técnicas fonoarticulatórias para o profissional da voz - CEFAC
técnicas fonoarticulatórias para o profissional da voz - CEFAC
técnicas fonoarticulatórias para o profissional da voz - CEFAC
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
RESUMO<br />
TÉCNICAS FONOARTICULATÓRIAS<br />
PARA O PROFISSIONAL DA VOZ *<br />
PHONEARTICULATORS TECHNICS FOR THE VOICE<br />
PROFESSIONAL<br />
Fabíola Moura Reis dos Santos'<br />
Vicente José Assencio-Ferreira2<br />
Introdução : a ca<strong>da</strong> dia cresce o número de profissionais que usam a <strong>voz</strong> como instrumento de trabalho, confio professores, locutores,<br />
repórteres e atores . Esses profissionais buscam aperfeiçoamento na expressão oral por meio de articulação clara e precisa . Objetivo<br />
: contribuir com a fonoaudiologia na área de <strong>voz</strong> <strong>profissional</strong>, enumerando os principais exercícios fonoarticulatórios citados na<br />
literatura e seus benefícios <strong>para</strong> a <strong>voz</strong> . Métodos : levantamento <strong>da</strong>s <strong>técnicas</strong> <strong>fonoarticulatórias</strong> através de revisão bibliográfica de<br />
livros de teatro, canto e oratória . Também foram estu<strong>da</strong>dos autores que pesquisaram o tema com objetivo terapêutico . Resultados<br />
: foi possível conhecera opinião dos autores sobre a eficiência de ca<strong>da</strong> exercício e fazer uma espécie de manual <strong>para</strong> auxiliar<br />
o fonoaudiólogo no trabalho com o <strong>profissional</strong> <strong>da</strong> <strong>voz</strong> e com outros pacientes, já que essas <strong>técnicas</strong> podem ser eficazes em diferentes<br />
patologias, desde que devi<strong>da</strong>mente direciona<strong>da</strong>s . Conclusões : foi possível estabelecer 153 exercícios <strong>para</strong> o treinamento<br />
de profissionais <strong>da</strong> <strong>voz</strong> . O treino artículatório não só aumenta a projeção vocal, como também descentraliza o trabalho <strong>da</strong> laringe<br />
durante a fonação .<br />
Descritores : <strong>voz</strong> ; treinamento <strong>da</strong> <strong>voz</strong> ; quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> <strong>voz</strong> .<br />
N<br />
INTRODUÇÃO<br />
A ca<strong>da</strong> dia cresce o número de profissionais que usam a <strong>voz</strong> como instrumento de trabalho, como professores, locutores,<br />
repórteres e atores . Para melhor desempenho nesse mercado tão competitivo, esses profissionais buscam aperfeiçoamento<br />
na expressão oral por meio de articulação clara e precisa . Eles procuram a aju<strong>da</strong> fonoaudiológica na esperança de<br />
superar qualquer distúrbio no processo de comunicação e na tentativa de se tornarem profissionais diferenciados nas suas<br />
áreas de atuação . Como a fonoaudiologia estética é uma área ain<strong>da</strong> muito recente, cabe a nós, fonoaudiólogos, pesquisarmos<br />
mais profun<strong>da</strong>mente o assunto <strong>para</strong> suprir as necessi<strong>da</strong>des de nossos clientes .<br />
A história <strong>da</strong> busca pela perfeição <strong>da</strong> fala é tão antiga quanto a história <strong>da</strong>s primeiras civilizações humanas . Desde a<br />
Grécia antiga, no início dos estudos sobre a retórica, que a socie<strong>da</strong>de valorizava a expressão oral . No Egito Antigo a preferencia<br />
por <strong>voz</strong>es nasais e vibrantes <strong>para</strong> a arte do canto pôde ser observa<strong>da</strong> em pinturas e relevos que representavam os<br />
cantores . Nessas gravuras, a nasali<strong>da</strong>de era salienta<strong>da</strong> pelo enrugamento do nariz, pelos olhos revirados e pela tensão <strong>da</strong><br />
musculatura bucal e cervical .(') Demóstenes, que se tornou o maior orador <strong>da</strong> Grécia Antiga, corrigiu defeitos de dicção<br />
colocando seixos na boca e tentando pronunciar as palavras <strong>da</strong> forma mais correta possível .(2) 0 artista árabe Ali-ibn-<br />
Serjab-Srafierjab colocava fibras de madeira entre os dentes de seus discípulos <strong>para</strong> acostumá-los a abrirem a boca . No<br />
Japão, os cantores emitiam sons fortemente guturais e retidos, pois os japoneses consideram vulgar abrir muito a boca .<br />
No século XVII, mais precisamente em 1613, o espanhol Cerone expõe as regras <strong>da</strong> vocalização e <strong>da</strong> pronúncia <strong>para</strong> o<br />
cantor .(') 0 autor contou ain<strong>da</strong> com a contribuição <strong>da</strong> cantora lírica Montserrát Caballé e do ator Enrique Guitart <strong>para</strong> estu<strong>da</strong>r<br />
a dicção liga<strong>da</strong> ao canto, a declamação no teatro e a oratória . Houve até mesmo a criação de um gourmet de fonética<br />
'Trabalho realizado no <strong>CEFAC</strong> - Centro de Especialização em Fonoaudiologia Clínica .<br />
'Fonoaudoooga do Curso de Especialização em Voz do <strong>CEFAC</strong> .<br />
2 Prof. Dr. Neurologista Docente do <strong>CEFAC</strong> .<br />
53<br />
Rev <strong>CEFAC</strong> 2001 ;3 :53-64
5 4 Santos FMR, Assencio-Ferreira VI<br />
<strong>para</strong> aperfeiçoar o trabalho com os seus atores .( 3 ~ A importância<br />
<strong>da</strong><strong>da</strong> à eloqüência em Atenas e a história de Demóstenes<br />
foram estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s <strong>para</strong> justificar a importância <strong>da</strong> fala<br />
no mundo em que vivemos, já que ela é um instrumento de<br />
trabalho importantíssimo . (4)<br />
Apesar de o estudo <strong>da</strong> <strong>voz</strong> fala<strong>da</strong> se confundir com a história<br />
do homem, parece que nenhum autor se preocupou<br />
até agora em enumerar to<strong>da</strong>s as <strong>técnicas</strong> <strong>fonoarticulatórias</strong>,<br />
investigando sua real competência . Sendo assim, este trabalho<br />
se propõe a responder às seguintes questões : quais seriam<br />
as <strong>técnicas</strong> <strong>fonoarticulatórias</strong> necessárias <strong>para</strong> aprimorar<br />
a articulação e como atuariam melhorando-a?<br />
MÉTODO<br />
Revisão <strong>da</strong> Literatura<br />
Este trabalho de pesquisa foi realizado por meio de<br />
levantamento bibliográfico, abrangendo não apenas a área<br />
de fonoaudiologia, como também as publicações e revistas<br />
nas áreas de teatro, canto e oratória .<br />
Stanisla vski<br />
A importância <strong>da</strong> dicção é enfatiza<strong>da</strong> com relação à<br />
própria inteligibili<strong>da</strong>de do texto a ser declamado pelo ator<br />
no teatro .(') Em busca <strong>da</strong> precisão articulatória, ele desen<br />
volveu o que chamou de gourmet de fonética . Pela observação<br />
<strong>da</strong> posição <strong>da</strong> língua e <strong>da</strong> abertura <strong>da</strong> boca na pronúncia<br />
<strong>da</strong>s vogais, foram estu<strong>da</strong>dos os pontos articulatórios de<br />
to<strong>da</strong>s as consoantes . Inicialmente treinou-se com a produção<br />
isola<strong>da</strong> de ca<strong>da</strong> consoante, depois a formação de sílabas<br />
aleatórias, palavras e, finalmente, frases . O treino não<br />
só permitia uma articulação mais clara e precisa, como também<br />
aumentava a projeção vocal, garantindo que o ator<br />
fosse ouvido por todo o público .<br />
Bloch<br />
Os problemas articulatórios estariam ligados ao mau<br />
funcionamento ou à <strong>para</strong>lisia do véu palatino, à hipertonia,<br />
a dentes mal implantados ou à sua má oclusão, entre<br />
outros, como a rigidez mandibular, a boca semicerra<strong>da</strong>, a<br />
disartria causa<strong>da</strong> por uma lesão neurológica ou um simples<br />
erro de mecanismo .(`) A pronúncia é considera<strong>da</strong> como a<br />
escolha dos sons <strong>da</strong> palavra e articulação como o processo<br />
de formação dos sons e <strong>da</strong>s subas . Então, a palavra mal<br />
pronuncia<strong>da</strong> é aquela que contém um ou mais sons errados<br />
ou quando é altera<strong>da</strong> por omissão, adição, troca ou distorção<br />
dos sons ou mau uso <strong>da</strong> acentuação . já a palavra mal<br />
articula<strong>da</strong> é aquela cujos sons não são emitidos com precisão<br />
. Para o autor, o trabalho com a articulação é tão importante<br />
que chega a descentralizar o trabalho <strong>da</strong> laringe<br />
durante a fonação . A mandíbula foi considera<strong>da</strong> como um<br />
Rev <strong>CEFAC</strong> 2001 ;3 :53-64<br />
dos órgãos articuladores mais importantes por acreditar-se<br />
que a tensão e a abertura de boca incorreta alteram a fala .<br />
Sendo assim, o seguinte exercício é sugerido : fechar os<br />
dentes firmemente, manter a boca fecha<strong>da</strong> (sem exagerar<br />
na força) e deixar o queixo cair levemente .<br />
Sanchez<br />
Os lábios foram relacionados como órgãos fonéticos<br />
importantes porque eles intervêm na articulação dos fonemas,<br />
principalmente /p/, /m/, /f/ e /v/.( 5 ) A partir de pesquisas<br />
sobre o lábio leporino em crianças, foram desenvolvidos<br />
exercícios <strong>para</strong> combater a imobili<strong>da</strong>de e a debili<strong>da</strong>de labial :<br />
Li Com os maxilares quase juntos :<br />
Projetar os lábios unidos .<br />
Projetar os lábios unidos, contraindo-os .<br />
Projetar os lábios unidos, <strong>para</strong> cima e <strong>para</strong> baixo .<br />
* Com os lábios entreabertos : realizar os exercícios anteriores<br />
.<br />
* Com os lábios totalmente se<strong>para</strong>dos e a boca aberta :<br />
realizar os exercícios anteriores .<br />
LI Tração do lábio superior <strong>para</strong> baixo, com a aju<strong>da</strong> do<br />
lábio inferior .<br />
J Articular de forma rápi<strong>da</strong> Ia a, Ia o e Ia u . Depois Ia a, Ia e,<br />
Ia i, com movimentos exagerados .<br />
U Articular /p/, /m/, /b/, /f/ e /v/ .<br />
LI Vibrar os lábios .<br />
Também são sugeridos exercícios <strong>para</strong> a mobili<strong>da</strong>de<br />
do véu palatino, combinando os exercícios fonéticos com<br />
os respiratórios :( 5 )<br />
" Com um pequeno objeto, que pode ser uma espátula,<br />
toca-se a parte posterior do véu, produzindo-se imediatamente<br />
um movimento reflexo e aproximando-se o véu<br />
<strong>da</strong> parede faríngea .<br />
" Elevar o véu imitando um bocejo .<br />
" Colocar um espelho nas narinas <strong>para</strong> conscientizar o paciente<br />
de que ele só deve embaçar nos fonemas nasais .<br />
" Inspiração nasal . Articulação do fonema /i/, com saí<strong>da</strong><br />
violenta do ar . Descanso . Repetir várias vezes .<br />
LI Mesmo do anterior, agora com o fonema /u/ .<br />
U Inspiração nasal . Articulação dos fonemas /i/ e /u/, com<br />
esforço violento, sem voltar a inspirar previamente .<br />
Descanso . Repetir .<br />
L.I Inspiração nasal . Articulação alterna<strong>da</strong> dos fonemas /i/ e<br />
/u/, até esgotar o ar inspirado . Descanso . Repetir .<br />
J Inspiração nasal . Articulação alterna<strong>da</strong> de /i/ e /o/, <strong>da</strong><br />
mesma forma anterior . Da mesma forma também realizando<br />
as seguintes combinações : /i/ e /e/; /i/ e /a/; /u/ e /o/ ;<br />
/u/ e /e/ ; /u/ e /a/ .
Técnicas de fala em profissionais <strong>da</strong> <strong>voz</strong><br />
Para <strong>da</strong>r agili<strong>da</strong>de e mobili<strong>da</strong>de à língua, o autor sugeriu<br />
os exercícios seguintes :<br />
U Sacar a língua lenta e, logo, rapi<strong>da</strong>mente .<br />
J Levá-la <strong>para</strong> cima, <strong>para</strong> baixo, <strong>para</strong> a direita e <strong>para</strong> a<br />
esquer<strong>da</strong> .<br />
13 Movimento circular <strong>da</strong> direita à esquer<strong>da</strong>, e <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong><br />
à direita .<br />
12 Dobrar a língua <strong>para</strong> cima e <strong>para</strong> trás, com a aju<strong>da</strong> dos<br />
incisivos inferiores .<br />
0 Golpear a face anterior e posterior dos incisivos superiores .<br />
LI Com o dorso, tocar no palato (posição <strong>da</strong> articulação<br />
dos fonemas /k/ e /gn .<br />
[I Tocar com a ponta <strong>da</strong> língua os molares superiores e inferiores,<br />
o palato e as protuberâncias alveolares superiores .<br />
U Movimento vibratório, como na articulação do /r/ .<br />
De acordo com essa concepção de exercícios, a articulação<br />
é a posição bem determina<strong>da</strong> que todos os órgãos tomam<br />
em conjunto . Diferente <strong>da</strong> pronúncia, que é a emissão<br />
de uma <strong>voz</strong> normal, com límpi<strong>da</strong> articulação de todos os fonemas<br />
e entoação apropria<strong>da</strong> .(5)<br />
Perelló<br />
Por outro lado, a articulação também é defini<strong>da</strong> como a<br />
produção dos distintos fonemas que constituem a letra e o<br />
texto de uma linha melódica .(') Uma série de <strong>da</strong>dos é apon<br />
ta<strong>da</strong>, como a veloci<strong>da</strong>de <strong>da</strong> articulação dos sons cantados<br />
sendo quatro vezes menor do que na fala ; uma articulação<br />
níti<strong>da</strong> pode transformar uma <strong>voz</strong> pequena ou mediamente<br />
forte em mais sonora que outra grande, porém com articulação<br />
imprecisa ; a dicção é a maneira estética de articular as<br />
palavras uma vez que dá inteligência e sensibili<strong>da</strong>de ao canto<br />
. A língua, por sua vez, facilita uma perfeita articulação,<br />
produzindo um movimento rápido e incessante . Durante o<br />
canto, a língua deve efetuar as mesmas atitudes, mas a linha<br />
melódica a obriga a fazer ligeiras modificações . Os atores<br />
devem procurar ter uma articulação o mais perfeita possível<br />
e devem conhecer e diferenciar o modo de produção<br />
de todos os fonemas de sua língua . Descrevendo uma emissão<br />
correta, os seguintes movimentos <strong>da</strong> língua e <strong>da</strong> boca<br />
são relacionados :(')<br />
J A língua não deve avançar em massa, nem retroceder<br />
nem se acomo<strong>da</strong>r no assoalho <strong>da</strong> boca .<br />
LJ A ponta <strong>da</strong> língua deve tocar a parede posterior dos incisivos<br />
.<br />
U 0 dorso <strong>da</strong> língua deve estar ligeiramente elevado .<br />
U A base <strong>da</strong> língua se eleva mais ou menos segundo as<br />
vogais .<br />
LJ A base <strong>da</strong> língua deve ter mais tendência a elevar-se que<br />
se abaixar .<br />
U A boca deve ter uma atitude natural, com um sorriso acolhedor,<br />
sem jamais abri-Ia demais nem avançar os lábios<br />
em forma de tubo . Os lábios devem cobrir os dentes .<br />
A posição corporal ideal <strong>para</strong> o desenvolvimento <strong>da</strong><br />
<strong>voz</strong> é a apoia<strong>da</strong> nos pés, ligeiramente se<strong>para</strong>dos, coluna<br />
reta, ombros relaxados, cabeça ergui<strong>da</strong> e mandíbula rela<br />
xa<strong>da</strong> . 0 autor também citou alguns exercícios <strong>para</strong> <strong>da</strong>r mobili<strong>da</strong>de,<br />
força e elastici<strong>da</strong>de aos órgãos fonoarticulatórios<br />
. Exercícios que devem ser feitos 20 vezes por dia .<br />
1 . Abrir a boca ao máximo, mandíbula e comissuras labiais<br />
se<strong>para</strong><strong>da</strong>s . Fazer esse movimento em um só golpe<br />
.<br />
- Fechar a boca instantaneamente e apertar os<br />
dentes .<br />
2 . Abrir a boca fortemente, mover a mandíbula <strong>para</strong> a<br />
direita e <strong>para</strong> a esquer<strong>da</strong> . Sem mover a cabeça .<br />
3 . Projetar repentinamente a mandíbula <strong>para</strong> frente .<br />
- Baixar a mandíbula .<br />
- Fechar a mandíbula com força .<br />
4 . Boca fecha<strong>da</strong>, apertar os lábios <strong>para</strong> dentro . Apertálos<br />
um contra o outro com energia .<br />
- Se<strong>para</strong>r rapi<strong>da</strong>mente os lábios mostrando os<br />
dentes cerrados .<br />
- Voltar a apertar os lábios .<br />
5 . Inflar as bochechas com os lábios fechados .<br />
6 . Abrir e fechar a boca aberta e, logo, com os lábios juntos<br />
.<br />
7 . Abrir a boca . Exteriorizar a língua afila<strong>da</strong> . Reintroduzir<br />
a língua na boca e fechá-la .<br />
8 . Com a boca aberta, colocar a língua <strong>para</strong> dentro e<br />
<strong>para</strong> fora rapi<strong>da</strong>mente .<br />
9 . Girar a língua com a boca fecha<strong>da</strong> .<br />
10 . Com a boca aberta, a ponta <strong>da</strong> língua toca sucessivamente<br />
os dentes superiores, inferiores, a comissura<br />
labial direita e a esquer<strong>da</strong> .<br />
11 . Boca aberta, exteriorizar a língua e mover sua ponta<br />
<strong>para</strong> cima e <strong>para</strong> baixo .<br />
12 . Apertar os lábios, soprar e fazer uma pequena plosão .<br />
13 . Pronunciar sucessiva e rapi<strong>da</strong>mente /ta/ e /ka/ .<br />
Nunes<br />
A articulação é a "ginástica bucal" que modifica os sons<br />
<strong>da</strong> pregas vocais, transformando-os em vogais e consoantes<br />
.(') A articulação ideal é aquela que ressalta ca<strong>da</strong> sílaba,<br />
considerando as consoantes, respeitando a sonori<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s<br />
vogais e, conseqüentemente, <strong>da</strong>ndo clareza, energia e vee-<br />
5 5<br />
Rev <strong>CEFAC</strong> 2001 ;3 :53-64
56 Santos FMR, Assencio-Ferreira VI<br />
meneia às palavras . As dislalias são alterações <strong>da</strong>s palavras,<br />
são defeitos de articulação na emissão <strong>da</strong>s consoantes .<br />
Esses defeitos podem ser de origem congênita, mecânica<br />
ou psíquica ; passando por anomalias dos órgãos bucais, má<br />
implantação dentária, vícios adquiridos na infância e até<br />
causas nervosas ou mesológicas . Para a correção <strong>da</strong>s dislalias,<br />
o paciente deve observar, com o auxilio de um espelho,<br />
a posição dos órgãos móveis (língua, lábios e palato mole)<br />
durante a emissão <strong>da</strong>s consoantes . Uma série de aliterações,<br />
no início dos trabalhos, deve ser li<strong>da</strong> muito devagar,<br />
exagerando as articulações, até que possam ser li<strong>da</strong>s rapi<strong>da</strong>mente<br />
e com nitidez . Vamos citar aqui apenas os exercícios<br />
enumerados <strong>para</strong> flexibili<strong>da</strong>de dos órgãos bucais . (6)<br />
Para a mandíbula :<br />
U Abrir a boca lentamente dizendo : ma, ma, ma, ma e fechá-la<br />
também muito lentamente : - iara - iate - iaga -<br />
iansã .<br />
J Abrir e fechar a boca com firmeza e rapidez dizendo<br />
muitas vezes : ba - ba - ba - ba - ba - ba - ba .<br />
J Dizer lentamente : não há luar - não há luar - não há<br />
luar . . .<br />
Para o palato mole :<br />
Bocejar . Dizer lentamente : gong, gong, gong, gong .<br />
U Emitir e alternar a vogal oral com nasal : a ã - e em - o<br />
om-i im-u um -móm-mó o .<br />
Gargarejar .<br />
Para a língua :<br />
U Põr a língua <strong>para</strong> fora e recolhe-la rapi<strong>da</strong>mente .<br />
J Arquear a língua até encostar a ponta no palato mole .<br />
U Arquear a língua <strong>para</strong> cima e <strong>para</strong> baixo .<br />
Bater com a ponta <strong>da</strong> língua na face anterior e logo na<br />
posterior dos incisivos inferiores . Fazer o mesmo contra os<br />
incisivos superiores . Rapi<strong>da</strong>mente, várias vezes .<br />
U Fazer rotações com a língua, contornando os lábios com<br />
a boca aberta e também contra os lábios cerrados .<br />
U Firmar todo o contorno <strong>da</strong> língua nos molares superiores,<br />
deixando apenas a ponta livre <strong>para</strong> golpear o palato,<br />
dizendo : Ia le li lo lu lo li le Ia .<br />
U Articular lentamente, apressando aos poucos : telê-telê<br />
- telê - telê, variar as vogais . ftd ftd ftd ftd<br />
Articular lentamente, apressando aos poucos : terê -<br />
terê - terê - terê - terê - trê ; variar as consoantes iniciais<br />
e as vogais - fara - fara - fara - fara - fira etc .<br />
LJ Firmar a ponta <strong>da</strong> língua nos alvéolos dos incisivos superiores<br />
e expirar com muita pressão <strong>para</strong> provocar vibrações<br />
<strong>da</strong> ponta <strong>da</strong> língua .<br />
Rev <strong>CEFAC</strong> 2001 ;3 :53-64<br />
" Imitar campainhas : trrrim - trrrim - trrrim, ou sinos :<br />
belelém - belelém - belelém .<br />
Tambores : prrrrr - prrrrr - prrrr .<br />
" Consoantes que são articula<strong>da</strong>s com movimentos <strong>da</strong> língua<br />
contra o palato :<br />
Ia le li lo lu lo li le Ia le li lo lu lo li le Ia le li lo lu lo . . .<br />
na ne ni no nu no ni ne na ne ni no nu no ni ne na ne ni no nu no . . .<br />
ta te ti to tu to ti te ta te ti to tu to ti te ta te ti to tu to . . .<br />
<strong>da</strong> de di do du do di de <strong>da</strong> di do du do di de <strong>da</strong> de di do du do . . .<br />
LJ Teu tio Tadeu te deu teus dois tetéus . . .(várias vezes) .<br />
J Lana, Leria, Lina e Lola louvam Nina e Ma<strong>da</strong>lena .<br />
Para os lábios :<br />
Dizer muitas vezes :<br />
iu-iu-lu-lu-lu iu-lu iu-ruiu-iu-lu-Muiu .<br />
tuim - tuira - tuiuva -tuiuca tuiuiú - suíno - suiurá -<br />
siúba - siusi .<br />
* Ler com os dentes cerrados, exagerando a articulação<br />
labial .<br />
* Comprimir fortemente os lábios e soprar com explosão :<br />
* P- P- P- P- P - primeiro sem som, depois dizendo : pa -<br />
pé -pi-po-pu-pa-pe-pi-po-pu . . . com muita<br />
rapidez e firmeza .<br />
Assobiar .<br />
* Soprar tiras de papel .<br />
LJ Leitura afõnica, exagerando as articulações .<br />
J Repetir a mesma leitura relaxando o maxilar inferior .<br />
LI Ler o seguinte trecho <strong>da</strong> Lua de Ouro freto, de Murilo<br />
Mendes :<br />
Lua, luar!<br />
Oh! Celebrarei<br />
Na lira ala<strong>da</strong><br />
Doi<strong>da</strong> de amar -<br />
Na lira ama<strong>da</strong><br />
Lua e luar .<br />
Um ponto é lua<br />
Outro é luar<br />
Não confun<strong>da</strong>mos<br />
Estou man<strong>da</strong>ndo<br />
A lua luar .<br />
Sou luarento<br />
Aluado sou<br />
Vamos amar!<br />
Segre<br />
E na boca que acontecem a articulação dos fonemas e a<br />
ressonância do sinal laríngeo e é por isso mesmo que qual-
Técnicas de fala em profissionais <strong>da</strong> <strong>voz</strong><br />
quer alteração, como a ausência de dentes (com escape de<br />
ar e língua entre os dentes) e a oclusão inadequa<strong>da</strong> dos<br />
maxilares podem provocar transtornos na articulação <strong>da</strong><br />
palavra e distorções no mecanismo <strong>da</strong> ressonãncia .(7) A tensão<br />
de mandíbula não só compromete a musculatura facial<br />
e mastigatória, como também afeta a articulação temporomandibular,<br />
resultando numa fonação quase sem abertura<br />
de boca . Por isso, alguns exercícios são indicados <strong>para</strong> relaxar<br />
a mandíbula .(')<br />
A massagem <strong>da</strong>s bochechas nos masseteres é importante<br />
. O sopro áfono em posição de /a/ facilita a percepção<br />
<strong>da</strong> desci<strong>da</strong> <strong>da</strong> mandíbula .<br />
LJ Com os olhos fechados, <strong>para</strong> perceber internamente o<br />
jogo muscular .<br />
LI Usando um espelho <strong>para</strong> observar o ângulo de abertura<br />
ideal, depois de conseguir o relaxamento .<br />
Da mesma forma, devem ser exercita<strong>da</strong>s to<strong>da</strong>s as vogais<br />
individualmente e em combinação de três, antes de<br />
passar a sílabas e palavras .<br />
IJ Movimentos mastigatórios com a boca fecha<strong>da</strong>, abrindo-a<br />
de vez em quando (semelhante a uma mastigação<br />
grosseira) .<br />
LJ Exercício de vogais, sílabas e palavras, mastigando . Isto<br />
facilita o relaxamento dos músculos mastigatórios, muito<br />
potentes e que se contraem facilmente .<br />
J Exercitação do som em uma zona cômo<strong>da</strong> (em ca<strong>da</strong><br />
vogal), controlando o relaxamento mandibular (com<br />
controle visual, manual e proprioceptivo) .<br />
Outros fatores que modificam a dicção e a modulação<br />
também devem ser considerados : a i<strong>da</strong>de, o temperamento,<br />
o meio social, o idioma e os dialetos . A língua é o mais<br />
importante e ativo dos articuladores, além de ser o órgão<br />
responsável pela modificação <strong>da</strong> cavi<strong>da</strong>de oral durante a<br />
sua movimentação e pela quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> ressonância . A posição<br />
<strong>da</strong>s vogais está assim descrita :(7)<br />
U /a/- boca se<strong>para</strong><strong>da</strong> com os lábios relaxados ; língua descansando<br />
no assoalho <strong>da</strong> boca ; ponta <strong>da</strong> língua apoia<strong>da</strong><br />
suavemente contra os incisivos inferiores ; véu elevado e<br />
tenso toca na parede faríngea posterior, impedindo a<br />
saí<strong>da</strong> de ar pelo nariz .<br />
J /e/ - boca se<strong>para</strong><strong>da</strong>, mas com leve tensão <strong>da</strong>s comissuras<br />
; dentes incisivos superiores apenas visíveis ; língua<br />
levemente eleva<strong>da</strong> nas bor<strong>da</strong>s posteriores ; véu semelhante<br />
ao /a/.<br />
U /i/ - arca<strong>da</strong>s dentárias apenas se<strong>para</strong><strong>da</strong>s ; tensão <strong>da</strong>s<br />
comissuras labiais, semelhante a um leve sorriso ; ponta<br />
<strong>da</strong> língua contra os incisivos inferiores e dorso mais ele-<br />
vado, próximo do palato duro ; véu e faringe mais elevados,<br />
reduzindo-se o espaço bucofaríngeo .<br />
LJ /o/ - boca oval, não muito aberta ; lábios protruídos por<br />
ação dos músculos orbicular e bucinador ; posição posterior<br />
<strong>da</strong> língua eleva<strong>da</strong>, menos do que na vogal /i/; laringe<br />
mais baixa .<br />
J /u/ - boca protruí<strong>da</strong> com lábios quase fechados ; dorso<br />
<strong>da</strong> língua mais elevado que na vogal /o/; os espaços <strong>da</strong><br />
boca e <strong>da</strong> faringe se alargam e a laringe baixa ; véu brando<br />
como no /o/ .<br />
As consoantes foram classifica<strong>da</strong>s de acordo com o ponto<br />
de articulação, a forma <strong>da</strong> emissão e o tipo de som provocado<br />
como, por exemplo, as bilabiais, labiodentais, plosivas<br />
e fricativas .(7) Estão relacionados o movimento <strong>da</strong> língua<br />
com o do véu palatino : sempre que a base <strong>da</strong> língua sobe, o<br />
véu baixa e vice-versa . Essa informação é importante <strong>para</strong><br />
determinar a composição sonora dos fonemas e sua articulação<br />
correta . A relação língua-véu também é definitiva na<br />
emissão <strong>da</strong>s vogais . As emissões com pouco volume permitem<br />
uma percepção maior <strong>da</strong> dicção e articulação de lábios e<br />
língua . Alguns exercícios são sugeridos utilizando apenas o<br />
sopro expiratório .<br />
LJ Prática áfona exalando o ar inspirado :<br />
Inspiração --- a/--- mandíbula levemente relaxa<strong>da</strong><br />
Inspiração --/e/--- leve sorriso<br />
Inspiração ---/i/--- maior extensão <strong>da</strong>s comissuras<br />
labiais<br />
Inspiração ---/o/--- boca levemente ovala<strong>da</strong><br />
Inspiração ---/u/--- lábios estirados e quase fechados<br />
" Prática áfona de combinação de vogais :<br />
Inspiração aeaeaeae<br />
Inspiração eieieieiei ---Produção com apoio abdominal<br />
Inspiração oaoaoaoa<br />
Inspiração aeiaeiaei<br />
Inspiração aeiouaeiou<br />
Prática dos exercícios anteriores com som .<br />
" As consoantes devem ser exercita<strong>da</strong>s em sílabas e só é<br />
conveniente especificar seu ponto de articulação quando<br />
existem vícios de dicção, ou seja, quando a ponta <strong>da</strong><br />
língua toca um ponto que não corresponde à produção<br />
do _fonema .<br />
LJ Prática de sílabas áfonas combinando to<strong>da</strong>s as vogais :<br />
com e sem movimento corporal de cabeça e braços :<br />
Papapa, pepepe, pipipi . . . ; sasasa, sesese, sisisi . ; cosacosacosa<br />
J Prática sonora de sílabas e palavras em monopitch (conforme<br />
o original em espanhol) :<br />
Monorosarisa .<br />
Cosamiradoresaca .<br />
Púsolaalvientocorriendo .<br />
57<br />
Rev <strong>CEFAC</strong> 2001 ;3 :53-64
5 8 Santos FMR, Assencio-Ferreira VI<br />
LI Prática de frases áfonas e com som com continuação<br />
(num único sopro expiratório) :<br />
Queroirmedestacasa amanhãvenhobuscarte (conforme<br />
o original em espanhol)<br />
U Prática de trava-línguas em diversas veloci<strong>da</strong>des :<br />
áfonos - com e sem dinâmica corporal<br />
sonoros - com e sem dinâmica corporal<br />
" Prática de leitura de frases, rimas e trava-línguas mordendo<br />
um lápis (introduzindo uma ponta de apenas 1 cm<br />
dentro <strong>da</strong> boca) .<br />
" Exercício <strong>para</strong> fluidez na dicção :<br />
- áfona, com lápis - lento, rápido, normal<br />
- sonora, com lápis - lento, rápido, normal<br />
- áfona, sem lápis - lento, rápido, normal<br />
- sonora, sem lápis - lento, rápido, normal<br />
U Leitura rítmica : observando o acento lógico <strong>da</strong> frase,<br />
com o apoio abdominal .<br />
0 terapeuta deve iniciar o trabalho com a exercitação<br />
<strong>da</strong>s vogais áfonas durante a expiração e corrigir as posições<br />
erra<strong>da</strong>s dos lábios e <strong>da</strong> língua . Quando necessário adequar<br />
também a tensão temporomandibular e dos músculos mastigatórios<br />
. Para treinar a habili<strong>da</strong>de e a flexibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> língua<br />
deve praticar-se com um espelho, imitando o terapeuta<br />
e com os olhos fechados, estimulando a memória muscular<br />
<strong>para</strong> que o efeito seja duradouro .(7) Exercícios habituais :<br />
Língua<br />
- Protruir a língua tensa e retraí-Ia relaxa<strong>da</strong> .<br />
- Mover a ponta <strong>da</strong> língua <strong>para</strong> as comissuras direita<br />
e esquer<strong>da</strong> .<br />
- Mover a ponta <strong>da</strong> língua <strong>para</strong> o lábio superior e inferior<br />
.<br />
- Girá-la em torno dos lábios .<br />
- Interpô-la entre os dentes e vibrar a ponta .<br />
- Elevar e baixar a base .<br />
- Alternar a ponta entre os incisivos superiores e inferiores,<br />
atrás <strong>da</strong> arca<strong>da</strong> dentária .<br />
Véu palatino<br />
- Bocejo .<br />
- Inflando as bochechas, deixando o ar sair suave e<br />
com forte pressão .<br />
- Praticando as consoantes/k/eW, com e sem som .<br />
É fun<strong>da</strong>mental que o <strong>profissional</strong> <strong>da</strong> <strong>voz</strong> conheça o mecanismo<br />
<strong>da</strong> fala <strong>para</strong> adquirir uma dicção compreensível e<br />
uma <strong>voz</strong> audível, que não cause fadiga . 0 objetivo <strong>da</strong> dic<br />
ção, que deve ser clara e precisa sem ser exagera<strong>da</strong>, é <strong>da</strong>r<br />
Rev <strong>CEFAC</strong> 2001 ;3 :53-64<br />
expressivi<strong>da</strong>de ao texto .(7) A boa mobili<strong>da</strong>de dos órgãos <strong>da</strong><br />
articulação, o grau de abertura <strong>da</strong> boca, a posição <strong>da</strong> língua<br />
e o volume e a forma <strong>da</strong>s cavi<strong>da</strong>des de ressonância, modificam<br />
e aliviam o trabalho e o rendimento <strong>da</strong> laringe .isi<br />
Brandi<br />
A clareza <strong>da</strong> dicção depende <strong>da</strong> nitidez do desenho<br />
articulatório?) Independentemente <strong>da</strong>s dislalias, a articulação<br />
pode ser dividi<strong>da</strong> em resvalante, obscura, frouxa, ten<br />
sa e mal delinea<strong>da</strong> . Para a nitidez <strong>da</strong> articulação, os seguintes<br />
exercícios são indicados :<br />
Exercício com palavras dissílabas :<br />
Pronuncie somente as consoantes <strong>da</strong>s palavras <strong>da</strong><strong>da</strong>s .<br />
Ex . tinta pinto quinto minha<br />
t t p t k t m nh<br />
LI /l/ no final de palavras :<br />
sal - cal - tal - qual<br />
til - mil - Gil - vil<br />
rol - sol - gol - sul<br />
fel - fiel - mel - anel<br />
U /r/ no final de palavras (ca<strong>da</strong> série de quatro deve ser pronuncia<strong>da</strong><br />
numa só expiração, com ligeira <strong>para</strong><strong>da</strong> entre<br />
ca<strong>da</strong> palavra) :<br />
bar - <strong>da</strong>r - lar - mar<br />
ter - ler - ver - vir<br />
quer - der - cor - mor<br />
cor - dor - for - pôr<br />
LI /s/ e /z/ no final de palavras (evitar a pronúncia de ditongos<br />
onde não existem, como "nóis" em vez de "nós" ou<br />
"noz") :<br />
zás - gás - paz - rãs<br />
dez - rés - lês - vês<br />
diz - lis -fiz - quis<br />
sós - _foz - noz - <strong>voz</strong><br />
nos - vos - pus - sus<br />
" Exercício com ditongos (pronunciar ca<strong>da</strong> grupo de três<br />
palavras, desenhando com precisão o ditongo) :<br />
causa - louco - comeu - feudo - chapéu - partiu<br />
gáudio - pouco - colheu - Deus - réu - riu<br />
fauna - rouco - vendeu - meu - céu - feriu<br />
" Exercício com tritongos (repita em tom natural, falado,<br />
numa só expiração, ligando as palavras entre si com a<br />
cadência rítmica decorrente dos acentos tônicos) :<br />
déia - dia - dei-o - doeu<br />
faia - feia - feio - fiei<br />
gaia - guia - Goya - guiei<br />
laia - lia - leia - leal<br />
maio - mia - meia - moeu<br />
paio - pia - peia - piei<br />
raio - _ria - raia - roeu
Técnicas de fala em profissionais <strong>da</strong> <strong>voz</strong><br />
teia - tia - veia - voei<br />
cheia - chia - geio - geiou<br />
J Exercícios <strong>para</strong> fortalecer os fonemas bilabiais /p/, /b/ e<br />
/m/ :<br />
Faça movimentos de sucção em seco .<br />
Aperte fortemente entre os lábios uma rolha .<br />
Repita várias vezes com firmeza :<br />
mi -bi-pi<br />
mu -bu-pu<br />
ma -ba-pa<br />
mó -bô-pó<br />
mó -bó-pó<br />
U Exercícios <strong>para</strong> fortalecer os fonemas fricativos labiodentais<br />
/f/ e /v/ :<br />
Avançar o lábio inferior <strong>para</strong> fora, fazendo beiço, várias<br />
vezes .<br />
Fazer o mesmo ; em segui<strong>da</strong>, morder a parte interna do<br />
lábio inferior ; soltar ; recomeçar várias vezes .<br />
Fazer o mesmo, mas antes de completar a mordi<strong>da</strong><br />
soprar fortemente no ponto em que o lábio inferior<br />
encosta-se à bor<strong>da</strong> dos incisivos superiores,<br />
Fazer o mesmo, sonorizando .<br />
U Para fortalecer os fonemas linguodentais /t/, /d/ e /n/:<br />
Abrir bem a boca com a mandíbula relaxa<strong>da</strong> ; comprimir<br />
a ponta <strong>da</strong> língua contra os incisivos superiores ; soltar,<br />
de forma que a ponta <strong>da</strong> língua baixe, deslizando pela<br />
parte superior dos incisivos superiores ; repetir várias<br />
vezes, ca<strong>da</strong> vez mais rapi<strong>da</strong>mente . ATENÇAO : fazer<br />
todo o possível <strong>para</strong> manter a mandíbula imóvel .<br />
U Para fortalecer os fonemas palatais :<br />
i/- encostar fortemente todo o dorso <strong>da</strong> língua no palato,<br />
tendo a ponta <strong>da</strong> língua apoia<strong>da</strong> nos incisivos superiores<br />
; em segui<strong>da</strong>, relaxar ; repetir várias vezes .<br />
/nh/- fazer o mesmo que no exercício anterior, mas com<br />
a ponta <strong>da</strong> língua apoia<strong>da</strong> nos incisivos inferiores .<br />
/ch/ - arquear as partes laterais do pré-dorso <strong>da</strong> língua,<br />
encostando-a aos molares superiores ; elevar a ponta <strong>da</strong><br />
língua, mas mantê-la desencosta<strong>da</strong> de qualquer parte <strong>da</strong><br />
boca ; verificar que as bor<strong>da</strong>s dos dentes superiores e inferiores<br />
estejam bem próximas ; soprar fortemente .<br />
l/- fazer o mesmo que no exercício anterior, sonorizando<br />
.<br />
U Para fortalecer os fonemas velares /k/ e /g/ :<br />
Abrir bem a boca, com naturali<strong>da</strong>de, com a ponta <strong>da</strong> língua<br />
encosta<strong>da</strong> nos incisivos inferiores, levantar o dorso<br />
<strong>da</strong> língua até o véu palatino e fazer vários cliques imitando<br />
um ganso . A mandíbula faz leves movimentos flexíveis,<br />
acompanhando a língua .<br />
Gargarejar sempre que puder .<br />
Inspirar, reter o sopro, prendendo o dorso <strong>da</strong> língua<br />
59<br />
contra o véu palatino ; soltar a língua e o sopro ao mesmo<br />
tempo .<br />
Fazer várias vezes gong-gong-gong, como quem quer, no<br />
início <strong>da</strong> ca<strong>da</strong> som, reter o ar entre a boca e a garganta .<br />
U Para fortalecer os fonemas fricativos alveolares/s/e/z/ :<br />
De boca aberta, enroscar a língua, de forma que a ponta<br />
role até os alvéolos dos incisivos inferiores e o pré<br />
dorso, arqueado, se apóie fortemente nos molares superiores<br />
; repita várias vezes .<br />
Fazer o mesmo e, sempre de boca aberta, soprar fortemente<br />
pelo centro <strong>da</strong> boca .<br />
Fazer o mesmo ; sem soprar, trancar os dentes, de forma<br />
que a bor<strong>da</strong> dos incisivos superiores e inferiores se encostem<br />
uma na outra, não permitindo que, ao fazê-lo, a ponta<br />
<strong>da</strong> língua se solte de sua posição ; repetir várias vezes .<br />
Fazer o mesmo que no exercício anterior, mas soprando,<br />
em segui<strong>da</strong>, sobre os incisivos superiores ; aumentar<br />
gra<strong>da</strong>tivamente a força do sopro .<br />
Fazer o mesmo, porém sonorizando .<br />
U Exercício de fortalecimento articulatório :<br />
Colocar uma rolha entre os dentes, nem pequena, nem<br />
grande demais . Ter o cui<strong>da</strong>do de deixá-la mais <strong>para</strong> fora<br />
que <strong>para</strong> dentro . Prendê-la firme entre os dentes e pronunciar<br />
as palavras do exercício . Em vez de rolha, a ponta<br />
do dedo polegar também funciona . ATENÇAO : Esforçar-se<br />
por enunciá-las com a mais absoluta nitidez, a<br />
despeito <strong>da</strong> rolha . Só assim o exercício terá valor .<br />
ajajá bariri caíco fifã ituítuí meuê-meuê sede-sede urária<br />
taiataia ovovivíparo pichororé vai-vai quejando xixi chicha<br />
zão-zão rufe-rufe guirapuru uistiti virapuru quibembeque<br />
Quinteiro<br />
A fala bem articula<strong>da</strong> depende de um organismo bem<br />
articulado como um todo .(") A articulação <strong>da</strong> fala cênica no<br />
teatro não pode ser melhora<strong>da</strong> apenas com exercícios de<br />
repetição ou imitação . Sendo assim, os seguintes exercícios<br />
<strong>para</strong> desencadear o reflexo respiratório são recomen<strong>da</strong>dos<br />
.('°)<br />
Sentado confortavelmente, mantendo posição anatômica<br />
e com os olhos fechados, levar os dedos <strong>da</strong>s mãos,<br />
unidos, até a articulação temporomandibular, tocandoa<br />
sutilmente . Após alguns instantes, a mandíbula começa<br />
a <strong>da</strong>r sinais de leve movimento <strong>para</strong> baixo, ocasionando<br />
um relaxamento por to<strong>da</strong> essa área . 0 reflexo respiratório<br />
pode manifestar-se, e isso só fará bem .<br />
LJ Fazer caretas, mesmo feias, é um exercício diário recomen<strong>da</strong>do<br />
<strong>para</strong> manter em forma a musculatura <strong>da</strong> face .<br />
Rev <strong>CEFAC</strong> 2001 ;3 :53-64
60 Santos FMR, Assencio-Ferreira VI<br />
Greene<br />
Os órgãos <strong>da</strong> articulação são os órgãos <strong>da</strong> mastigação e<br />
<strong>da</strong> deglutição a<strong>da</strong>ptados <strong>para</strong> a fala . Lábios, dentes, gengivas,<br />
maxilares, língua e palatos duro e mole estão coope<br />
rando na articulação de vogais e consoantes . São as alterações<br />
do tamanho e <strong>da</strong> forma <strong>da</strong> cavi<strong>da</strong>de oral, causa<strong>da</strong>s<br />
pela modificação na posição dessas estruturas, que produzem<br />
os sons <strong>da</strong> língua fala<strong>da</strong> .(") Os lábios, por exemplo, são<br />
usados na articulação dos sons bilabiais e labiodentais . Eles<br />
também alteram a forma <strong>da</strong> cavi<strong>da</strong>de oral por variarem os<br />
graus de arredon<strong>da</strong>mento e expansão, o que contribui <strong>para</strong><br />
a quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> vogal, como no caso do /u/ e /i/, /o/ e /a/ . A língua<br />
é considera<strong>da</strong> como o órgão mais importante <strong>da</strong> articulação<br />
e <strong>da</strong> deglutição, por ser um órgão ativo e móvel, com<br />
infinita varie<strong>da</strong>de de movimento e alterações de forma . 0<br />
palato mole é importante <strong>para</strong> a fala quando está se elevando<br />
adequa<strong>da</strong>mente . Na articulação <strong>da</strong>s consoantes, é<br />
necessário evitar o escape de ar nasal . A habili<strong>da</strong>de de comprimir<br />
o ar na cavi<strong>da</strong>de oral é fun<strong>da</strong>mental na articulação<br />
dos sons oclusivos e fricativos . 0 músculo <strong>da</strong> úvula também<br />
é importante <strong>para</strong> a fala porque atua no fechamento do<br />
esfincter velofaríngeo . De acordo com a autora, os cantores<br />
devem conhecer as formas <strong>da</strong>s vogais e sua relação com<br />
a ressonância no trabalho de dicção . Eles devem ter consciência<br />
de que os movimentos de mandíbula, língua e<br />
lábios são decisivos na produção de formantes corretos<br />
<strong>para</strong> ca<strong>da</strong> vogal . No canto, a articulação <strong>da</strong>s consoantes<br />
deve ser exagera<strong>da</strong> e a articulação <strong>da</strong>s vogais e sua ressonância<br />
devem ser a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong>s ao tom <strong>da</strong> nota <strong>da</strong> laringe, freqüentemente<br />
diferente <strong>da</strong> articulação <strong>da</strong> fala . Os exercícios<br />
de articulação também são eficientes <strong>para</strong> dirigir o ar através<br />
<strong>da</strong> boca, em vez de através do nariz . A partir de um trabalho<br />
com pacientes com problemas de nasali<strong>da</strong>de e substituição<br />
de consoantes, uma prática diante de um espelho<br />
(<strong>para</strong> inibir qualquer tensão muscular) e o ensino <strong>da</strong> posição<br />
correta <strong>da</strong> língua na articulação de consoantes podem<br />
ser indicados . Alguns exercícios de diretivi<strong>da</strong>de do sopro e<br />
articulação foram enumerados .(" ")<br />
U Soprar suavemente com os lábios e então, interromper<br />
o sopro, fechando suavemente os lábios <strong>para</strong> a emissão<br />
<strong>da</strong> consoante sur<strong>da</strong> /p/, /p/, /p/ . Seguir com a sonora /b/,<br />
/b/, /b/.<br />
LJ Soprar com os incisivos superiores sobre o lábio inferior<br />
e então acrescentar /f/, /f/, /f/, prosseguindo com /v/, /v/,<br />
/v/ .<br />
U Suspirarem forma de um longo /f/ e interromper com /t/ .<br />
Para a correção <strong>da</strong> fala desnasaliza<strong>da</strong> :<br />
U Treinamento auditivo : ensinar a criança a discriminar<br />
sons nasais de orais, consoantes que vêm <strong>para</strong> o nariz e<br />
Rev <strong>CEFAC</strong> 2001 ;3 :53-64<br />
outras que saem pela boca ; /m/, /n/ e /nh/ em contraste<br />
com /p/, /b/, /t/, /d/, /g/ e /k/.<br />
LI Contraste de subas sem sentido : ma, pa, ba, ning,<br />
ching, tip .<br />
" Contraste de palavras e frases ; pote-bote, tia-dia, patabata<br />
. Bote o pote <strong>da</strong> tia ali e não bata na pata .<br />
" Praticar subas cantarola<strong>da</strong>s <strong>para</strong> desenvolver ressonãncia<br />
nasal . Ex : mim-mim-mim ; ning-nang-nong .<br />
" Murmúrio : emitir hum-on sobre /m/, /n/ e /nh/, sentindo<br />
os lábios formigando por estarem relaxados .<br />
LJ Compor e praticar versos .<br />
LI Praticar sílabas com sons nasais . Dar à criança séries de<br />
palavras <strong>para</strong> que ela forme suas próprias sentenças .<br />
Nos casos de disartrofonia, a terapia de articulação<br />
muitas vezes é necessária com exercícios <strong>para</strong> a língua, os<br />
lábios e palato . Exercícios específicos <strong>para</strong> desenvolver e<br />
fortalecer a língua e o palato e exercícios vocais são úteis<br />
quando os músculos ficaram inativos por muito tempo .<br />
Golpear os lábios e a língua com uma espátula <strong>para</strong> promover<br />
movimentos reflexos e reavivar a consciência sinestésica<br />
e tátil . Golpear com cubos de gelo ou frutas cristaliza<strong>da</strong>s<br />
também é benéfico .0 1 )<br />
Beuttenmüller<br />
A emissão natural <strong>da</strong> <strong>voz</strong> acontece, entre outras coisas,<br />
quando a língua está frouxa, com a ponta tocando os<br />
incisivos inferiores, e o véu palatino elevado . É importan<br />
te observar se os órgãos fonoarticulatórios estão descontraídos,<br />
a posição correta <strong>da</strong> língua e do véu e se a mandíbula<br />
e os músculos do pescoço estão relaxados . (12) 0 <strong>profissional</strong><br />
<strong>da</strong> <strong>voz</strong> deve ter consciência de que ca<strong>da</strong> som<br />
vocálico tem uma forma própria, interna e externa (considerando<br />
a posição dos lábios e <strong>da</strong> língua), que deve ser<br />
obedeci<strong>da</strong> . A sonori<strong>da</strong>de <strong>da</strong> palavra pode mu<strong>da</strong>r de acordo<br />
com a maneira de usar os lábios, a abertura <strong>da</strong> boca, a<br />
posição <strong>da</strong> língua e do véu palatino . Para articular corretamente,<br />
e necessário :<br />
IJ Saber articular to<strong>da</strong>s as sílabas que formam as palavras .<br />
* Saber sustentar as demoras nos acentos (tônicos) e <strong>da</strong>rlhes<br />
vivência . Exemplos : mara(vi)lha, (mor)te .<br />
* Saber erguer a <strong>voz</strong> nas consoantes finais <strong>da</strong>s sílabas e<br />
<strong>da</strong>s palavras . Exemplos : carta, casta, cal<strong>da</strong> .<br />
* Saber que jamais a consoante pode ter duração maior<br />
que as vogais . Exemplos : d(e)z, cont(a)r .<br />
* A articulação deve ser observa<strong>da</strong>, cui<strong>da</strong><strong>da</strong>, ouvi<strong>da</strong> e senti<strong>da</strong><br />
.<br />
Exercícios indicados <strong>para</strong> as vogais :<br />
LI Vogal /a/:<br />
Com a língua descontraí<strong>da</strong> no piso <strong>da</strong> boca e o ápice
Técnicas de fala em profissionais <strong>da</strong> <strong>voz</strong><br />
tocando na parte posterior dos incisivos inferiores,<br />
fazer o seguinte exercício .<br />
Abrir e fechar a boca sem tensão mandibular . Esta e a<br />
forma <strong>da</strong> vogal /a/ . Se sonorizarmos, obteremos o som<br />
de /a/ou de /ã/. Com o véu palatino levantado, o som é<br />
oral . Com o véu palatino abaixado, o som torna-se nasal,<br />
pois parte <strong>da</strong> corrente de ar passa pelo nariz . Para a<br />
emissão dessa vogal, a laringe sobe .<br />
J Vogal /ó/ e /ô/:<br />
Para a emissão <strong>da</strong> vogal /o/, a boca está menos aberta<br />
que <strong>para</strong> a vogal /a/. Os lábios se projetam de forma circular,<br />
o ápice <strong>da</strong> língua toca no início do assoalho <strong>da</strong><br />
boca e o dorso <strong>da</strong> língua vai em direção ao palato mole .<br />
Para o /ô/, a forma circular é mais fecha<strong>da</strong> e a língua mais<br />
recua<strong>da</strong> ; a laringe desce .<br />
J Vogal /u/ :<br />
Para a emissão <strong>da</strong> vogal /u/, os lábios ficam em posição<br />
de franzido, com apenas um orifício por onde vai passar<br />
o som . A ponta <strong>da</strong> língua se encontra mais recua<strong>da</strong> que<br />
no /o/ e a sua base se eleva em direção ao véu palatino . A<br />
laringe desce . 0 /u/ é a vogal de som mais grave .<br />
U Vogal /i/:<br />
Forma externa ; boca entreaberta, em forma de sorriso,<br />
com as comissuras labiais afasta<strong>da</strong>s . A abertura <strong>da</strong> boca<br />
é a suficiente <strong>para</strong> a passagem do som .<br />
Forma interna ; a ponta <strong>da</strong> língua tocando fortemente a<br />
parte posterior dos incisivos inferiores e o dorso <strong>da</strong> língua<br />
em direção ao palato . A laringe eleva-se, <strong>para</strong> este<br />
som, bem mais que <strong>para</strong> o /a/. 0 filé a vogal de som mais<br />
agudo .<br />
U Vogal /é/ e /é/ :<br />
Se o /i/ tem a forma exterior de um sorriso, o /e/ tem a de<br />
um "sorriso amarelo" . A posição <strong>da</strong> língua é mais frouxa<br />
que no caso do /i/ ; a laringe eleva-se menos que <strong>para</strong> o /i/<br />
e mais que <strong>para</strong> o /a/ . Para o /é/ a abertura <strong>da</strong> boca tornase<br />
um pouco maior . Para os sons nasais, a forma externa<br />
não se modifica ; apenas a interna, com o abaixamento<br />
do véu palatino .<br />
0 posicionamento <strong>da</strong> língua dentro <strong>da</strong> cavi<strong>da</strong>de oral<br />
tem sido relacionado com a ressonância e a quali<strong>da</strong>de<br />
<strong>da</strong> <strong>voz</strong> .(") Se a língua estiver funcionando adequa<strong>da</strong>mente<br />
na produção de ca<strong>da</strong> vogal e de ca<strong>da</strong> consoante, a<br />
comunicação será inteligível . 0 posicionamento adequado<br />
<strong>da</strong> língua também facilita o funcionamento <strong>da</strong><br />
ressonância oral na medi<strong>da</strong> que filtra a freqüência fun<strong>da</strong>mental<br />
produzi<strong>da</strong> pela pregas vocais . A abor<strong>da</strong>gem<br />
de abertura bucal é considera<strong>da</strong> como sendo de extrema<br />
importância <strong>para</strong> a <strong>voz</strong> . A quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> <strong>voz</strong>, tanto<br />
normal como disfônica, melhora com a maior abertura<br />
de boca . (13)<br />
_Fonseca et al. e Tessitore<br />
Exercícios e massagens na face fortalecem a musculatura<br />
e devem ser feitos na pós-menopausa, quando a pele<br />
fica seca, perde o turgor e aparecem as rugas e manchas . (14)<br />
A manipulação <strong>da</strong> musculatura <strong>da</strong> face como alternativa<br />
<strong>para</strong> alterações <strong>da</strong> motrici<strong>da</strong>de oral .(") 0 trabalho <strong>da</strong> autora<br />
combina a manipulação profun<strong>da</strong> sensoperceptiva com<br />
massagem de deslizamento e alongamento passivos, mais<br />
a estimulação dos pontos motores e a utilização de exercícios<br />
isométricos e em seqüência, com a adequação <strong>da</strong>s funções<br />
neurovegetativas (respiração, sucção, mastigação e<br />
deglutição) . A técnica também leva em consideração os distúrbios<br />
articulatórios por inabili<strong>da</strong>de muscular, como nos<br />
casos de hipotonia . To<strong>da</strong> a musculatura dos órgãos fonoarticulatórios<br />
é trabalha<strong>da</strong>, <strong>da</strong>ndo maior ênfase aos processos<br />
musculares mais alterados .(' 5 )<br />
Behlau e Render<br />
A articulação dos sons <strong>da</strong> <strong>voz</strong> fala<strong>da</strong> tem sido com<strong>para</strong><strong>da</strong><br />
com a <strong>da</strong> <strong>voz</strong> canta<strong>da</strong> . A articulação na fala deve ser precisa,<br />
mantendo a identi<strong>da</strong>de dos sons, <strong>para</strong> garantir a trans<br />
missão <strong>da</strong> mensagem .já no canto, os aspectos musicais são<br />
privilegiados, o que pode significar o sacrifício <strong>da</strong> articulação<br />
de certos sons que podem ser subarticulados ou distorcidos<br />
. Na fala, as vogais e consoantes têm duração defini<strong>da</strong><br />
pela língua fala<strong>da</strong> . Na frase musical, as vogais são geralmente<br />
mais longas que as consoantes e servem de apoio à quali<strong>da</strong>de<br />
vocal . Ain<strong>da</strong> na fala, os movimentos articulatórios<br />
básicos são definidos pela língua utiliza<strong>da</strong>, porém o padrão<br />
articulatório sofre grande influência dos aspectos emocionais<br />
e do discurso . No canto, os movimentos articulatórios<br />
básicos sofrem influência dos aspectos tonais <strong>da</strong> música e<br />
<strong>da</strong> frase musical em si ; assim, as constrições que produzem<br />
os sons e são realiza<strong>da</strong>s ao longo do trato vocal tendem a<br />
ser reduzi<strong>da</strong>s . (16)<br />
Polito<br />
A dicção foi defini<strong>da</strong> como a pronúncia dos sons <strong>da</strong><br />
palavra .0 As deficiências na pronúncia desses sons são causa<strong>da</strong>s,<br />
quase sempre, pela omissão de letras em posição<br />
final ou intermediária de palavras, ou pela omissão de sílabas<br />
. Algumas alterações fonéticas causariam erros de dicção<br />
como a hipértese, que é a transposição de som de uma<br />
sílaba <strong>para</strong> outra <strong>da</strong> mesma palavra (p . ex ., trigue em vez de<br />
tigre) ; e a metátese, que é a transposição de som dentro de<br />
uma mesma sílaba (p . ex ., pooque em vez de porque) . Os<br />
vícios de linguagem provocam erros na pronúncia <strong>da</strong>s palavras<br />
. 0 rotacismo, por exemplo, causa a troca do 1 pelo r (p .<br />
ex ., crássico em vez de clássico), e o lamb<strong>da</strong>cismo, que é a<br />
troca do r pelo 1(p . ex ., tarde em vez de tarde) . A leitura em<br />
6 1<br />
Rev <strong>CEFAC</strong> 2001 ;3 :53-64
6 2 Santos FMk, Assencio-Ferreira V/<br />
<strong>voz</strong> alta com obstáculos na boca (lápis ou o dedo) aparece<br />
como sugestão <strong>para</strong> treinar a pronúncia <strong>da</strong>s palavras .<br />
DISCUSSÃO<br />
A dicção foi defini<strong>da</strong> neste trabalho de duas maneiras :<br />
dicção e a maneira estética de articular as palavras, o que<br />
sugere uma preocupação com a forma correta de expressar<br />
a língua fala<strong>da</strong>(') e dicção como a pronúncia dos sons <strong>da</strong><br />
palavra, sem fazer ligação alguma do termo com a estética<br />
<strong>da</strong> fala .(') No dicionário do autor brasileiro Aurélio Buarque<br />
de Holan<strong>da</strong>, a palavra dicção foi defini<strong>da</strong> como o modo de<br />
dizer ; a arte de dizer, de recitar . Fatores como a i<strong>da</strong>de, o<br />
temperamento e o meio social podem modificar a dicção,(')<br />
mas a omissão de letras ou de sílabas em diferentes posições<br />
<strong>da</strong> palavra e as alterações fonéticas é que causam as<br />
deficiências propriamente ditas na dicção . (2 )<br />
0 objetivo <strong>da</strong> dicção é <strong>da</strong>r sensibili<strong>da</strong>de ao canto,(') e<br />
também deve <strong>da</strong>r expressivi<strong>da</strong>de ao texto .(') 0 trabalho de<br />
dicção tem sido considerado como um fator primordial ria<br />
carreira do <strong>profissional</strong> <strong>da</strong> <strong>voz</strong> . (3,11 ) É essencial que esses<br />
profissionais tenham consciência de que a clareza <strong>da</strong> dicção<br />
depende <strong>da</strong> nitidez do desenho articulatório(9)e de que<br />
eles próprios conheçam o mecanismo <strong>da</strong> fala .(')<br />
Articulação e pronúncia têm sido defini<strong>da</strong>s de diferentes<br />
formas . A articulação pode ser vista como o processo de<br />
formação dos sons e <strong>da</strong>s sílabas, (4) mas também pode signi<br />
ficar a posição determina<strong>da</strong> que todos os órgãos tomam<br />
em conjunto .(') As definições diferem, apesar <strong>da</strong> concordância<br />
de que a articulação está relaciona<strong>da</strong> com forma,<br />
posição, ou o que normalmente chamamos de ponto articulatório<br />
dos fonemas . A definição de articulação no dicionário<br />
do autor Aurélio Buarque de Holan<strong>da</strong> é a seguinte :<br />
ato ou efeito de articular ; pronunciação distinta de palavras<br />
; anatomia ; dispositivo orgânico pelo qual ficam em<br />
contato dois ou mais ossos, móveis ou não, entre si .<br />
A pronúncia pode ser ti<strong>da</strong> como a emissão de uma <strong>voz</strong><br />
normal, com límpi<strong>da</strong> articulação de todos os fonemas e<br />
entoação apropria<strong>da</strong> .(') Pronúncia, por outro lado, é a esco<br />
lha dos sons <strong>da</strong> palavra . (4) Há uma concordância quanto ao<br />
fato de que todos os sons <strong>da</strong> palavra devem ser articulados<br />
<strong>para</strong> a clareza <strong>da</strong> comunicação . A articulação também tem<br />
sido vista como a produção dos distintos fonemas que<br />
constituem a letra e o texto de uma linha melódica .(') A articulação<br />
também tem sido considera<strong>da</strong> como a "ginástica<br />
bucal" que modifica os sons <strong>da</strong>s pregas vocais, transformando-os<br />
em vogais e consoantes .(6) A articulação correta<br />
pode transformar uma <strong>voz</strong> pequena em altamente expressiva<br />
. A posição dos órgãos fonoarticulatórios (OFAS) tem<br />
sido relaciona<strong>da</strong> com a articulação, sendo que se pode ir<br />
além afirmando que a fala bem articula<strong>da</strong> está diretamente<br />
liga<strong>da</strong> a todo um organismo bem articulado .(' ° )<br />
Rev <strong>CEFAC</strong> 2001 ;3 :53-64<br />
A descrição <strong>da</strong> posição dos OFAS durante a produção<br />
<strong>da</strong>s vogais serve inclusive de orientação e exercício <strong>para</strong> o<br />
<strong>profissional</strong> que trabalha com a <strong>voz</strong> . (7,12 ) A observação dos<br />
OFAS durante a emissão de vogais e consoantes isola<strong>da</strong>s e<br />
em grupos foi sugeri<strong>da</strong> como exercício <strong>para</strong> aperfeiçoar a<br />
articulação e aumentar a projeção vocal . (3,6,11 )<br />
A língua tem sido considera<strong>da</strong> como o mais importante<br />
e ativo dos articuladores .(' , ") A mandíbula também tem<br />
sido assim considera<strong>da</strong> porque a tensão e a abertura de<br />
boca alterariam diretamente a fala . (4) Maior importância<br />
aos lábios tem sido <strong>da</strong><strong>da</strong> pela sua participação na articulação<br />
dos fonemas .(') A importância <strong>da</strong> úvula <strong>para</strong> a fala também<br />
é aponta<strong>da</strong> por sua participação no fechamento do<br />
esfíncter velofaríngeo .(")<br />
Na ver<strong>da</strong>de, todos os órgãos fonoarticulatórios participam<br />
direta ou indiretamente <strong>da</strong> produção dos sons <strong>da</strong><br />
fala, o que nos leva a concluir que todos esses órgãos são <strong>da</strong><br />
mesma forma importantes e que o mau funcionamento de<br />
qualquer um deles vai alterar algum fonema significativamente<br />
. A boa mobili<strong>da</strong>de dos OFAS, ao lado do funcionamento<br />
<strong>da</strong>s cavi<strong>da</strong>des de ressonância, amplifica e descentraliza<br />
o trabalho <strong>da</strong> laringe durante a fonação . (4,8,13 )<br />
A articulação dos sons <strong>da</strong> fala tem sido com<strong>para</strong><strong>da</strong> com<br />
a dos sons do canto . (116) Apesar de a veloci<strong>da</strong>de <strong>da</strong> articulação<br />
dos sons cantados ser quatro vezes menor do que na<br />
fala,(') os aspectos musicais são mais importantes que a<br />
mensagem propriamente dita, por isso alguns sons podem<br />
ser subarticulados e até distorcidos .(`) Podemos acrescentar<br />
a essas afirmações que a articulação <strong>da</strong> consoante no<br />
canto lírico tende a ser mais curta que na fala e no canto<br />
popular . Por outro lado, a articulação <strong>da</strong> vogal é mais longa,<br />
principalmente no canto lírico .<br />
Entre as <strong>técnicas</strong> fonoarticulatórios indica<strong>da</strong>s <strong>para</strong> a<br />
mandíbula, associa<strong>da</strong>s ou não a outros objetivos, encontram-se<br />
exercícios voltados <strong>para</strong> aliviar a tensão, <strong>da</strong>r mobili<strong>da</strong>de,<br />
força e flexibili<strong>da</strong>de ao órgão . (1,4,6-7,910)<br />
Técnicas indica<strong>da</strong>s <strong>para</strong> os lábios têm os mesmos objetivos<br />
dos relacionados acima <strong>para</strong> a mandíbula .('' -6 .y . ")<br />
Para a língua, os exercícios, associados ou não a outros<br />
objetivos, pretendem <strong>da</strong>r agili<strong>da</strong>de, mobili<strong>da</strong>de e força ao<br />
órgão. ,5-7,9,11)<br />
Os exercícios sugeridos <strong>para</strong> o véu palatino têm como<br />
meta <strong>da</strong>r mobili<strong>da</strong>de, força e flexibili<strong>da</strong>de ao órgão . (5-7,9,")<br />
As bochechas e os músculos <strong>da</strong> face são trabalhados<br />
com o objetivo de aumentar a mobili<strong>da</strong>de, a força e a elastici<strong>da</strong>de<br />
.(' ,1° )<br />
Exercícios usando obstáculos na boca, como o polegar,<br />
uma rolha ou um lápis, são sugeridos por com o objetivo<br />
de se obter fluidez na dicção e o fortalecimento arti<br />
culatório .(2,' ,9 ) Os trava-línguas têm finali<strong>da</strong>de semelhante<br />
. (7)
Técnicas de fala em profissionais <strong>da</strong> <strong>voz</strong><br />
Técnicas de motrici<strong>da</strong>de oral específicas <strong>para</strong> a boca<br />
podem contribuir na prevenção e na atenuação de rugas .<br />
Seguindo a teoria de que um dos fatores responsáveis pelas<br />
rugas ao redor <strong>da</strong> boca são as contrações exagera<strong>da</strong>s dos<br />
músculos dessa região, foram aplicados exercícios que<br />
relaxavam e alongavam esses músculos . O trabalho foi testado<br />
em aproxima<strong>da</strong>mente 30 mulheres, em duas sessões<br />
semanais durante um mês, até que as <strong>técnicas</strong> fossem<br />
incorpora<strong>da</strong>s ao cotidiano <strong>da</strong>s pacientes . Elas aprenderam<br />
a movimentar a boca e a deglutir sem tensionar seus músculos,<br />
o que pode ser eficiente <strong>para</strong> atenuar as linhas defini<strong>da</strong>s<br />
pelas rugas .<br />
Considerando que muitos dos exercícios de motrici<strong>da</strong>de<br />
oral também são utilizados como <strong>técnicas</strong> <strong>fonoarticulatórias</strong>,<br />
pode-se então concluir que os exercícios usados<br />
<strong>para</strong> aperfeiçoar a dicção também estariam trabalhando e<br />
1 .<br />
2 .<br />
3 .<br />
4 .<br />
5 .<br />
6<br />
7<br />
ABSTRACT<br />
REFERENCIAS<br />
Perelló J . Canto - dicción (foniatría estética) . Barcelona :<br />
Científico-Médica ; 1975 .<br />
Polito R. Como falar corretamente e sem inibições . 18a . ed .<br />
São Paulo : Saraiva ; 1998 .<br />
Stanislavski C . A construção do personagem . Rio de<br />
Janeiro : Civilização Brasileira ; 1970 .<br />
Bloch P. Você quer fàlar melhor? 5a . ed . Rio de janeiro :<br />
Bloch ; 1973 .<br />
Corredera Sánchez T. Defectos en Ia diccíon infantil :<br />
procedimientos <strong>para</strong> sú correccíon . - Buenos Aires :<br />
Kapelusz ; 1973 .<br />
Nunes L. Manual de <strong>voz</strong> e dicção . 2a . ed . Rio de janeiro :<br />
Serviço Nacional do Teatro ; 1976 .<br />
Segre R, Naidich S, Jackson CA . Principios de foniatría<br />
<strong>para</strong> alumnos y profesionales de canto y dicción . Buenos<br />
Aires : Médica Panamericana ; 1981 .<br />
fortalecendo a musculatura, prevenindo e até minimizando<br />
as inevitáveis marcas deixa<strong>da</strong>s na pele pelo tempo . Essa<br />
afirmação pode ser reforça<strong>da</strong> pela indicação de massagens<br />
e exercícios na face <strong>para</strong> fortalecer a musculatura dessa<br />
região . ( '4, ' s)<br />
CONCLUSÃO<br />
Foi possível estabelecer 153 exercícios <strong>para</strong> o treinamento<br />
de profissionais <strong>da</strong> <strong>voz</strong>, a partir dos <strong>da</strong>dos encontrados<br />
na literatura . De acordo com o estudo, também se<br />
pode concluir que o treino articulatório não só aumenta a<br />
projeção vocal, como também descentraliza o trabalho <strong>da</strong><br />
laringe durante a fonação .<br />
Introductiion : the number of professionals that uses the voice as work instrument as teachers, speakers, reporters and actors<br />
grows each <strong>da</strong>y . Those professionals look for improvement in the oral expression according to tlieir needs. Purpose : to<br />
contribute with the speech-language pathology on professional voice area, enumerating the principal sound articulation<br />
exercises mentioned in the literature and their benefits to the voìce . Methods : studies on these techniques were obtained<br />
from theater books, singíng and eloquence . Authors that researched the theme wíth the therapeutic objective were also<br />
studied . Results : it was possible to know some authors' opinion about the effíciency of each exercise and make a kind of<br />
manual to help the speech-language pathologist in the work with the voìce professional and other patients . Those techniques<br />
can be effective in different pathologies, since properly addressed . Conclusions : it was possible fio establish 153 exercises for<br />
training voice professionals . The sound training increases the vocal projection, as well as it decentralizes the work of the<br />
larynx during phonation .<br />
Keywords : voìce ; voice quality ; voice training .<br />
8. Piccolotto L . Trabalhando a <strong>voz</strong> : vários enfoques em<br />
fonoaudiologia . São Paulo : Summus ; 1988 .<br />
9 . Mello, EB S. Educação <strong>da</strong> <strong>voz</strong> fala<strong>da</strong> . 3a . ed . Rio de janeiro :<br />
Atheneu ; 1988 .<br />
10 . Quinteiro EA . Estética <strong>da</strong> <strong>voz</strong> : uma <strong>voz</strong> <strong>para</strong> o ator . São<br />
Paulo : Summus ; 1989 .<br />
11 . Greene MCL . Distúrbios <strong>da</strong> <strong>voz</strong> . 4a . ed . São Paulo : Manole ;<br />
1989 .<br />
12 . Beuttenmüller G, Laport N . Expressão vocal e expressão<br />
corporal . 2a . ed . Rio de Janeiro : Enelivros ; 1992 .<br />
13 . Boone D, McFarlane SC . Voz e a terapia vocal . 5a . ed .<br />
Porto Alegre : Artes Médicas ; 1994 .<br />
14 . Fonseca AM, Bagnoli VR, Ramos LO . Anatomia do<br />
climatério : pele e cabelos . In : Pinotti JA, Halbe HW, Hegg<br />
R. Menopausa . São Paulo : Roca ; 1995 . p. 63-72 .<br />
15 . Tessitore A. Abor<strong>da</strong>gem mioterápica com estimula ção de<br />
pontos motores <strong>da</strong> face . In : Marchesan IQ, Bolaffi C,<br />
6 3<br />
Rev <strong>CEFAC</strong> 2001 ;3 :53-64
64 Santos FMR, Assencio-Ferreira VI<br />
Gomes ICD, Zorzi JL . Tópicos em Fonoaudiologia 1995 .<br />
São Paulo : Lovise ; 1995 . p . 75-82<br />
16 . Behlau M, Rehder MI . Higiene vocal <strong>para</strong> o canto coral .<br />
Rio de Janeiro : Revinter ; 1997 .<br />
Recebido <strong>para</strong> publicação : 29/11/2000<br />
Aceito em : 2_3/02/2001<br />
Endereço <strong>para</strong> correspondência<br />
Nome : Fabíola Moura Reis dos Santos<br />
Endereço : Rua Manoel Clementino, 1201 - CEP : 56302-170 - Petrolina - PE<br />
Fone : (81) 861-3525<br />
Nome : Vicente José Assencio-Ferreira<br />
Endereço : Rua Cayowáa, 664 - CEP: 05018-000 - São Paulo - SP<br />
Fone/fax: (11) 3675-1677<br />
e-mail : cefac@cefac.br<br />
http :/www.cefac .b r<br />
Rev <strong>CEFAC</strong> 2001 ;3 :53-64<br />
Bibliografia Consulta<strong>da</strong><br />
Ferreira ABH . Minidicionário Aurélio <strong>da</strong> Língua Portuguesa . Rio<br />
de janeiro : Nova Fronteira ; 1993 . 577 p.