.<br />
Em 2005, foi a vez da carioca Ana Angélica Costa,<br />
com a exposição Brasília, capital da fotografia, e<br />
do brasiliense Antonio Carlos Elias, entre outros.<br />
Em 2006, a galeria Fayga Ostrower abrigou obras<br />
individuais <strong>de</strong> Rodrigo Corrêa Rosa e Bruno Vieira<br />
<strong>de</strong> Britto, além <strong>de</strong> outras coletivas. Na galeria<br />
Marquise expuseram André Venzon e João Angelini<br />
Mota Campos.<br />
21
22<br />
Croma, <strong>de</strong> Júlio Leite,<br />
Projeto Atos Visuais,<br />
Brasília<br />
Carbono-14,<br />
<strong>de</strong> Marina Camargo,<br />
Projeto Atos Visuais,<br />
Brasília<br />
As galerias da <strong>Funarte</strong>, em São Paulo, abrigaram, em 2003, 15 exposições <strong>de</strong><br />
pintura, escultura, objeto, instalação e fotografia instaladas no Espaço Almeida<br />
Salles, Galeria Mário Schemberg, Espaço Darcy Ribeiro e sala Jorge Mautner.<br />
Em 2004, cinco mostras ocuparam as salas. O projeto Espaços <strong>de</strong> <strong>Artes</strong> Visuais,<br />
<strong>de</strong> 2004, selecionou artistas das regiões Sul e Su<strong>de</strong>ste, entre eles o paulista<br />
Adams Teixeira <strong>de</strong> Carvalho, a carioca Ana Lana Gastelois, o catarinense Antônio<br />
Vargas e o mineiro Luiz Flávio. Em 2005, a exposição Adolphe Appia 1862-<br />
1928 foi apresentada no Teatro <strong>de</strong> Arena Eugênio Kusnet.<br />
Em 2006, foram iniciadas as obras <strong>de</strong> reformulação da sala Jorge Mautner e<br />
da Galeria Mário Schenberg.
Edições <strong>Funarte</strong>,<br />
parceria Ceav / Cepin<br />
Projeto Editorial<br />
O Ceav retomou, em parceria com o <strong>Centro</strong> <strong>de</strong> Programas Integrados (Cepin)<br />
da <strong>Funarte</strong>, a edição <strong>de</strong> livros, com projeto editorial coor<strong>de</strong>nado pela professora<br />
e crítica <strong>de</strong> arte Glória Ferreira. Os títulos editados foram selecionados<br />
por comissão editorial.<br />
Duas coleções foram lançadas em 2004: Pensamento crítico, com os volumes<br />
Paulo Sergio Duarte – A Trilha da Trama e Outros Textos, Sobre Arte e Fre<strong>de</strong>rico<br />
Morais; e Coleção Fala do Artista, com os volumes Núcleo <strong>de</strong> Arte Contemporânea<br />
da Paraíba, Espaço N.O. Nervo Óptico, e Ivan Serpa. Em 2005, foi<br />
reeditado o livro Abstracionismo Geométrico e Informal – A Vanguarda Brasileira<br />
nos Anos Cinqüenta, <strong>de</strong> Fernando Cocchiarale e Anna Bella Geiger.<br />
O Ceav lançou, em 2006, o livro Crítica <strong>de</strong> Arte no Brasil: Temáticas Contemporâneas,<br />
organizado por Glória Ferreira, uma coletânea <strong>de</strong> críticas<br />
publicadas na imprensa do país, que permite aos estudiosos do tema uma<br />
visão mais ampla dos <strong>de</strong>bates que permeiam a arte brasileira contemporânea<br />
das últimas décadas.<br />
Câmara Setorial <strong>de</strong><br />
<strong>Artes</strong> Plásticas e<br />
fachada da <strong>Funarte</strong><br />
<strong>de</strong> São Paulo após as<br />
obras <strong>de</strong> restauração<br />
Câmaras Setoriais<br />
Em parceria com o <strong>Centro</strong> <strong>de</strong> Programas Integrados,<br />
as Câmaras Setoriais <strong>de</strong> <strong>Artes</strong> Visuais foram<br />
criadas por <strong>de</strong>terminação do Ministério da Cultura<br />
para reunir artistas, críticos <strong>de</strong> arte, produtores,<br />
setores da ca<strong>de</strong>ia produtiva, representantes<br />
<strong>de</strong> associações, cooperativas e sindicatos <strong>de</strong> 23<br />
estados brasileiros. Se na Re<strong>de</strong> Nacional <strong>Artes</strong> Visuais<br />
o <strong>de</strong>bate girou em torno das questões estéticas<br />
e <strong>de</strong> linguagem, aqui a discussão e os<br />
questionamentos focalizaram as políticas públicas<br />
para o setor. Os temas discutidos no seminário<br />
compõem uma publicação documental em fase<br />
<strong>de</strong> edição, que será distribuída a todos os participantes,<br />
fóruns nacionais <strong>de</strong> artes visuais e entida<strong>de</strong>s<br />
correlacionadas.<br />
23
24<br />
<strong>Centro</strong> da Música<br />
Cemus<br />
Retomada e popularização. Estas foram as duas principais tarefas do <strong>Centro</strong><br />
da Música (Cemus) <strong>de</strong> 2003 a 2006. E os resultados não foram poucos. O<br />
<strong>de</strong>staque, sem dúvida, foi o retorno do Projeto Pixinguinha em 2004, <strong>de</strong>pois<br />
<strong>de</strong> sete anos, voltando a levar a música <strong>de</strong> artistas importantes a todos os<br />
cantos do país. Mas diversas outras iniciativas, preexistentes ou i<strong>de</strong>alizadas<br />
durante a gestão, garantiram o cumprimento da missão do Cemus <strong>de</strong><br />
apoiar, divulgar e preservar a produção musical brasileira. A música erudita,<br />
por exemplo, viveu um momento especial com as XV e XVI Bienais da Música<br />
Contemporânea e os projetos Circulação <strong>de</strong> Música <strong>de</strong> Concerto, Concertos<br />
Didáticos na Escola e Programa <strong>de</strong> Apoio a Orquestras. As bandas tradicionais<br />
também receberam apoio com a promoção <strong>de</strong> cursos e a distribuição<br />
<strong>de</strong> instrumentos e partituras. Os investimentos no segmento <strong>de</strong> música<br />
nestes quatro anos totalizaram R$ 23,23 milhões.<br />
“Estes quatro anos foram basicamente <strong>de</strong> reorganização e reconstrução. Encontramos<br />
quase todos os projetos parados. Mas, aos poucos, conseguimos<br />
fazer nosso trabalho. Retomamos projetos tradicionais, como o Pixinguinha e<br />
o Circulação <strong>de</strong> Música <strong>de</strong> Concerto, e realizamos alguns outros, sempre preocupados<br />
em permitir o acesso do público à melhor música e o intercâmbio<br />
entre todas as regiões do país”, diz Ana <strong>de</strong> Hollanda, diretora do Cemus.<br />
Para um plano <strong>de</strong> retomada, nada melhor do que o retorno <strong>de</strong> um dos projetos<br />
musicais mais conhecidos da história do país. Criado em 1977 para difundir<br />
e formar platéias através da circulação nacional <strong>de</strong> artistas consagrados<br />
e novos talentos, o Pixinguinha realizou <strong>de</strong> 2004 a 2006 nada menos<br />
que 344 apresentações num total <strong>de</strong> 73 cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> todos os Estados do<br />
País. A soma <strong>de</strong> música <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, direção cuidadosa e preços reduzidos<br />
– com entrada franca ou ingresso <strong>de</strong>, no máximo, R$ 5 – atraiu 185.800 espectadores<br />
às apresentações.<br />
A nova fase do Pixinguinha, patrocinado pela Petrobras <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1983, levou ao<br />
Brasil inteiro nomes como os compositores Francis Hime e Vitor Ramil, as cantoras<br />
Mônica Salmaso e Teresa Cristina, a ciran<strong>de</strong>ira Lia <strong>de</strong> Itamaracá, a dupla<br />
caipira Zé Mulato & Cassiano e o grupo Bangalafumenga. A seleção dos candidatos,<br />
inscritos por edital ou indicação <strong>de</strong> secretarias e fundações <strong>de</strong> Cultura,<br />
ficou a cargo <strong>de</strong> um júri formado por críticos musicais que tiveram como único<br />
critério a qualida<strong>de</strong> artística dos trabalhos. Do total <strong>de</strong> 1.557 inscrições <strong>de</strong> artistas<br />
<strong>de</strong> todas as regiões do Brasil, foram selecionadas 131 atrações.<br />
Um aspecto essencial da atuação do Cemus, presente no Pixinguinha, é a<br />
parceria com secretarias e fundações locais. “Precisamos <strong>de</strong> uma logística<br />
local, e é nisso que entra a parceria. É um exemplo muito claro <strong>de</strong> que o<br />
Sistema Nacional <strong>de</strong> Cultura, uma meta do Ministério da Cultura, não é con-
Celso Fonseca,<br />
Martinália e Rogéria<br />
Holtz no Projeto<br />
Pixinguinha<br />
Monarco no Projeto<br />
Pauta <strong>Funarte</strong> <strong>de</strong><br />
Música Brasileira<br />
to da carochinha”, diz o coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong> música popular, Pedro Paulo Malta.<br />
Segundo ele, a <strong>Funarte</strong>, uma fundação ligada ao Governo Fe<strong>de</strong>ral, consegue<br />
apoio <strong>de</strong> todos os partidos. Nenhuma secretaria municipal ou estadual quer<br />
<strong>de</strong>ixar seu povo sem o Pixinguinha.<br />
Shows <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> com preços populares<br />
A divulgação da música popular brasileira também foi reforçada com um<br />
novo projeto em 2006, o Pauta <strong>Funarte</strong> <strong>de</strong> Música Brasileira, que visa à ocupação<br />
dos tradicionais espaços <strong>de</strong> música da <strong>Funarte</strong>. No primeiro ano, a<br />
Pauta <strong>Funarte</strong> aconteceu paralelamente nas salas Sidney Miller (Rio) e Cássia<br />
Eller (Brasília), recebendo 228 apresentações <strong>de</strong> 114 artistas. A Sala <strong>Funarte</strong><br />
Guiomar Novaes, em São Paulo, <strong>de</strong>verá entrar no circuito em 2007, ao fim<br />
da reforma que vem sofrendo.<br />
Com patrocínio da Petrobras, as Salas <strong>Funarte</strong> passaram a ter preço fixo <strong>de</strong><br />
R$ 5 na bilheteria (R$ 2 com <strong>de</strong>sconto), incentivando a presença do público.<br />
Os artistas, selecionados entre 874 inscritos, também foram valorizados e<br />
passaram a receber cachê, além da habitual participação na bilheteria. “O<br />
público ainda está aquém do que queremos, mas melhorou em relação ao<br />
passado”, admite Pedro Paulo. “Mas essa retomada da efervescência das<br />
Salas <strong>Funarte</strong> é um trabalho <strong>de</strong> longo prazo”, explica.<br />
O Cemus também atuou em diversas frentes no tocante à divulgação e apoio<br />
à música erudita. Nestes quatro anos, foram duas Bienais <strong>de</strong> Música Brasileira<br />
Contemporânea (2003 e 2005), a retomada do projeto <strong>de</strong> Circulação <strong>de</strong><br />
Música <strong>de</strong> Concerto (conhecido anteriormente como Re<strong>de</strong> Nacional da Música)<br />
e uma novida<strong>de</strong>: os Concertos Didáticos nas Escolas.<br />
25
26<br />
Quarteto SP no projeto<br />
Circulação <strong>de</strong> Música <strong>de</strong><br />
Concerto, em Recife<br />
Antonio Grassi entrega<br />
instrumentos às<br />
bandas <strong>de</strong> música<br />
Consi<strong>de</strong>rado o mais conceituado programa <strong>de</strong>dicado à música clássica no<br />
país, a Bienal da Música Brasileira Contemporânea selecionou para sua 15ª<br />
edição (2003) 90 composições <strong>de</strong> autores <strong>de</strong> todo o País, que foram apresentadas<br />
em concertos na Sala Cecília Meireles e na Sala Ba<strong>de</strong>n Powell.<br />
Além dos espetáculos, foram realizadas exibições <strong>de</strong> documentários e um<br />
curso especial <strong>de</strong> Introdução à Musicografia em Braille, ministrado pela flautista<br />
Dolores Tomé.<br />
Recor<strong>de</strong> <strong>de</strong> público na XVI Bienal<br />
Em 2005, quando comemorou os 30 anos <strong>de</strong> sua primeira edição, o evento<br />
alcançou sucesso maior ainda. Para a XVI Bienal, foram selecionadas 98<br />
obras, novamente apresentadas em concertos na Sala Cecília Meireles e na<br />
Sala Ba<strong>de</strong>n Powell, que atraíram uma média <strong>de</strong> 600 espectadores por espetáculo<br />
– um recor<strong>de</strong> <strong>de</strong> público. O evento homenageou o compositor alemão<br />
Hans-Joachim Koellreuter, morto em novembro <strong>de</strong> 2005.<br />
O Cemus também <strong>de</strong>u apoio à manutenção e circulação das orquestras brasileiras.<br />
Em 2004, foi lançado o edital do Programa <strong>de</strong> Apoio a Orquestras, com<br />
objetivo <strong>de</strong> apoiar orquestras sinfônicas <strong>de</strong> cordas e <strong>de</strong> câmara na aquisição<br />
<strong>de</strong> instrumentos, estantes para partitura, peças <strong>de</strong> reposição e materiais <strong>de</strong><br />
consumo, além da reparação <strong>de</strong> instrumentos. Concorreram orquestras constituídas<br />
sob forma <strong>de</strong> instituições públicas ou privadas sem fins lucrativos.<br />
Depois <strong>de</strong> análise feita por uma comissão <strong>de</strong> músicos, foram selecionadas 12<br />
das 43 propostas enviadas. O valor total dos prêmios foi <strong>de</strong> R$ 320 mil.<br />
Em 2004, a <strong>Funarte</strong> também lançou o edital do projeto Circulação <strong>de</strong> Música<br />
<strong>de</strong> Concerto, que suce<strong>de</strong>u a antiga Re<strong>de</strong> Nacional da Música. O objetivo é<br />
patrocinar excursões com recitais <strong>de</strong> música clássica por duos, trios e quartetos<br />
vocais e/ou instrumentais <strong>de</strong> músicos brasileiros ou radicados no país.<br />
Foram aprovados 10 dos 84 projetos inscritos, <strong>de</strong> acordo com critérios artísticos,<br />
<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> das regiões atingidas, presença <strong>de</strong> música brasileira e<br />
representativida<strong>de</strong> das procedências e repertório. O prêmio total foi <strong>de</strong> R$<br />
1,32 milhão. As apresentações ocorreram em 2004 e 2005.<br />
Na edição <strong>de</strong> 2006, foram selecionadas 15 propostas, que receberam R$ 130<br />
mil cada, para levar a música clássica às cinco regiões do país. O valor total,<br />
proveniente <strong>de</strong> patrocínio da<br />
Petrobras, foi <strong>de</strong> R$ 2,35 milhões.<br />
De abril a novembro, os<br />
grupos realizaram 152 apresentações,<br />
com média <strong>de</strong> público <strong>de</strong><br />
300 pessoas. Uma novida<strong>de</strong> na<br />
área <strong>de</strong> música erudita foi o projeto<br />
Concertos Didáticos nas Escolas.<br />
Criado para romper com o<br />
preconceito <strong>de</strong> que a música erudita<br />
só po<strong>de</strong> ser apreciada por<br />
classes privilegiadas, o projeto<br />
levou duos, trios e grupos vocais<br />
e/ou instrumentais a escolas pú-
Instrumentos doados<br />
pela <strong>Funarte</strong><br />
Cartaz do Painel <strong>Funarte</strong><br />
Bandas <strong>de</strong> Música 2004<br />
blicas <strong>de</strong> suas regiões, para apresentações gratuitas.<br />
Os primeiros concertos – viabilizados por patrocínio<br />
<strong>de</strong> R$ 650 mil da Petrobras – aconteceram<br />
em 2006, com 15 grupos: no Rio <strong>de</strong> Janeiro (7), São<br />
Paulo (3), Minas Gerais (1), Paraná (1), Pernambuco<br />
(1), Piauí (1) e Rio Gran<strong>de</strong> do Sul (1).<br />
Os grupos fizeram 129 apresentações para um total<br />
<strong>de</strong> 14.750 estudantes da re<strong>de</strong> pública. “Nos concertos,<br />
os músicos mostram os instrumentos e falam dos<br />
compositores. O próprio programa é mais voltado ao<br />
público jovem. Queremos formar uma platéia <strong>de</strong> crianças<br />
e adolescentes que não iriam ao teatro assistir<br />
a um concerto <strong>de</strong> música erudita. Mas eles só não vão porque não conhecem,<br />
não têm acesso”, explica Maria José Queiroz, subgerente <strong>de</strong> música erudita.<br />
Preservação da tradição das bandas<br />
Na gestão 2003-2006, também ganhou novo fôlego o Projeto Bandas, criado<br />
em 1976 para preservar a tradição brasileira das bandas <strong>de</strong> música por meio<br />
da distribuição <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> sopro, edição <strong>de</strong> partituras e realização <strong>de</strong><br />
cursos <strong>de</strong> reciclagem para músicos. Mais do que uma mera iniciativa <strong>de</strong> apoio,<br />
no entanto, o projeto tornou-se uma verda<strong>de</strong>ira ação <strong>de</strong> inclusão social, contribuindo<br />
para a retirada das ruas <strong>de</strong> crianças em situação <strong>de</strong> alto risco.<br />
“O projeto passou a ser também uma ação <strong>de</strong> inclusão social. Uma das funções<br />
da banda <strong>de</strong> música é tirar das ruas as crianças ameaçadas pela prostituição,<br />
pelas drogas”, explica Rosana Lemos, coor<strong>de</strong>nadora do Projeto Bandas.<br />
“Ela passou a ter uma ação social muito gran<strong>de</strong>. Quando a <strong>Funarte</strong> faz a<br />
distribuição dos instrumentos <strong>de</strong> sopro, dá uma chance <strong>de</strong> inclusão <strong>de</strong> mais<br />
integrantes, e com isso beneficia as crianças”, conclui a coor<strong>de</strong>nadora.<br />
Depois <strong>de</strong> reassumir o programa <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> instrumentos em 2003,<br />
a <strong>Funarte</strong> sofreu com a falta <strong>de</strong> recursos até 2005, quando, graças ao apoio<br />
do Fundo Nacional <strong>de</strong> Cultura (FNC), foram distribuídos 936 instrumentos<br />
para 81 bandas <strong>de</strong> 68 municípios. Em 2006, o número <strong>de</strong> instrumentos doados<br />
cresceu, totalizando 1.477, <strong>de</strong>stinados a 171 municípios.<br />
A <strong>Funarte</strong> também realizou, em 2003 e 2004, os Painéis <strong>Funarte</strong> <strong>de</strong> Bandas <strong>de</strong><br />
Música, com cursos <strong>de</strong> técnica <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> sopro; percussão; reparo e<br />
manutenção <strong>de</strong> instrumentos; técnicas <strong>de</strong> ensaio; percepção musical e harmonia.<br />
Realizados em três cida<strong>de</strong>s, em cada ano, os Painéis reuniram cerca <strong>de</strong><br />
1.700 participantes. Em 2004, também foram editadas partituras do Hino Nacional<br />
Brasileiro e do Hino à Ban<strong>de</strong>ira, com tiragem <strong>de</strong> 3.000 exemplares cada.<br />
Em suas ações nestes quatro anos, o Cemus teve a preocupação <strong>de</strong> levar a<br />
música brasileira a todas as classes sociais, bem como às diferentes regiões<br />
do país. “A orientação é no sentido <strong>de</strong> sermos plurais e fazer os projetos<br />
acontecerem no Brasil inteiro. Para a <strong>Funarte</strong>, Boa Vista tem o mesmo peso<br />
do Rio <strong>de</strong> Janeiro e São Paulo; Rio Branco tem o mesmo peso <strong>de</strong> Salvador. É<br />
uma nova postura e, para botar isso em prática, é preciso acreditar nesta<br />
nova política cultural”, diz Pedro Paulo Malta.<br />
27
28<br />
<strong>Centro</strong> <strong>de</strong> Programas Integrados<br />
Coleção <strong>de</strong> postais antigos<br />
do acervo do Cedoc<br />
Cepin<br />
A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> existência, na <strong>Funarte</strong>, <strong>de</strong> um centro que agisse <strong>de</strong> forma<br />
transversal fez com que a nova gestão da Instituição criasse, em 2003, o<br />
<strong>Centro</strong> <strong>de</strong> Programas Integrados, Cepin. Responsável pela integração das<br />
áreas <strong>de</strong> atuação da <strong>Funarte</strong>, abrange o <strong>Centro</strong> <strong>de</strong> Documentação e Informação,<br />
Cedoc, a Gerência <strong>de</strong> Edições e o Canal <strong>Funarte</strong>. Até 2004, o Cepin era<br />
responsável pelo Programa Arte sem Barreiras, hoje ligado à Assessoria Especial<br />
da Presidência da <strong>Funarte</strong>.<br />
“O Cepin se responsabiliza por todos os programas e projetos que são transversais<br />
aos <strong>de</strong>mais centros da <strong>Funarte</strong>, como a música, artes cênicas – teatro, dança,<br />
circo – e artes visuais. Essa idéia surgiu da tentativa <strong>de</strong> se criar uma gestão<br />
estratégica <strong>de</strong>ntro da fundação. O <strong>Centro</strong> também ficou responsável pelo funcionamento<br />
das Câmaras Setoriais”, explica Vitor Ortiz, diretor do Cepin.<br />
Sobre as ações do Cepin nesta gestão, Vitor Ortiz <strong>de</strong>staca a entrada do <strong>Centro</strong><br />
em temas complexos e <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> como a elaboração <strong>de</strong> estratégias,<br />
metas e políticas, para a circulação internacional <strong>de</strong> espetáculos; a entrada<br />
do Cepin no <strong>de</strong>bate sobre a estruturação das ca<strong>de</strong>ias produtivas das<br />
áreas <strong>de</strong> atuação da <strong>Funarte</strong> (música, dança, teatro, circo e câmaras<br />
setoriais); e a criação do Canal <strong>Funarte</strong>, como elemento <strong>de</strong> difusão do acervo<br />
que a Instituição já possuía.<br />
“A <strong>Funarte</strong> buscava a retomada do seu papel no cenário<br />
nacional. De um modo geral, em todos os programas<br />
que executa hoje, é mais aberta, tanto às<br />
necessida<strong>de</strong>s que são apontadas pelos nossos técnicos,<br />
quanto pelos governantes, artistas e produtores<br />
culturais. Prova disso é a política <strong>de</strong> editais<br />
que a <strong>Funarte</strong> adota”, afirma.<br />
Restauração <strong>de</strong> arquivo e digitalização <strong>de</strong><br />
acervo<br />
O <strong>Centro</strong> <strong>de</strong> Documentação e Informação da <strong>Funarte</strong><br />
(Cedoc) é um dos mais completos acervos <strong>de</strong> arte<br />
do país e abriga o material <strong>de</strong> instituições que foram<br />
criadas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> 1930. Tem como finalida<strong>de</strong><br />
reunir, organizar e disseminar documentos<br />
e informações que apóiem e incentivem a produção<br />
artística e cultural e as pesquisas em arte.<br />
Além disso, também envolve todas as ativida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong>senvolvidas pela <strong>Funarte</strong>, como a guarda e a organização<br />
da documentação administrativa produzida<br />
pela instituição.
Cartaz do Programa <strong>de</strong><br />
Doação <strong>de</strong> Livros da <strong>Funarte</strong><br />
Helena Ferrez, coor<strong>de</strong>nadora do Cedoc, afirma que, a partir <strong>de</strong> 2003, houve<br />
um imenso salto qualitativo. “Temos um acervo <strong>de</strong> um milhão <strong>de</strong> itens sobre<br />
artes plásticas, música, fotografia, teatro, dança, ópera, circo, cinema e<br />
ví<strong>de</strong>o. São documentos, partituras, fitas, <strong>de</strong>senhos originais <strong>de</strong> cenários e<br />
figurinos, recortes <strong>de</strong> jornais, fitas <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o, CD-ROMs e CDs. Foi nesta gestão<br />
que o acervo começou a ser digitalizado. Hoje, o internauta consegue<br />
acessar em nossa base <strong>de</strong> dados 49.435 registros e são 600 atendimentos<br />
mensais”, informa Helena.<br />
Em 2003, o Cedoc recebeu R$ 106 mil do governo, o que possibilitou uma<br />
pequena reforma na sala <strong>de</strong> consulta, aquisição <strong>de</strong> livros, estantes e outros<br />
materiais especiais para a conservação. Neste mesmo ano, a Fundação Vitae<br />
ofereceu um recurso <strong>de</strong> R$ 142 mil que possibilitou a migração da base <strong>de</strong><br />
dados e a renovação do equipamento <strong>de</strong> informática.<br />
Em 2004, o Cedoc contou com recursos do governo fe<strong>de</strong>ral, R$ 142 mil, e<br />
mais uma vez investiu em equipamentos e materiais para o setor.<br />
Em 2005, as verbas do governo foram aplicadas em: R$ 6 mil para a compra<br />
<strong>de</strong> livros na Bienal do Livro, realizada em maio no Rio <strong>de</strong> Janeiro; e R$ 121<br />
mil <strong>de</strong> custeio, liberados em outubro/novembro, dos quais R$ 30 mil foram<br />
repassados para o Canal Virtual, setor da mesma diretoria que o Cedoc. O<br />
saldo <strong>de</strong> R$ 91 mil foi investido na aquisição <strong>de</strong> materiais próprios para a<br />
higienização, restauração e acondicionamento dos documentos do acervo,<br />
na enca<strong>de</strong>rnação <strong>de</strong> obras, na compra <strong>de</strong> material fotográfico e manutenção<br />
<strong>de</strong> equipamentos do <strong>Centro</strong> <strong>de</strong> Preservação e Conservação Fotográfica, na<br />
compra <strong>de</strong> mais livros, na contratação <strong>de</strong> serviço <strong>de</strong> digitalização <strong>de</strong> recortes<br />
<strong>de</strong> jornais e na reforma <strong>de</strong> arquivos e armários <strong>de</strong> aço.<br />
Com os recursos da Fundação Vitae, instituição que apoiou projeto <strong>de</strong> preservação<br />
do acervo do Cedoc num total <strong>de</strong> R$ 75 mil, investiu-se na<br />
contratação <strong>de</strong> serviço <strong>de</strong> conservação e restauração <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhos originais<br />
e gravuras da coleção <strong>de</strong> cenários e figurinos, na compra <strong>de</strong> material para o<br />
acondicionamento do acervo do Arquivo Família Oduvaldo Vianna, na enca<strong>de</strong>rnação<br />
<strong>de</strong> obras raras e na ampliação do sistema <strong>de</strong> circuito interno <strong>de</strong><br />
segurança, implantado em 2004. O Cedoc pô<strong>de</strong>, ainda, com recursos <strong>de</strong> outros<br />
setores da Instituição, ter seu acervo sonoro gradativamente digitalizado.<br />
Democratização da leitura<br />
As edições <strong>Funarte</strong> têm o objetivo <strong>de</strong> promover e incentivar, em todo o território<br />
nacional, a produção, o <strong>de</strong>senvolvimento e a difusão das manifestações<br />
artísticas e culturais brasileiras. Com as novas publicações, a <strong>Funarte</strong><br />
retoma um espaço nobre que sempre ocupou no campo das edições em arte,<br />
em apoio aos projetos e políticas <strong>de</strong>senvolvidas por seus diversos <strong>Centro</strong>s.<br />
Em 2006, lançou o Programa <strong>de</strong> Doação das Edições <strong>Funarte</strong>, que em sua primeira<br />
fase distribuiu cerca <strong>de</strong> 50.000 livros a 1.000 bibliotecas, em 800 municípios<br />
<strong>de</strong> todas as regiões do País. O Programa fez parte das ações comemorativas<br />
dos 30 anos da Fundação. O objetivo foi ampliar o acesso do público às<br />
Edições <strong>Funarte</strong>, que reúnem em seu acervo milhares <strong>de</strong> obras editadas ao longo<br />
<strong>de</strong> sua história. Com este programa, a <strong>Funarte</strong> realizou a maior doação <strong>de</strong><br />
livros da sua história a um custo muito baixo, cerca <strong>de</strong> R$ 80 mil.<br />
29
30<br />
Conjunto <strong>de</strong> livros<br />
doados pela <strong>Funarte</strong><br />
Vítor Ortiz, afirma: “É a <strong>de</strong>mocratização<br />
da informação. Doamos material <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />
e vamos fazer isso <strong>de</strong> novo no próximo<br />
ano”.<br />
Além das obras mencionadas nos relatórios<br />
dos <strong>Centro</strong>s da <strong>Funarte</strong>, as Edições<br />
também lançaram: Arte/Estado – palestras<br />
e <strong>de</strong>bates, transcrição editada <strong>de</strong> <strong>de</strong>z<br />
palestras e <strong>de</strong>bates que ocorreram entre<br />
julho e setembro <strong>de</strong> 2003; Orquestra Sinfônica<br />
Brasileira, <strong>de</strong> Sérgio Nepomuceno<br />
Alvin Corrêa; Orlando Silva, o cantor das<br />
multidões, reedição ampliada e atualizada;<br />
De Godard a Zé do Caixão, <strong>de</strong> Ivan<br />
Cardoso – Livro <strong>de</strong> fotos do autor retratando<br />
figuras do meio artístico num<br />
enfoque original e bem-humorado; Fora<br />
do Sério – um panorama do teatro <strong>de</strong> revista<br />
no Brasil, <strong>de</strong> Delson Antunes; Fotografia no Brasil: um olhar das origens<br />
ao contemporâneo, <strong>de</strong> Ângela Magalhães e Nadja Figueiredo; Educação,<br />
arte, inclusão – Quarto número do Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> Textos, editado pelo Programa<br />
Arte sem Barreiras; Coleção Revista da Música Popular – Edição facsímile<br />
dos 14 números da revista editada por Lúcio Rangel; Crítica <strong>de</strong> Arte<br />
no Brasil: Temáticas contemporâneas – Coletânea organizada por Glória<br />
Ferreira; e Paschoal Carlos Magno: Crítica e outras histórias – Coletânea<br />
<strong>de</strong> 300 textos do autor, diretor, poeta e diplomata, selecionados por<br />
Martinho <strong>de</strong> Carvalho e Norma Dumar.<br />
Canal <strong>Funarte</strong><br />
O Canal <strong>Funarte</strong>, primeiro veículo da Fundação na web, possibilita o cumprimento<br />
<strong>de</strong> uma das missões prioritárias da instituição: a difusão <strong>de</strong> música,<br />
<strong>de</strong> artes cênicas e <strong>de</strong> artes visuais, por meio <strong>de</strong> programas à<br />
base <strong>de</strong> som, texto e imagens, especialmente produzidos para a<br />
re<strong>de</strong> mundial <strong>de</strong> computadores.<br />
Na estréia, em 7 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2006, foi lançada a galeria<br />
<strong>de</strong> fotografias e biografias <strong>de</strong> 18 atores e atrizes que continuam<br />
em palcos e estúdios aos 80 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Em<br />
seguida, a coleção iconográfica, com criações originais<br />
<strong>de</strong> figurinistas e cenógrafos. E, na área <strong>de</strong> entrevistas,<br />
a série <strong>de</strong> <strong>de</strong>poimentos <strong>de</strong> criadores das áreas <strong>de</strong> artes<br />
visuais, dança, circo, teatro e música.<br />
Na Rádio <strong>Funarte</strong>, três estações divulgam programações<br />
especialmente elaboradas para os repertórios popular, erudito<br />
e folclórico. Estão disponíveis todos os 65 CDs produzidos<br />
pela <strong>Funarte</strong> e a totalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> espetáculos realizados nas<br />
Salas do Rio e <strong>de</strong> Brasília, em 2006. É mais uma mostra da diver-
Home page do<br />
Canal <strong>Funarte</strong><br />
sida<strong>de</strong> da cultura nacional, disponível para audiência <strong>de</strong> alcance<br />
mundial em ação formadora <strong>de</strong> platéia para a arte brasileira. Neste<br />
período inicial, 1.500 músicas estão no ar, com um potencial <strong>de</strong><br />
20.000 obras já digitalizadas e em fase <strong>de</strong> autorização.<br />
O coor<strong>de</strong>nador do Canal <strong>Funarte</strong>, Paulo César Soares, explica que<br />
a multimídia do Canal <strong>Funarte</strong>, com a conjugação <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o, fotografias,<br />
áudios e textos, mostra-se o meio i<strong>de</strong>al para homenagens<br />
a gran<strong>de</strong>s nomes como Oscarito, Dulcina, Carlos Gomes e Radamés<br />
Gnattali. O centenário do maestro gaúcho inaugura, com o espetáculo<br />
Gran<strong>de</strong> Gala – Radamés 80, gravado na Sala <strong>Funarte</strong> Sidney<br />
Miller em 1985, a exibição dos documentos sonoros do projeto <strong>de</strong><br />
digitalização patrocinado pela Petrobras.<br />
No ícone <strong>de</strong> Serviços, <strong>de</strong>dicado a instrumentalizar produtores <strong>de</strong><br />
todo o território nacional, <strong>de</strong>stacam-se o acesso direto às Leis <strong>de</strong><br />
Incentivo à Cultura <strong>de</strong> todo o país, às Secretarias Municipais e Estaduais<br />
<strong>de</strong> Cultura e às Câmaras Setoriais. Até o momento, o canal recebeu<br />
35 mil visitas, o que comprova o sucesso da iniciativa.<br />
Câmaras Setoriais <strong>de</strong> Cultura<br />
As Câmaras Setoriais <strong>de</strong> Cultura são órgãos consultivos vinculados ao Conselho<br />
Nacional <strong>de</strong> Política Cultural (CNPC) e sua principal finalida<strong>de</strong> é a consolidação<br />
<strong>de</strong> um canal organizado para o diálogo, a elaboração e a pactuação<br />
permanentes entre os segmentos das artes e o Ministério da Cultura.<br />
A experiência concreta do projeto tem acrescentado outras finalida<strong>de</strong>s não<br />
menos importantes, como a transformação das Câmaras Setoriais em instrumentos<br />
<strong>de</strong> conquista para as metas econômicas dos setores em pauta.<br />
O projeto vem sendo <strong>de</strong>senvolvido <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o final <strong>de</strong> 2003, com especial impulso<br />
nos anos <strong>de</strong> 2004 e 2005. Seus principais objetivos são: dialogar, formular<br />
e pactuar diretrizes políticas a superação dos entraves do <strong>de</strong>senvolvimento<br />
cultural brasileiro.<br />
Vitor Ortiz afirma: “Coube à <strong>Funarte</strong>, coor<strong>de</strong>nar o processo <strong>de</strong> implantação,<br />
coor<strong>de</strong>nação e funcionamento das Câmaras Setoriais <strong>de</strong> teatro, dança, música,<br />
artes visuais, edições, circo. Esse projeto foi feito no âmbito do Ministério<br />
da Cultura por meio das Secretarias <strong>de</strong> Políticas Culturais”.<br />
No primeiro ano, as Câmaras fizeram um levantamento dos problemas da<br />
ca<strong>de</strong>ia produtiva <strong>de</strong> cada setor. Na segunda etapa, trabalharam na elaboração<br />
do Plano Nacional <strong>de</strong> Cultura e no aprofundamento do <strong>de</strong>bate em torno<br />
<strong>de</strong> temas específicos.<br />
O primeiro gran<strong>de</strong> resultado, ao final <strong>de</strong> 2005, foi a elaboração <strong>de</strong> um diagnóstico<br />
atualizado com os principais problemas dos setores. O mais importante<br />
das Câmaras Setoriais é o fato <strong>de</strong> que agora existe um canal <strong>de</strong> comunicação<br />
entre o governo e os setores. Em 2006, foram criados grupos para<br />
trabalharem cinco temas transversais: direito autoral, educação, memória e<br />
preservação, economia da cultura e temas trabalhistas e tributários.<br />
31
32<br />
Projeto Ca<strong>de</strong>irantes<br />
Foto: Aquilino Bouzan<br />
Projeto Tamtam<br />
Foto: Monique Cabral<br />
Quebra <strong>de</strong> barreiras e inclusão<br />
O Programa Arte sem Barreiras atua na difusão das políticas públicas do Ministério<br />
da Cultura para a inclusão através da arte e acessibilida<strong>de</strong> cultural. Uma<br />
caminhada <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 15 anos, em parceria com os núcleos voluntários estabelecidos<br />
em todo o país, permitiu o intercâmbio <strong>de</strong> informações entre pessoas e<br />
instituições que trabalham na quebra <strong>de</strong> preconceitos.<br />
Em 2005, com o patrocínio das Loterias da Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral, realizou o<br />
Projeto Além dos Limites com mostras em diversos municípios brasileiros. Os<br />
seminários, oficinas, espetáculos artísticos e exposições <strong>de</strong> artes plásticas refletiram<br />
a evolução do comportamento do brasileiro frente às questões da <strong>de</strong>ficiência,<br />
reforçando o quanto é oportuno que ela se faça através da arte.<br />
O programa ampliou, em 2006, o atendimento direto<br />
aos artistas, no Projeto Além dos Limites e na<br />
Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Mostras Regionais, on<strong>de</strong> é apresentado o<br />
trabalho <strong>de</strong>sses artistas. A proposta é incentivar a<br />
produção e a circulação <strong>de</strong> conhecimentos nos campo<br />
da arte e promover apresentações <strong>de</strong> experiências<br />
e processos estéticos para a valorização da percepção<br />
e da expressão individual.<br />
Por edital, foi realizada a seleção <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong><br />
companhias e grupos que trabalharam pela inclusão<br />
através da arte. O resultado do trabalho foi<br />
apresentado em Mostras Regionais e fechou com<br />
o Festival Brasileiro Além dos Limites, no Rio <strong>de</strong>
Cia Ímpar <strong>de</strong> Teatro<br />
Foto: Aquilino Bouzan<br />
Cia Ímpar <strong>de</strong> Teatro<br />
Foto: Aquilino Bouzan<br />
Limites Cia. <strong>de</strong> Dança<br />
Foto: Aquilino Bouzan<br />
Janeiro e em Brasília. O programa investiu na ampla divulgação dos artistas e<br />
na formação do público para esse segmento cultural em parceria com as secretarias<br />
municipais e estaduais <strong>de</strong> Cultura e Educação.<br />
Em 2006, com o patrocínio das Loterias da Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral, tradicional<br />
parceira do Programa Arte sem Barreiras, realizou o Projeto Além dos<br />
Limites, com apoio a companhias estáveis e artistas que atuam nas diversas<br />
áreas <strong>de</strong> atuação da Fundação – dança, música, teatro e artes visuais–,<br />
com subvenção para montagem <strong>de</strong> espetáculos e exposições. Os 20 projetos<br />
escolhidos por edital tiveram a supervisão <strong>de</strong> um especialista para cada<br />
área, durante os meses <strong>de</strong> sua duração. Esses espetáculos foram apresentados<br />
ao longo <strong>de</strong> 2006 nas Mostras Regionais e no Festival Brasileiro. O<br />
objetivo foi apoiar a pesquisa da linguagem dos vários campos das artes,<br />
com orientação <strong>de</strong> curadores <strong>de</strong> reconhecida capacida<strong>de</strong> e atuação, a fim <strong>de</strong><br />
criar espetáculos com qualida<strong>de</strong> técnica que os cre<strong>de</strong>ncie à ocupação <strong>de</strong><br />
qualquer espaço profissional <strong>de</strong> exibição.<br />
As Mostras do Arte sem Barreiras, que aconteceram <strong>de</strong> julho a setembro <strong>de</strong><br />
2006, contaram com apresentações artísticas, exposição <strong>de</strong> artes plásticas,<br />
grupos <strong>de</strong> dança, teatro, música, oficinas, palestras e <strong>de</strong>bates sobre pessoas<br />
com <strong>de</strong>ficiência e sua inclusão pela ativida<strong>de</strong> artística nas várias linguagens<br />
e políticas públicas inclusivas. O programa contou com a parceria das<br />
secretarias do estado e do município nas áreas <strong>de</strong> educação, saú<strong>de</strong>, comunicação,<br />
assistência social, fundações culturais, universida<strong>de</strong>s e entida<strong>de</strong>s<br />
que tiveram esse perfil <strong>de</strong> trabalho com o <strong>de</strong>ficiente.<br />
O programa também realizou o Festival Brasileiro Além dos Limites, com<br />
apresentações artísticas dos grupos selecionados no edital. Espetáculos <strong>de</strong><br />
dança, música, teatro e exposição <strong>de</strong> artes plásticas. O festival ocupou os<br />
espaços da <strong>Funarte</strong> e da Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral, no Rio <strong>de</strong> Janeiro, <strong>de</strong> 9 a<br />
11 <strong>de</strong> outubro, e em Brasília, <strong>de</strong> 6 a 10 <strong>de</strong> novembro.<br />
33
34<br />
Programa Nacional <strong>de</strong> Apoio à Cultura - Pronac<br />
O Programa Nacional <strong>de</strong> Apoio à Cultura - Pronac/<strong>Funarte</strong>, analisou no período<br />
<strong>de</strong> 2003 a 2006, o total <strong>de</strong> 14.707 projetos nas suas diversas áreas <strong>de</strong> competência.<br />
Todas as análises foram realizadas por técnicos especializados,<br />
tanto nos mecanismos <strong>de</strong> apoio do mecenato e Fundo Nacional <strong>de</strong> Cultura/<br />
FNC, ambos subordinados às normas da Lei 8.313/91 – Lei <strong>de</strong> Incentivo à<br />
Cultura.<br />
PROJETOS ANALISADOS PELO PRONAC/FUNARTE<br />
<strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2003 a 5 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2006<br />
ANO MÚSICA ARTES CÊNICAS ARTESVISUAIS AUDIOVISUAL HUMANIDADES RELATÓRIO FINAL DE PREST. DE CONTAS TOTAL ANUAL<br />
2003 1.306 1.112 720 73 18 365 3.594<br />
2004 605 1.042 548 396 - 470 3.061<br />
2005 795 1.523 968 - - 194 3.480<br />
2006 1.484 1.908 1.029 - - 151 4.570000000 00000<br />
Total geral <strong>de</strong> projetos analisados no período 14.707<br />
14.707
Edição e Coor<strong>de</strong>nação Geral<br />
Marlene Marlene Niches Niches Custódio<br />
Custódio<br />
Texto<br />
Ana Ana Bárbar Bárbara Bárbar a Elias<br />
Elias<br />
Mar Marcelo Mar celo Mavignier<br />
Mavignier<br />
Oswaldo Oswaldo Car Carvalho Car alho<br />
Rodrigo odrigo Chia Chia<br />
Chia<br />
Revisão<br />
Már Már Márcia Már Már cia Cotrin<br />
Cotrin<br />
Alexandr lexandr lexandra lexandr a Ber Bertolla Ber tolla<br />
Produção<br />
Suzana Suzana Car Cardoso Car doso<br />
Gladys Gladys Gladys Coimbr Coimbra Coimbr<br />
Adriano Adriano F FFrança<br />
F ança (estagiário)<br />
(estagiário)<br />
(estagiário)<br />
Fotos<br />
Acer Acervo Acer o F FFunar<br />
F unar unarte/Cedoc<br />
unar te/Cedoc<br />
Divulgação<br />
Divulgação<br />
Sebastião Sebastião Castellano<br />
Castellano<br />
Peças gráficas<br />
Eliane Eliane Eliane Mor Moreir Mor Moreir<br />
eir eira eir<br />
Fernanda ernanda L LLemos<br />
L emos<br />
Gilv Gilvan Gilv an F FFrancisco<br />
F ancisco<br />
Paula aula Nogueir Nogueira Nogueir<br />
Projeto Gráfico<br />
Fernanda ernanda L LLemos<br />
L emos<br />
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