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Catalogo – Culturas Populares & Identitárias - Secretaria de Cultura ...

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Governador do Estado da Bahia<br />

Jaques Wagner<br />

Secretário <strong>de</strong> <strong>Cultura</strong><br />

Márcio Meirelles<br />

Diretoria Geral<br />

Rômulo Cravo Almeida<br />

Chefia <strong>de</strong> Gabinete<br />

Neuza Hafner Britto<br />

Superinten<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> <strong>Cultura</strong><br />

Ângela Andra<strong>de</strong><br />

Superinten<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Promoção <strong>Cultura</strong>l<br />

Carlos Paiva<br />

Diretor do Instituto do Patrimônio Artístico e <strong>Cultura</strong>l<br />

Fre<strong>de</strong>rico Mendonça<br />

Diretor do Instituto <strong>de</strong> Radiodifusão Educativa da Bahia<br />

Póla Ribeiro<br />

Diretora da Fundação <strong>Cultura</strong>l do Estado da Bahia<br />

Gisele Nussbaumer<br />

Diretor da Fundação Pedro Calmon<br />

Ubiratan Castro<br />

Direto do Núcleo <strong>de</strong> <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> e <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong><br />

Hirton Fernan<strong>de</strong>s


Cat á l o g o<br />

Cu l t u r a s Po P u l a r e s<br />

& Id e n t I t á rI as da<br />

Bahia<br />

2010


Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> Poulares e <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia<br />

Publicação editada pela Assessoria <strong>de</strong> Comunicação da <strong>Secretaria</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Cultura</strong> do Estado da Bahia<br />

Núcleo <strong>de</strong> <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> e <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong><br />

Diretor<br />

Hirton Fernan<strong>de</strong>s<br />

Coor<strong>de</strong>nação Projeto Irê Ayó, Educando pela <strong>Cultura</strong><br />

Vanda Machado<br />

Coor<strong>de</strong>nação técnica<br />

Nil<strong>de</strong>s Sena<br />

Analista Técnico<br />

Rosaury Muniz<br />

Assistente Administrativo/Fundo <strong>de</strong> <strong>Cultura</strong>/Editais<br />

Adailza Assumpção<br />

Assistente Fundo <strong>de</strong> <strong>Cultura</strong>/Editais<br />

Luciene Diamantine<br />

Assistentes para assuntos <strong>de</strong> cultura popular<br />

Sueli Ribeiro<br />

Cristina Sá<br />

Margarida Gonzalez<br />

Simone Pinho<br />

Assistente para assuntos da <strong>Cultura</strong> Indígena<br />

Letícia Alcântara<br />

Estagiários<br />

Aline Fontes<br />

Taquari Pataxó<br />

Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Assessores <strong>de</strong> Comunicação da SecultBA<br />

Assessor Chefe<br />

Marcelo <strong>de</strong> Trói<br />

Re<strong>de</strong> Ascom<br />

Ingrid Maria Machado (Gabinete)<br />

Geraldo Moniz (Ipac)<br />

Cláudio Moreira (Ir<strong>de</strong>b)<br />

Paula Berbert (Funceb)<br />

André Santana (FPC)<br />

Assessor para conteúdos digitais<br />

Luciano Matos<br />

<strong>Secretaria</strong><br />

Dalise Figueiredo<br />

Clipagem<br />

Fátima Caires<br />

Design gráfico<br />

Taiane Oliveira<br />

Efren Ferreira<br />

Estagiários<br />

Márcia do Amparo<br />

José Ricardo Oliveira


Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> e <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

Coor<strong>de</strong>nação<br />

Hirton Fernan<strong>de</strong>s<br />

Editor - chefe<br />

Marcelo <strong>de</strong> Trói<br />

Edição <strong>de</strong> conteúdo<br />

Lilian Caramel<br />

Projeto editorial<br />

Lilian Caramel<br />

Marcelo <strong>de</strong> Trói<br />

Assistente <strong>de</strong> redação<br />

Mariana Alcântara<br />

Simone Fickes<br />

Colaboradores<br />

Aline <strong>de</strong> Caldas<br />

Giselle Lucena<br />

Compilação <strong>de</strong> dados<br />

Aline Fontes<br />

José Ricardo Oliveira<br />

Mariza Barbosa Lago<br />

Programação visual<br />

Taiane Oliveira<br />

Revisão <strong>de</strong> textos<br />

Ana Lígia Leite e Aguiar<br />

Fotos<br />

Fotografia da capa Agência Caixa <strong>de</strong> Fósforo<br />

Fotos<br />

Gentilmente cedidas pelos acervos dos grupos <strong>de</strong> cultura popular,<br />

Agência Caixa <strong>de</strong> Fósforo,<br />

A<strong>de</strong>nilson Nunes, Agnaldo Novais e Manu Dias - Acervo Agecom,<br />

Carlos Alcântara - Acervo Pelourinho <strong>Cultura</strong>l,<br />

Daniele Canedo e Hirton Fernan<strong>de</strong>s - Acervo SecultBA,<br />

Gina Leite - Acervo Coleção Emília Biancardi,<br />

João Ramos e Jota Freitas - Acervo Bahiatursa,<br />

Maurício Requião e Otto Terra Teixeira - Acervo Ir<strong>de</strong>b,<br />

Maria Rita Machado dos Santos - Acervo Particular,<br />

Marisa Viana, Acervo Instituto Mauá,<br />

Taiane Oliveira,<br />

Weimer Carvalho<br />

Agra<strong>de</strong>cimentos<br />

Américo Córdula<br />

Assessoria Geral <strong>de</strong> Comunicação Social do Estado da Bahia - Edivalma Santana<br />

Bahiatursa<br />

Centro Nacional <strong>de</strong> Folclore e <strong>Cultura</strong> Popular<br />

Conselho Estadual <strong>de</strong> <strong>Cultura</strong> da Bahia <strong>–</strong> Isa Maria Silva<br />

Emilia Biancardi<br />

Forte Santo Antonio Além do Carmo <strong>–</strong> Carlos Ribas<br />

Fundação <strong>Cultura</strong>l do Estado da Bahia <strong>–</strong> Cristina Sá, Paula Berbert e Simone Pinho<br />

Fundação Pedro Calmon <strong>–</strong> Maisa Menezes<br />

Geraldo Moniz<br />

Gisele Dupin<br />

Gisele Nussbaumer<br />

Giselle Lucena<br />

Grãos <strong>de</strong> Luz e Griô <strong>–</strong> Lillan Pacheco<br />

Grupo Queimada aa Palhinha <strong>–</strong> Palmares, Simões Filho<br />

Instituto <strong>de</strong> Radiodifusão Educativa da Bahia <strong>–</strong> Dinha Ferrero e Maria Rita Werneck<br />

Instituto <strong>de</strong> Artesanato Viscon<strong>de</strong> <strong>de</strong> Mauá <strong>–</strong> Camila Diniz Jasmin<br />

Jonathas Araújo<br />

José Marcio Pinto <strong>de</strong> Moura Barros<br />

Lilian Caramel<br />

Marisa Vianna<br />

Neuza Britto<br />

Pola Ribeiro<br />

Projeto <strong>de</strong> Iniciação Musical (Pim) - Antônio Ferreira<br />

Rejane Pereira Rodrigues e As Quingomeiras<br />

Sahada Josephina Men<strong>de</strong>s<br />

Viva A Dança! <strong>–</strong> Sirlene Barreto<br />

Wayra Silveira<br />

Agra<strong>de</strong>cimento especial<br />

À equipe do Núcleo <strong>de</strong> <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> e <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da SecultBA<br />

Salvador, setembro <strong>de</strong> 2010<br />

7


8<br />

Foto Daniele Canedo/ Acervo Secult<br />

Dedicatória<br />

“Este catálogo foi produzido em agosto <strong>de</strong><br />

2010, mês do folclore, e é <strong>de</strong>dicado a todos<br />

os grupos e mestres <strong>de</strong> <strong>Cultura</strong> Popular<br />

que mantêm vivas as nossas tradições<br />

mais genuínas”


“Não é possível pensar o ser humano<br />

fora da cultura. Sua ausência na vida e<br />

no cotidiano <strong>de</strong> cada individuo (...) coloca<br />

em risco, não apenas repertórios e formas<br />

<strong>de</strong> expressão artística, mas a própria<br />

condição humana”<br />

Prof. José Márcio Barros<br />

9


10<br />

Toda <strong>Cultura</strong><br />

A<br />

valorização da diversida<strong>de</strong> cultural, além <strong>de</strong> levar em conta o que uma<br />

comunida<strong>de</strong> é capaz <strong>de</strong> expressar simbolicamente, traduz-se pelo respeito<br />

à sua história, aos seus valores, às suas maneiras <strong>de</strong> agir e conviver com a<br />

natureza e com o outro. As convenções sobre o tema, especialmente a da UNESCO,<br />

consolidam a promoção <strong>de</strong> sua visibilida<strong>de</strong> como um <strong>de</strong>ver dos Estados e tratam<br />

da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua constante manutenção como matéria <strong>de</strong> exercício <strong>de</strong> paz<br />

entre os povos, como forma <strong>de</strong> inclusão e <strong>de</strong>senvolvimento, e como outra medida<br />

<strong>de</strong> riqueza, capaz <strong>de</strong> instaurar uma prática <strong>de</strong> não submissão, <strong>de</strong> autonomia e<br />

soberania.<br />

Será assim se enten<strong>de</strong>rmos a cultura como um bem comum, como a possibilida<strong>de</strong><br />

que todos têm <strong>de</strong> sonhar um mundo melhor, traduzir esse sonho em objeto ou<br />

rito e partilhá-lo. Assim será se, ao invés <strong>de</strong> criarmos a tradicional “cumeeira” e o<br />

entendimento da cultura apenas como a prática <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s artísticas <strong>de</strong> poucos<br />

para poucos, se ao invés <strong>de</strong> usarmos os (pré) conceitos, que separam a chamada<br />

alta cultura, inacessível à maioria, e a cultura dita popular, <strong>de</strong>svalorizada por<br />

muitos, tratarmos a cultura como um bem comum.<br />

Tendo sido criada também para transformar o princípio <strong>de</strong> respeito à diversida<strong>de</strong><br />

em política pública, a <strong>Secretaria</strong> <strong>de</strong> <strong>Cultura</strong> do Estado da Bahia, sem privilegiar esta<br />

ou aquela fonte, mapeia e instiga os criadores e mantenedores <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada expressão<br />

cultural a buscar suas origens primeiras, sem esquecer que o percurso da<br />

História aprimora, transforma, enriquece, atualiza. Sem esquecer que o início serve<br />

para construir o futuro.<br />

Este catálogo, entre os <strong>de</strong> outros setores da cultura, é um instrumento estratégico<br />

das políticas públicas. Fazendo eco às convenções citadas e às diretrizes das<br />

Conferências Estaduais <strong>de</strong> <strong>Cultura</strong>, registra, em suas páginas, a memória <strong>de</strong> ações<br />

criadoras, assim como incorpora um breve <strong>de</strong>talhamento <strong>de</strong>ssas ações, fazendo<br />

com que nossa expressão cultural seja visível em sua pluralida<strong>de</strong> não só temática e<br />

estética, mas que possa ser, ainda, vislumbrada como eixo estratégico do <strong>de</strong>senvolvimento<br />

pleno do estado.<br />

Márcio Meirelles<br />

Secretário <strong>de</strong> <strong>Cultura</strong> do Estado da Bahia


ApreSentAção<br />

Sumário<br />

Um pAnorAmA dAS recenteS trAnSformAçõeS no trAto dAS cUltUrAS<br />

popUlAreS no contexto brASileiro<br />

Núcleo <strong>de</strong> <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> e <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong>....15<br />

A diverSidA<strong>de</strong> cUltUrAl, o i<strong>de</strong>ntitário, o popUlAr, o trAdicionAl<br />

José Márcio Barros....27<br />

cAtegoriAS<br />

1.ArteSAnAto....42<br />

2.bAcAmArteiroS....52<br />

3.bAndA <strong>de</strong> pífAnoS....54<br />

4.bArcA & bArqUinhA....56<br />

5.benzedUrA,cUrA, pArto & rezA....58<br />

6.bordAdo, corte & coStUrA....62<br />

7.cAntoS cerimoniAiS<br />

(Bendito, Ladainha & Penitente)....68<br />

8.cAntoS <strong>de</strong> trAbAlho(Aboio & Pila <strong>de</strong> Café)....70<br />

9.cApoeirA, mAcUlelê & orqUeStrA <strong>de</strong> berimbAUS....72<br />

10.chegAnçA (<strong>de</strong> Marujos & Mouros)....80<br />

11.comUnidA<strong>de</strong>S qUilombolAS....84<br />

12.congAdA....88<br />

13.cor<strong>de</strong>l & poeSiA popUlAr....90<br />

14.cUlináriA....94<br />

15.dAnçA & múSicA Afro....100<br />

11


12<br />

16.dAnçAS <strong>de</strong> rodA<br />

(Ciranda, Cantiga e Dança <strong>de</strong> Fita)....104<br />

17.dAnçAS indígenAS & toré....108<br />

18.expreSSõeS cUltUrAiS & contemporâneAS....110<br />

19.expreSSõeS cUltUrAiS religioSAS....112<br />

20.feStA do divino eSpírito SAnto....116<br />

21.folgUedoS <strong>de</strong> boi....118<br />

22.forró & SAnfoneiro...122<br />

23.lindro Amô....126<br />

24.mAneiro pAU....128<br />

25.mAScArAdoS(Bombachos, Caretas, Mandus, Os Cão<br />

& Zambiapungas)....130<br />

26.nego fUgido....134<br />

27.penitênciA e terno dAS AlmAS....136<br />

28.qUAdrilhA....138<br />

29.qUeimA dA pAlhinhA....142<br />

30.reiS(Festa, Folia, Rancho, Reisado & Terno)....144<br />

31.repente....150<br />

32.rodA <strong>de</strong> São gonçAlo....152<br />

33.SAmbA (Batuque, Chula, Corrido, <strong>de</strong> Coco,<br />

<strong>de</strong> Lata & <strong>de</strong> Roda)....156<br />

34.teAtro <strong>de</strong> bonecoS, bonecõeS & mAmUlengo....166<br />

35.teAtro <strong>de</strong> rUA & teAtro popUlAr....168<br />

36.trAdição orAl e griôS....172<br />

38.<strong>de</strong>StAqUe & diverSoS....174<br />

Apêndice<br />

Sugestão <strong>de</strong> consultas<br />

Sites Institucionais & Diversos


ApresentAção<br />

A<br />

publicação <strong>de</strong>ste catálogo, iniciativa da <strong>Secretaria</strong> <strong>de</strong> <strong>Cultura</strong> do<br />

Estado da Bahia, por intermédio <strong>de</strong> seu Núcleo <strong>de</strong> <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong><br />

e <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong>, é resultado <strong>de</strong> um longo trabalho realizado em equipe.<br />

Sua redação teve início com a compilação <strong>de</strong> dados coletados entre 700<br />

formulários que compõem o Cadastramento <strong>de</strong> Grupos e Mestres das<br />

Expressões <strong>Cultura</strong>is <strong>Populares</strong> e <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia, realizado no primeiro<br />

semestre <strong>de</strong> 2010.<br />

Mestres e agentes <strong>de</strong> cultura, representantes <strong>de</strong> manifestações,<br />

associações culturais, brincantes, folcloristas, lí<strong>de</strong>res comunitários,<br />

trabalhadores comuns, artistas e pesquisadores da área <strong>–</strong> todos estes<br />

envolvidos, <strong>de</strong> alguma forma, com cultura popular <strong>–</strong> preencheram,<br />

manual e eletronicamente, o formulário, respon<strong>de</strong>ndo à chamada<br />

pública da <strong>Secretaria</strong>. Na análise <strong>de</strong> todos os formulários foram<br />

<strong>de</strong>tectadas 37 manifestações culturais*, que correspon<strong>de</strong>m aos<br />

principais capítulos <strong>de</strong>sta obra.<br />

O catálogo apresenta um panorama da cultura popular em 24 dos 26<br />

Territórios <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> (TIs) da Bahia, divisão territorial adotada pelo<br />

Governo do Estado em sintonia com a metodologia proposta pelo Ministério<br />

do Desenvolvimento Agrário, embasada no pensamento do geógrafo Milton<br />

Santos. Infelizmente, os grupos dos municípios pertencentes aos territórios<br />

da Bacia do Rio Corrente e Sertão do São Francisco não respon<strong>de</strong>ram à<br />

chamada pública estadual e, por isso, este catálogo não traz informações<br />

relativas aos mesmos. A <strong>Secretaria</strong> preten<strong>de</strong>, em edição posterior, sanar a<br />

<strong>de</strong>ficiência e lembra a todos os grupos baianos a importância <strong>de</strong> atentarem<br />

para iniciativas <strong>de</strong>ssa natureza. Só é possível promover um mapeamento<br />

completo das culturas populares no Estado, fortalecer a integração po<strong>de</strong>r<br />

público-agentes <strong>de</strong> cultura e, sobretudo, implementar políticas públicas que<br />

possam promover o segmento com a participação efetiva da população.<br />

Além <strong>de</strong> trazer contatos como en<strong>de</strong>reço, telefones e e-mail dos grupos<br />

cadastrados, o catálogo apresenta recursos para facilitar a leitura e<br />

informações adicionais como o número <strong>de</strong> integrantes <strong>de</strong> cada grupo. A<br />

obra mostra, ainda, as principais manifestações ou ativida<strong>de</strong>s culturais com<br />

as quais cada grupo está envolvido e dá <strong>de</strong>staque aos Mestres <strong>de</strong> <strong>Cultura</strong>,<br />

ricas fontes <strong>de</strong> sabedoria popular, como uma maneira <strong>de</strong> homenageá-los.


Nos capítulos correspon<strong>de</strong>ntes às manifestações, o leitor conhecerá o<br />

perfil <strong>de</strong> cada uma <strong>de</strong>las <strong>–</strong> sendo algumas raras <strong>–</strong>, incluindo suas origens,<br />

especificida<strong>de</strong>s, características principais, assim como os territórios em que<br />

existem na atualida<strong>de</strong>.<br />

O conteúdo jornalístico da obra foi redigido com base em fontes oficiais <strong>de</strong><br />

informação, websites institucionais e bibliografia <strong>de</strong> autores reconhecidos.<br />

Já as informações relativas às manifestações na Bahia, como data <strong>de</strong><br />

surgimento, nome dos lí<strong>de</strong>res, contatos, on<strong>de</strong> e quando elas po<strong>de</strong>m ser<br />

vistas, baseiam-se, inteiramente, em dados fornecidos pela população nos<br />

referidos formulários.<br />

O catálogo conta com artigo assinado pelo Núcleo <strong>de</strong> <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong><br />

e <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> que trata das novas políticas para a área. Como incentivo à<br />

reflexão teórica e aprofundamento do tema em questão, o leitor tem acesso,<br />

ainda, a um artigo inédito <strong>de</strong> autoria <strong>de</strong> José Márcio Barros, professor do<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em Comunicação da Pontifícia Universida<strong>de</strong><br />

Católica <strong>de</strong> Minas Gerais (PUC Minas) e da Universida<strong>de</strong> do Estado <strong>de</strong> Minas<br />

Gerais (UEMG). José Márcio é reconhecido no país pela profundida<strong>de</strong> das<br />

pesquisas que realiza sobre i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, política, diversida<strong>de</strong> e gestão<br />

cultural, além do posicionamento firme em prol da preservação e promoção<br />

<strong>de</strong>sse patrimônio.<br />

Ao final do catálogo, o Apêndice 1 traz os grupos e indivíduos do cadastramento<br />

estadual organizados por território e dispostos em or<strong>de</strong>m alfabética, e o Apêndice<br />

2 lista websites <strong>de</strong> referência como sugestão <strong>de</strong> consulta.<br />

Esperamos que esta obra possa ser útil para pesquisadores e pessoas<br />

interessadas em saber mais sobre as culturas populares do nosso estado,<br />

tesouro <strong>de</strong> valor que não se po<strong>de</strong> precisar. Será ainda melhor se ela<br />

circular por muitas mãos, estantes, bibliotecas e instituições, instigando o<br />

envolvimento dos leitores com esse universo <strong>de</strong> extrema riqueza e beleza.<br />

Registramos, ainda, nossos sinceros agra<strong>de</strong>cimentos às instituições do<br />

Governo do Estado da Bahia, servidores, estudiosos da cultura popular,<br />

organizações não-governamentais, fornecedores e prestadores <strong>de</strong> serviços<br />

que, <strong>de</strong> alguma maneira, contribuíram para que o cadastramento se<br />

transformasse nesta obra.<br />

A Edição<br />

* algumas Filarmônicas e Fanfarras se cadastraram, mas não serão registradas nesse catálogo<br />

já que terão publicações específicas.


Um Panorama<br />

das Recentes Transformações<br />

no Trato das <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong><br />

no Contexto Brasileiro<br />

Núcleo <strong>de</strong> <strong><strong>Cultura</strong>s</strong><br />

<strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong><br />

17


18<br />

Foto Taiane Oliveira<br />

Nos últimos cinco anos observamos uma expressiva ampliação e<br />

institucionalização das ações públicas voltadas às culturas populares<br />

no Brasil. Vários documentos registram discussões e acordos firmados<br />

para o segmento, resultado <strong>de</strong> fóruns e conferências realizadas em âmbito<br />

nacional, estadual e municipal, e que passaram a fundamentar programas e<br />

projetos, substituindo improvisos e exclusões. A seguir, faremos um breve<br />

mapeamento <strong>de</strong> algumas iniciativas exemplares.<br />

Dois instrumentos internacionais ratificados pelo Brasil, a Convenção para a<br />

Salvaguarda do Patrimônio <strong>Cultura</strong>l Imaterial, <strong>de</strong> 2003, e a Convenção para a<br />

Proteção e Promoção das Expressões da Diversida<strong>de</strong> <strong>Cultura</strong>l, <strong>de</strong> 2005, ambas<br />

promulgadas pelos Estados membros da UNESCO, constituem referenciais<br />

básicos <strong>de</strong> muitas das ações realizadas no Brasil.<br />

A criação <strong>de</strong> fundos públicos <strong>de</strong> incentivo e apoio às culturas populares, a<br />

realização <strong>de</strong> mapeamento, registro e documentação das manifestações, bem<br />

como o estabelecimento <strong>de</strong> instâncias <strong>de</strong> diálogo entre o Estado e socieda<strong>de</strong><br />

civil para formulação e <strong>de</strong>liberação <strong>de</strong> políticas culturais estão registradas <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

2005, na Carta das <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong>, assinada durante o Seminário Nacional<br />

<strong>de</strong> Políticas Públicas para as <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong>, realizado pelo Ministério da<br />

<strong>Cultura</strong> (MinC), em fevereiro daquele ano. O documento propõe também a<br />

criação <strong>de</strong> mecanismos que favoreçam a inclusão das culturas populares nos<br />

processos educativos formais e informais e <strong>de</strong> marcos legais <strong>de</strong> proteção aos<br />

conhecimentos tradicionais e aos direitos coletivos.<br />

Povos indígenas, populações quilombolas, ciganos, pomeranos, ribeirinhos,<br />

quebra<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> coco babaçu, seringueiros, pescadores artesanais, caiçaras,<br />

castanheiros, povos dos faxinais, geraisieros e dos fundos <strong>de</strong> pasto ocupam<br />

as 15 vagas para povos e comunida<strong>de</strong>s tradicionais que compõem a Comissão<br />

Nacional <strong>de</strong> Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunida<strong>de</strong>s Tradicionais<br />

(CNPCT), instituída por <strong>de</strong>creto, em 2006, com o objetivo <strong>de</strong> implementar uma<br />

política nacional especialmente dirigida para tais comunida<strong>de</strong>s. Participam da<br />

Comissão outros 15 representantes <strong>de</strong> órgãos e entida<strong>de</strong>s da administração<br />

pública fe<strong>de</strong>ral.<br />

Nesse contexto, foi instituída, pelo Decreto nº 6.040, <strong>de</strong> 07 <strong>de</strong> fevereiro<br />

<strong>de</strong> 2007, a Política Nacional <strong>de</strong> Desenvolvimento Sustentável dos Povos<br />

e Comunida<strong>de</strong>s Tradicionais (PNPCT), com o objetivo <strong>de</strong> promover o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento sustentável dos povos e comunida<strong>de</strong>s tradicionais, com


ênfase no reconhecimento e fortalecimento <strong>de</strong>sses, buscando, ainda, garantir<br />

os seus direitos territoriais, sociais, ambientais, econômicos e culturais, com<br />

respeito e valorização à sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, suas formas <strong>de</strong> organização e suas<br />

instituições.<br />

Já o Programa <strong>de</strong> Promoção das <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong>, cuja criação foi<br />

regulamentada pela Portaria nº 048, <strong>de</strong> 02 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2007, visa fortalecer,<br />

proteger e difundir a diversida<strong>de</strong> cultural das culturas populares do Brasil,<br />

apoiando projetos e iniciativas, por meio <strong>de</strong> editais, prêmios, convênios,<br />

pesquisas, publicações, filmes, programas <strong>de</strong> TV, rádio, internet, ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

formação, <strong>de</strong> intercâmbio, <strong>de</strong> circulação e encontros.<br />

Outro marco importante é a Carta Sul-Americana das <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong>,<br />

documento produzido e assinado durante o II Encontro Sul-Americano das<br />

<strong><strong>Cultura</strong>s</strong>, realizado em Caracas, em 2008, com <strong>de</strong>legações da Argentina,<br />

Bolívia, Brasil, Equador, Paraguai, Venezuela e com a presença <strong>de</strong> Cuba como<br />

convidada. A carta registra a falta <strong>de</strong> recursos, a discriminação e a ausência<br />

<strong>de</strong> mecanismos a<strong>de</strong>quados <strong>de</strong> registro e proteção. Levanta a importância <strong>de</strong><br />

promover a integração entre os povos, os mestres e os artistas populares,<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo que “é essencial a atuação do Estado para promover e dar base<br />

para multiplicar a sabedoria popular dos mestres”. 1<br />

A carta registra a importância da união entre a cultura e a educação e o<br />

conhecimento mútuo das expressões das culturas populares por meio <strong>de</strong><br />

mapeamento regional, e levanta, ainda, a questão da biodiversida<strong>de</strong>, garantindo<br />

que nas comunida<strong>de</strong>s em que as tradições estão vivas, o meio ambiente e a<br />

biodiversida<strong>de</strong> estão preservados.<br />

No relatório da Pré-Conferência Setorial <strong>de</strong> <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong>, realizada em<br />

março <strong>de</strong> 2010, em Brasília, são colocadas estratégias para políticas públicas<br />

para esta área nos cinco eixos <strong>de</strong>finidos para a Conferência Nacional <strong>de</strong><br />

<strong>Cultura</strong>: Produção Simbólica e Diversida<strong>de</strong> <strong>Cultura</strong>l (inserir nos currículos<br />

da Educação Básica e da Formação <strong>de</strong> Professores os saberes e as práticas<br />

das culturas populares); <strong>Cultura</strong>, Cida<strong>de</strong> e Cidadania (criar mecanismos <strong>de</strong><br />

reconhecimento<br />

1 Documento disponível em: http://culturadigital.br/setorialculturaspopulares/<br />

files/2010/02/2008-Carta-Sul-Americana-das-<strong><strong>Cultura</strong>s</strong>-<strong>Populares</strong>-Caracas-2008-Portugues-BR.pdf<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

19


Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

20<br />

e regulamentação da profissão <strong>de</strong> mestre (a)); <strong>Cultura</strong> <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />

Sustentável (realizar mapeamento, registros e documentação das manifestações<br />

e expressões das culturas tradicionais e populares e gerar documentos e<br />

dados); <strong>Cultura</strong> e Economia Criativa (fortalecer, nas três esferas <strong>de</strong> governo,<br />

os mecanismos <strong>de</strong> financiamento público das culturas populares); Gestão e<br />

Institucionalida<strong>de</strong> da <strong>Cultura</strong> (priorizar a ocupação <strong>de</strong> uma vaga nos conselhos<br />

estaduais e municipais <strong>de</strong> cultura pelos protagonistas e fazedores das culturas<br />

populares e fortalecer a participação da socieda<strong>de</strong> civil no gerenciamento das<br />

políticas públicas).<br />

Diante <strong>de</strong>sse cenário, grupos e movimentos da cultura popular têm se organizado<br />

e conquistado espaço político para a área. Existem hoje, em todos os âmbitos do<br />

governo e da socieda<strong>de</strong> civil, ações organizadas que se <strong>de</strong>dicam à promoção e<br />

proteção da cultura popular que já apontam para resultados expressivos.<br />

Um exemplo são os editais voltados às culturas populares, publicações,<br />

prêmios, programas e a promoção <strong>de</strong> outros encontros. Como <strong>de</strong>sdobramento<br />

do I Seminário Nacional <strong>de</strong> Políticas Públicas para as <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong>,<br />

realizado em Brasília, em 2005, on<strong>de</strong> foram elaboradas diretrizes e ações<br />

prioritárias para o segmento, expostas na Carta das <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong>, temse<br />

o Prêmio <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong>, que se <strong>de</strong>stina a reconhecer e premiar Mestres<br />

e Grupos/Comunida<strong>de</strong>s responsáveis por iniciativas exemplares que envolvam<br />

as expressões das culturas populares brasileiras.<br />

Este prêmio integra o Programa I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e Diversida<strong>de</strong> <strong>Cultura</strong>l <strong>–</strong> Brasil<br />

Plural, resultado das propostas i<strong>de</strong>ntificadas nos Seminários Nacionais <strong>de</strong><br />

Políticas Públicas para as <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong>. De acordo com informações<br />

disponibilizadas no site do MinC, na edição <strong>de</strong> 2009, o Prêmio distribuiu cerca<br />

<strong>de</strong> R$ 2 milhões e contemplou 195 representantes das culturas populares<br />

brasileiras, entre mestres e representantes <strong>de</strong> grupos/comunida<strong>de</strong>s formais<br />

e informais.<br />

Em 2009, a cultura popular registrou outra conquista: os Grupos <strong>de</strong> Trabalho para<br />

as <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> e <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> Indígenas foram transformados em Colegiados<br />

Setoriais, conforme aprovação no Plenário do Conselho Nacional <strong>de</strong> Política<br />

<strong>Cultura</strong>l. Assim, os dois segmentos se encontram no mesmo nível institucional e <strong>de</strong><br />

representação política junto ao MinC como a Música, Teatro, Dança, Livro e Leitura,<br />

e outros. Dessa forma, o governo fe<strong>de</strong>ral reconhece que,


<strong>de</strong>vido à sua imensa diversida<strong>de</strong>, as expressões culturais populares e indígenas<br />

<strong>de</strong>mandam gran<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> articulação e requerem cuidados especiais<br />

também <strong>de</strong>vido às dificulda<strong>de</strong>s socioeconômicas enfrentadas por muitas<br />

comunida<strong>de</strong>s tradicionais. 2<br />

As comunida<strong>de</strong>s e manifestações da cultura popular também têm sido<br />

contempladas com editais nacionais específicos. Entre 2005 e 2008, a <strong>Secretaria</strong><br />

da I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e da Diversida<strong>de</strong> <strong>Cultura</strong>l do Ministério da <strong>Cultura</strong> <strong>–</strong> SID/MinC<br />

lançou doze editais, sendo três para as <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong>; dois para as <strong><strong>Cultura</strong>s</strong><br />

Indígenas; cinco para o segmento LGBT; um para as <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> Ciganas e um para<br />

a inclusão cultural da pessoa idosa. É o que <strong>de</strong>screve um balanço divulgado<br />

pelo SID/MinC, em 2009. Os Editais estão ligados ao Programa I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e<br />

Diversida<strong>de</strong> <strong>Cultura</strong>l - Brasil Plural, criado em 2003, no Plano Plurianual do MinC.<br />

Os editais contemplaram cinco segmentos socioculturais: povos indígenas,<br />

culturas populares, ciganos, LGBT e idosos. Dessa forma, com a consolidação<br />

do Programa nos planos plurianuais, o MinC inclui segmentos sócio-culturais<br />

(comunida<strong>de</strong>s populares; grupos étnicos e comunida<strong>de</strong>s tradicionais; etc.),<br />

movimentos (pessoas com <strong>de</strong>ficiência física; LGBT; etc.), bem como áreas<br />

transversais ao segmento cultural (cultura e saú<strong>de</strong>; cultura e trabalho; etc.)<br />

que, antes, não estavam contemplados <strong>de</strong>vidamente nas políticas públicas.<br />

A <strong>Secretaria</strong> da I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e da Diversida<strong>de</strong> <strong>Cultura</strong>l (SID) é responsável, no<br />

âmbito do MinC, pelo Programa I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e Diversida<strong>de</strong> <strong>Cultura</strong>l - Brasil Plural,<br />

cujo objetivo é garantir a grupos e re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> agentes culturais responsáveis pela<br />

diversida<strong>de</strong> das expressões culturais brasileiras o acesso aos recursos para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> suas ações.<br />

Outra política no âmbito fe<strong>de</strong>ral que merece <strong>de</strong>staque é o Programa<br />

Nacional <strong>de</strong> <strong>Cultura</strong>, Educação e Cidadania <strong>–</strong> <strong>Cultura</strong> Viva, que visa estimular<br />

e fortalecer uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> criação e gestão cultural, tendo como base os<br />

Pontos <strong>de</strong> <strong>Cultura</strong> selecionados por meio <strong>de</strong> editais públicos. Os Pontos<br />

<strong>de</strong> <strong>Cultura</strong> são iniciativas que envolvem comunida<strong>de</strong>s em ativida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> arte, cultura, educação, cidadania e economia solidária. De acordo<br />

com dados publicados pelo MinC, há quase quatro mil Pontos <strong>de</strong><br />

<strong>Cultura</strong> em 1.122 municípios <strong>de</strong> todo o Brasil (dados <strong>de</strong> abril-2010). O<br />

público alvo do Programa inclui habitantes <strong>de</strong> regiões e municípios<br />

2 Ver em: http://www.cultura.gov.br/site/2009/09/08/colegiado-setorial-para-asculturas-populares-e-indigenas/<br />

Foto Agência Caixa <strong>de</strong> Fósforo


Foto Hirton Fernan<strong>de</strong>s/ Acervo Secult<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

com gran<strong>de</strong> relevância para a preservação do patrimônio histórico, cultural e<br />

ambiental brasileiro, bem como comunida<strong>de</strong>s indígenas, rurais e remanescentes<br />

<strong>de</strong> quilombos. Na Bahia, somam-se 218 Pontos <strong>de</strong> <strong>Cultura</strong>, localizados em<br />

todos os 26 territórios <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>. Integrada aos Pontos <strong>de</strong> <strong>Cultura</strong>, a “Ação<br />

Griô” envolve escolas, universida<strong>de</strong>s e comunida<strong>de</strong>s atuantes com a vivência,<br />

a criação e a sistematização <strong>de</strong> práticas pedagógicas relacionadas aos saberes<br />

e fazeres da cultura oral.<br />

A Ação Griô valoriza a tradição da oralida<strong>de</strong> enquanto patrimônio imaterial e<br />

cultural a ser preservado. É um <strong>de</strong>safio no âmbito das políticas culturais <strong>de</strong>vido<br />

a inexistência <strong>de</strong> uma tradição na valorização <strong>de</strong>sta manifestação cultural. A<br />

transmissão oral permeia as mais diversas culturas e, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da origem<br />

ou da etnia, muitos povos têm a oralida<strong>de</strong> como única fonte da perpetuação <strong>de</strong><br />

sua história. O Griô é um guardião da memória e da história oral <strong>de</strong> um povo ou<br />

comunida<strong>de</strong>, são li<strong>de</strong>res que têm a missão ancestral <strong>de</strong> receber e transmitir os<br />

ensinamentos das e nas comunida<strong>de</strong>s. 3<br />

Com o objetivo <strong>de</strong> ser um espaço permanente <strong>de</strong> reflexão, <strong>de</strong>bate e proposição<br />

<strong>de</strong> políticas públicas, a Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> é um dos resultados do II<br />

Seminário Nacional <strong>de</strong> Políticas Públicas para as <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong>, realizado<br />

em 2006. A re<strong>de</strong> visa intensificar a mobilização, a comunicação e a troca <strong>de</strong><br />

experiências entre os membros, bem como manter atualizada a agenda <strong>de</strong><br />

eventos das mais diversas regiões do país e a circulação <strong>de</strong> produtos<br />

e serviços gerados pelos artistas populares e <strong>de</strong>mais trabalhadores<br />

do segmento.<br />

No âmbito estadual, são registradas, na mesma intensida<strong>de</strong><br />

que no âmbito fe<strong>de</strong>ral, ações <strong>de</strong> mapeamentos, promoção<br />

<strong>de</strong> festivida<strong>de</strong>s, além <strong>de</strong> editais que visam premiar iniciativas<br />

voltadas às culturas populares.<br />

No Maranhão, por exemplo, o Governo do Estado realiza<br />

o Projeto Maranhão, on<strong>de</strong> Bumba-Meu-Boi, Quadrilha,<br />

Tambor <strong>de</strong> Crioula, Cacuriá, Dança Portuguesa, Boia<strong>de</strong>iro,<br />

Coco e outras danças populares, manifestações típicas que<br />

se apresentam em noites <strong>de</strong> festejos juninos durante o<br />

3 Ver em: http://www.cultura.gov.br/culturaviva/category/cultura-ecidadania/acao-grio/


São João. O Estado realiza ainda a Semana <strong>de</strong> <strong>Cultura</strong> Popular, anualmente,<br />

através da Superintendência <strong>de</strong> <strong>Cultura</strong> Popular-Centro <strong>de</strong> <strong>Cultura</strong> Popular<br />

Domingos Vieira Filho, com a proposta <strong>de</strong> <strong>de</strong>stacar aspectos significativos da<br />

cultura popular maranhense, elegendo temas que são explorados com uma<br />

diversificada programação <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s.<br />

No Ceará, com a Lei dos Tesouros Vivos da <strong>Cultura</strong>, <strong>de</strong> nº 13.842, <strong>de</strong> 2006, a<br />

<strong>Secretaria</strong> da <strong>Cultura</strong> do Estado i<strong>de</strong>ntifica, através <strong>de</strong> edital, pessoas, grupos<br />

ou coletivida<strong>de</strong>s que mantêm ativa as tradições da cultura cearense e oferece<br />

diplomação, registro e incentivos financeiros para manutenção das ativida<strong>de</strong>s<br />

culturais cuja produção, preservação e transmissão sejam consi<strong>de</strong>radas<br />

representativas e referenciais da cultura do Estado.<br />

O Estado <strong>de</strong> Alagoas apresenta um programa <strong>de</strong> fomento, formação e difusão<br />

cultural que faz circular expressões da cultura popular e outras manifestações<br />

artísticas. É o “Projeto Caravana <strong>Cultura</strong>l”, que, entre os objetivos, prevê o<br />

mapeamento <strong>de</strong> bens, produtos e equipamentos culturais dos municípios;<br />

o incentivo à criação <strong>de</strong> circuitos regionais <strong>de</strong> apresentações culturais e a<br />

realização <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> capacitação.<br />

No Rio <strong>de</strong> Janeiro, o Edital <strong>de</strong> <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> tem o objetivo <strong>de</strong> apoiar<br />

iniciativas e ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> mestres e grupos tradicionais do Estado. O Estado<br />

<strong>de</strong> Minas Gerais possui um Centro <strong>de</strong> Tradições Mineiras; o Instituto Estadual<br />

do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA) e um programa para o Patrimônio<br />

Imaterial. Em São Paulo, a <strong>Secretaria</strong> <strong>de</strong> Estado da <strong>Cultura</strong> disponibiliza o Edital<br />

ProAC, para projetos <strong>de</strong> promoção da continuida<strong>de</strong> das culturas tradicionais.<br />

Territórios baianos<br />

Um estudo preliminar feito pelo Governo da Bahia sobre a organização das<br />

<strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong>, Indígenas e Afro-<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes, registra que durante a II<br />

Conferência Estadual <strong>de</strong> <strong>Cultura</strong> da Bahia, a cultura popular foi eleita, entre<br />

73% das regiões participantes, como segmento prioritário para as ações da<br />

<strong>Secretaria</strong> <strong>de</strong> <strong>Cultura</strong>. Todos os municípios, aliás, registraram propostas<br />

relacionadas à cultura popular. No que diz respeito aos povos indígenas e<br />

a população afro-<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte, o documento afirma que estes também já<br />

conquistaram visibilida<strong>de</strong> nas políticas públicas.<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

Um estudo preliminar feito<br />

pelo Governo da Bahia sobre<br />

a organização das <strong><strong>Cultura</strong>s</strong><br />

<strong>Populares</strong>, Indígenas e Afro<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes,<br />

registra que<br />

durante a II Conferência Estadual<br />

<strong>de</strong> <strong>Cultura</strong> da Bahia, a cultura<br />

popular foi eleita, entre 73% das<br />

regiões participantes, como<br />

segmento prioritário para as<br />

ações da <strong>Secretaria</strong> <strong>de</strong> <strong>Cultura</strong>.<br />

23


24<br />

Como reconhecimento e<br />

valorização das culturas populares<br />

na Bahia, no sentido <strong>de</strong> construir<br />

políticas públicas específicas<br />

e permanentes para o setor, o<br />

estado criou o Núcleo <strong>de</strong> <strong><strong>Cultura</strong>s</strong><br />

<strong>Populares</strong> e <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong>, integrado<br />

à <strong>Secretaria</strong> <strong>de</strong> <strong>Cultura</strong> do Estado,<br />

que formula e executa a política<br />

<strong>de</strong> apoio e promoção em todo o<br />

estado, baseando-se em ações e<br />

projetos orçamentários próprios.<br />

A FUNAI impulsionou novas formas organizativas e <strong>de</strong> pressão sobre o aparato<br />

estatal, <strong>de</strong> tal modo que se tem registrado a crescente implantação <strong>de</strong> novos<br />

órgãos e ações governamentais, especialmente no âmbito estadual. Os<br />

movimentos afro-brasileiros também atuando <strong>de</strong> forma dinâmica em todas as<br />

esferas do governo e <strong>de</strong> formas <strong>de</strong> representações políticas, já conquistaram<br />

instituições e programas públicos. 4<br />

De acordo com o estudo citado, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma sistemática <strong>de</strong>fesa<br />

dos direitos já conquistados é o que há em comum nestes segmentos,<br />

e se reconhece que a política voltada a esses grupos sociais exige outra<br />

abordagem.<br />

A valorização das culturas não é apenas estratégica, mas central. É constatável<br />

que o conhecimento e a reaproximação das pessoas com seus vínculos históricos,<br />

associados à interpretação do valor que isso representa, restaura a auto-estima<br />

e o orgulho, provê um novo sentimento <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> a partir das diferenças e,<br />

especialmente em áreas não urbanas, resgata os saberes e modos <strong>de</strong> fazer mais<br />

tradicionais como elementos pedagógicos <strong>de</strong> alto potencial transformador. 5<br />

Quanto às propostas registradas no documento final da II Conferência<br />

Estadual <strong>de</strong> <strong>Cultura</strong> da Bahia, nota-se que as maiores preocupações se referem<br />

à celebração (a consolidação <strong>de</strong> calendários <strong>de</strong> eventos e promoção <strong>de</strong><br />

festivais); à informação (realização <strong>de</strong> mapeamentos, cadastros, pesquisas,<br />

registros, inventários e tombamentos); e à formação (realização <strong>de</strong> cursos<br />

<strong>de</strong> capacitação, oficinas, além do incentivo aos conhecimentos e saberes<br />

populares, introduzindo-os no currículo escolar).<br />

Como reconhecimento e valorização das culturas populares na Bahia, no<br />

sentido <strong>de</strong> construir políticas públicas específicas e permanentes para o<br />

segmento, o Estado criou o Núcleo <strong>de</strong> <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> e <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong>,<br />

integrado à <strong>Secretaria</strong> <strong>de</strong> <strong>Cultura</strong> do Estado, que formula e executa a política<br />

estadual <strong>de</strong> apoio e promoção, baseando-se em ações e projetos orçamentários<br />

próprios.<br />

A construção <strong>de</strong>ssa política estrutura-se a partir da realização <strong>de</strong> encontros<br />

territoriais com grupos <strong>de</strong> cultura popular, comunida<strong>de</strong>s indígenas e<br />

4,5 <strong>Secretaria</strong> <strong>de</strong> <strong>Cultura</strong> do Estado da Bahia. Organização da Área <strong>Cultura</strong>l e as <strong><strong>Cultura</strong>s</strong><br />

<strong>Populares</strong>, Indígenas e Afro-<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes - Estudo Preliminar, 2007.


emanescentes <strong>de</strong> quilombos, e se concretiza via ações diretas <strong>de</strong> promoção,<br />

bem como através <strong>de</strong> editais especiais <strong>de</strong> apoio às ações culturais voltadas para<br />

valorização das expressões da cultura negra; para as manifestações culturais<br />

populares e contemporâneas e para valorização do patrimônio. A secretaria<br />

conta, ainda, com um cadastramento <strong>de</strong> grupos e mestres das expressões<br />

culturais populares e i<strong>de</strong>ntitárias, resultado <strong>de</strong> uma convocação pública a<br />

grupos e mestres <strong>de</strong> todos os territórios <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> da Bahia, cujo registro<br />

apresenta-se aqui na forma <strong>de</strong>ste catálogo.<br />

O Estado assume que, “valorizar a diversida<strong>de</strong> cultural significa valorizar a<br />

diferença”, e conta com a multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> saberes, i<strong>de</strong>ologias e práticas,<br />

<strong>de</strong> opções religiosas e sexuais, somadas às matrizes culturais e étnicas,<br />

levando em consi<strong>de</strong>ração manifestações que vão da música à culinária, da<br />

religião ao artesanato.<br />

A cara da Bahia não po<strong>de</strong> ser apenas a cara do Recôncavo. A cara da Bahia tem<br />

que ser a cara da Bahia inteira: do Recôncavo, do Oeste, do São Francisco, do<br />

Sertão, do Sul, da Chapada e <strong>de</strong> todas as outras regiões do estado. Temos que<br />

assumir “ao mesmo tempo agora” toda diversida<strong>de</strong> baiana, as diferenças que,<br />

combinadas e recombinadas, misturadas, mestiças, fazem do povo baiano o que<br />

ele é. 6<br />

Localizada em Salvador, a Fundação Gregório <strong>de</strong> Mattos <strong>–</strong> FGM realizou o<br />

projeto Mestres <strong>Populares</strong> da <strong>Cultura</strong>, que promoveu uma série <strong>de</strong> eventos<br />

culturais com a proposta <strong>de</strong> ressaltar aspectos sociais e manifestaçoes artísticas<br />

e religiosas que fomentam a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada bairro. A Fundação mapeou<br />

78 mestres e, em 2006, lançou o “1º Concurso <strong>de</strong> Monografias, Fotografias<br />

e Documentários (ví<strong>de</strong>os) - Prêmios Mestres <strong>Populares</strong> da <strong>Cultura</strong>”, para<br />

contribuir com os estudos e pesquisas a respeito dos Mestres.<br />

Como se po<strong>de</strong> perceber, nesta primeira década do século XXI, há um conjunto<br />

expressivo <strong>de</strong> ações, projetos e programas que apontam para um processo<br />

crescente <strong>de</strong> alargamento e institucionalização <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> proteção e<br />

promoção das culturas populares. Tais avanços encontram no conjunto <strong>de</strong><br />

projetos <strong>de</strong> leis e <strong>de</strong> emendas constitucionais em tramitação na esfera do<br />

executivo e do legislativo fe<strong>de</strong>ral, importantes instrumentos <strong>de</strong> consolidação<br />

6 Consultar em: http://www.cultura.ba.gov.br/linhas<strong>de</strong>acao/diversida<strong>de</strong><br />

As possibilida<strong>de</strong>s são muitas,<br />

mas os <strong>de</strong>safios não po<strong>de</strong>m ser<br />

minimizados. O que torna viva<br />

e operante as ferramentas <strong>de</strong><br />

institucionalida<strong>de</strong> é o processo<br />

político <strong>de</strong> participação e gestão<br />

<strong>de</strong>mocrática.<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

25


Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

26<br />

<strong>de</strong> novos paradigmas e novas práticas <strong>de</strong> políticas públicas. A criação <strong>de</strong><br />

dois fundos específicos, o Fundo Setorial do Acesso e Diversida<strong>de</strong> e o Fundo<br />

Setorial do Patrimônio e Memória, a institucionalização do Sistema Nacional<br />

<strong>de</strong> <strong>Cultura</strong> e do Plano Nacional <strong>de</strong> <strong>Cultura</strong>, constituem instrumentos essenciais<br />

para este processo que, para além <strong>de</strong> reposicionamento discursivo, reflete as<br />

transformações da socieda<strong>de</strong> brasileira na última década. No âmbito do Estado<br />

da Bahia, a Lei Orgânica <strong>de</strong> <strong>Cultura</strong> representa outro importante e <strong>de</strong>cisivo<br />

instrumento <strong>de</strong> institucionalida<strong>de</strong>.<br />

As possibilida<strong>de</strong>s são muitas, mas os <strong>de</strong>safios não po<strong>de</strong>m ser minimizados.<br />

O que torna viva e operante as ferramentas <strong>de</strong> institucionalida<strong>de</strong> é o<br />

processo político <strong>de</strong> participação e gestão <strong>de</strong>mocrática. Este, como ensina<br />

a história, é dinâmico, comporta retrocessos e contradições, o que <strong>de</strong>safia a<br />

todos no compromisso <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> no alargamento e aprimoramento<br />

do processo <strong>de</strong> reafirmação da cultura em sua tríplice dimensão: simbólica,<br />

cidadã e econômica.<br />

Referências<br />

BRASIL. Decreto nº 6.040, 07 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2007. Institui a Política Nacional <strong>de</strong><br />

Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunida<strong>de</strong>s Tradicionais (PNPCT).<br />

COMISSÃO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DOS POVOS E<br />

COMUNIDADES TRADICIONAIS (CNPCT). Disponível em: .<br />

Acesso em: jul. 2010.<br />

FUNDAÇÃO Gregório <strong>de</strong> Mattos. Mestres <strong>Populares</strong> da <strong>Cultura</strong>. Disponível em:<br />

. Acesso em: jul. 2010.<br />

GOVERNO <strong>de</strong> Alagoas. Caravana <strong>Cultura</strong>l. Disponível em: . Acesso em: jul. 2010.<br />

GOVERNO do Estado <strong>de</strong> São Paulo. <strong>Secretaria</strong> <strong>de</strong> <strong>Cultura</strong>. Disponível em: http://<br />

www.cultura.sp.gov.br/portal/site/SEC/menuitem.555627669a24dd2547378d27ca<br />

60c1a0/?vgnextoid=b787a2767b3ab110VgnVCM100000ac061c0aRCRD. Acesso em:<br />

jul. 2010.<br />

GOVERNO do Maranhão. <strong>Cultura</strong>. Disponível em: . Acesso em: jul. 2010.


GOVERNO do Rio <strong>de</strong> Janeiro. Edital para culturas populares. Disponível em: . Acesso em: jul. 2010.<br />

I SEMINÁRIO NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA AS CULTURAS<br />

POPULARES. Carta das <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong>. MinC, Brasília, 2005. Disponível em:<br />

. Acesso<br />

em: jul. 2010.<br />

INSTITUTO Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico <strong>de</strong> Minas Gerais.<br />

Disponível em: .<br />

Acesso em: jul. 2010.<br />

JOÃO Luiz Silva Ferreira. Ministério da <strong>Cultura</strong>. Portaria nº 048, <strong>de</strong> 02 <strong>de</strong> outubro<br />

<strong>de</strong> 2007.<br />

MINISTÉRIO da <strong>Cultura</strong>. <strong>Cultura</strong> Viva. Disponível em: . Acesso em: jul. 2010.<br />

MINISTÉRIO da <strong>Cultura</strong>. Sobre a SID. Disponível em: .<br />

Acesso em: jul. 2010.<br />

PRÉ-CONFERÊNCIA SETORIAL DAS CULTURAS POPULARES. Respostas<br />

da SecultBA. Disponível em: . Acesso em: jul. 2010.<br />

PRÉ-CONFERÊNCIA SETORIAL DE CULTURAS POPULARES. Relatório da Pré-<br />

Conferência Setorial <strong>de</strong> <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong>. MinC, Brasília, 2010.<br />

REDE <strong>de</strong> <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong>. Disponível em: . Acesso em:<br />

jul. 2010.<br />

SECRETARIA <strong>de</strong> <strong>Cultura</strong> da Bahia. Diversida<strong>de</strong>. Disponível em: . Acesso em: jul. 2010.<br />

SECRETARIA <strong>de</strong> <strong>Cultura</strong> do Ceará. Tesouros Vivos da <strong>Cultura</strong>. Disponível em:<br />

.<br />

Acesso em: jul. 2010.<br />

UNESCO. Convenção para a Proteção e a Promoção da Diversida<strong>de</strong> das Expressões<br />

<strong>Cultura</strong>is adotada pela Conferência Geral da UNESCO em sua 33ª sessão, 2005.<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

27


A<br />

Diversida<strong>de</strong> <strong>Cultura</strong>l,<br />

O i<strong>de</strong>ntitário, O Popular e<br />

O Tradicional<br />

José Márcio Barros 1<br />

29


Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

30<br />

1. Diversida<strong>de</strong><br />

<strong>Cultura</strong>l<br />

As <strong>de</strong>finições <strong>de</strong> cultura são muitas. Alguns estudiosos chegaram a<br />

catalogar centenas <strong>de</strong> conceitos <strong>de</strong> cultura. Em todas elas, entretanto,<br />

encontramos sempre uma rica e intrigante relação entre valores e<br />

práticas, concepções e atitu<strong>de</strong>s, realida<strong>de</strong>s singulares e universais. Sem entrar<br />

no <strong>de</strong>bate <strong>de</strong> tantos conceitos, po<strong>de</strong>mos apontar a existência <strong>de</strong> dois pólos<br />

explicativos: um sentido antropológico bastante amplo que se refere ao modo<br />

<strong>de</strong> vida total <strong>de</strong> um povo, <strong>de</strong> um grupo social e <strong>de</strong> um indivíduo. A cultura, na<br />

perspectiva antropológica, é pensada como realida<strong>de</strong> universal e expressão da<br />

diversida<strong>de</strong>, é inclusiva e não seletiva. Dessa concepção resulta o sentido lato da<br />

cultura, referindo-se a todos os aspectos relacionados a estilos particulares <strong>de</strong><br />

vida. Outro sentido, <strong>de</strong> tradição humanista, <strong>de</strong>fine cultura como um conjunto<br />

<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s específicas, especialmente as artísticas e os comportamentos<br />

ilustrados. Decorre daqui a visão estrita da cultura com “uma ênfase i<strong>de</strong>alista,<br />

pois vê a cultura como um processo e um estado <strong>de</strong> cultivo sob um prisma<br />

universalista”. (WILLIANS, 1967 apud SANTAELLA, 2002, 34).<br />

Na perspectiva antropológica, <strong>de</strong>finir a cultura é pensá-la como tudo aquilo<br />

que é socialmente apreendido e transmitido e que não se realiza apenas<br />

pela natureza das coisas do mundo e dos seres humanos. Por exemplo, se<br />

sentir fome é o efeito <strong>de</strong> uma necessida<strong>de</strong> do corpo humano, e, portanto,<br />

faz parte da nossa natureza, a maneira como i<strong>de</strong>ntificamos e respon<strong>de</strong>mos<br />

a este sinal, pertence ao mundo da cultura. Ao fazer parte da cultura, o sentir<br />

fome, produzir alimentos e comer se transformam num universo <strong>de</strong> símbolos,<br />

<strong>de</strong> técnicas, <strong>de</strong> produtos e <strong>de</strong> ritos que formam parte <strong>de</strong> nosso patrimônio<br />

cultural. Um arroz com feijão ou um acarajé, respon<strong>de</strong>m não apenas às nossas<br />

necessida<strong>de</strong>s biológicas, mas prioritariamente às nossas necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

saber quem somos, e às nossas capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> viver juntos e <strong>de</strong> fazer história.<br />

Este sentido amplo e inclusivo da cultura só se consolidou entre nós ao final do<br />

século XIX, quando as diferenças <strong>de</strong> costumes e mo<strong>de</strong>los culturais, <strong>de</strong>ixaram<br />

<strong>de</strong> ser explicados pela ciência como conseqüência <strong>de</strong> atrasos evolutivos e<br />

passaram a ser consi<strong>de</strong>radas a expressão da mais rica capacida<strong>de</strong> humana:<br />

a <strong>de</strong>, a partir <strong>de</strong> uma unida<strong>de</strong> biológica tão forte, produzir tantas e tão ricas<br />

diferenças culturais.<br />

1 Professor do Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em Comunicação da PUC-MG e da Universida<strong>de</strong> do<br />

Estado <strong>de</strong> Minas Gerais. Este texto contou com a participação <strong>de</strong> Giselle Lucena, jornalista,<br />

integrante do Observatório da Diversida<strong>de</strong> <strong>Cultura</strong>l.


Temos aqui duas importantes conseqüências: a<br />

cultura se faz presente em todos os atos e gestos<br />

humanos fruto da aprendizagem em socieda<strong>de</strong>.<br />

Por outro lado, ao fornecer formas práticas e<br />

simbólicas <strong>de</strong> conhecimento, reconhecimento e<br />

auto-conhecimento, a cultura nos permite construir<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s e memórias, mas também, nos <strong>de</strong>safia ao<br />

reconhecimento dos diferentes e seus patrimônios.<br />

Não é possível pensar o ser humano fora da cultura. Sua ausência<br />

na vida e no cotidiano <strong>de</strong> cada indivíduo e dos grupos e socieda<strong>de</strong>s<br />

on<strong>de</strong> se inserem e se relacionam, coloca em risco não apenas<br />

repertórios e formas <strong>de</strong> expressão artística, mas a própria condição<br />

humana. O que está em jogo quando pensamos em cultura é<br />

a própria condição humana e a maneira como expressa e se<br />

relaciona com as estruturas materiais e as bases territoriais<br />

on<strong>de</strong> a vida e a cultura, se dão. Relacionar a cultura ao território<br />

significa não apenas reconhecer os vínculos e pertencimentos<br />

a <strong>de</strong>terminados contextos espaciais e temporais, mas também<br />

os valores e práticas compartilhados e os fluxos <strong>de</strong> trocas e<br />

contatos que configuram fronteiras próprias.<br />

Por meio da cultura, <strong>de</strong>senvolvemos um conjunto <strong>de</strong> regras<br />

<strong>de</strong> criação e interpretação da realida<strong>de</strong>, que expressam<br />

tanto subjetivida<strong>de</strong>s quanto racionalida<strong>de</strong>s próprias. Daí<br />

a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pensar a cultura como representação,<br />

classificação e comunicação <strong>de</strong> valores que organizam nossas<br />

ações e tornam a vida coletiva possível na medida em que<br />

produz o compartilhamento <strong>de</strong> sentidos entre os iguais e<br />

tradução <strong>de</strong> significados entre os diferentes. Tais processos<br />

simbólicos implicam certa materialida<strong>de</strong>, como nos ensina<br />

Canclini “não existe produção <strong>de</strong> sentido que não esteja<br />

inserida em estruturas materiais” (1983:29).<br />

Como conjunto <strong>de</strong> representações do mundo, da vida e do<br />

próprio ser humano, as diferenças culturais representam<br />

Oliveira<br />

a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> práticas, percepções e concepções<br />

Taiane<br />

que formam diferentes formas <strong>de</strong> explicar as origens, as Foto<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

31


Foto Taiane Oliveira<br />

transformações e os sentidos do universo e do ser humano. Assim, a cultura<br />

se transforma num processo permanente <strong>de</strong> organização, interação e troca<br />

<strong>de</strong> representações e práticas, no interior e entre sistemas culturais locais,<br />

regionais e mundiais que se interpenetram criando emaranhados simbólicos.<br />

Entretanto, a atualida<strong>de</strong> resultou num mundo <strong>de</strong> complexida<strong>de</strong> e da<br />

diversificação dos sistemas simbólicos e <strong>de</strong> representação, que convivem<br />

num processo contínuo <strong>de</strong> contaminação mútua <strong>de</strong> suas especificida<strong>de</strong>s.<br />

Vivemos um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio para compreen<strong>de</strong>r as tensões e as contradições<br />

entre realida<strong>de</strong>s locais e realida<strong>de</strong>s globais, entre as homogeneida<strong>de</strong>s e as<br />

heterogeneida<strong>de</strong>s. Os processos <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s individuais<br />

e coletivas e as relações entre as tradições e as rupturas numa socieda<strong>de</strong><br />

revelam os enfrentamentos e as tensões entre diferentes mo<strong>de</strong>los culturais<br />

que co-existem.<br />

As diferenças não são apenas a expressão <strong>de</strong> particularida<strong>de</strong>s que <strong>de</strong>vem ser mantidas<br />

intactas, mas singularida<strong>de</strong>s que dialogam e se misturam, ora para se manterem<br />

puras ora para se fundirem. O que faz com que as diferenças produzam diversida<strong>de</strong>?<br />

É, justamente, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inaugurar interações com base no singular <strong>de</strong> cada<br />

grupo, socieda<strong>de</strong> e no universal da condição humana. Acreditar nisso significa ir<br />

além do multiculturalismo <strong>–</strong> o direito <strong>de</strong> ser diferente <strong>–</strong> na direção do pluralismo, ou<br />

seja, a crença e o compromisso com um regime político que garanta às diferenças a<br />

interação, que transforme a diversida<strong>de</strong> em projeto político <strong>de</strong> equida<strong>de</strong>, cooperação<br />

e <strong>de</strong>senvolvimento humano.<br />

Com essa perspectiva, reconhecemos a cultura como portadora <strong>de</strong> uma<br />

tríplice e simultânea dimensão: simbólica, cidadã e econômica. A primeira nos<br />

remete aos modos <strong>de</strong> fazer, pensar e agir, portanto revela nossas i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s.<br />

A segunda se refere à idéia da cultura como direito e, portanto, campo para o<br />

exercício da cidadania. Na dimensão econômica reconhecemos a cultura como<br />

geradora <strong>de</strong> riquezas e provedora <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Decorre da articulação entre o i<strong>de</strong>ntitário, a cidadania e economia, a necessida<strong>de</strong><br />

da existência <strong>de</strong> políticas culturais capazes <strong>de</strong> assegurar sua efetiva participação<br />

no <strong>de</strong>senvolvimento humano. Sem políticas públicas <strong>de</strong> cultura, o <strong>de</strong>sfrute<br />

da cultura como direito e os próprios direitos culturais correm o risco <strong>de</strong> não<br />

passarem <strong>de</strong> i<strong>de</strong>alida<strong>de</strong>s e retóricas. O <strong>de</strong>safio é pensar como as diferenças<br />

po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ser tratadas como realida<strong>de</strong>s que justificam e legitimam,<br />

<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s e dominações, transformando-se no elemento central <strong>de</strong> nosso<br />

capital social.


Este <strong>de</strong>bate entre socieda<strong>de</strong> civil e Estado sobre a diversida<strong>de</strong> cultural existe<br />

há mais <strong>de</strong> cinqüenta anos, e vem produzindo documentos e instrumentos<br />

políticos internacionais 2 a fim <strong>de</strong> oferecer alternativas para a proteção e<br />

promoção do direito à cultura e à diversida<strong>de</strong> cultural. Tais documentos<br />

refletem as preocupações com os processos típicos do mundo contemporâneo<br />

e seus reflexos no campo da cultura.<br />

Em 2001, a 31ª reunião da Conferência Geral da UNESCO aprovou a Declaração<br />

Universal sobre a Diversida<strong>de</strong> <strong>Cultura</strong>l. Em 12 artigos e 20 recomendações<br />

práticas , consolida décadas <strong>de</strong> reflexões e enfrentamentos. Mas o documento<br />

foi consi<strong>de</strong>rado pela gran<strong>de</strong> maioria dos Estados membros e por organizações<br />

da socieda<strong>de</strong> civil, uma resposta insuficiente para as ameaças que a atualida<strong>de</strong><br />

apresenta para a Diversida<strong>de</strong> <strong>Cultura</strong>l. Com isso, foi instaurado um processo<br />

<strong>de</strong> aprofundamento que resultou na aprovação da Convenção para a Proteção<br />

e Promoção da Diversida<strong>de</strong> das Expressões <strong>Cultura</strong>is, em 2005. O texto <strong>de</strong>fine<br />

objetivos como 4 :<br />

• criar condições para que todas as culturas floresçam em igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

condições, e possam interagir <strong>de</strong> modo mutuamente estimulante;<br />

• encorajar os diálogos entre as culturas <strong>de</strong> modo a estabelecer um equilíbrio entre<br />

as trocas culturais, em favor <strong>de</strong> um respeito intercultural e da cultura da paz;<br />

• reafirmar a ligação entre cultura e <strong>de</strong>senvolvimento, apoiando as ações<br />

neste sentido;<br />

A compreensão da diversida<strong>de</strong> cultural e sua relação com questões como as<br />

culturas populares, as i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s e tradições e o <strong>de</strong>senvolvimento, vêm gran<strong>de</strong><br />

esforço reflexivo para fazer avançar as políticas públicas <strong>de</strong> cultura. Este avanço<br />

2 O Acordo <strong>de</strong> Florença <strong>de</strong> 1950 e seu Protocolo <strong>de</strong> Nairobi <strong>de</strong> 1976, a Convenção Universal<br />

sobre Direitos <strong>de</strong> Autor, <strong>de</strong> 1952, a Declaração dos Princípios <strong>de</strong> Cooperação <strong>Cultura</strong>l<br />

Internacional <strong>de</strong> 1966, a Convenção sobre as Medidas que Devem Adotar-se para Proibir e<br />

Impedir a Importação, a Exportação e a Transferência <strong>de</strong> Proprieda<strong>de</strong> Ilícita <strong>de</strong> Bens <strong>Cultura</strong>is,<br />

<strong>de</strong> 1970, a Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial <strong>Cultura</strong>l e Natural <strong>de</strong> 1972, a<br />

Declaração da UNESCO sobre a Raça e os Preconceitos Raciais, <strong>de</strong> 1978, a Recomendação<br />

relativa à condição do Artista, <strong>de</strong> 1980, a Recomendação sobre a Salvaguarda da <strong>Cultura</strong><br />

Tradicional e Popular, <strong>de</strong> 1989, a Conferência Mundial sobre as Políticas <strong>Cultura</strong>is <strong>de</strong> 1982,<br />

a Comissão Mundial <strong>de</strong> <strong>Cultura</strong> e Desenvolvimento, Nossa Diversida<strong>de</strong> Criadora <strong>de</strong> 1995 e a<br />

Conferência Intergovernamental sobre Políticas <strong>Cultura</strong>is para o Desenvolvimento em 1998.<br />

Consultar o site www.observatoriodadiversida<strong>de</strong>.org.br .<br />

3 Ver o documento em http://unesdoc.unesco.org/images/0012/001271/127160m.pdf<br />

4 O texto completo da Convenção po<strong>de</strong> ser consultado em http://portal.unesco.org/culture/es/<br />

file_download.php/4e23e90123ccd047c3f757ea1cfbca40TEXTE+REVISE+-+Spa.pdf<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

33


Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

34<br />

2. A <strong>Cultura</strong><br />

Popular<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> superar posturas protecionistas conservadoras,<br />

que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m regimes <strong>de</strong> exceção cultural. O mais efetivo, especialmente<br />

no que se refere às expressões populares e tradicionais, é a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

se conjugar os dois verbos: proteger e promover a diversida<strong>de</strong> cultural. Uma<br />

forma <strong>de</strong> realizar essa operação está ligada à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se articular, <strong>de</strong><br />

forma mais dinâmica, a cultura, pensada em suas dimensões simbólica, cidadã<br />

e econômica com a questão das políticas públicas e o <strong>de</strong>senvolvimento. Tratase<br />

<strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r que proteção sem promoção da diversida<strong>de</strong> cultural,<br />

acaba se transformando na adoção <strong>de</strong> medidas restritivas que con<strong>de</strong>nam<br />

cada cultura a ela própria. O <strong>de</strong>safio parece ser o <strong>de</strong> se implementar medidas<br />

políticas e econômicas que evitem a transformação das trocas culturais em<br />

processos <strong>de</strong> mão única que reforçam a concentração cultural e submetem a<br />

cultura à lógica exclusiva do mercado globalizado.<br />

Como então pensar os adjetivos i<strong>de</strong>ntitário, popular e tradicional, colocados<br />

junto ao substantivo cultura, sob a ótica da diversida<strong>de</strong>?<br />

Os <strong>de</strong>bates sobre a cultura popular no Brasil apontam para a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se<br />

ter clareza sobre o que <strong>de</strong>finimos por meio <strong>de</strong>ste conceito, <strong>de</strong> forma a evitar<br />

polarizações que ora a pensam como folclore, ora a <strong>de</strong>finem como resíduo<br />

da cultura erudita e ora apontam como resistência à dominação. Na primeira<br />

perspectiva, a cultura popular é traduzida exclusivamente como um conjunto<br />

<strong>de</strong> tradições coletivas e anônimas permanentemente ligadas ao passado.<br />

Quando pensada em contraponto às manifestações eruditas, é sempre <strong>de</strong>finida<br />

como ingênua, <strong>de</strong>sprovida <strong>de</strong> saber e conhecimento. Quando associada à idéia<br />

<strong>de</strong> resistência política, transforma-se em construção i<strong>de</strong>ológica que se utiliza<br />

do simbólico popular. Em todas essas visões o gran<strong>de</strong> problema, como revela<br />

Arantes Neto (1981), é a manipulação política e populista que <strong>de</strong>la se faz, em<br />

função <strong>de</strong> ser sempre objeto <strong>de</strong> uma tradução das elites da socieda<strong>de</strong> e não<br />

um modo próprio <strong>de</strong> afirmar-se.<br />

Marilena Chauí agrupa as abordagens sobre a cultura popular em dois gran<strong>de</strong>s<br />

pólos. O primeiro expressa uma perspectiva romântica que traduz o popular


como puro e autêntico, uma cultura sem “contaminação e sem contato com<br />

a cultura oficial e suscetível <strong>de</strong> ser resgatada por um Estado novo e por uma<br />

Nação nova.” (CHAUÌ,1989, p.23). O segundo pólo, habitado pela abordagem<br />

ilustrada, “vê a cultura como resíduo morto, como museu e arquivo, como o<br />

“tradicional” que será <strong>de</strong>sfeito pela “mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>”, sem interferir no próprio<br />

processo <strong>de</strong> “mo<strong>de</strong>rnização”. (ibi<strong>de</strong>m)<br />

Para a autora, tanto os Românticos quanto os Ilustrados pecam por consi<strong>de</strong>rar<br />

a cultura popular como algo fechado sobre si próprio. Quando transformada<br />

em representação genuína da nação, a cultura popular adquire o sentido <strong>de</strong><br />

uma totalida<strong>de</strong> orgânica, o que impe<strong>de</strong> <strong>de</strong> se reconhecer e compreen<strong>de</strong>r suas<br />

dinâmicas, contradições e transformações. Quando expressão residual <strong>de</strong><br />

outras culturas, a cultura popular é reduzida a um repertório <strong>de</strong> fragmentos na<br />

forma <strong>de</strong> eventos e produtos. Tanto numa quanto noutra, a cultura popular<br />

é aprisionada ao passado, reduzida a uma lista <strong>de</strong> expressões, que só adquire<br />

valor se expressão da tradição.<br />

Alguns pesquisadores, como a antropóloga Ruth Cardoso, apontam para<br />

os cuidados que precisamos ter quando transformamos a cultura popular<br />

em expressão da cultura e da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> nacional. Em primeiro lugar, esta<br />

noção po<strong>de</strong> nos remeter à idéia <strong>de</strong> cultura popular como uma realida<strong>de</strong><br />

protegida <strong>de</strong> influências cosmopolitas e <strong>de</strong> trocas, além <strong>de</strong> configurá-la<br />

como expressão coinci<strong>de</strong>nte aos seus limites espaciais, uma espécie <strong>de</strong><br />

cultura da comunida<strong>de</strong>.<br />

Outro <strong>de</strong>safio refere-se à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>rmos o que mobiliza<br />

a importância dada à <strong>Cultura</strong> Popular como expressão <strong>de</strong> uma<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> mais genuína. Ainda usando das idéias da antropóloga<br />

Ruth Cardoso e agregando a elas as <strong>de</strong> Jésus Martin Barbero, um<br />

pensador nascido na Espanha, mas que se estabeleceu na Colômbia,<br />

muitas vezes a atenção dada à cultura popular é uma espécie <strong>de</strong><br />

invocação que legitima o po<strong>de</strong>r das elites e obscurece a realida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> exclusão. Há aqui uma sutil operação: ao afirmar a existência<br />

da cultura popular, consolida uma espécie <strong>de</strong> negação.<br />

Mas a que se refere o termo cultura popular? Em vez <strong>de</strong><br />

realida<strong>de</strong> autônoma ou como parte <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />

outros mo<strong>de</strong>los culturais no<br />

interior <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong>,<br />

a cultura popular po<strong>de</strong> ser<br />

Foto Manu Dias/ Acervo AGECOM


36<br />

Tradicional ou contemporânea,<br />

massivamente compartilhada<br />

ou resultado <strong>de</strong> trocas restritas,<br />

consolidada em produtos e bens<br />

materiais ou expressão imaterial<br />

<strong>de</strong> subjetivida<strong>de</strong>s singulares,<br />

a cultura popular é melhor<br />

compreendida quando referida<br />

ao seu plural, culturas populares,<br />

ou seja, a realida<strong>de</strong>s marcadas<br />

pelas diferenças que, po<strong>de</strong>m<br />

revelar mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong>,<br />

ruptura e atualização do vivido<br />

transformado em referências,<br />

memória e i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s.<br />

pensada como uma das formas <strong>de</strong> representação e expressão simbólica<br />

que se materializa em práticas religiosas, lúdicas, artísticas e artesanais,<br />

que ora emergem <strong>de</strong> contextos e áreas simbólicas marcadas pela tradição<br />

ora expressam respostas a experiências <strong>de</strong> “sentenciamento da história -<br />

subjugação, dominação, diáspora, <strong>de</strong>slocamento” (BAHBHA,1998), ora são o<br />

resultado <strong>de</strong> trocas mais dinâmicas e atuais.<br />

Há, portanto, uma necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se compreen<strong>de</strong>r o que há <strong>de</strong> novo nesse<br />

convite atual à centralida<strong>de</strong> e importância da cultura popular, <strong>de</strong> forma a<br />

se compreen<strong>de</strong>r se estamos diante apenas <strong>de</strong> uma renovação do discurso<br />

tradicional sobre a nação, ou se esse processo expressa uma nova socieda<strong>de</strong><br />

civil e por conseqüência um novo Estado.<br />

São claras as evidências <strong>de</strong> que o Brasil se encontra num outro momento<br />

histórico on<strong>de</strong> a cultura assumiu uma dimensão importante no projeto político<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e <strong>de</strong> construção da cidadania. Isso trouxe ao centro das<br />

políticas públicas, sujeitos, expressões e mo<strong>de</strong>los culturais antes invisíveis ou<br />

objeto apenas <strong>de</strong> manipulação i<strong>de</strong>ológica. Este novo lugar da cultura no projeto<br />

político da nação transcen<strong>de</strong> os usos meramente retóricos e i<strong>de</strong>ológicos da<br />

diversida<strong>de</strong> cultural, configurando-se conforme sugere RUBIN (2007) em sua<br />

análise sobre a cultura no Governo Lula, como resultado:<br />

• <strong>de</strong> um papel ativo assumido pelo Estado;<br />

• <strong>de</strong> uma perspectiva abrangente no que se refere ao tratamento da cultura<br />

tomada num sentido antropológico e abrangendo um amplo escopo para além<br />

do erudito, que institui novas fronteiras e fluxos: populares; afro-brasileiras;<br />

indígenas; <strong>de</strong> gênero; <strong>de</strong> orientações sexuais; das periferias; da mídia áudiovisual;<br />

das re<strong>de</strong>s informáticas etc;<br />

• do <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> formular e implementar <strong>de</strong>mocraticamente as políticas<br />

culturais, o que significa uma centralida<strong>de</strong> na participação da socieda<strong>de</strong> civil;<br />

• do aumento dos orçamentos públicos para a cultura;<br />

• e da busca da institucionalida<strong>de</strong> das políticas culturais por meio do <strong>de</strong>bate e<br />

criação <strong>de</strong> sistemas e planos <strong>de</strong> cultura.<br />

Há também, algo <strong>de</strong> novo no que se refere ao campo específico da cultura popular.<br />

...está em curso na socieda<strong>de</strong> brasileira, um processo <strong>de</strong> fortalecimento <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>terminadas formas culturais e manifestações populares que até um período<br />

recente <strong>de</strong> nossa história praticamente agonizavam, correndo o risco do<br />

total <strong>de</strong>saparecimento. Tais expressões culturais experimentam hoje uma<br />

revitalização, um reconhecimento e uma revalorização notáveis <strong>–</strong> por parte


<strong>de</strong> setores cada vez mais amplos da socieda<strong>de</strong>, incluindo a mídia <strong>–</strong> <strong>de</strong>ixando<br />

perplexos até mesmo aqueles incansáveis <strong>de</strong>fensores da preservação <strong>de</strong> nossas<br />

tradições populares, que talvez não fossem capazes <strong>de</strong> imaginar, nem os mais<br />

otimistas, que esse passado moribundo pu<strong>de</strong>sse fazer-se vigorar com tanta força<br />

no presente. (ABIB, 2007:2)<br />

Essa renovada presença da cultura popular na esfera pública joga por terra as<br />

previsões pessimistas <strong>de</strong> um ocaso das tradições, processo que não se efetivou<br />

na passagem dos séculos XX para o XXI da forma como críticos e pesquisadores<br />

apontavam. Revela ainda que os chamados processos contemporâneos <strong>de</strong><br />

globalização renovaram a importância do local e, por extensão, do tradicional<br />

e do popular. Esta renovação além <strong>de</strong> inaugurar um novo mercado <strong>de</strong> bens<br />

culturais que produz o homogêneo e valoriza o singular e específico, aponta<br />

para um novo processo político <strong>de</strong> enfrentamentos entre diferentes atores<br />

sociais e seus sistemas <strong>de</strong> representação. (MELO, 2006).<br />

Ainda segundo o professor ABIB (2007:3)<br />

Contraditoriamente ao processo <strong>de</strong> homogeneização cultural levado à cabo<br />

na socieda<strong>de</strong> globalizada, percebemos a revitalização <strong>de</strong> uma gama <strong>de</strong><br />

manifestações tradicionais <strong>de</strong> nossa cultura, tais como a Capoeira, o Maracatu,<br />

os Reisados, as Marujadas e Cheganças, os Blocos Afro, o Bumba-meu-boi, a<br />

Congada e o Moçambique, o Frevo e a Ciranda, a Quixabeira, o Samba <strong>de</strong> Viola<br />

e o Samba-Lenço, a Catira, o Tambor <strong>de</strong> Crioula e o Tambor <strong>de</strong> Mina, a Dança<br />

do Lelê, o Chorinho, o Côco e a Embolada, a Burrinha, o Cacuriá, a Dança <strong>de</strong><br />

São Gonçalo, os Blocos <strong>de</strong> Marcha-Rancho, o Boi-<strong>de</strong>-Mamão, o Samba-Chula e<br />

o Jongo que são apenas alguns exemplos <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ritmos<br />

e manifestações que têm, notadamente, ocupado espaços importantes não só<br />

nas festas tradicionais <strong>de</strong>terminadas pelos calendários <strong>de</strong> cada comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

on<strong>de</strong> sempre fizeram parte, mas sobretudo através das aparições em programas<br />

<strong>de</strong> televisão, apresentações <strong>de</strong> cunho turístico, shows para gran<strong>de</strong>s públicos,<br />

ví<strong>de</strong>odocumentários, gravações em CD, reportagens em revistas e jornais, ou<br />

ainda como referência para artistas plásticos, escritores, cineastas, grupos<br />

<strong>de</strong> teatro, dança ou <strong>de</strong> música, responsáveis por importantes e interessantes<br />

movimentos culturais (o movimento Mangue-Beat no Recife, ou o movimento<br />

Samba-Raiz no Rio e em S.Paulo, por exemplo) que têm buscado nas raízes da<br />

nossa cultura, o substrato <strong>de</strong> sua arte, a partir <strong>de</strong> uma re-leitura atualizada <strong>de</strong> tais<br />

manifestações e ritmos.<br />

A perspectiva que aqui i<strong>de</strong>ntificamos resulta <strong>de</strong> um novo <strong>de</strong>senho político e<br />

cultural da socieda<strong>de</strong> brasileira, on<strong>de</strong> a presença dos atores individuais e sociais<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

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Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> <strong>Populares</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

38<br />

das culturas populares como protagonistas e sujeitos políticos inauguram a<br />

superação das práticas conservadoras até então dominantes.<br />

Não se trata mais das maneiras como as elites se reportam e se apropriam do<br />

popular, mas das diversas maneiras como este popular se localiza simbólica<br />

e politicamente. Compreen<strong>de</strong>r este novo lugar do popular <strong>de</strong>manda o<br />

reconhecimento “do caráter complexo da cultura popular, e as mediações<br />

que ocorrem entre essa e o po<strong>de</strong>r hegemônico: as oposições, acomodações,<br />

negociações e estratégias <strong>de</strong> resistências colocadas em prática, na<br />

elaboração e mesmo no processo <strong>de</strong> invenção <strong>de</strong>ssas tradições populares...”.<br />

(ABIB,2007,p.9)<br />

O conhecimento e análise das culturas populares no mundo atual requer<br />

ir além da idéia <strong>de</strong> que países em <strong>de</strong>senvolvimento, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e que se<br />

industrializam e urbanizam <strong>de</strong> forma expressiva, vivem sob o po<strong>de</strong>r absoluto<br />

das i<strong>de</strong>ologias das classes dominantes e <strong>de</strong> uma indústria cultural homogênea<br />

e hegemônica. É preciso evitar posições simplificadoras que estabelecem como<br />

resultado da indústria cultural, a imposição in<strong>de</strong>sejada do cosmopolitismo e o<br />

<strong>de</strong>saparecimento <strong>de</strong> formas culturais populares e tradicionais.<br />

Para além da face coercitiva e homogeneizante do mercado cultural, a<br />

socieda<strong>de</strong> brasileira contemporânea se mostra complexa, <strong>de</strong>corrência dos<br />

vários lugares simbólicos e políticos a partir dos quais expressamos nossas<br />

singularida<strong>de</strong>s e dialogamos sobre nossas diferenças. Resta pensar os termos<br />

i<strong>de</strong>ntitário e tradicional.<br />

Para as Ciências Sociais, e mais especificamente, para a Antropologia, a<br />

questão da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> sempre esteve relacionada a três questões específicas:<br />

a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> étnica, a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> nacional e a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero, sendo<br />

que, especialmente no Brasil, a primeira foi a que mais se <strong>de</strong>senvolveu.<br />

(DUARTE,1986A:70). Durante muito tempo, as teorias sobre a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

apresentavam-se como teorias da não-contradição, da não-diferença, ou seja,<br />

teorias da unida<strong>de</strong>.<br />

Contemporaneamente a questão da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> social passou a ser discutida<br />

através <strong>de</strong> idéias da multiplicida<strong>de</strong>, da diferença e do contraste. O conceito<br />

4 O texto completo da Convenção po<strong>de</strong> ser consultado em http://portal.unesco.org/culture/es/<br />

file_download.php/4e23e90123ccd047c3f757ea1cfbca40TEXTE+REVISE+-+Spa.pdf


<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> social <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> se constituir como uma espécie <strong>de</strong> categoria <strong>de</strong><br />

unificação e se consolida como referente a uma realida<strong>de</strong> relacional e dinâmica.<br />

I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> passa a <strong>de</strong>nominar processos <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação. O que se chama<br />

<strong>de</strong> crise <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser entendido como produto <strong>de</strong> um processo<br />

característico da socieda<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rna, uma abundância <strong>de</strong> comunicação<br />

gerando a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> busca <strong>de</strong> diferenciação.<br />

Há, portanto, necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se ter uma atenção especial ao termo i<strong>de</strong>ntitário,<br />

para que não se constitua solo fértil para o etnocentrismo, o racismo, o classe<br />

centrismo e o Estado-centrismo.” (BARBU,1980).<br />

Elemento fundamental na constituição e organização da cultura, a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

não po<strong>de</strong> ser com ela confundida, da mesma maneira que a diversida<strong>de</strong> cultural<br />

não po<strong>de</strong> ser traduzida como um mosaico <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s. Para que o conceito<br />

mantenha sua operativida<strong>de</strong>, a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, seja ela étnica ou não, <strong>de</strong>ve ser<br />

compreendida como algo mais dinâmico, situacional, que revela a utilização<br />

<strong>de</strong> elementos culturais por sujeitos singulares. Decorre daí a perspectiva <strong>de</strong><br />

compreendê-la como processo contínuo <strong>de</strong> construção e seleção <strong>de</strong> traços<br />

e marcas, que <strong>de</strong>finem o olhar com que cada sujeito, grupo ou socieda<strong>de</strong><br />

concebe a si próprio e ao “outro”, mas também a maneira como i<strong>de</strong>aliza ser<br />

concebido e compreendido;<br />

O que é fundamental, na superação <strong>de</strong> uma perspectiva essencialista e<br />

estática, é a compreensão da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> como expressão da organização<br />

social <strong>de</strong> um grupo ou <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong>, constituindo-se como um processo<br />

<strong>de</strong> representação coletiva, resultado do próprio reconhecimento social das<br />

diferenças. Como tal, se produz, enquanto algo dinâmico e processual, nas<br />

intersecções entre os indivíduos e seus grupos e entre estes e outros grupos<br />

consi<strong>de</strong>rados diferentes.<br />

A i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> expressa, além das formas <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> bens e das formas <strong>de</strong><br />

organização da vida coletiva, concepções e idéias fundamentais para a conduta<br />

dos sujeitos: a visão <strong>de</strong> mundo, o sentido da vida, os projetos, construídos<br />

a partir dos saberes, dos valores, das emoções que qualificam a tudo e a<br />

todos. Daí a íntima relação entre a discussão das i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s culturais e os<br />

patrimônios imateriais.<br />

A construção <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s expressa sempre contrastes fruto das situações<br />

<strong>de</strong> contato que se dão através <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> interação e <strong>de</strong> comunicação.<br />

3. O I<strong>de</strong>ntitário &<br />

o Tradicional<br />

Foto Taiane Oliveira


Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> <strong>Populares</strong> <strong>Populares</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

Foto Agnaldo Novais/ Acervo AGECOM<br />

Isso produz um quadro <strong>de</strong> rica complexida<strong>de</strong> entre os limites inclusivos,<br />

quando o grupo <strong>de</strong>fine para si próprio a pertinência ao seu grupo e, limites<br />

exclusivos, originados na percepção do outro sobre si. Neste processo,<br />

tanto elementos positivos quanto elementos negativos, ou estereotipados,<br />

são utilizados como mecanismos <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação. São limites e marcas que<br />

preten<strong>de</strong>m “assinalar a dimensão construída pelos homens e escolhida como<br />

privilegiada para individualizar o grupo no concerto da diversida<strong>de</strong> social.”<br />

(RUBEN,1986:88). Esta contrastivida<strong>de</strong> comporta sempre um componente<br />

especular, resultado do processo <strong>de</strong> atribuição <strong>de</strong> significados que <strong>de</strong>finem<br />

iguais e diferentes o que faz com que cada um seja, num certo sentido, uma<br />

reconstrução, positiva ou negativa do outro. Mesmo quando não <strong>de</strong>corrente<br />

ou inauguradora <strong>de</strong> conflitos, a contrastivida<strong>de</strong> faz da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> um processo<br />

continuo <strong>de</strong> negociação <strong>de</strong> sentidos.<br />

Como um repertório articulado e dinâmico <strong>de</strong> concepções, apesar <strong>de</strong> seu<br />

caráter <strong>de</strong> anteriorida<strong>de</strong> ao indivíduo, a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> só se reproduz enquanto<br />

fenômeno cultural, se objeto <strong>de</strong> participação subjetiva individual. Diferentes<br />

sujeitos, pertencentes a uma mesma etnia, ou a um mesmo grupo social,<br />

vivem <strong>de</strong> maneira também diferente o “problema” da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>: recortam,<br />

reconstroem, reforçam elementos diferentes <strong>de</strong>stes repertórios. Introduz-se<br />

assim a questão da diversida<strong>de</strong> no interior <strong>de</strong> um mesmo grupo i<strong>de</strong>ntitário.<br />

Por fim, é preciso lembrar que os referenciais <strong>de</strong> tempo e <strong>de</strong> espaço são<br />

centrais na experiência i<strong>de</strong>ntitária. Utilizados para a sua construção,<br />

sua diversida<strong>de</strong> e manipulação no interior do próprio grupo social<br />

e ao processo <strong>de</strong> comunicação que estabelece com o que<br />

lhe é exterior, constitui-se como um dos gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safios na<br />

compreensão das i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s.<br />

Os referenciais do tempo revelam como a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> constrói<br />

uma espécie <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> temporal <strong>de</strong>signando semelhanças,<br />

<strong>de</strong>finindo tradições, i<strong>de</strong>ntificando continuida<strong>de</strong>s e rupturas,<br />

tomadas como fundamentais. Nesta dimensão, como mostram<br />

Cunha (1985) e Duarte (1986B), as tradições, o passado, são<br />

sempre objeto <strong>de</strong> uma reinvenção operada pelas condições do<br />

presente: “Mais do que po<strong>de</strong>rmos dizer que o presente é reflexo<br />

ampliado do passado,<strong>de</strong>veríamos po<strong>de</strong>r perceber que é este que<br />

se ilumina dos reflexos ativos do presente.” (DUARTE:1987:38). O<br />

passado é tomado como um “ator i<strong>de</strong>ológico” que é problematizado


e legitimado na atualida<strong>de</strong>, tendo como referência a conceituação e a<br />

experiência <strong>de</strong> organização do tempo vivido no presente. A lembrança <strong>de</strong><br />

um outro tempo não se constrói em dissociação com a experiência do tempo<br />

vivido no presente.<br />

Já a dimensão da territorialida<strong>de</strong> também é tomada, juntamente com a<br />

questão temporal, como um dos elementos cruciais no engendramento da<br />

I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, em cujo cruzamento, a memória se exercita (SILVA,1984). O fato<br />

<strong>de</strong> se pertencer a um <strong>de</strong>terminado espaço geográfico, histórico, econômico e<br />

afetivo constitui elemento importante na construção da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>.<br />

Enfim, como a compreensão da semelhança e pertencimento nos convida à<br />

compreensão da troca e do diálogo inter e intra i<strong>de</strong>ntitário.<br />

Há, sem dúvida, um processo <strong>de</strong> revalorização das culturas populares e locais.<br />

No sentido regional e mundial, este processo parece se configurar como um<br />

contraponto ao processo <strong>de</strong> mundialização, entretanto<br />

o processo <strong>de</strong> revitalização <strong>de</strong>ssas tradições, não se constitui, conforme Otávio<br />

Ianni (1992), apenas no reavivamento <strong>de</strong> tradições e configurações pretéritas,<br />

mas como “...uma revelação <strong>de</strong> um novo todo, no qual as formações singulares<br />

adquirem outros significados” (p.32). Com o <strong>de</strong>clínio da socieda<strong>de</strong> nacional e<br />

a emergência da socieda<strong>de</strong> global, modificam-se as articulações e mediações<br />

nas quais se inserem as partes e o todo, as singularida<strong>de</strong>s, particularida<strong>de</strong>s e<br />

universalida<strong>de</strong>s. Segundo Ianni, a verda<strong>de</strong> é que, a globalização não é jamais<br />

um processo histórico-social <strong>de</strong> homogeneização, embora sempre estejam<br />

presentes forças empenhadas na busca <strong>de</strong> tal fim; ou que buscam equalizar<br />

interesses, acomodar alianças, criar e reforçar estruturas <strong>de</strong> apropriação<br />

econômica e dominação política. (ABIB,2007,p.9 e 10)<br />

No contexto brasileiro, a revitalização das atenções às culturas populares é<br />

expressão <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> transformações que re<strong>de</strong>finem lugares sociais e<br />

4. Para<br />

Terminar<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

Pensar a realida<strong>de</strong> das culturas<br />

populares, i<strong>de</strong>ntitárias e<br />

tradicionais, <strong>de</strong>manda,<br />

portanto, o cuidadoso trabalho<br />

<strong>de</strong> mapeamento não apenas<br />

da diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formas <strong>de</strong><br />

agenciamento simbólico e<br />

material no campo das ativida<strong>de</strong>s<br />

artísticas e artesanais, dos<br />

folguedos e <strong>de</strong>mais ativida<strong>de</strong>s<br />

lúdicas, das práticas religiosas,<br />

da gastronomia e da saú<strong>de</strong>, mas,<br />

especialmente, a maneira como<br />

tais agenciamentos dialogam com<br />

o tempo e o espaço, revelando<br />

anteriorida<strong>de</strong> e atualida<strong>de</strong>, o local<br />

e o universal.<br />

41


Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

42<br />

sentidos políticos. Em especial, assistimos à consolidação <strong>de</strong> políticas públicas<br />

<strong>de</strong> cultura que buscam corrigir décadas <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s elitistas e exclusivas, que<br />

mantinham ausentes e invisíveis sujeitos e práticas culturais.<br />

Referências<br />

ARANTES NETO, Antonio Augusto, O que é cultura Popular, Coeleção Primeiros Passos,<br />

SP, Brasiliense, 1981<br />

BARROS, José Márcio. O rodar do moinho: notas sobre a antropologia e o conceito <strong>de</strong><br />

cultura. Ca<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong> Ciências Sociais - PUC-MG. Belo Horizonte, v. 3, n. 3, p. 5-13, abr.<br />

1993.<br />

BARROS (org), José Marcio, Diversida<strong>de</strong> <strong>Cultura</strong>l <strong>–</strong> da proteção à promoção, BH,<br />

Autêntica, 2008<br />

BHABHA, Homi K. O Local da <strong>Cultura</strong>. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1998<br />

BERNARD, François <strong>de</strong>, A Convenção sobre a diversida<strong>de</strong> cultural espera para ser<br />

colocada em prática! 4 tarefas prioritárias para a socieda<strong>de</strong> civil, texto apresentado<br />

em Seminário promovido pela DAC/PUC Minas, em maio <strong>de</strong> 2007<br />

CARDOSO, Ruth, “<strong>Cultura</strong> Brasileira : uma noção ambigua”, mimeo, s/d<br />

CHAUÍ, Marilena Conformismo e resistência <strong>–</strong> aspectos da cultura popular no Brasil,<br />

....., ..... 1989<br />

DURHAN, Eunice Ribeiro. A Dinâmica <strong>Cultura</strong>l da Socieda<strong>de</strong> Mo<strong>de</strong>rna. Ensaios <strong>de</strong><br />

Opinião, Rio <strong>de</strong> Janeiro: Ed. Inúbia Ltda, p. 33-35, 1977.<br />

FEATHERSTONE, Mike. Socieda<strong>de</strong> e estado. Rio <strong>de</strong> Janeiro, Relume-Dumará, 1996


LARAIA, Roque <strong>de</strong> Barros, <strong>Cultura</strong> um conceito antropológico, Rio, Jorge Zahar, 2001<br />

Melo, Ricardo Moreno <strong>de</strong>. Tambor <strong>de</strong> machadinha: <strong>de</strong>vir e <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma<br />

tradição musical em Quissamã, Dissertação (Mestrado em Música) <strong>–</strong> Universida<strong>de</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ral do Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro, Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Música, 2006.<br />

RIBEIRO, Gustavo Lins “Bichos-<strong>de</strong>-obra - fragmentação e reconstrução <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s<br />

no sistema mundial”.Trabalho apresentado no XVI Encontro Anual da ANOPCS,<br />

Caxambu, 1990<br />

RODRIGUES, José Carlos. Antropologia e Comunicação: Princípios Radicais. Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro: Espaço e Tempo., 1989<br />

RUBIM, Antonio Albino Canelas, Políticas <strong>Cultura</strong>is no Brasil: trajetória e<br />

contemporaneida<strong>de</strong>, Trabalho apresentado no III ENECULT <strong>–</strong> Encontro <strong>de</strong> Estudos<br />

Multidisciplinares em <strong>Cultura</strong>, realizado entre os dias 23 a 25 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2007, na<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Comunicação/UFBa, Salvador-Bahia-Brasil.<br />

SOARES, Luiz Eduardo - Os impasses da teoria da cultura e a precarieda<strong>de</strong> da or<strong>de</strong>m<br />

social. Ca<strong>de</strong>rnos IFCH-Unicamp, 1984<br />

UNESCO, Convenção para a Proteção e a Promoção da Diversida<strong>de</strong> das Expressões<br />

<strong>Cultura</strong>is adotada pela Conferência Geral da UNESCO em sua 33ª sessão, 2005.<br />

VELHO, Gilberto & VIVEIROS <strong>de</strong> CASTRO, Eduardo - O conceito <strong>de</strong> cultura e o estudo <strong>de</strong><br />

socieda<strong>de</strong>s complexas. 1977, in: Artefato, ano 1, nº 1.<br />

WARNIER, Jean Pierre. A mundialização da cultura. Bauru: Edusc, 2000<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

43


Foto Marisa Viana/ Acervo Instituto Mauá<br />

44<br />

1.Artesanato


Expressão <strong>de</strong> modos <strong>de</strong> vida, memórias e costumes,<br />

o artesanato traz em si as marcas da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>.<br />

Ainda que seja, na prática, uma ativida<strong>de</strong> laboral<br />

exercida com finalida<strong>de</strong> financeira, o artesanato é parte<br />

intrínseca do universo da cultura popular. Os artefatos<br />

artesanais, produzidos manualmente ou por técnicas<br />

tradicionais, são ricos em referências à cultura <strong>de</strong> um<br />

povo, e são, ainda, frutos <strong>de</strong> saberes não-oficiais e<br />

fazeres marcados pela criativida<strong>de</strong>, talento e integração<br />

comunitária. Na Bahia, a ativida<strong>de</strong> é <strong>de</strong>senvolvida, sem<br />

exceção, em todos os territórios <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e envolve<br />

um vasto elenco <strong>de</strong> técnicas e matérias-primas. Algumas<br />

<strong>de</strong>las são: cerâmica (Maragogipinho, Barra, Lençóis e<br />

Cachoeira); bordado (Rio <strong>de</strong> Contas); renda <strong>de</strong> bilro<br />

(Saubara); trançado <strong>de</strong> fibra <strong>de</strong> coqueiro, banana, junco<br />

e piaçava (Diogo, Massarandupió, Curralinho e Vila do<br />

Sauípe); trançado <strong>de</strong> fibra <strong>de</strong> licuri (Iaçu e Santa Brígida)<br />

e trançado <strong>de</strong> sisal (Valente). Há, ainda, a produção<br />

<strong>de</strong> artesanato indígena em municípios do semi-árido,<br />

como Glória e Ro<strong>de</strong>las, entre outros. Na zona rural<br />

<strong>de</strong> Biritinga, a artesã Geronisse Luciano dos Santos,<br />

representa a associação Tecendo Amanhã, criada há<br />

quatro anos. O grupo <strong>de</strong> 15 mulheres produz chapéus,<br />

bolsas, esteiras, carteiras e porta-objetos com a palha <strong>de</strong><br />

ariri (palmeira rústica comum na Bahia) e incrementa-os<br />

com aviamentos, pinturas e colagens. A maioria <strong>de</strong>ssas<br />

artesãs apren<strong>de</strong>u o ofício <strong>de</strong>ntro da própria família.<br />

Territórios <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

- Agreste <strong>de</strong> Alagoinhas / Litoral Norte<br />

- Bacia do Paramirim<br />

- Baixo Sul<br />

- Chapada Diamantina<br />

- Itaparica (BA/PE)<br />

- Itapetinga<br />

- Litoral Sul<br />

- Portal do Sertão<br />

- Recôncavo<br />

- Sertão Produtivo<br />

- Sisal<br />

- Velho Chico<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

45


Artesanato<br />

46<br />

Contatos<br />

A<strong>de</strong>ilson Conceição <strong>de</strong> Jesus (artesanato)<br />

R. Eugenio Venceslau dos Santos, n° 157, Colina<br />

Ver<strong>de</strong><br />

Presi<strong>de</strong>nte Tancredo Neves<br />

Tel.: (73) 8124-8470<br />

A<strong>de</strong>lmira dos Santos Oliveira (artesanato)<br />

R. Boa Esperança, s/n<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 3652-1148, (71) 8276- 2548<br />

Afonso Feitoza (artesanato com corda <strong>de</strong> croá)<br />

Brejo do Burgo, n°199<br />

Glória<br />

Tel.: (75) 3656-1022<br />

Alfina Rosa <strong>de</strong> Souza (artesanato)<br />

R. Primeiro <strong>de</strong> Maio, s/n<br />

Nova Canaã<br />

Tel .: (73) 3207- 2164, (73) 9954-6520<br />

Ana Cláudia Neves Cruz (artesanato)<br />

R. Agenor, n°04, Centro<br />

Caturama<br />

Tel.: (77) 3650-1202, (77) 9959-6962<br />

Analice Maciel Rodrigues (artesanato)<br />

Rio Doce, s/n, Comandatuba<br />

Una<br />

Tel.: (73) 9961-9507, (73) 3236-1806<br />

Ana Lúcia <strong>de</strong> Jesus Gomes (crochê)<br />

R. das Agulhas<br />

Água Fria<br />

Tel.: (75) 8119-7679<br />

Ana Lúcia Silva <strong>de</strong> Sena (artesanato e crochê)<br />

R. do Lamarão, s/n, Centro<br />

Água Fria<br />

Tel.: (75) 8115-7454<br />

Ana Maria dos Santos Lopes (artesanato e trançado)<br />

Bairro Poeirão, 201<br />

Água Fria<br />

Tel.: (71) 8116-9763<br />

Ana Rita <strong>de</strong> Oliveira (artesanato)<br />

Praça dos Namorados, n°283, Centro<br />

Ibipitanga<br />

Tel.: (77) 3674- 2403<br />

Antônio José Sátiro do Nascimento (artesanato<br />

indígena)<br />

Al<strong>de</strong>ia Xucuri-Kariri, Quixabá<br />

Glória<br />

Arte Nativa - Associação <strong>de</strong> Artesanato e Doceiras do Baixio<br />

Praça Evaldo dos Santos, Baixio<br />

Esplanada<br />

Tel.: (75) 3413-3063, (75) 9999-5911<br />

36 integrantes<br />

Associação Artesanal <strong>de</strong> Nova Canaã - AARCAN<br />

R. Castelo Branco, s/n<br />

Nova Canaã<br />

Tel.: (73) 3207- 2359<br />

aarcan.associacao@ hotmail.com<br />

80 integrantes<br />

Associação Comunitária <strong>de</strong> Artesanato<br />

e Arte Popular <strong>de</strong> Irará<br />

R. Coronel Elpídio Nogueira, Centro<br />

Irará<br />

Tel.: (75) 8186-2505<br />

casadoartesaoirara@hotmail.com<br />

25 integrantes


Associação <strong>de</strong> Cerâmica Nossa Senhora<br />

<strong>de</strong> Fátima<br />

Barra<br />

Tel.: (74) 8807-7780<br />

Associação <strong>de</strong> Mulheres da Barra (artesanato<br />

e filantropia)<br />

Barra<br />

Tel.: (74) 3662-2443<br />

Número <strong>de</strong> integrantes não informado<br />

Associação dos Artesãos <strong>de</strong> Saubara <strong>–</strong> Casa<br />

das Ren<strong>de</strong>iras (renda <strong>de</strong> bilro)<br />

R. Francino Borges dos Reis, Rocinha<br />

Saubara<br />

Tel.: (75) 3699- 2039, (75) 8155-2240<br />

assoc.artesaossaubara@hotmail.com<br />

20 integrantes<br />

Augusta Ferreira da Paixão (artesanato)<br />

Fazenda Curral <strong>de</strong> Fora<br />

Água Fria<br />

Tel.: (75) 3293-1111<br />

dc_carneiro@hotmail.com<br />

Auretina Rodrigues <strong>de</strong> Souza Lino<br />

(artesanato)<br />

R. Alto do Bomfim, s/n, Centro<br />

Caturama<br />

Tel.: (77) 9977-0376<br />

Balbina Pereira dos Santos (artesanato e crochê)<br />

Av. Antônio Sérgio Carneiro, 2ª Travessa, s/n,<br />

Barra<br />

Água Fria<br />

Tel.: (75) 8186-8550<br />

Cláudia Félix dos Santos (artesanato)<br />

R. Duque <strong>de</strong> Caxias, s/n, Centro<br />

Presi<strong>de</strong>nte Tancredo Neves<br />

Tel.: (73) 8159-9772<br />

Cláudia Manuela Silva Santos (artesanato)<br />

R. Bela Vista, s/n<br />

Urandi<br />

Tel.: (77) 3456-2758, (77) 9196-7882<br />

cmsangel@ig.com.br<br />

Dailine Borges dos Santos (artesanato)<br />

Tv. Santa Rita, n°52, Centro<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 3651- 3706<br />

Dilza Lima da Silva (artesanato)<br />

Av. Balbino Leão <strong>de</strong> Almeida, nº 39<br />

Água Fria<br />

Tel.: (75) 8114-6260<br />

Edimary Jesus Santana (artesanato)<br />

R. Sergipe, n°20, Nova São Francisco<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Telefone não informado<br />

Edna Santos da Trinda<strong>de</strong> (artesanato)<br />

1ª Travessa do Coroado, n°33, Coroado<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 3652- 9091<br />

Eliana Pereira Diógenes da Silva (artesanato)<br />

Beco da Cisterna, 2ª Travessa<br />

Água Fria<br />

Tel.: (75) 8116-7055<br />

Elizabete <strong>de</strong> Carvalho (artesanato)<br />

R. Francina Teixeira Leão, s/n, Centro<br />

Botuporã<br />

Tel.: (77) 3678- 2294<br />

Elizabeth do Socorro Azevedo (artesanato e<br />

culinária)<br />

R. da Igreja, n°95, Monte Recôncavo<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 3652- 5085, (71) 8220-3397<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

47


Artesanato<br />

48<br />

Érica Lima Cor<strong>de</strong>iro (artesanato e crochê)<br />

R. do Cajueiro, s/n, Poerão<br />

Água Fria<br />

Tel.: (75) 3294-2077, (75) 8125-6306<br />

ericacor<strong>de</strong>iro39@hotmail.com<br />

Francisco Santos <strong>de</strong> Jesus (artesanato)<br />

R. Manoel Reis, n°695, Nova Esperança<br />

Presi<strong>de</strong>nte Tancredo Neves<br />

Telefone não informado<br />

Georgina Gomes dos Anjos (artesanato)<br />

R. Santa Rita, n°114, Centro<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 3651- 2612<br />

Gilce Lima Ribeiro (crochê e fuxico)<br />

R. Adoniran Assis da Silva, n°61<br />

Água Fria<br />

Tel.: (75) 8195-1082<br />

Grupo da Cesta (artesanato em palha)<br />

Comunida<strong>de</strong> Brejo da Vara<br />

Barra<br />

Telefone não informado<br />

11 integrantes<br />

Helena Ribeiro <strong>de</strong> Lima (crochê e bordado)<br />

Av. Antônio Sérgio Carneiro, s/n<br />

Água Fria<br />

Telefone não informado<br />

Idália da Paixão Silva (artesanato)<br />

Fazenda Curral <strong>de</strong> Fora<br />

Água Fria<br />

Tel.: (75) 3293-1111<br />

dc_carneiro@hotmail.com<br />

Ingrid <strong>de</strong> Carvalho Pereira (artesanato)<br />

1ª Travessa do Campo, n°12, Socorro<br />

Foto Marisa Viana/ Acervo Instituto Mauá


São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 9167-3973<br />

Iraci Soares da Silva (artesanato)<br />

R. Beira Mar, s/n, Caípe <strong>de</strong> Baixo<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 9144-9511, (71) 8622-2643<br />

Ivete Magalhães Freire <strong>de</strong> Oliveira<br />

(artesanato)<br />

Av. Laurinda Cardoso, s/n, Centro<br />

Caturama<br />

Tel.: (77) 9959-5731<br />

Izabel Lima <strong>de</strong> Carvalho do Nascimento<br />

(artesanato)<br />

R. Direta da Mangueira, n° 25, Campinas<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 3651-1532<br />

Joana Ramos dos Santos (crochê e trançado)<br />

R. Adoniran Assis da Silva, s/n<br />

Água Fria<br />

Tel.: (75) 8170-9148<br />

João <strong>de</strong> Deus Batista (cerâmica, trançado,<br />

mosaico e papel machê)<br />

R. da Brasília, nº 04, Monte Recôncavo<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel: (71) 8286-4949, (71) 9167-7351<br />

José Cardoso Nogueira (artesanato)<br />

Av. Elísio Santana, 119<br />

Irará<br />

Tel.: (75) 3247-2716<br />

Josedália Souza (artesanato e costura)<br />

Tv. Miguel Fernan<strong>de</strong>s, n° 190, Centro<br />

Caculé<br />

Tel: (77) 8108-2683<br />

José Humberto Correia Santos (trançado)<br />

R. do Campo, n° 27, Socorro<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 9911- 9318<br />

Josenice Ferreira <strong>de</strong> Araújo Pinto (artesanato,<br />

pintura e costura)<br />

Av. Antônio Sérgio Carneiro, s/n, Barra<br />

Água Fria<br />

Tel.: (75) 8120-6801<br />

José Rodrigues Neto (artesanato e selaria)<br />

Povoado Sansaité, s/n<br />

Macureré<br />

Tel.: (75) 3284-7005<br />

José Souza Leão (artesanato <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s e tarrafas)<br />

R. Alto do Bonfim, s/n, Centro<br />

Caturama<br />

Tel.: (77) 3650-1122<br />

Josina Souza Araujo Lima (artesanato)<br />

Av. Sete <strong>de</strong> Setembro, Centro<br />

Presi<strong>de</strong>nte Tancredo Neves<br />

Tel.: (73) 8164-1318<br />

Jozinalva Pereira do Nascimento Lima<br />

(artesanato em palha, jornais e tecido)<br />

R. da Entrada, s/n, Povoado Quixaba<br />

Glória<br />

Tel.: (75) 9166-3048<br />

Júlia Fonseca <strong>de</strong> Jesus (trançado e artesanato<br />

<strong>de</strong> palha)<br />

Fazenda Baixa da Mina<br />

Água Fria<br />

Tel.: (75) 8126-1034<br />

Juvenil<strong>de</strong>s Meneses (artesanato)<br />

R. Beira Rio, 44, Centro<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

49


Artesanato<br />

50<br />

Mascote<br />

Tel.: (73) 3625-2116<br />

Karla <strong>de</strong> Alcântara Santana (artesanato, costura<br />

e culinária)<br />

R. da La<strong>de</strong>ira, n° 77, Socorro<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 3652- 2048, (71) 9217- 2664<br />

Leandra Maria dos Santos Santana<br />

(artesanato)<br />

R. Drena I, n° 48 C, São Bento<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 3651- 3058<br />

Leda Maria da Cruz (artesanato em couro)<br />

Al. Plínio Mariani Guerreiro, nº 1510, Vermelho<br />

Barra<br />

Tel.: (74) 3662-2282, (74) 9994-1453<br />

Lidiana Santana Cor<strong>de</strong>iro (artesanato)<br />

Centro<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 3651- 1634, (71) 8787- 1462<br />

lidy-3@hotmail.com<br />

Lindinalva dos Santos (crochê e pintura)<br />

R. Antônio Santana Portugal, n° 61, Nova São<br />

Francisco<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 3651-2134, (71) 8851-6173<br />

Lour<strong>de</strong>s Maria <strong>de</strong> Jesus (trançado, artesanato <strong>de</strong><br />

palha)<br />

Fazenda Baixa da Mina<br />

Água Fria<br />

Tel.: (75) 8117-1271<br />

Luís Ronaldo Silva (cerâmica, marchetaria e<br />

costura)<br />

R. Dr. Timóteo Maciel, 22, Sossego<br />

Andaraí<br />

Tel.: (75) 8125-1169<br />

luisronaldosilva-andarai@hotmail.com<br />

Maria da Conceição Purificação do<br />

Nascimento (artesanato e costura)<br />

R. Monte Recôncavo, n° 33, Monte Recôncavo<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 3651-5240<br />

Maria <strong>de</strong> Fátima Oliveira <strong>de</strong> Melo (artesanato<br />

e bordado ponto cruz)<br />

Agrovila Jusante, 06<br />

Glória<br />

Tel.: (75) 9130- 4136<br />

Maria do Carmo Conceição <strong>de</strong> Jesus<br />

(artesanato)<br />

R. Manoel do Amaral, n° 74, Centro<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 8194-0095<br />

Maria Lúcia Arcanjo (artesanato e costura)<br />

R. Juvenal Heugênio <strong>de</strong> Queiroz, n° 127, Baixa<br />

Fria<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 8144-0115<br />

Maria Raimunda <strong>de</strong> Freitas Ramos<br />

(artesanato)<br />

Praça Dezenove <strong>de</strong> Julho, Centro<br />

Mascote<br />

Tel. : (73) 3625-2077, (73) 9135-2384<br />

rai_freitas@hotmail.com<br />

Maria Regina Maciel <strong>de</strong> Matos (artesanato)<br />

Fazenda Curral <strong>de</strong> Fora<br />

Água Fria<br />

Tel.: (75) 3293-1111<br />

dc_carneiro@hotmail.com


Foto cedida pelas Manifestações <strong>Cultura</strong>is <strong>de</strong> Cariranha<br />

Maria Sátiro do Nascimento (artesanato indígena)<br />

Al<strong>de</strong>ia Xucuri- Kariri, Quixabá<br />

Glória<br />

Tel.: (75) 9111-8450<br />

maiaraindinha@gmail.com<br />

Marilúcia Soares do Nascimento (artesanato)<br />

Av. Antônio Carlos Magalhães, s/n<br />

Itacaré<br />

Tel .: (73) 9928-9907<br />

Marlene Vieira Freitas (trançado)<br />

Fazenda Baixa Da Mina<br />

Água Fria<br />

Tel.: (75) 8151-1440<br />

Miraci Alves dos Santos Teixeira (crochê e<br />

bordado ponto cruz)<br />

Av. Antônio Carneiro, s/n<br />

Água Fria<br />

Tel.: (75) 3294-2219<br />

Natália Jesus <strong>de</strong> Souza (artesanato)<br />

R. do Asfalto, n° 148 A, Caípe <strong>de</strong> Baixo<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 9969- 4079<br />

Nelma Carneiro Araújo (artesanato)<br />

Praça Pedro Carvalho, s/n<br />

Água Fria<br />

Tel.: (75) 3293-116<br />

dc_carneiro@hotmail.com<br />

Neuza Maria Neves Cardoso (artesanato)<br />

Praça da Matriz, s/n, Centro<br />

Caturama<br />

Tel.: (77) 3650-1139<br />

Oficina Artesanal Mãos <strong>de</strong> Fada (artesanato)<br />

Quadra 01, Lote 10, R. Dirceu Gomes Fonseca,<br />

Centro<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

51


Artesanato<br />

52<br />

Foto Taiane Oliveira<br />

Ro<strong>de</strong>las<br />

Tel.: (75) 3285- 2356, (75) 8805-3502<br />

mãos.<strong>de</strong>.fada@bol.com.br<br />

22 integrantes<br />

Paulo Augusto Moscoso Vieira (artesanato)<br />

Praça da Ban<strong>de</strong>ira, 35, Centro<br />

Andaraí<br />

Tel.: (75) 8176-4011, (75) 3339-2416<br />

Pedrina Maria <strong>de</strong> Souza Silva (cerâmica)<br />

Povoado Riacho dos Cal<strong>de</strong>irões, s/n<br />

Macureré<br />

Tel.: (75) 9801-7242<br />

Rafael da Silva Gil (artesanato)<br />

R. Alto da Rodoviário, s/n<br />

Caturama<br />

Tel.: (77) 3650-1122<br />

Ronaldo <strong>de</strong> Oliveira Machado (artesanato)<br />

R. Jovino Alves, nº 44<br />

Urandi<br />

Tel.: (77) 3456-2327, (77) 9115-4721<br />

ronaldo.o.m@hotmail.com<br />

Ronival Aranjo Moreira (artesanato)<br />

Brejo do Burgo, s/n<br />

Glória<br />

Tel.: (75) 3686-1033<br />

Roque Santiago da Silva (artesanato com<br />

piaçava)<br />

R. Gue<strong>de</strong>s Lima, s/n<br />

Urandi<br />

Tel.:(77) 9196-7882<br />

Roseane <strong>de</strong> Oliveira Silva (artesanato)<br />

Av. Beira Mar, n° 35, Caípe <strong>de</strong> Baixo<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong>


Tel.: (71) 3604- 7582, (71) 8202- 0973<br />

roseane.oliveira31@gmail.com<br />

Salustiano Souza da Silva (artesanato)<br />

R. Timotéo Maciel, s/n, Centro<br />

Andaraí<br />

Telefone não informado<br />

Silvânia Santos da Cruz (artesanato)<br />

R. Luiz Viana Filho, n° 29, Centro<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 3651-3003, (71) 3651-1964, (71) 8208-<br />

3324<br />

Silvia Clotil<strong>de</strong> Lima Guimarães (artesanato)<br />

Av. Paraguaçu, 51, Barricas<br />

Andaraí<br />

Tel.: (75) 8122- 3384<br />

silvia. amina@hotmail.com<br />

Simone Cardoso dos Santos (artesanato e<br />

trançado)<br />

Tv. Moreira Rêgo, 20<br />

Irará<br />

Tel.: (75) 8142-7781<br />

Solange Chaves Reis Sena (artesanato)<br />

R. Santos Dumond, 113<br />

Nova Canaã<br />

Tel.: (73) 8802-9601<br />

Tecendo Amanhã (artesanato)<br />

Povoado <strong>de</strong> Vila Nova, s/n<br />

Biritinga<br />

Tel: (75) 9166-0867<br />

sergio_jss@yahoo.com.br<br />

15 integrantes<br />

Tomázia <strong>de</strong> Aquino dos Reis Santos<br />

(artesanato)<br />

Fazenda Curral <strong>de</strong> Fora<br />

Água Fria<br />

Tel.: (75) 3293-1111<br />

dc_carneiro@hotmail.com<br />

Valdivino Francisco Pinto (artesanato em palha)<br />

Comunida<strong>de</strong> Brejo <strong>de</strong> Vara, s/n<br />

Barra<br />

Venei<strong>de</strong> Santos Maerctsch (cerâmica e pintura<br />

em porcelana)<br />

Comunida<strong>de</strong> do Campo Seco<br />

Itacaré<br />

Tel.: (73)9935-0144<br />

Vera Lúcia Almeida Men<strong>de</strong>s dos Reis (crochê)<br />

R. José Miranda dos Reis, s/n<br />

Água Fria<br />

Tel.: (75) 8135-4066<br />

Vital Jesus dos Santos (artesanato)<br />

R. Tv. Maria Quitéria, s/n, Japão<br />

Presi<strong>de</strong>nte Tancredo Neves<br />

Tel.: (73) 8159-9849<br />

Ygor <strong>de</strong> Jesus Oliveira (artesanato)<br />

R. Manoel Reis, s/n, Nova Esperança<br />

Presi<strong>de</strong>nte Tancredo Neves<br />

Telefone não informado<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

53


Foto Acervo IRDEB<br />

54<br />

2.Bacamarteiros


Reza a lenda que os bacamarteiros têm a missão<br />

<strong>de</strong> ‘acordar’ Santo Antonio, São João e São<br />

Pedro quando saem às ruas no início <strong>de</strong> junho.<br />

O folguedo, típico do agreste, recria o período final<br />

da Guerra do Paraguai (1864-1870), na qual lutaram<br />

soldados nor<strong>de</strong>stinos e o Brasil saiu-se vencedor. Na<br />

tradição, o batalhão ou a tropa disputa o tiro mais<br />

alto dado pelos bacamartes (armas <strong>de</strong> cano curto e<br />

largo com munição <strong>de</strong> pólvora, também chamadas<br />

<strong>de</strong> grana<strong>de</strong>iras), em um ritual <strong>de</strong> muito barulho. O<br />

grupo é subordinado a um sargento, e uma banda <strong>de</strong><br />

pífanos ou um trio <strong>de</strong> forró se encarrega da música.<br />

Os soldados vestem roupas azuis, chapéus <strong>de</strong> couro,<br />

botas e cartucheiras em alusão ao Cangaço. Na Bahia,<br />

o auto é encenado na zona rural <strong>de</strong> Santa Brígida e os<br />

bacamartes guerreiam por fogueiras e pelas palmas<br />

<strong>de</strong> tiro mais impactante. O folguedo é coor<strong>de</strong>nado<br />

pelo Sr. Sebastião Pedro e se iniciou na década <strong>de</strong><br />

1950 em comemoração à construção da Igreja <strong>de</strong> São<br />

Pedro, inaugurada pelo beato Pedro Batista, famoso<br />

lí<strong>de</strong>r espiritual que percorreu o Nor<strong>de</strong>ste na época.<br />

Territórios <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

- Semi-Árido Nor<strong>de</strong>ste II<br />

Contato<br />

Grupo Bacamarteiros (bacamarte e banda<br />

<strong>de</strong> pífanos)<br />

Km 42<br />

Santa Brígida<br />

28 integrantes<br />

Telefone não informado<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

55


Foto cedida pelo Grupo Baqnda <strong>de</strong> Pífanos Pau-Ferro<br />

56<br />

3.Banda <strong>de</strong> Pífanos


A<br />

banda <strong>de</strong> pífanos é um conjunto instrumental<br />

característico do Nor<strong>de</strong>ste e é conhecida, também,<br />

como carapeba, terno <strong>de</strong> pífanos, cabaçal ou<br />

esquenta muié <strong>–</strong> termos que variam conforme a região<br />

ou estado. São representadas nas artes figurativas típicas<br />

e nas xilogravuras dos cordéis. Os pífanos, pífaros ou<br />

pifes brasileiros constituem uma adaptação nativa das<br />

flautas populares europeias e são feitos <strong>de</strong> bambu. Os<br />

integrantes <strong>de</strong> uma banda <strong>de</strong> pífano costumam animar<br />

bailes rurais, feiras, festas juninas, eventos religiosos<br />

e chegam a acompanhar enterros <strong>de</strong> crianças. Muitas<br />

vezes, <strong>de</strong>slocam-se a pé em longas caminhadas para se<br />

apresentar em cida<strong>de</strong>s vizinhas.<br />

A sonorida<strong>de</strong> única da banda <strong>de</strong>ve-se à sua formação<br />

instrumental. A mais comum utiliza dois pífanos,<br />

zabumba, prato e caixa (caixa <strong>de</strong> guerra ou tarol).<br />

Nas bandas mais autênticas nenhum instrumento<br />

encarrega-se da harmonia, permanecendo apenas<br />

a melodia e o ritmo. Ocorre também a formação<br />

típica do forró pé-<strong>de</strong>-serra: pífano em substituição<br />

ao triângulo, sanfona e zabumba. Normalmente,<br />

os músicos passam a tradição <strong>de</strong>ntro da própria<br />

família. Na Bahia, os membros da Banda <strong>de</strong> Pífanos<br />

do Pau-Ferro, do povoado <strong>de</strong> mesmo nome, em<br />

Jacobina, compõem, criam melodias, tocam, cantam<br />

e confeccionam, <strong>de</strong> forma artesanal, seus próprios<br />

instrumentos. A banda tem como mestre o Sr.<br />

Benedito Mangabeira da Silva, que apren<strong>de</strong>u a tocar<br />

com o pai e incentiva as crianças a se envolverem com<br />

a tradição. Em Abaré, a Banda <strong>de</strong> Pífano, li<strong>de</strong>rado pelo<br />

Sr. João Francisco Barbalho, <strong>de</strong> 63 anos, se apresenta<br />

na trezena <strong>de</strong> Santo Antonio e na festa <strong>de</strong> Nossa<br />

Senhora do Perpétuo Socorro, padroeira da fazenda<br />

on<strong>de</strong> resi<strong>de</strong>. Três dos seus quatro componentes são<br />

da mesma família.<br />

Territórios <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

- Chapada Diamantina<br />

- Itaparica (BA/PE)<br />

- Piemonte da Diamantina<br />

Contatos<br />

Mestre Benedito Mangabeira da Silva -<br />

Banda <strong>de</strong> Pífanos <strong>de</strong> Pau-Ferro<br />

Pau-Ferro, s/n<br />

Jacobina<br />

Tel.: (74) 9116- 3538<br />

pifanos.pauferro@hotmail.com<br />

12 integrantes<br />

Banda <strong>de</strong> Pífano<br />

Fazenda Icó, s/n<br />

Abaré<br />

Tel.: (87) 9102-5609 (recado)<br />

04 integrantes<br />

Banda <strong>de</strong> Pífano da Lagoa da Boa Vista<br />

R. Lagoa da Boa Vista, s/n<br />

Seabra<br />

Tel.: (75) 3362-9001, (75) 9929-6356<br />

10 integrantes<br />

Banda <strong>de</strong> Pífanos Grupo da União<br />

R. do Contorno, s/n, Contornolândia<br />

Serrolândia<br />

Telefone não informado<br />

07 integrantes<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

57


Foto Maria Rita Machado dos Santos/ Acervo Particular<br />

58<br />

4.Barca & Barquinha


A<br />

Barquinha é uma manifestação típica da zona<br />

costeira da Bahia. Fundada em 1910, em Cairu, A<br />

Barca, do Mestre Benedito Palma Ché, consiste<br />

em uma embarcação instalada sobre rodas puxada por<br />

homens vestidos <strong>de</strong> marujos, que <strong>de</strong>sfilam após a Festa<br />

<strong>de</strong> reis <strong>–</strong> dia 08 <strong>de</strong> janeiro. Ao som <strong>de</strong> músicas próprias,<br />

a tradição é conduzida por um comandante com auxílio<br />

<strong>de</strong> oficiais e suboficiais. O agrupamento representa a<br />

Marinha <strong>de</strong> Portugal. Há a participação <strong>de</strong> crianças que<br />

interpretam personagens bíblicas femininas e cantam<br />

em pontos pré-<strong>de</strong>terminados do trajeto. O cortejo,<br />

consi<strong>de</strong>rado uma variação da chegança, é finalizado com<br />

pedidos aos moradores para que doem contribuições,<br />

alimentos e bebidas.<br />

Em Bom Jesus dos Pobres, Saubara, a barquinha que leva<br />

o nome do local é realizada por famílias <strong>de</strong> pescadores<br />

e marisqueiras. De origem incerta, a tradição, associada<br />

ao candomblé, acontece com o intuito <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cer<br />

ao orixá Yemanjá pelo bom ano que passou. As<br />

oferendas à entida<strong>de</strong> são recolhidas na noite <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>zembro e, nesta mesma ocasião, atiradas ao mar.<br />

A tradição foi resgatada pela Sra. Maria Rita Machado<br />

dos Santos, conhecida como Rita da Barquinha, há<br />

trinta anos. No cortejo, Maria Rita leva uma barca na<br />

cabeça <strong>de</strong> aproximadamente sete quilos, usa roupas<br />

típicas <strong>de</strong> baiana e executa uma coreografia que imita<br />

o movimento das marés. Ao seu lado, dançam outras<br />

baianas da comunida<strong>de</strong>. Os gêneros musicais típicos da<br />

tradição são samba <strong>de</strong> roda, samba-chula e música afro.<br />

Além da última noite do ano, a Barquinha também faz a<br />

oferenda no dia 02 <strong>de</strong> fevereiro (Dia <strong>de</strong> Yemanjá e Bom<br />

Jesus dos Pobres).<br />

Territórios <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

- Baixo Sul<br />

- Recôncavo<br />

Contatos<br />

Mestre Benedito Palma Che (barquinha)<br />

R. Benjamin Constant, s/n, Rua do Fogo<br />

Cairu<br />

Tel.: (75) 3653-2161<br />

42 integrantes<br />

Rita da Barquinha - Barquinha <strong>de</strong> Bom Jesus<br />

dos Pobres (barquinha e samba <strong>de</strong> roda)<br />

R. Duque <strong>de</strong> Caxias, s/n, Bom Jesus dos Pobres<br />

Saubara<br />

Tel.: (75) 3699-2039, (71) 9991-1201<br />

20 integrantes<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

59


Foto Acervo IRDEB<br />

60<br />

5.Benzedura, Cura<br />

Parto & Reza


Comuns no interior da Bahia, os saberes populares<br />

benzedura, cura, parto e reza são conhecimentos<br />

espontâneos, normalmente transmitidos <strong>de</strong>ntro<br />

<strong>de</strong> um núcleo familiar ou religioso, que fogem às práticas<br />

embasadas na ciência. Ainda na Bahia, são, muitas vezes,<br />

exercidas por mulheres adultas, pais e mães-<strong>de</strong>-santo<br />

ou a<strong>de</strong>ptos do candomblé e umbanda, geralmente, sem<br />

formação acadêmica. De cunho mágico, a benzedura ou reza<br />

costuma envolver elementos como <strong>de</strong>voção, concentração<br />

e oração dirigidas a um santo ou entida<strong>de</strong> a qual se suplica<br />

ajuda. São praticadas com o objetivo <strong>de</strong> afastar ‘mauolhado’,<br />

doenças ou sanar problemas <strong>de</strong> diferentes or<strong>de</strong>ns.<br />

Além <strong>de</strong> pessoas, objetos, casas, lavouras e animais também<br />

po<strong>de</strong>m ser ‘rezados’, o que é feito com ramos <strong>de</strong> folhas<br />

ver<strong>de</strong>s, gestos e um rosário <strong>–</strong> este último utilizado também<br />

pelas parteiras.<br />

A cura, historicamente ligada às ativida<strong>de</strong>s do sacerdócio, po<strong>de</strong><br />

envolver a prescrição <strong>de</strong> receitas à base <strong>de</strong> plantas medicinais<br />

(chás, garrafadas, cataplasmas e unguentos), simpatias, dietas<br />

especiais, terapias rústicas (vomitórios, sangrias e suadouros)<br />

e tratamentos caseiros à base <strong>de</strong> produtos naturais (aplicação<br />

<strong>de</strong> barro, água e fogo) ou, até mesmo, excrementos (urina,<br />

saliva e fezes). Nessas tradições, a aquisição <strong>de</strong> conhecimento<br />

se dá por via oral e observação ou, ainda, sonhos e intuição.<br />

No trabalho das parteiras, po<strong>de</strong>m estar envolvidos, da mesma<br />

forma, orações, simpatias, cantos <strong>de</strong> conforto, fitoterapia e<br />

orientações médicas sobre cuidados com o bebê. Em Feira <strong>de</strong><br />

Santana, a benze<strong>de</strong>ira Maria Cerqueira <strong>de</strong> Jesus, <strong>de</strong> 68 anos,<br />

apren<strong>de</strong>u o ofício com o pai quando criança, e outros membros<br />

da família também benziam. Maria não cobra pela ativida<strong>de</strong><br />

e entre suas práticas estão rezar em local reservado e evitar a<br />

benzedura em <strong>de</strong>terminados horários. Em Macururé, na Al<strong>de</strong>ia<br />

da Jurema, a curan<strong>de</strong>ira Alexandrina Maria dos Santos, <strong>de</strong><br />

54 anos, prescreve remédios caseiros, como xaropes <strong>de</strong><br />

ervas e banhos <strong>de</strong> folha. Ela presta, durante o ano inteiro,<br />

atendimento espiritual no terreiro <strong>de</strong>dicado ao culto da<br />

entida<strong>de</strong> Jurema.<br />

Territórios <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

- Bacia do Paramirim<br />

- Baixo Sul<br />

- Chapada Diamantina<br />

- Itaparica (BA/PE)<br />

- Litoral Sul<br />

- Oeste Baiano<br />

- Portal do Sertão<br />

- Recôncavo<br />

- Sertão Produtivo<br />

- Vale do Jiquiriçá<br />

- Velho Chico<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

61


Benzedura, Cura, Parto & Reza<br />

62<br />

Contatos<br />

Antônio Bezerra Lima (benzedura)<br />

Glória<br />

Tel.: (75) 9152-8389<br />

Áurea Maria <strong>de</strong> Jesus (parto e benzedura)<br />

R. Dr. Luiz Gonzaga, Centro<br />

Andaraí<br />

Tel.: (75) 3335-5006<br />

Berenice Malaquias da Conceição (benzedura)<br />

R. São José, s/n, Muribeca<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Telefone não informado<br />

Clotil<strong>de</strong>s Ferreira dos Santos (benzedura)<br />

Templo <strong>de</strong> Umbanda Cosme e Damião e<br />

Comunida<strong>de</strong> Quilombola Barra do Parateca<br />

R. Rui Barbosa, nº 208<br />

Carinhanha<br />

Tel.: (77) 3486-4002<br />

34 integrantes<br />

Elza Santos Aleluia (benzedura)<br />

R. Conselheiro Luiz Viana, nº 82, Centro<br />

Maracás<br />

Telefone não informado<br />

Glisério Pereira (benzedura e candomblé)<br />

R. do Cemitério, n° 84, Socorro<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Telefone não informado<br />

Inácia Maria Soares Cunha (reza e benzedura)<br />

R. do Cemitério, n° 39, Socorro<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 3652-2020<br />

Irene Rodrigues Guimarães (parto e benzedura)<br />

Av. Adélia Ganem Souto, 447, Ibirapitanga<br />

Andaraí<br />

Telefone não informado<br />

Isabel Soares Santos (benzedura)<br />

Fazenda Barra da Jurema, s/n<br />

Urandi<br />

Telefone não informado<br />

Jerolinda Pereira dos Santos (parto e mestra griô)<br />

Comunida<strong>de</strong> Quilombola do Rio das Rãs<br />

R. Doutor Dermeval Almeida, n° 178, São Gotardo<br />

Bom Jesus da Lapa<br />

Tel.: (71) 8859-7890, (77) 8821-9003<br />

tokinhacruz@yahoo.com.br<br />

João dos Santos Silva (benzedura)<br />

R. Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, Quadra 181, Lote 16, Mimoso 1<br />

Luís Eduardo Magalhães<br />

Tel.: (77) 8112-5711<br />

Joaquim dos Santos Silva (benzedura)<br />

R. Rui Barbosa, s/n, Centro<br />

Caturama<br />

Telefone não informado<br />

José Antunes da Silva (benzedura)<br />

Glória<br />

Tel.: (75) 9152-8389<br />

Lindaura Oliveira Silva (benzedura)<br />

Fazenda Gameleira, s/n<br />

Igaporã<br />

Tel.: (77) 3460-1161<br />

Maria Aparecida Fonseca (parto e benzedura)<br />

Beira Rio, s/n<br />

Andaraí<br />

Telefone não informado


Maria Brasilina <strong>de</strong> Jesus (benzedura)<br />

R. P, n° 39, Jobeguara <strong>de</strong> Areia<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Telefone não informado<br />

Maria Cerqueira <strong>de</strong> Jesus (benzedura)<br />

R. L, Caminho P20, n° 02-D, Rua Nova<br />

Feira <strong>de</strong> Santana<br />

Tel: (75) 3226-7314, (75) 3486- 5156<br />

Maria da Anunciação dos Santos (benzedura)<br />

R. Santo Antonio, s/n, Ilhote<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 8135-3424<br />

Maria das Graças Cardoso dos Santos<br />

(parteira)<br />

R. Natal, s/n, Coste <strong>de</strong> Pedra<br />

Presi<strong>de</strong>nte Tancredo Neves<br />

Telefone não informado<br />

Maria Felipa Chaves Costa (parto)<br />

R. da Bela Vista, s/n, Socorro<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Telefone não informado<br />

Maria Izabel da Conceição (benzedura)<br />

Glória<br />

Tel.: (75) 9152-8389<br />

Maria Natalícia Martins (parto)<br />

Fazenda Vista Alegre, s/n<br />

Urandi<br />

Telefone não informado<br />

Maria Petronilha Alves Machado (benzedura e<br />

charutos)<br />

Tv. Oito <strong>de</strong> Agosto, s/n, Centro<br />

Irará<br />

Telefone não informado<br />

Maria São Pedro da Silva (benzedura e culinária)<br />

R. do Campo, s/n, Centro<br />

Macureré<br />

Tel.: (75) 3284-2100, (75) 3281-2160<br />

Marinei<strong>de</strong> Batista <strong>de</strong> Oliveira (reza e benzedura)<br />

Loteamento São José, s/n<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 8846-4121<br />

Nair Conceição Rodrigues (benzedura)<br />

Fazenda Alto da Salina, s/n<br />

Botuporã<br />

Tel.: (77) 3678-2147<br />

Olga Angelina da Silva (benzedura)<br />

R. Desidério Bispo, 396<br />

Andaraí<br />

Tel.: (75) 9913-2401<br />

Pai Ebomin (benzedura e candomblé)<br />

R. Malvina, n° 32, BR 420<br />

Jiquiriçá<br />

Tel: (75) 3651-2032<br />

paiebomin@hotmail.com<br />

200 integrantes<br />

Porfírio Lopes do Vale (benzedura)<br />

Mascote<br />

Telefone não informado<br />

Walmir Nobre Sobrinho (reza, benditos e ladainhas)<br />

Fazenda Bucânia<br />

Botuporã<br />

Tel.: (77) 3678-2363<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

63


Foto Agência Caixa <strong>de</strong> Fósforo<br />

64<br />

6.Bordado, Corte<br />

& Costura


Assim como o artesanato, as ativida<strong>de</strong>s tradicionais<br />

do bordado, corte e costura fazem parte do rico<br />

universo da cultura popular brasileira. Essas<br />

ativida<strong>de</strong>s, executadas basicamente à mão, envolvem<br />

tradição oral, saberes não-oficiais, integração familiar,<br />

<strong>de</strong>streza, criativida<strong>de</strong> e esmero. Elas <strong>de</strong>ixam revelar, no<br />

seu processo produtivo ou nas peças prontas, aspectos<br />

do modus vivendi <strong>de</strong> um povo. De forma geral, trata-se <strong>de</strong><br />

trabalhos <strong>de</strong>sempenhados por mulheres adultas que os<br />

apren<strong>de</strong>m na juventu<strong>de</strong> com mães, tias ou avós. Cursos<br />

comunitários e <strong>de</strong> baixo custo disponíveis por todo o país<br />

ajudam na capacitação para exercê-los. O bordado, arte<br />

<strong>de</strong> criar figuras ou <strong>de</strong>senhos coloridos sobre roupas e<br />

artigos para o lar com fios têxteis, é <strong>de</strong> origem portuguesa,<br />

sendo o ponto-cruz uma <strong>de</strong> suas técnicas mais difundidas.<br />

Já a ativida<strong>de</strong> do corte e costura consiste na técnica <strong>de</strong><br />

confeccionar peças do vestuário ou da <strong>de</strong>coração <strong>de</strong> modo<br />

artesanal, utilizando-se apenas <strong>de</strong> um equipamento elétrico<br />

simples, a máquina <strong>de</strong> costura. Geralmente, as costureiras<br />

trabalham sob encomenda para pessoas da comunida<strong>de</strong>.<br />

Na Bahia, a tradição do bordado em crivo rústico é<br />

encontrada em Rio <strong>de</strong> Contas, Chapada Diamantina, com<br />

polos produtivos concentrados nos povoados da Barra e<br />

<strong>de</strong> Bananal. As artesãs acreditam que a técnica, que usa fios<br />

<strong>de</strong> algodão cru como matéria-prima, foi repassada pelas<br />

senhoras brancas para as mulheres negras escravizadas<br />

no período colonial. O corte e costura, ativida<strong>de</strong> mais<br />

comum que o bordado, é praticado em todo o estado. Em<br />

Presi<strong>de</strong>nte Tancredo Neves, Firmiana Santos das Virgens<br />

apren<strong>de</strong>u a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma espontânea. Há 20 anos<br />

na tradição, Firmiana, que além <strong>de</strong> trabalhar em uma<br />

fábrica local costurando sapatos, exerce, ainda, o ofício no<br />

período noturno e nos finais <strong>de</strong> semana como forma <strong>de</strong><br />

complementar a renda.<br />

Territórios <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

- Agreste <strong>de</strong> Alagoinhas/ Litoral Norte<br />

- Bacia do Paramirim<br />

- Baixo Sul<br />

- Itaparica (BA/PE)<br />

- Litoral Sul<br />

- Recôncavo<br />

- Sisal<br />

- Vale do Jiquiriçá<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> Catálogo <strong>Populares</strong> <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> & <strong>Populares</strong> <strong>Populares</strong> <strong>Populares</strong> <strong>Populares</strong> <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da da Bahia Bahia 2010 2010<br />

65


Bordado, Corte & Costura<br />

66<br />

Contatos<br />

Albertina Dias dos Santos (costura)<br />

R. Alto da Colina, n°627, Ginásio<br />

Presi<strong>de</strong>nte Tancredo Neves<br />

Tel.: (73) 8126-3181<br />

Ana Paula Mattos <strong>de</strong> Sá (bordado, crochê e<br />

pintura)<br />

R. José Miranda dos Reis, s/n<br />

Água Fria<br />

Tel.: (75) 8135-4066<br />

Andrea Trinda<strong>de</strong> Bomfim (bordado)<br />

R. Rui Barbosa, s/n, Centro<br />

Caturama<br />

Tel.: (77) 9933-6555<br />

Ângela Maria Leão Martins (bordado)<br />

R. Bom Destino, s/n, Centro<br />

Caturama<br />

Tel.: (77) 9967-8628<br />

Arlete Silva Santos <strong>de</strong> Azevedo (bordado e<br />

pintura em tecido)<br />

R. Cláudia Cerqueira Silva, 18<br />

Água Fria<br />

Tel.: (75) 8161-6876<br />

Associação das Costureiras Artesanais <strong>de</strong><br />

Piraí do Norte<br />

R. Érico Sabino <strong>de</strong> Souza, s/n, Centro<br />

Piraí do Norte<br />

Tel.: (73) 3688-2263<br />

elizabetetavares@hotmail.com<br />

30 integrantes<br />

Associação <strong>de</strong> Mulheres <strong>de</strong> Negócios e<br />

Profissionais <strong>de</strong> Esplanada (costura, trançado e<br />

mo<strong>de</strong>lagem)<br />

Tv. Aurélio Ferreira Batista, n°21<br />

Esplanada<br />

Tel.: (75) 3497- 1194, (75) 9924-1524<br />

25 integrantes<br />

Cleuza Maria Santos dos Santos (costura)<br />

Campinas<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 3651-2086<br />

Donata Maria da Silva (costura)<br />

R. Beira mar, s/n, Caípe <strong>de</strong> Baixo<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 9144-9511<br />

Eliane da Silva (bordado)<br />

Av. Beira Rio, n° 102, Centro<br />

Glória<br />

Tel.: (75) 9165-7652<br />

Elisângela Brito dos Santos Magalhães<br />

(bordado)<br />

BR 101, Rua 01, Bairro Novo<br />

Mascote<br />

Tel.: (73) 3629-2490<br />

brenninho05@hotmail.com<br />

Elizete Lima dos Reis (costura)<br />

R. do Lamarão<br />

Água Fria<br />

Tel.: (75) 8126-1034<br />

Firmiana Santos das Virgens (costura)<br />

R. 02 <strong>de</strong> Julho, n°93, Ginásio<br />

Presi<strong>de</strong>nte Tancredo Neves<br />

Tel.: (73) 8154-9501<br />

Gildásio Santos Silva (costura, tricô e ponto cruz)<br />

R. Estelita Falcão<br />

Água Fria<br />

Tel.: (75) 8111-8045


Grupo <strong>de</strong> Mulheres Mãos <strong>de</strong> Fada (corte,<br />

costura e bordado)<br />

R. dos Canudos, s/n, Centro<br />

Biritinga<br />

Tel: (75) 9193-1579<br />

helena_1971@bol.com.br<br />

12 integrantes<br />

Isis Glei<strong>de</strong> Alves Soares (corte e costura)<br />

Av. Prefeito Idalício Farias, s/n, Centro<br />

Glória<br />

Tel.: (75) 3656-2250<br />

Ivete Carvalho <strong>de</strong> Queiroz (bordado)<br />

R. Emanoel Gomes Ferro, 41<br />

Irará<br />

Tel.: (75) 8129-0242<br />

Jocimara Brito <strong>de</strong> Santana (bordado, ponto<br />

cruz e crochê)<br />

R. Cláudia Cerqueira Silva, nº 04<br />

Água Fria<br />

Tel.: (75) 8161-6876, (75) 8171-9796<br />

jocimarabrito@bol.com.br<br />

Joselita Susart Bezerra (bordado)<br />

Fazenda Mangabeira<br />

Irará<br />

Tel.: (75) 8109-1364<br />

Judithe Ribeiro Lima (costura, bordado<br />

e ponto cruz)<br />

Tv. Dois <strong>de</strong> Julho, 03<br />

Água Fria<br />

Tel.: (75) 8102- 3140<br />

Luzirene Silva Alves (bordado)<br />

Praça Acúrcio <strong>de</strong> Oliveira, s/n, Centro<br />

Botuporã<br />

Tel.: (77) 3678-2011<br />

Foto Agência Caixa <strong>de</strong> Fósforo<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

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Bordado, Corte & Costura<br />

68<br />

Márcia Florêncio dos Santos (costura)<br />

R. Boquira, n°220, Centro<br />

Ibipitanga<br />

Tel.: (77) 3674- 2081<br />

Maria Antônia <strong>de</strong> Jesus da Silva (costura)<br />

R. Filadélfio Leal, n°180, Ginásio<br />

Presi<strong>de</strong>nte Tancredo Neves<br />

Tel.: (73) 8106-4753<br />

Maria Antonia Santos Lima (costura, bordado)<br />

R. Adilson dos Reis Figueiredo, 51<br />

Água Fria<br />

Tel.: (75) 8119-6767<br />

Maria da Glória Oliveira Batista (costura)<br />

R. Guarani, 63, São João do Paraíso<br />

Mascote<br />

Tel.: (73) 3629-2774<br />

Maria Hilda <strong>de</strong> Souza Sena (costura e bordado)<br />

Fazenda Furado <strong>de</strong> Espinho, s/n<br />

Maracás<br />

Maria José Souza Braz (corte e costura)<br />

Av. Prefeito Idalício Farias, n° 42, Centro<br />

Glória<br />

Tel.: (75) 3656-2388<br />

Maria Margarida Barbosa (costura, tricô e<br />

crochê)<br />

R. José Miranda dos Reis<br />

Água Fria<br />

Tel.: (75) 8180- 6518<br />

Maria Raquel da Fonseca Fernan<strong>de</strong>s (costura)<br />

R. Nova Santa Rita Babilônia, n° 32, São Bento<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 8141-8157<br />

Maria Rosa Correia (corte e costura)<br />

Av. Prefeito Idalício Farias, n° 66, Centro<br />

Glória<br />

Tel.: (75) 3656-2040<br />

Maria Santos <strong>de</strong> Jesus (costura)<br />

R. Filadélfio Leal, n°118, Ginásio<br />

Presi<strong>de</strong>nte Tancredo Neves<br />

Tel.: (73) 8104-3861<br />

Miriam Rodrigues da Silva (bordado)<br />

Povoado Sansaité, s/n<br />

Macureré<br />

Tel.: (75) 3284-7007<br />

O<strong>de</strong>te Glória Marques (costura)<br />

R. J.J. Seabra, s/n, Centro<br />

Caturama<br />

Tel.: (77) 3650-1122<br />

Renilza Ramos Praxe<strong>de</strong>s (corte e costura)<br />

R. da Brasília, n° 01, Monte<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 3652- 5024, 8185-8970


Foto Taiane Oliveira<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

69


Foto Agência Caixa <strong>de</strong> Fósforo<br />

70<br />

7.Cantos Cerimoniais<br />

(Bendito, Ladainha & Penitente)


No Brasil, a maioria dos cantos cerimoniais está<br />

associada à religião católica e envolve louvores,<br />

agra<strong>de</strong>cimentos ou pedidos aos santos. Em<br />

uma manifestação oposta, este tipo <strong>de</strong> canto po<strong>de</strong><br />

conter teor jocoso e ser entoado em bares ou festas<br />

para animar brinca<strong>de</strong>iras, como aquela que testa a<br />

resistência <strong>de</strong> um presente ao álcool. Entre os cânticos<br />

religiosos notados na Bahia <strong>de</strong>staca-se o bendito, que<br />

se caracteriza pela alternância entre solista e coro, e<br />

pelos versos que começam com uma locução (Bendito,<br />

Louvado Seja!). É executado em procissões e rezas. Há<br />

também a ladainha, canto entoado como responsório e<br />

baseado em textos da liturgia católica. Trata-se <strong>de</strong> prece<br />

cantada para evocar a proteção <strong>de</strong> Deus, Jesus Cristo,<br />

Virgem Maria ou dos santos mais populares.<br />

O canto penitente, por sua vez, é entoado em ocasiões<br />

nas quais a dor, o lamento e o pranto fazem parte<br />

do processo <strong>de</strong> remissão dos pecados. Também é<br />

entoado no ato penitencial da missa católica, quando<br />

os <strong>de</strong>votos pe<strong>de</strong>m pieda<strong>de</strong> a Deus. Em todos os casos,<br />

porém, são executados em ritmo monótono e sem<br />

acompanhamento instrumental. Outros tipos <strong>de</strong> cantos<br />

cerimoniais da cultura brasileira são a incelência (entoada<br />

coletivamente nos velórios), a serenga (executada<br />

durante procissão fluvial, na festa do Divino Espírito<br />

Santo) e o telebé (canto <strong>de</strong> candomblé). Na comunida<strong>de</strong><br />

quilombola <strong>de</strong> Gurunga, Igaporã, o Sr. Manoel Francisco<br />

Benevi<strong>de</strong>s li<strong>de</strong>ra os festejos a São José. Seu grupo, <strong>de</strong><br />

30 membros, entoa, todo ano, louvores, ladainhas e<br />

cânticos do reisado em homenagem ao Santo.<br />

Territórios <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

- Velho Chico<br />

Contatos<br />

Mestre Manoel Francisco Benevi<strong>de</strong>s -<br />

Comunida<strong>de</strong> Religiosa e Grupo Quilombola<br />

<strong>de</strong> Gurunga (festejos <strong>de</strong> São José e ladainha)<br />

Fazenda Gurunga<br />

Igaporã<br />

Telefone não informado<br />

30 integrantes<br />

Isaulina Ana da Silva (bendito, ladainha e reza)<br />

Fazenda Cachoeira do Tatu<br />

Igaporã<br />

Telefone não informado<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

71


Foto Weimer Carvalho<br />

72<br />

8.Cantos <strong>de</strong> Trabalho<br />

(Aboio & Pila <strong>de</strong> Café)


Esse tipo <strong>de</strong> canto ocorre entre trabalhadores com<br />

o objetivo <strong>de</strong> ritmar seus movimentos e aliviar o<br />

esforço exigido pelos exercícios braçais. De letras<br />

simples e origem no período colonial, as cantigas são<br />

caracterizadas também pela repetição, presença <strong>de</strong><br />

onomatopéias (ruídos, gritos, sons <strong>de</strong> animais e cantos<br />

da natureza), interjeições (expressões que revelam<br />

estados emocionais) e variam <strong>de</strong> acordo com a região<br />

do país. O Nor<strong>de</strong>ste se <strong>de</strong>staca na tradição. Na Bahia,<br />

verificam-se dois <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> canto: o aboio e o pila<br />

<strong>de</strong> café. O aboio, entoado por vaqueiros ao conduzirem<br />

o gado pelas pastagens, inclui frases que, geralmente,<br />

finalizam com a expressão Ê, Boi! Ei Lá, Boizinho! Além<br />

da voz, o vaqueiro também po<strong>de</strong> usar o berrante. O<br />

agricultor José Clovis Ribeiro, <strong>de</strong> 50 anos, resi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />

Água Fria, é aboiador <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os oitos anos. Em trajes<br />

típicos <strong>de</strong> vaqueiro, ele apresenta versos da tradição em<br />

festas rurais, cavalgadas e encontros da comunida<strong>de</strong>.<br />

O pila <strong>de</strong> café caracteriza-se como manifestação cultural<br />

em que um grupo <strong>de</strong> trabalhadores se apresenta<br />

publicamente cantando versos, bois e chulas em volta<br />

<strong>de</strong> um pilão <strong>de</strong> três bocas enquanto soca os grãos,<br />

assim como é feito na roça. O Pila do Café do Calumbi<br />

<strong>de</strong> Nova Canaã existe <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> 1930. O grupo,<br />

dirigido pelo Sr. Pascoal Oliveira dos Santos, que herdou<br />

a tradição do pai, é único na região. Seus membros<br />

revezam-se no pilão em grupos <strong>de</strong> quatro e vestem<br />

roupas típicas <strong>de</strong> agricultores. Outros cantos <strong>de</strong> trabalho<br />

comuns no país são as batas <strong>de</strong> feijão (entoados na<br />

colheita do grão), cântico <strong>de</strong> voga (canto <strong>de</strong> canoeiros)<br />

e pregão (utilizado por ven<strong>de</strong>dores ambulantes para<br />

anunciar mercadorias).<br />

Territórios <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

- Itapetinga<br />

- Portal do Sertão<br />

Contatos<br />

José Clovis Ribeiro Lima (aboio e vaqueiro)<br />

Povoado <strong>de</strong> Fazenda Nova<br />

Água Fria<br />

Tel: (75) 3293-1127, (75) 9975-3393<br />

Pila do Café do Calumbi <strong>de</strong> Nova Canaã<br />

(canto <strong>de</strong> trabalho)<br />

R. Rui Barbosa, n° 88, Centro<br />

Nova Canaã<br />

Tel.: (73)3207- 2065<br />

karinysan<strong>de</strong>s@hotmail.com<br />

12 integrantes<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

73


Foto Acervo IRDEB<br />

74<br />

9.Capoeira, Maculelê<br />

& Orquestra <strong>de</strong> Berimbaus


De acordo com estudiosos da cultura popular,<br />

a capoeira nasceu <strong>de</strong>ntro das senzalas como<br />

divertimento <strong>de</strong> escravos e, ao mesmo tempo,<br />

luta. No Brasil, esta tradição, que envolve música, dança,<br />

arte marcial e questões i<strong>de</strong>ntitárias, se sobressai na Bahia,<br />

com gran<strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> praticantes em Salvador.<br />

O respeito ao mestre e o sentimento <strong>de</strong> fraternida<strong>de</strong> são<br />

características comuns tanto na modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> capoeira<br />

regional quanto na <strong>de</strong> angola. A capoeira também é<br />

marcada pela presença <strong>de</strong> orquestras <strong>de</strong> berimbau,<br />

um dos instrumentos musicais mais antigos do mundo,<br />

responsáveis por embalar os passos dos lutadores. Proibida<br />

por lei <strong>de</strong>cretada em 1890 e perseguida por autorida<strong>de</strong>s<br />

policiais, a ativida<strong>de</strong> permaneceu criminalizada na Bahia<br />

até as primeiras décadas do século XX. A tradição, hoje<br />

presente em 150 países, foi <strong>de</strong>clarada patrimônio cultural<br />

brasileiro, em 2008.<br />

O maculelê surgiu, conforme os folcloristas, nos canaviais<br />

<strong>de</strong> Santo Amaro. A manifestação consiste em uma dança<br />

guerreira, na qual seus integrantes, providos <strong>de</strong> um bastão<br />

<strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira ou facão, cruzam-nos no ar com uma batida que<br />

obe<strong>de</strong>ce ao ritmo percussivo. O folguedo, que rememora<br />

a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resistência dos negros no período da<br />

escravidão, foi introduzido aos poucos nas aca<strong>de</strong>mias <strong>de</strong><br />

capoeira por seus mestres como estratégia <strong>de</strong> preservá-lo.<br />

O mais antigo representante da capoeira angola em Ilhéus,<br />

Mestre José Virgílio dos Santos, <strong>de</strong> 75 anos, é envolvido<br />

com a tradição <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os nove anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Virgílio<br />

graduou-se contramestre (grau anterior ao <strong>de</strong> mestre)<br />

com o conhecido professor João Gran<strong>de</strong>, que foi aluno<br />

do Mestre Pastinha. Além <strong>de</strong> viajar pelo país difundindo a<br />

ativida<strong>de</strong> como ferramenta <strong>de</strong> socialização, Mestre Virgílio<br />

coor<strong>de</strong>na a Associação <strong>de</strong> Capoeira Angola Mucumbo e dá<br />

aulas gratuitas na comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Olivença.<br />

Territórios <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

- Agreste <strong>de</strong> Alagoinhas/Litoral Norte<br />

- Bacia do Jacuípe<br />

- Bacia do Paramirim<br />

- Baixo Sul<br />

- Chapada Diamantina<br />

- Extremo Sul<br />

- Irecê<br />

- Itaparica (BA/PE)<br />

- Litoral Sul<br />

- Piemonte da Diamantina<br />

- Portal do Sertão<br />

- Recôncavo<br />

- Região Metropolitana <strong>de</strong> Salvador<br />

- Semi-árido Nor<strong>de</strong>ste II<br />

- Sertão Produtivo<br />

- Velho Chico<br />

- Vitória da Conquista<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

75


Capoeira, Maculelê & Orquestra <strong>de</strong> Berimbaus<br />

76<br />

Contatos<br />

Mestra Carolina Gusmão Magalhães<br />

Associação <strong>Cultura</strong>l Gueto - Ponto <strong>de</strong><br />

<strong>Cultura</strong> Camaradinhas (capoeira e maculelê)<br />

R. Aimoré Moreira, n°897, Trobogy<br />

Salvador<br />

Tels.: (71) 3366-4214, (71) 8793-5400<br />

www.guetocapoeira.org.br<br />

brisacapoeira@msn.com<br />

25 integrantes<br />

Mestre Antônio Alves <strong>de</strong> Almeida -<br />

Associação <strong>de</strong> Capoeira Os Dois Antônio<br />

R. Assis Brasil, n° 57, Campo Limpo<br />

Feira <strong>de</strong> Santana<br />

Tel.: (75) 3224-2485, (75) 8148-4424<br />

120 integrantes<br />

Mestre Gilmar Silva <strong>de</strong> Araújo (capoeira)<br />

Projeto Escola Adote um Capoeirista<br />

Av. Jeusino Francisco Lisboa, n° 572, Feliciano P.<br />

Santos<br />

Brumado<br />

Tel: (77) 3441-6796, (77) 8102-4820, (77) 8812-<br />

5801<br />

zumbiaxe@hotmail.com<br />

60 integrantes<br />

Mestre José Virgílio dos Santos (capoeira)<br />

R. Santa Clara, Conquista<br />

Ilhéus<br />

Tel.: (73) 3634-1424, (73) 8107-6115<br />

Mestre Mário dos Santos<br />

R. Alto da Bela Vista, n° 20, Centro<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 3651- 3712, (71) 3651- 1598<br />

60 integrantes<br />

Mestre Nô - Nelson Santos da Conceição/<br />

Mestre Cara Dura - Jorge da Silva<br />

Associação <strong>Cultura</strong>l <strong>de</strong> Capoeira Raízes dos<br />

Palmares ACCRPV (capoeira)<br />

R. Dr. Heitor Gue<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Melo, s/n<br />

Valença<br />

Tel.: (75)3641- 2663, (75) 88426672<br />

http://accrpva.blogspot.com<br />

accrpv@gmail.com<br />

Mestre Raimundo José das Neves<br />

Associação <strong>de</strong> Capoeira Arte e Recreação<br />

Berimbau <strong>de</strong> Ouro <strong>–</strong> ACARBO<br />

(capoeira, maculelê, samba <strong>de</strong> roda e lindro amô)<br />

Tv. do Rosário, s/n, Centro<br />

Santo Amaro<br />

Tel.: (75) 9135- 3754, (75) 8174-9407<br />

www. acarbo10.wordpress.com<br />

mestreacarbo@hotmail.com<br />

400 integrantes<br />

Mestre Sassá - Raimundo Ferreira dos<br />

Santos (capoeira)<br />

Av. 4° Travessa das Pitangueiras, n°45, Fazenda<br />

Gran<strong>de</strong><br />

Salvador<br />

Tel.: (71) 3259-2913 / (71) 8716-1323<br />

romoaldoshow@hotmail.com<br />

Mestre Waltinho <strong>–</strong> Walter dos Reis<br />

Associação <strong>de</strong> Capoeira Africano do<br />

Recôncavo Bahiano<br />

R. Ministro Bulcão Viana, n° 73, Centro<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 8193- 9448<br />

mestre-waltinho@hotmail.com<br />

300 integrantes<br />

Águias Acrobata Capoeira<br />

Rau Geovane Ferreira, 385-A, 1º andar, São João


Paraíso<br />

Mascote<br />

Tel.: (73) 9986-9404<br />

jhaga@hotmail.com<br />

21 integrantes<br />

Aliomar dos Santos (capoeira)<br />

R. do Jacaré, Maragogipinho<br />

Aratuípe<br />

Tel .: (75) 9647-5009<br />

53 integrantes<br />

Associação Atlética <strong>de</strong> Capoeira Raiz Negra<br />

(capoeira)<br />

R. Rui Barbosa, nº 39, Centro<br />

Prado<br />

Tel: (73) 3298-2640, (73) 9973-4907<br />

taisepires@hotmail.com<br />

58 integrantes<br />

Associação Barrense <strong>de</strong> Capoeira - ABC<br />

Barra<br />

Tel.: (74) 3662-3329, (74) 8106-8830<br />

Número <strong>de</strong> integrantes não informado<br />

Associação Carinhanhense <strong>de</strong> Capoeira Arte<br />

Bahia (capoeira e maculelê)<br />

R. Dr. Teodulo Lins <strong>de</strong> Albuguerque, nº 132,<br />

Centro<br />

Carinhanha<br />

Tel: (77) 9954-8448<br />

machadocarinhanha@yahoo.com.br<br />

68 integrantes<br />

Associação <strong>Cultura</strong>l Beneficente <strong>de</strong> Capoeira<br />

Arte e Lutas Filhos <strong>de</strong> Oxalá (capoeira, samba<br />

<strong>de</strong> roda)<br />

Salvador<br />

Tel.: (71) 3259-2913, (71) 8716-1323<br />

35 integrantes<br />

Associação <strong>Cultura</strong>l <strong>de</strong> Capoeira Filhos do<br />

Vento<br />

Av. Santa Rita, n° 465, São Bento<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 8268- 8817<br />

mestretoinho@gmail.com<br />

201 integrantes<br />

Associação <strong>Cultura</strong>l <strong>de</strong> Capoeira Raízes dos<br />

Palmares <strong>de</strong> Valença<br />

R. Dr. Heitor Gue<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Melo, s/n<br />

Valença<br />

Tel.: (75)3641- 2663, (75) 88426672<br />

http://accrpva.blogspot.com<br />

accrpv@gmail.com<br />

25 integrantes<br />

Associação <strong>Cultura</strong>l Internacional <strong>de</strong><br />

Capoeira Jacobina Arte e Maculelê<br />

R. Sócrates Menezes, s/n<br />

Lapão<br />

Tel.: (74) 9970-2791<br />

www.jacobinaarte.com.br<br />

mestreindiobrasil@yahoo.com.br<br />

30 integrantes<br />

Associação das Aca<strong>de</strong>mias <strong>de</strong> Capoeira <strong>de</strong><br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

R. Santa Rita, n° 130<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 8854-1569<br />

mestre-cachoeira@hotmail.com<br />

11 integrantes<br />

Associação <strong>de</strong> Capoeira Angola Mucumbo<br />

(ACAM)<br />

Ilhéus<br />

Tel.: (73)3634-1424, (73) 8107-6115<br />

08 integrantes<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

77


Capoeira, Maculelê & Orquestra <strong>de</strong> Berimbaus<br />

78<br />

Associação <strong>de</strong> Capoeira Cacau <strong>de</strong> Ouro<br />

(capoeira, maculelê e samba <strong>de</strong> roda)<br />

R. Daniel Farias , 43, Centro<br />

Malhada<br />

Tel.: (77) 3691-2186, (77) 9913- 6733<br />

simoneafonsoster@gmail.com<br />

Número <strong>de</strong> integrantes não informado<br />

Associação <strong>de</strong> Capoeira César <strong>de</strong> Macaúbas<br />

R. Cipriano do A Almeida, s/n, São José<br />

Macaúbas<br />

Tel.: (77) 9989-3690<br />

130 integrantes<br />

Associação <strong>de</strong> Capoeira Esquina Menino -<br />

ACEM<br />

R. Nova Pataíba, s/n<br />

Água Fria<br />

Tel.: (75) 3293- 1047, (75) 9105-8195<br />

juarezdamasceno@bol.com.br<br />

25 integrantes<br />

Associação <strong>de</strong> Capoeira Iramar do Brasil<br />

R. David Bonifácio <strong>de</strong> Santana, 320<br />

Irará<br />

Tel.: (75) 8200-3484<br />

iramarbrasil@bol.com.br<br />

328 integrantes<br />

Associação <strong>de</strong> Capoeira Jovem Brasil<br />

Tv. Ban<strong>de</strong>irinha, s/n, Centro<br />

Irará<br />

Tel.: (75) 8103- 0872<br />

nildaborges43@gmail.com<br />

1 mil integrantes<br />

Associação <strong>de</strong> Capoeira Palmares União<br />

R. Rodolfo Tourinho, n° 42, Centro<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 8854- 1569<br />

palmarescapoeira@hotmail.com<br />

95 integrantes<br />

Associação DP Grupo <strong>de</strong> Capoeira Raízes Baianas<br />

Av. Roque Reis, n° 462, Jacobina 3<br />

Jacobina<br />

Tel.: (74) 3621- 4719, (74) 9124-5062<br />

Número <strong>de</strong> integrantes não informado<br />

Associação Internacional <strong>de</strong> Capoeira - Os<br />

Bambas do Sol Nascente (capoeira, dança afro,<br />

maculelê)<br />

Av. São Roque, n°61, Uruguai<br />

Salvador<br />

Tel.: (71) 3207-1932, (71) 8808-8327<br />

teodorocapoeira@yahoo.com.br<br />

www.capoeirasolnascente.org.br<br />

60 integrantes<br />

Associação Lapense <strong>de</strong> Capoeira e Grupo<br />

Quilombola Quilombo das Piranhas<br />

R. Ernesto Geisel, n° 958, São Gotardo<br />

Bom Jesus da Lapa<br />

Tel.: (77) 3481-6038, (74) 8823-7458<br />

raquelcor<strong>de</strong>iro92@yahoo.com.br<br />

300 integrantes<br />

Associação Orquestra <strong>de</strong> Berimbau Dendê<br />

<strong>Cultura</strong>l (orquestra <strong>de</strong> berimbau e tambores)<br />

R. da Amendoeira <strong>de</strong> Pituaçu, nº 06<br />

Salvador<br />

Tel.: (71) 3371-1749, (71) 9287-3262<br />

http://<strong>de</strong>n<strong>de</strong>cultural.blogspot.com<br />

bodycao@hotmail.com<br />

15 integrantes<br />

Associação Senzala Capoeira <strong>de</strong> Boquira<br />

R. 12 <strong>de</strong> Outubro, n°135, Barreiro<br />

Boquira<br />

Tel.: (77) 9943-0562<br />

50 integrantes


Companhia e Arte Maculelê Música e Dança<br />

(maculelê)<br />

R. Drena I, n° 09, São Bento<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 9635-1285<br />

30 integrantes<br />

Comunida<strong>de</strong> Quilombola João Rodrigues -<br />

Arionildo Gomes <strong>de</strong> Sá Júnior (capoeira)<br />

R. Dezesseis <strong>de</strong> Dezembro, 94<br />

Itacaré<br />

Tel.: (73) 3251- 3451, (73) 9938-4651<br />

15 integrantes<br />

<strong>Cultura</strong>,Ginga e Arte (capoeira e dança afro)<br />

Barra<br />

Tel.: (74) 3662-3207<br />

Número <strong>de</strong> integrantes não informado<br />

Filhos dos Anjos (capoeira)<br />

Povoado Km 42<br />

Santa Brígida<br />

Telefone não informado<br />

31 integrantes<br />

Fundação <strong>de</strong> Capoeira Eu Negro<br />

Barra<br />

Tel.: (74) 9994-1499, (74) 9962-3453<br />

Número <strong>de</strong> integrantes não informado<br />

Grupo <strong>de</strong> Capoeira<br />

R. Beira Rio, 359, Pimenta<br />

Mascote<br />

Tel.: (73) 3625-5050, (73) 9151-0218<br />

cassandracostasantos12@hotmail.com<br />

08 integrantes<br />

Grupo <strong>de</strong> Capoeira Bicho Solto<br />

R. Amália Gomes <strong>de</strong> Oliveira, n° 30, Sol Nascente<br />

Serrolândia<br />

Tel.: (74) 9986-4635<br />

sterlle@hotmail.com<br />

20 integrantes<br />

Grupo <strong>de</strong> Capoeira Estilo Saú<strong>de</strong><br />

R. Emílio Borges, n°371, Centro<br />

Ibipitanga<br />

Tel.: (77) 3674-2328, (77) 9927-7093<br />

40 integrantes<br />

Grupo <strong>de</strong> Capoeira Jacobina Arte<br />

Loteamento Caixa D’água, n° 780, Itatiaia<br />

São José do Jacuípe<br />

Tel.: (74) 9135-1125<br />

40 integrantes<br />

Grupo <strong>de</strong> Capoeira Kilombolas<br />

R. Nova, n°04, 2ª Praia<br />

Cairu<br />

Tel.: (75) 8115- 3444<br />

carlitokilombola@hotmail.com<br />

200 integrantes<br />

Grupo <strong>de</strong> Capoeira Morpará (capoeira, maculelê<br />

e samba <strong>de</strong> roda)<br />

R. Agenor Leite, 83, Centro<br />

Morpará<br />

Tel.: (77) 9972-4209<br />

janpueira@hotmail.com<br />

60 integrantes<br />

Grupo <strong>de</strong> Capoeira Novo Horizonte<br />

Av. Antônio Carlos Magalhães, 489, Centro<br />

Macureré<br />

Tel.: (75) 3284- 2122<br />

mundinho_reggae@hotmail.com<br />

20 integrantes<br />

Grupo <strong>de</strong> Capoeira Olho Vivo<br />

R. da Divinéia, s/n, Centro<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

79


Capoeira, Maculelê & Orquestra <strong>de</strong> Berimbaus<br />

80<br />

Foto cedida pelo Grupo Capoeira <strong>de</strong> Irará - Portal do Sertão<br />

São José do Jacuípe<br />

Tel.: (74) 8121-2510<br />

40 integrantes<br />

Grupo <strong>de</strong> Capoeira Pena Branca<br />

Av. Nossa Senhora dos Navegantes, nº 1117,<br />

Itapuã<br />

Eunápolis<br />

Tel: (73) 3262-0333, (73) 8115-4654<br />

magicotonyblack@hotmail.com<br />

60 integrantes<br />

Grupo <strong>de</strong> Capoeira Quilombo dos Palmares<br />

(capoeira)<br />

R. José Carvalho, s/n, Barra<br />

Água Fria<br />

Tel.: (75) 8193-9388<br />

47 integrantes<br />

Grupo <strong>de</strong> Capoeira Regional Porto da Barra<br />

R. José Epaminondas, 8, Centro<br />

Irará<br />

Tel.: (75) 8122-8600<br />

www.mestrecabeludo.com<br />

250 integrantes<br />

Grupo <strong>de</strong> Capoeira Roda <strong>de</strong> Amigos<br />

R. do Fundo, s/n, Gamboa do Morro<br />

Cairu<br />

Tel.: (75) 8136- 2376<br />

12 integrantes<br />

Grupo <strong>de</strong> <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> (capoeira, reisado<br />

e quadrilha)<br />

R. do Bem ti vi, s/n<br />

Esplanada<br />

Tel.: (75) 3413 -3009, (75) 9949-7352<br />

jaquelinesantosandra<strong>de</strong>@yahoo.com.br<br />

Número <strong>de</strong> integrantes não informado


Grupo <strong>de</strong> Maculelê Arte Viva<br />

Aratuípe<br />

Tels:(75) 3647-2034, (75) 8134-1033<br />

socipabeneficente@bol.com.br<br />

16 integrantes<br />

Grupo Folclórico Axé (capoeira e dança afro)<br />

R. Ameliano Costa <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, s/n<br />

Chorrochó<br />

Tel.: (75) 3477-2117<br />

25 integrantes<br />

Grupo Internacional <strong>de</strong> Capoeira<br />

Jacobina Arte<br />

R. 13 <strong>de</strong> maio, n° 96, Serrinha<br />

Jacobina<br />

Tel.: (74) 3621-6863, (74) 8114-5042<br />

drakula_jacobina@hotmail.com<br />

10 mil integrantes<br />

João Alves <strong>de</strong> Souza (capoeira)<br />

Lagoa do Gaudêncio, s/n<br />

Lapão<br />

Tel.: (74) 3657-1220<br />

furacaodalagoa@hotmail.com<br />

120 integrantes<br />

José Cícero dos Prazeres (maculelê e cantoria<br />

<strong>de</strong> viola)<br />

Conjunto Airton Sena, s/n, Centro<br />

Santa Brígida<br />

Tel: (75) 3698-2009<br />

18 integrantes<br />

Jurandi Louro Vieira Silva (capoeira)<br />

R. Santos Dumont, n°244, Centro<br />

Botuporã<br />

Tel.: (77) 3678-2363<br />

Mestres do Amanhã (capoeira)<br />

R. do Jacaré, n°33, Maragogipinho<br />

Aratuípe<br />

Tel .: (75)8162-8129, (75) 8161-4366, (75) 9904-<br />

1140<br />

71 integrantes<br />

Movimento <strong>Cultura</strong>l Consciência Negra<br />

(capoeira, maculelê, dança afro e samba <strong>de</strong> roda)<br />

Av. Aracaju, 233, Brasil<br />

Vitória da Conquista<br />

Tels: (77)3423-6154, (77) 8124-5317<br />

panteraconsciencia@hotmail.com<br />

400 integrantes<br />

Movimento <strong>Cultura</strong>l Timtim Capoeira<br />

Praça Governador Paulo Souto, s/n, Centro<br />

Paramirim<br />

Tel.: (77) 9956-4744<br />

35 integrantes<br />

Nação Iorubá Capoeira Urbis (capoeira e terno<br />

<strong>de</strong> reis)<br />

Colégio Maria Santa Rita, s/n, Urbis<br />

Una<br />

Tel: (73) 3236-2014<br />

15 integrantes<br />

NIldo Novais Silva (capoeira)<br />

Av. Adélia Gamen Souto, s/n, Ibirapitanga<br />

Andaraí<br />

Tel.: (75) 8145-2910<br />

nildosilvacapoeira@hotmail.com<br />

Socieda<strong>de</strong> Beneficente Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Palha<br />

(capoeira, maculelê e dança afro)<br />

R. Treze <strong>de</strong> Maio, s/n, Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Palha<br />

Aratuípe<br />

Tel.: (75) 3647-2034<br />

16 integrantes<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

81


Foto Acervo Secult<br />

82<br />

10.Chegança<br />

(<strong>de</strong> Marujos & Mouros)


Auto popular originário da dança portuguesa, a<br />

Chegança apresenta características distintas<br />

conforme a região em que se manifesta. No país,<br />

registram-se dois tipos principais: chegança <strong>de</strong> marujos<br />

(também conhecida como marujada, barca, fandango<br />

e nau catarineta) e chegança <strong>de</strong> mouros (mouros<br />

e cristãos). Os folguedos dramatizam as façanhas<br />

marítimas portuguesas durante o Império e os embates<br />

medievais entre mouros e cristãos, na Península<br />

Ibérica. Os figurantes vestem-se como comandantes,<br />

oficiais, soldados, marinheiros, cristãos ou mouros.<br />

Dois palhaços, um padre, um médico, <strong>de</strong>ntre outros<br />

personagens, também po<strong>de</strong>m compor a representação<br />

na chegança <strong>de</strong> marujos que ocorre, em sua maior<br />

parte, no interior <strong>de</strong> uma embarcação, sendo composta<br />

apenas por homens. Essas tradições, embora praticadas<br />

em todas as regiões do Brasil, <strong>de</strong>stacam-se no Nor<strong>de</strong>ste,<br />

Centro-Leste e Sul.<br />

Na Bahia, uma das mais populares é a Chegança Fragata<br />

Brasileira, <strong>de</strong> Saubara. O auto tem cerca <strong>de</strong> 80 anos e<br />

acontece na data <strong>de</strong> São Domingos <strong>de</strong> Gusmão (04 <strong>de</strong><br />

agosto), padroeiro da cida<strong>de</strong>. Apesar do aspecto histórico<br />

e espírito brincante, a tradição também possui caráter<br />

religioso e o ápice da apresentação acontece <strong>de</strong>ntro da<br />

igreja. A Fragata Brasileira se utiliza <strong>de</strong> 50 canções e oito<br />

ritmos para contar, em forma <strong>de</strong> música, episódios <strong>de</strong> uma<br />

guerra marítima entre portugueses e brasileiros à época da<br />

in<strong>de</strong>pendência. Uma orquestra <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>iros acompanha<br />

a encenação. Entre as cheganças <strong>de</strong> mouro, registra-se a<br />

tradição Mouros e Cristãos, em Prado. A representação<br />

homenageia São Sebastião, no dia 03 <strong>de</strong> fevereiro, ao som<br />

<strong>de</strong> tambores e flautas <strong>de</strong> bambu. O estado possui, ainda,<br />

cheganças femininas e mirins.<br />

Territórios <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

- Baixo Sul<br />

- Chapada Diamantina<br />

- Extremo Sul<br />

- Piemonte da Diamantina<br />

- Recôncavo<br />

- Região Metropolitana <strong>de</strong> Salvador<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

83


Cheganças<br />

84<br />

Contatos<br />

Mestre Benedito Costa Alves - Grupo<br />

Amigos <strong>de</strong> Cabrália (chegança, burrinha,<br />

cordão <strong>de</strong> caboclo e teatro popular)<br />

Av. Tancredo Neves, nº 22, Nova Cabrália<br />

Santa Cruz <strong>de</strong> Cabrália<br />

Tel: (73) 9965-8533<br />

beneditoalves23@hotmail.com<br />

40 integrantes<br />

Mestre Hamilton Oliveira do Rosário <strong>–</strong> SBAC<br />

(chegança)<br />

R. do Guarany, s/n, Centro<br />

Cairu<br />

Tel.: (75)3652-2077<br />

Associação da Marujada <strong>de</strong> São Benedito<br />

(marujada <strong>de</strong> São Benedito)<br />

R. Getulio Vargas, s/n, Centro<br />

Prado<br />

Tel: (73) 3010-0217<br />

200 integrantes<br />

Chegança <strong>de</strong> Mouros <strong>de</strong> Arembepe<br />

Loteamento Vilarejo, Quadra A, Lote 4,<br />

Arembepe<br />

Camaçari<br />

Tel.: (71) 3624-3382, (71) 8843-8511<br />

secultcamacari@gmail.com<br />

27 integrantes<br />

Chegança dos Marujos Fragata Brasileira<br />

(chegança e marujada)<br />

R. do Taboão, n° 26, Centro<br />

Saubara<br />

Tel.: (71) 3696-1424, (71) 9134- 9127<br />

rosariosamba@bol.com.br<br />

40 integrantes<br />

Foto cedida pelo Grupo Fragata Brasileira Saubara


Chegança Feminina <strong>de</strong> Arembepe<br />

Loteamento Vilarejo, Quadra A, Lote 4,<br />

Arembepe<br />

Camaçari<br />

Tel.: (71) 3624-3382, (71) 8746-8370<br />

secultcamacari@gmail.com<br />

30 integrantes<br />

Chegança Feminina <strong>de</strong> Mouros Barca Nova<br />

R. Nova São Domingos, s/n, Centro<br />

Saubara<br />

Tel.: (75) 3696-1570, (75) 8201-0610<br />

mlaed@yahoo.com.br<br />

50 integrantes<br />

Chegança Flor do Dia<br />

R. da Frente, s/n, Gamboa do Morro<br />

Cairu<br />

Tel: (75) 81654-4724<br />

16 integrantes<br />

Irmanda<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Benedito (marujada <strong>de</strong> São<br />

Benedito)<br />

Av. Adalício Nougueira, nº 635, Nova Coreia<br />

Caravelas<br />

Tel: (73) 8801-9685<br />

60 integrantes<br />

Irmanda<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Sebastião (chegança <strong>de</strong><br />

mouros)<br />

R. Getulio Vargas, s/n, Ponta <strong>de</strong> Areia<br />

Caravelas<br />

Tel: (73) 8838-2332, (73) 8861-0082<br />

60 integrantes<br />

Marujada <strong>de</strong> Cosme e Damião (marujada e<br />

candomblé)<br />

Tv. do Aratu, s/n, Olaria<br />

Caravelas<br />

Tel: (73) 9996-8652, (73) 8838-1591<br />

32 integrantes<br />

Marujada <strong>de</strong> Jacobina<br />

R. da Fábrica, n° 99, Catuaba<br />

Jacobina<br />

Tel.: (74) 9121-3464<br />

Número <strong>de</strong> integrantes não informado<br />

Marujada Raízes da Terra (marujada e<br />

candomblé)<br />

R. do Juá, s/n, Barra <strong>de</strong> Caravelas<br />

Caravelas<br />

Tel: (73) 8844-6950<br />

25 integrantes<br />

Mouros e Cristãos (chegança <strong>de</strong> mouros)<br />

R. José Joaquim Seabra, s/n, Centro<br />

Prado<br />

Tel: (73) 9987-9171<br />

50 integrantes<br />

Paulo Sérgio dos Santos (marujada)<br />

R. Santa Isabel, s/n<br />

Andaraí<br />

Tel.: (75) 8125-1169<br />

Socieda<strong>de</strong> Beneficente Amigos <strong>de</strong> Cairu <strong>–</strong><br />

SBAC (chegança)<br />

Praça Coronel Francisco Ribeiro, n°04, Centro<br />

Cairu<br />

Tel.: (75) 3652-2077<br />

21 integrantes<br />

Socieda<strong>de</strong> Beneficente Amigos <strong>de</strong> Cairu <strong>–</strong><br />

SBAC - Grupo Mirim Chegançinha <strong>de</strong> Cairu<br />

(chegança mirim)<br />

Praça Coronel Francisco Ribeiro, n°04, Centro<br />

Cairu<br />

Tel.: (75) 3653-2131, (75) 9933- 8100, (75) 9987-<br />

7954<br />

23 integrantes<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

85


Foto Angelucci Figueiredo/ Acervo AGECOM<br />

86<br />

11.Comunida<strong>de</strong>s Quilombolas


As comunida<strong>de</strong>s remanescentes quilombolas<br />

ou terras <strong>de</strong> preto constituem agrupamentos<br />

étnico-raciais com presunção <strong>de</strong> ancestralida<strong>de</strong><br />

negra e resistência à opressão no período escravocrata.<br />

Tratam-se, do ponto <strong>de</strong> vista da cultura, <strong>de</strong> espaços <strong>de</strong><br />

preservação <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> crucial na formação do<br />

povo brasileiro, ricos em tradições. <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>de</strong>senvolvidas<br />

e recriadas pelos negros em solo brasileiro, como dança<br />

afro, samba <strong>de</strong> roda, capoeira e maculelê, são práticas<br />

vivas nessas comunida<strong>de</strong>s, a maioria situada em área<br />

rural. A Bahia e o Maranhão são os estados que mais<br />

concentram áreas quilombolas. Atualmente, a Bahia tem<br />

332 comunida<strong>de</strong>s reconhecidas pelo governo fe<strong>de</strong>ral,<br />

on<strong>de</strong> vivem 25 mil famílias. Campo Formoso, Vitória da<br />

Conquista e Cachoeira são os municípios com maior<br />

número <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s certificadas como quilombola.<br />

A Comunida<strong>de</strong> do Quilombo da Lagoinha, em Nova<br />

Canaã, formada por agricultores familiares, preserva<br />

as tradições do reisado, samba <strong>de</strong> roda, cantiga <strong>de</strong><br />

roda, além do artesanato. Outras tradições menos<br />

conhecidas, como cobra caipava e tatu sobe pau,<br />

também são mantidas pelos moradores <strong>–</strong> cerca <strong>de</strong><br />

50 pessoas. No Quilombo Rio das Rãs, em Bom Jesus<br />

da Lapa, comunida<strong>de</strong> certificada e a primeira do<br />

estado a obter o título <strong>de</strong> posse da terra, há grupos<br />

<strong>de</strong> dança afro, afoxés, banda <strong>de</strong> percussão, samba <strong>de</strong><br />

roda e griôs. Um dos <strong>de</strong>staques é o grupo <strong>de</strong> Dança<br />

Baú, formado por mulheres que dançam o ‘samba<br />

<strong>de</strong> umbigada’ ao som <strong>de</strong> músicas típicas do reisado,<br />

congada e chula. Na brinca<strong>de</strong>ira, os homens são<br />

responsáveis por tocar instrumentos como a viola e o<br />

pan<strong>de</strong>iro, enquanto o público participa com palmas.<br />

Territórios <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

- Chapada Diamantina<br />

- Itapetinga<br />

- Litoral Sul<br />

- Piemonte Norte do Itapicuru<br />

- Recôncavo<br />

- Velho Chico<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

87


Comunida<strong>de</strong>s Quilombolas<br />

88<br />

Foto Angelucci Figueiredo/ Acervo AGECOM<br />

Contatos<br />

Mestre Vanildo dos Santos <strong>–</strong> Comunida<strong>de</strong><br />

Quilombola <strong>de</strong> Tijuaçú<br />

(dança afro e samba <strong>de</strong> lata)<br />

Senhor do Bonfim<br />

Tel.: (74) 3544-3096 / (74) 9962-8499<br />

Associação <strong>de</strong> Agricultores Familiares<br />

Comunida<strong>de</strong> Remanescente do Quilombo e<br />

Guerem (samba <strong>de</strong> roda e reisado)<br />

Povo do Guerem<br />

Nova Canaã<br />

Telefone não informado<br />

pilão@hotmail.com<br />

Associação <strong>de</strong> Agricultores Familiares<br />

Comunida<strong>de</strong> Remanescente do Quilombo<br />

<strong>de</strong> Lagoinha (reisado, samba <strong>de</strong> bumba e cantiga<br />

<strong>de</strong> roda e artesanato)<br />

Fazenda Alagoinha<br />

Nova Canaã<br />

Tel.: (73) 9954-6521, (73) 9934-6785<br />

nelsoncanaa@hotmail.com<br />

30 a 50 integrantes<br />

Comunida<strong>de</strong> Quilombola Barra do Parateca<br />

R. Rui Barbosa, 208<br />

Carinhanha<br />

Tel.: (77) 3486-4002<br />

34 integrantes<br />

Comunida<strong>de</strong> Quilombola <strong>de</strong> Acupe e São<br />

Braz<br />

Av. Edival Barreto, n° 24, Acupe<br />

Santo Amaro<br />

Tel .: (75) 8151-5479<br />

mory_santo@yahoo.com.br<br />

60 integrantes


Comunida<strong>de</strong> Quilombola <strong>de</strong> Morro Redondo<br />

Seabra<br />

Tels.: (75) 3331-2211, (75) 9950-4178<br />

edybahia10@hotmail.com<br />

20 integrantes<br />

Comunida<strong>de</strong> Quilombola <strong>de</strong> Mulungu<br />

Boninal<br />

Tel.: (75) 3330-2121<br />

24 integrantes<br />

Comunida<strong>de</strong> Quilombola do Iguape (samba<br />

corrido e samba chula)<br />

R. Direta, s/n, Santiago do Iguape<br />

Cachoeira<br />

Tel: 3414-5073, (71) 9938-7431<br />

10 integrantes<br />

Comunida<strong>de</strong> Quilombola do Monte<br />

Rocomco (reisado)<br />

R. Ministro Bulcão, nº 14, Centro<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel: (71) 8183-9032<br />

64 integrantes<br />

Comunida<strong>de</strong> Quilombola do Rio das Rãs<br />

R. Doutor Dermeval Almeida, n° 178, São Gotardo<br />

Bom Jesus da Lapa<br />

Tel.: (71) 8859-7890, (77) 8821-9003<br />

tokinhacruz@yahoo.com.br<br />

Comunida<strong>de</strong> Quilombola João Rodrigues<br />

(capoeira)<br />

R. 16 <strong>de</strong> Dezembro, 94<br />

Itacaré<br />

Tel.: (73) 3251- 3451, (73) 99384651<br />

15 integrantes<br />

Foto Angelucci Figueiredo/ Acervo AGECOM<br />

Grupo Quilombola <strong>de</strong> Gurunga (festejos <strong>de</strong> São<br />

José e ladainha)<br />

Fazenda Gurunga<br />

Igaporã<br />

Telefone não informado<br />

30 integrantes<br />

Grupo Quilombola Morão Di Privintina<br />

(música regional, poesia e cantoria <strong>de</strong> viola)<br />

Comunida<strong>de</strong> Quilombola do Rio das Rãs<br />

R. Doutor Dermeval Almeida, n° 178, São Gotardo<br />

Bom Jesus da Lapa<br />

Tel.: (71) 8859-7890, (77) 8821-9003<br />

tokinhacruz@yahoo.com.br<br />

07 integrantes<br />

Grupo Quilombola Quilombo das Piranhas<br />

R. Ernesto Geisel, n° 958, São Gotardo<br />

Bom Jesus da Lapa<br />

Tel.: (77) 3481-6038, (74) 8823-7458<br />

raquelcor<strong>de</strong>iro92@yahoo.com.br<br />

300 integrantes<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

89


Foto Weimer Carvalho<br />

90<br />

12.Congada


Manifestação sincrética <strong>de</strong> origem africana com<br />

influência da cultura ibérica, os congos ou<br />

congada têm seus primeiros registros datados<br />

em 1674. Na época, era praticada por escravos que viviam<br />

em Pernambuco. O cortejo sai a público nas festas religiosas<br />

ou profanas com variações conforme a região do país.<br />

Seus participantes cantam e dançam em homenagem a<br />

São Benedito e a Nossa Senhora do Rosário. Ás vezes, há<br />

encenações da coroação do Rei Congo ou da Rainha Ginga<br />

<strong>de</strong> Angola, personagens da história africana, e lutas <strong>de</strong><br />

espada. No campo musical, <strong>de</strong>stacam-se as percussões,<br />

como os toques <strong>de</strong> tambores, que estimulam bailados<br />

vigorosos. A indumentária é colorida, incluindo chapéus,<br />

capacetes, fitas e enfeites.<br />

Na Bahia, os Congos da Socieda<strong>de</strong> Beneficente Amigos <strong>de</strong><br />

Cairu - SBAC celebram São Benedito entre os dias 08 <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>zembro e 06 <strong>de</strong> janeiro (Dia <strong>de</strong> Reis). Há 25 anos o grupo<br />

é li<strong>de</strong>rado pelo Sr. Hamilton Oliveira do Rosário, <strong>de</strong> 59 anos.<br />

Composto apenas por homens que trajam saia rodada <strong>de</strong><br />

chita, capa e coroa brilhante, o folguedo <strong>de</strong>sfila por dias<br />

inteiros envolvido em músicas, danças e louvores ao santo.<br />

Há ainda o Conguinhos <strong>de</strong> Cairu que brinca junto com os<br />

Congos e foi criado com o objetivo <strong>de</strong> preservar a tradição.<br />

Registra-se também em Angical o Congados Mirim, criado<br />

há quatro anos por iniciativa do Sr. Célio Ribeiro Carneiro.<br />

O grupo infantil entoa cânticos com letras que lembram da<br />

escravidão e carrega, durante o cortejo, um estandarte com<br />

a imagem <strong>de</strong> Nossa Senhora do Rosário.<br />

Territórios <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

- Baixo Sul<br />

- Oeste Baiano<br />

Contatos<br />

Mestre Antonio Borges do Nascimento <strong>–</strong><br />

SBAC (congada)<br />

Praça Salústio Palma, s/n, Centro<br />

Cairu<br />

Tel.: (75)9904- 8780<br />

Congados Mirim (congada e reisado)<br />

Av. São João, nº 45, Vila Nova<br />

Angical<br />

Tel: (77) 9958-8186<br />

celio.ribeventos@yahoo.com.br<br />

24 integrantes<br />

Socieda<strong>de</strong> Beneficente Amigos <strong>de</strong> Cairu <strong>–</strong><br />

SBAC (congada)<br />

Praça Coronel Francisco Ribeiro, n°04, Centro<br />

Cairu<br />

Tel.: (75)9904- 8780<br />

23 integrantes<br />

Socieda<strong>de</strong> Beneficente Amigos <strong>de</strong> Cairu- SBAC<br />

Grupo Mirim Conguinhos do Cairu<br />

(congada mirim)<br />

Praça Coronel Francisco Ribeiro, n°04, Centro<br />

Cairu<br />

Tel.: (75) 3653-213, (75) 9933- 8100, (75) 9987-<br />

7954<br />

20 integrantes<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

91


Foto Agência Caixa <strong>de</strong> Fósforo<br />

92<br />

13.Cor<strong>de</strong>l &<br />

Poesia Popular


Poesia rimada, o cor<strong>de</strong>l é uma manifestação oral que<br />

ganha versão impressa em livretos bastante simples,<br />

ilustrados com xilogravuras e clichês zincografados. A<br />

origem do termo ‘cor<strong>de</strong>l’ associa-se ao fato <strong>de</strong>, em Portugal,<br />

<strong>de</strong> on<strong>de</strong> a tradição advém, os livretos permancerem<br />

expostos ao público amarrados em cordões, em mercados<br />

populares ou nas ruas. Embora o nome original tenha se<br />

mantido no Brasil, no Nor<strong>de</strong>ste é chamado também <strong>de</strong><br />

‘folheto’. Tais poesias são recitadas em via pública, <strong>de</strong> forma<br />

melodiosa e ca<strong>de</strong>nciada, pelos cor<strong>de</strong>listas acompanhados<br />

<strong>de</strong> viola, que costumam fazer <strong>de</strong>clamações alegres para<br />

encantar o cliente. As estrofes mais comuns são as <strong>de</strong> seis,<br />

oito ou <strong>de</strong>z versos.<br />

Geralmente, os poemas tratam <strong>de</strong> fatos da vida cotidiana.<br />

Entre os principais temas estão: festas populares, política,<br />

disputas, milagres, atos <strong>de</strong> heroísmo, morte e assuntos<br />

relativos à história do sertão, incluindo o Cangaço. Os cordéis<br />

são vendidos pelos próprios autores e são mais apreciados<br />

nos estados <strong>de</strong> Pernambuco, Ceará, Alagoas, Paraíba e<br />

Bahia. João Cabral <strong>de</strong> Melo Neto, Ariano Suassuna, José<br />

Lins do Rego e Guimarães Rosa são alguns dos escritores<br />

brasileiros influenciados pelo cor<strong>de</strong>l. Em Salvador, o arteeducador<br />

Osmar Simões Júnior, <strong>de</strong> 31 anos, escreveu seu<br />

primeiro folheto em 2003, embora já rabiscasse versos<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a infância. De 2005 para cá, Osmar ministra cursos<br />

<strong>de</strong> poesia popular e cor<strong>de</strong>l em escolas, universida<strong>de</strong>s e<br />

bibliotecas públicas, fomentando a tradição. Ele também<br />

pesquisa o assunto e já foi vencedor <strong>de</strong> um prêmio estadual<br />

direcionado à esse tipo <strong>de</strong> literatura.<br />

Territórios <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

- Agreste <strong>de</strong> Alagoinhas / Litoral Norte<br />

- Bacia do Jacuípe<br />

- Bacia do Paramirim<br />

- Baixo Sul<br />

- Irecê<br />

- Itaparica (BA/PE)<br />

- Litoral Sul<br />

- Piemonte da Diamantina<br />

- Portal do Sertão<br />

- Recôncavo<br />

- Região Metropolitana <strong>de</strong> Salvador<br />

- Sertão Produtivo<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

93


Cor<strong>de</strong>l & Poesia Popular<br />

94<br />

Contatos<br />

Anelzina dos Santos Rios (contos e cor<strong>de</strong>l)<br />

R. Arquis Vilas Boas, n° 19, Centro<br />

São José do Jacuípe<br />

Tel.: (74) 8118-9928<br />

Antonilda Miranda da Silva (conto e poesia)<br />

R. Dr. Manoel Vitorino, n°71, Centro<br />

Aratuípe<br />

Tel .: (75) 8114-9873<br />

Antonio Carlos <strong>de</strong> Oliveira Barreto (cor<strong>de</strong>l)<br />

R. Direita da Pieda<strong>de</strong>, n°04, Centro<br />

Salvador<br />

Tel.: (71) 3329-3237, (71) 9196-4588<br />

abarretocor<strong>de</strong>l@gmail.com<br />

Antônio Tenório Cassiano (cor<strong>de</strong>l e repente)<br />

Caixa Postal 916, Agência Comércio, n°916<br />

Banca dos Trovadores, Praça Cairu, Comércio<br />

Salvador<br />

Tel.: (71) 9948-7510, (71) 9171-4190<br />

Associação Or<strong>de</strong>m Brasileira dos Poetas da<br />

Literatura <strong>de</strong> Cor<strong>de</strong>l (cor<strong>de</strong>l)<br />

Salvador<br />

Tel.: (71) 9948-7510, (71) 9171-4190<br />

Aurelina Araújo Lima (cor<strong>de</strong>l)<br />

R. da Entrada, n° 55, Povoado Quixaba<br />

Glória<br />

Tel.: (75) 3656-5021<br />

Éttore Pablo Vilaronga Rios (poesia)<br />

R. da Sauda<strong>de</strong>, n° 258, Centro<br />

São José do Jacuípe<br />

Tel.: (74) 8118-9928<br />

http://www.pabloriospoeta.blogspot.com<br />

ettorepablo@hotmail.com<br />

Henrique Dourado Prima (poesia)<br />

Praça dos Otavianos, s/n, Centro<br />

América Dourada<br />

Tel: Não informado<br />

João Batista <strong>de</strong> Matos (poesia)<br />

R. da Calçada, s/n, Monte Recôncavo<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 9916-8622, (71) 8197-1134<br />

João Bosco Silva Fernan<strong>de</strong>s (cor<strong>de</strong>l)<br />

R. João Teixeira, n° 810, Perú<br />

Jacobina<br />

Tel.: (74) 9197- 6327<br />

jotaboscosf@hotmail.com<br />

José Antônio Barbosa <strong>de</strong> Lima (cor<strong>de</strong>l)<br />

R. 8 <strong>de</strong> Agosto, s/n, Centro<br />

Irará<br />

Tel.: (75) 8136-8565<br />

José <strong>de</strong> Oliveira Birck (poesia e cor<strong>de</strong>l)<br />

R. Costa e Silva, 11, Centro<br />

Una<br />

Tel.: (73) 9952-3743, (73) 9943-0424<br />

birckjunior@gmail.com<br />

José Olívio Paranhos Lima (cor<strong>de</strong>l)<br />

Caixa Postal 47, n° 01<br />

Alagoinhas<br />

Tel.: (75) 8808-5145<br />

Josué do Castro Neto (cor<strong>de</strong>l)<br />

Icozeira<br />

Abaré<br />

Tel.: (75) 3287-5037<br />

Leandro Tranquilino Pereira (cor<strong>de</strong>l, repente<br />

e violeiro)<br />

R. Santa Cecília, Q-C, Lote 09, Itinga


Lauro <strong>de</strong> Freitas<br />

Tel.: (71) 3377-1269, (71) 9612-3497<br />

poeta_tranquilino52@hotmail.com<br />

Marcos Antônio Carneiro Coelho (cor<strong>de</strong>l)<br />

Av. Pedro Nolasco <strong>de</strong> Pinho, 95, Centro<br />

Irará<br />

Tel.: (75) 8109-1364<br />

kitute<strong>de</strong>licinho@yahoo.com.br<br />

Osmar Simões Machado Júnior (cor<strong>de</strong>l)<br />

R. Machado Monteiro, n°77<br />

Salvador<br />

Tel.: (71) 3238-6130 / (71) 8146-4041<br />

osmar.cor<strong>de</strong>l@gmail.com<br />

Osmar Xavier <strong>de</strong> Souza (cor<strong>de</strong>l)<br />

Povoado <strong>de</strong> Lago do Martinho, s/n, Centro<br />

Central<br />

Tel: (74) 9977-9052<br />

Foto Taiane Oliveira<br />

Sebastião da Silva Moreira (cor<strong>de</strong>l)<br />

R. Geovane Silva, São João do Paraíso, Bairro<br />

Novo<br />

Mascote<br />

Tel.: (73) 3624-2340<br />

bastian_seba@hotmail.com<br />

Sebastião Santos Silva (cor<strong>de</strong>l)<br />

Av. Padre Rocha, 48<br />

Urandi<br />

Tel.: (77) 3456-2053, (77) 9135-1364<br />

tiaoudi@bol.com.br<br />

Vilson Alves da Silva (poeta)<br />

R. Juthay Magalhães Júnior, n° 444, Centro<br />

Central<br />

Tel: (74) 9998-6254<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

95


Foto João Ramos/ Acervo Bahiatursa<br />

96<br />

14.Culinária


Muitos aspectos da cultura popular estão<br />

presentes na arte da culinária. A maneira<br />

<strong>de</strong> adquirir, preparar e ingerir os alimentos<br />

reflete, por exemplo, posturas religiosas, i<strong>de</strong>ológicas,<br />

estilos <strong>de</strong> vida, relações sociais e comunitárias. A<br />

culinária está bastante vinculada, ainda, à história <strong>de</strong><br />

um povo. A Organização das Nações Unidas para a<br />

Educação, a Ciência e a <strong>Cultura</strong> (UNESCO) <strong>de</strong>staca o<br />

valor patrimonial da comida enquanto notável expressão<br />

da cultura. Em geral, a culinária é muito influenciada<br />

pelos tipos <strong>de</strong> alimentos disponíveis, tanto os <strong>de</strong><br />

origem animal quanto vegetal. Na culinária tradicional,<br />

seus saberes são transmitidos entre as gerações pela<br />

oralida<strong>de</strong> ou convívio. A culinária brasileira é marcada<br />

pela ampla varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> receitas e técnicas <strong>de</strong> preparo e<br />

pela regionalização, apresentando variações <strong>de</strong>ntro do<br />

mesmo estado. Todas as culturas que fincaram raízes em<br />

território nacional acabaram por influenciar a tradição.<br />

Na Bahia, os sistemas alimentares africanos, indígenas<br />

e portugueses misturaram-se, resultando em uma<br />

cozinha exótica e robusta. Com os negros, que <strong>de</strong>ram<br />

forte contribuição à sua formação, vieram o azeite <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ndê e algumas pimentas; dos índios, foram herdados<br />

o milho, a mandioca, as frutas nativas e as carnes <strong>de</strong><br />

caça; e, dos portugueses, o coco, as especiarias, os<br />

temperos ver<strong>de</strong>s e a doçaria refinada. A Associação<br />

das Baianas <strong>de</strong> Acarajé, Mingau, Receptivo e Similares,<br />

fundada em 1992, em Salvador, atua em <strong>de</strong>fesa dos<br />

interesses da classe trabalhadora, reunindo mais <strong>de</strong><br />

2 mil baianas. A entida<strong>de</strong> foi uma das responsáveis<br />

pelo trabalho que resultou na <strong>de</strong>claração do acarajé<br />

como patrimônio cultural brasileiro pelo Instituto do<br />

Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em<br />

2005. Em Piraí do Norte, Divanil José dos Santos, <strong>de</strong> 49<br />

anos, produz licores finos, cocadas e balas <strong>de</strong> jenipapo.<br />

Ele começou a fabricar a bala, para consumo próprio<br />

e há 10 anos passou a vendê-la para a comunida<strong>de</strong>.<br />

Divanil avisa que o doce tem proprieda<strong>de</strong>s medicinais<br />

e gosta da ativida<strong>de</strong> que exerce.<br />

Territórios <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

- Bacia do Jacuípe<br />

- Bacia do Paramirim<br />

- Baixo Sul<br />

- Portal do Sertão (PR)<br />

- Recôncavo<br />

- Velho Chico<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

97


Culinária<br />

98<br />

Contatos<br />

Alda Neves dos Santos (culinária e benzedura)<br />

Av. Coronel Manoel Fernan<strong>de</strong>s, n° 183, Centro<br />

Caculé<br />

Tel: (77) 3455-2088, (77) 9939-8366<br />

Antônia da Conceição Soares Xavier<br />

(culinária - acarajé)<br />

R. do Acampamento, s/n, Moenda.<br />

Presi<strong>de</strong>nte Tancredo Neves<br />

Tel.: (73) 8119-6141<br />

Ariza Almeida <strong>de</strong> Jesus Damascena (culinária)<br />

Estrada do Ferrolho, n° 6131, Ponto do Côco<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 3652-6131<br />

Associação Barrense <strong>de</strong> Mulheres Bera<strong>de</strong>ras<br />

Guerreiras do São Francisco (culinária - doces)<br />

Barra<br />

Número <strong>de</strong> integrantes não informado<br />

Associação das Doceiras <strong>de</strong> Piraí do Norte<br />

R. Nova, s/n, Centro<br />

Piraí do Norte<br />

Tel.: (73) 3688-2012<br />

18 integrantes<br />

Associação das Baianas <strong>de</strong> Acarajé, Mingau,<br />

Receptivo e Similares <strong>–</strong> ABAM<br />

R. J. Castro Rabelo, n°08, 1° andar, Pelourinho<br />

Salvador<br />

Tel.: (71) 3322-9674, (71) 8766-0057<br />

associacaodasbaianas@hotmail.com<br />

Número <strong>de</strong> integrantes não informado<br />

Carolina <strong>de</strong> Carvalho Martins<br />

(culinária regional)<br />

Av. Pataiba, s/n, Centro<br />

Água Fria<br />

Tel.: (75) 8198-4094<br />

Cristiane Silva da Cruz (culinária-acarajé)<br />

R. Cerqueira, n° 29, Centro<br />

São José do Jacuípe<br />

Tel.: (74) 3675-1433<br />

Delfina <strong>de</strong> Santana Machado (culinária)<br />

R. da Barroquinha, n° 27, Paramirim<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 3652- 9037, (71) 8889-5742<br />

01 integrante<br />

Divanil José dos Santos (culinária <strong>–</strong> licor e doces)<br />

R. Almirante Barroso, n°81, Centro<br />

Piraí do Norte<br />

Tel.: (73) 3688-2012<br />

divanil12@hotmail.com<br />

Edilza Maria do Sacramento (culinária)<br />

R. Sete <strong>de</strong> Setembro, s/n, Paramirins<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 3652-9061<br />

Ednalva Tavares da Silva (culinária - licor)<br />

R. São José, n° 386, Fazenda Muribeca<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 3652-6098, (71)9274- 2029<br />

01 integrante<br />

Elizabete Almeida <strong>de</strong> Freitas<br />

(culinária <strong>–</strong> acarajé)<br />

Av. Beira Mar, n° 39, Caípe Baixo<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 3652-7623, (71) 8755-2043<br />

Eunice <strong>de</strong> Oliveira <strong>de</strong> Aragão<br />

(culinária - acarajé)<br />

R. Antônio Santana Portugal, n° 24, Nova São<br />

Francisco


São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 8726-7561<br />

Genolina <strong>de</strong> Carvalho Martins<br />

(culinária regional)<br />

Av. Pataíba, s/n<br />

Água Fria<br />

Tel.: (75) 8198-4094<br />

Girlene Vilasboas <strong>de</strong> Souza (culinária e<br />

cura)<br />

Presi<strong>de</strong>nte Tancredo Neves<br />

Tel.: (73) 8149-0828<br />

Isabel Menezes dos Santos (culinária)<br />

R. Acampamento, n°38, Moenda<br />

Presi<strong>de</strong>nte Tancredo Neves<br />

Tel.: (73) 3553- 4036, (73) 8144-5129<br />

Josenilda Lima <strong>de</strong> Calçada (culinária -<br />

licor)<br />

Av. Balbino Leão <strong>de</strong> Almeida, s/n, Centro<br />

Água Fria<br />

Tel.: (75) 8201-9621<br />

raildacalcada@hotmail.com<br />

Maria <strong>de</strong> São Pedro <strong>de</strong> Santana Santos<br />

(culinária)<br />

R. do Cemitério, n° 95, Socorro<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 3652- 2012<br />

Maria do Socorro Cerqueira dos<br />

Santos<br />

(culinária - licor)<br />

Praça Alzira <strong>de</strong> Santana Cruz, n° 10 A,<br />

Paramirins<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 3652-9053<br />

Foto Agência Caixa <strong>de</strong> Fósforo<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

99


Culinária<br />

100<br />

Maria José <strong>de</strong> Carvalho Sant’ Anna<br />

(culinária-acarajé)<br />

R. Santa Rita, n° 108, Centro<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 3651-1638<br />

Maria Rodrigues <strong>de</strong> Jesus Santos (culinária<br />

regional)<br />

R. Beco da Cisterna, s/n, Centro<br />

Água Fria<br />

Tel.: (75) 8123-3290<br />

Marinalva <strong>de</strong> Amparo Aguiar Santos (culinária -<br />

acarajé)<br />

R. Damásio Fagun<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Brito, s/n, Ginásio<br />

Presi<strong>de</strong>nte Tancredo Neves<br />

Telefone não informado<br />

Marinalva Pinto dos Santos (culinária - acarajé)<br />

Av. Ipiranga, s/n, Aécio Neves<br />

Presi<strong>de</strong>nte Tancredo Neves<br />

Tel.: (73) 8122-8278<br />

Marise do Amaral (culinária)<br />

R. Amaral Júnior, n° 09, Paramirim<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 3652- 9106, (71) 9115- 3605<br />

Merce<strong>de</strong>s Maria Rocha da Silva (casa <strong>de</strong> farinha)<br />

Fazenda Paraíso, s/n, Paraíso<br />

Presi<strong>de</strong>nte Tancredo Neves<br />

Telefone não informado<br />

Nar<strong>de</strong>le Santos <strong>de</strong> Oliveira (culinária- acarajé)<br />

R. Castro Alves, n° 80, Colina Ver<strong>de</strong><br />

Presi<strong>de</strong>nte Tancredo Neves<br />

Tel.: (73) 8145-5399<br />

Norma Maria Santos <strong>de</strong> Jesus<br />

(culinária <strong>–</strong> doces)<br />

R. da Mangueira, 69<br />

Santo Estevão<br />

Tel.: (75) 8219-3240<br />

Orleans dos Santos Barboza (culinária- licor)<br />

Bairro Arcelino Mamédio, n°16, Centro<br />

Piraí do Norte<br />

Tel.: (73) 3688-2012<br />

Regina Maria Men<strong>de</strong>s Araújo (culinária)<br />

R. Bela Vista, n° 27, Monte Recôncavo<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 3652-5255, (71) 8202-3401<br />

Rita <strong>de</strong> Cássia Oliveira <strong>de</strong> Carvalho (culinária)<br />

R. Vencimento, n° 06, Paramirim<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 8851-0609<br />

Rosimeire Etelvina da Silva (culinária regional)<br />

R. Rui Barbosa, s/n, Centro<br />

Caturama<br />

Tel.: (77) 3650-1122<br />

Valmira Damasceno da Silva (culinária)<br />

Estrada Porto do Ferrolho, n° 72, Muribeca<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 3652- 6131<br />

Vilma Lopes dos Santos Silva (culinária<br />

regional)<br />

R. Sete <strong>de</strong> Setembro, s/n<br />

Água Fria<br />

Tel.: (75) 8193-9929


Foto Jota Freitas/ Acervo Bahiatursa<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

101


Foto divulgação<br />

102<br />

15.Dança &<br />

Música Afro


Expressão afirmativa da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> negra, a dança<br />

afro contemporânea <strong>de</strong>riva <strong>de</strong> antigas tradições<br />

religiosas africanas vivenciadas na forma <strong>de</strong> danças<br />

sagradas. É <strong>de</strong>finida como uma dança ritmada nos toques<br />

<strong>de</strong> atabaque e coreografada com movimentos inspirados<br />

nos orixás e nas lutas entre tribos da África. Executada<br />

com pés <strong>de</strong>scalços, roupas coloridas e adornos, envolve<br />

muita coor<strong>de</strong>nação motora. A tradição, marcada ainda<br />

pela agilida<strong>de</strong>, sincronia e movimentos fortes, tem como<br />

maiores expoentes, na Bahia, os grupos Ilê Aiyê, Malê<br />

<strong>de</strong> Balê e Muzenza. Em suas se<strong>de</strong>s, realizam-se aulas e<br />

ensaios. Já a música afro contemporânea, da mesma<br />

origem que a dança, inclui uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> estilos que<br />

se recriaram ao longo do tempo como o afoxé, o samba,<br />

o pago<strong>de</strong>, o samba-reggae e o afro-pop. Dinâmica, a<br />

manifestação tem como elementos centrais, no entanto,<br />

a percussão executada por tambores artesanais e letras<br />

que enaltecem a ancestralida<strong>de</strong> africana.<br />

Em Salvador, a AFROSSá <strong>–</strong> Cia. Contemporânea <strong>de</strong><br />

Intervenção Urbana, coor<strong>de</strong>nada pelo coreógrafo<br />

Carlos Alexandre Marques, <strong>de</strong> 33 anos, promove<br />

oficinas <strong>de</strong> dança e música em diferentes regiões da<br />

Bahia. Carlos utiliza as duas tradições como ferramenta<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sócio-educacional entre grupos <strong>de</strong><br />

jovens e adultos. Na comunida<strong>de</strong> quilombola <strong>de</strong> Tijuaçu,<br />

Senhor do Bonfim, <strong>de</strong>staca-se a Dança Afro do Corta<br />

Cana <strong>de</strong> Tijuaçu, criada em 1998. A tradição é li<strong>de</strong>rada<br />

pelo agricultor Vanildo dos Santos, que pesquisa cultura<br />

negra e concebeu a dança como resgate histórico <strong>de</strong><br />

uma ativida<strong>de</strong> praticada às escondidas pelos escravos<br />

nos canaviais.<br />

Territórios <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

- Extremo Sul<br />

- Piemonte Norte do Itapicuru<br />

- Região Metropolitana <strong>de</strong> Salvador<br />

- Velho Chico<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

103


Dança & Música afro<br />

104<br />

Contatos<br />

Azânia - Grupo <strong>de</strong> Dança Afro<br />

R. Direita <strong>de</strong> Santo Antônio, nº 1147, Portão<br />

Lauro <strong>de</strong> Freitas<br />

Tel.: (71)3379-5568, (71) 8229-2442<br />

azania.portao@gmail.com<br />

23 integrantes<br />

Banda Quilombo Rio das Rãs e Grupo<br />

Quilombola (música e dança afro)<br />

R. Garanhus, nº 279<br />

Bom Jesus da Lapa<br />

Tel.: (71) 8859-7890, (77) 8821-9003, (77) 9935-<br />

5255<br />

tokinhacruz@yahoo.com.br<br />

12 integrantes<br />

Dança Afro do Corta Cana <strong>de</strong> Tijuaçú<br />

(batuque, dança afro e maculelê)<br />

Tv. Senhor do Bonfim, s/n, Tijuaçu<br />

Senhor do Bonfim<br />

Tel: (74) 3544-3096, (74) 9962-4599<br />

20 integrantes<br />

Dança do Parentesco <strong>de</strong> Tijuaçú (batuque,<br />

dança afro e maculelê)<br />

Tv. Senhor do Bonfim, s/n, Tijuaçú<br />

Senhor do Bonfim<br />

Tel.: (74) 3544-3096, (74) 9962-4499<br />

20 integrantes<br />

Grupo Afro Zambiã (afoxé)<br />

Jardim In<strong>de</strong>pendência , Quadra F, Itinga<br />

Lauro <strong>de</strong> Freitas<br />

Tel.: (71) 3252-8021, (71) 8739-9592<br />

zambiazinha@hotmail.com<br />

25 integrantes<br />

Swing Sensual (dança afro)<br />

R. Santa Rita, nº 53, Pequí<br />

Eunápolis<br />

Tel: (73) 8147-6922<br />

diogo_bailarino@hotmail.com<br />

18 integrantes


Foto A<strong>de</strong>nilson Nunes/ Acervo AGECOM<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

105


Foto Cris Queiroz/ Acervo Projeto PIM<br />

106<br />

16.Danças <strong>de</strong> Roda<br />

(Cantiga, Ciranda e Dança <strong>de</strong> Fita)


A<br />

dança <strong>de</strong> roda é o tipo coreográfico mais difundido<br />

em todo o mundo e a forma mais primitiva <strong>de</strong><br />

dança coletiva. Sua existência foi <strong>de</strong>tectada ainda<br />

no período paleolítico (Ida<strong>de</strong> da Pedra Lascada). De<br />

movimentos simples, executada em círculos e <strong>de</strong> mãos<br />

dadas, a dança <strong>de</strong> roda parece, conforme estudiosos do<br />

assunto, ter sido a matriz <strong>de</strong> muitas outras danças. Na<br />

Bahia, <strong>de</strong>stacam-se três variações: cantigas <strong>de</strong> roda, ciranda<br />

e dança <strong>de</strong> fitas. As cantigas ou brinca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> roda são,<br />

em geral, ativida<strong>de</strong>s infantis e incorporam elementos das<br />

três culturas formadoras do povo brasileiro <strong>–</strong> portuguesa,<br />

indígena e negra. As letras, coletivas ou anônimas, são <strong>de</strong><br />

fácil assimilação, constituindo importante patrimônio oral<br />

do folclore brasileiro.<br />

Democrática e comunitária, a ciranda é comum no litoral<br />

norte pernambucano e, inicialmente, era praticada nos<br />

terreiros da zona rural. Seus participantes, <strong>de</strong>nominados<br />

ciran<strong>de</strong>iros e ciran<strong>de</strong>iras, dão-se as mãos e balançam o<br />

corpo à medida que fazem o movimento <strong>de</strong> translação<br />

em sentido anti-horário. Há mestres e contramestres.<br />

Na dança <strong>de</strong> fitas, <strong>de</strong> origem ibérica, casais vestidos com<br />

roupas caipiras bailam cruzando fitas coloridas presas a<br />

um mastro. Em Salvador, registra-se a existência do grupo<br />

Ganha<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> Itapuã, formado em 2004. Com a proposta<br />

<strong>de</strong> resgatar antigas tradições do bairro soteropolitano, seus<br />

membros realizam apresentações públicas <strong>de</strong> cantigas <strong>de</strong><br />

roda, cirandas, samba <strong>de</strong> roda e teatro popular repletas<br />

<strong>de</strong> referências à cultura afro-brasileira. O grupo conta com<br />

a participação <strong>de</strong> crianças, adultos e idosos. Também na<br />

região metropolitana, o Viva a Dança! se empenha, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

2004, na preservação <strong>de</strong> danças tradicionais, como cirandas,<br />

cantigas <strong>de</strong> roda, danças indígenas, além <strong>de</strong> danças típicas<br />

do folclore internacional. Seus integrantes promovem<br />

encontros, festivais e aulas abertas aos interessados.<br />

Territórios <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

- Piemonte da Diamantina<br />

- Portal do Sertão<br />

- Região Metropolitana <strong>de</strong> Salvador<br />

- Sisal<br />

- Velho Chico<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

107


Sambas <strong>de</strong> Roda<br />

108<br />

Contatos<br />

Barracão e Ponto <strong>de</strong> <strong>Cultura</strong> (dança <strong>de</strong> roda e<br />

dança folclórica)<br />

Al. Plínio Mariani Guerreiro, n° 1230, Fátima<br />

Barra<br />

Tel.: (74) 8116-0389<br />

Número <strong>de</strong> integrantes não informado<br />

Cantiga <strong>de</strong> Roda <strong>de</strong> Boa Vista (cantiga <strong>de</strong> roda)<br />

Povoado Boa Vista<br />

Serrolândia<br />

Tel.: (74) 9991-6203<br />

20 integrantes<br />

Cantiga <strong>de</strong> Roda <strong>de</strong> Valente (cantiga <strong>de</strong> roda,<br />

boi e reisado)<br />

Sítio São Pedro, s/n<br />

Valente<br />

Tel.: (75) 8105-3004<br />

elzacantiga<strong>de</strong>roda@yahoo.com.br<br />

10 integrantes<br />

Francisca Souza da Conceição Silva (cantiga <strong>de</strong><br />

roda, griô e brincante)<br />

Fazenda Santo Estevão, Fazenda Conga<br />

Santo Estevão<br />

Tel: (75) 8103-5759<br />

Foto cedida pelo Grupo Viva a Dança


Grupo Viva a Dança (danças <strong>de</strong> roda)<br />

R. das Hortências, n°740, Pituba<br />

Salvador<br />

Tel.: (71) 3452-2523, (71) 9144-8771<br />

www.sirlenebarreto.com.br<br />

sirlene@terra.com.br<br />

06 integrantes<br />

José Carlos <strong>de</strong> Melo (dança <strong>de</strong> roda e reisado)<br />

Povoado Riachão do Capinão, s/n<br />

Carinhanha<br />

Tel.: (77) 3485-9004<br />

Marta Lúcia Pereira (cantiga <strong>de</strong> roda e tradição<br />

oral)<br />

Av. Getulio Vargas, n° 1228, Ponto Central<br />

Feira <strong>de</strong> Santana<br />

Tel.: (75) 3625-1564, (75) 8832-4091<br />

Vitória Torres Oliveira (dança <strong>de</strong> roda e<br />

folclórica)<br />

Al. Plínio Mariani Guerreiro, n°1230, Fátima<br />

Barra<br />

Tel.: (74) 8816-0389<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

109


Foto Hirton Fernan<strong>de</strong>s/ Acervo Secult<br />

110<br />

17.Danças Indígenas<br />

& Toré


Embora as danças indígenas se modifiquem <strong>de</strong><br />

etnia para etnia, essas manifestações estão quase<br />

sempre vinculadas à espiritualida<strong>de</strong> e, muitas<br />

vezes, consistem em rituais <strong>de</strong> profundo teor religioso.<br />

Tais danças envolvem, ainda, a crença na força da<br />

natureza e cultos aos espíritos dos antepassados. As<br />

danças indígenas não são executadas em pares e po<strong>de</strong>m<br />

ser realizadas individual ou coletivamente. Catira,<br />

cururu e dança <strong>de</strong> santa cruz são tradições apontadas<br />

como <strong>de</strong>rivações <strong>de</strong> danças indígenas, assim como os<br />

folguedos caiapós, caboclinhos e dança dos tapuios. Na<br />

Bahia, <strong>de</strong>staca-se o toré, ritual dançado e marcado pela<br />

ingestão <strong>de</strong> uma bebida produzida à base da planta<br />

jurema, praticado pelos 14 povos indígenas que habitam<br />

o estado. De caráter mágico, a tradição envolve transe<br />

e é transmitida <strong>de</strong> geração para geração.<br />

De acordo com historiadores brasileiros, datar o surgimento<br />

da dança sagrada ou precisar a origem do termo é tarefa<br />

difícil <strong>de</strong>vido à ausência <strong>de</strong> narrativas a respeito. Perseguida<br />

no século passado por autorida<strong>de</strong>s públicas com o apoio<br />

<strong>de</strong> segmentos conservadores da socieda<strong>de</strong> civil, o toré<br />

teve sua liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> culto garantida com a promulgação<br />

da Constituição Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> 1988. Entre os índios Tumbalalá,<br />

do povoado <strong>de</strong> Pambú, Abaré, a dança segue a marcação<br />

do maracá e acontece em duas filas. A tradição tem como<br />

mestre o cacique Cícero Rumão Gomes Marinheiro. Na<br />

al<strong>de</strong>ia Tuxá, Ro<strong>de</strong>las, o toré é praticado por cerca <strong>de</strong> 40<br />

indígenas. Sua li<strong>de</strong>rança está a cargo <strong>de</strong> João Batista dos<br />

Santos, cantor, dançarino e contador <strong>de</strong> histórias. No<br />

estado, há ainda registro da dança caiapós, em Carinhanha.<br />

O folguedo, <strong>de</strong>nominado Caboclos, existe há mais <strong>de</strong> 70<br />

anos e seus integrantes bailam em fileiras, portando arcos,<br />

flechas, cipós e cocares.<br />

Territórios <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

- Itaparica (BA/SE)<br />

- Velho Chico<br />

Contatos<br />

Cacique Cícero Rumão Gomes Marinheiro -<br />

Povo Tumbalalá (dança indígena e toré)<br />

Povoado Pambu<br />

Abaré<br />

Tel.: (87) 9131-0008<br />

5 mil integrantes<br />

Mestre João Batista dos Santos (toré)<br />

Quadra 41, lote 09, Al<strong>de</strong>ia Tuxá<br />

Ro<strong>de</strong>las<br />

Tel.: (75) 8858-2725<br />

40 integrantes<br />

Batista dos Santos Gomes (artesanato indígena,<br />

toré e tradição oral)<br />

R. da Expansão, s/n, Al<strong>de</strong>ia Tuxá<br />

Ro<strong>de</strong>las<br />

Tel.: (75) 8858-2725<br />

Caboclos (caiapós e dança indígena)<br />

R. Afonso Pena, 06, SUDENE<br />

Carinhanha<br />

Tel.: (77) 9968-9935<br />

20 integrantes<br />

Roberto Vieira Cruz (artesanato indígena, dança<br />

indígena e toré)<br />

Quadra 41, Lote 11, Al<strong>de</strong>ia Tuxá<br />

Ro<strong>de</strong>las<br />

Telefone não informado<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

111


Foto Agência Caixa <strong>de</strong> Fósforo<br />

112<br />

18.Expressões<br />

<strong>Cultura</strong>is Contemporâneas


Híbridas, as expressões culturais contemporâneas<br />

do Brasil absorvem elementos provenientes <strong>de</strong><br />

culturas estrangeiras, com prepon<strong>de</strong>rância da<br />

norte-americana, e recriam, à sua maneira, expressões<br />

tradicionais da cultura brasileira. Seu surgimento parece<br />

resultar do advento da indústria <strong>de</strong> massa, da internet,<br />

do <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico, da urbanização e da<br />

globalização, que ‘facilitam’ a transferência <strong>de</strong> informações<br />

e até <strong>de</strong> costumes entre diferentes países. O funk e o hiphop<br />

(rap, break dance e grafite) são expressões nascidas<br />

nas periferias dos gran<strong>de</strong>s centros, notadamente Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro e São Paulo, como resposta criativa à exclusão, e<br />

enquanto o primeiro está mais associado ao entretenimento,<br />

o segundo possui teor <strong>de</strong> protesto e nasceu nos bairros<br />

negros <strong>de</strong> Nova York.<br />

O tecnobrega, gênero musical que mistura batidas<br />

eletrônicas e letras românticas <strong>de</strong> compositores<br />

regionais, surgiu na periferia <strong>de</strong> Belém, Pará, em 2000,<br />

e é outro exemplo do sincretismo <strong>de</strong> culturas que<br />

caracteriza as expressões da atualida<strong>de</strong>. Do mesmo<br />

modo, o manguebeat (movimento cultural recifense da<br />

década <strong>de</strong> 1990) e a cultura ligada ao consumo <strong>de</strong> música<br />

eletrônica (raves, moda clubber, popularização dos<br />

DJs, psico<strong>de</strong>lia e artes circenses) também representam<br />

esse tipo <strong>de</strong> manifestação. Na Bahia, além <strong>de</strong> Salvador,<br />

verifica-se a existência <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong> hip-hop em<br />

Serrolândia, Mascote e Milagres. Em Mascote, o Stilly<br />

Dance, criado em 2009, é formado por estudantes do<br />

ensino médio que realizam apresentações gratuitas na<br />

região. O Tartaruga Dance, <strong>de</strong> Milagres, é composto por<br />

jovens da zona rural e <strong>de</strong> baixa renda. O grupo busca,<br />

na dança <strong>de</strong> rua e no hip-hop, seu <strong>de</strong>senvolvimento<br />

educacional, cultural e social.<br />

Territórios <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

- Litoral Sul<br />

- Piemonte da Diamantina<br />

- Vale do Jiquiriçá<br />

Contatos<br />

Byboys Street (hip-hop)<br />

Av. Agostinho Marques, n° 369, Centro<br />

Serrolândia<br />

Tel.: (74) 9999-2491<br />

byboyronny@gmail.com<br />

20 integrantes<br />

Stily Dance (axé e hip-hop)<br />

R. Mascote, s/n, Teixeira do Progresso<br />

Mascote<br />

Tel.: (73) 3625- 6101<br />

bergstily@hotmail.com<br />

09 integrantes<br />

Tartaruga Dance (dança <strong>de</strong> rua)<br />

Praça Orêncio Borges, n° 171, Tartaruga<br />

Milagres<br />

Tel: (75) 3545-5014, (75) 8829-7269<br />

12 integrantes<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

113


Foto Agência Caixa <strong>de</strong> Fósforo<br />

114<br />

19.Expressões<br />

<strong>Cultura</strong>is Religiosas


Ainda que tenham finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vocional, as expressões<br />

culturais religiosas carregam elementos da cultura<br />

popular brasileira e <strong>de</strong>sta não se po<strong>de</strong>m dissociar.<br />

Os ritos festivos do candomblé, da umbanda e da jurema, as<br />

celebrações em louvor ao padroeiro, as missas sincréticas<br />

e as caminhadas <strong>de</strong> protesto contra a intolerância são<br />

manifestações que, além da orientação religiosa, expressam<br />

culturas, comportamentos e i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s. O candomblé,<br />

uma das religiões mais populares do país, <strong>de</strong>senvolveu-se<br />

em terras brasileiras por meio <strong>de</strong> sacerdotes africanos da<br />

diáspora. A religião envolve, além <strong>de</strong> questões i<strong>de</strong>ntitárias,<br />

referências à história do país e exerce influência sobre as<br />

artes, as relações sociais, a culinária e os costumes.<br />

Salvador, a capital brasileira com o maior contingente<br />

negro entre a população, possui 1.165 terreiros conforme<br />

mapeamento realizado pelo po<strong>de</strong>r público municipal.<br />

Assim como a capoeira e o acarajé, o candomblé é símbolo<br />

da cida<strong>de</strong>. O Recôncavo é outro território da Bahia que<br />

concentra um gran<strong>de</strong> contingente <strong>de</strong> a<strong>de</strong>ptos dos cultos <strong>de</strong><br />

matriz africana. Em São Francisco do Con<strong>de</strong>, o Sr. Augusto<br />

Aleluia, <strong>de</strong> 89 anos, é pai-<strong>de</strong>-santo do Ilê Axé Azoany, que<br />

possui 80 seguidores. Ele <strong>de</strong>scen<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma família <strong>de</strong><br />

a<strong>de</strong>ptos da religião e assumiu a li<strong>de</strong>rança da casa após<br />

sua avó falecer. Na mesma cida<strong>de</strong>, o Ilê Axé Ogún Baluji<br />

foi fundado em 1975 e é comandado pela mãe-<strong>de</strong>-santo<br />

Maria A<strong>de</strong>lice da Motta. O terreiro, vinculado à Associação<br />

Brasileira <strong>de</strong> Preservação da <strong>Cultura</strong> Afro-Ameríndia (AFA),<br />

aten<strong>de</strong> a comunida<strong>de</strong> com consultas espirituais, ‘limpeza’<br />

<strong>de</strong> corpo e prescrição <strong>de</strong> remédios caseiros.<br />

Territórios <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

- Bacia do Paramirim<br />

- Baixo Sul<br />

- Chapada Diamantina<br />

- Irecê<br />

- Itaparica (BA/PE)<br />

- Litoral Sul<br />

- Recôncavo<br />

- Região Metropoliana <strong>de</strong> Salvador<br />

- Velho Chico<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

115


Expressões <strong>Cultura</strong>is Religiosas<br />

116<br />

Contatos<br />

Al<strong>de</strong>ia da Jurema (jurema e candomblé)<br />

Fazenda Camisa<br />

Macureré<br />

Tel.: (75) 3284-2203, (75) 3284-2160<br />

60 integrantes<br />

Almira Santos <strong>de</strong> Jesus (candomblé)<br />

R. 15 <strong>de</strong> Novembro, s/n, Colina Ver<strong>de</strong><br />

Presi<strong>de</strong>nte Tancredo Neves<br />

Tel.: (73) 3540-1356<br />

Associação Comunitária Alzira do Conforto -<br />

Caminhada Azoany (candomblé)<br />

R. das Laranjeiras, n°14, Pelourinho<br />

Salvador<br />

Tel.: (71) 3497-2701, (71) 8802-3837<br />

http://caminhadaazoany.blogspot.com<br />

alziradoconforto@hotmail.com<br />

30 integrantes<br />

Associação Religiosa e <strong>Cultura</strong>l do Terreiro<br />

Zazé Mavuluquê <strong>de</strong> Unzambi (candomblé)<br />

Afoxé Filhos <strong>de</strong> Obá<br />

Av. Santa Rita, n° 74, Centro<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 3651-2534, (71) 8221-5973<br />

luiz53nascimento@yahoo.com.br<br />

40 integrantes<br />

Baianas Meninas do Keto (candomblé, dança<br />

e música afro)<br />

R. Drena I, n° 35, São Bento<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 8175-5100<br />

13 integrantes<br />

Candomblé Ogum Pedra Branca e<br />

Comunida<strong>de</strong> Quilombola Barra do Parateca<br />

Antonio Ferreira dos Santos<br />

R. Carinhanha, s/n<br />

Carinhanha<br />

Tel.: (77) 3486-4014<br />

15 integrantes<br />

Carmosina <strong>de</strong> Jesus Reis Oliveira (jarê e cura)<br />

R. Da Casa Branca, 748, Ibiropitanga<br />

Andaraí<br />

Tel.: (75) 8130-8934<br />

27 integrantes<br />

Centro <strong>de</strong> Caboclo Boia<strong>de</strong>iro (candomblé)<br />

Praça do Ilhote, n° 73, Ilhote<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 3652-4016, (71) 8783- 7568<br />

40 integrantes<br />

Festejos <strong>de</strong> Coração <strong>de</strong> Jesus (festa religiosa)<br />

R. Artur Antônio Costa, s/n, Centro<br />

Caturama<br />

Tel.: (77) 3650-1217, (77) 9966-7364<br />

22 integrantes<br />

Festejos <strong>de</strong> Coração <strong>de</strong> Maria (festa religiosa)<br />

R. Cristal Branco, s/n, Centro<br />

Caturama<br />

Tel.: (77) 3650-1239, (77) 9986-8240<br />

20 integrantes<br />

Festejos do Padroeiro São Sebastião (festa<br />

religiosa)<br />

R. da Usina, n°105, Centro<br />

Caturama<br />

Tel.: (77) 3650-116, (77) 9988-2179<br />

26 integrantes<br />

Filho <strong>de</strong> Oxum (candomblé)<br />

R. Camacan, 48, Travessa do Progresso<br />

Mascote<br />

Tel.: (73) 3625-6134, (73) 8114-9011<br />

400 integrantes


Idalina Sales Barboza (jarê, parto e benzedura)<br />

R. do Mulungu, s/n, Centro<br />

Andaraí<br />

Tel.: (75) 8149-4422<br />

23 integrantes<br />

Ilê Axé Azoany (candomblé)<br />

R. Alto do Coroado, n° 83, Coroado<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 3652-9030, (71) 9117- 7706<br />

80 integrantes<br />

Ilê Axé e Baianas <strong>de</strong> Ilê Axé (candomblé)<br />

R. da Mangueira, n° 98, Campinas<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 3651-1536<br />

30 integrantes<br />

Ilê Axé Matamba Kutala (candomblé)<br />

Estrada <strong>de</strong> Santo Estevão, n° 38, Caípe <strong>de</strong> Cima<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 8176-9474<br />

90 integrantes<br />

Ilê Axé Ogum Marinho (candomblé)<br />

R. 07 <strong>de</strong> Setembro, n° 13, Paramirim<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 3652- 9065, (71) 9153-3110<br />

43 integrante<br />

Ilê Axé Ogún Baluji (candomblé)<br />

Subida do Coroado, n° 29, Paramirins<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 3652-9027<br />

10 integrantes<br />

Ilê Axé Oxum (candomblé)<br />

R. do Campo, s/n, Socorro<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 3652- 2019<br />

30 integrantes<br />

Ilê Axé Yá Oxum (candomblé)<br />

R. Alto da Favela, n°07B, Centro<br />

Aratuípe<br />

Tel.: (71) 3406-1185, (71) 8239- 1706, (73) 8139-6809<br />

07 integrantes<br />

Marcha para Jesus (evento religioso)<br />

R. Macaúbas, n°75, Centro<br />

Ibipitanga<br />

Tel.: (77) 3674-2035, (77) 9952-0046<br />

De 500 a 4 mil integrantes<br />

Maria <strong>de</strong> Amparo <strong>de</strong> Jesus Oliveira (candomblé)<br />

R. São José, n°40, Ginásio<br />

Presi<strong>de</strong>nte Tancredo Neves<br />

Tel.: (73) 8122-9465<br />

01 integrante<br />

Nzo Multalecicogo Nganazambi Rialan<strong>de</strong><br />

(candomblé)<br />

Vencimento, 25<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 9965-9219, (71) 9123-5180<br />

60 integrantes<br />

O Bumba <strong>de</strong> Cândio Borge (festa religiosa)<br />

Tv. Romão Gramacho, s/n, Centro<br />

América Dourada<br />

telefone não informado<br />

Omim Dandá (candomblé)<br />

R. da Mangueira, n° 78, Campinas<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 3651-1182<br />

15 integrantes<br />

Terreiro Unzu Mutakulombô <strong>de</strong> Unzambi (candomblé)<br />

R. Juvenal Eugênio <strong>de</strong> Queiroz, n° 125 A<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 3651-1624, (71) 8794- 5052<br />

57 integrantes<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

117


Foto Manu Dias/ Acervo AGECOM<br />

118<br />

20.Festa do Divino<br />

Espírito Santo


A<br />

Festa do Divino é uma das tradições mais<br />

antigas do catolicismo popular e ocorre<br />

no domingo <strong>de</strong> Pentecostes, celebrando a<br />

<strong>de</strong>scida do Espírito Santo sobre os doze apóstolos. De<br />

origem portuguesa, a festa remonta ao início do século<br />

XIV, quando a Rainha Isabel <strong>de</strong> Portugal (1270-1336)<br />

introduziu a celebração na vila <strong>de</strong> Alenquer, <strong>de</strong>dicando<br />

uma igreja ao Divino Espírito Santo e assistindo às<br />

celebrações anuais. A festa chegou ao Brasil com os<br />

colonizadores e sofreu modificações, como o costume<br />

<strong>de</strong> escolher um casal para representar os imperadores.<br />

Apesar do perfil folclórico, a tradição não per<strong>de</strong> sua<br />

religiosida<strong>de</strong> e ocorre <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> igrejas. Durante a<br />

celebração da eucaristia, o imperador ou imperatriz têm<br />

lugar <strong>de</strong> honra junto ao altar.<br />

Atualmente, a festa do Divino po<strong>de</strong> ser vista em<br />

praticamente todas as regiões do país, embora com<br />

características distintas. Na Bahia, a Irmanda<strong>de</strong> do<br />

Divino Espírito Santo mantém a tradição em Prado. Na<br />

manifestação, incelências e ladainhas são entoadas<br />

com acompanhamentos <strong>de</strong> tambores. O grupo tem o<br />

hábito <strong>de</strong> sortear, no final do auto, um integrante que<br />

será o imperador ou imperatriz da próxima festa e<br />

guardará a coroa <strong>de</strong> prata em sua casa. A irmanda<strong>de</strong><br />

é composta por 40 homens e 40 mulheres.<br />

Território <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

- Extremo Sul<br />

Contato<br />

Irmanda<strong>de</strong> do Divino Espírito Santo (festa do<br />

divino espírito santo)<br />

R. José Joaquim Seabra, s/n, Centro<br />

Prado<br />

Tel: (73) 9987-9171<br />

80 integrantes<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

119


Foto Acervo IRDEB<br />

120<br />

21.Folguedos <strong>de</strong> Boi


Os folguedos <strong>de</strong> boi, bumba meu boi, boi-bumbá ou<br />

pavulagem são ricas representações do folclore<br />

brasileiro. A festa, espécie <strong>de</strong> ópera popular<br />

com personagens humanos e animais fantásticos,<br />

gira em torno da temática da morte e ressurreição <strong>de</strong><br />

um boi. De acordo com historiadores, a manifestação<br />

surgiu da junção <strong>de</strong> elementos i<strong>de</strong>ntitários das culturas<br />

portuguesa, africana e indígena. O boi, principal figura<br />

da representação, consiste em um artefato <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira<br />

em forma <strong>de</strong> um touro, coberto por tecido colorido que<br />

escon<strong>de</strong> a pessoa que o manipula. Um folguedo similar,<br />

a burrinha, feita <strong>de</strong> maneira semelhante ao boi, porém<br />

menor, é conduzida sobre os ombros do brincante que<br />

marcha ao som <strong>de</strong> viola e pan<strong>de</strong>iro.<br />

Trata-se <strong>de</strong> uma manifestação tradicional vista por<br />

todo o Nor<strong>de</strong>ste. Na Bahia, está presente, entre outras<br />

localida<strong>de</strong>s, em Irará, on<strong>de</strong> o Sr. Antonio Cardoso, <strong>de</strong> 76<br />

anos, conhecido como Dinê da Burrinha, mantém viva a<br />

tradição <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> 1960. Em Caravelas, durante<br />

o Carnaval, o Bloco da Burrinha <strong>de</strong> Ponta <strong>de</strong> Areia sai<br />

às ruas levando o boi e a burrinha sob o comando do<br />

Sr. Alírio Pinto Silva, o Gabiru, que iniciou a brinca<strong>de</strong>ira.<br />

Entre os bois da Bahia, verifica-se, ainda, a existência<br />

do Boi Estrela, em Vera Cruz. Fundado há 150 anos, seu<br />

cortejo <strong>de</strong>sfila pelas ruas da comunida<strong>de</strong> no mês <strong>de</strong><br />

janeiro (data móvel).<br />

DIA NACIONAL <strong>–</strong> O Dia Nacional do Bumba meu Boi,<br />

comemorado em 30 <strong>de</strong> junho, foi instituído, por lei,<br />

pelo Governo Fe<strong>de</strong>ral, em 2009. O governo brasileiro<br />

consi<strong>de</strong>ra o folguedo uma importante manifestação da<br />

cultura popular.<br />

Territórios <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

- Baixo Sul<br />

- Chapada Diamantina<br />

- Extremo Sul<br />

- Litoral Sul<br />

- Portal do Sertão<br />

- Oeste Baiano<br />

- Recôncavo<br />

- Região Metropolitana <strong>de</strong> Salvador<br />

- Velho Chico<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

121


Folguedos <strong>de</strong> Boi<br />

122<br />

Contatos<br />

Mestre Dinê <strong>–</strong> Burrinha <strong>de</strong> Irará<br />

R. Padre Jocumbo, 80<br />

Irará<br />

Tel.: (75) 8108-2723<br />

01 integrante<br />

Mestre Naná - Anailton Antônio dos Santos<br />

Boi Estrela (bumba meu boi) e Aruê (samba <strong>de</strong> roda e<br />

cortejo <strong>de</strong> Ano Novo)<br />

Vila <strong>de</strong> Matarandiba<br />

Vera Cruz<br />

Tel.: (71) 3231-3603, (71) 3684-1048, (71) 9228-0373<br />

ascomat.ba@gmail.com<br />

10 integrantes (Boi Estrela) e 1 mil integrantes (Aruê)<br />

A Boiada Multicor (bumba meu boi)<br />

Salvador<br />

Tel.: (71) 9931-9409, (71) 8247-2319<br />

boimulticor@gmail.com<br />

60 a 100 integrantes<br />

Bloco da Burrinha <strong>de</strong> Ponta <strong>de</strong> Areia<br />

(burrinha e bumba meu boi)<br />

R. Getulio Vargas, s/n, Ponta <strong>de</strong> Areia<br />

Caravelas<br />

Tel: (73) 3687-1435<br />

30 integrantes<br />

Boi Bonito <strong>de</strong> Vila <strong>de</strong> Abrantes<br />

R. do Barro Vermelho, s/n, Abrantes<br />

Camaçari<br />

Tel.: (71) 3621-1588, (71) 9626-9464<br />

secultcamacari@gmail.com<br />

20 integrantes<br />

Boi Estrela <strong>de</strong> Barra <strong>de</strong> Jacuípe<br />

R. das Flores , 44, Barra do Jacuípe<br />

Camaçari<br />

Tel.: (71) 3678- 1511<br />

secultcamacari@gmail.com<br />

37 integrantes<br />

Boi Jaú (bumba meu boi)<br />

R. Coronel Antonio Coité, s/n<br />

Angical<br />

Tel.: (77)9963-4382<br />

lenon_camilo@hotmail.com<br />

30 integrantes<br />

Bumba Meu Boi<br />

Centro<br />

Carinhanha<br />

Tel.: (77) 9945-5867<br />

Número <strong>de</strong> integrantes não informado<br />

Bumba Meu Boi (folguedo do boi)<br />

R. Pascoal <strong>de</strong> Moraes, nº 255, Rosa Rosaneto<br />

Eunápolis<br />

Tel: (73) 3281-9461<br />

45 integrantes<br />

Bumba<strong>–</strong>Meu-Boi <strong>de</strong> An<strong>de</strong>rson Antônio<br />

<strong>de</strong> Jesus<br />

R. Rui Barbosa, s/n, Centro<br />

Piraí do Norte<br />

Tel.: (73) 3688-2132<br />

dinho_72@hotmail.com<br />

20 integrantes<br />

Bumba meu Boi Estrelinha<br />

BR 101, Rua 01, nº 178, São João do Paraíso Novo<br />

Mascote<br />

Tel.: (73) 3629-2490<br />

brenninho05@hotmail.com<br />

Número <strong>de</strong> integrantes não informado<br />

Grupo Boi <strong>de</strong> Mariá (bumba meu boi)<br />

Comunida<strong>de</strong> Quilombola <strong>de</strong> Morro Redondo


Seabra<br />

Tels.: (75) 3331-2211, (75) 9950-4178<br />

edybahia10@hotmail.com<br />

20 integrantes<br />

Grupo Bumba Meu Boi Estrelinhas<br />

(folguedo do boi)<br />

BR 101, Rua 01, nº 178, São João do Paraíso Novo<br />

Mascote<br />

Tel: (73) 3629-2490<br />

breninho05@hotmail.com<br />

Número <strong>de</strong> integrantes não informado<br />

Mulinha <strong>de</strong> Ouro (burrinha e reisado)<br />

Centro<br />

Carinhanha<br />

Tel.: (77) 3485-2736<br />

10 integrantes<br />

Obá, Obá e <strong>Cultura</strong> (folguedo do boi e capoeira)<br />

R. Santa Rita, nº 132, Centro<br />

São Francisco<br />

Tel: (71) 3651-1775, (71) 8150-8954<br />

40 integrantes<br />

O Boi (bumba meu boi)<br />

R. Juracy Magalhães, s/n, Centro, São Sebastião<br />

Cairu<br />

Tel: (75) 3653-5078<br />

40 integrantes<br />

Socieda<strong>de</strong> Beneficente Amigos <strong>de</strong> Cairu <strong>–</strong><br />

SBAC (bumba meu boi)<br />

Praça Coronel Francisco Ribeiro, n°04, Centro<br />

Cairu<br />

Tel.: (75) 3653-2131, (75) 9933- 8100, (75) 9987-<br />

7954<br />

30 integrantes<br />

Foto Acervo IRDEB<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

123


Foto divulgação<br />

124<br />

22.Forró & Sanfoneiro


O<br />

forró, a princípio tradição típica do período<br />

junino, tornou-se festa e gênero musical<br />

comuns no país em qualquer período do ano.<br />

De acordo com o folclorista Luís da Câmara Cascudo, o<br />

termo <strong>de</strong>riva <strong>de</strong> forrobodó, que significa, na linguagem<br />

caipira, gran<strong>de</strong> divertimento ou baile animado. Outra<br />

origem está associada ao termo inglês for all. Surgida no<br />

Nor<strong>de</strong>ste, a festa chegou aos estados do Sul e Su<strong>de</strong>ste<br />

por intermédio do cantor, compositor e sanfoneiro<br />

pernambucano Luiz Gonzaga, em meados do século<br />

passado. O forró também é conhecido como arrasta-pé<br />

ou pé-<strong>de</strong>-serra. Sua versão mais autêntica, o pé-<strong>de</strong>-serra<br />

é formado por um trio <strong>de</strong> músicos que tocam triângulo,<br />

zabumba e sanfona e cantam músicas que falam <strong>de</strong><br />

amor, vida sertaneja e bailes na roça.<br />

O forró envolve vários tipos <strong>de</strong> dança, como o baião,<br />

toada, xaxado, coco <strong>de</strong> roda, quadrilha e xote. Nas<br />

últimas décadas, o ritmo sofreu variações e alguns<br />

grupos incorporaram baixo, guitarra, bateria e outros<br />

equipamentos eletrônicos ao gênero. No entanto, a<br />

presença do sanfoneiro é elemento indissociável da<br />

tradição. Ele é quem rege o baile. Também conhecida<br />

como concertina, harmômica, cor<strong>de</strong>ona, acor<strong>de</strong>om,<br />

pé-<strong>de</strong>-bo<strong>de</strong>, gaita e fole, a sanfona tornou-se ícone da<br />

cultura popular do Nor<strong>de</strong>ste e chegou, até mesmo, a<br />

ultrapassar as fronteiras do forró. Eclética, a sanfona<br />

está presente, por exemplo, em algumas orquestras<br />

sinfônicas do país.<br />

DIA NACIONAL <strong>–</strong> O Dia Nacional do Forró é comemorado<br />

em 13 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, data em que nasceu Luiz Gonzaga.<br />

Foi instituído por lei fe<strong>de</strong>ral sancionada em 2005.<br />

Territórios <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

- Bacia do Paramirim<br />

- Baixo Sul<br />

- Chapada Diamantina<br />

- Itaparica (BA/PE)<br />

- Litoral Sul<br />

- Oeste Baiano<br />

- Portal do Sertão<br />

- Sertão Produtivo<br />

- Vale do Jiquiriçá<br />

- Velho Chico<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

125


Forró & Sanfoneiro<br />

126<br />

Contatos<br />

Mestre Divino Antonio Pereira dos Santos<br />

(sanfoneiro) <strong>–</strong> Banda <strong>de</strong> Forró Divino e Cia.<br />

Fazenda Cachoeira do Tatu<br />

Igaporã<br />

Tel.: (77) 3460-1129, (77) 9123-6906<br />

05 integrantes<br />

Acord’s do Brasil (Forró, axé e arrocha)<br />

R. João Mangabeira, 440, São João do Paraíso<br />

Mascote<br />

Tel.: (73) 3629-2727<br />

04 integrantes<br />

A<strong>de</strong>ilton <strong>de</strong> Jesus Santana (forró)<br />

R. Marinalva Gaspar, s/n, Serraria<br />

Presi<strong>de</strong>nte Tancredo Neves<br />

Tel.: (73) 8163-8422<br />

01 integrante<br />

Banda Favo <strong>de</strong> Mel: O Pé <strong>de</strong> Serra que<br />

Adoça sua Vida (forró)<br />

R. Quinze <strong>de</strong> Novembro, n° 146, Centro<br />

Ubaíra<br />

Tel: (75) 8811-3757<br />

Número <strong>de</strong> integrantes não informado<br />

Banda Xote a Pé (xote)<br />

R. Riachão das Troleiras, s/n, Sítio Beira Rio<br />

Presi<strong>de</strong>nte Tancredo Neves<br />

Tel.: (73) 8157-2160<br />

07 integrantes<br />

Carlito Balieiro e Companhia (forró)<br />

Barra do Rio Ver<strong>de</strong><br />

Urandi<br />

Tel.: (38) 9114-4822<br />

03 integrantes<br />

Chamego Bom (forró)<br />

Povoado <strong>de</strong> Tararanga, s/n,<br />

Piraí do Norte<br />

Tel.: (73) 3688-2161, (73) 8109-1140<br />

09 integrantes<br />

Damião Antônio dos Santos (sanfoneiro)<br />

Fazenda Bom Jesus, s/n<br />

Abaré<br />

Tel.: (87) 9149-6675<br />

03 integrantes<br />

Dance Forró<br />

R. Utinga, Quadra 139, Lote 10, Santa Cruz<br />

Luís Eduardo Magalhães<br />

Tel.: (77) 3628-2728, (77) 8137-1654<br />

helves_16@hotmail.com<br />

30 integrantes<br />

Eldon Miguel Calvacante (sanfoneiro)<br />

R. da Paz, s/n, Ibó<br />

Abaré<br />

Tel.: (87) 9124-9934<br />

De 04 a 07 integrantes<br />

Forrozão Sertanejo (forró e sertanejo)<br />

Av. Doutor Renato Vaz Sampaio, nº 1034, Lagoa<br />

Comprida<br />

Maracás<br />

Tel: (73) 3533-2557, (73) 8832-8862<br />

05 integrantes<br />

Gaivota do Forró<br />

R. 3ª Tv. Rui Barbosa, s/n, Acelino Mamédio<br />

Piraí do Norte<br />

Tel.: (73) 3688-2012<br />

05 integrantes<br />

Girley Santos da Silva (forró e zabumba)<br />

R. do Lajedo, s/n, Centro


Andaraí<br />

Tel.: (75) 8170-8463<br />

03 integrantes<br />

Grupo <strong>de</strong> Forró Canários <strong>de</strong> Prata<br />

Povoado Lagoa D’Água, s/n, São Francisco<br />

Botuporã<br />

Tel.: (77) 3678-2147<br />

03 integrantes<br />

José Elias dos Santos (sanfoneiro)<br />

R. da Sauda<strong>de</strong>, s/n<br />

Água Fria<br />

Tel.: (75) 8210- 5694<br />

03 integrantes<br />

Malícia do Forró (forró, axé, arrocha e pago<strong>de</strong>)<br />

R. João Mangabeira, 440, São João do Paraíso,<br />

Centro<br />

Mascote<br />

Tel.: (73) 3629-2727<br />

06 integrantes<br />

Manoel Pereira da Silva (sanfoneiro)<br />

Av. Ipiranga, n°250, Ipiranga<br />

Presi<strong>de</strong>nte Tancredo Neves<br />

Tel.: (73) 8151-7411<br />

01 integrante<br />

Metrô Bahia (forró, axé e arrocha)<br />

R. Getúlio Vargas, 369, São João do Paraíso<br />

Mascote<br />

Tel.: (73) 3629-2048<br />

04 integrantes<br />

Renan Rodrigues Lima (sanfoneiro)<br />

Praça da Ban<strong>de</strong>ira, 33, Centro<br />

Andaraí<br />

Tel.: (75) 8130-5221<br />

03 integrantes<br />

Rodney e Rodrigo (forró e sertanejo)<br />

Av. Montes Claros, 601, Xavier<br />

Urandi<br />

Tel.: (77) 9137-2091<br />

rodneyudi@hotmail.com<br />

05 integrantes<br />

Valdir do Acor<strong>de</strong>on - Valdir Silva Alves<br />

(sanfoneiro)<br />

R. do Estádio, s/n, Centro<br />

Botuporã<br />

Tel.: (77) 3678-2363<br />

02 integrantes<br />

Xamego do Forró e Joselito Luciano dos<br />

Santos (sanfoneiro)<br />

Fazenda Curral <strong>de</strong> Fora<br />

Água Fria<br />

Tel.: (75) 9164-0658<br />

04 integrantes<br />

Zé Mineiro e os Baianinhos (forró)<br />

Bairro Vermelho<br />

Urandi<br />

Tel.: (77) 9142-9323<br />

06 integrantes<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

127


Foto Acervo IRDEB<br />

128<br />

23.Lindro Amô


O<br />

lindro amô é uma folgança tradicional do<br />

Recôncavo. A manifestação acontece como<br />

um peditório musical ou missa pedida para<br />

arrecadar fundos para celebração <strong>de</strong> missas em louvor a<br />

<strong>de</strong>terminados santos, festas <strong>de</strong> padroeiros, pagamento<br />

<strong>de</strong> promessas ou simples <strong>de</strong>voção. Cabe lembrar que o<br />

costume da missa pedida, um dos mais tradicionais da<br />

Bahia, consistia em pedir esmolas pelas ruas carregando<br />

a imagem <strong>de</strong> um santo com a intenção <strong>de</strong> viabilizar a<br />

realização <strong>de</strong> uma missa. No estado, existe também um<br />

peditório <strong>de</strong> candomblé, feito em agosto, para recolher<br />

donativos para as festas do orixá Omolu. A parte musical<br />

do lindro amô soma cânticos da festa <strong>de</strong> reis, candomblé<strong>de</strong>-caboclo,<br />

queima da palhinha e samba. Normalmente,<br />

os cantos são acompanhados por viola, cavaquinho,<br />

tambor, pan<strong>de</strong>iro e chocalho.<br />

Conforme moradores <strong>de</strong> Santo Amaro, que organizaram<br />

o cortejo no passado, a tradição remonta ao período<br />

escravocrata em que, enquanto os portugueses<br />

promoviam suas comemorações, restava aos negros a<br />

opção <strong>de</strong> angariar esmolas para festejar suas crenças.<br />

Os integrantes do lindro amô chegam a empreen<strong>de</strong>r<br />

longas caminhadas a pé, visitando povoados, distritos<br />

e comunida<strong>de</strong>s da vizinhança. Um porta-estandarte,<br />

mulheres (pastoras) e crianças integram o cortejo que<br />

carrega imagens <strong>de</strong> santos, finalizando a tradição com<br />

missa. Em São Francisco do Con<strong>de</strong>, há o Lindroamor Axé,<br />

bastante vinculado ao candomblé e revitalizado, em 1993,<br />

pela mestra Mãe Áurea (Val<strong>de</strong>lice Áurea Me<strong>de</strong>iros). No<br />

folguedo, pe<strong>de</strong>-se donativos para o caruru dos santos<br />

Cosme e Damião, padroeiros do grupo formado por 60<br />

integrantes.<br />

Territórios <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

- Recôncavo<br />

Contatos<br />

Mestra Mãe Áurea - Val<strong>de</strong>lice Áurea<br />

Me<strong>de</strong>iros<br />

Lindroamor Axé<br />

R. Ruy Barbosa, n °60 , Centro<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 3651- 1148, (71) 9971-6424<br />

lindroamoraxe@hotmail.com<br />

60 integrantes<br />

Mestre Raimundo José das Neves<br />

Associação <strong>de</strong> Capoeira Arte e Recreação<br />

Berimbau <strong>de</strong> Ouro <strong>–</strong> ACARBO<br />

(capoeira, maculelê, samba <strong>de</strong> roda e lindro amô)<br />

Tv. do Rosário, s/n, Centro<br />

Santo Amaro<br />

Tel.: (75) 9135- 3754, (75) 8174-9407<br />

www. acarbo10.wordpress.com<br />

mestreacarbo@hotmail.com<br />

400 integrantes<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

129


Foto Acervo IRDEB<br />

130<br />

24.Maneiro Pau


A<br />

dança dramática do maneiro pau é um folguedo<br />

típico do Nor<strong>de</strong>ste, muito comum na região do<br />

Cariri, Ceará. Também chamada <strong>de</strong> mineiro pau,<br />

mânero pau e coco <strong>de</strong> cacete, é bailada apenas por<br />

homens. Os dançarinos portam um ou dois bastões <strong>de</strong><br />

ma<strong>de</strong>ira, <strong>de</strong>nominados cacetes, e bailam em círculo<br />

ou fileiras que se <strong>de</strong>frontam. Voltados <strong>de</strong> frente para<br />

seus pares, os brincantes realizam uma coreografia<br />

marcada por fortes batidas dos bastões no chão que se<br />

assemelha ao maculelê. O acompanhamento musical é<br />

feito com sanfona, zabumba, caixa, triângulo, chocalho,<br />

pan<strong>de</strong>iro ou banda <strong>de</strong> pífanos, o que varia conforme<br />

o estado. Alguns grupos integram o bumba meu boi à<br />

apresentação. Na Bahia, a dança guerreira faz alusão ao<br />

Cangaço e está presente em Santa Brígida. De acordo<br />

com seus integrantes, ela foi formada, originalmente, em<br />

Juazeiro do Norte, Ceará, por incentivo do Padre Cícero<br />

Romão e chegou ao município com o beato e taumaturgo<br />

Pedro Batista, na década <strong>de</strong> 1950. Atualmente, o maneiro<br />

pau é li<strong>de</strong>rado pelo Sr. Manoel Inácio da Silva, <strong>de</strong> 72 anos,<br />

agricultor e seguidor dos ensinos do beato. O grupo<br />

traja indumentárias azuis, lenços vermelhos, chapéus <strong>de</strong><br />

couro e cartucheiras, e se apresenta em festas religiosas<br />

ou a pedido <strong>de</strong> promesseiros.<br />

Território <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

- Semi-Árido Nor<strong>de</strong>ste II<br />

Contato<br />

Maneiro Pau<br />

Povoado Santa Cruz, s/n<br />

Santa Brígida<br />

33 integrantes<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

131


Foto Maanu Dias/ Acervo AGECOM<br />

132<br />

25.Mascarados<br />

(Bombachos, Caretas, Mandus, Os Cãos e Zambiapungas)


Embora encontradas com características e modos<br />

<strong>de</strong> apresentação distintos, as brinca<strong>de</strong>iras dos<br />

Mascarados sempre acontecem com os mesmos<br />

objetivos: incitar o medo, o susto, o riso e ‘espantar<br />

os maus espíritos’, na <strong>de</strong>finição dos seus praticantes.<br />

Geralmente, as máscaras usadas possuem aspecto<br />

grosseiro, animalesco ou representam personagens<br />

históricos conhecidos. Na Bahia, uma <strong>de</strong> suas mais antigas<br />

expressões acontece em Cairu, há mais <strong>de</strong> cem anos.<br />

Trata-se do grupo Os Caretas, que sai às ruas na festa <strong>de</strong><br />

Nossa Senhora do Rosário, organizado em filas indianas,<br />

com os mestres e instrumentistas (cuíca, tambor e búzio)<br />

ao centro. Os <strong>de</strong>mais percutem em enxadas <strong>de</strong> ferro<br />

produzindo uma batida ritmada. Os integrantes vestem<br />

um macacão chamado dominó, que cobre todo o corpo,<br />

máscara e capacete. O Sr. Paulo Crispiniano do Rosário,<br />

<strong>de</strong> 85 anos, integra o folguedo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> jovem. Em Acupe,<br />

distrito <strong>de</strong> Santo Amaro, o Sr. Salvador Santos <strong>de</strong> Jesus,<br />

conhecido como Dodô das Caretas, está à frente <strong>de</strong>ssa<br />

manifestação <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1988. Registrada como Associação<br />

Comunitária Careta Tradicional <strong>de</strong> Acupe, a brinca<strong>de</strong>ira<br />

surgiu nos engenhos <strong>de</strong> cana-<strong>de</strong>-açúcar.<br />

No estado, <strong>de</strong>staca-se ainda o grupo Zambiapunga, <strong>de</strong> Nilo<br />

Peçanha. A tradição, que também remete ao período da<br />

escravidão, reúne 40 homens mascarados que saem pela<br />

cida<strong>de</strong> na madrugada <strong>de</strong> 1º <strong>de</strong> novembro (Dia <strong>de</strong> Todos-os-<br />

Santos). Dividido em três filas, o cortejo acorda os moradores<br />

percutindo em instrumentos enfeitados, como enxadas,<br />

búzios, cuícas e tambores <strong>–</strong> alguns <strong>de</strong>les, ferramentas <strong>de</strong><br />

trabalho usadas por agricultores quilombolas da região.<br />

Os integrantes dançam vestindo chapéus afunilados,<br />

máscaras com nariz longo e roupas coloridas. Para garantir<br />

sua preservação, foi criado o Zambiapunga Mirim, do qual<br />

participam 50 crianças. Verifica-se, ainda na Bahia, a presença<br />

do bloco <strong>de</strong> pintados Os Cãos que <strong>de</strong>sfila no carnaval fora <strong>de</strong><br />

época <strong>de</strong> Jacobina. A brinca<strong>de</strong>ira foi trazida <strong>de</strong> Minas Gerais<br />

pelo mestre Val<strong>de</strong>mar Pereira da Conceição, conhecido<br />

como Fecha-Beco, há cerca <strong>de</strong> 50 anos. Seus brincantes se<br />

pintam <strong>de</strong> preto e enfeitam-se com batom vermelho, chifres<br />

e <strong>de</strong>ntes artificiais, levando nas mãos, tri<strong>de</strong>ntes, chocalhos,<br />

espadas e escudos. O Anjo Gabriel, a Alma e a Pelada, única<br />

mulher do grupo, são personagens do bloco.<br />

Territórios <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

- Baixo Sul<br />

- Piemonte da Diamantina<br />

- Recôncavo<br />

- Região Metropolitana <strong>de</strong> Salvador<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

133


Mascarados<br />

134<br />

Contatos<br />

Mestre Artêmio da Luz <strong>de</strong> Jesus -<br />

Grupo <strong>Cultura</strong>l Bambolê e Tradição dos<br />

Mascarados (mascarados, caretas e pierrots)<br />

R. Antônio Felício Pimentel, n°12-C, Centro<br />

Lauro <strong>de</strong> Freitas<br />

Tel.: (71) 3378-2527, (71) 8725-5543<br />

artemiodaluz@hotmail.com<br />

Mestre Dodô das Caretas - Salvador Santos<br />

<strong>de</strong> Jesus - Grupo <strong>Cultura</strong>l Caretas <strong>de</strong> Acupe<br />

(mascarados)<br />

Loteamento Maria Pedreira, nº 10, Acupe<br />

Santo Amaro<br />

Tel: (75) 3201-2157, (71) 8268-3324<br />

80 integrantes<br />

Grupo <strong>Cultura</strong>l Caretas do Acupe (mascarados)<br />

Acupe<br />

Santo Amaro<br />

Tel.: (75) 3201-2157<br />

80 integrantes<br />

Grupo Folclórico <strong>Cultura</strong>l Zambiapunga<br />

Loteamento Jardim Dona Norma, n°25, Baixa Fria<br />

Nilo Peçanha<br />

Tel.: (73) 3257-2112, (73) 9978-0509<br />

www.grupozambiapunga.hpg.bol.com.br<br />

walmoriodij@hotmail.com<br />

90 integrantes<br />

Grupo Mandus e Bombachos nas Ruas <strong>de</strong><br />

Acupe (mandus, mascarados)<br />

R. Nova Porrão, nº 240, Acupe<br />

Santo Amaro<br />

Tel: (75) 3201-2219, (71) 9918-0991<br />

49 integrantes<br />

Nega Maluca <strong>–</strong> Luiz Carlos dos Santos<br />

Sacramento (brincante, pintado)<br />

Rua Piauí, Nova São Francisco<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 8190-6309<br />

01 integrante<br />

Os Cão <strong>de</strong> Jacobina (pintados)<br />

R. Santa Rita, n° 192, Caixa D´Agua<br />

Jacobina<br />

Tel.: (74) 9197- 1413, (74) 9191- 4881<br />

http://caosjacobina.blogspot.com<br />

caosjacobina@hotmail.com<br />

30 integrantes<br />

Os Caretas<br />

Praça da Ban<strong>de</strong>ira, n°01, Cajazeiras<br />

Cairu<br />

Tel: (75)9987-7919<br />

joaocairu@hotmail.com<br />

40 integrantes<br />

Os Negrotes do Monte (pintados e mascarados)<br />

R. da Igreja, nº 83, Monte Recôncavo<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel: (71) 3652-5186, (71) 9904-7908<br />

crrosario01@yahoo.com.br<br />

Número <strong>de</strong> integrantes variável<br />

Foto Maanu Dias/ Acervo AGECOM


Foto Maanu Dias/ Acervo AGECOM<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

135


Foto Acervo Secult<br />

136<br />

26.Nego Fugido


O<br />

folguedo Nego Fugido é mantido por pescadores<br />

2010<br />

Território <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Acupe, distrito <strong>de</strong> Santo Amaro, há, pelo<br />

Bahia<br />

menos, um século. O auto recria, todo ano, a<br />

tentativa <strong>de</strong> fuga <strong>de</strong> um escravo que acaba por ser caçado,<br />

- Recôncavo<br />

da<br />

amarrado e que, <strong>de</strong>pois, consegue comprar sua alforria.<br />

Os personagens correm, lutam e dançam lentamente ao<br />

som <strong>de</strong> atabaques e agogôs, com expressão coreográfica<br />

associada aos ritos do candomblé. Apresentada todos<br />

Contatos<br />

os domingos <strong>de</strong> julho nas ruas do distrito, a encenação é<br />

<strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong><br />

formada por 60 integrantes (56 homens e 04 mulheres)<br />

&<br />

que pintam os corpos <strong>de</strong> preto e as línguas <strong>de</strong> vermelho.<br />

Nego Fugido e Grupo Quilombola <strong>de</strong> Acupe<br />

Entre os personagens figuram, além do escravo, o senhor,<br />

Av. Edival Barreto, n° 24, Acupe<br />

o capitão-do-mato e o rei. A indumentária consiste em<br />

Santo Amaro<br />

jalecos e chapéus <strong>de</strong> couro, saias confeccionadas com<br />

Tel .: (75) 8151-5479<br />

palha <strong>de</strong> bananeira e simulacros <strong>de</strong> armas <strong>de</strong> fogo. De<br />

mory_santo@yahoo.com.br<br />

<strong>Populares</strong><br />

acordo com folcloristas, no Nego Fugido, os santo-<br />

60 integrantes<br />

amarenses expressam uma versão própria sobre a<br />

liberda<strong>de</strong> negreira, ao mesmo tempo em que preservam<br />

o vínculo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> com seus ancestrais escravos.<br />

<strong><strong>Cultura</strong>s</strong><br />

Sua importância residiria, portanto, no papel que<br />

<strong>de</strong>sempenha como tradição popular, conservadora da<br />

memória e história brasileira. Cabe lembrar que Acupe<br />

é área quilombola. Catálogo<br />

137


Foto cedida pelo Grupo Ternos das Almas <strong>de</strong> Igatú Andaraí<br />

138<br />

27.Penitência &<br />

Terno das Almas


De caráter religioso, a Penitência das Almas<br />

acontece em cida<strong>de</strong>s do interior da Bahia durante<br />

a quaresma ou no Dia <strong>de</strong> Finados. A tradição<br />

consiste em uma procissão noturna <strong>de</strong> homens que<br />

praticam auto-flagelação, com chicotes feitos <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira,<br />

couro e pedaços <strong>de</strong> chumbo pontiagudo. As intenções<br />

dos <strong>de</strong>votos com o sacrifício são vivenciar o sofrimento<br />

<strong>de</strong> Jesus Cristo e redimir-se dos pecados cometidos. Seus<br />

integrantes chegam a <strong>de</strong>rramar sangue e <strong>de</strong>sfalecer,<br />

sendo auxiliados por colegas idosos. Em geral, trata-se<br />

<strong>de</strong> grupos fechados, exclusivamente masculinos, cujos<br />

membros preferem não ser i<strong>de</strong>ntificados. Os penitentes<br />

caminham <strong>de</strong>scalços e cantam rezas e benditos pelas<br />

almas dos mortos em sete pontos distintos. A tradição<br />

é acompanhada <strong>de</strong> muitas superstições e lendas. As<br />

origens da cerimônia, difundida por quase todo o<br />

Nor<strong>de</strong>ste, remontam à Ida<strong>de</strong> Média, quando a Igreja<br />

Católica adotou a flagelação como disciplina.<br />

Na Bahia, têm-se registro <strong>de</strong> penitentes na região do rio<br />

São Francisco e nos municípios <strong>de</strong> Lençóis, Cachoeira<br />

e Serrinha. No distrito <strong>de</strong> Ibó, em Abaré, há o grupo<br />

Penitentes, que cumpre o rito <strong>de</strong> caminhar carregando<br />

uma cruz <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, terços e rosários. As interrupções<br />

para rezas acontecem em localida<strong>de</strong>s como a igreja<br />

matriz, o cemitério, encruzilhadas, capelas e locais<br />

ditos mal-assombrados. Seus integrantes usam roupas<br />

pretas e capuz. Com características similares e presença<br />

majoritária <strong>de</strong> mulheres, porém sem o sacrifício do<br />

flagelo, verifica-se a existência <strong>de</strong> dois ternos das almas<br />

em Andaraí, na Chapada Diamantina: o Grupo das Almas<br />

<strong>de</strong> Andaraí, que tem à frente, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1994, a Sr. Hil<strong>de</strong>te<br />

Evangelista Santos, <strong>de</strong> 53 anos, e o Terno das Almas <strong>de</strong><br />

Iguatu. Este último foi resgatado, em 2002, por D. Danuza<br />

Leite dos Santos, que toca a matraca (instrumento <strong>de</strong><br />

ma<strong>de</strong>ira indispensável à tradição), herdada <strong>de</strong> ternos<br />

extintos. As penitentes percorrem cida<strong>de</strong>s da região<br />

cobertas com lençóis brancos e longos, <strong>de</strong>ixando apenas<br />

o rosto à mostra.<br />

Território <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

- Chapada Diamantina<br />

- Itaparica (BA/PE)<br />

Contatos<br />

Mestra Hil<strong>de</strong>te Evangelista Santos - Grupo<br />

das Almas <strong>de</strong> Andaraí (terno <strong>de</strong> almas)<br />

Centro<br />

Andaraí<br />

Tel.: (75) 8186-5222<br />

10 integrantes<br />

Penitentes<br />

Fazenda Cruzinha<br />

Abaré<br />

Tel.: (87) 9243-5640<br />

20 integrantes<br />

Terno das Almas<br />

R. da Constituição, s/n, Igatu<br />

Andaraí<br />

Tel.: (75) 8145-2468<br />

65 integrantes<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

139


Foto Carlos Alcântara/ Acervo Pelourinho <strong>Cultura</strong>l<br />

140<br />

28.Quadrilha


Na Europa, a quadrilha celebrava os casamentos<br />

da aristocracia francesa em salões requintados.<br />

No Brasil, on<strong>de</strong> já era tradição <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início<br />

do século XIX, o bailado <strong>de</strong> pares ganha uma versão<br />

irreverente e passa a ser dançado ao ar livre nas festas<br />

juninas. Os dançarinos obe<strong>de</strong>cem aos passos ditados<br />

por um organizador da festa. Por tradição, a dança tem<br />

a sanfona como acompanhante musical e o forró como<br />

gênero maior. O baile comemora uma união caipira e o<br />

enredo é, quase sempre, o mesmo: a noiva está grávida<br />

e é obrigada pelos pais a se casar enquanto o noivo<br />

a recusa, sendo necessária a intervenção da polícia.<br />

Também existem no país as quadrilhas estilizadas com<br />

coreografias ensaiadas previamente. De acordo com<br />

os estudiosos da cultura brasileira, a quadrilha teria<br />

influenciado o fandango, as danças <strong>de</strong> fileiras opostas e<br />

as contradanças.<br />

Na Bahia, nota-se a existência <strong>de</strong> algumas quadrilhas<br />

com características bastante peculiares. São elas: a<br />

Quadrilha Buscapé, em Una, com componentes que<br />

dançam <strong>de</strong>scalços e executam passos típicos do caipira<br />

brasileiro; As Muquiranas, <strong>de</strong> Andaraí, formada por 54<br />

integrantes, em que os homens dançam travestidos <strong>de</strong><br />

mulher e há a presença <strong>de</strong> um boi <strong>–</strong> égua ‘vestida’ <strong>de</strong><br />

noiva; e a Pé no Chão, <strong>de</strong> Ribeira do Pombal, em que são<br />

dançados o xaxado, o baião e o xote. Nesta quadrilha,<br />

os dançarinos usam trajes <strong>de</strong> couro similares àqueles<br />

usados por cangaceiros.<br />

Territórios <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

- Bacia do Paramirim<br />

- Baixo Sul<br />

- Chapada Diamantina<br />

- Itapetinga<br />

- Litoral Sul<br />

- Oeste Baiano<br />

- Piemonte da Diamantina<br />

- Portal do Sertão<br />

- Semi-Árido Nor<strong>de</strong>ste II<br />

- Sertão Produtivo<br />

- Velho Chico<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

141


Quadrilha<br />

142<br />

Contatos<br />

Mestra Creusa Brito - Centro Ban<strong>de</strong>irante <strong>de</strong><br />

Recreação (quadrilha junina, pau-<strong>de</strong>-fita, pau-<strong>de</strong>sebo,<br />

casamento <strong>de</strong> matuto)<br />

R. Manoel Buarque, n° 41, Centro<br />

Itororó<br />

Tel.: (73) 3265-2055<br />

40 integrantes<br />

Mestra Dona Juju <strong>–</strong> Jovelina Damasceno<br />

Santos (quadrilha junina)<br />

Cairu<br />

Tel: (75) 3653-5078<br />

Antônio dos Santos <strong>de</strong> Jesus (quadrilha junina)<br />

Fazenda Bom Jesus, s/n, Calumbi II<br />

Presi<strong>de</strong>nte Tancredo Neves<br />

Telefone não informado<br />

As Muquiranas (quadrilha junina e bumba<br />

meu boi)<br />

R. Santa Bárbara, s/n<br />

Andaraí<br />

Tel.: (75) 8176-5759<br />

ana_nuy@hotmail.com<br />

54 integrantes<br />

Pé <strong>de</strong> Quento (quadrilha)<br />

São Francisco<br />

Carinhanha<br />

Tel.: (77) 9948-8900<br />

70 integrantes<br />

Quadrilha Arrastapata (quadrilha junina infantil<br />

e forró)<br />

R. Manoel da Silva Machado, s/n, Lagoa das<br />

Pedras<br />

Caculé<br />

Tel: (77) 8118-2685<br />

46 integrantes<br />

Quadrilha Arrasta- Pé<br />

R. Santa Rita, n° 192, Caixa D’água<br />

Jacobina<br />

Tel.: (74) 9197-1413, (74) 9191- 4881<br />

carolinemotta@hotmail.com<br />

60 integrantes<br />

Quadrilha Busca-pé (quadrilha, baião, xaxado,<br />

xote e carimbó)<br />

R. Joaquim Antonio, n° 216, Senhor do Bonfim<br />

Caculé<br />

Tel: (77) 9949-8258, (77) 3455-2025<br />

40 integrantes<br />

Quadrilha Buscapé (quadrilha, canto cerimonial<br />

e sanfoneiro)<br />

Av. Brasil, nº 16, Centro<br />

Una<br />

Tel: (73) 3626-1069<br />

ceicalos@hotmail.com<br />

44 integrantes<br />

Quadrilha <strong>de</strong> São Sebastião (quadrilha junina)<br />

R. Juracy Magalhães, s/n, Centro<br />

Cairu<br />

Tel: (75) 3653-5078<br />

50 integrantes<br />

Quadrilha Guerreiros do Oeste<br />

R. Pernambuco, Quadra 131, Lote 24, Mimoso 1<br />

Luis Eduardo Magalhães<br />

Tel.: (77) 3628-0847, (77) 9956-3174<br />

tiagoantonioq@hotmail.com<br />

40 integrantes<br />

Quadrilhas Juninas<br />

R. Artur Antônio Costa, s/n, Centro<br />

Caturama<br />

Tel.: (77) 3650-1213, (77) 9989-4195<br />

10 integrantes


Quadrilha Junina Revelação<br />

R. João Anunciação dos Santos, 42, Centro<br />

Água Fria<br />

Tel.: (75) 8128- 4314<br />

ouricangas2@hotmail.com<br />

39 integrantes<br />

Quadrilha Municipal Pé <strong>de</strong> Couro (quadrilha,<br />

canto cerimonial e sanfoneiro)<br />

Praça Dr.Manoel Pereira <strong>de</strong> Almeida, s/n, Centro<br />

Una<br />

Tel: (73) 3236-1806, (73) 3236-1863, (73) 9974-<br />

0650<br />

sec.una@ig.com.br, ceicalos@hotmail.com<br />

Número <strong>de</strong> integrante não informado<br />

Foto Carlos Alcântara/ Acervo Pelourinho <strong>Cultura</strong>l<br />

Quadrilha Pé no Chão<br />

R. Coronel Pedro Alexandrino Costa, 434, Centro<br />

Ribeira do Pombal<br />

Tel.: (75) 9115-2367<br />

54 integrantes<br />

Quadrilha Pluricultural<br />

Piraí do Norte<br />

Tels: (73) 3688-2060/2132, (73) 9951- 6122<br />

32 integrantes<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

143


Foto Agência Caixa <strong>de</strong> Fósforo<br />

144<br />

29.Queima <strong>de</strong> Palhinha


A<br />

Queima da Palhinha, tradição centenária que<br />

encerra o ciclo <strong>de</strong> festas natalino nas cida<strong>de</strong>s do<br />

interior do Nor<strong>de</strong>ste, acontece após a festa <strong>de</strong><br />

reis e consiste na incineração das palhas dos presépios<br />

on<strong>de</strong> esteve <strong>de</strong>itada a imagem do Menino Jesus.<br />

Tradição híbrida e do catolicismo popular, a celebração<br />

é praticada por razões religiosas e envolve bailados e<br />

cantorias que louvam ao nascimento <strong>de</strong> Jesus. Durante a<br />

queima, são entoadas loas e homens e mulheres dançam<br />

ao redor da fogueira acesa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início do encontro.<br />

A parte profana suce<strong>de</strong> a religiosa com samba <strong>de</strong> roda<br />

que se prolonga pela madrugada, oferta <strong>de</strong> alimentos,<br />

doces e bebidas. Na Bahia, a tradição foi encontrada<br />

em Santo Amaro, Maragogipe, São Sebastião do Passé<br />

e municípios da Região Metropolitana <strong>de</strong> Salvador. Em<br />

Simões Filho, a festa foi resgatada na comunida<strong>de</strong> rural<br />

<strong>de</strong> Palmares graças a um amplo trabalho da organização<br />

não-governamental Fundação Terra Mirim, iniciado em<br />

2003. Organizada pela família do Sr. Manoel Lopes,<br />

<strong>de</strong> 84 anos, em um barracão <strong>de</strong> fundo <strong>de</strong> quintal, a<br />

Queima da Palhinha mobiliza a comunida<strong>de</strong> que ajuda<br />

nos preparativos. O ritual acontece diante <strong>de</strong> uma<br />

lapinha ricamente enfeitada com velas, frutas, flores,<br />

brinquedos, pisca-pisca, ramos ver<strong>de</strong>s e um presépio.<br />

A Fundação Terra Mirim, além <strong>de</strong> conseguir recursos<br />

públicos para revitalização da tradição, documentou<br />

suas cantigas, versos e danças e ajuda a promovê-la a<br />

cada ano.<br />

Território <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

- Região Metropolitana <strong>de</strong> Salvador<br />

Contatos<br />

Grupo <strong>Cultura</strong>l Queimada da Palhinha<br />

Rodovia BA 093, Km 07, Fundação Terra Mirim e<br />

Comunida<strong>de</strong> Quilombola Palmares<br />

Simões Filho<br />

Tel: (71) 3296-3452, (71) 9123-6402<br />

wayra@terramirim.org.br<br />

20 integrantes<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

145


Foto Manu Dias/ Acervo AGECOM<br />

146<br />

30.Reis<br />

(Festa, Folia, Rancho, Reisado & Terno)


A<br />

festa <strong>de</strong> reis, folguedo do ciclo natalino realizado<br />

na véspera do Dia <strong>de</strong> Reis (06 <strong>de</strong> janeiro), consiste<br />

na representação do episódio bíblico em que os<br />

três reis magos lançam-se em longa jornada para visitar<br />

o Menino Jesus. Originária <strong>de</strong> Portugal e introduzida no<br />

país pelos jesuítas, a festa ocorre, especialmente, no<br />

interior da Bahia, Rio Gran<strong>de</strong> do Norte, Pernambuco e<br />

Paraíba. Os nomes dados à tradição variam conforme<br />

a região - os mais comuns são festa <strong>de</strong> reis, folia <strong>de</strong><br />

reis, reisado e terno <strong>de</strong> reis. Seus integrantes saem<br />

em cortejo, visitando casas e presépios. Durante a<br />

caminhada, tocam, cantam e dançam em louvor ao<br />

nascimento <strong>de</strong> Jesus. Em retribuição, recebem agrados,<br />

alimentos e bebidas.<br />

Rica no aspecto estético, a festa inclui o uso <strong>de</strong> roupas<br />

coloridas, chapéus, coroas e a<strong>de</strong>reços adornados com<br />

fitas. Criado em 1986, o terno Brilha Uma Estrela dos<br />

Foliões dos Santos Reis, <strong>de</strong> Nova Canaã, sai às ruas<br />

da véspera <strong>de</strong> Natal até o Dia <strong>de</strong> Reis e visita, além <strong>de</strong><br />

residências, clubes, associações e sindicatos. O grupo é<br />

formado por dois porta-ban<strong>de</strong>iras, doze personagens,<br />

incluindo ciganos e treze músicos. Em Boninal, na<br />

comunida<strong>de</strong> quilombola do Mulungu, o Reisado <strong>de</strong> São<br />

Sebastião tornou-se tradição. A festa iniciou na década<br />

<strong>de</strong> 1970 como cumprimento a uma promessa feita ao<br />

santo para que ele livrasse a população <strong>de</strong> uma grave<br />

epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> meningite. Com as graças alcançadas, o<br />

reisado mantém-se até a atualida<strong>de</strong>.<br />

Territórios <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

- Bacia do Jacuípe<br />

- Bacia do Paramirim<br />

- Baixo Sul<br />

- Chapada Diamantina<br />

- Irecê<br />

- Itaparica (BA/PE)<br />

- Itapetinga<br />

- Litoral Sul<br />

- Piemonte da Diamantina<br />

- Piemonte Norte do Itapicuru<br />

- Portal do Sertão<br />

- Recôncavo<br />

- Região Metropolitana <strong>de</strong> Salvador<br />

- Semi-Árido Nor<strong>de</strong>ste II<br />

- Vale do Jiquiriçá<br />

- Velho Chico<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

147


Reis<br />

148<br />

Contatos<br />

Mestra Angelina Gonçalves Santiago - Terno<br />

das Flores e Reisado Zé <strong>de</strong> Vale<br />

Pça. da Mangueira, nº13, Vila <strong>de</strong> Matarandiba<br />

Vera Cruz<br />

Tel.: (71) 3684-1040, (71) 9229-0373<br />

ascomat.ba@gmail.com<br />

70 integrantes (Terno das Flores) e 25<br />

integrantes (Reisado Zé <strong>de</strong> Vale)<br />

Mestra Linalda Maria Silva - Terno <strong>de</strong> Reis<br />

das Ciganas do Vale do Capão (reisado)<br />

Distrito <strong>de</strong> Caeté-Açu<br />

Palmeiras<br />

Tel.: (75) 3344-1138<br />

linaldacapao@yahoo.com.br<br />

40 integrantes<br />

Mestre Asa Filho - Augusto <strong>de</strong> Souza Araújo<br />

Filho (folia <strong>de</strong> reis)<br />

R. H, n° 331, Conjunto João Paulo II, Mangabeira<br />

Feira <strong>de</strong> Santana<br />

Tel.: (75) 3483-2740, (75)9977-3438<br />

Mestre Egídrio Martins <strong>de</strong> Souza - Três Reis<br />

Magos <strong>–</strong> A voz <strong>de</strong> Andaraí<br />

R. Santa Bárbara, n° 8 , Praça do Sol, Centro<br />

Andaraí<br />

Tel.: (75) 3335-2115, (75) 8133-0480<br />

11 integrantes<br />

Mestre Galdino Leite <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> - Grupo <strong>de</strong><br />

Reisado e São Gonçalo<br />

Fazenda Limoeiro, Lagoa José Alves<br />

Abaré<br />

(75) 3287-5073<br />

08 integrantes (reisado) e número variável (são<br />

gonçalo)<br />

Mestre Odílio Maciel Maia (reisado)<br />

Praça Senhor do Bonfim, n° 120<br />

Macureré<br />

Tel.: (75) 3284-2320<br />

Antônio Joaquim Mariano (reisado, sambachula<br />

e samba <strong>de</strong> roda)<br />

Comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Preiá<br />

Botuporã<br />

Tel.: (77) 3678-2363<br />

10 integrantes<br />

Banda <strong>de</strong> Gaita (terno <strong>de</strong> reis, bendito, reza e<br />

ladainha)<br />

Quilombo Capão do Cedro<br />

R. Garanhuns, n° 279, São Gotardo<br />

Bom Jesus da Lapa<br />

Tel.: (71) 8859-7890, (77) 8821-9003<br />

tokinhacruz @yahoo.com.br<br />

12 integrantes<br />

Brilha uma Estrela dos Foliões dos Santos<br />

Reis (terno <strong>de</strong> reis)<br />

R. Ramiro Sousa, n° 43, Centro<br />

Nova Canaã<br />

Tel: (71) 8845-6001<br />

nelsoncanaa@hotmail.com<br />

12 integrantes<br />

Folia <strong>de</strong> Reis<br />

Fazenda Bom Jesus<br />

Abaré<br />

Tel.: (75) 3287-2222 (recado)<br />

fernando.barbalha@hotmail.com<br />

30 integrantes<br />

Grupo <strong>Cultura</strong>l <strong>de</strong> Reisado Mandú e Guará<br />

<strong>de</strong> Monte Gordo (terno <strong>de</strong> reis)<br />

R. Alto do Mira, nº 31, Monte Gordo<br />

Camaçari<br />

Tel.: (71) 3674-1165, (71) 9947-4393


secultcamacari@gmail.com<br />

40 integrantes<br />

Grupo <strong>de</strong> Reisado <strong>de</strong> São Sebastião (reisado,<br />

dança <strong>de</strong> roda, toada, bendito e reza)<br />

Comunida<strong>de</strong> Quilombola <strong>de</strong> Mulungu<br />

Boninal<br />

Tel.: (75) 3330-2121<br />

24 integrantes<br />

Grupo <strong>de</strong> Reisado Jaime Men<strong>de</strong>s da Silva<br />

Povoado Larga dos Men<strong>de</strong>s<br />

Central<br />

Tels.: (74) 3655-1415, (74) 9984-9957<br />

20 integrantes<br />

Grupo <strong>de</strong> Reisado São José (reisado)<br />

R. Dois Irmãos, n° 99, Centro<br />

São José do Jacuípe<br />

Tel.: (74) 9901-0289<br />

leliacunha@ig.com.br<br />

06 integrantes<br />

Grupo <strong>de</strong> Ternos e Reisado Anajô (reisado,<br />

samba <strong>de</strong> roda e folguedo do boi)<br />

R. Quatro <strong>de</strong> Março, nº 90, Centro<br />

Pindobaçu<br />

Tel: (74) 3548-2251, (74) 9188-1087<br />

160 integrantes<br />

Grupo Espermacete: do Terno <strong>de</strong> Reis ao<br />

Samba <strong>de</strong> Roda<br />

R. das Malvinas, s/n, Barra <strong>de</strong> Pojuca<br />

Camaçari<br />

Tel.: (71) 8147-4844, (71) 9633-3327<br />

grupoespermacete@hotmail.com<br />

42 integrantes<br />

Grupo Folclórico Terno <strong>de</strong> Reis <strong>de</strong><br />

Cachoeirinha<br />

R. da Cachoeirinha, Barra do Pojuca<br />

Camaçari<br />

Tel.: (71) 3626-2483, (71) 9637- 1188<br />

secultcamacari@gmail.com<br />

18 integrantes<br />

Grupo Reisado <strong>de</strong> Palmeirinha Estrela Guia<br />

R. Palmeirinha, s/n<br />

Seabra<br />

Tel.: (75) 9942-0495<br />

11 integrantes<br />

Organização <strong>Cultura</strong>l e Artística Reisado <strong>de</strong><br />

São Vicente <strong>–</strong> ORCARE (festa <strong>de</strong> reis e samba <strong>de</strong><br />

roda da caatinga)<br />

R. José Lúcio Cerqueiras, n° 41, Tiauaruçu<br />

Feira <strong>de</strong> Santana<br />

Tel.: (75) 3227-6025, (75) 9977-3438<br />

www.orcare.org.br<br />

20 integrantes<br />

O Terno da Rosa (terno <strong>de</strong> reis)<br />

R. Juracy Magalhães, s/n, Centro, São Sebastião<br />

Cairu<br />

Tel: (75) 3653-5078<br />

40 integrantes<br />

Rancho do Papagaio <strong>de</strong> Saubara (festa <strong>de</strong> reis,<br />

ciranda e samba <strong>de</strong> roda)<br />

R. do Jenipapeiro, n° 29, Centro<br />

Saubara<br />

Tel.: (75) 3696-1476, (75) 8191-0425<br />

trinda<strong>de</strong>nilo@bol.com.br<br />

47 integrantes<br />

Reisado da Pedra Branca<br />

R. Liobino Fagun<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Brito, n° 196, Alto da<br />

Uzina<br />

Igaporã<br />

Tel.: (77) 3460-1503<br />

12 integrantes<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

149


Reis<br />

150<br />

Reisado <strong>de</strong> Casal<br />

R. José Bonifácio, Casal I, 167<br />

Lapão<br />

Tel.: (74) 9999-5129<br />

12 integrantes<br />

Reisado Pinote<br />

Fazenda Alecrim<br />

Serrolândia<br />

Tel.: (74) 3631-2733<br />

08 integrantes<br />

Reizado do Zé Preto (reisado)<br />

Km 40, s/n<br />

Santa Brígida<br />

15 integrantes<br />

Reizado Gloria e Louvores e Comunida<strong>de</strong><br />

Quilombola do Monte Rocomco (reisado)<br />

R. Ministro Bulcão, nº 14, Centro<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel: (71) 8183-9032<br />

64 integrantes<br />

Socieda<strong>de</strong> Beneficente Amigos <strong>de</strong> Cairu <strong>–</strong><br />

SBAC (reisado)<br />

Praça Coronel Francisco Ribeiro, n°04, Centro<br />

Cairu<br />

Tel.: (75) 3653-2131, (75) 9933- 8100, (75) 9987-<br />

7954<br />

20 integrantes<br />

Socieda<strong>de</strong> Beneficente Amigos <strong>de</strong> Cairu <strong>–</strong><br />

SBAC (terno <strong>de</strong> reis)<br />

Praça Coronel Francisco Ribeiro, n°04, Centro<br />

Cairu<br />

Tel.: (75) 3653-2131, (75) 9933- 8100, (75) 9987-<br />

7954<br />

40 integrantes<br />

Socieda<strong>de</strong> Terno <strong>de</strong> Reis (reisado e dança<br />

<strong>de</strong> roda)<br />

R. Agripino Novaes, nº 598, Maracaizinho<br />

Maracás<br />

Tel: (73) 3533-2500, (73) 8866-6221<br />

filarmonicamaracas@gmail.com<br />

10 integrantes<br />

Terno <strong>de</strong> Reis<br />

Una<br />

Tel.: (73) 3236-1806, (73) 9973-5069<br />

15 integrantes<br />

Terno <strong>de</strong> Reisado<br />

Barreiro do Tatu<br />

Igaporã<br />

Telefone não informado<br />

07 integrantes<br />

Terno <strong>de</strong> Reis Água Ver<strong>de</strong><br />

Fazenda Água Ver<strong>de</strong><br />

Maracás<br />

Tel.: (73) 8831-8778<br />

filamornicamaracas@gmail.com<br />

10 integrantes<br />

Terno <strong>de</strong> Reis Deodato<br />

Irmã Dulce<br />

Maracás<br />

09 integrantes<br />

Terno <strong>de</strong> Reis do Zé Lopes<br />

R. Gutemberg Cardoso, n° 212, Alto da Uzina<br />

Igaporã<br />

Tel.: (77) 3460-1518<br />

09 integrantes<br />

Terno <strong>de</strong> Reis Fiinho (reis, samba <strong>de</strong> roda, dança<br />

<strong>de</strong> terreiro, coco e umbigada)<br />

R. Amélia Mariniello, nº 640, Jequiriçá


Maracás<br />

Número <strong>de</strong> integrantes não informado<br />

Terno <strong>de</strong> Reis Salvador<br />

Rua Agripino Novaes, nº 589, Maracazinho<br />

Maracás<br />

Tels.: (73) 3533-2500, (73) 8866-6221<br />

filamornicamaracas@gmail.com<br />

10 integrantes<br />

Terno <strong>de</strong> Reis da Santíssima Trinda<strong>de</strong><br />

(reisado)<br />

Povoado da Lagoa da Boa Vista, s/n<br />

Seabra<br />

Tel.: (75) 9943-8426<br />

12 integrantes<br />

Terno <strong>de</strong> Reis das Rosas (reisado e cantiga <strong>de</strong><br />

roda)<br />

Povoado <strong>de</strong> Alagadiço, s/n<br />

Seabra<br />

Tel.: (75) 3331-3676, (75) 9960-3687<br />

13 a 18 integrantes<br />

Terno <strong>de</strong> Reis <strong>de</strong> Baixão Velho (reisado)<br />

Povoado <strong>de</strong> Baixão Velho<br />

Seabra<br />

Tel.: (75) 3331-2123<br />

12 integrantes<br />

Terno <strong>de</strong> Reis <strong>de</strong> Saubara (terno <strong>de</strong> reis)<br />

R. do Jenipapeiro, n° 29, Centro<br />

Saubara<br />

Tel.: (75) 3696-1476, (75) 8191-0425<br />

trinda<strong>de</strong>nilo@bol.com.br<br />

46 integrantes<br />

Terno <strong>de</strong> Reis São Sebastião (terno <strong>de</strong> reis e<br />

bumba meu boi)<br />

R. Seis <strong>de</strong> Agosto, n° 14, Sobral Bentes<br />

Macarani<br />

Tel: (77) 8811-2776<br />

24 integrantes<br />

Vitória Ana <strong>de</strong> Oliveira Alcântara<br />

(reisado e griô)<br />

Quilombo Araçá <strong>–</strong> Cariacá<br />

R. Doutor Dermeval Almeida, n° 178, São Gotardo<br />

Bom Jesus da Lapa<br />

Tel.: (71) 8859-7890, (77) 8821-9003<br />

tokinhacruz@yahoo.com.br<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

151


Foto Acervo IRDEB<br />

152<br />

31.Repente


O<br />

repente, improviso musical e poético, é uma<br />

tradição típica do Nor<strong>de</strong>ste. Cantado sempre<br />

em dupla, o repente ou cantoria é entoado<br />

por violeiros que duelam na composição espontânea<br />

das estrofes. Estas, por sua vez, obe<strong>de</strong>cem a regras<br />

rígidas <strong>de</strong> métrica, rima e coerência temática, ao passo<br />

que a melodia é comum a ambos os repentistas. A<br />

intenção do repentista na disputa, conhecida como<br />

<strong>de</strong>safio, é <strong>de</strong>monstrar superiorida<strong>de</strong> poética sobre<br />

o outro, enaltecer seus dotes e, não raro, afirmar<br />

sua masculinida<strong>de</strong>. Os temas abordados englobam,<br />

ainda, piadas, protestos políticos, pedidos, elogios,<br />

queixas ou notícias, e costumam provocar reações<br />

animadas na plateia. Embora predomine no Ceará,<br />

Paraíba, Pernambuco e Rio Gran<strong>de</strong> do Norte, o repente<br />

também está presente na Bahia. Um dos seus principais<br />

representantes no estado é o cantor e compositor<br />

Antonio Ribeiro da Conceição, conhecido como Bule-<br />

Bule. Outro nome importante do repente baiano é o<br />

Mestre Miguelzinho Violeiro (Miguel Firmo <strong>de</strong> Oliveira),<br />

<strong>de</strong> 74 anos, que começou a tocar em 1964 e foi vencedor<br />

<strong>de</strong> vários concursos regionais do gênero. Há 22 anos, o<br />

repentista promove um festival <strong>de</strong> viola em Serrinha,<br />

on<strong>de</strong> resi<strong>de</strong>. Miguelzinho presi<strong>de</strong>, ainda, a Associação<br />

dos Trovadores e Violeiros da Região do Sisal.<br />

Territórios <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

- Semi-Árido Nor<strong>de</strong>ste II<br />

- Sertão Produtivo<br />

- Sisal<br />

Contatos<br />

Mestre Miguelzinho Violeiro - Miguel Firmo<br />

<strong>de</strong> Oliveira<br />

Quadra E, Rua B, nº 08, Urbis<br />

Serrinha<br />

Tel.: (75) 3261-6069<br />

José Carlos Teixeira (repente, cor<strong>de</strong>l e griô)<br />

R. Getulio Vargas, n° 30, Centro<br />

Caculé<br />

Tel.: (77) 3455-1412, (77) 8109-2765<br />

José Santana da Silva (repente)<br />

Fazenda Alto Bonito, Casa 131, Poço da Carteira<br />

Santa Brígida<br />

Tel.: (75) 3698-2409, (75) 9982-0836<br />

02 integrantes<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

153


Foto Acervo IRDEB<br />

154<br />

32.Roda <strong>de</strong><br />

São Gonçalo


A<br />

dança, <strong>de</strong> origem portuguesa, é uma das<br />

manifestações populares mais antigas do país.<br />

Tradição do catolicismo popular, a festa louva o<br />

santo português São Gonçalo do Amarante e chegou ao<br />

Brasil com os jesuítas. A primeira homenagem ao santo<br />

teria ocorrido, conforme o folclorista Luís da Câmara<br />

Cascudo, em Salvador, em 1718. Normalmente, a festa<br />

acontece como pagamento <strong>de</strong> promessa ou voto <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>voção. Em frente a um altar contendo a imagem do<br />

santo, homens e mulheres dançam e cantam organizados<br />

em filas encabeçadas por uma dupla <strong>de</strong> violeiros. No<br />

final da louvação, po<strong>de</strong>m formar uma roda em que o<br />

promesseiro baila ao centro exibindo a imagem retirada<br />

do altar.<br />

Na Bahia, a tradição está presente na região do rio<br />

São Francisco e no distrito quilombola <strong>de</strong> Pitanga<br />

dos Palmares, em Simões Filho, on<strong>de</strong> é organizada<br />

pela Mestra Maria Berna<strong>de</strong>te. Também ocorre em<br />

Matarandiba, Vera Cruz, tendo sido resgatada, em 1995,<br />

por uma moradora local. A roda, chamada São Gonçalo<br />

<strong>de</strong> Matarandiba, é coor<strong>de</strong>nada atualmente pela Sra.<br />

Edméa Bittencourt do Carmo e acontece no período<br />

natalino. Em Santa Brígida, registra-se a existência dos<br />

São Gonçalo Baiano, São Gonçalo Pernambuco e São<br />

Gonçalo Alagoano. O primeiro é formado por homens<br />

e mulheres que dançam ao som <strong>de</strong> viola e pan<strong>de</strong>iro. O<br />

segundo, composto por 16 mulheres e 8 homens, teve<br />

sua origem em Pernambuco e chegou na região em 1972.<br />

No terceiro, as mulheres dançam e os homens tocam<br />

rabeca, viola, pan<strong>de</strong>iro e adufo (tamborete quadrado),<br />

todos <strong>de</strong> pés <strong>de</strong>scalços.<br />

Territórios <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

- Irecê<br />

- Itaparica (BA/PE)<br />

- Portal do Sertão<br />

- Região Metropolitana <strong>de</strong> Salvador<br />

- Semi-Árido Nor<strong>de</strong>ste II<br />

- Velho Chico<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

155


Roda <strong>de</strong> São Gonçalo<br />

156<br />

Contatos<br />

Mestra Maria Berna<strong>de</strong>te - Dança <strong>de</strong> São<br />

Gonçalo e Samba <strong>de</strong> Viola Raízes da Pitanga<br />

(são gonçalo, bumba meu boi, samba <strong>de</strong> viola e<br />

comunida<strong>de</strong> quilombola)<br />

R. Alicia Simões, nº 71, Pitanga dos Palmares<br />

Simões Filho<br />

Tel: (71) 8142-2451, (71) 9105-2633<br />

bernaquilombo@hotmail.com<br />

32 integrantes<br />

Mestre Joaquim Francisco do Nascimento<br />

(roda <strong>de</strong> são gonçalo)<br />

Povoado Morro do Lúcio Central<br />

Tels.: (74)3655-1415, (74)9964-5422<br />

30 integrantes<br />

Dança <strong>de</strong> São Gonçalo<br />

R. Porto Alegre , 50, São Francisco<br />

Carinhanha<br />

Tel.: (77) 9982-2812<br />

26 integrantes<br />

Grupo <strong>de</strong> São Gonçalo<br />

R. Coronel João Sá, n° 149, Centro<br />

Chorrochó<br />

Tel.: (75) 9991-3749<br />

janic_maria@hotmail.com<br />

30 integrantes<br />

Grupo São Gonçalo Alagoano<br />

Km 42<br />

Santa Brígida<br />

52 integrantes<br />

Grupo São Gonçalo Baiano<br />

R. Padre Cícero, s/n, Centro<br />

Santa Brígida<br />

Número <strong>de</strong> integrantes não informado<br />

Grupo São Gonçalo Pernambucano Povoado<br />

Alvorada Velha, s/n, Centro<br />

Santa Brígida<br />

Tel: (73) 3236-1806, (73) 3236-1863, (73) 9974-<br />

0650<br />

24 integrantes<br />

Roda <strong>de</strong> São Gonçalo<br />

Fazenda Camisa<br />

Macureré<br />

Tel.: (75) 3284-2160<br />

24 integrantes<br />

São Gonçalo <strong>de</strong> Matarandiba<br />

R. da Mangueira, 203, Matarandiba<br />

Vera Cruz<br />

Tel.: (71) 3684-1097, (71) 3395-1922, (71) 8726-<br />

4018<br />

ascomat.ba@gmail.com<br />

80 integrantes


Foto cedida pelas Manifestações <strong>Cultura</strong>is <strong>de</strong> Cariranha<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

157


Foto cedida pelo Grupo Samba <strong>de</strong> Lata <strong>de</strong> Tiguaçú<br />

158<br />

33.Samba<br />

(Batuque, Chula, Corrido, <strong>de</strong> Coco, <strong>de</strong> Lata e <strong>de</strong> Roda)


Ritmo nacional por excelência e símbolo da<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> cultural brasileira, o samba originouse<br />

<strong>de</strong> danças africanas, como o lundu e a semba.<br />

Ao se espalhar pelo país, notadamente no Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro, dividiu-se em uma vasta escala <strong>de</strong> gêneros,<br />

subgêneros e gêneros <strong>de</strong> fusão, tornando-se um estilo<br />

musical bastante diversificado. De caráter lúdico, a<br />

ativida<strong>de</strong> é caracterizada por compasso binário, ritmo<br />

sincopado e acompanhamento feito por instrumentos<br />

<strong>de</strong> percussão. A base harmônica é dada por um violão<br />

ou cavaquinho. Na Bahia, <strong>de</strong>staca-se o samba <strong>de</strong> roda<br />

do Recôncavo, fortemente ligado às tradições africanas,<br />

como o candomblé. Em 2005, esta tradição conquistou<br />

o status <strong>de</strong> obra-prima do Patrimônio Oral e Imaterial da<br />

Humanida<strong>de</strong> concedido pela Organização das Nações<br />

Unidas para a educação, a ciência e a cultura (Unesco).<br />

No ano anterior, o samba <strong>de</strong> roda já havia sido registrado<br />

no Livro das Formas <strong>de</strong> Expressão do Instituto do<br />

Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN),<br />

tornando-se patrimônio cultural brasileiro.<br />

Na Bahia, as principais variações <strong>de</strong>tectadas são:<br />

batucada (também chamada <strong>de</strong> batuque, po<strong>de</strong> ser<br />

dançada em roda); samba corrido (samba em que se<br />

alternam um ou dois solistas e a resposta vocal do coro);<br />

samba chula (samba <strong>de</strong> versos ou chulas em que somente<br />

uma pessoa samba por vez); samba <strong>de</strong> coco (mistura<br />

letras singelas e traços das culturas indígena e sertaneja)<br />

e samba <strong>de</strong> lata (típico da comunida<strong>de</strong> quilombola <strong>de</strong><br />

Tijuaçu, Senhor do Bonfim, <strong>de</strong> batucada em lata d´agua).<br />

Um dos grupos mais tradicionais <strong>de</strong> samba <strong>de</strong> roda do<br />

país, o Samba <strong>de</strong> Roda Suerdick, foi fundado, em 1958,<br />

pela Mestra Dalva Damiana <strong>de</strong> Freitas, <strong>de</strong> 82 anos, para<br />

homenagear santas católicas. O grupo, <strong>de</strong> Cachoeira,<br />

é caracterizado pela presença <strong>de</strong> mulheres vestidas<br />

<strong>de</strong> baianas que contribuem para a marcação do ritmo<br />

percutindo pequenas tábuas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira.<br />

Dia Nacional - O Dia Nacional do Samba é comemorado<br />

em todo o pais no dia 02 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro.<br />

Territórios <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

- Agreste <strong>de</strong> Alagoinhas / Litoral Norte<br />

- Baixo Sul<br />

- Irecê<br />

- Oeste Baiano<br />

- Piemonte Norte do Itapicuru<br />

- Portal do Sertão<br />

- Recôncavo<br />

- Região Metropolitana <strong>de</strong> Salvador<br />

- Sisal<br />

- Velho Chico<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

159


Samba<br />

160<br />

Contatos<br />

Dona Dalva Damiana <strong>de</strong> Freitas - Associação<br />

<strong>Cultura</strong>l do Samba <strong>de</strong> Roda/Samba <strong>de</strong> Roda<br />

Suerdieck<br />

R. Alberto Rabello, nº 33<br />

Cachoeira<br />

Tel.: (75) 3425-4218, (75) 8841-7501<br />

www.twitter.com/samba<strong>de</strong>dalva<br />

sambasuerdick@hotmail.com<br />

38 integrantes<br />

Dona Dalva Damiana <strong>de</strong> Freitas - Samba <strong>de</strong><br />

Roda Mirim Flor do Dia<br />

Vila Luis Eduardo Magalhães, Quadra VI, nº 21<br />

Muritiba<br />

Tel.: (75) 8841-6872<br />

netany12@hotmail.com<br />

32 integrantes<br />

Dona Maroca <strong>–</strong> Bernardina Alves (samba <strong>de</strong><br />

roda, lí<strong>de</strong>r do grupo Pancada Forte)<br />

R. Nova Brasília, s/n, Porto Sauípe<br />

Entre Rios<br />

Tel: (75) 3475-1343, (75) 96313553<br />

20 integrantes<br />

Dona Moça - Anatália Bispo da Cruz<br />

(samba chula, samba <strong>de</strong> relativo, coco e samba<br />

santo-amarense)<br />

Pau Gran<strong>de</strong>, Praia do Forte<br />

Mata <strong>de</strong> São João<br />

Tel.: (71) 9958-7284, (71) 9903-3591<br />

18 integrantes<br />

Mestra Anna <strong>de</strong> Sinhá - Maria Anna Moreira<br />

do Rosário - Samba das Raparigas<br />

(samba <strong>de</strong> roda)<br />

R. do Taboão, n° 27, Centro<br />

Foto cedida por D. Dalva Damiana <strong>de</strong> Freitas


Saubara<br />

Tel.: (75) 3696- 1424, (75) 9147-8507, (71) 9138-<br />

7730<br />

rosariosamba@bol.com.br<br />

15 integrantes<br />

Mestra Chica Do Pan<strong>de</strong>iro - Apolinária das<br />

Virgens Oliveira<br />

Grupo <strong>Cultura</strong>l Quixabeira da Matinha dos<br />

Pretos (samba <strong>de</strong> roda e reisado)<br />

Matinha<br />

Feira <strong>de</strong> Santana<br />

quixabeira.ma@hotmail.com<br />

Tel: (75) 3483-9301, (75) 9900-4088<br />

Número <strong>de</strong> integrantes não informado<br />

Mestra Mãe Áurea - Val<strong>de</strong>lice Áurea<br />

Me<strong>de</strong>iros<br />

Samba <strong>de</strong> Roda Raízes <strong>de</strong> Angola<br />

R. Ruy Barbosa, n °60 , Centro<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 3651- 1148, (71) 9971-6424<br />

lindroamoraxe@hotmail.com<br />

22 integrantes<br />

Mestra Nicinha<br />

Samba <strong>de</strong> Roda e Maculelê <strong>de</strong> Nicinha<br />

Raízes <strong>de</strong> Santo Amaro<br />

R. Professor Nestor <strong>de</strong> Oliveira, n° 67, Centro<br />

Santo Amaro<br />

Tel .: (75) 8129-7706<br />

asseba@gmail.com<br />

20 integrantes<br />

Mestre Manoel Moreira - Samba <strong>de</strong> Roda<br />

Filhos do Mestre<br />

Fazenda Loja<br />

Irará<br />

Tel.: (75) 8133-0271<br />

01 integrante<br />

Mestre Zeca Afonso<br />

Samba Chula Filhos da Pitangueira (samba<br />

chula e viola machête)<br />

R. São Paulo, nº 64, Centro<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel: (71) 3651-1756, (71) 3651-1928<br />

38 integrantes<br />

Amigos do Samba (samba <strong>de</strong> roda)<br />

R. da Caixa D’Água, s/n, Campinas<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel: (71) 8127-5009<br />

16 integrantes<br />

As Ganha<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> Itapuã (samba <strong>de</strong> roda e<br />

cantiga)<br />

R. da Boa Vista, 16, Itapuã<br />

Salvador<br />

Tel.: (71) 3375- 1350, (71) 3249-5508, (71) 8829-<br />

5575<br />

www.myspace.com/ganha<strong>de</strong>iras<strong>de</strong>itapua<br />

salvesalvesalviano@hotmail.com<br />

40 integrantes<br />

As Paparutas da Ilha do Paty (samba e dança<br />

<strong>de</strong> roda)<br />

R. Cais do Mano, nº 02, Ilha do Paty<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel: (71) 8839-6886, (71) 9949-8053<br />

altamirando.amorim@hotmail.com<br />

38 integrantes<br />

Associação Afro-<strong>Cultura</strong>l Arte e Dança <strong>de</strong><br />

Morpará (samba <strong>de</strong> roda)<br />

R. Durval Carneiro, s/n, Centro<br />

Morpará<br />

Tel.: (77) 9928- 6093<br />

aadm_ba@hotmail.com<br />

48 integrantes<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

161


Samba<br />

162<br />

Associação Carinhanhense <strong>de</strong> Capoeira Arte<br />

Bahia (capoeira e maculelê)<br />

R. Dr. Teodulo Lins <strong>de</strong> Albuguerque, nº 132,<br />

Centro<br />

Carinhanha<br />

Tel: (77) 9954-8448<br />

machadocarinhanha@yahoo.com.br<br />

68 integrantes<br />

Associação <strong>Cultura</strong>l Samba <strong>de</strong> Roda Filhos<br />

da Barragem<br />

Rua Augusto Regis, 05<br />

Cachoeira<br />

Tel.: (75) 8803-5969<br />

filhosdabarragem@gmail.com<br />

15 integrantes<br />

Aú Va<strong>de</strong>ia (samba <strong>de</strong> roda e capoeira)<br />

R. Rui Barbosa, n°206, Centro<br />

Piraí do Norte<br />

Tel.: (73) 3688-2250<br />

guio_guio.pirai@hotmail.com<br />

63 integrantes<br />

Banda Barlavento (samba <strong>de</strong> roda)<br />

Rua Viscon<strong>de</strong> <strong>de</strong> Itaborai, 972, Amaralina<br />

Salvador<br />

Tel.: (71) 3248-8177, (71) 9614-0016<br />

www.barlaventosamba<strong>de</strong>roda.com<br />

www.facebook.com/barlavento<br />

hamiltonreisbarvalento@gmail.com<br />

06 integrantes<br />

Bicho da Cana (samba <strong>de</strong> roda)<br />

R. Zélia Santos Souza, nº 13, Canabrava<br />

Salvador<br />

Tel: (71) 3366-4037, (71) 8808-7953<br />

grupoculturalbichodacana@hotmail.com<br />

10 integrantes<br />

Filhos <strong>de</strong> Dona Cadú (samba <strong>de</strong> roda)<br />

Rua das Palmeiras, Coqueiros<br />

Maragojipe<br />

Tel.: (75) 3527-3095, (71) 9199-2123<br />

17 integrantes<br />

Gonçalo Pereira do Nascimento (samba coco e<br />

reisado)<br />

Povoado Marrequeiro<br />

Carinhanha<br />

Telefone não informado<br />

Grupo AFROSSá<strong>–</strong> Cia. Contemporânea <strong>de</strong><br />

Intervenção Urbana (samba <strong>de</strong> roda e afoxé)<br />

R. Silveira Martins, nº 508, Cabula 5<br />

Salvador<br />

Tel: (71) 3387-5276, (71) 9609-0847<br />

http://www.afrosoteropolitano.blogspot.com<br />

iaba.salvador@yahoo.com.br<br />

12 integrantes<br />

Grupo <strong>Cultura</strong>l Axé Orixalá (samba <strong>de</strong> roda,<br />

tradição oral e grupo quilombola)<br />

R. Marques Eucli<strong>de</strong>s Vilela, 115, Ida Cardoso<br />

Lapão<br />

Tel.: (74) 9971-9636<br />

dijasantos1990@gmail.com<br />

Grupo <strong>Cultura</strong>l Boi Samba Burrinha (samba <strong>de</strong><br />

roda, bumba meu boi e burrinha)<br />

R. Juvêncio Alves Cerqueira, s/n, Centro<br />

Biritinga<br />

Tel.: (75) 3267-2053/ 2149, (75) 9107-1884<br />

sergio_jss@yahoo.com.br<br />

25 integrantes<br />

Grupo <strong>Cultura</strong>l Boi Samba Mirim (samba <strong>de</strong><br />

roda, bumba meu boi e burrinha)<br />

R. Juvêncio Alves Cerqueira, s/n, Centro<br />

Biritinga


Tel.: (75) 3267-2053/ 2149, (75) 9107-1884<br />

sergio_jss@yahoo.com.br<br />

14 integrantes<br />

Grupo das Samba<strong>de</strong>iras Mirim (samba <strong>de</strong> roda,<br />

canto cerimonial e reisado)<br />

Av. São João, nº 45, Vila Nova<br />

Angical<br />

Tel: (77) 9958-8186<br />

celio.ribeventos@yahoo.com.br<br />

20 integrantes<br />

Grupo <strong>de</strong> Dança Baú (samba <strong>de</strong> roda, umbigada,<br />

reisado e congada)<br />

Comunida<strong>de</strong> Quilombola do Rio das Rãs<br />

R. Garanhuns, n° 279, São Gotardo<br />

Bom Jesus da Lapa<br />

Tel.: (71) 8859-7890, (77) 8821-9003<br />

tokinhacruz @yahoo.com.br<br />

12 integrantes<br />

Grupo <strong>de</strong> Samba <strong>de</strong> Roda e Reisado<br />

R. Heraldo Lopes, 127-A, Antonio Lopes<br />

Valente<br />

Tel.: (75) 3263-3911, (75) 8163-6418<br />

14 participantes<br />

Grupo <strong>de</strong> Samba <strong>de</strong> Roda Filhos <strong>de</strong><br />

Coqueiros (samba <strong>de</strong> roda)<br />

R. das Palmeiras, nº 87, Coqueiros<br />

Maragojipe<br />

Tel: (75) 3527-3024, (71) 9905-0369<br />

26 integrantes<br />

Grupo <strong>de</strong> Samba <strong>de</strong> Roda Geração do Iguape<br />

Santiago do Iguape<br />

Cachoeira<br />

Tel.: (75) 3414-5073<br />

10 integrantes<br />

Grupo Samba <strong>de</strong> Roda<br />

R. Miguel Calmon, s/n, Costa <strong>de</strong> Pedra<br />

Presi<strong>de</strong>nte Tancredo Neves<br />

Telefone não informado<br />

Número integrantes não informado<br />

Grupo Samba <strong>de</strong> Roda 17 (samba <strong>de</strong> roda, samba<br />

chula, samba corrido e samba amarrado)<br />

Av. Ferreira Ban<strong>de</strong>ira, nº 95<br />

Santo Amaro<br />

Tel.: (75) 3241-3741, (75) 8137-8285<br />

14 integrantes<br />

Henrique Luiz da Cruz Silva (batuque)<br />

R. da Mangueira, 122, Campinas<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 8214- 9490<br />

Honório Avelino dos Santos (samba <strong>de</strong> roda e<br />

bumba meu boi)<br />

Povoado <strong>de</strong> Santa Terezinha, Pataíba<br />

Água Fria<br />

dc_carneiro@hotmail.com<br />

Tel.: (75) 3293-1111<br />

Nº <strong>de</strong> integrantes não informado<br />

Nossas Raízes (samba <strong>de</strong> roda e cantoria)<br />

Av. Manoel Novaes, n° 1358, Rodagem<br />

Serrinha<br />

Tel: (75) 3261-5556, (75) 9930-0433, (71) 8860-<br />

6069<br />

16 integrantes<br />

Pavão Dourado (samba e cantiga <strong>de</strong> roda)<br />

R. Trinta <strong>de</strong> Julho, n° 777, Abóboras<br />

Serrinha<br />

Tel.: (75) 3261-1465, (75) 9951-4964<br />

pavao.dourado@yahoo.com.br<br />

13 integrantes<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

163


Samba<br />

164<br />

Po<strong>de</strong>r do Samba (samba chula e samba corrido)<br />

Primeira Travessa do Coroado, nº 48, Coroado<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel: (71) 3652-9156, (71) 8741-6672<br />

19 integrantes<br />

Recordar Roda <strong>de</strong> Samba<br />

R. Dr. Plácido Rocha, n° 81, Palmeiras<br />

Maragojipe<br />

Tel.: (75) 3526-1278, (71) 9932-1879<br />

21 integrantes<br />

Samba Chula Alegria da Terra<br />

R. Paralela, n°99, Nova Can<strong>de</strong>ias<br />

Can<strong>de</strong>ias<br />

Tel.: (71) 3601-5929, (71) 8155-8168<br />

asseba@gmail.com<br />

25 integrantes<br />

Samba Chula Filhos da Pitangueira<br />

R. Cipriano Betâmio, n° 26, Centro<br />

Santo Amaro<br />

Tel.: (71) 9944-5313<br />

sambachula@hotmail.com<br />

25 integrantes<br />

Samba Chula União Teodorense (samba chula)<br />

R. Doutor João Benevi<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Azevedo, n° 167,<br />

Rodagem<br />

Teodoro Sampaio<br />

Tel: (75) 3237-2013 (recado), (75) 8839- 3794<br />

(recado)<br />

21 integrantes<br />

Samba <strong>de</strong> Coco Meninas <strong>de</strong> Arembepe<br />

R. Guilherme Machado, nº 12, Arembepe<br />

Camaçari<br />

Tel.: (71) 3624-3079<br />

secultcamacari@gmail.com<br />

20 integrantes<br />

Samba <strong>de</strong> Lata <strong>de</strong> Tijuaçú<br />

Tv. Senhor do Bonfim, s/n, Centro<br />

Senhor do Bonfim<br />

Tel: (74) 3544-3087, (74) 9135-6629, (71) 9221-<br />

2575<br />

valmirquilombola2@yahoo.com.br<br />

19 integrantes<br />

Samba <strong>de</strong> São Gonçalo (samba chula e samba <strong>de</strong><br />

roda)<br />

Av. Santa Rita, nº 129, Centro<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel: (71) 8638-8505<br />

culturae<strong>de</strong>senvolvimento@hotmail.com<br />

52 integrantes<br />

Samba <strong>de</strong> Roda Filhos do Mestre<br />

Fazenda Loja<br />

Irará<br />

Tel.: (75) 8133-027<br />

28 integrantes<br />

Samba <strong>de</strong> Roda Geração do Iguape e<br />

Comunida<strong>de</strong> Quilombola do Iguape (samba<br />

corrido e samba chula)<br />

R. Direta, s/n, Santiago do Iguape<br />

Cachoeira<br />

Tel: 3414-5073, (71) 9938-7431<br />

10 integrantes<br />

Samba <strong>de</strong> Roda Nossa Senhora da Penha<br />

R. do Toque, s/n, Gamboa do Morro<br />

Cairu<br />

Tel: (75) 8195-4282<br />

37 integrantes<br />

Samba <strong>de</strong> Roda Olhos D’Água<br />

Fazenda Quebra Fogo<br />

Irará<br />

Tel: (75) 8105-9872<br />

22 integrantes


Samba <strong>de</strong> Roda Pisadinha do Pé Firme<br />

Fazenda Boca <strong>de</strong> Várzea<br />

Irará<br />

Tel.: (75) 8105-9543<br />

32 integrantes<br />

Samba <strong>de</strong> Roda Raízes <strong>de</strong> Acupe (samba chula)<br />

R. da Cruz, n° 33, Acupe<br />

Santo Amaro<br />

Tel.: (75) 3201-2435, (75) 9997- 5415<br />

fernan<strong>de</strong>sjoanice@gmail.com<br />

20 integrantes<br />

Samba <strong>de</strong> Roda Raízes <strong>de</strong> Angola<br />

Tel.: (71) 3651-1148<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

32 integrantes<br />

Samba <strong>de</strong> Roda Renascer do Quingoma<br />

R. Direta do Quingoma <strong>de</strong> Fora, nº 04<br />

Lauro <strong>de</strong> Freitas<br />

Tel.: (71) 8159-2912<br />

janerp21@hotmail.com<br />

35 integrantes<br />

Samba <strong>de</strong> Roda Samba <strong>de</strong> Maragogó (samba<br />

chula, samba corrido e samba versado)<br />

R. Ponta do Souza, s/n, Centro<br />

Maragojipe<br />

Tel.: (75) 9900-3859<br />

sambamaragogo@yahoo.com.br<br />

17 integrantes<br />

Samba <strong>de</strong> Roda Suspiro do Iguape e Grupo<br />

Quilombola do Iguape<br />

R. Monte Alegre, s/n, Santiago do Iguape<br />

Cachoeira<br />

Tel.: (71) 3235-6457, (71) 9923- 0116<br />

ananiasviana@bol.com.br<br />

18 integrantes<br />

Samba <strong>de</strong> Roda Urbano<br />

R. Viscon<strong>de</strong> do Rosário, n°04, Engenho Velho <strong>de</strong><br />

Brotas<br />

Salvador<br />

Tel.: (71) 8823-4710, (71) 3331-8070<br />

sossamba<strong>de</strong>roda@hotmail.com<br />

08 integrantes<br />

Samba <strong>de</strong> Roda Voa Voa Maria<br />

R. da Fruta Pão, nº 87, Matarandiba<br />

Vera Cruz<br />

Tel.: (71) 3684-1156, (71) 9929-0373<br />

ascomat.ba@gmail.com<br />

52 integrantes<br />

Sambadores <strong>de</strong> Mutá (samba <strong>de</strong> roda, são<br />

gonçalo e umbigada)<br />

R. Theodomiro Batista, nº 150, Rio Vermelho<br />

Salvador<br />

Tel: (71) 3240-5315, (71) 9972-5315<br />

davidsonbarlavento@gmail.com<br />

15 integrantes<br />

Samba do Rosário (samba <strong>de</strong> roda)<br />

R. Justino Tibucio <strong>de</strong> Barros, n° 26, Centro<br />

Saubara<br />

Tel.: (71) 9153-7967<br />

nadodorosario@hotmail.com<br />

13 integrantes<br />

Samba Filhos <strong>de</strong> São Francisco (samba corrido)<br />

R. dos Canários, nº 20, Baixa Fria<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel: (71) 8194-0106<br />

22 integrantes<br />

Samba no Pé (samba <strong>de</strong> roda)<br />

Bairro SUDENE<br />

Carinhanha<br />

Tel.: (77)9941-6159<br />

09 integrantes<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

165


Samba<br />

166<br />

Foto Manu Dias/ Acervo AGECOM


Samba Pura Sedução (samba)<br />

R. Sete <strong>de</strong> Setembro, nº 08, Centro<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel: (71) 3651-1871, (71) 8101-6539, (71) 8168-6580<br />

Número <strong>de</strong> integrantes não informado<br />

Samba Raízes <strong>de</strong> São Francisco (samba <strong>de</strong><br />

roda)<br />

R. Policarpo <strong>de</strong> Oliveira, n° 130, Nova São<br />

Francisco<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 3651-1559<br />

27 integrantes<br />

Samba Raízes do Monte (samba corrido)<br />

R. da Brasília, nº 04, Monte Recôncavo<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel: (71) 8286-4949, (71) 9167-7351<br />

25 integrantes<br />

Samba Raízes do Passado (samba chula)<br />

R. Vargem da Meira, s/n, Monte Gordo<br />

Camaçari<br />

Tel.: (71)3621-1588, (71) 9947-6476<br />

secultcamacari@gmail.com<br />

12 integrantes<br />

Socieda<strong>de</strong> Beneficente Amigos <strong>de</strong> Cairu <strong>–</strong><br />

SBAC (samba <strong>de</strong> roda)<br />

Praça Coronel Francisco Ribeiro, n°04, Centro<br />

Cairu<br />

Tel.: (75) 3653-2131, (75) 9933- 8100, (75) 9987-<br />

7954<br />

20 integrantes<br />

Tradisamba (samba <strong>de</strong> roda)<br />

R. Miguel <strong>de</strong> Oliveira, s/n, Tiririca<br />

Camaçari<br />

Tel: (71) 3627-2969, (71) 9995-9478<br />

18 integrantes<br />

Vivaldina Santos Conceição (samba)<br />

R. Francisco Pereira Franco, 70<br />

Lauro <strong>de</strong> Freitas<br />

Tel.: (71) 8190-9702<br />

Zezinho e Sua Gente (samba <strong>de</strong> roda)<br />

R. da Mangueira, nº 122, Campinas<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel: (71) 3651-3765<br />

16 integrantes<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

167


Foto Agência Caixa <strong>de</strong> Fósforo<br />

168<br />

34.Teatro <strong>de</strong> Bonecos,<br />

Bonecões & Mamulengos


O<br />

teatro <strong>de</strong> bonecos ou teatro <strong>de</strong> mamulengos<br />

já existia no Oriente Antigo e difundiuse<br />

pela Europa durante a Ida<strong>de</strong> Média. No<br />

Brasil, chegou com os colonizadores portugueses.<br />

Fixada especialmente em Pernambuco, a tradição se<br />

propagou pelo país através <strong>de</strong> artistas mambembes. Na<br />

atualida<strong>de</strong> nota-se, nas encenações, certa tendência em<br />

abordar questões educativas, sociais e temas relativos<br />

à cidadania. Esse tipo <strong>de</strong> teatro popular se utiliza <strong>de</strong><br />

fantoches, marionetes, bonecões ou bonecos <strong>de</strong> vara<br />

<strong>–</strong> produzidos artesanalmente <strong>–</strong> para representar quase<br />

sempre personagens folclóricos. A tradição foi <strong>de</strong>clarada<br />

patrimônio cultural brasileiro pelo Instituto do Patrimônio<br />

Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em 2009, o que<br />

levou à criação <strong>de</strong> um plano <strong>de</strong> salvaguarda.<br />

Na Bahia, encontra-se atuante o Mamulengo da Bahia<br />

por iniciativa do ator e diretor Elias Bomfim, membro da<br />

Associação Brasileira <strong>de</strong> Teatro <strong>de</strong> Bonecos. O grupo, <strong>de</strong><br />

Salvador, promove oficinas em comunida<strong>de</strong>s carentes<br />

on<strong>de</strong> são confeccionadas <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> bonecões levados<br />

às ruas no Carnaval, em um bloco organizado. Além<br />

disso, o Mamulengo da Bahia <strong>de</strong>senvolveu, nos últimos<br />

anos, técnicas próprias <strong>de</strong> manipulação dos bonecões.<br />

Em Itaberaba, os folcloristas Maria <strong>de</strong> Fátima Araújo e<br />

Luís Cláudio Barbosa representam a Cia. <strong>de</strong> Teatro <strong>de</strong><br />

Bonecos Mãos. A dupla atua há 16 anos e confecciona os<br />

fantoches com diferentes tipos <strong>de</strong> materiais.<br />

Territórios <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

- Baixo Sul<br />

- Médio Rio das Contas<br />

- Piemonte do Paraguaçu<br />

- Região Metropolitana <strong>de</strong> Salvador<br />

Contatos<br />

Cia. De Teatro <strong>de</strong> Bonecos <strong>de</strong> Mãos (teatro <strong>de</strong><br />

bonecos e confecção <strong>de</strong> bonecos)<br />

R. Rubens Ribeiro, 327, Centro<br />

Itaberaba<br />

Tel.: (75) 3251-7096, (75) 9921-6913, (75) 9996-1532<br />

http://cia<strong>de</strong>teatro<strong>de</strong>bonecosmaos.blogspot.com<br />

fat.fatoioa@yahoo.com.br<br />

03 integrantes<br />

Dandoca (bonecões)<br />

Praça da Ban<strong>de</strong>ira, n°01, Cajazeiras<br />

Cairu<br />

Tel: (75)3653-2283, (75) 9965-3129<br />

20 integrantes<br />

Grupo Mamulengo da Bahia (teatro <strong>de</strong> bonecos,<br />

bonecões e confecção <strong>de</strong> bonecos)<br />

Tv. da Ajuda, n°01, Centro<br />

Salvador<br />

Tel.:(71) 3012-1112, (71) 8882-12899<br />

mamulengodabahia@ig.com.br<br />

120 integrantes<br />

Usina Lúdica Jequieense Sétima Trupe (teatro <strong>de</strong><br />

bonecos, bonecões e teatro popular)<br />

R. Nilo Peçanha, nº 258-A, Joaquim Romão<br />

Jequié<br />

Tel.: (71) 8851-3058<br />

alvarooxum@hotmail.com<br />

10 integrantes<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

169


Foto cedida pelo Grupo Associação Pauloafonsina <strong>de</strong> Dança e Teatro<br />

170<br />

35.Teatro <strong>de</strong> Rua<br />

& Teatro Popular


Modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> encenação direcionada a espaços<br />

públicos, o teatro <strong>de</strong> rua ou teatro popular<br />

reúne influências dos folguedos do Nor<strong>de</strong>ste,<br />

das máscaras típicas dos espetáculos medievais e da<br />

commedia <strong>de</strong>ll´arte (gênero teatral surgido na Itália, no<br />

século XV). Esta tradição utiliza-se <strong>de</strong> códigos não-verbais,<br />

como a mímica, técnicas circenses, interativida<strong>de</strong> e<br />

críticas <strong>de</strong> teor político. No Brasil, os primeiros registros<br />

<strong>de</strong> espetáculos <strong>de</strong> rua datam <strong>de</strong> 1961, quando foi criado o<br />

Movimento <strong>de</strong> <strong>Cultura</strong> Popular (MPC), em Pernambuco,<br />

do qual participou o educador Paulo Freire. No mesmo<br />

ano, o surgimento do Centro Popular <strong>de</strong> <strong>Cultura</strong> (CPC),<br />

no Rio <strong>de</strong> Janeiro, capitaneado pelo ator Oduvaldo<br />

Vianna Filho e centrado na revolução social, representou<br />

outro marco no histórico do teatro público brasileiro. O<br />

surgimento da tradição está atrelado, ainda, ao período<br />

da ditadura e teria ocorrido como resposta à repressão.<br />

Naquela época, o teatro popular apresentou muitas<br />

peças que exaltavam os heróis nor<strong>de</strong>stinos lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong><br />

movimentos revolucionários, como Lampião, Antônio<br />

Conselheiro, Padre Cícero e Zumbi dos Palmares. Em<br />

Salvador, foi criado, em 2007, a Re<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Teatro<br />

<strong>de</strong> Rua, articulação formada por 1225 membros. Entre<br />

seus filiados, estão os grupos baianos Gueto Poético e<br />

Movimento <strong>de</strong> Teatro <strong>de</strong> Rua da Bahia.<br />

Territórios <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

- Bacia do Jacuípe<br />

- Baixo Sul<br />

- Extremo Sul<br />

- Litoral Sul<br />

- Itaparica (BA/PE)<br />

- Oeste Baiano<br />

- Piemonte da Diamantina<br />

- Sertão Produtivo<br />

- Velho Chico<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

171


Teatro <strong>de</strong> Rua e Teatro Popular<br />

172<br />

Contatos<br />

Ana Cristina Gomes da Costa (teatro)<br />

Alto da Boa Vista, 245<br />

Itacaré<br />

Tel.: (73) 9971-9148<br />

Associação <strong>Cultura</strong>l Companhia <strong>de</strong> Artes<br />

Cênicas Broz (teatro, dança folclórica, dança<br />

contemporânea e canto)<br />

Nova Fátima<br />

Tel.: (75) 8170-4049<br />

Número <strong>de</strong> integrantes não informado<br />

Agnailton dos Santos Rios (membro da<br />

companhia Broz)<br />

R. Ramiro João <strong>de</strong> Deus, n° 170, Centro<br />

Nova Fátima<br />

Tel.: (75) 8170-4049<br />

Leonardo da Silva Coelho (membro da<br />

companhia Broz)<br />

Centro<br />

Nova Fátima<br />

Tel.: (75)8140-2187<br />

Rafael Ferreira (membro da companhia Broz)<br />

Av. Lomanto Junior, n° 770, Centro<br />

Nova Fátima<br />

Tel.: (75) 8192-8075<br />

Vanessa Trinda<strong>de</strong> dos Santos (membro da<br />

companhia Broz)<br />

R. Ramiro João <strong>de</strong> Deus, n° 170, Centro<br />

Nova Fátima<br />

Tel.: (75) 8122-0955<br />

Associação dos Moradores do Bairro Colina<br />

Ver<strong>de</strong> - AMBACOV (teatro e música)<br />

R. Eugenio Venceslau dos Santos, n°174, Colina<br />

Ver<strong>de</strong><br />

Presi<strong>de</strong>nte Tancredo Neves<br />

Tel.: (73) 8158-7279<br />

Número <strong>de</strong> integrantes não informado<br />

Associação Pauloanfonsina <strong>de</strong> Dança e<br />

Teatro (teatro e xaxado)<br />

Av. André Falcão, 429<br />

Paulo Afonso<br />

Tel.: (75) 3281-1770, (75) 8162-0098<br />

http://apdt-tetaroedanca.blogspot.com<br />

apdt_brasil@yahoo.com.br<br />

16 integrantes<br />

Beatriz Lopes da Silva Amaral (teatro)<br />

R. Ataí<strong>de</strong> Setubal, n° 170<br />

Itacaré<br />

Tel.: (71) 9118-6607<br />

Cilene Rodrigues Xavier (teatro popular)<br />

R. Barão do Rio Branco, n° 85, Assunção<br />

Barra<br />

Tel.: (74) 3662-2799, (74) 8811-5488<br />

neguinhacy@hotmail.com.<br />

Cléber Barros Andra<strong>de</strong> (teatro, dança e canto)<br />

R. da Floresta, n° 164, Serrinha<br />

Jacobina<br />

Tel.: (74) 9199- 1930<br />

clebinho1001@hotmail.com<br />

Companhia Eunapolitana <strong>de</strong> Teatro<br />

(teatro <strong>de</strong> rua)<br />

Av. Demetrio Couto Guerrieri, nº 611, Centro<br />

Eunápolis<br />

(73) 8111-2612<br />

www.virtuososcosta.com<br />

val<strong>de</strong>mir.costa@hotmail.com<br />

Número <strong>de</strong> integrantes não informado<br />

Grupo <strong>de</strong> Teatro<br />

R. Beira Rio, 359, Pimenta


Mascote<br />

Tel.: (73) 3625-5050, (73) 9151-0218<br />

cassandracostasantos12@hotmail.com<br />

12 integrantes<br />

Grupo <strong>de</strong> Teatro Dionísio Artes<br />

R. São Salvador, n° 297, Centro<br />

Jacobina<br />

Tel.: (74) 3621- 2512, (74) 8112-5271<br />

mariodotetatro@hotmail.com<br />

23 integrantes<br />

Grupo <strong>de</strong> Teatro Emergente <strong>de</strong> Caculé<br />

(teatro e cor<strong>de</strong>l)<br />

R. Rui Barbosa, s/n, Centro<br />

Caculé<br />

Tel: (77) 3455-1653<br />

carlinhoswhite1@gmail.com<br />

10 integrantes<br />

Grupo Teatral Art’tu<strong>de</strong><br />

R. Epifânio Luiz Marques, 206, Centro<br />

Mascote<br />

Tel.: (73) 3629-2707<br />

30 integrantes<br />

Grupo Teatral <strong>de</strong> um Sonho à Realida<strong>de</strong><br />

R. Pernambuco, Mimoso I<br />

Luís Eduardo Magalhães<br />

Tel.: (77) 9956-3174<br />

tiagoantonioq@hotmail.com<br />

15 integrantes<br />

Grupo Teatral Sementes da Arte (teatro<br />

popular e teatro <strong>de</strong> rua)<br />

R. Presi<strong>de</strong>nte Kennedy, 146, Centro<br />

Morpará<br />

Tel.: (77) 3663- 2160, (77) 9969-5362<br />

joze13@bol.com.br<br />

15 integrantes<br />

Grupo Teatral Tá na Cara<br />

R. da Conceição, n° 103, Centro<br />

Jacobina<br />

Tel.: (74) 3621-1924<br />

tarcizinhodabahia@gmail.com<br />

20 integrantes<br />

Joabson Emílio Conceição <strong>de</strong> Souza (teatro)<br />

R. Osvaldo Cruz, 258, São João do Paraíso<br />

Mascote<br />

Tel.: (73) 3629-2530<br />

joabson_emilio@hotmail.com<br />

Nazília Soares Ribeiro (teatro)<br />

Av. Antônio Coutinho, s/n, São Geraldo<br />

Caculé<br />

Tel: (77) 8101-5868, (77) 3455-1205<br />

naribeiro@hotmail.com<br />

Teatro <strong>de</strong> Rua <strong>de</strong> Eunápolis<br />

R. Doutor Gravatá, nº 101, Centro<br />

Eunápolis<br />

Tel: (73) 3261-2417, (73) 8151-8244<br />

hermislan<strong>de</strong>@hotmail.com<br />

08 integrantes<br />

Teatro <strong>de</strong> São Sebastião<br />

R. Juracy Magalhães, s/n, Centro<br />

Cairu<br />

Tel.: (75) 3653-5078<br />

10 integrantes<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

173


Foto cedida pelo Grupo Grãos <strong>de</strong> Luz e Griôs<br />

174<br />

36.Tradição Oral<br />

& Griôs


Meio <strong>de</strong> preservação <strong>de</strong> sabedorias, a tradição<br />

oral envolve testemunhos transmitidos<br />

verbalmente <strong>de</strong> uma geração para outra.<br />

Origina-se nos primórdios da história, quando a escrita<br />

não era dominada ou era ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> menor importância<br />

que a fala. A tradição oral é apontada, por pensadores<br />

da cultura na atualida<strong>de</strong>, como <strong>de</strong>tentora da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

cultural mais profunda <strong>de</strong> um povo, constituindo um<br />

patrimônio. Os cânticos indígenas, os versos das cantigas<br />

<strong>de</strong> roda, as lendas, os ‘causos’, as orações e os provérbios<br />

populares são algumas das suas manifestações. Na<br />

Bahia, agentes envolvidos com a cultura popular<br />

atuam como griôs. Esse termo, <strong>de</strong> origem francesa,<br />

<strong>de</strong>signa os mestres andarilhos da África que viajam pelo<br />

continente resgatando histórias entre os mais velhos<br />

para transmiti-las aos mais novos. A organização nãogovernamental<br />

Grãos <strong>de</strong> Luz e Griô, <strong>de</strong> Lençóis, tornouse<br />

conhecida internacionalmente pelo <strong>de</strong>senvolvimento<br />

da ‘pedagogia griô’, método pelo qual multiplicadores<br />

percorrem a Chapada Diamantina, visitando escolas<br />

públicas e contando histórias como estratégia para<br />

fortalecer o aprendizado. Na comunida<strong>de</strong> quilombola <strong>de</strong><br />

Rio das Rãs, em Bom Jesus da Lapa, Seu Chico da Helena<br />

(Francisco Ferreira Magalhães) atua como mestre griô.<br />

Não alfabetizado e com 81 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, Seu Chico, que<br />

também é cantor, <strong>de</strong>clama, nas escolas, importantes<br />

acontecimentos ocorridos na região. Ele também conta<br />

episódios <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque na história do quilombo e compõe<br />

benditos, rezas e loas.<br />

Territórios <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

- Região Metropolitana <strong>de</strong> Salvador<br />

- Sertão Produtivo<br />

- Velho Chico<br />

Contatos<br />

Mestre Seu Chico <strong>de</strong> Helena - Francisco<br />

Ferreira Magalhães (mestre griô, canto e<br />

composição popular)<br />

Comunida<strong>de</strong> Quilombola do Rio das Rãs<br />

R. Doutor Dermeval Almeida, n° 178, São Gotardo<br />

Bom Jesus da Lapa<br />

Tel.: (71) 8859-7890, (77) 8821-9003<br />

tokinhacruz@yahoo.com.br<br />

Doudou Rose Thioune (griô, teatro, canto, músico e<br />

cultura senegalesa)<br />

Terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, São Gonçalo do Retiro<br />

Salvador<br />

Tel: (71) 9991-0620<br />

dare.rose@gmail.com<br />

Jorge <strong>de</strong> Souza Conceição (tradição oral e<br />

animador popular)<br />

R. Gregório <strong>de</strong> Mattos, n°13, Pelourinho<br />

Salvador<br />

Tel.: (71) 9931-9409, (71) 8247-2319<br />

boimulticor@gmail.com<br />

Paulo Sérgio Pereira <strong>de</strong> Araújo (mestre griô,<br />

canto e composição)<br />

Comunida<strong>de</strong> Quilombola do Rio das Rãs<br />

R. Doutor Dermeval Almeida, n° 178, São Gotardo<br />

Bom Jesus da Lapa<br />

Tel.: (71) 8859-7890, (77) 8821-9003<br />

tokinhacruz@yahoo.com.br<br />

Van<strong>de</strong>rlei Pereira Dias (griô e contador <strong>de</strong> ‘causos’)<br />

R. Mém <strong>de</strong> Sá, n° 11, Estação<br />

Caculé<br />

Tel: (77) 3455-2453, (77) 3455-1653, (77) 8104-6138<br />

<strong>de</strong>leydias@hotmail.com<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

175


Foto Taiane Oliveira<br />

176<br />

37.Destaque & Diversos


Nesse capítulo estão relacionados grupos e<br />

indivíduos que, stricto sensu, não se enquadram<br />

<strong>de</strong> maneira bem <strong>de</strong>finida no espectro da<br />

cultura popular, mas que preencheram <strong>de</strong>vidamente<br />

o formulário, respon<strong>de</strong>ndo à chamada pública para o<br />

cadastramento estadual realizado em 2010. A edição não<br />

se sentiu no direito <strong>de</strong> excluí-los do presente trabalho.<br />

Embora alguns <strong>de</strong>les pertençam a manifestações<br />

culturais ou exerçam ativida<strong>de</strong>s que margeiam este<br />

espectro, não se tratam, <strong>de</strong> fato, <strong>de</strong> representantes<br />

das tradições populares. Ainda assim, todos po<strong>de</strong>m ser<br />

conhecidos pelo leitor e ficam aqui registrados.<br />

Também nesse capítulo, a edição <strong>de</strong>staca a etnomusicóloga,<br />

pesquisadora e colecionadora Emilia Biancardi, que efetuou<br />

o cadastramento, em razão da importância do seu trabalho<br />

<strong>de</strong> registro, <strong>de</strong>fesa e promoção das culturas populares na<br />

Bahia. Pesquisadora reconhecida no tema, Emilia é, ainda,<br />

compositora e diretora musical. A folclorista, exemplo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>dicação à preservação da memória cultural do país, já<br />

lançou importantes obras sobre o tema. Como estudiosa<br />

da música folclórica, mantém a Coleção <strong>de</strong> Instrumentos<br />

Musicais Tradicionais Emília Biancardi, acervo composto por<br />

mais <strong>de</strong> 1mil instrumentos artesanais provenientes <strong>de</strong> todo<br />

o mundo.<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

177


Destaque<br />

178<br />

Emília Biancardi<br />

Foto Gina Leite/ Acervo Coleção Emília Biancardi<br />

Emília Biancardi Ferreira (folclorista, etnomusicóloga<br />

e colecionadora)<br />

R. Doutor Rômulo Serrano, nº 126, Rio Vermelho<br />

Salvador<br />

Tel: (71) 3334-7834, (71) 8847-0925<br />

http://www.colecaoemiliabiancardi.blogspot.com<br />

colecaoemiliabiancardi@gmail.com


Contatos<br />

Adalberto Barbosa Lemos (música)<br />

R. Marechal Castelo Branco, 143<br />

Mascote<br />

Tel.: (73) 8114-5958<br />

A<strong>de</strong>nilton Conceição <strong>de</strong> Jesus (artes plásticas)<br />

R. Eugenio Venceslau, n°157, Colina Ver<strong>de</strong><br />

Presi<strong>de</strong>nte Tancredo Neves<br />

Tel.: (73) 8158-4495<br />

Aldo Conceição Costa (canto)<br />

Povoado <strong>de</strong> Curralinho, s/n<br />

Caturama<br />

Tel.: (77) 3650-1122<br />

Antonio Carlos Santana (locução)<br />

R. Wellington Nunes, n° 27, Centro<br />

Presi<strong>de</strong>nte Tancredo Neves<br />

Tel.: (73) 3540-1259, (73) 8138-2707<br />

Aristelma Reis <strong>de</strong> Jesus Araújo (canto)<br />

R. Tiago <strong>de</strong> Sena, s/n<br />

Água Fria<br />

Tel.: (75) 3293-1016<br />

aristelmaemanuely@hotmail.com<br />

Associação Folclórica Humaitá<br />

Barra<br />

Tel.: (74) 9964-2731<br />

noeliton2008@hotmail.com<br />

Banda <strong>de</strong> Música Municipal Guerreiros<br />

do Oeste<br />

R. Mato Grosso, Quadra 14, Lote 17<br />

Luís Eduardo Magalhães<br />

Tel.: (77) 8125-3515<br />

guerreirosdooeste@yahoo.com.br<br />

115 integrantes<br />

Carlos Liberato Silveira Santos<br />

(artes plásticas e <strong>de</strong>coração)<br />

R. Sebastião Alves Santana, 128<br />

Urandi<br />

Telefone não informado<br />

Clau<strong>de</strong>miro <strong>de</strong> Jesus Cerqueira (pintura)<br />

R. Danzinho Dantas, 09<br />

Irará<br />

Tel.: (75) 8109-1364<br />

Clau<strong>de</strong>nis <strong>de</strong> Souza Caires (canto)<br />

R. dos Quartéis, n°90, Centro<br />

Botuporã<br />

Tel.: (77) 3678- 2104<br />

Cleiton Alexandre Souza Silva (<strong>de</strong>senho)<br />

R. da Entrada, s/n, Quixabá<br />

Glória<br />

Tel.: (75) 3656-5088<br />

Clériston Teixeira Chaussê (canto)<br />

R. Dr. João Ribeiro Vargens, 416, Centro<br />

Mascote<br />

Tel.: (71) 9268-9064<br />

kekeuchausse@hotmail.com<br />

Davi <strong>de</strong> Jesus Silva (<strong>de</strong>coração)<br />

R. Henrique Cruz, n°79, Centro<br />

Botuporã<br />

Tel.: (77) 3678- 2149<br />

Dinamar Ferreira dos Santos (pintura)<br />

R. do Lamarão, Barra<br />

Água Fria<br />

Tel.: (75) 8191-9279<br />

dinamarartes10@hotmail.com<br />

Dione Trinda<strong>de</strong> Bomfim (pintura em tecido)<br />

R. Rui Barbosa, s/n, Centro<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

179


Diversos<br />

180<br />

Caturama<br />

Tel.: (77) 3650-1122, (77) 9949-4916,<br />

Doralúcia Nogueira Almeida (pintura)<br />

Pituba 2<br />

Itacaré<br />

Tel.: (73) 9196-8524<br />

Edielmo Santos Silva (pintura e <strong>de</strong>senho)<br />

Fazenda Gameleira<br />

Igaporã<br />

Tel.: (77) 3460-1161, (77) 9136-5119<br />

Ednaldo Munis <strong>de</strong> Jesus (locução)<br />

R. Antonio Edson, s/n, Nova Esperança<br />

Presi<strong>de</strong>nte Tancredo Neves<br />

Telefone não informado<br />

Elaine Batista Santana (artes plásticas)<br />

Presi<strong>de</strong>nte Tancredo Neves<br />

Tel.: (73) 8133-3057<br />

Escola <strong>de</strong> Arte <strong>Cultura</strong>l Gérard (escultura)<br />

Barra<br />

Tel.: (74) 3662-3372<br />

Número <strong>de</strong> integrantes não informado<br />

Escola <strong>de</strong> Música e Lira Deolindo Lima<br />

Barra<br />

Tel.: (74) 3662-3207<br />

Número <strong>de</strong> integrantes não informado<br />

Evaldo Almeida Santos (artes plásticas)<br />

Tv. Moisés Ávila, Centro<br />

Esplanada<br />

Tel.: (75) 9955- 7283<br />

Evanaldo Campos Barreto (canto)<br />

Praça Lamanto, s/n, Centro<br />

Nova Canaã<br />

Tel.: (73) 8844-2595<br />

nelsoncanaa@hotmail.com<br />

Fagner Silva Oliveira (canto e música)<br />

R. do Lajeado,11, Xavier<br />

Urandi<br />

Tel.: (77) 3456- 2449, (77) 9127-0642<br />

fagnersilva07@hotmail.com<br />

Fernando Antônio Ferreira<br />

(composição popular)<br />

R. José Amâncio Filho, s/n<br />

Abaré<br />

Tel.: (75) 3287- 2222, (75) 9102-4541<br />

fernando.barbalha@hotmail.com<br />

Flautinha Doce <strong>de</strong> Água Fria (música)<br />

R. do Irará, 127, Barra<br />

Água Fria<br />

Tel.: (75) 8132-0862, (75) 3294-2117<br />

danylassis@hotmail.com<br />

15 integrantes<br />

Flávio Paciência Soares (<strong>de</strong>senho)<br />

R. Babilônia, n° 257, Centro<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 3651- 3125, (71) 8824-0685<br />

Grupo Coral Talentos e Coral Emoções<br />

(música)<br />

Av. Doutor João Pessoa, s/n, Centro<br />

Maracás<br />

Tel: (73) 3533-2121, (73) 9124-9923<br />

valpel<strong>de</strong>s.barbosa@hotmail.com<br />

20 integrantes (Coral Talentos) e 30 integrantes<br />

(Coral Emoções)<br />

Grupo Criar’t (pintura em tecido e tela)<br />

R. Tanquinho, n° 41, Núcleo Habitacional<br />

Teofilândia<br />

Tel: (75) 3268-2481, (75) 9990-8977


antoniaban<strong>de</strong>ira@hotmail.com<br />

03 integrantes<br />

Grupo <strong>de</strong> Coreografia Gospel- SKEFOS<br />

(gospel)<br />

R. Senhor do Bonfim, 548, Mimoso 2<br />

Luís Eduardo Magalhães<br />

Tel.: (77) 9955-1625<br />

11 integrantes<br />

Grupo <strong>de</strong> Dança Dançarte<br />

R. Beira Rio, 359, Pimenta<br />

Mascote<br />

Tel.:(73) 3625-5050, (73) 9151-0218<br />

cassandracostasantos12@hotmail.com<br />

10 integrantes<br />

Grupo Konearte (artes plásticas)<br />

Tv. Getulio Vargas, n° 04, Centro<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 3651- 1248, (71) 8844-8864<br />

konearte@hotmail.com<br />

30 integrantes<br />

Heleno Santos <strong>de</strong> Souza (locução)<br />

R. Antonio Edson, n° 15, Nova Esperança<br />

Presi<strong>de</strong>nte Tancredo Neves<br />

Tel.: (73) 8152-6630, (73) 3540- 1327<br />

Henrique Cardoso Lessa (pintura)<br />

R. Princesa Isabel, n° 47, Japão<br />

Presi<strong>de</strong>nte Tancredo Neves<br />

Tel.: (73) 8155-8162<br />

Hérica Oliveira dos Santos (canto)<br />

R. Marechal Castelo Branco, 505, São João do<br />

Paraíso<br />

Mascote<br />

Tel.: (73) 3629- 2085<br />

hericavocal@hotmail.com<br />

Irací Gomes da Silva (artes plásticas)<br />

Loteamento Elizeu P. da Silva<br />

Água Fria<br />

Tel.: (75) 8115- 6378<br />

Itatiaia Albuquerque Pereira (música)<br />

R. 28 <strong>de</strong> Setembro, n°16, Centro<br />

Aratuípe<br />

Tel.: (75)3647-2123<br />

taty.brasavilly@hotmail.com<br />

Jairo <strong>de</strong> Jesus Santos (música)<br />

R. Bela Vista, s/n, Chafariz<br />

Presi<strong>de</strong>nte Tancredo Neves<br />

Tel.: (73) 8164-2277, (73) 8146-8109<br />

Jéssica da Silva Leite (canto)<br />

R. Rui Barbosa, s/n, Centro<br />

Caturama<br />

Tel.: (77) 3650-1272, (77) 9978-4694<br />

Jéssica Lopes Silva (manicure e cabelo)<br />

Tv. Sete <strong>de</strong> Setembro, s/n, Rui Barbosa<br />

Água Fria<br />

Tel.: (75) 8139-9929<br />

Joana Santos <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> (pintura, <strong>de</strong>senho<br />

e poesia)<br />

R. São Miguel, n° 12<br />

Itacaré<br />

Tel.: (73) 9915- 9362<br />

01 integrante<br />

Joelson Almeida Costa (escultura)<br />

R. Projetada C, s/n<br />

Urandi<br />

Tel.: (77) 9137-2686<br />

joecosta17@yahoo.com.br<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

181


Diversos<br />

182<br />

José Carlos Ban<strong>de</strong>ira (escultura)<br />

Comunida<strong>de</strong> Santo Antonio, s/n<br />

Botuporã<br />

Tel.:(77) 3678-2363<br />

José Luís Nascimento Cristino Neto<br />

(artes plásticas)<br />

R. Bom Destino, s/n, Centro<br />

Caturama<br />

Tel.: (77) 3650-1120<br />

José Ramos Vieira (música)<br />

Fazenda Baixa <strong>de</strong> Mina<br />

Água Fria<br />

Tel.: (75) 8156-8430<br />

José Sérgio Macedo Santana (metalurgia)<br />

Av. Laurinda Cardoso, s/n, Centro<br />

Caturama<br />

Tel.: (77) 9948-4494<br />

Josia Santiago <strong>de</strong> Souza (artes plásticas)<br />

R. Conêgo Silvio Silvino, n°44, Centro<br />

Aratuípe<br />

Tel.:. (75) 3647-2250, (75) 8152-9487<br />

josia_santiago@bol.com.br<br />

Josias Silva Morais (composição e canto)<br />

R. Ramiro Gran<strong>de</strong>, n° 230, Divinéia<br />

São José do Jacuípe<br />

Tel.: (74) 8107-3886<br />

Juliana Xavier Feitoza (<strong>de</strong>senho e pintura)<br />

Brejo do Burgo, n° 52<br />

Glória<br />

Tel.: (75) 3686-1016<br />

Júlio Lus da Conceição (canto)<br />

R. Valença, s/n, Colina Ver<strong>de</strong><br />

Presi<strong>de</strong>nte Tancredo Neves<br />

Tel.: (73) 8144-9563<br />

Juracy Santos Barbosa (música)<br />

Monte Recôncavo, n° 34,<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 3652- 2057, (71) 9182-2350<br />

juracy.barbosa@yahoo.com.br<br />

14 integrantes<br />

Leonardo da Silva Souza (canto e música)<br />

R. Mariana Silva Meira, nº 158, Boa Vista<br />

Maracás<br />

Tel: (73) 3533-2403, (73) 8849-8341<br />

Leonel Chagas Amaral (maestro e composição)<br />

Av. Ruy Barbosa, s/n,<br />

Barra<br />

Tel.: (74) 3662-2143, (74) 3662-3207<br />

Luana Menezes Souza (canto e instrumento)<br />

Av. A<strong>de</strong>lso Araújo Borges, s/n, Centro<br />

Presi<strong>de</strong>nte Tancredo Neves<br />

Tel.: (73) 8102-1933<br />

Lucas Mateus Santos Souza (música)<br />

R. Raul Seixas, n° 177, Centro<br />

Presi<strong>de</strong>nte Tancredo Neves<br />

Telefone não informado<br />

Luciano Rodrigues dos Santos (<strong>de</strong>senho e<br />

pintura em tela)<br />

R. Dois <strong>de</strong> Julho, 154<br />

Urandi<br />

Tel.: (77) 9121- 4201<br />

lucianorodrigues44@yahoo.com.br<br />

Lucila Assis Albuquerque dos Santos<br />

(artes plásticas)<br />

R. Vinte e Oito <strong>de</strong> Setembro, n°16, Centro<br />

Aratuípe<br />

Tel .: (75) 3647- 2123, (75) 8838-8958


Luiz Henrique <strong>de</strong> Jesus Carvalho (<strong>de</strong>senho)<br />

R. Juvenal Eugênio <strong>de</strong> Queiroz, n° 125 A, Baixa<br />

Fria<br />

São Francisco do Con<strong>de</strong><br />

Tel.: (71) 3651-1624, (71) 8208- 2304<br />

Manuel Santos das Virgens (pintura)<br />

R. Dois <strong>de</strong> Julho, n° 93, Ginásio<br />

Presi<strong>de</strong>nte Tancredo Neves<br />

Telefone não informado<br />

Mariza Souza Macedo (canto)<br />

R. Artur Antônio Costa, s/n, Centro<br />

Caturama<br />

Tel.: (77) 3650-1272, (77) 9958-8842<br />

Nayara Laurinda Almeida Oliveira (canto)<br />

R. Agenor Brandão, s/n, Centro<br />

Caturama<br />

Tel.: (77) 9962-2964<br />

Nédson Augusto Santos Pereira (música)<br />

R. Vinte e Oito <strong>de</strong> Setembro, n°16, Centro<br />

Aratuípe<br />

Tel.: (75) 3647-2110, (75) 8103-2198,<br />

(75) 8837-8688<br />

nedsonaugusto@hotmail.com<br />

Nicole Rhauana Nascimento Nery (canto)<br />

R. Geovane Ferreira da Silva, 20, Centro<br />

Mascote<br />

Tel.: (73) 3629-2444<br />

Nilson Aparecido Dias (canto e composição)<br />

Praça Acúrcio <strong>de</strong> Oliveira, s/n, Centro<br />

Botuporã<br />

Tel.: (77) 3678-2363<br />

Pedro Correia Reis (canto e composição)<br />

Av. Rui Barbosa, n° 248, Alto da Santa Cruz<br />

Barra<br />

Tel.: (74) 3662-1096, (74) 8828-3119<br />

Quarteto Sinuhs (música gospel)<br />

BR 101, 1ª Travessa, 285, São João do Paraíso<br />

Mascote<br />

Tel.: (73) 8114-5958<br />

acs.sinuhs@hotmail.com<br />

04 integrantes<br />

Rafael Amaral Rodrigues (canto)<br />

Centro<br />

Igaporã<br />

Tel.: (77) 3460-1529<br />

rafael.bb2007@hotmail.com<br />

Raimundo Rodrigues Silva <strong>–</strong> Projeto Domingão<br />

do Estudante (projeto recreativo)<br />

Av. Ipiranga, nº 241, Centauro<br />

Eunápolis<br />

Tel: (73) 8126-3312<br />

prof.raymundo@hotmail.com<br />

Reinaldo <strong>de</strong> Albuquerque Teixeira (artes plásticas)<br />

Barra<br />

Tel.: (74) 3662-3207, (74) 9994-0744, (74) 8818-2264<br />

reialbuquerque@hotmail.com<br />

Roberto Rodrigues dos Santos<br />

(música e canto)<br />

R. Alto da Colina, n° 627, Ginásio<br />

Presi<strong>de</strong>nte Tancredo Neves<br />

Telefone não informado<br />

Rozenito Conceição <strong>de</strong> Jesus<br />

(pintura <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>)<br />

R. Eugenio Venceslau, n°157, Colina Ver<strong>de</strong><br />

Presi<strong>de</strong>nte Tancredo Neves<br />

Tel.: (73) 8149-7182<br />

Catálogo <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> & <strong>I<strong>de</strong>ntitárias</strong> da Bahia 2010<br />

183


Diversos<br />

184<br />

Rui Martins da Silva (música e composição)<br />

Av. Pedro Nolasco <strong>de</strong> Pinho, 41, Centro<br />

Irará<br />

Tel.: (75) 3247-2396, (75) 8112-3314<br />

ruyms@ig.com.br<br />

Samuel Silva <strong>de</strong> Oliveira (música)<br />

R. São Francisco, Quadra 123, lote 17, Mimoso I<br />

Luís Eduardo Magalhães<br />

Tel.: (77) 3628- 0070, (77) 3639- 0651<br />

dyanaprates@hotmail.com<br />

Socieda<strong>de</strong> <strong>Cultura</strong>l Recreativa B. Valver<strong>de</strong><br />

(oficinas <strong>de</strong> música, teatro e dança)<br />

R. Alberto Nogueira, 05<br />

Irará<br />

Tel .: (75) 8105-2966<br />

80 integrantes<br />

Valdinei Machado <strong>de</strong> Souza (canto)<br />

R. Marechal Castelo Branco/São João do Paraíso,<br />

21, Bairro Novo<br />

Mascote<br />

Tel.: (73) 3629-2034<br />

neymusic10@hotmail.com<br />

Vitória Silva Pereira (pintura)<br />

R. Santos Dumond, 241<br />

Urandi<br />

Tel.: (77) 3456-2362, (77) 9199- 4569


185


apêndice


Websites Institucionais<br />

Centro Nacional do Folclore e <strong>Cultura</strong> Popular - http://www.cnfcp.gov.br<br />

Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Museus (Ibram) - http://www.museus.gov.br<br />

Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) - http://www.iphan.gov.br<br />

Fundação Casa <strong>de</strong> Jorge Amado - http://www.fundacaojorgeamado.com.br<br />

Fundação Casa <strong>de</strong> Rui Barbosa - http://www.casaruibarbosa.gov.br<br />

Fundação <strong>Cultura</strong>l do Estado da Bahia (Funceb) - http://www.fundacaocultural.ba.gov.br<br />

Fundação <strong>Cultura</strong>l Palmares <strong>–</strong> http://www.palmares.gov.br<br />

Fundação Gregório <strong>de</strong> Matos - http://www.culturafgm.salvador.ba.gov.br<br />

Fundação Nacional <strong>de</strong> Artes (Funarte) - http://www.funarte.gov.br<br />

Ministério da <strong>Cultura</strong> <strong>–</strong> http://www.cultura.gov.br e http://www.cultura.gov.br/culturaviva/<br />

Itaú <strong>Cultura</strong>l - www.itaucultural.org.br<br />

Instituto <strong>de</strong> Humanida<strong>de</strong>s, Artes e Ciências Professor Milton Santos - http://www.ihac.ufba.br<br />

Instituto <strong>de</strong> Radiodifusão Educativa da Bahia - http://www.ir<strong>de</strong>b.ba.gov.br<br />

Instituto do Patrimônio Artístico e <strong>Cultura</strong>l da Bahia - www.ipac.ba.gov.br<br />

Museu Carlos Costa Pinto - http://www.museucostapinto.com.br<br />

Museu <strong>de</strong> Arte Mo<strong>de</strong>rna da Bahia - http://www.mam.ba.gov.br<br />

Palacete das Artes - http://palacetedasartesrodinbahia.blogspot.com<br />

<strong>Secretaria</strong> <strong>de</strong> <strong>Cultura</strong> do Estado da Bahia - http://www.cultura.ba.gov.br<br />

Teatro Castro Alves - www.tca.ba.gov.br<br />

Teatro Vila Velha - www.teatrovilavelha.com.br<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Bahia (Programa Multidisciplinar <strong>de</strong> Pós-Graduação em <strong>Cultura</strong><br />

e Socieda<strong>de</strong>) - http://www.poscultura.ufba.br


Diversos<br />

Almanaque Brasil - http://www.almanaquebrasil.com.br<br />

Balé Folclórico da Bahia - http://www.balefolcloricodabahia.com.br<br />

Brasil Channel - http://www.brasilchannel.com.br/brasil<br />

Brasil <strong>Cultura</strong> - http://www.brasilcultura.com.br<br />

Brasil Escola - http://www.brasilescola.com<br />

Brasil Folclore - http://www.brasilfolclore.hpg.ig.com.br<br />

Capoeira do Brasil - http://www.capoeiradobrasil.com.br<br />

Carta das <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> -<br />

http://www.cultura.gov.br/site/2009/10/09/carta-das-culturas-populares/<br />

Carta Sul-Americana das <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> - http://culturadigital.br/setorialculturaspopulares/<br />

files/2010/02/2008-Carta-Sul-Americana-das-<strong><strong>Cultura</strong>s</strong>-<strong>Populares</strong>-Caracas-2008-Portugues-BR.pdf<br />

Centro <strong>Cultura</strong>l Capoeira Baiana - http://www.capoeirabaiana.net<br />

Censo <strong>Cultura</strong>l da Bahia - http://www.censocultural.ba.gov.br<br />

Conselho Estadual <strong>de</strong> <strong>Cultura</strong> - http://conselho<strong>de</strong>culturaba.wordpress.com<br />

<strong>Cultura</strong> e Mercado - http://www.culturaemercado.com.br<br />

<strong>Cultura</strong> Popular - http://culturapopular2.blogspot.com<br />

Encontro <strong>de</strong> Estudos Multidisciplinares em <strong>Cultura</strong> - http://www.enecult.ufba.br<br />

Espaços <strong>Cultura</strong>is - http://espacosculturais.wordpress.com<br />

Festas da Bahia - http://www.festasdabahia.com<br />

Ilê Ayê - http://www.ileaiye.org.br<br />

Folclore - http://www.lendorelendogabi.com<br />

Monografias - http://br.monografias.com/trabalhos/cultura-popular/cultura-popular.shtml<br />

Overmundo - www.overmundo.com.br<br />

Pelourinho <strong>Cultura</strong>l <strong>–</strong> http://www.pelourinho.ba.gov.br<br />

Projeto <strong>de</strong> Iniciação Musical <strong>–</strong> http://www.projetopim.com<br />

Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong><strong>Cultura</strong>s</strong> <strong>Populares</strong> - http://re<strong>de</strong>cp.ning.com<br />

Revista da Bahia - http://www.fundacaocultural.ba.gov.br/05/in<strong>de</strong>x.html<br />

Revista Museu - http://www.revistamuseu.com.br<br />

Revista do Patrimônio - http://revista.iphan.gov.br


Este catálogo foi produzido entre<br />

agosto e setembro <strong>de</strong> 2010, impresso<br />

pela gráfica Liceu <strong>de</strong> Recife. Nos<br />

textos foram utilizadas as tipografias<br />

Candara nos corpos 9pt, 10pt, 11pt<br />

e 12pt, nas variações regular, bold,<br />

italic e bold italic; Comfortaa nos<br />

corpos 12pt, 14 pt, 18pt e 30pt nas<br />

variações regular e bold; Courrier<br />

New nos corpos 11pt, 12pt e 24pt,<br />

nas variações regular e bold. Todo<br />

o texto foi impresso sobre o papel<br />

couché fosco 120g/m².

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