01.01.2014 Views

Caderno do Professor Arte e Meio Ambiente - Educadores

Caderno do Professor Arte e Meio Ambiente - Educadores

Caderno do Professor Arte e Meio Ambiente - Educadores

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Apresentação<br />

Caros <strong>Professor</strong>es:<br />

Um baú é sempre lugar de memórias, que inspira o olhar, a busca, o tato, a<br />

descoberta. Aliás, o bauzinho é um elemento recorrente na obra de Candi<strong>do</strong><br />

Portinari e também um objeto que fez parte integrante da vida <strong>do</strong> artista.<br />

Em suas memórias de infância, ele evoca as lembranças das avós – as<br />

noninhas italianas que, chegan<strong>do</strong> ao Brasil no final <strong>do</strong> século XIX, traziam,<br />

como era hábito na época, um baú de folha de flandres que continha to<strong>do</strong>s<br />

os seus pertences. Esse baú passava a fazer parte <strong>do</strong> mobiliário da humilde<br />

casa <strong>do</strong>s colonos e servia também para guardar as cartas, as fotos, as recordações<br />

que chegavam da família e <strong>do</strong>s amigos que ficaram na Itália.<br />

Neste nosso bauzinho, vocês estão receben<strong>do</strong> um farto material para enriquecer<br />

ainda mais o trabalho que já desenvolvem com seus alunos em sala de aula.<br />

gua Portuguesa, História, Geografia, Ciências e <strong>Arte</strong>s, de forma interdisciplinar.<br />

Permean<strong>do</strong> o trabalho com essas disciplinas, princípios de Ética estão<br />

presentes nas atividades já que a preocupação com as relações harmoniosas<br />

entre to<strong>do</strong>s os seres é o objetivo maior de nossa proposta. Unin<strong>do</strong> Ética e Estética,<br />

a Consciência e a Prática Ambiental caminham de mãos dadas com<br />

a <strong>Arte</strong> neste bauzinho.<br />

Essas atividades integradas visam a estimular e desenvolver as seguintes capacidades<br />

e habilidades, essenciais na relação <strong>do</strong> Homem com o mun<strong>do</strong>: observação;<br />

análise; síntese; interpretação; senso crítico; expressão oral, escrita<br />

(literária e não literária) e gestual; comunicação; cooperação; senso estético;<br />

criatividade.<br />

tura de textos para reflexão, troca de ideias, debates; criação pelos<br />

alunos de seus próprios textos; diálogo entre várias manifestações de<br />

linguagem; ações de preservação ambiental; contação de histórias;<br />

dramatizações; invenções; brincadeiras; visitas; pesquisas em diferentes<br />

áreas <strong>do</strong> conhecimento, entre outras.<br />

4. Anexos – sugestões de atividades complementares; informações sobre técnicas,<br />

estilos e movimentos artísticos; da<strong>do</strong>s sobre algumas técnicas usadas<br />

por Candi<strong>do</strong> Portinari.<br />

5. Notas e bibliografia.<br />

O público-alvo<br />

Dentro dele encontram-se :<br />

– 22 pranchas com reproduções <strong>do</strong>s quadros de Candi<strong>do</strong> Portinari, estuda<strong>do</strong>s<br />

quan<strong>do</strong> da estada <strong>do</strong> caminhão <strong>do</strong> projeto “Portinari para To<strong>do</strong>s” com a<br />

exposição “Portinari, <strong>Arte</strong> e <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong>” em sua cidade.<br />

– Um <strong>Caderno</strong> <strong>do</strong> <strong>Professor</strong>, com propostas de atividades que pretendem ser um<br />

des<strong>do</strong>bramento <strong>do</strong> que foi realiza<strong>do</strong> pessoalmente com a visita <strong>do</strong> caminhão.<br />

– Um livreto de cordel, de João Batista Melo, que aborda um assunto urgente:<br />

a necessidade de se cuidar da água, esse bem precioso.<br />

– O livro Plantan<strong>do</strong> uma amizade, de Rubens Matuck, que fala <strong>do</strong> plantio<br />

de árvores e de afetos.<br />

– Um punha<strong>do</strong> de sementes de ipê, árvore tão comum neste Brasil, para<br />

que vocês com seus alunos possam plantar, além das árvores, as ideias de<br />

preservação e de vida.<br />

O <strong>Caderno</strong> <strong>do</strong> <strong>Professor</strong><br />

Os fios condutores deste projeto – a pintura de Candi<strong>do</strong> Portinari e o<br />

meio ambiente – permitem desenvolver neste <strong>Caderno</strong> conteú<strong>do</strong>s de Lín-<br />

A estrutura <strong>do</strong> <strong>Caderno</strong><br />

1. Cronobiografia de Candi<strong>do</strong> Portinari, para que professores e alunos conheçam<br />

melhor a vida e a obra desse grande artista, ao mesmo tempo tão<br />

brasileiro e tão universal.<br />

2. “A Carta da Terra”, reforçan<strong>do</strong> os princípios de paz, de construção, de cuida<strong>do</strong>,<br />

de inclusão, que o Projeto Portinari pretende difundir.<br />

3. Cinco módulos, que abordam questões importantes ligadas ao meio ambiente,<br />

a partir <strong>do</strong>s seguintes temas centrais: a relação <strong>do</strong>s seres humanos<br />

com o espaço em que vivem; a água; os recursos minerais; as florestas e a<br />

fauna; o equilíbrio entre os seres humanos.<br />

Cada módulo divide-se em duas partes:<br />

1ª. Reflexões e leituras de quadros de Candi<strong>do</strong> Portinari – a serem<br />

orientadas pelos professores. Este material foi trabalha<strong>do</strong> pessoalmente<br />

pelas arte-educa<strong>do</strong>ras à época da passagem <strong>do</strong> caminhão.<br />

Agora vocês podem retornar a ele sempre que necessário.<br />

2ª. Atividades integradas – a serem realizadas pelos estudantes: lei-<br />

O material didático foi elabora<strong>do</strong> consideran<strong>do</strong> uma faixa escolar bem diversificada:<br />

alunos <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> segmento <strong>do</strong> Ensino Fundamental (<strong>do</strong> sexto ao<br />

nono ano), <strong>do</strong> Ensino Médio e da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Ten<strong>do</strong><br />

em vista essa abrangência, estabelecemos um código para os roteiros:<br />

• questões apropriadas para todas as idades;<br />

• questões mais apropriadas para maiores de 14 anos.<br />

O professor, no entanto, melhor que ninguém, saberá selecionar o material<br />

da maneira mais adequada em função da realidade das turmas. Assim, poderá<br />

desenvolver ou simplificar, adaptar, enfim, as atividades, dependen<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> interesse e da maturidade <strong>do</strong>s alunos, como também <strong>do</strong>s recursos didáticos<br />

disponíveis.<br />

Concluin<strong>do</strong>, o Projeto Portinari espera que vocês – professores com seus<br />

alunos – encontrem dentro deste Bauzinho a <strong>Arte</strong>, a Educação, a Inclusão<br />

Social e o desejo de preservar o planeta – casa de to<strong>do</strong>s nós. E tu<strong>do</strong> isso sob<br />

a inspiração <strong>do</strong> grande artista Candi<strong>do</strong> Portinari, que soube amar a to<strong>do</strong>s os<br />

seres e os eternizou por meio de sua pintura imortal.<br />

1


Cronobiografia (1903-1962)<br />

2<br />

1903<br />

Candi<strong>do</strong> Portinari nasceu no dia 29 de dezembro, numa<br />

fazenda de café, perto da cidade de Bro<strong>do</strong>wski, no Esta<strong>do</strong> de<br />

São Paulo. Filho de imigrantes italianos, de origem humilde, recebeu apenas<br />

a instrução primária e desde criança manifestou sua vocação artística.<br />

1913<br />

Carlos Gomes.<br />

1919<br />

Com dez anos de idade, Candinho, como era chama<strong>do</strong> pela<br />

família, faz o seu primeiro desenho conheci<strong>do</strong>: o Retrato de<br />

Decidi<strong>do</strong> a tornar-se pintor, Portinari muda-se para o Rio<br />

de Janeiro e ingressa, no ano seguinte, na Escola Nacional<br />

de Belas <strong>Arte</strong>s (ENBA), instituição que seguia padrões estéticos bastante conserva<strong>do</strong>res.<br />

1924<br />

O quadro Baile na<br />

Roça, primeira obra<br />

de Portinari com temática brasileira,<br />

é recusa<strong>do</strong> pelo júri <strong>do</strong> Salão Nacional<br />

de Belas <strong>Arte</strong>s.<br />

1928<br />

Com o Retrato <strong>do</strong> Poeta Olegário Mariano, Portinari conquista<br />

o Prêmio de Viagem à Europa. O poeta brasileiro<br />

Manuel Bandeira escreve que o pintor há muito merecia esse reconhecimento,<br />

mas sempre fora prejudica<strong>do</strong> por suas tendências modernizantes.<br />

1929<br />

Rio de Janeiro.<br />

Antes de embarcar para a França, faz sua primeira exposição<br />

individual, com 25 retratos, no Palace Hotel <strong>do</strong><br />

1930<br />

No meio artístico parisiense, conhece<br />

Maria Victória Martinelli, jovem uruguaia<br />

que será sua companheira por toda a vida.<br />

Após ter visto tantos museus, declara que quer mesmo é<br />

pintar a sua gente simples de Bro<strong>do</strong>wski “com aquela roupa<br />

e aquela cor”.<br />

1931<br />

Portinari volta decidi<strong>do</strong> a retratar nas suas telas os temas<br />

nacionais, superan<strong>do</strong> aos poucos sua formação acadêmica<br />

e fundin<strong>do</strong> a ciência antiga da pintura a uma personalidade moderna e experimentalista.<br />

1932<br />

Faz sua primeira exposição individual, após a volta da Europa,<br />

onde apresenta obras de temática brasileira – cenas<br />

de infância, circos, cirandas.<br />

1935<br />

Obtém o primeiro<br />

reconhecimento<br />

internacional, conquistan<strong>do</strong><br />

a Segunda Menção<br />

Honrosa na exposição internacional<br />

<strong>do</strong> Carnegie Institute de<br />

Pittsburgh, nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s,<br />

com a tela Café, retratan<strong>do</strong> uma cena de colheita típica de sua região de<br />

origem. Nessa obra, o pintor já revela sua inclinação muralista, que irá<br />

consolidar-se nos anos seguintes.<br />

1936<br />

– 1938 Portinari executa quatro grandes painéis para o<br />

Monumento Ro<strong>do</strong>viário, na ro<strong>do</strong>via que liga o Rio de Janeiro<br />

a São Paulo. O artista começa a conceber os afrescos <strong>do</strong> novo edifício-sede<br />

<strong>do</strong> Ministério da Educação, no Rio de Janeiro, marco da <strong>Arte</strong> Moderna. Com<br />

essas obras, que serão concluídas em 1944, Portinari confirma sua opção<br />

pela temática social, fio condutor de sua obra a partir de então. Companheiro<br />

de poetas, escritores, jornalistas, diplomatas, Portinari participa da elite intelectual<br />

brasileira numa época em que se verificava uma notável mudança<br />

na atitude estética e na cultura <strong>do</strong> País.<br />

1939<br />

Neste ano, nasce o filho único <strong>do</strong> pintor, João Candi<strong>do</strong>.<br />

Consolida-se a projeção de Portinari nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s:<br />

realiza três grandes painéis para o pavilhão <strong>do</strong> Brasil na Feira Mundial de<br />

Nova York; o Museu de <strong>Arte</strong> Moderna de Nova York adquire sua tela Morro,<br />

incluin<strong>do</strong>-a na mostra <strong>do</strong>s maiores quadros <strong>do</strong>s séculos XIX e XX.<br />

No Rio de Janeiro, o Museu Nacional de Bela <strong>Arte</strong>s expõe 269 obras, na maior<br />

e provavelmente mais importante exposição de sua carreira.<br />

1940<br />

Participa de uma mostra de arte latino-americana no<br />

Riverside Museum de Nova York e expõe individualmente<br />

no Instituto de <strong>Arte</strong>s de Detroit e no Museu de <strong>Arte</strong> Moderna de Nova York,<br />

com grande sucesso de<br />

crítica, venda e público.<br />

Em dezembro a Universidade<br />

de Chicago publica<br />

o primeiro livro sobre o<br />

pintor – Portinari, His Life<br />

and Art – com introdução<br />

<strong>do</strong> artista Rockwell Kent e<br />

inúmeras reproduções de<br />

suas obras.<br />

1941<br />

Portinari executa 4 grandes murais na Fundação Hispânica<br />

da Biblioteca <strong>do</strong> Congresso em Washington, com temas<br />

referentes à história latino-americana.<br />

1943<br />

Conclui os oito painéis da Série Bíblica, que pintou para<br />

a Rádio Tupi de São Paulo, fortemente influencia<strong>do</strong>s pela<br />

visão picassiana de Guernica e pelo impacto da Segunda Guerra Mundial.<br />

1944<br />

A convite <strong>do</strong> arquiteto Oscar Niemeyer, inicia as obras de decoração<br />

<strong>do</strong> conjunto arquitetônico da Pampulha, em Belo<br />

Horizonte, Minas Gerais, destacan<strong>do</strong>-se, na Igreja de São Francisco de Assis,<br />

o mural <strong>do</strong> altar, a Via Sacra, além <strong>do</strong>s painéis de azulejos.<br />

A escalada <strong>do</strong> nazifascismo e os horrores da guerra reforçam o caráter social<br />

e trágico de sua obra, levan<strong>do</strong>-o à produção da Série Retirantes.


Enterro na Rede, 1944<br />

Painel a óleo/tela<br />

180 x 220cm<br />

1945<br />

Conclui seus trabalhos para a Igreja da Pampulha, executan<strong>do</strong><br />

o mural São Francisco se Despojan<strong>do</strong> das Vestes.<br />

Filia-se ao Parti<strong>do</strong> Comunista Brasileiro, candidatan<strong>do</strong>-se a deputa<strong>do</strong>, mas<br />

não é eleito.<br />

1946<br />

Dá início aos desenhos da Série Meninos de Bro<strong>do</strong>wski.<br />

Em Paris, realiza sua primeira exposição em solo europeu,<br />

na Galerie Charpentier. A exposição teve grande repercussão, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong><br />

agracia<strong>do</strong> com a Légion d´Honneur pelo governo francês.<br />

1947<br />

Expõe em Buenos Aires, no Salón Peuser, e em Montevidéu,<br />

nos salões da Comissão Nacional de Belas <strong>Arte</strong>s, receben<strong>do</strong><br />

grandes homenagens de artistas, intelectuais e autoridades <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is países.<br />

Nesta ocasião, conhece o poeta cubano Nicolás Guillén e o espanhol Rafael<br />

Alberti.<br />

Candidata-se ao Sena<strong>do</strong>, mas novamente não é eleito.<br />

1948<br />

Com o acirramento da perseguição aos comunistas, se exila<br />

com a família no Uruguai. Neste perío<strong>do</strong>, pinta o painel<br />

A Primeira Missa no Brasil, encomenda<strong>do</strong> por um banco no Rio de Janeiro.<br />

1949<br />

De volta <strong>do</strong> exílio uruguaio, instala-se novamente no Rio<br />

de Janeiro. Executa o painel Tiradentes, narran<strong>do</strong> episódios<br />

<strong>do</strong> julgamento e da execução <strong>do</strong> herói brasileiro que lutou contra o <strong>do</strong>mínio<br />

colonial português, o que lhe rende a Medalha de Ouro <strong>do</strong> Prêmio Internacional<br />

da Paz, em Varsóvia.<br />

É convida<strong>do</strong> a participar, em Nova York, da Conferência Cultural e Científica<br />

para a Paz Mundial, mas a Embaixada Americana nega-lhe o visto de entrada,<br />

por motivos políticos.<br />

1950<br />

1952<br />

1953<br />

Recebe a Medalha de Ouro da Paz, <strong>do</strong> II Congresso Mundial<br />

de Partidários da Paz, em Varsóvia, pelo painel Tiradentes.<br />

Tem uma sala especial na I Bienal de São Paulo. nn<br />

nn n<br />

Inicia os estu<strong>do</strong>s para os painéis Guerra e Paz, ofereci<strong>do</strong>s<br />

pelo governo brasileiro à nova sede da ONU, em Nova York,<br />

concluí<strong>do</strong>s em 1956, e que foram os maiores pinta<strong>do</strong>s por Portinari.<br />

1954<br />

Realiza para o Banco Português <strong>do</strong> Brasil o painel Descobrimento<br />

<strong>do</strong> Brasil.<br />

Neste ano tem os primeiros sintomas de intoxicação pelas tintas, que lhe<br />

será fatal.<br />

1955<br />

Participa da III Bienal de São Paulo, com uma sala especial,<br />

expon<strong>do</strong> 12 estu<strong>do</strong>s da Série Guerra. Recebe a Medalha<br />

de Ouro concedida pelo International Fine-Arts Council de Nova York, como<br />

melhor pintor <strong>do</strong> ano.<br />

1956<br />

Faz a Série Dom Quixote, composta de 22 desenhos a lápis<br />

de cor, para a editora José Olympio, para ilustrar uma edição,<br />

que não chegou a ser realizada, <strong>do</strong> livro de Cervantes.<br />

Viaja a Israel, a convite <strong>do</strong> governo daquele país, expon<strong>do</strong> em vários museus e<br />

executan<strong>do</strong> desenhos inspira<strong>do</strong>s no contato com o recém-cria<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> israelense,<br />

expostos posteriormente em Bolonha, Lima, Buenos Aires e Rio de Janeiro.<br />

Neste mesmo ano, Portinari recebe<br />

o Prêmio Guggenhein <strong>do</strong> Brasil.<br />

1957<br />

Os painéis Guerra e<br />

Paz são inaugura<strong>do</strong>s<br />

na sede da ONU, em Nova York.<br />

Por seu envolvimento com o Parti<strong>do</strong><br />

Comunista, a receptividade <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s<br />

Uni<strong>do</strong>s esfria. Portinari não é convida<strong>do</strong> a comparecer à cerimônia.<br />

O artista é premia<strong>do</strong> com a Menção Honrosa no Concurso Internacional de<br />

Aquarela <strong>do</strong> Hallmark Art Award, de Nova York. Expõe em Paris e Munique.<br />

Neste ano, Portinari começa a escrever suas memórias.<br />

1958<br />

Em Bruxelas, a mostra 50 Ans d’Art Moderne expõe Enterro<br />

na Rede, da Série Retirantes, escolhida para figurar entre as<br />

100 obras-primas <strong>do</strong> século. Foi o único artista brasileiro a participar dessa<br />

exposição. Participa também, como convida<strong>do</strong> de honra, da I Bienal de <strong>Arte</strong>s<br />

Plásticas da Cidade <strong>do</strong> México, com enorme sucesso.<br />

1959<br />

Portinari apresenta obras na Galeria Wildenstein de Nova<br />

York e, juntamente com outros grandes artistas latino-americanos<br />

como Tamayo, Cuevas, Matta, Orozco e Rivera, participa da exposição<br />

Coleção de <strong>Arte</strong> Interamericana, <strong>do</strong> Museo de Bellas <strong>Arte</strong>s de Caracas.<br />

1961<br />

Apesar das diversas manifestações da <strong>do</strong>ença, Portinari não<br />

para. Viaja para Paris, onde encontra o filho e aproveita<br />

para escrever poesias e rever museus e monumentos da cidade.<br />

1962<br />

Candi<strong>do</strong> Portinari morreu no dia 6 de fevereiro, vítima de<br />

intoxicação causada pelas tintas <strong>do</strong> seu ofício. O artista, na<br />

ocasião, preparava uma grande exposição de cerca de 200 obras, a convite<br />

da Prefeitura de Milão, que foi realizada em 1963, como a primeira grande<br />

mostra post mortem de sua obra.<br />

3


A Carta da Terra<br />

4<br />

A primeira versão da Carta da Terra foi escrita por ocasião <strong>do</strong> “Fórum<br />

Global”, evento ocorri<strong>do</strong> paralelamente à Cúpula da Terra (ECO-92),<br />

no Rio de Janeiro, em 1992. O <strong>do</strong>cumento propõe princípios que objetivam<br />

a construção da sustentabilidade da vida no planeta, equivalen<strong>do</strong><br />

à Declaração Universal <strong>do</strong>s Direitos Humanos, a<strong>do</strong>tada pela<br />

Organização das Nações Unidas (ONU). Baseia-se na afirmação de<br />

princípios éticos e valores fundamentais que devam nortear pessoas,<br />

nações, esta<strong>do</strong>s, raças e culturas.<br />

PREÂMBULO<br />

Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em<br />

que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mun<strong>do</strong> se torna<br />

cada vez mais interdependente e frágil, o futuro reserva, ao mesmo tempo,<br />

grande perigo e grande esperança. Para seguir adiante, devemos reconhecer<br />

que, no meio de uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida,<br />

somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino<br />

comum. Devemos nos juntar para gerar uma sociedade sustentável global fundada<br />

no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça<br />

econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo<br />

que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os<br />

outros, com a grande comunidade da vida e com as futuras gerações.<br />

TERRA, NOSSO LAR<br />

A humanidade é parte de um vasto universo em evolução. A Terra, nosso lar,<br />

é viva como uma comunidade de vida incomparável. As forças da natureza<br />

fazem da existência uma aventura exigente e incerta, mas a Terra providenciou<br />

as condições essenciais para a evolução da vida. A capacidade de recuperação<br />

da comunidade de vida e o bem-estar da humanidade dependem da<br />

preservação de uma biosfera saudável com to<strong>do</strong>s seus sistemas ecológicos,<br />

uma rica variedade de plantas e animais, solos férteis, águas puras e ar limpo.<br />

O meio ambiente global com seus recursos finitos é uma preocupação<br />

comum de to<strong>do</strong>s os povos. A proteção da vitalidade, diversidade e beleza da<br />

Terra é um dever sagra<strong>do</strong>.<br />

A SITUAÇÃO GLOBAL<br />

Os padrões <strong>do</strong>minantes de produção e consumo estão causan<strong>do</strong> devastação<br />

ambiental, esgotamento <strong>do</strong>s recursos e uma massiva extinção de espécies.<br />

Comunidades estão sen<strong>do</strong> arruinadas. Os benefícios <strong>do</strong> desenvolvimento não<br />

estão sen<strong>do</strong> dividi<strong>do</strong>s equitativamente e a diferença entre ricos e pobres está<br />

aumentan<strong>do</strong>. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os conflitos violentos têm<br />

aumenta<strong>do</strong> e são causas de grande sofrimento. O crescimento sem precedentes<br />

da população humana tem sobrecarrega<strong>do</strong> os sistemas ecológico e<br />

social. As bases da segurança global estão ameaçadas. Essas tendências são<br />

perigosas, mas não inevitáveis.<br />

DESAFIOS FUTUROS<br />

A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns <strong>do</strong>s<br />

outros ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. São necessárias<br />

mudanças fundamentais em nossos valores, instituições e mo<strong>do</strong>s de<br />

vida. Devemos entender que, quan<strong>do</strong> as necessidades básicas forem supridas,<br />

o desenvolvimento humano será primariamente volta<strong>do</strong> a ser mais e não a ter<br />

mais. Temos o conhecimento e a tecnologia necessários para abastecer a to<strong>do</strong>s<br />

e reduzir nossos impactos no meio ambiente. O surgimento de uma sociedade<br />

civil global está crian<strong>do</strong> novas oportunidades para construir um mun<strong>do</strong> democrático<br />

e humano. Nossos desafios ambientais, econômicos, políticos, sociais e<br />

espirituais estão interliga<strong>do</strong>s e juntos podemos forjar soluções inclusivas.<br />

RESPONSABILIDADE UNIVERSAL<br />

Para realizar estas aspirações, devemos decidir viver com um senti<strong>do</strong> de<br />

responsabilidade universal, identifican<strong>do</strong>-nos com a comunidade terrestre<br />

como um to<strong>do</strong>, bem como com nossas comunidades locais. Somos, ao mesmo<br />

tempo, cidadãos de nações diferentes e de um mun<strong>do</strong> no qual as dimensões<br />

local e global estão ligadas. Cada um compartilha responsabilidade<br />

pelo presente e pelo futuro bem-estar da família humana e de to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>s seres vivos. O espírito de solidariedade humana e de parentesco com toda<br />

a vida é fortaleci<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> vivemos com reverência o mistério da existência,<br />

com gratidão pelo <strong>do</strong>m da vida e com humildade em relação ao lugar que o<br />

ser humano ocupa na natureza.<br />

Necessitamos com urgência de uma visão compartilhada de valores básicos<br />

para proporcionar um fundamento ético à comunidade mundial emergente.<br />

Portanto, juntos na esperança, afirmamos os seguintes princípios, interdependentes,<br />

visan<strong>do</strong> a um mo<strong>do</strong> de vida sustentável como padrão comum,<br />

através <strong>do</strong>s quais a conduta de to<strong>do</strong>s os indivíduos, organizações, empresas,<br />

governos e instituições transnacionais será dirigida e avaliada.<br />

PRINCÍPIOS<br />

I. RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DE VIDA<br />

1. Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade.<br />

a. Reconhecer que to<strong>do</strong>s os seres são interdependentes e cada forma de vida<br />

tem valor, independentemente de sua utilidade para os seres humanos.<br />

b. Afirmar a fé na dignidade inerente a to<strong>do</strong>s os seres humanos e no<br />

potencial intelectual, artístico, ético e espiritual da humanidade.<br />

2. Cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor.<br />

a. Aceitar que, com o direito de possuir, administrar e usar os recursos<br />

naturais, vem o dever de prevenir os danos ao meio ambiente e de proteger<br />

os direitos das pessoas.<br />

b. Assumir que, com o aumento da liberdade, <strong>do</strong>s conhecimentos e <strong>do</strong><br />

poder, vem a maior responsabilidade de promover o bem comum.<br />

3. Construir sociedades democráticas que sejam justas, participativas, sustentáveis<br />

e pacíficas.<br />

a. Assegurar que as comunidades em to<strong>do</strong>s os níveis garantam os direitos<br />

humanos e as liberdades fundamentais e proporcionem a cada pessoa a<br />

oportunidade de realizar seu pleno potencial.<br />

b. Promover a justiça econômica e social, propician<strong>do</strong> a to<strong>do</strong>s a obtenção<br />

de uma condição de vida significativa e segura, que seja ecologicamente<br />

responsável.<br />

4. Assegurar a generosidade e a beleza da Terra para as atuais e as futuras<br />

gerações.<br />

a. Reconhecer que a liberdade de ação de cada geração é condicionada<br />

pelas necessidades das gerações futuras.


. Transmitir às futuras gerações valores, tradições e instituições que<br />

apoiem a prosperidade das comunidades humanas e ecológicas da Terra<br />

a longo prazo.<br />

II. INTEGRIDADE ECOLÓGICA<br />

5. Proteger e restaurar a integridade <strong>do</strong>s sistemas ecológicos da Terra, com<br />

especial atenção à diversidade biológica e aos processos naturais que sustentam<br />

a vida.<br />

a. A<strong>do</strong>tar, em to<strong>do</strong>s os níveis, planos e regulamentações de desenvolvimento<br />

sustentável que façam com que a conservação e a reabilitação ambiental<br />

sejam parte integral de todas as iniciativas de desenvolvimento.<br />

b. Estabelecer e proteger reservas naturais e da biosfera viáveis, incluin<strong>do</strong><br />

terras selvagens e áreas marinhas, para proteger os sistemas de sustento à<br />

vida da Terra, manter a biodiversidade e preservar nossa herança natural.<br />

c. Promover a recuperação de espécies e ecossistemas ameaça<strong>do</strong>s.<br />

d. Controlar e erradicar organismos não nativos ou modifica<strong>do</strong>s geneticamente<br />

que causem dano às espécies nativas e ao meio ambiente e<br />

impedir a introdução desses organismos prejudiciais.<br />

e. Administrar o uso de recursos renováveis como água, solo, produtos<br />

florestais e vida marinha de forma que não excedam às taxas de regeneração<br />

e que protejam a saúde <strong>do</strong>s ecossistemas.<br />

f. Administrar a extração e o uso de recursos não renováveis, como minerais<br />

e combustíveis fósseis de forma que minimizem o esgotamento e<br />

não causem dano ambiental grave.<br />

6. Prevenir o dano ao ambiente como o melhor méto<strong>do</strong> de proteção ambiental<br />

e, quan<strong>do</strong> o conhecimento for limita<strong>do</strong>, assumir uma postura de<br />

precaução.<br />

a. Agir para evitar a possibilidade de danos ambientais sérios ou irreversíveis,<br />

mesmo quan<strong>do</strong> o conhecimento científico for incompleto ou não<br />

conclusivo.<br />

b. Impor o ônus da prova àqueles que afirmarem que a atividade proposta<br />

não causará dano significativo e fazer com que as partes interessadas<br />

sejam responsabilizadas pelo dano ambiental.<br />

c. Assegurar que as tomadas de decisão considerem as consequências<br />

cumulativas, a longo prazo, indiretas, de longo alcance e globais das atividades<br />

humanas.<br />

d. Impedir a poluição de qualquer parte <strong>do</strong> meio ambiente e não permitir<br />

o aumento de substâncias radioativas, tóxicas ou outras substâncias<br />

perigosas.<br />

e. Evitar atividades militares que causem dano ao meio ambiente.<br />

7. A<strong>do</strong>tar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as capacidades<br />

regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário.<br />

a. Reduzir, reutilizar e reciclar materiais usa<strong>do</strong>s nos sistemas de produção<br />

e consumo e garantir que os resíduos possam ser assimila<strong>do</strong>s pelos<br />

sistemas ecológicos.<br />

b. Atuar com moderação e eficiência no uso de energia e contar cada vez<br />

mais com fontes energéticas renováveis, como a energia solar e <strong>do</strong> vento.<br />

c. Promover o desenvolvimento, a a<strong>do</strong>ção e a transferência equitativa de<br />

tecnologias ambientais seguras.<br />

d. Incluir totalmente os custos ambientais e sociais de bens e serviços no<br />

preço de venda e habilitar os consumi<strong>do</strong>res a identificar produtos que<br />

satisfaçam às mais altas normas sociais e ambientais.<br />

e. Garantir acesso universal à assistência de saúde que fomente a saúde<br />

reprodutiva e a reprodução responsável.<br />

f. A<strong>do</strong>tar estilos de vida que acentuem a qualidade de vida e subsistência<br />

material num mun<strong>do</strong> finito.<br />

8. Avançar o estu<strong>do</strong> da sustentabilidade ecológica e promover o intercâmbio<br />

aberto e aplicação ampla <strong>do</strong> conhecimento adquiri<strong>do</strong>.<br />

a. Apoiar a cooperação científica e técnica internacional relacionada à<br />

sustentabilidade, com especial atenção às necessidades das nações em<br />

desenvolvimento.<br />

b. Reconhecer e preservar os conhecimentos tradicionais e a sabe<strong>do</strong>ria<br />

espiritual em todas as culturas que contribuem para a proteção ambiental<br />

e o bem-estar humano.<br />

c. Garantir que informações de vital importância para a saúde humana e<br />

para a proteção ambiental, incluin<strong>do</strong> informação genética, permaneçam<br />

disponíveis ao <strong>do</strong>mínio público.<br />

III. JUSTIÇA SOCIAL E ECONÔMICA<br />

9. Erradicar a pobreza como um imperativo ético, social e ambiental.<br />

a. Garantir o direito à água potável, ao ar puro, à segurança alimentar,<br />

aos solos não contamina<strong>do</strong>s, ao abrigo e saneamento seguro, alocan<strong>do</strong><br />

os recursos nacionais e internacionais demanda<strong>do</strong>s.<br />

b. Prover cada ser humano de educação e recursos para assegurar uma<br />

condição de vida sustentável e proporcionar seguro social e segurança<br />

coletiva aos que não são capazes de se manter por conta própria.<br />

c. Reconhecer os ignora<strong>do</strong>s, proteger os vulneráveis, servir àqueles que<br />

sofrem e habilitá-los a desenvolverem suas capacidades e alcançarem<br />

suas aspirações.<br />

10. Garantir que as atividades e instituições econômicas em to<strong>do</strong>s os níveis<br />

promovam o desenvolvimento humano de forma equitativa e sustentável.<br />

a. Promover a distribuição equitativa da riqueza dentro das e entre<br />

as nações.<br />

b. Incrementar os recursos intelectuais, financeiros, técnicos e sociais<br />

das nações em desenvolvimento e liberá-las de dívidas internacionais<br />

onerosas.<br />

c. Assegurar que todas as transações comerciais apoiem o uso de recursos<br />

sustentáveis, a proteção ambiental e normas trabalhistas progressistas.<br />

d. Exigir que corporações multinacionais e organizações financeiras internacionais<br />

atuem com transparência em benefício <strong>do</strong> bem comum e<br />

responsabilizá-las pelas consequências de suas atividades.<br />

11. Afirmar a igualdade e a equidade <strong>do</strong>s gêneros como pré-requisitos para<br />

o desenvolvimento sustentável e assegurar o acesso universal à educação, à<br />

assistência de saúde e às oportunidades econômicas.<br />

a. Assegurar os direitos humanos das mulheres e das meninas e acabar<br />

5


6<br />

com toda violência contra elas.<br />

b. Promover a participação ativa das mulheres em to<strong>do</strong>s os aspectos da<br />

vida econômica, política, civil, social e cultural como parceiras plenas e<br />

paritárias, toma<strong>do</strong>ras de decisão, líderes e beneficiárias.<br />

c. Fortalecer as famílias e garantir a segurança e o carinho de to<strong>do</strong>s os<br />

membros da família.<br />

12. Defender, sem discriminação, os direitos de todas as pessoas a um ambiente<br />

natural e social capaz de assegurar a dignidade humana, a saúde<br />

corporal e o bem-estar espiritual, com especial atenção aos direitos <strong>do</strong>s povos<br />

indígenas e minorias.<br />

a. Eliminar a discriminação em todas as suas formas, como as baseadas<br />

em raça, cor, gênero, orientação sexual, religião, idioma e origem nacional,<br />

étnica ou social.<br />

b. Afirmar o direito <strong>do</strong>s povos indígenas à sua espiritualidade, conhecimentos,<br />

terras e recursos, assim como às suas práticas relacionadas com<br />

condições de vida sustentáveis.<br />

c. Honrar e apoiar os jovens das nossas comunidades, habilitan<strong>do</strong>-os a<br />

cumprir seu papel essencial na criação de sociedades sustentáveis.<br />

d. Proteger e restaurar lugares notáveis pelo significa<strong>do</strong> cultural e espiritual.<br />

IV. DEMOCRACIA, NÃO VIOLÊNCIA E PAZ<br />

13. Fortalecer as instituições democráticas em to<strong>do</strong>s os níveis e prover transparência<br />

e responsabilização no exercício <strong>do</strong> governo, participação inclusiva<br />

na tomada de decisões e acesso à justiça.<br />

a. Defender o direito de todas as pessoas receberem informação clara e<br />

oportuna sobre assuntos ambientais e to<strong>do</strong>s os planos de desenvolvimento<br />

e atividades que possam afetá-las ou nos quais tenham interesse.<br />

b. Apoiar sociedades civis locais, regionais e globais e promover a participação<br />

significativa de to<strong>do</strong>s os indivíduos e organizações interessa<strong>do</strong>s<br />

na tomada de decisões.<br />

c. Proteger os direitos à liberdade de opinião, de expressão, de reunião<br />

pacífica, de associação e de oposição.<br />

d. Instituir o acesso efetivo e eficiente a procedimentos judiciais administrativos<br />

e independentes, incluin<strong>do</strong> retificação e compensação por danos<br />

ambientais e pela ameaça de tais danos.<br />

e. Eliminar a corrupção em todas as instituições públicas e privadas.<br />

f. Fortalecer as comunidades locais, habilitan<strong>do</strong>-as a cuidar <strong>do</strong>s seus<br />

próprios ambientes, e atribuir responsabilidades ambientais aos níveis<br />

governamentais onde possam ser cumpridas mais efetivamente.<br />

14. Integrar, na educação formal e na aprendizagem ao longo da vida, os<br />

conhecimentos, valores e habilidades necessárias para um mo<strong>do</strong> de vida<br />

sustentável.<br />

a. Prover a to<strong>do</strong>s, especialmente a crianças e jovens, oportunidades educativas<br />

que lhes permitam contribuir ativamente para o desenvolvimento<br />

sustentável.<br />

b. Promover a contribuição das artes e humanidades, assim como das<br />

ciências, na educação para sustentabilidade.<br />

c. Intensificar o papel <strong>do</strong>s meios de comunicação de massa no aumento<br />

da conscientização sobre os desafios ecológicos e sociais.<br />

d. Reconhecer a importância da educação moral e espiritual para uma<br />

condição de vida sustentável.<br />

15. Tratar to<strong>do</strong>s os seres vivos com respeito e consideração.<br />

a. Impedir crueldades aos animais manti<strong>do</strong>s em sociedades humanas e<br />

protegê-los de sofrimento.<br />

b. Proteger animais selvagens de méto<strong>do</strong>s de caça, armadilhas e pesca<br />

que causem sofrimento extremo, prolonga<strong>do</strong> ou evitável.<br />

c. Evitar ou eliminar ao máximo possível a captura ou destruição de<br />

espécies não visadas.<br />

16. Promover uma cultura de tolerância, não violência e paz.<br />

a. Estimular e apoiar o entendimento mútuo, a solidariedade e a cooperação<br />

entre todas as pessoas, dentro das e entre as nações.<br />

b. Implementar estratégias amplas para prevenir conflitos violentos e<br />

usar a colaboração na resolução de problemas para administrar e resolver<br />

conflitos ambientais e outras disputas.<br />

c. Desmilitarizar os sistemas de segurança nacional até o nível de uma<br />

postura defensiva não provocativa e converter os recursos militares para<br />

propósitos pacíficos, incluin<strong>do</strong> restauração ecológica.<br />

d. Eliminar armas nucleares, biológicas e tóxicas e outras armas de destruição<br />

em massa.<br />

e. Assegurar que o uso <strong>do</strong> espaço orbital e cósmico ajude a proteção ambiental<br />

e a paz.<br />

f. Reconhecer que a paz é a plenitude criada por relações corretas consigo<br />

mesmo, com outras pessoas, outras culturas, outras vidas, com a Terra e<br />

com a totalidade maior da qual somos parte.<br />

O CAMINHO ADIANTE<br />

Como nunca antes na História, o destino comum nos conclama a buscar<br />

um novo começo. Tal renovação é a promessa destes princípios da Carta da<br />

Terra. Para cumprir esta promessa, temos que nos comprometer a a<strong>do</strong>tar e<br />

promover os valores e objetivos da Carta.<br />

Isto requer uma mudança na mente e no coração. Requer um novo senti<strong>do</strong><br />

de interdependência global e de responsabilidade universal. Devemos desenvolver<br />

e aplicar com imaginação a visão de um mo<strong>do</strong> de vida sustentável nos<br />

níveis local, nacional, regional e global. Nossa diversidade cultural é uma<br />

herança preciosa e diferentes culturas encontrarão suas próprias e distintas<br />

formas de realizar esta visão. Devemos aprofundar e expandir o diálogo global<br />

que gerou a Carta da Terra, porque temos muito que aprender a partir da<br />

busca conjunta em andamento por verdade e sabe<strong>do</strong>ria.<br />

A vida muitas vezes envolve tensões entre valores importantes. Isto pode significar<br />

escolhas difíceis. Entretanto, necessitamos encontrar caminhos para<br />

harmonizar a diversidade com a unidade, o exercício da liberdade com o bem<br />

comum, objetivos de curto prazo com metas de longo prazo. To<strong>do</strong> indivíduo,<br />

família, organização e comunidade tem um papel vital a desempenhar. As<br />

artes, as ciências, as religiões, as instituições educativas, os meios de comunicação,<br />

as empresas, as organizações não governamentais e os governos são<br />

to<strong>do</strong>s chama<strong>do</strong>s a oferecer uma liderança criativa. A parceria entre governo,<br />

sociedade civil e empresas é essencial para uma governabilidade efetiva.<br />

Para construir uma comunidade global sustentável, as nações <strong>do</strong> mun<strong>do</strong><br />

devem renovar seu compromisso com as Nações Unidas, cumprir com suas<br />

obrigações respeitan<strong>do</strong> os acor<strong>do</strong>s internacionais existentes e apoiar a implementação<br />

<strong>do</strong>s princípios da Carta da Terra com um instrumento internacionalmente<br />

legaliza<strong>do</strong> e contratual sobre o ambiente e o desenvolvimento.<br />

Que o nosso tempo seja lembra<strong>do</strong> pelo despertar de uma nova reverência face<br />

à vida, pelo compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, a intensificação<br />

<strong>do</strong>s esforços pela justiça e pela paz e a alegre celebração da vida.<br />

(http://www.cartadaterrabrasil.org/prt/history.html - consulta<strong>do</strong> em 11<br />

de março de 2011.)


Módulo 1<br />

MÓDULO 1<br />

O Ser Humano e sua relação com o espaço em que vive<br />

I – Obras de Candi<strong>do</strong> Portinari<br />

a) Reflexão<br />

“A Grande Mãe sente a civilização pisan<strong>do</strong> sobre ela. Um índio não pisa na terra. Um índio<br />

toca a terra. Um índio dança sobre o chão, agradecen<strong>do</strong> a to<strong>do</strong>s os seres da terra, da água,<br />

<strong>do</strong> ar e <strong>do</strong> fogo.”<br />

(Kaka Werá Jecupé - índio txukarramãe)<br />

Diariamente cerca de 35 mil pessoas no mun<strong>do</strong> morrem de inanição, principalmente<br />

crianças, o que equivale à queda e destruição diária, sem sobreviventes, de 100 grandes<br />

aviões lota<strong>do</strong>s. E, também, to<strong>do</strong>s os dias aumenta em 220 mil o número de bocas a serem<br />

alimentadas no planeta. No entanto, a cada ano a produção mundial de alimentos é suficiente,<br />

rica em nutrientes e variada, para alimentar a população <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> to<strong>do</strong>.<br />

(extraí<strong>do</strong> de Conceitos para se fazer educação ambiental / Secretaria <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong>, São Paulo, 1997)<br />

b) Leitura <strong>do</strong>s Quadros<br />

Prancha número 1: Espantalhos<br />

a Convidar o grupo a visualizar o quadro como um to<strong>do</strong>.<br />

a Qual a cor pre<strong>do</strong>minante nesta composição e que sentimento ela provoca em nós?<br />

a Quantos planos podemos perceber? O que cada plano apresenta?<br />

a Estas três figuras em primeiro plano nos fazem lembrar alguma cena da qual já ouvimos falar? (a<br />

cena bíblica de Jesus entre o bom e o mau ladrão).<br />

a Falar sobre o tratamento surrealista* que o artista dá a este quadro.<br />

a Após a leitura <strong>do</strong> título da obra, feita por um <strong>do</strong>s alunos, perguntar o que é um espantalho e qual a<br />

sua função na lavoura.<br />

a Contar que Portinari relata em seu diário que tinha me<strong>do</strong> <strong>do</strong>s espantalhos quan<strong>do</strong> era criança,<br />

em Bro<strong>do</strong>wski.<br />

Favela ao amanhecer (detalhe), c. 1960<br />

Pintura a óleo/tela<br />

130 x 97cm<br />

7


a Chamar a atenção para os tocos de árvores corta<strong>do</strong>s.<br />

a Observar com o grupo a caveira <strong>do</strong> boi e perguntar o que pode ter causa<strong>do</strong> esse fato.<br />

a Conversar sobre o fato de os espantalhos estarem pinta<strong>do</strong>s sobre um terreno ári<strong>do</strong>, refletin<strong>do</strong> o que esta<br />

cena provoca.<br />

“No primeiro plano, <strong>do</strong>minan<strong>do</strong> to<strong>do</strong> o quadro, o grupo de figuras em equilíbrio clássico, na<br />

sua estruturação piramidal, ganha um tratamento expressionista*, tanto no desenho como<br />

na utilização da textura.<br />

Uma linha de terra muito baixa organiza o espaço e a ilusão de profundidade; as figuras se<br />

recortam <strong>do</strong> fun<strong>do</strong>, a perspectiva é sugerida pela linha sutil que separa o céu da terra. Pedrinhas<br />

no chão e pássaros voan<strong>do</strong> evocam a definição de terra e de céu.<br />

As cores têm características naturalistas, sugerin<strong>do</strong> a profundidade pela variação de tonalidades.”<br />

(Maria Lúcia Freire – Imagens da arte brasileira)<br />

* Ver anexo – Estilos / Movimentos Artísticos<br />

* Ver anexo – Estilos / Movimentos Artísticos<br />

8<br />

Prancha número 2: Mulher <strong>do</strong> pilão<br />

a Convidar o grupo a analisar o quadro como um to<strong>do</strong> e em seguida prestar atenção aos detalhes.<br />

a Perguntar qual o sentimento que o quadro transmite ao especta<strong>do</strong>r.<br />

a Perguntar aos alunos se eles conhecem o objeto representa<strong>do</strong> no plano de fun<strong>do</strong> e para que serve (o<br />

pilão).<br />

a Chamar a atenção <strong>do</strong> grupo para a maneira como Portinari pintou as mãos e os pés da personagem<br />

<strong>do</strong> quadro Mulher <strong>do</strong> pilão.<br />

a Propor que to<strong>do</strong>s reflitam sobre a atitude da figura-personagem.<br />

Prancha número 3: Retirante morren<strong>do</strong><br />

a Propor que descrevam o que estão ven<strong>do</strong> em primeiro plano e, em seguida, o que há no plano de fun<strong>do</strong>.<br />

a Perguntar quantas figuras há neste quadro e qual o personagem central.<br />

a Observar com o grupo quais as cores utilizadas pelo artista e o que elas expressam.<br />

a Observar a proximidade das personagens <strong>do</strong> plano de fun<strong>do</strong>, umas em relação às outras e todas em<br />

relação ao personagem central.<br />

a Qual o sentimento expresso nas faces das três mulheres que estão no plano de fun<strong>do</strong>?<br />

a Observar com o grupo a forma como o artista interpreta os personagens <strong>do</strong> quadro. Comentar, também,<br />

que Portinari utiliza figuras geométricas nesta composição. Falar sobre os <strong>do</strong>is gêneros de pintura<br />

presentes nesta obra (expressionismo* e cubismo* – ressaltan<strong>do</strong> a presença das figuras geométricas que<br />

aparecem no quadro).<br />

* Ver anexo – Estilos / Movimentos Artísticos<br />

Prancha número 4 : Retirantes<br />

a Propor a um <strong>do</strong>s alunos que leia o título <strong>do</strong> quadro.<br />

a Perguntar se o artista privilegia alguns elementos neste quadro. Quais são esses elementos?<br />

a Perguntar o que se pode distinguir no plano de fun<strong>do</strong> (o horizonte baixo; os pássaros negros sobrevoan<strong>do</strong><br />

o grupo de retirantes).<br />

a Refletir junto com o grupo como as cores podem ser descritivas, simbólicas, e como podem sugerir um<br />

esta<strong>do</strong> de espírito ou emoções (neste quadro o artista se utiliza de cores escuras, densas, para mostrar a<br />

tristeza da cena).<br />

a Estabelecer com o grupo relações entre luz e sombra, distância e proximidade, presença e ausência,<br />

esperança e desesperança.<br />

a Perguntar aos alunos se já ouviram falar no termo “retirantes”. O que sabem a respeito? (Conversar<br />

com o grupo sobre os nordestinos que se retiravam de sua terra em busca de moradia e melhores condições<br />

de vida e ressaltar que Portinari, quan<strong>do</strong> criança, testemunhou muitas vezes essas famílias chegarem a São<br />

Paulo, passan<strong>do</strong> por Bro<strong>do</strong>wski, quan<strong>do</strong> já estavam desnutri<strong>do</strong>s e frágeis).<br />

a Comparar a pobreza representada nesta cena da década de 1940 com a pobreza brasileira da atualidade.<br />

Portinari usou a sua arte para mostrar as injustiças sociais, como na série Retirantes, que pintou na década de 1940. Foi o<br />

primeiro pintor a denunciar a situação subumana em que os migrantes <strong>do</strong> Nordeste vinham para o Sul.<br />

“Inté mesmo a asa branca<br />

Bateu asas <strong>do</strong> sertão.” (1)<br />

(Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira)


II – Atividades Integradas<br />

a) Reflexão<br />

1. • Leitura da parte inicial <strong>do</strong> texto “A Carta da Terra”:<br />

“Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade<br />

deve escolher o seu futuro. À medida que o mun<strong>do</strong> se torna cada vez mais interdependente<br />

e frágil, o futuro reserva, ao mesmo tempo, grande perigo e grande esperança.<br />

Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio de uma magnífica diversidade de<br />

culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com<br />

um destino comum. Devemos nos juntar para gerar uma sociedade sustentável global fundada<br />

no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e<br />

numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra,<br />

declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da<br />

vida e com as futuras gerações.” (Preâmbulo <strong>do</strong> texto “A Carta da Terra”)<br />

2. • Roda de conversa para troca de ideias: O que faz <strong>do</strong> atual momento histórico um momento crítico? Por<br />

que esta é a época de escolher o futuro? Qual é o grande perigo a que o texto se refere? E a grande esperança? Que<br />

atitudes podemos pensar como exemplos, no dia a dia, de respeito à natureza? E aos direitos humanos? Existe no<br />

mun<strong>do</strong> alguma comunidade humana que não seja fundada em princípios de justiça econômica e social? O que é<br />

necessário para que floresça uma cultura de paz?<br />

b) Diálogo entre linguagens<br />

1. • Leitura <strong>do</strong> trecho inicial <strong>do</strong> capítulo “Mudança”, <strong>do</strong> romance Vidas secas, de Graciliano Ramos:<br />

Arrastaram-se para lá, devagar, Sinha Vitória com o filho mais novo escancha<strong>do</strong> no quarto<br />

e o baú de folha na cabeça, Fabiano sombrio, cambaio, o aió a tiracolo, a cuia pendurada<br />

numa correia presa ao cinturão, a espingarda de pederneira no ombro. O menino mais<br />

velho e a cachorra Baleia iam atrás.<br />

Os juazeiros aproximaram-se, recuaram, sumiram-se. O menino mais velho pôs-se a chorar,<br />

sentou-se no chão.<br />

– Anda, condena<strong>do</strong> <strong>do</strong> diabo, gritou-lhe o pai.<br />

Não obten<strong>do</strong> resulta<strong>do</strong>, fustigou-o com a bainha da faca de ponta. Mas o pequeno esperneou<br />

acua<strong>do</strong>, depois sossegou, deitou-se, fechou os olhos. Fabiano ainda lhe deu algumas<br />

pancadas e esperou que ele se levantasse. Como isto não acontecesse, espiou os quatro cantos,<br />

zanga<strong>do</strong>, praguejan<strong>do</strong> baixo.<br />

A catinga estendia-se, de um vermelho indeciso salpica<strong>do</strong> de manchas brancas que eram<br />

ossadas. O voo negro <strong>do</strong>s urubus fazia círculos altos em re<strong>do</strong>r de bichos moribun<strong>do</strong>s.<br />

– Anda, excomunga<strong>do</strong>.<br />

O pirralho não se mexeu, e Fabiano desejou matá-lo. Tinha o coração grosso, queria<br />

responsabilizar alguém pela sua desgraça. A seca aparecia-lhe como um fato necessário<br />

– e a obstinação da criança irritava-o. Certamente esse obstáculo miú<strong>do</strong> não era<br />

culpa<strong>do</strong>, mas dificultava a marcha, e o vaqueiro precisava chegar não sabia onde.”<br />

“Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas<br />

verdes. Os infelizes tinham caminha<strong>do</strong> o dia inteiro, estavam<br />

cansa<strong>do</strong>s e famintos. Ordinariamente andavam pouco,<br />

mas como haviam repousa<strong>do</strong> bastante na areia <strong>do</strong> rio seco, a<br />

viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam<br />

uma sombra. A folhagem <strong>do</strong>s juazeiros apareceu longe,<br />

através <strong>do</strong>s galhos pela<strong>do</strong>s da catinga rala.<br />

Retrato de Graciliano Ramos, 1937<br />

Desenho a carvão e crayon/papel<br />

32.5 x 27.5cm<br />

Retirantes, 1944<br />

Painel a óleo/tela<br />

190 x 180cm<br />

Retirante Morren<strong>do</strong>, 1958<br />

Painel a óleo/madeira<br />

160 x 110cm<br />

Espantalhos, 1940<br />

Painel a óleo/tela<br />

81 x 100cm<br />

9


“O sertanejo é, antes de tu<strong>do</strong>, um forte.” (2)<br />

(Euclydes da Cunha)<br />

2. • Seleção de palavras e expressões <strong>do</strong> texto ligadas à ideia de<br />

“seca” (secos, pela<strong>do</strong>s, rala, catinga, etc.).<br />

a Comparação <strong>do</strong> meio ambiente descrito no romance com o cenário <strong>do</strong>s<br />

quadros Retirantes e Espantalhos, de Portinari.<br />

3. • Caracterização fisica, psicológica e social <strong>do</strong>s personagens <strong>do</strong> texto.<br />

a Comparação <strong>do</strong>s personagens <strong>do</strong> romance com os personagens <strong>do</strong>s<br />

quadros Retirantes e Retirante morren<strong>do</strong>: Na sua opinião, onde o esta<strong>do</strong><br />

de espírito, as emoções ficam expressos de maneira mais forte, contundente<br />

– na linguagem da pintura ou na linguagem literária? Por quê?<br />

4. • Reflexão a respeito da atitude <strong>do</strong> pai em relação ao filho: Poderia<br />

ou deveria ser diferente? Que fatores <strong>do</strong> ambiente físico e social teriam influencia<strong>do</strong><br />

seu comportamento? Como associar esse comportamento rude<br />

<strong>do</strong> pai ao título <strong>do</strong> romance?<br />

5. • Roda de conversa a respeito <strong>do</strong> fenômeno da seca no Brasil: A seca<br />

é natural? Que regiões atinge? Quais as causas? Desde quan<strong>do</strong> a população<br />

sofre com a seca? Que tipos de problema decorrem desse fenômeno? Essas<br />

consequências são inevitáveis? Como se explica a afirmação, por parte de alguns<br />

estudiosos, de que “falta chuva mas não falta água no Nordeste”? Em<br />

que consiste a chamada “indústria da seca”? O que os governos têm feito para<br />

solucionar ou minimizar seus efeitos perversos? A geografia da seca alterou-se<br />

no Brasil? Como se explicariam possíveis mudanças?<br />

6. • Leitura da letra da música “Lamento sertanejo”, de Dominguinhos<br />

e Gilberto Gil, com audição, se possível, da melodia:<br />

“Por ser de lá<br />

Do sertão, lá <strong>do</strong> cerra<strong>do</strong><br />

Lá <strong>do</strong> interior <strong>do</strong> mato<br />

Da caatinga <strong>do</strong> roça<strong>do</strong><br />

Eu quase não saio<br />

Eu quase não tenho amigos<br />

Eu quase que não consigo<br />

Ficar na cidade sem viver contraria<strong>do</strong>.<br />

Por ser de lá<br />

Na certa por isso mesmo<br />

Não gosto de cama mole<br />

Não sei comer sem torresmo.<br />

Eu quase não falo<br />

Eu quase não sei de nada<br />

Sou como rês desgarrada<br />

Nessa multidão boiada caminhan<strong>do</strong> a esmo.”<br />

7. • Criação de um texto poético em que cada um se descreva<br />

como fruto <strong>do</strong> meio em que vive ou em que foi cria<strong>do</strong>. Sugestão<br />

de estrutura <strong>do</strong> texto: Por ser de .............................. (lugar de origem),<br />

eu faço .............................., não gosto de...................................., aprecio.......................................,<br />

minha comida preferida é.............................<br />

........., meu lazer predileto é ............................................., sou como ....<br />

............................... (comparação com um elemento <strong>do</strong> ambiente), etc.<br />

a Apresentação <strong>do</strong> texto cria<strong>do</strong>, exploran<strong>do</strong> recursos artísticos,<br />

como canto, dança, representação, música, etc.<br />

c) Contação de História e de histórias<br />

1. • Leitura <strong>do</strong> livro Plantan<strong>do</strong> uma amizade, de Rubens<br />

Matuck, para observar o importante intercâmbio cultural entre<br />

um personagem que migra <strong>do</strong> Nordeste para uma grande<br />

cidade e um menino, cria<strong>do</strong> nessa cidade, onde “só conhecia<br />

vacas impressas em embalagens de queijo”.<br />

O professor deverá, a cada início de perío<strong>do</strong> letivo ou a cada ingresso<br />

de aluno novo na turma, propor uma recepção carinhosa aos que<br />

chegam de outro lugar para que to<strong>do</strong>s possam se conhecer melhor e<br />

estabelecer um relacionamento harmonioso, não estigmatizante, não<br />

preconceituoso. Dessa forma, os alunos novos vão contan<strong>do</strong> suas histórias<br />

pessoais de vida, nos moldes da atividade a seguir.<br />

10<br />

Informação:<br />

A seca é um fenômeno natural, ocasiona<strong>do</strong> pelo atraso na precipitação de chuvas ou por sua distribuição irregular, que<br />

acaba prejudican<strong>do</strong> o crescimento ou desenvolvimento das plantações agrícolas. Além desses, outros fatores também<br />

podem ocasionar a seca, como a temperatura da região, o relevo topográfico e manchas solares. A ação predatória <strong>do</strong><br />

homem também tem contribuí<strong>do</strong> para agravar a questão, pois a constante destruição da vegetação natural por meio<br />

de queimadas acarreta a expansão <strong>do</strong> clima semiári<strong>do</strong> em áreas onde anteriormente ele não existia.<br />

2. • Recepção de boas-vindas aos amigos recém-chega<strong>do</strong>s,<br />

to<strong>do</strong>s em roda: Como é seu nome? De onde você veio? Que tem<br />

de bom e bonito na sua cidade? Como as pessoas se divertem<br />

lá? Há alguma festa típica? E comidas gostosas? Algumas palavras<br />

diferentes das daqui? Qual o tipo de música preferida lá?<br />

E dança? Quem são os artistas locais? Além da televisão, quais<br />

os veículos de comunicação mais presentes?


Café,1935<br />

Pintura a óleo/tela<br />

130 x 195cm<br />

3. • Pesquisa a respeito da biografia de um importante brasileiro, migrante<br />

<strong>do</strong> Nordeste, saí<strong>do</strong> da cidade de origem com a família, em busca de melhores<br />

condições de vida, e alça<strong>do</strong> pelo povo ao cargo máximo de representação política<br />

no País (Luiz Inácio Lula da Silva).<br />

a Narração oral, de forma resumida, da história desse brasileiro.<br />

4. • Contação, em grande roda, ao ar livre, da história de alguém<br />

conheci<strong>do</strong> que tenha passa<strong>do</strong> pela experiência de ser retirante: Quem é?<br />

Como aconteceu a história? De onde a pessoa partiu e para onde foi? Partiu<br />

com quem? Qual o meio de transporte? Quem e o que deixou para trás?<br />

Foi bem-sucedi<strong>do</strong>? Em que aspecto? O que deu erra<strong>do</strong>? O que deu certo?<br />

Sentiu saudade? Formou nova família no lugar de destino? A adaptação foi<br />

fácil ou difícil? Por quê? O migrante mantém as ligações afetivas com sua<br />

origem? Comunica-se com frequência com os que deixou? Através de que<br />

meios? A história teve final feliz?<br />

a Escolha, entre as histórias contadas e ouvidas, da mais engraçada, da<br />

mais triste, da mais estranha, da mais criativa, da mais alegre. Em grupo,<br />

redação dessas histórias. Ilustração <strong>do</strong>s textos produzi<strong>do</strong>s, com aproveitamento<br />

de materiais descarta<strong>do</strong>s pelas pessoas e pela natureza (exemplo:<br />

retalhos de teci<strong>do</strong>s, aparas de papel, papel de embrulho, jornal velho, botões<br />

velhos, gravetos, palitos, tampinhas, carvão, areia, folhas e flores secas, rótulos<br />

de produtos, etc.).<br />

Transforman<strong>do</strong> o lixo em arte, a natureza agradece...<br />

Informação:<br />

Vik Muniz é um famoso artista plástico brasileiro, contemporâneo,<br />

que faz experimentações com novas mídias e<br />

materiais. Dentre os que usa em suas obras, está a sucata,<br />

to<strong>do</strong> tipo de material reciclável, e até lixo, como prova o<br />

filme-<strong>do</strong>cumentário Lixo extraordinário.<br />

5. • Leitura <strong>do</strong> trecho a seguir, sobre uma fase da vida de Candi<strong>do</strong> Portinari, filho de imigrantes e, ele próprio, um migrante na a<strong>do</strong>lescência.<br />

“O Brasil enriquecera sua humanidade tropical com a imigração europeia, constituída, em sua maioria, de lavra<strong>do</strong>res<br />

pobres, tangi<strong>do</strong>s pela grande crise econômica <strong>do</strong>s anos 80 e 90 <strong>do</strong> século anterior (...). Essa crise levaria à Primeira Guerra<br />

Mundial e continuaria empurran<strong>do</strong> os pobres à emigração (...). Os pais de Portinari pertenciam ao mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s pobres.<br />

Os italianos que, ao chegar ao porto de Santos, eram destina<strong>do</strong>s às fazendas de café, sofriam dupla discriminação: eram<br />

imigrantes e pobres, logo, italianinhos. É nessa circunstância que Candi<strong>do</strong> (...) começa a ver o mun<strong>do</strong> e a injustiça. (...)<br />

Ele manterá, até o fim, o compromisso com a gente de sua infância: negros, mulatos, brancos, imigra<strong>do</strong>s novos – to<strong>do</strong>s<br />

pobres. Candi<strong>do</strong> chegou ao Rio de Janeiro em 1918, quan<strong>do</strong> a Primeira Grande Guerra terminava na Europa. Havia<br />

saí<strong>do</strong> de casa aos 15 anos, levan<strong>do</strong> as mãos cria<strong>do</strong>ras. Sua meta talvez fosse tornar-se bom artesão, como os italianos que<br />

haviam cuida<strong>do</strong> das igrejas da região em que nascera (...). O resto veio logo em seguida, porque, como to<strong>do</strong>s os homens<br />

de gênio, Portinari era bem maior <strong>do</strong> que pretendia ser” (3)<br />

11


6. • Invenção de histórias pessoais de vida, com base em sonhos de mudança.<br />

Portinari, por exemplo, saiu de sua pequena Bro<strong>do</strong>wski com a simples<br />

meta de tornar-se um bom artesão e, ao final, tornou-se um <strong>do</strong>s maiores<br />

pintores <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. E você, caso um dia pudesse mudar-se, mudaria para<br />

onde? Por quê? Como você descreveria esse lugar? O que ele teria de melhor?<br />

Que transformações imagina que poderiam ocorrer com você nesse novo<br />

ambiente?<br />

7. • Após tantas histórias contadas e ouvidas, troca de ideias sobre os<br />

aspectos positivos da chegada numa cidade grande de migrantes vin<strong>do</strong>s de<br />

localidades menores, em busca de melhores condições de vida. Ênfase na<br />

significativa contribuição desses migrantes ao desenvolvimento das cidades<br />

de acolhimento, bem como para a importância da interação cultural que se<br />

estabelece a partir desse contato.<br />

d) Ven<strong>do</strong> problemas e pensan<strong>do</strong> soluções<br />

1. • Roda de conversa a respeito das consequências negativas de migrações<br />

determinadas por fatores ambientais, econômicos e sociais.<br />

O professor poderá ajudar os alunos, desenvolven<strong>do</strong> com eles os seguintes assuntos:<br />

a no campo: diminuição da população rural; escassez da mão de obra; redução da produção agrícola com elevação <strong>do</strong> custo de vida; entre outros;<br />

a nas cidades grandes: desemprego e subemprego, falta de habitação, favelização, problemas de saneamento básico (acúmulo de lixo e esgoto no ambiente,<br />

contaminação <strong>do</strong> solo, da água, <strong>do</strong>s alimentos, <strong>do</strong>enças decorrentes, etc.); desaparecimento <strong>do</strong> cinturão verde devi<strong>do</strong> à especulação imobiliária; crises de<br />

abastecimento no merca<strong>do</strong> urbano, com falta de gêneros alimentícios e outros produtos; marginalidade social; entre outros.<br />

2. • Seleção, entre os problemas <strong>do</strong> campo e da cidade, daquele que você considera mais grave. Redação de carta a uma autoridade, denuncian<strong>do</strong> esse problema,<br />

sugerin<strong>do</strong> soluções e solicitan<strong>do</strong> providências.<br />

3. • Leitura <strong>do</strong> texto a seguir.<br />

Em todas as cidades brasileiras, encontramos a cidade informal. A pobreza e a exclusão social são desequilíbrios que comprometem<br />

a existência de um ecossistema urbano sadio. Porém nem toda cidade informal é miserável. Há uma certa mobilidade<br />

social que dá acesso a novos bens de consumo e espaços de moradia mais amplos (...). Ao la<strong>do</strong> disso, persiste a precariedade no<br />

saneamento básico, na coleta de lixo e, em muitos casos, os riscos de desabamento ou inundação. Algumas medidas são fundamentais,<br />

e a primeira delas é estabelecer políticas públicas que levem à integração com a cidade formal, à transformação da<br />

favela em bairro, o que implica urbanizá-la. (4) (Alfre<strong>do</strong> Sirkis, adaptação)<br />

4. • Levantamento de problemas das cidades informais (favelas), além <strong>do</strong>s menciona<strong>do</strong>s nesse texto.<br />

5. • Debate e apresentação de propostas para solução <strong>do</strong>s problemas das favelas.<br />

e) Brincadeiras artesanais<br />

1. • Confecção de maquete de uma favela: habitações, mora<strong>do</strong>res, cenas <strong>do</strong> cotidiano (trabalho, festa,<br />

rotina), animais <strong>do</strong>mésticos, comércio, vielas, vegetação, etc. Usar preferencialmente materiais descartáveis<br />

(caixas de fósforo vazias, palitos, jornais velhos, retalhos, etc.), evitan<strong>do</strong> ao máximo materiais que<br />

possam agredir o meio ambiente como plástico, isopor, etc.<br />

2. • Confecção de maquete de um bairro da cidade formal, com utilização também de materiais<br />

descartáveis.<br />

12<br />

Favela, 1957<br />

Pintura a óleo/tela<br />

45 x 53,5cm<br />

Meninos com Carneiro, 1959<br />

Pintura a óleo/madeira<br />

172 x 112cm


Módulo 2<br />

Água: fonte da vida<br />

I – Obras de Candi<strong>do</strong> Portinari<br />

a) Reflexão<br />

Um quarto <strong>do</strong> total de água <strong>do</strong>ce que circula no globo tornou-se<br />

inaproveitável, devi<strong>do</strong> à poluição gerada pelo homem. Nos países<br />

em desenvolvimento, apenas 40% da população bebe água<br />

limpa e saudável. Mas a quantidade de dinheiro necessária<br />

para obter água limpa para o mun<strong>do</strong> to<strong>do</strong> é muito menor <strong>do</strong><br />

que o montante gasto com o consumo de supérfluos.<br />

(extraí<strong>do</strong> de Conceitos para se fazer educação ambiental / Secretaria<br />

<strong>do</strong> <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong>, São Paulo, 1997)<br />

b) Leitura <strong>do</strong>s quadros<br />

Prancha número 5: Rio Tietê<br />

a Com o grupo, observar o que está representa<strong>do</strong> no quadro e quais os<br />

personagens e elementos presentes.<br />

a O que nos diz o título <strong>do</strong> quadro?<br />

a Quais as características deste lugar representa<strong>do</strong> na pintura?<br />

a O que aparece no primeiro plano e no plano de fun<strong>do</strong>?<br />

a Quais as cores pre<strong>do</strong>minantes?<br />

Conversar sobre as modificações sofridas pelo rio Tietê da época em que o<br />

artista pintou esta tela até hoje.<br />

Prancha número 6: Arrastão<br />

a Conversar com o grupo sobre o que o artista representa nesta cena.<br />

a Perguntar se alguém já viu este tipo de trabalho nas praias.<br />

a Propor que descrevam o que a figura em primeiro plano está fazen<strong>do</strong>.<br />

Marinha (detalhe), 1951<br />

Pintura a óleo/tela<br />

38 x 46cm<br />

13


14<br />

a Chamar a atenção <strong>do</strong> grupo para as diferentes ações que acontecem<br />

em cada um <strong>do</strong>s planos (puxan<strong>do</strong> a rede, separan<strong>do</strong> os peixes,<br />

carregan<strong>do</strong> o cesto de peixes e preparan<strong>do</strong> a rede).<br />

a Convidar uma pessoa <strong>do</strong> grupo para ler a legenda <strong>do</strong> quadro.<br />

Comentar sobre o cuida<strong>do</strong> que os pesca<strong>do</strong>res precisam ter com o tipo de<br />

pesca que realizam.<br />

“Olha o arrastão entran<strong>do</strong> no mar sem fim (...)<br />

Nunca jamais se viu tanto peixe assim” (5)<br />

(Edu Lobo e Vinicius de Moraes)<br />

Prancha número 7: Praia de Ipanema<br />

a Solicitar que alguém <strong>do</strong> grupo leia o título <strong>do</strong> quadro e a partir<br />

deste título observar com os alunos o que está representa<strong>do</strong> no quadro.<br />

Explicar aos alunos que a praia de Ipanema é um <strong>do</strong>s locais mais famosos<br />

da cidade <strong>do</strong> Rio de Janeiro. Encontra-se na Zona Sul, no bairro <strong>do</strong> mesmo<br />

nome, com uma orla povoada de belos edifícios e hotéis elegantes. É<br />

frequentada pelos mora<strong>do</strong>res da cidade e também por turistas nacionais e<br />

internacionais, que vêm para conferir a exuberância da natureza e das mulheres,<br />

conforme os versos <strong>do</strong> poeta Vinicius de Moraes na canção “Garota<br />

de Ipanema”, de Tom Jobim.<br />

a Comentar que o artista pintou esta paisagem em 1927, ainda<br />

na época em que era uma praia semideserta. Perguntar aos alunos<br />

como deve estar, 83 anos depois, esse mesmo lugar.<br />

a O que aparece no plano de fun<strong>do</strong> desta paisagem? (os <strong>do</strong>is morros<br />

são chama<strong>do</strong>s de Dois Irmãos).<br />

a Quais as cores pre<strong>do</strong>minantes? Essas cores contribuem para<br />

manter o realismo da composição feita por Portinari?<br />

Pedir que os alunos relacionem uma série de medidas que podem ser tomadas pelos frequenta<strong>do</strong>res a fim de que as praias se mantenham limpas como a<br />

retratada pelo artista naquela época.<br />

II – Atividades Integradas<br />

a) Reflexão e ação<br />

1. • Leitura <strong>do</strong> seguinte fragmento <strong>do</strong> texto “Existe uma única água no mun<strong>do</strong>”, de Roberto Otsu:<br />

“A água que hoje alimenta e beneficia tu<strong>do</strong> que existe na Terra é a mesma desde a sua formação.<br />

Em maior ou menor quantidade, a água está presente em to<strong>do</strong>s os cantos da Terra. O gelo <strong>do</strong> Polo Norte é água, as nuvens <strong>do</strong><br />

céu <strong>do</strong> Deserto de Atacama são água. To<strong>do</strong>s os seres vivos têm água na sua composição bioquímica. Existe água no sangue <strong>do</strong><br />

ser humano e no sangue <strong>do</strong> beija-flor. Na pétala da rosa e no pé <strong>do</strong> jatobá. (...) Toda essa água circula na Terra sem cessar,<br />

desde a sua formação, há bilhões de anos. Tu<strong>do</strong> é ciclo. E é sempre a mesma água.<br />

Ao beber um copo de água, não se bebe apenas água. Bebem-se todas as memórias da água e toda a história <strong>do</strong> planeta. (...) Porque,<br />

como diziam os sábios, existe uma única água no mun<strong>do</strong>.<br />

A percepção <strong>do</strong> ciclo da água levou os chineses à ideia de unicidade e, como consequência, a um sentimento de reverência. (...)<br />

Para os sábios, assim como a água é uma só, tu<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> é uma coisa só. (...) quan<strong>do</strong> se toca uma parte, toca-se o to<strong>do</strong>.<br />

Tocar a folha é tocar a árvore. (...) Quan<strong>do</strong> se toca a gota de orvalho, toca-se toda a água <strong>do</strong> planeta. (...)<br />

A unicidade da água mostra que nada está isola<strong>do</strong>, nada está fora <strong>do</strong> to<strong>do</strong> e tu<strong>do</strong> forma uma única realidade. Nada é imprestável<br />

ou sem função. A nuvem, o rio, a neve, a transpiração, a lágrima, a chuva, todas as manifestações da água têm função.<br />

Em essência, nada e ninguém é melhor que outra coisa ou outra pessoa. Tu<strong>do</strong> e to<strong>do</strong>s merecem o mesmo respeito, a mesma<br />

reverência.” (6)<br />

2. • Troca de ideias a respeito <strong>do</strong> trecho li<strong>do</strong>: Por que a água deveria ser reverenciada? O que significa o termo “unicidade” no texto li<strong>do</strong>? Alguma vez você<br />

já havia pensa<strong>do</strong> na ideia de unicidade relativamente às coisas <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>? Algum ser vive isoladamente na natureza? Para que e por que uns dependem <strong>do</strong>s<br />

outros? E em sociedade, essa interdependência existe? Em que medida? Podemos considerar que na natureza exista uma organização, que cada parte esteja<br />

engrenada às outras de forma que todas funcionem em conjunto? Há seres dispensáveis ou to<strong>do</strong>s são indispensáveis?<br />

3. • Reflexão: Por que “ecologia” recebeu esse nome? (oikos, em grego, quer dizer “casa”) Que cuida<strong>do</strong>s devemos ter com a nossa própria casa? E com a<br />

grande casa de to<strong>do</strong>s? Que movimentos podem ser realiza<strong>do</strong>s coletivamente para promover uma consciência ecológica em sua comunidade? Como passar da<br />

consciência à ação? Que ações podem ser deflagradas para resolver problemas ambientais, ou minimizá-los, no lugar em que você vive (casa, escola, rua,


airro, cidade)? Quais dessas ações são mais viáveis no momento? Como implementá-las?<br />

“Necessitamos, em primeiro lugar, comunicar nossas ideias em linguagem mais<br />

simples e direta, capaz de envolver mais gente. Achar maneiras de transformar o<br />

conhecimento em fazeres (...) Temos que transformá-las [as ideias] em eventos,<br />

em ´inventos´ coletivos que (...) nos renovem diariamente como militantes por um<br />

mun<strong>do</strong> melhor.” (7)<br />

4. • Promoção de algumas dessas ações com auxílio <strong>do</strong>s professores:<br />

a Solicitação de cursos, palestras, oficinas sobre reciclagem.<br />

a Realização de eventos comunitários, como por exemplo:<br />

“Dia da Faxina Ecológica”<br />

– descartar baterias e pilhas em locais adequa<strong>do</strong>s;<br />

– separar o lixo e criar depósitos para seleção;<br />

– não jogar lixo no chão;<br />

– não deixar os cães sujarem as calçadas;<br />

– organizar mutirões de limpeza na escola, em praças, em ruas; etc.<br />

“Dia da Reciclagem”<br />

– reutilizar materiais em trabalhos artísticos e artesanais, em vez de jogá-los fora.<br />

“Dia da Preciclagem”<br />

– não comprar coisas, como embalagens de plástico, que não possam ser reutilizadas.<br />

“Dia da Economia de Energia”<br />

– apagar as luzes quan<strong>do</strong> não houver necessidade delas;<br />

– acender menos lâmpadas;<br />

– usar lâmpadas mais econômicas;<br />

– usar menos água quente;<br />

– não usar carro em curtas distâncias; etc.<br />

(Marina Silva)<br />

a Promoção de ações especificas quanto à questão da água:<br />

– confeccionar cartilhas de orientação quanto ao consumo consciente da água;<br />

– redigir folhetos destina<strong>do</strong>s a turistas, com normas relativas à não poluição das praias, rios, córregos e<br />

cachoeiras locais (enfatizar o perigo <strong>do</strong> descarte de materiais perigosos à fauna marinha e fluvial, especialmente<br />

isopor e plástico);<br />

– promover eventos:<br />

“Dia de Economizar Água”: monitorar vazamentos; fechar torneiras quan<strong>do</strong> não estiver usan<strong>do</strong><br />

água; encurtar o tempo <strong>do</strong> banho; etc.<br />

“Sorrio com Rio Limpo”: não jogar detritos na água <strong>do</strong>s rios; colocar entulhos em sacos ou latas de<br />

lixo; etc.<br />

“Amar o Mar”: não jogar resíduos no mar e na areia; levar para a praia sacola grande para pôr seu próprio<br />

lixo; não levar animais à praia; não deixar restos de alimentos na areia; recolher o lixo encontra<strong>do</strong>, toman<strong>do</strong><br />

cuida<strong>do</strong> para não manipular aquele que possa ser tóxico, cortante, perfurante...; etc.<br />

b) Diálogo entre linguagens<br />

1. • Leitura <strong>do</strong>s seguintes versos:<br />

“Meu rio, meu Tietê, onde me levas?<br />

Sarcástico rio que contradizes o curso das águas<br />

E te afastas <strong>do</strong> mar e te adentras na terra <strong>do</strong>s homens,<br />

Onde me queres levar?”<br />

(Mario de Andrade, versos <strong>do</strong> poema “A meditação sobre o Tietê”)<br />

a Interpretação: Que elementos <strong>do</strong> poema li<strong>do</strong> contribuem para a personificação <strong>do</strong> rio Tietê? Essa imagem <strong>do</strong><br />

rio como se fosse uma pessoa produz em você que tipo de sentimento, de sensação? Observan<strong>do</strong> o rio Tietê pinta<strong>do</strong><br />

por Candi<strong>do</strong> Portinari (prancha número 5), por quais emoções e sentimentos você navega?<br />

2. • Pesquisa sobre rios em sua cidade: Há algum rio? Qual o nome? Quais as dimensões? Encontra-se dentro<br />

de alguma reserva ambiental ou corta a cidade? Há registro dele nos mapas? É conheci<strong>do</strong> nacionalmente? Pesca-<br />

-se nele? Pesca de subsistência? Pesca comercial? Pesca predatória? É navegável? Há cachoeiras? Serve ao esporte?<br />

Ao lazer? Qual a condição de suas águas? Limpas ou poluídas? Apresenta algum problema de outra natureza?<br />

15


Ocorrem enchentes? Quais as causas? Como é o entorno? Há vegetação em<br />

suas margens? Construções? Indústrias? Recebe fluxo turístico? E os mora<strong>do</strong>res<br />

desfrutam dele de alguma forma? Existem trechos particularmente<br />

aprazíveis? Os mora<strong>do</strong>res mais i<strong>do</strong>sos testemunharam mudanças no rio?<br />

Positivas ou negativas? Esse rio já foi canta<strong>do</strong> em prosa e verso?<br />

3. • Pesquisa sobre a vida e a obra <strong>do</strong> poeta Sosígenes Costa. Seleção de<br />

poemas desse autor que falem <strong>do</strong> rio Jequitinhonha.<br />

a Roda de recitação e / ou dramatização de alguns textos desse autor.<br />

a Confecção de mural com os da<strong>do</strong>s biográficos pesquisa<strong>do</strong>s, fotos e<br />

alguns poemas.<br />

4. • Criação de poesia que retrate o rio de sua cidade. Alunos, agora<br />

chegou sua vez!<br />

a Ilustração desse poema com uma pintura. Consultar o site <strong>do</strong><br />

Projeto Portinari, para pesquisar obras que retratam paisagens fluviais.<br />

Você vai ficar muito inspira<strong>do</strong>!<br />

“Gosto <strong>do</strong>s rios, <strong>do</strong> seu aspecto manso.”<br />

“(...) As águas <strong>do</strong>s córregos<br />

Vão cansadas <strong>do</strong> longo percurso.”<br />

“Às vezes penso ter vin<strong>do</strong> por engano.<br />

O material usa<strong>do</strong> para me fabricarem,<br />

lá no infinito, estava destina<strong>do</strong> a<br />

Realizar folhas de árvore ou ... água.” (8)<br />

(Candi<strong>do</strong> Portinari)<br />

5. • Leitura <strong>do</strong> seguinte trecho <strong>do</strong> poema “Adeus a Sete Quedas”, de Carlos<br />

Drummond de Andrade:<br />

“Sete quedas por nós passaram,<br />

e não soubemos, ah, não soubemos amá-las,<br />

e todas sete foram mortas,<br />

e todas sete somem no ar,<br />

sete fantasmas, sete crimes<br />

<strong>do</strong>s vivos golpean<strong>do</strong> a vida<br />

que nunca mais renascerá.”<br />

a Pesquisa a respeito <strong>do</strong> Salto de Sete Quedas, a que o poeta se refere:<br />

O que foi? Onde ficava? O que aconteceu? Qual a causa? Qual a reação das<br />

pessoas? Qual a repercussão no meio ambiente?<br />

a Pesquisa a respeito <strong>do</strong> momento histórico e das circunstâncias que<br />

levaram o poeta a escrever o poema “Adeus a Sete Quedas”.<br />

c) O ambiente é notícia<br />

1. • Realização, em grupo, de reportagens sobre praias da região onde<br />

você vive. Descrição das praias e classificação quanto aos seguintes aspectos,<br />

dentre outros: preservação, no caso de serem reservas ambientais; beleza natural;<br />

respeito ao ambiente por parte de mora<strong>do</strong>res, comerciantes, <strong>do</strong>nos de<br />

pousadas, hotéis e restaurantes, ambulantes; aproveitamento turístico que<br />

não agrida o ambiente; condições das águas <strong>do</strong> mar e esta<strong>do</strong> das areias;<br />

importância histórica e cuida<strong>do</strong> com o patrimônio; existência de projetos de<br />

preservação da fauna marinha, a exemplo <strong>do</strong> Projeto Tamar e <strong>do</strong> Instituto<br />

Jubarte.<br />

Os recursos para realizar os trabalhos poderão ser os mais varia<strong>do</strong>s, entre os disponíveis:<br />

visitas aos locais; entrevistas; relatórios; fotografias; reproduções por meio<br />

de desenhos e pinturas; descrições escritas; vídeos produzi<strong>do</strong>s pelos próprios alunos;<br />

pesquisas em revistas, enciclopédias, sites, folhetos turísticos, etc.<br />

a Inclusão, na reportagem, de uma avaliação final: praias aprovadas<br />

e praias em / para recuperação. Usar o código nnnn para atribuição de<br />

conceitos:<br />

Praias aprovadas:<br />

razoáveis<br />

Praias em / para recuperação:<br />

ruins<br />

péssimas<br />

“O mar<br />

quan<strong>do</strong> quebra na praia<br />

é bonito, é bonito” (9)<br />

(Dorival Caymmi)<br />

boas<br />

ótimas<br />

a Redação de justificativas para os conceitos da<strong>do</strong>s.<br />

a Veiculação das reportagens em jornalzinho da escola.<br />

16<br />

Auto-retrato, 1957<br />

Pintura a óleo/madeira<br />

55 x 46cm<br />

Marinha, 1951<br />

Pintura a óleo/madeira<br />

36 x 45cm


Festa de Iemanjá, 1959<br />

Pintura a óleo/papel<br />

25.7 x 38.2cm<br />

2. • Levantamento de soluções para os problemas constata<strong>do</strong>s<br />

nas praias em / para recuperação.<br />

a Redação das propostas de soluções num <strong>do</strong>cumento a ser<br />

encaminha<strong>do</strong>, por meio da escola, a algum órgão liga<strong>do</strong> às questões<br />

<strong>do</strong> meio ambiente local.<br />

“No povoa<strong>do</strong> sonhan<strong>do</strong><br />

Viu o mar. Um dia o<br />

Veria de verdade.<br />

Passaram alguns dezembros.” (10)<br />

(Candi<strong>do</strong> Portinari)<br />

d) Contação de História e de histórias<br />

1. • A sociedade e a cultura brasileiras receberam a contribuição<br />

lusitana, indígena e africana para sua formação. Pesquisa sobre<br />

algumas dessas contribuições no idioma, nos costumes, na culinária,<br />

no vestuário, nas artes, na construção de habitações.<br />

2. • Pesquisa a respeito <strong>do</strong> significa<strong>do</strong> de três figuras representativas<br />

de nossa herança cultural africana (Iemanjá e Oxum) e indígena<br />

(Iara). Esclarecer a relação direta entre essas figuras e o<br />

elemento água.<br />

O professor poderá orientar a pesquisa, entre outros recursos, com o<br />

Dicionário <strong>do</strong> folclore brasileiro, de Luis da Camara Cascu<strong>do</strong>.<br />

a Contação de histórias que retratem, em detalhes, varia<strong>do</strong>s aspectos<br />

que envolvem essas figuras: Onde vivem? Quais as suas características? Quais<br />

os significa<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s seus nomes? Têm outros nomes além desses? Como é sua<br />

relação com os humanos? Que poderes lhes são atribuí<strong>do</strong>s? Há eventos que<br />

as homenageiam? São citadas em obras literárias? Já leu algum livro em que<br />

desempenham um papel expressivo? Aparecem em músicas?<br />

3. • Leitura e recitação <strong>do</strong> seguinte trecho <strong>do</strong> poema “Iemanjá”, de Sosígenes Costa:<br />

“(...) – Ê vai ê vai<br />

a rainha <strong>do</strong> mar<br />

rompen<strong>do</strong> mar e vento.<br />

Orungã, não faça isto<br />

que o mun<strong>do</strong> vai se acabar.<br />

Não te dói a consciência?<br />

Não desonre esta sereia,<br />

não manche a estrela-<strong>do</strong>-mar.<br />

Ê vai ê vai<br />

rompen<strong>do</strong> mar e vento<br />

rainha da Guiné.<br />

Onde mora Santa Barb’a<br />

que quero me esconder.<br />

Vai haver um castigo,<br />

o mun<strong>do</strong> vai se arrasar.<br />

Já estive numa casa<br />

e era a casa de Bará.<br />

Onde mora Santa Barb’a?<br />

Minha gente, me responda:<br />

Onde mora Santa Barb’a?<br />

– Mora den’da lua<br />

mora den’dum roche<strong>do</strong>.<br />

– Ai quem me dera que eu pudesse<br />

me esconder dentro da lua.<br />

E Iemanjá de tão cansada<br />

já não podia correr mais.<br />

Ia cai não cai cain<strong>do</strong>.<br />

– Ô Iná marabô,<br />

faça surgir um mar de Espanha,<br />

Inaê ou Inaô,<br />

um espinheiro e uma neblina,<br />

ô Iná arauê<br />

uma chuva de navalha<br />

pra Orungã não te pear.<br />

E Iemanjá já não podia<br />

correr mais e desmaiou.<br />

E caiu no chão de costas.<br />

Porém antes que Orungã<br />

alcançasse Iemanjá<br />

e tocasse nos seus seios,<br />

o seu corpo foi crescen<strong>do</strong>,<br />

foi crescen<strong>do</strong> e agigantou-se<br />

e os <strong>do</strong>is seios de Inaê<br />

se tornaram <strong>do</strong> tamanho<br />

de <strong>do</strong>is montes sem igual<br />

e o céu estremeceu<br />

e a terra se abalou<br />

e o céu veio arrian<strong>do</strong><br />

e queria desabar.<br />

Quan<strong>do</strong> os bicos <strong>do</strong>s seus peitos<br />

se afundaram pelas nuvens,<br />

sustentan<strong>do</strong> o firmamento<br />

que queria desabar,<br />

o anjo tocou a trombeta<br />

e os <strong>do</strong>is seios da sereia<br />

começaram a jorrar água<br />

com estron<strong>do</strong> e num dilúvio<br />

e <strong>do</strong>is rios se formaram<br />

da água de cada um,<br />

e a água lavou o mun<strong>do</strong>.<br />

E o espírito de Deus vagou naquelas águas<br />

e foi então o princípio<br />

e a pomba <strong>do</strong> Divino bebeu das águas bentas.<br />

E eu botei o joelho em terra<br />

para pedir pelos filhos de Deus.<br />

Ai a água lava tu<strong>do</strong>,<br />

lava o que nos mancha as almas,<br />

lava o que nos envergonha.<br />

Quem apaga o fogo?<br />

É a água.<br />

Dos teus seios, Janaína<br />

se formaram estes <strong>do</strong>is rios<br />

que a Bahia estão lavan<strong>do</strong><br />

para tirar o que nos mancha<br />

e também nos envergonha.<br />

Ora, um é o São Francisco<br />

e o outro é o Jequitinhonha.<br />

Quem apaga o fogo?<br />

É a água. (...)”<br />

17


4. • Leitura em voz alta <strong>do</strong> cordel A falta d´água no mun<strong>do</strong>, de João Batista Melo.<br />

O professor inicialmente deverá dar uma explicação sobre literatura de cordel. A seguir, orientar a leitura oral <strong>do</strong><br />

texto, pelos alunos, aos poucos, em segmentos, de acor<strong>do</strong> com os vários assuntos aborda<strong>do</strong>s no texto <strong>do</strong> folheto. Levar<br />

a turma a desenvolver esses assuntos posteriormente, <strong>do</strong> ponto de vista não mais da literatura, mas sim da ciência:<br />

importância da água; sua utilidade; necessidade de economizá-la; poluição e consequências para a saúde; desperdício e<br />

escassez; ciclos da água; mananciais não explora<strong>do</strong>s; problemas <strong>do</strong> rio São Francisco; papel de organismos internacionais<br />

em relação à preservação da água.<br />

a Pesquisa, em livros de Ciências, a respeito desses temas. Apresentação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s da pesquisa.<br />

a Releitura da penúltima estrofe <strong>do</strong> cordel:<br />

“Temos de ser otimistas<br />

em qualquer situação<br />

só queremos que alguém<br />

nos indique a direção<br />

faça um cordel bem bonito<br />

ilustra<strong>do</strong> e bem escrito<br />

e mostre à população”<br />

3. • Leitura deste belo exemplo da integração harmoniosa de um artista com o ambiente em que vive:<br />

No km 53 da estrada Friburgo-Teresópolis, reside o artista plástico cearense Geral<strong>do</strong> Simplício<br />

Nêgo, famoso por suas esculturas gigantescas, feitas com a terra de barrancos <strong>do</strong><br />

jardim de sua casa. A inspiração para essas obras vem das próprias formas <strong>do</strong>s barrancos.<br />

Suas esculturas ficam expostas permanentemente no local, batiza<strong>do</strong> de Jardim <strong>do</strong> Nêgo,<br />

que passou a ser um ponto turístico dessa região <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio de Janeiro. A primeira<br />

dessas esculturas, feita por ele em 1981, foi a de uma mulher. Quan<strong>do</strong> finalizou essa<br />

obra, ele a protegeu com um plástico, por ter começa<strong>do</strong> a chover. Sem que esperasse, uma<br />

camada de musgo brotou na superfície da escultura, envolven<strong>do</strong>-a e, assim, protegen<strong>do</strong>-a<br />

contra a erosão. O efeito estético foi fantástico, com essa pequena e casual “colaboração”<br />

da natureza!... Algumas de suas esculturas podem ser apreciadas também através de sites<br />

na internet.<br />

a Atenden<strong>do</strong> a esse apelo final <strong>do</strong> cordelista, criação, em grupo, de “um cordel bem bonito / ilustra<strong>do</strong> e<br />

bem escrito”, que aponte direções para solucionar os problemas ambientais cita<strong>do</strong>s pelo autor.<br />

e) Esporte, lazer, arte... ao ar livre!<br />

Vamos aproveitar mais a vida pertinho da natureza?<br />

1. • Caminhada na praia, observan<strong>do</strong> a natureza em seus mínimos detalhes; coleta de conchas furadinhas,<br />

descartadas pelo mar, para confecção de colares e pulseiras; banhos de mar, cachoeira, rio... Que delícia!<br />

2. • Criação de esculturas na areia da praia.<br />

As águas vão levar, mas só o prazer de ter feito... esse nem o mar nos tira!...<br />

Quem tem sensibilidade artística é capaz de trabalhar diretamente com os próprios elementos da natureza.<br />

18<br />

Conchas e Hipocampos, 1942<br />

Painel de azulejos<br />

990 x 1510cm


Módulo 3<br />

Uso <strong>do</strong>s recursos minerais<br />

I – Obras de Candi<strong>do</strong> Portinari<br />

a) Reflexão<br />

Diariamente perdem-se centenas de milhões de toneladas de terra da camada superficial <strong>do</strong> solo, devi<strong>do</strong><br />

à erosão. Isso equivale à perda anual de uma área como a <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> de Pernambuco. As regiões<br />

desérticas, nas diversas partes <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, aumentam a cada quatro anos, numa área equivalente<br />

à <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo. As atividades de extração de recursos minerais estiveram e estão no centro<br />

das atividades produtivas brasileiras. Como conciliar extração, desenvolvimento e preservação?<br />

(extraí<strong>do</strong> de Conceitos para se fazer educação ambiental / Secretaria <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong>, São Paulo, 1997)<br />

b)Leitura <strong>do</strong>s Quadros<br />

Prancha número 8: Garimpo<br />

a Solicitar que to<strong>do</strong>s vejam o quadro como um to<strong>do</strong>, perceben<strong>do</strong> as ações, os personagens e os elementos representa<strong>do</strong>s<br />

não somente no primeiro plano; observar, também, os detalhes da obra.<br />

a Conversar com o grupo sobre o original desta pintura (faz parte de uma série de 12 murais que foram pinta<strong>do</strong>s<br />

no antigo prédio <strong>do</strong> Ministério da Educação e Cultura – hoje Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro.<br />

Os murais são to<strong>do</strong>s afrescos* e foram realiza<strong>do</strong>s entre 1938 e 1944).<br />

a Perguntar ao grupo se eles sabem o que é um mural e qual a diferença entre mural e painel*.<br />

a Qual o nome <strong>do</strong> objeto que o personagem no primeiro plano está seguran<strong>do</strong> (bateia)?<br />

a Chamar a atenção para os pés e as mãos grandes <strong>do</strong>s personagens, uma característica da pintura de Portinari.<br />

a Mostrar as chapadas de cores geométricas ao fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> painel (grandes chapadas de azul e verde).<br />

Conversar com o grupo a respeito <strong>do</strong> fato de o garimpo ter si<strong>do</strong> a principal fonte de renda <strong>do</strong> Brasil Colonial. Levá-lo a refletir<br />

um pouco sobre a história da mineração no Brasil, enfocan<strong>do</strong> as principais consequências da exploração <strong>do</strong> minério.<br />

* Ver anexo – Técnicas usadas por Portinari<br />

Prancha número 9: Ferro<br />

a Convidar o grupo a visualizar o quadro como um to<strong>do</strong>.<br />

a Explicar que este mural também integra a série pintada para o antigo prédio <strong>do</strong> Ministério da Educação e<br />

Cultura, fazen<strong>do</strong> parte <strong>do</strong>s murais Ciclos econômicos, junto <strong>do</strong> Garimpo.<br />

Terra (detalhe), 1945<br />

Painel a óleo/tela<br />

200 x 250cm (aproximadas)<br />

19


20<br />

a Perguntar ao grupo quantos trabalha<strong>do</strong>res há no quadro.<br />

a Ressaltar que na composição há <strong>do</strong>is arcos de cor escura, ao<br />

fun<strong>do</strong>, e <strong>do</strong>is trabalha<strong>do</strong>res seguran<strong>do</strong> tubos de ferro (os homens<br />

estão em sequência, e seu tamanho diminui à medida que se afastam<br />

<strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r que se encontra em primeiro plano, ao centro).<br />

a Conversar com o grupo sobre a técnica de perspectiva usada<br />

por Portinari, para dar profundidade ao quadro.<br />

a Ressaltar as diferentes tonalidades e contrastes <strong>do</strong> quadro, que<br />

é praticamente to<strong>do</strong> em tons marrons e branco.<br />

Prancha número 10: Garimpeiro<br />

a Explicar aos alunos que este desenho é um estu<strong>do</strong> para o mural<br />

Garimpo, localiza<strong>do</strong> no Palácio Gustavo Capanema (antigo<br />

prédio <strong>do</strong> Ministério de Educação e Cultura – MEC).<br />

a Comentar sobre o estilo realista deste estu<strong>do</strong>*.<br />

a Junto com o grupo, fazer uma comparação <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> Garimpeiro<br />

com o mesmo personagem que aparece representa<strong>do</strong> no mural<br />

Garimpo. Quais as semelhanças e diferenças? (o estu<strong>do</strong>, que<br />

tem um estilo bastante realista, é modifica<strong>do</strong> no mural, onde o<br />

personagem ganha cor e menos detalhes).<br />

* Ver anexo – Estilos / Movimentos Artísticos<br />

II – ATIVIDADES INTEGRADAS<br />

a) Reflexão<br />

1. • Leitura <strong>do</strong> seguinte fragmento <strong>do</strong> texto “Contribuição <strong>do</strong> ouro <strong>do</strong><br />

Brasil ao progresso da Inglaterra”, de Eduar<strong>do</strong> Galeano (12) :<br />

“Nada ficou, no solo brasileiro, <strong>do</strong> impulso dinâmico <strong>do</strong><br />

“Ouro branco! Ouro preto! Ouro podre! De cada<br />

Ribeirão trepidante e de cada recosto<br />

De montanha o metal rolou na cascalhada<br />

Para o fausto Del-Rei, para a glória <strong>do</strong> imposto.” (11)<br />

Garimpeiros no Rio, c.1937<br />

Pintura a guache e grafite/papel kraft<br />

37.5 x 26.5cm<br />

ouro, salvo os templos e as obras de arte. Em fins <strong>do</strong> século XVIII, embora ainda não se tivessem<br />

esgota<strong>do</strong> os diamantes, o país estava prostra<strong>do</strong>. A renda per capita <strong>do</strong>s três milhões de brasileiros<br />

não superava os 50 dólares anuais no atual (*) poder aquisitivo (...) e este era o nível mais baixo<br />

de to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> colonial. Minas Gerais caiu verticalmente numa grande onda de decadência<br />

e ruína. (...). Condena<strong>do</strong>s inflexivelmente à pobreza em função <strong>do</strong> progresso alheio, os povos<br />

mineiros (...) ficaram isola<strong>do</strong>s e tiveram que se resignar a arrancar seus alimentos das pobres<br />

terras já despojadas de metais e pedras preciosas. A agricultura de subsistência ocupou o lugar da<br />

economia mineira.(...). Só a explosão de talento ficou como recordação da vertigem <strong>do</strong> ouro, para não mencionar os buracos das<br />

escavações e as pequenas cidades aban<strong>do</strong>nadas. (...). As igrejas de Minas foram bastante saqueadas e são raros os objetos sacros (...)<br />

que nelas perduram, mas ficarão para sempre, alçadas sobre as ruínas coloniais, as monumentais obras barrocas, os frontispícios e<br />

os púlpitos, os retábulos, as tribunas, as figuras humanas, que desenhou, talhou e esculpiu Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, o<br />

filho genial de uma negra escrava e um artesão famoso. (...). A euforia <strong>do</strong> ouro era coisa <strong>do</strong> passa<strong>do</strong> (...). Toda a pompa e alegria<br />

tinham-se desvaneci<strong>do</strong> e não sobrava espaço para nenhuma esperança.”<br />

* Esse texto foi publica<strong>do</strong> em 1971.<br />

(Manuel Bandeira)<br />

2. • Roda de conversa sobre os seguintes assuntos: Quais os ciclos econômicos da História <strong>do</strong><br />

Brasil? Que ciclo econômico precedeu o ciclo da mineração? Por que o ciclo precedente entrou em<br />

declínio? Com esse declínio, que atividade econômica a Coroa Portuguesa passou a estimular? O que<br />

foram as Entradas? E as Bandeiras? Quais as principais regiões brasileiras em que houve descoberta de<br />

pedras e metais preciosos? Quais as transformações ocorridas na vida colonial brasileira com a mineração?<br />

Qual a mão de obra utilizada nessa atividade? Qual a sua opinião sobre a primeira afirmativa<br />

<strong>do</strong> texto li<strong>do</strong>, de Eduar<strong>do</strong> Galeano? Como se explica historicamente o título desse texto? Que senti<strong>do</strong><br />

tem a ideia corrente de que “As minas <strong>do</strong> Brasil foram<br />

a glória e a ruína de Portugal”? As minas <strong>do</strong> Brasil teriam<br />

si<strong>do</strong> também a nossa glória e a nossa ruína? Que<br />

rebelião importante surgiu em Minas à época <strong>do</strong> ciclo<br />

<strong>do</strong> ouro? Quais os principais atores desse movimento? O<br />

que pretendiam? Que escritores dele participaram?<br />

Tiradentes, 1948<br />

Desenho a grafite/papel<br />

36.5 x 27.5cm<br />

“Parecia um santo<br />

De mãos amarradas,<br />

No meio das cruzes,<br />

Bandeiras e espadas(...)” (13)<br />

(Cecília Meireles)


Meninos Brincan<strong>do</strong>, 1955<br />

Pintura a óleo/tela<br />

60 x 72.5cm<br />

se explica o pessimismo no texto de Eduar<strong>do</strong> Galeano e a esperança na música<br />

de Gonzaguinha? Galeano nos fala de um tempo passa<strong>do</strong>. O que Gonzaguinha<br />

deseja para o presente e para o futuro?<br />

a Redação de uma dissertação com o seguinte título: “Sonhos<br />

brasis, povo feliz”.<br />

3. • Leitura da letra da música “Sonhos brasis”, de Gonzaguinha:<br />

“Felicidade eu quero a (fé) liberdade<br />

para o povo <strong>do</strong> meu país<br />

toda riqueza pro menino que o meu país<br />

felicidade eu digo axé liberdade<br />

para o povo <strong>do</strong> meu país<br />

seu Joaquim, seu Zé da Silva<br />

e também seu Xavier<br />

tragam o sol<br />

o alimento o sal<br />

o sol da fé<br />

fé esperança<br />

fé trabalho<br />

aliança<br />

pra escolher nossos destinos<br />

forças gerais<br />

sonhos brasis<br />

povo feliz.”<br />

4. • Interpretação: Qual a relação entre a letra dessa música e o perío<strong>do</strong> da<br />

História <strong>do</strong> Brasil referente ao ciclo <strong>do</strong> ouro e <strong>do</strong>s diamantes? Por que Gonzaguinha<br />

escolheu esses nomes próprios para representar o povo <strong>do</strong> nosso país? Como<br />

b) Diálogo entre linguagens<br />

1. • Pesquisa sobre os escritores Thomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manuel<br />

da Costa: as histórias de suas vidas, suas obras; o movimento literário<br />

em que se inseriram (Arcadismo); o surgimento e o papel das academias<br />

literárias na época da Inconfidência Mineira.<br />

a Roda de leitura e recitação de alguns poemas desses autores.<br />

“Toma de Minas a estrada,<br />

Na Igreja nova, que fica<br />

Ao direito la<strong>do</strong> e segue<br />

Sempre firme a Vila Rica” (14)<br />

(Thomás Antônio Gonzaga)<br />

2. • Pesquisa sobre a obra e a vida de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.<br />

a Sobre a obra: Como analisá-la quanto aos estilos individual e de<br />

época? Quais as suas obras mais representativas? Em que locais se encontram?<br />

Com que materiais da natureza ele criou suas esculturas?<br />

Quais as características da “pedra-sabão”, que a tornam um material<br />

conveniente a trabalhos de escultura?<br />

“Era uma vez um Aleijadinho,<br />

não tinha de<strong>do</strong>, não tinha mão,<br />

raiva e cinzel, lá isso tinha,<br />

era uma vez um Aleijadinho,<br />

era uma vez muitas igrejas<br />

com muitos paraísos e muitos infernos,<br />

era uma vez São João, Ouro Preto,<br />

Mariana, Sabará, Congonhas,<br />

era uma vez muitas cidades<br />

e o Aleijadinho era uma vez.” (15)<br />

(Carlos Drummond de Andrade)<br />

a Sobre a vida: Por que O Aleijadinho pode ser considera<strong>do</strong> um exemplo<br />

máximo de superação? Que personalidades atuais das mais diversas áreas<br />

também podem ser lembradas por atitudes dessa natureza? Você os homenagearia<br />

por meio de quê – um poema? um retrato pinta<strong>do</strong>? um desenho?<br />

uma foto? uma frase? um troféu? um feria<strong>do</strong>? um nome de rua? um nome de<br />

escola? Então que tal prestar essa homenagem?<br />

3. • Leitura <strong>do</strong> seguinte fragmento <strong>do</strong> poema “Confidência <strong>do</strong> itabirano”,<br />

de Carlos Drummond de Andrade:<br />

21


Retrato de Carlos Drummond de Andrade, 1936<br />

Pintura a óleo/tela<br />

72 x 58cm<br />

Ferro, 1938<br />

Desenho a carvão/papel kraft<br />

226 x 92cm<br />

“Alguns anos vivi em Itabira.<br />

Principalmente nasci em Itabira<br />

Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.<br />

Noventa por cento de ferro nas calçadas.<br />

Oitenta por cento de ferro nas almas.<br />

E esse alheamento <strong>do</strong> que na vida é porosidade e comunicação.”<br />

4. • Troca de ideias sobre a influência <strong>do</strong> meio no mo<strong>do</strong> de ser das pessoas: É decisiva essa influência? Há outros fatores que condicionam a formação da<br />

personalidade? Qual seria o mais forte? Se você vivesse num outro lugar, você teria um mo<strong>do</strong> diferente de ser? Em que aspectos? Você percebe características<br />

comuns às pessoas <strong>do</strong> lugar onde você vive? Poderia apontar essas características? Você associaria as características <strong>do</strong> ferro a que aspectos psicológicos <strong>do</strong><br />

indivíduo? Com que características psicológicas o autor se retrata? Você acha que essas características aparecem no retrato feito por Candi<strong>do</strong> Portinari? Na sua<br />

opinião, como seria alguém com oitenta por cento de ferro na alma?<br />

5. • Em roda, realização da brincadeira: Como eu seria se eu fosse “de ouro”? E “de prata”? E “de vidro”? E “de lata”? E “de barro”? E “de água”? E “de<br />

diamante”? E “de areia”? E “de plástico”? E “de pedra-sabão”? E “de...”?<br />

Informação:<br />

Itabira é um município brasileiro <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> de Minas Gerais. A cidade é apelidada por seus habitantes de cidade da poesia. Também<br />

é conhecida como cidade <strong>do</strong> ferro, porque nela foi criada, na década de 1940, a Companhia Vale <strong>do</strong> Rio Doce (de mineração). O<br />

nome Itabira tem sua origem na língua tupi – “pedra que brilha”: itá (“pedra”) e bira (“que brilha”).<br />

22<br />

c) Contação de História e de histórias<br />

1. • Pesquisa sobre as profundas transformações de ordem política, econômica e social, ocorridas no Brasil na Era Vargas.<br />

O professor deverá enfatizar as medidas protecionistas à indústria e a nacionalização <strong>do</strong>s recursos minerais. Importância, para o Brasil, da criação <strong>do</strong>s seguintes órgãos<br />

e empresas: em 1934, o Departamento Nacional de Produção Mineral; em 1938, o Conselho Nacional <strong>do</strong> Petróleo; em 1941, a Companhia Siderúrgica Nacional; em 1943, a<br />

minera<strong>do</strong>ra Vale <strong>do</strong> Rio Doce; em 1953, a Petrobras.<br />

2. • Leitura das informações a seguir.<br />

Foi depois da Segunda Guerra Mundial que o petróleo se revelou tão importante quanto o aço. Em 1947, no Governo Dutra, surge a campanha nacionalista “O<br />

Petróleo É Nosso”. No entanto, já em 1936, Monteiro Lobato acendera a polêmica sobre a nacionalização das reservas petrolíferas com o livro O escândalo


Depósito de Óleo, 1933<br />

Pintura a óleo/tela<br />

50 x 72cm<br />

<strong>do</strong> petróleo. E em 1937 publicara, para o público infantojuvenil,<br />

O poço <strong>do</strong> Visconde, no qual defendia a existência de petróleo em<br />

território brasileiro.<br />

3. • Pesquisa, com mais detalhes, das circunstâncias que envolveram<br />

as publicações desses livros, bem como das ações promovidas por Monteiro<br />

Lobato relativamente ao petróleo nesse perío<strong>do</strong> histórico.<br />

a Resumo de to<strong>do</strong>s esses fatos e narração oral.<br />

4. • Leitura <strong>do</strong> livro O poço <strong>do</strong> Visconde.<br />

a Escolha, por parte de um grupo, de um trecho desse livro que melhor se preste a uma dramatização. Dramatização<br />

desse trecho; confecção de figurino e cenário.<br />

a Escolha, por parte de outro grupo, de um trecho <strong>do</strong> mesmo livro, mais compatível com uma apresentação<br />

sob a forma de história em quadrinhos. Criação da história em quadrinhos; redação <strong>do</strong>s diálogos em<br />

balões, desenho e pintura das cenas.<br />

d) Enxergan<strong>do</strong> os <strong>do</strong>is la<strong>do</strong>s da moeda<br />

1. • Leitura <strong>do</strong> seguinte texto:<br />

Recursos naturais são elementos da natureza úteis ao ser humano, na medida em que<br />

são imprescindíveis ao desenvolvimento da civilização, à sobrevivência e ao conforto da<br />

sociedade. São componentes, materiais ou não, da paisagem geográfica, mas que ainda<br />

não tenham sofri<strong>do</strong> importantes transformações pelo trabalho humano e cuja própria<br />

gênese é independente <strong>do</strong> homem, mas aos quais foram atribuí<strong>do</strong>s, historicamente, valores<br />

econômicos, sociais e culturais. Nem to<strong>do</strong>s os recursos que a natureza oferece ao ser<br />

humano podem ser aproveita<strong>do</strong>s em seu esta<strong>do</strong> natural. Quase sempre o homem precisa<br />

trabalhar para transformá-los em bens capazes de satisfazer alguma necessidade humana.<br />

(adapta<strong>do</strong> <strong>do</strong> texto “Recurso natural” – pt.wikipedia.org/wiki/Recurso_natural)<br />

2. • Pesquisa sobre a real importância <strong>do</strong>s recursos minerais para a sociedade: Por que se diz que a atividade de<br />

mineração impulsiona o desenvolvimento? Em que medida necessidades básicas <strong>do</strong> ser humano, como alimentação,<br />

moradia e vestuário, dependem de recursos minerais? É possível haver desenvolvimento econômico e qualidade de<br />

vida independentemente <strong>do</strong> consumo de bens minerais?<br />

a Apresentação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s da pesquisa.<br />

O professor poderá ajudar os alunos, informan<strong>do</strong>, por exemplo, a respeito das principais<br />

substâncias minerais utilizadas na construção de uma casa: tijolo (argila); bloco<br />

(areia, brita, calcário); fiação elétrica (cobre, petróleo); lâmpada (quartzo, tungstênio,<br />

alumínio); fundações de concreto (areia, brita, calcário, ferro); ferragens (ferro, alumínio,<br />

cobre, zinco, níquel); vidro (areia, calcário, feldspato); louça sanitária (caulim, calcário,<br />

feldspato, talco); azulejo (caulim, calcário, feldspato, talco); piso cerâmico (argila,<br />

caulim, calcário, feldspato, talco); piso de pedra (ardósia, granito, mármore); pintura<br />

– tinta (calcário, talco, caulim, titânio, óxi<strong>do</strong>s metálicos); caixa dágua (calcário, argila,<br />

gipsita, amianto, petróleo); pias (mármore, granito, ferro, níquel, cobalto); encanamento metálico (ferro ou cobre); encanamento PVC<br />

(petróleo, calcita); esquadrias (alumínio ou ligas de ferro-manganês); telhas de cerâmica (argila); telha fibro-amianto (calcário, argila,<br />

gipsita, amianto); calha (ligas de zinco-níquel-cobre ou fibro-amianto); pregos e parafusos (ferro, níquel). (16)<br />

3. • Pesquisa sobre a exploração de recursos minerais no Brasil de hoje: Que principais riquezas são exploradas?<br />

Que grandes empresas as exploram? Que benefícios a exploração desses recursos traz para as cidades, os esta<strong>do</strong>s, o<br />

País? Há participação estrangeira na exploração de nossos recursos minerais hoje? Que tipo de participação?<br />

a Apresentação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s da pesquisa, por meio de cartazes com textos e imagens, em mural da escola.<br />

4. • Leitura <strong>do</strong> seguinte texto:<br />

“Um <strong>do</strong>s aspectos mais graves da economia industrial de crescimento é a pressão destrutiva<br />

que ela exerce sobre os recursos naturais, que são a base material sobre a qual se estabelece a<br />

vida humana. (...) foi apenas a partir da Revolução Industrial que a economia passou a se<br />

valer cada vez mais <strong>do</strong> consumo acelera<strong>do</strong> <strong>do</strong>s estoques planetários de minérios e combustíveis<br />

fósseis, que são recursos não renováveis. (...) a economia de crescimento tem consegui<strong>do</strong><br />

(...) ameaçar os próprios recursos ´livres`. Isso porque fenômenos como a poluição em grande<br />

escala têm ameaça<strong>do</strong> tornar escassos recursos, como o ar puro e a água <strong>do</strong>ce, que foram<br />

sempre considera<strong>do</strong>s ´livres´, tal a sua abundância.” (17)<br />

5. • Pesquisa e troca de ideias sobre as seguintes questões: Que transformações importantes se deram com a<br />

Revolução Industrial? Que é “economia industrial de crescimento”? Por que se acelerou o consumo de recursos não<br />

renováveis a partir da Revolução Industrial? Qual a razão de a mineração ser considerada por alguns uma atividade<br />

que agride o meio ambiente? Atividade de mineração e desenvolvimento sustentável são incompatíveis? A imagem<br />

da mineração como uma atividade agressiva ao meio ambiente e aos interesses <strong>do</strong> desenvolvimento sustentável está<br />

mudan<strong>do</strong> hoje no Brasil? Em caso afirmativo, que fatores têm contribuí<strong>do</strong> para essa mudança?<br />

23


Marinha, 1953<br />

Pintura a óleo/tela<br />

25 x 44cm<br />

f) Poupan<strong>do</strong> nossos tesouros<br />

1. • Leitura <strong>do</strong> seguinte texto:<br />

“Existem muitas coisas maravilhosas que este planeta vem armazenan<strong>do</strong> há bilhões de anos.<br />

(...) Temos o petróleo, o ferro, a prata, a areia, o alumínio, o cobre (... ). Esses tesouros são<br />

uma dádiva para nós. (...) Mas a quantidade deles é limitada. Quan<strong>do</strong> os usarmos to<strong>do</strong>s, não<br />

sobrará nada. Portanto, cabe a nós decidir o que devemos fazer com eles. Devemos tirá-los<br />

da Terra e transformá-los em coisas de que realmente não precisamos? Ou devemos poupá-los<br />

para que nós – e todas as criaturas da Terra – ainda possamos tê-los?” (19)<br />

e) O ambiente é notícia<br />

1. • Seleção de notícias sobre desastres ambientais recentes, no Brasil e no mun<strong>do</strong>, que tenham atingi<strong>do</strong> as<br />

águas (de oceanos, lagos, rios), o ar e o solo, quan<strong>do</strong> da extração e <strong>do</strong> processamento de recursos minerais, ou<br />

quan<strong>do</strong> <strong>do</strong> transporte desses recursos e de bens deles obti<strong>do</strong>s. Utilizar variadas fontes de consulta: revistas, jornais,<br />

TV, internet, entrevistas, etc.<br />

a Análise dessas notícias <strong>do</strong> ponto de vista jornalístico: O que ocorreu? Quan<strong>do</strong>? Onde? Como? Quais as causas?<br />

E as consequências? Que providências foram tomadas para solucionar o problema?<br />

a Organização <strong>do</strong> material recolhi<strong>do</strong> e com ele criação de um jornalzinho para ser distribuí<strong>do</strong> na escola<br />

e na comunidade. Nesse jornal, além das notícias, inserir, na primeira página, um texto de esclarecimento, denúncia<br />

e alerta quanto aos sérios problemas ambientais que atingem o planeta.<br />

2. • Leitura da seguinte informação:<br />

“O esgotamento das reservas de combustíveis, assim como os problemas ambientais ocasiona<strong>do</strong>s<br />

pela produção de subprodutos indesejáveis, a devastação das florestas e a inundação<br />

de vastas áreas para a formação de represas hidrelétricas vêm obrigan<strong>do</strong> o homem a investir<br />

sua inteligência e criatividade na obtenção de formas ‘não convencionais’ de energia.” (18)<br />

3. • Pesquisa a respeito de fontes alternativas de energia (solar, eólica e outras).<br />

a Seleção de notícias sobre locais que já vêm utilizan<strong>do</strong> algumas dessas fontes no Brasil e no mun<strong>do</strong>.<br />

a Redação de um segun<strong>do</strong> caderno para o jornalzinho anterior, com divulgação dessas iniciativas.<br />

24<br />

2. • Organização, na escola, de um evento de combate ao consumo de supérfluos.<br />

a “Dia <strong>do</strong> Consumo Consciente”: não comprar nada que não seja absolutamente necessário; recolher de sua casa<br />

objetos que não estejam sen<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong>s e promover uma feirinha de troca-troca; <strong>do</strong>ar roupas, brinque<strong>do</strong>s, material<br />

escolar de que não mais precisar.<br />

3. • Reflexão sobre a seguinte declaração:<br />

“O consumismo não existiria sem a publicidade, ferramenta fundamental para influenciar<br />

padrões de consumo, formar estilos de vida e, consequentemente, criar necessidades (...) (20)<br />

a Debate a respeito das características da chamada “sociedade de consumo”: Por que, para alguns, “ter” é mais<br />

importante <strong>do</strong> que “ser”? Para que serve a publicidade? Ela cria necessidades de consumo? Ela alimenta desejos que já<br />

existem nas pessoas? Ela “vende” status, estilos de vida, sensação de pertencimento, de inclusão? Ela presta informação<br />

para escolhas mais conscientes? Ela pode estimular o consumo compulsivo? Que movimento social surgiu, na década de<br />

1960, de rebeldia à sociedade de consumo (movimento hippie)? Você conhece alguém que tente viver de forma alternativa,<br />

reduzin<strong>do</strong> ao máximo o consumo, por opção e não por necessidade?<br />

4. • Coleta, em sua casa, de to<strong>do</strong>s os objetos descarta<strong>do</strong>s, reutilizan<strong>do</strong>-os para outros fins: potes de vidro (para<br />

acondicionar compotas de fabricação caseira, pó de café, biscoitos, etc.; para guardar pequenos objetos, como aponta<strong>do</strong>r,<br />

borracha, pecinhas de jogos, bolas de gude, etc.); embalagens de plástico (para servirem de porta-lápis, porta-<br />

-bijuterias, caixas de costura, etc.).<br />

“(...). Se tivesse<br />

Continua<strong>do</strong> a soltar papagaio<br />

Seria livre como as an<strong>do</strong>rinhas<br />

(...) saberia a vida <strong>do</strong> vento”<br />

(Candi<strong>do</strong> Portinari)


Meninos Soltan<strong>do</strong> Pipas, c.1940<br />

Pintura a óleo/madeira<br />

15 x 12.5cm<br />

“Estas latas têm que perder, por primeiro, to<strong>do</strong>s os ranços (e artifícios)<br />

da indústria que as produziu. Segundamente, elas têm que a<strong>do</strong>ecer na<br />

terra. A<strong>do</strong>ecer de ferrugem e casca. Finalmente, só depois de trinta e<br />

quatro anos elas merecerão de ser chão. Esse desmanche em natureza é<br />

<strong>do</strong>loroso e necessário se elas quiserem fazer parte da sociedade <strong>do</strong>s<br />

vermes. Depois desse desmanche em natureza, as latas podem até<br />

namorar com as borboletas. Isso é muito comum. Diferentes de nós as<br />

latas com o tempo rejuvenescem, se jogadas na terra. Chegam quase até<br />

de serem pousadas de caracóis. Elas sabem, as latas, que precisam<br />

chegar ao estágio de uma parede suja. Só assim serão procuradas pelos<br />

caracóis. Sabem muito bem, estas latas, que precisam da intimidade com<br />

o lo<strong>do</strong> obsceno das moscas. Ainda elas precisam de pensar em ter raízes.<br />

Para que possam obter estames e pistilos. A fim de que um dia elas<br />

possam se oferecer às abelhas. Elas precisam de ser um ensaio de árvore<br />

a fim de comungar a natureza. O destino das latas pode também ser<br />

pedra. Elas hão de ser cobertas de limo e musgo. As latas precisam<br />

ganhar o prêmio de dar flores. Elas têm de participar <strong>do</strong>s passarinhos.<br />

Eu sempre desejei que as minhas latas tivessem aptidão para<br />

passarinhos. Como os rios têm, como as árvores têm. Elas ficam muito<br />

orgulhosas quan<strong>do</strong> passam <strong>do</strong> estágio de chutadas nas ruas para o<br />

estágio de poesia. Acho esse orgulho das latas muito justificável e até<br />

louvável.” (21)<br />

5. • Coleta de garrafas pet, latas de cerveja e refrigerante, embalagens de isopor, aparas de papel, etc.<br />

a Confecção, com o material recolhi<strong>do</strong>, de brinque<strong>do</strong>s varia<strong>do</strong>s: cata-vento, papagaio, diabolô,<br />

bilboquê, carrinho, aviãozinho; bijuterias com argolas de metal das latinhas de refrigerante; etc. Pedir<br />

ajuda ao professor de <strong>Arte</strong>s e consultar na internet sites que ensinam o mo<strong>do</strong> de confeccioná-los.<br />

O professor, aproveitan<strong>do</strong> a motivação <strong>do</strong>s alunos na confecção de papagaios e cata-ventos, poderá abordar<br />

a importância <strong>do</strong> vento na natureza, inclusive como fonte alternativa de energia.<br />

6. • Leitura <strong>do</strong> texto “Latas”, de Manoel de Barros:<br />

7. • Pesquisa a respeito <strong>do</strong> importante papel <strong>do</strong>s chama<strong>do</strong>s “decompositores” no meio ambiente: Quais são os decompositores?<br />

Como atuam? Por que a decomposição de to<strong>do</strong>s os seres é necessária na natureza? Qual a relação deles com o processo<br />

natural de reciclagem?<br />

O professor poderá ajudar os alunos nessa atividade com a leitura <strong>do</strong> capítulo “A importante tarefa <strong>do</strong>s decompositores”, <strong>do</strong> livro<br />

Natureza e seres vivos, de Samuel Gurgel Branco.<br />

a Coleta de latas que tenham si<strong>do</strong> jogadas fora. Plantio, nelas, de sementes ou mudas de plantas que deem flores diversas.<br />

Decoração das latas com frases <strong>do</strong> texto de Manoel de Barros que você achar mais bonitas.<br />

Cuide das plantinhas, regue-as, ponha-as no sol ou na sombra, dê a elas muito carinho, enfeite sua casa. Pronto! Suas latas vão<br />

“ganhar o prêmio de dar flores”, passar “<strong>do</strong> estágio de chutadas nas ruas para o estágio de poesia”...<br />

25


Módulo 4<br />

A preservação das florestas e <strong>do</strong>s animais<br />

I – Obras de Candi<strong>do</strong> Portinari<br />

a) Reflexão<br />

As florestas tropicais sofrem uma perda anual equivalente à área <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de Santa Catarina<br />

e essa degradação causa inundações e secas, erosão <strong>do</strong> solo, assoreamento das barragens,<br />

perda de espécies, além da destruição de estradas, campos, assentamentos humanos e culturas<br />

nativas. Metade das florestas da Europa Central está morren<strong>do</strong> devi<strong>do</strong> à poluição <strong>do</strong> ar e à<br />

chuva ácida, o mesmo acontecen<strong>do</strong> na China e na América <strong>do</strong> Norte. Porém, em alguns pontos<br />

<strong>do</strong> globo, existem ações que têm mostra<strong>do</strong> competência para administrar uma produção<br />

florestal capaz de gerar suprimento para décadas e mesmo séculos: planos de reflorestamento<br />

estão recuperan<strong>do</strong> árvores, solos, rios e toda a vida silvestre que essas florestas abrigam.<br />

(extraí<strong>do</strong> de Conceitos para se fazer educação ambiental / Secretaria <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong>, São<br />

Paulo, 1997)<br />

b) Leitura <strong>do</strong>s quadros<br />

Prancha número 11: Flora e fauna brasileiras<br />

a Perguntar ao grupo o que eles veem no quadro: Quais os elementos que estão no primeiro plano? E no<br />

plano <strong>do</strong> fun<strong>do</strong>? (no plano da frente estão animais tipicamente brasileiros, como numa floresta nativa, e<br />

no plano de fun<strong>do</strong> pode-se ver uma praia).<br />

a Perguntar ao grupo se o título da<strong>do</strong> ao quadro interpreta com fidelidade o que o artista pintou.<br />

Prancha número 12: Floresta I<br />

a Convidar a turma a pensar na temática representada pela obra a partir <strong>do</strong>s elementos que a compõem.<br />

a Perguntar aos visitantes que animais eles estão ven<strong>do</strong> em primeiro plano e no plano de fun<strong>do</strong> da tela<br />

(No primeiro plano, <strong>do</strong>is guarás e flores grandes; no plano de fun<strong>do</strong> os galgos, que parecem estar perseguin<strong>do</strong><br />

a caça. Os pássaros que estão no primeiro plano à direita são popularmente chama<strong>do</strong>s de guarás<br />

e habitam os manguezais. Eles têm esta coloração avermelhada porque se alimentam de um crustáceo<br />

rico em caroteno. Conversar sobre a ameaça de extinção desse pássaro, por causa da caça indiscriminada).<br />

26<br />

Floresta Amazônica (detalhe), 1957<br />

Painel a óleo/madeira<br />

85 x 445cm


O Seringueiro, 1955<br />

Pintura a óleo/papelão<br />

19 x 17cm (estimadas)<br />

a Ressaltar que o artista possibilita uma visão de profundidade no<br />

quadro, colocan<strong>do</strong> as figuras maiores no primeiro plano e diminuin<strong>do</strong><br />

o tamanho das figuras <strong>do</strong>s planos subsequentes.<br />

a Conversar sobre a pre<strong>do</strong>minância das cores usadas neste quadro<br />

(cores quentes).<br />

Prancha número 13: Vende<strong>do</strong>r de passarinho<br />

a Propor ao grupo que converse sobre os personagens representa<strong>do</strong>s:<br />

como estão vesti<strong>do</strong>s; o que devem estar fazen<strong>do</strong>; que elementos<br />

presentes no quadro possibilitam identificar o tipo de local onde se<br />

encontram os personagens, etc.<br />

a Convidar o grupo a ler a legenda que indica o título <strong>do</strong> quadro.<br />

a Observar com o grupo as feições expressionistas (*) das duas<br />

figuras <strong>do</strong> quadro (intensidade da expressão <strong>do</strong>s pés e <strong>do</strong> rosto).<br />

a Perguntar ao grupo se há diferenças na composição <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is<br />

personagens (um homem usa suspensório e o outro, não; a calça<br />

de um deles está arregaçada, os pássaros que carregam têm cores<br />

diferentes, etc.).<br />

a Observar com o grupo a maneira pela qual o artista divide o<br />

fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> quadro em duas cores: uma quente (o vermelho), que representa<br />

a terra, e a outra fria (o azul), que representa o céu.<br />

Perguntar se alguém já teve ou tem passarinho preso na gaiola. Conversar<br />

a respeito desta ação de prender pássaros em gaiolas. Refletir sobre a importância<br />

e o significa<strong>do</strong> da consciência ecológica, ressaltan<strong>do</strong> como um exemplo<br />

a existência de leis que punem pessoas porta<strong>do</strong>ras de animais silvestres<br />

em gaiolas.<br />

(*) ver anexo – Estilos / Movimentos Artísticos<br />

II – ATIVIDADES INTEGRADAS<br />

a) Reflexão e ação<br />

1. • Leitura da seguinte declaração de Chico Mendes, importante ativista<br />

ambiental brasileiro:<br />

“No começo pensei que estivesse lutan<strong>do</strong> para salvar<br />

seringueiras, depois pensei que estava lutan<strong>do</strong> para<br />

salvar a floresta Amazônica. Agora percebi que estava<br />

lutan<strong>do</strong> para salvar a humanidade.” (22)<br />

2. • Troca de ideias: Por que a luta para salvar algumas árvores representa,<br />

em última instância, uma luta para salvar a humanidade?<br />

a Que outros exemplos podem ser cita<strong>do</strong>s de pessoas que, agin<strong>do</strong> em defesa<br />

de causas específicas, beneficiam ou beneficiaram a humanidade e o próprio<br />

planeta? (em lutas contra a fome, a miséria, a violência, as guerras; em<br />

combate a epidemias; em lutas contra discriminação e preconceitos de toda<br />

ordem; em movimentos pela educação e pela cultura; etc.).<br />

3. • Informação – Trova é um tipo de poesia muito popular, constituída<br />

de quatro versos, cada um <strong>do</strong>s quais com sete sílabas poéticas. O primeiro<br />

verso rima com o terceiro; o segun<strong>do</strong>, com o quarto. Encerra em si uma<br />

ideia, uma mensagem. Há trovas filosóficas, líricas, humorísticas...<br />

a Leitura e recitação da seguinte trova:<br />

“Quem ama não mata a mata;<br />

quem ama planta, recria.<br />

Quem ama protege e acata<br />

o verde, a vida, a alegria!”<br />

(A.A.de Assis)<br />

a Essa trova expressa o amor que se deve ter pelas matas. Pesquisa: Qual<br />

a importância das florestas para o meio ambiente, relativamente a clima, atmosfera,<br />

solo, mananciais, rios e espécies vivas? Em que medida a existência<br />

de florestas contribui para a qualidade de vida das populações urbanas? Que<br />

riquezas produzem as florestas? Que é biodiversidade? Que espécies da flora e<br />

da fauna são típicas das florestas <strong>do</strong> Brasil?<br />

4. • Leitura e recitação da seguinte trova:<br />

“A natureza protesta<br />

Sempre que alguém a maltrata.<br />

– Se matas uma floresta,<br />

vem o deserto e te mata!”<br />

(A.A.de Assis)<br />

a Essa é uma trova de denúncia e alerta. Pesquisa: Quais as causas da<br />

destruição das nossas florestas? Que é chuva ácida? Quais as consequências<br />

da degradação da cobertura verde? Que é aquecimento global? Por que a<br />

destruição das florestas agrava esse problema? Quais as principais florestas<br />

brasileiras? De que formas são destruídas as florestas no Brasil? Com que frequência<br />

e em que dimensão? A que interesses econômicos o desmatamento<br />

tem servi<strong>do</strong>? Quais as regiões <strong>do</strong> Brasil mais atingidas pelo desmatamento?<br />

27


A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 2011 o Ano<br />

Internacional das Florestas.<br />

5. • Reflexão – Ainda temos grande parte da Floresta Amazônica em pé, mas a invasão humana é iminente. Queimadas<br />

da floresta nativa trocam as paisagens por pastagens ou cidades. Já destruímos grande parte da Mata Atlântica<br />

e estamos destruin<strong>do</strong> rapidamente o Cerra<strong>do</strong>. As soluções imediatas para os <strong>do</strong>is problemas seriam as seguintes: parar<br />

as queimadas na Amazônia, intensificar os programas de conservação e uso sustentável, regenerar pelo menos parte<br />

das florestas e cerra<strong>do</strong>s perdi<strong>do</strong>s (23) .<br />

a Debate: Ainda há tempo de salvar nossas florestas? Como é possível explorar seus recursos de forma não predatória?<br />

O professor poderá citar, como ponto de partida, o exemplo de grupos humanos que vivem ou viveram na Floresta Amazônica<br />

exploran<strong>do</strong> seus recursos sem destruí-la.<br />

6. • Informação – Em 1861, D. Pedro II man<strong>do</strong>u plantar milhares de mudas de árvores, crian<strong>do</strong> a Floresta da<br />

Tijuca. Este foi o primeiro exemplo no Brasil de reconstituição de cobertura vegetal com espécies nativas.<br />

a Pesquisa sobre a importância dessa medida: Por que a floresta nativa tinha si<strong>do</strong> destruída? Quais as consequências<br />

ambientais, na época, dessa destruição? Que problema para os habitantes da cidade levou D. Pedro<br />

II a tomar a iniciativa de reconstituir a floresta? O que teve que ser feito previamente? A medida surtiu o efeito<br />

espera<strong>do</strong>? Qual a importância, hoje, da Floresta da Tijuca para a cidade <strong>do</strong> Rio de Janeiro?<br />

7. • Informação – Apesar da degradação sofrida pelas nossas florestas, tem cresci<strong>do</strong> ultimamente a preocupação em<br />

recuperar esses ecossistemas, por meio de projetos, iniciativas, experiências. São ações, enfim, de proteção, regeneração,<br />

plantio, planejamento <strong>do</strong> uso sustentável <strong>do</strong>s recursos dessas florestas.<br />

a Pesquisa e troca de ideias a respeito das medidas concretas que vêm sen<strong>do</strong> tomadas pelos governos nesse<br />

senti<strong>do</strong>, bem como sobre a atuação de Organizações Não Governamentais (ONGs).<br />

8. • Informação – Marechal Ron<strong>do</strong>n, Noel Nutels, os irmãos Villas-Bôas, Darcy Ribeiro, Irmã Dorothy Stang e<br />

Chico Mendes foram personalidades emblemáticas na defesa de nossas florestas e <strong>do</strong>s povos que nelas vivem.<br />

a Pesquisa a respeito da vida dessas figuras e das ações implementadas por elas em nosso País. Resumo de suas<br />

biografias e confecção de mural com as informações e, se possível, reproduções de retratos dessas personalidades.<br />

9. • Leitura da trova a seguir.<br />

“Eu não tenho uma floresta,<br />

mas tenho em casa um jardim.<br />

O verde mantenho em festa,<br />

na parte que cabe a mim!”<br />

(A.A.de Assis)<br />

a Há uma frase, atribuída ao faleci<strong>do</strong> músico inglês John Lennon, que diz: “Pense globalmente e atue localmente.”<br />

Interpretação e roda de conversa: A ideia que a trova transmite teria alguma relação com a frase de Lennon? O que<br />

simboliza, na trova, o “jardim” em relação à “floresta”? O que é o “verde”? Que é um verde “em festa”? Qual a importância<br />

das ações coletivas? E das ações individuais? O que é ser cidadão? Além <strong>do</strong>s governos e <strong>do</strong>s grupos da sociedade civil<br />

organizada, o cidadão, individualmente, teria alguma parcela de responsabilidade no cuida<strong>do</strong> com o meio ambiente? O<br />

que diz a trova quanto a isso? Você já pensou sobre a parte que cabe a você? Como alguém pode manifestar seu cuida<strong>do</strong><br />

28<br />

Desbravamento da Mata, 1941<br />

Pintura mural a têmpera<br />

316 x 431cm


com sua casa, sua escola, sua rua, seu bairro, sua cidade, seu País, com o<br />

mun<strong>do</strong> enfim? E o que cada um tem feito nesse senti<strong>do</strong>?<br />

10. • Comemoração <strong>do</strong> Dia da Árvore (21 de setembro):<br />

a Plantio de algumas mudas em local apropria<strong>do</strong>, com o consentimento<br />

de órgãos da cidade liga<strong>do</strong>s à administração <strong>do</strong>s parques e jardins (observar<br />

o melhor tipo de árvore de acor<strong>do</strong> com o espaço).<br />

a Montagem de exposição com fotos, desenhos e pinturas de árvores<br />

da região.<br />

a Dramatização de cena em que o personagem central seja uma árvore<br />

ameaçada (escrever o roteiro; distribuir os papéis de cada personagem; ensaiar;<br />

criar figurinos; montar o palco e o cenário com folhas, flores, galhos,<br />

caí<strong>do</strong>s das árvores; representar).<br />

a Recitação ao ar livre de poemas alusivos a árvores e florestas; leitura,<br />

por exemplo, <strong>do</strong> soneto “Velhas árvores”, de Olavo Bilac:<br />

“Olha estas velhas árvores, mais belas<br />

Do que as árvores novas, mais amigas:<br />

Tanto mais belas quanto mais antigas,<br />

Vence<strong>do</strong>ras da idade e das procelas...<br />

O homem, a fera, e o inseto à sombra delas<br />

Vivem, livres de fome e fadigas;<br />

E em seus galhos abrigam-se as cantigas<br />

E os amores das aves tagarelas.<br />

Não choremos, amigo, a mocidade!<br />

Envelheçamos rin<strong>do</strong>! envelheçamos<br />

Como as árvores fortes envelhecem:<br />

Na glória da alegria e da bondade,<br />

Agasalhan<strong>do</strong> os pássaros nos ramos,<br />

Dan<strong>do</strong> sombra e consolo aos que padecem!” (24)<br />

Informação:<br />

“Nos últimos dez anos descobrimos que plantar uma horta<br />

e usá-la como recurso para o preparo de refeições na escola<br />

é um projeto perfeito para experimentar (...) os princípios<br />

da ecologia em ação. A horta restabelece a conexão<br />

das crianças com os fundamentos da alimentação – na<br />

verdade, com os próprios fundamentos da vida – ao mesmo<br />

tempo que integra e torna mais interessantes praticamente<br />

todas as atividades que acontecem na escola.” (25)<br />

11. • Criação de um jardim na sua casa ou na escola: observar os tipos<br />

de flores que precisam de mais sol ou de mais sombra, de mais ou menos<br />

água; informar-se sobre o melhor adubo para a terra; observar as cores das<br />

diversas espécies a serem plantadas, tamanho, altura, para planejar sua<br />

distribuição estética no espaço disponível. Confecção de plaquinhas<br />

artesanais, com pedaços de madeira de demolição, para decorar o jardim;<br />

nelas pintar pequenas mensagens éticas e poéticas e decorá-las com motivos<br />

liga<strong>do</strong>s à fauna e à flora.<br />

12. • Plantio de flores em vasos para colorir e alegrar toda a casa.<br />

Plantar mudas dessas flores em vasinhos para presentear amigos, parentes,<br />

professores... Decoração desses vasinhos com pedaços de fitas, retalhos de “O pincel registra<br />

panos estampa<strong>do</strong>s, juntan<strong>do</strong> cartões com mensagens de carinho.<br />

O início de primavera:<br />

Leveza de cores.”<br />

13. • Confecção de bloquinhos e cadernos com folhas de papel de embrulho<br />

ou qualquer outro papel descarta<strong>do</strong>. Caprichan<strong>do</strong> e usan<strong>do</strong> seu bom a Criação de haicais para as<br />

(26)<br />

gosto, você poderá presentear amigos. Economia de papel deixa as árvores quatro estações <strong>do</strong> ano: observar,<br />

felizes!<br />

no lugar em que você vive, aspectos<br />

típicos de cada estação – elementos<br />

14. • Criação de uma horta na escola. Informar-se sobre os procedimentos<br />

adequa<strong>do</strong>s para o cultivo de verduras, legumes e temperos. Acompa-<br />

da fauna, da flora, <strong>do</strong> clima, além<br />

das festas e <strong>do</strong>s acontecimentos<br />

nhar o crescimento <strong>do</strong>s vegetais planta<strong>do</strong>s; colher na época devida.<br />

marcantes de cada época <strong>do</strong> ano;<br />

escrever haicais que façam alusão<br />

Flores II, 1942<br />

a Preparo, com a ajuda das merendeiras, de refeições comunitárias,<br />

em determina<strong>do</strong> dia <strong>do</strong> mês – o “Dia da Alimentação Saudável”: saladas,<br />

sanduíches, sucos, feitos com produtos da horta.<br />

a Confecção de mural com cartazes alusivos ao valor nutricional<br />

desses alimentos.<br />

b) Diálogo entre linguagens<br />

1. • Criação de trovas inspiradas nos seguintes quadros de Portinari:<br />

Fauna e flora brasileiras; Floresta I; e Vende<strong>do</strong>r de passarinhos.<br />

a Decoração de caixinhas de fósforo: escrever ou digitar as trovinhas<br />

criadas em pequeninos papéis retangulares ou pedaços de teci<strong>do</strong><br />

e colar nas caixinhas.<br />

2. • Informação – Haicai é um tipo de poesia muito antiga, de origem<br />

japonesa, constituída de três versos de cinco, sete, cinco sílabas poéticas.<br />

Tradicionalmente, fala da natureza, usan<strong>do</strong> termos liga<strong>do</strong>s direta ou<br />

indiretamente às estações <strong>do</strong> ano.<br />

Ver como exemplo o belo haicai de<br />

Teruko Oda:<br />

ao verão, ao inverno, à primavera e<br />

ao outono em sua cidade.<br />

Gravura a ponta-seca/papel<br />

24,5 x 18,8cm<br />

29


Menino com Pássaro, 1957<br />

Pintura a óleo/tela<br />

65 x 53cm<br />

30<br />

a Ilustração <strong>do</strong> haicai com uma pintura, desenho<br />

ou foto para confecção de cartões poéticos de<br />

boas-vindas a cada nova estação <strong>do</strong> ano.<br />

Como é importante observar as mudanças da natureza,<br />

seus ciclos, os reflexos sobre nossas emoções, sentimentos,<br />

esta<strong>do</strong>s de espírito!...<br />

3. • Informação – Frans Krajcberg, polonês naturaliza<strong>do</strong><br />

brasileiro, é um ativista ecológico e artista plástico<br />

preocupa<strong>do</strong> com a preservação <strong>do</strong> meio ambiente. Ficou<br />

famoso internacionalmente por suas esculturas com<br />

madeiras de cedro mortas. Fez várias viagens à Amazônia<br />

e ao Pantanal Mato-Grossense, <strong>do</strong>cumentan<strong>do</strong> os<br />

desmatamentos e coletan<strong>do</strong> troncos e raízes calcina<strong>do</strong>s<br />

para usar como material em suas obras de arte. Vive<br />

atualmente em Nova Viçosa, sul da Bahia. Lá, no Sítio<br />

Natura, se encontra seu ateliê e o Museu Ecológico Frans<br />

Krajcberg.<br />

“Toda a sua obra se constitui num grito<br />

pungente da natureza viva, ameaçada<br />

de morte.” (27)<br />

a Pesquisa, em livros de arte ou na internet, de<br />

imagens de algumas dessas esculturas feitas por Frans<br />

Krajcberg com madeiras de florestas queimadas.<br />

a Criação de um trabalho artístico (desenho, pintura,<br />

colagem, escultura, poema, texto em prosa, etc.) que<br />

tenha por título “O grito pungente da natureza”.<br />

4. • Leitura da letra da música e, se possível, audição<br />

da melodia de “Passare<strong>do</strong>”, de Francis Hime e Chico<br />

Buarque.<br />

“Ei, pintassilgo<br />

Oi, pintarroxo<br />

Melro, uirapuru<br />

Ai, chega-e-vira<br />

Engole-vento<br />

Saíra, inhambu<br />

Foge, asa-branca<br />

Vai, patativa<br />

Tor<strong>do</strong>, tuju, tuim<br />

Xô, tié-sangue<br />

Xô, tié-fogo<br />

Xô, rouxinol sem fim<br />

Some, coleiro<br />

Anda, trigueiro<br />

Te esconde, colibri<br />

Voa, macuco<br />

Voa, viúva<br />

Utiariti<br />

Bico cala<strong>do</strong><br />

Toma cuida<strong>do</strong><br />

Que o homem vem aí<br />

O homem vem aí<br />

O homem vem aí<br />

Ei, quero-quero<br />

Oi, tico-tico<br />

Anum, pardal, chapim<br />

Xô, cotovia<br />

Xô, ave-fria<br />

Xô, pesca<strong>do</strong>r-martim<br />

Some, rolinha<br />

Anda, an<strong>do</strong>rinha<br />

Te esconde, bem-te-vi<br />

Voa, bicu<strong>do</strong><br />

Voa, sanhaço<br />

Vai, juriti<br />

Bico cala<strong>do</strong><br />

Muito cuida<strong>do</strong><br />

Que o homem vem aí<br />

O homem vem aí<br />

O homem vem aí” (28)<br />

5. • Roda de conversa: Quais <strong>do</strong>s pássaros cita<strong>do</strong>s<br />

na letra da música você conhece? Quais as características<br />

dessas avezinhas? Qual tem o canto mais belo? Qual<br />

a mais colorida? Quais as que existem em sua cidade?<br />

Alguma delas está ameaçada de extinção?<br />

6. • Troca de ideias sobre a letra da música “Passare<strong>do</strong>”:<br />

Quem é esse homem? Como ele é? O que ele pretende?<br />

Você conhece alguém assim? Ele está retrata<strong>do</strong> em algum<br />

<strong>do</strong>s quadros de Candi<strong>do</strong> Portinari? Ele pode ser puni<strong>do</strong> de<br />

alguma forma? Como? O que você diria a esse homem?<br />

7. • Criação de uma música cuja letra fale a esse<br />

“homem” cita<strong>do</strong> em “Passare<strong>do</strong>” o que ele precisaria<br />

ouvir de você.<br />

a Criação da letra e da melodia.<br />

a Criação de instrumentos de percussão com<br />

elementos descarta<strong>do</strong>s pela natureza e pelo ser humano<br />

(consultar os professores de <strong>Arte</strong>s e Música; e sites como,<br />

por exemplo, www.ciclonatural.com.br).<br />

a Gravação de sons de cantos de pássaros.<br />

a Apresentação da música, acompanhada <strong>do</strong>s instrumentos<br />

musicais cria<strong>do</strong>s e <strong>do</strong> canto grava<strong>do</strong> <strong>do</strong>s pássaros.<br />

“Íamos ver os ninhos de<br />

Passarinhos, cada um zelava<br />

De uns quantos. Nenhum os maltratava.” (29)<br />

(Candi<strong>do</strong> Portinari )<br />

8. • Leitura <strong>do</strong> início <strong>do</strong> poema “Canção <strong>do</strong> exílio”,<br />

de Gonçalves Dias. De longe, da Europa, esse poeta<br />

cantou o Brasil em versos, lembran<strong>do</strong>-se com saudade<br />

<strong>do</strong> sabiá e das palmeiras, típicos de nossa fauna e<br />

nossa flora.<br />

“Minha terra tem palmeiras,<br />

Onde canta o Sabiá;<br />

As aves, que aqui gorjeiam,<br />

Não gorjeiam como lá.” (30)<br />

a Minha terra tem também... Pesquisa a respeito <strong>do</strong><br />

pau-brasil, da seringueira e <strong>do</strong> cacaueiro. Quais as suas<br />

características? Em que regiões são encontradas? Com<br />

que finalidade são exploradas? Alguma delas sofreu ex-


Curiosidade: Com o cordel “Um gênio da<br />

arte; Candi<strong>do</strong> Portinari”, o poeta Daniel<br />

Fiúza homenageou nosso pintor maior.<br />

Pau-Brasil, 1938<br />

Pintura mural a afresco<br />

280 x 250cm<br />

Cacau, 1938<br />

Pintura mural a afresco<br />

280 x 298cm<br />

ploração predatória? Qual a importância de cada uma delas como marcos<br />

da história econômica <strong>do</strong> Brasil? Por que entraram em declínio os ciclos<br />

econômicos <strong>do</strong> pau-brasil, da borracha e <strong>do</strong> cacau? Qual a importância em<br />

especial <strong>do</strong> pau-brasil na história de nosso País?<br />

9. • O escritor baiano Jorge Ama<strong>do</strong> retratou, em alguns de seus romances, a<br />

dura realidade <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res das fazendas de cacau com suas famílias.<br />

a Leitura <strong>do</strong> seguinte trecho:<br />

“Os pés espalha<strong>do</strong>s pareciam de adultos, a barriga enorme,<br />

imensa da jaca e da terra que comiam (...) Pobres<br />

crianças amarelas, que corriam entre o ouro <strong>do</strong>s cacauais,<br />

vestidas de farrapo, os olhos mortos, quase imbecis.” (31)<br />

a Releitura das pranchas 3 e 4 <strong>do</strong> módulo 1 (série Retirantes) para<br />

observar pontos de contato entre Jorge Ama<strong>do</strong> e Candi<strong>do</strong> Portinari na forma<br />

como apresentam seus personagens e os efeitos <strong>do</strong> meio sobre eles.<br />

c) Contação de histórias<br />

1. • Informação – “O Esta<strong>do</strong> de São Paulo, pela lei de 11 de setembro<br />

de 1970, assinada pelo Governa<strong>do</strong>r Roberto Costa de Abreu Sodré,<br />

‘institui o Curupira como símbolo estadual <strong>do</strong> guardião das florestas<br />

e <strong>do</strong>s animais que nelas vivem’. No Horto Florestal da capital paulista<br />

há um monumento ao Curupira, inaugura<strong>do</strong> no Dia da Árvore, 21 de<br />

setembro.” (32)<br />

a Pesquisa sobre a lenda <strong>do</strong> Curupira, personagem <strong>do</strong> nosso folclore,<br />

“um <strong>do</strong>s mais espantosos e populares entes fantásticos das matas brasileiras”<br />

(33) . Resumo para narração oral.<br />

a Criação de história em quadrinhos<br />

com base na lenda.<br />

2. • Informação – Fábula é uma pequena<br />

narrativa popular, cujos personagens são<br />

Borracha, 1938<br />

Pintura mural a afresco<br />

280 x 248cm<br />

animais que agem como seres humanos. O<br />

objetivo é passar uma lição de moral.<br />

a Pesquisa de exemplos de fábulas famosas. Leitura em voz alta de uma<br />

delas. Troca de ideias sobre a moral da história.<br />

a Criação de fábula cujos personagens sejam os <strong>do</strong>is animais <strong>do</strong> quadro<br />

de Portinari Fauna e flora brasileiras. A moral da história deverá ser<br />

relativa à necessidade de preservação <strong>do</strong> meio ambiente.<br />

3. • Leitura <strong>do</strong> livro Plantan<strong>do</strong> uma amizade, de Rubens Matuck.<br />

a Troca de ideias: Por que será que o autor deu os sobrenomes Silvestre<br />

e Carvalho aos personagens protagonistas? Quais as principais questões que<br />

o livro levanta, relacionadas ao meio ambiente?<br />

a Criação de um caderno de anotações e desenhos, nos moldes<br />

<strong>do</strong> que o personagem José Silvestre fazia, sobre as plantas e árvores da cidade<br />

onde você mora.<br />

4. • Criação de um cordel (ver módulo 2, II, d, atividade 4) para homenagear<br />

Chico Mendes.<br />

a Inserção no cordel <strong>do</strong>s seguintes assuntos relativos a sua vida e obra:<br />

local e data de nascimento; escolaridade; ofício; papel como líder sindical;<br />

principais reivindicações e lutas; retaliações sofridas; participação política;<br />

perseguição política; sua proposta “União <strong>do</strong>s Povos da Floresta”; visita de<br />

membros da ONU a Chico Mendes, em Xapuri; participação em seminários,<br />

palestras e congressos; sua trágica morte; sua história contada na TV, no<br />

cinema e na música; entre outros.<br />

a Apresentação recitada <strong>do</strong>s cordéis.<br />

d) Passeio pela natureza<br />

1. • Visitação ao Ecoparque de Una: história, infraestrutura, localização,<br />

projetos, reserva biológica, biodiversidade, a Mata Atlântica.<br />

a Redação de pequeno relatório escrito sobre o que viu e aprendeu<br />

durante a visita. Inserção de fotos.<br />

a Criação de textos informativos sobre os seguintes assuntos: “A importância<br />

da Mata Atlântica <strong>do</strong> sul da Bahia”; “Espécies animais ameaçadas<br />

de extinção”; “A importância das reservas biológicas para a preservação das<br />

espécies animais”; “Turismo responsável”; “Consciência ambiental”. Reunião<br />

e organização <strong>do</strong>s textos para criação de uma revista ecológica<br />

artesanal, com os textos e imagens.<br />

e) Passeio pela natureza de Candi<strong>do</strong> Portinari<br />

1. • Leitura e fruição apenas...<br />

“ Paz repousante,<br />

Movem-se suavemente as folhas, e os pássaros.”<br />

“Assisti uma grande<br />

árvore dan<strong>do</strong> concerto e vi as areias dançan<strong>do</strong>.”<br />

“Leva-me, te mostrarei as árvores<br />

E os vaga-lumes nas noites escuras. Poderemos<br />

Amar a erva e o céu.” (34)<br />

(Candi<strong>do</strong> Portinari)<br />

31


Módulo 5<br />

O equilíbrio entre os seres humanos<br />

I – OBRAS DE CANDIDO PORTINARI<br />

a) Reflexão<br />

“O mais perfeito ato <strong>do</strong> homem é a PAZ e, por ser tão completo,<br />

tão pleno em si mesmo, é o mais difícil”.<br />

(Mahatma Gandhi)<br />

“Todas as coisas são interligadas como o sangue que une uma<br />

família. O que acontecer com a Terra acontecerá com seus filhos.<br />

O homem não pode tecer a trama da vida; ele é apenas um <strong>do</strong>s<br />

fios. Seja o que for que ele faça à trama, estará fazen<strong>do</strong> consigo<br />

mesmo.”<br />

(Chefe Seattle – atribuí<strong>do</strong>)<br />

b) Leitura <strong>do</strong>s quadros<br />

Prancha número 14: Paz<br />

a Conversar com o grupo sobre os painéis Guerra e Paz, a partir das seguintes<br />

informações:<br />

É possível reconhecer nas obras Guerra e Paz uma espécie de retrospectiva<br />

e reafirmação de questões marcantes na vida e na<br />

obra de Candi<strong>do</strong> Portinari.<br />

Nas imagens <strong>do</strong> painel Paz o foco é a valorização <strong>do</strong>s afetos,<br />

<strong>do</strong>s fazeres, da ludicidade, como experiências decisivas para que<br />

a vida de crianças, jovens, homens e mulheres possa significar<br />

bem-estar, alegria, realização, enquanto aprendiza<strong>do</strong>s que se<br />

32<br />

Paz (detalhe), 1952-1956<br />

Painel a óleo/madeira compensada<br />

1400 x 953cm (aproximadas) (irregular)


dão no compartilhamento, na troca, no diálogo, no respeito<br />

à singularidade.<br />

Em contrapartida, o painel Guerra projeta o sofrimento, a<br />

angústia, o desespero, a <strong>do</strong>r, por meio de homens e mulheres,<br />

abraça<strong>do</strong>s a si mesmos ou enlaça<strong>do</strong>s uns aos outros.<br />

Afirmam a presença da solidão como especial convite para<br />

que sejam pensadas e realizadas ações capazes de transformar<br />

o presente em futuro de esperança e paz.<br />

O convite para Candi<strong>do</strong> Portinari criar e executar a obra<br />

de arte a ser <strong>do</strong>ada pelo governo brasileiro à Organização<br />

das Nações Unidas, destinada à nova sede da ONU, foi oficializa<strong>do</strong><br />

em 1952 pelo secretário-geral dessa instituição,<br />

cuja responsabilidade principal é viabilizar a articulação<br />

e a negociação entre dirigentes de diversos países que a integram,<br />

em busca de caminhos para a construção da paz<br />

mundial.<br />

Em 27 de fevereiro de 1956, o então Presidente da República<br />

Juscelino Kubitschek inaugurou no Theatro Municipal<br />

<strong>do</strong> Rio de Janeiro a exposição <strong>do</strong>s referi<strong>do</strong>s painéis, que<br />

foram envia<strong>do</strong>s a Nova York no mesmo ano. No entanto<br />

Portinari não é convida<strong>do</strong> para a cerimônia oficial, em<br />

virtude de seu envolvimento com o Parti<strong>do</strong> Comunista.<br />

Os painéis seguem para os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, onde são monta<strong>do</strong>s<br />

no hall de entrada da Assembleia Geral e lá permanecem<br />

até hoje.<br />

(Isabel Reis)<br />

a Solicitar um voluntário para ler a legenda de título <strong>do</strong> quadro.<br />

a Explicar ao grupo que, para representar a Paz, Portinari inspirou-se na<br />

vida rural e bucólica de sua cidade natal, povoan<strong>do</strong>-a de personagens que<br />

lembram a sua infância na cidade de Bro<strong>do</strong>wski, interior de São Paulo: o<br />

menino com a arapuca (no centro, embaixo), o coral de crianças (no alto, à<br />

esquerda), os <strong>do</strong>is bodes brincan<strong>do</strong> (no centro <strong>do</strong> painel), o menino plantan<strong>do</strong><br />

bananeira, o bumba meu boi (na parte inferior), as colheitas de arroz (no<br />

alto <strong>do</strong> painel), entre outros. A concepção de Paz <strong>do</strong> artista é representada<br />

pela tranquilidade encontrada no campo, pela gente simples, as crianças pobres,<br />

os lavra<strong>do</strong>res. Portinari encontrou no mo<strong>do</strong> de vida <strong>do</strong>s humildes, num<br />

ambiente agrícola, a harmonia que pode ser desfrutada por uma sociedade<br />

pacífica e feliz.<br />

a Propor ao grupo que procure no quadro esses personagens cita<strong>do</strong>s, e que<br />

ao mesmo tempo comente se na sua cidade pode identificar personagens<br />

semelhantes a esses.<br />

a Perguntar ao grupo quais as cores pre<strong>do</strong>minantes no painel.<br />

Propor que cada um <strong>do</strong>s participantes descreva como ele vê, sente e pode<br />

transmitir a Paz.<br />

Prancha número 15: Plantan<strong>do</strong> bananeira<br />

a Propor que os participantes digam o que veem nesta cena registrada pelo<br />

quadro.<br />

a Perguntar ao grupo quantos personagens há no quadro (o menino e o<br />

carneiro).<br />

a Propor que descrevam o que o menino está fazen<strong>do</strong>, observan<strong>do</strong> como a<br />

legenda <strong>do</strong> título auxilia essa compreensão.<br />

Perguntar ao grupo se alguém sabe plantar bananeira e quais os conhecimentos<br />

e habilidades necessários para a realização dessa brincadeira.<br />

a Propor que o grupo busque no painel Paz a confirmação da presença<br />

desta cena. Após ela ser identificada, perguntar quais são as similaridades e<br />

diferenças entre o estu<strong>do</strong> e o painel.<br />

a Conversar com o grupo sobre a maneira pela qual o artista dividiu o<br />

fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> quadro (duas cores: azul, representan<strong>do</strong> o céu, e marrom claro, representan<strong>do</strong><br />

o chão onde as figuras <strong>do</strong> menino e <strong>do</strong> carneiro estão apoiadas).<br />

a Conversar sobre a técnica utilizada pelo artista (tinta a óleo sobre tela,<br />

feita com pinceladas cheias de tinta, presentes tanto na figura <strong>do</strong> menino,<br />

quanto na <strong>do</strong> carneiro, no céu e no solo.<br />

Prancha número 16: Dança de roda<br />

a Solicitar um voluntário para ler a legenda de título <strong>do</strong> desenho.<br />

a Explicar ao grupo que este é um estu<strong>do</strong> para uma das partes <strong>do</strong><br />

painel Paz.<br />

a Propor que o grupo procure no painel Paz a presença deste desenho,<br />

destacan<strong>do</strong> as modificações e similaridades desta situação representada no<br />

estu<strong>do</strong> e na obra acabada.<br />

a Perguntar ao grupo quais as cores pre<strong>do</strong>minantes na obra e explicar os<br />

diversos materiais usa<strong>do</strong>s por Portinari para produzir este desenho.<br />

Conversar com o grupo que a dança de roda era uma das formas pelas quais<br />

o pintor via a paz, numa visão singela da infância. (Concepção de paz na<br />

alegria e na inocência das brincadeiras infantis, que também favoreciam o<br />

exercício da afetividade).<br />

Ressaltar para o grupo que as meninas brincan<strong>do</strong> de roda fazem parte das<br />

brincadeiras típicas infantis: uma referência às brincadeiras da infância <strong>do</strong><br />

pintor, passada em Bro<strong>do</strong>wski.<br />

Solicitar que os participantes relatem como esta brincadeira tão antiga é praticada<br />

em sua cidade.<br />

Prancha número 17: Guerra<br />

a Solicitar um voluntário para ler a legenda de título <strong>do</strong> quadro.<br />

a Explicar ao grupo que, para representar a Guerra, Portinari optou<br />

pelo tema <strong>do</strong>s “Quatro Cavaleiros <strong>do</strong> Apocalipse” (à direita, acima das<br />

hienas), em vez de solda<strong>do</strong>s, armas, bombas e aviões em chamas. Uma visão<br />

simbólica em que a guerra seria representada através <strong>do</strong> sofrimento <strong>do</strong> povo.<br />

O bem e o mal, construin<strong>do</strong> a vida e também a morte. O sofrimento e as<br />

provações estão estampa<strong>do</strong>s nos rostos e nos corpos <strong>do</strong>s homens, mulheres e<br />

crianças, em toda a extensão <strong>do</strong> painel. Podemos contar 7 vezes a presença<br />

da figura da mãe com o filho morto no colo, fazen<strong>do</strong> alusão à célebre obra de<br />

33


34<br />

Leonar<strong>do</strong> da Vinci, Pietà (escultura em mármore de Carrara), representan<strong>do</strong><br />

Maria abrigan<strong>do</strong> o corpo de seu filho, Jesus Cristo, no colo, após ele ter si<strong>do</strong><br />

retira<strong>do</strong> da cruz. As faces <strong>do</strong>s retirantes nordestinos pinta<strong>do</strong>s por Portinari<br />

aparecem nos semblantes <strong>do</strong>s quase 70 personagens coloca<strong>do</strong>s no painel. O<br />

grupo de hienas (canto lateral, inferior, direito) é uma metáfora <strong>do</strong> homem<br />

violento, que faz a guerra.<br />

a Propor ao grupo que procure no quadro esses personagens.<br />

a Perguntar ao grupo quais as cores pre<strong>do</strong>minantes no painel.<br />

a Propor que cada um <strong>do</strong>s participantes descreva como ele vê, sente e pode<br />

transmitir a Guerra.<br />

Prancha número 18: A morte cavalgan<strong>do</strong><br />

a Explicar ao grupo que este desenho é um <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s para o<br />

painel Guerra.<br />

a Propor que um voluntário leia a legenda indicativa <strong>do</strong> título e perguntar<br />

se essa informação amplia ou modifica a percepção de cada um ao ver a<br />

imagem da obra indicada.<br />

a Convidar um <strong>do</strong>s participantes a contar aos colegas que leitura ele faz<br />

desta imagem: o que expressam os personagens; que sensação lhe causa esta<br />

figura da caveira, cavalgan<strong>do</strong>, com a foice.<br />

a Perguntar se já viram em algum outro lugar esta imagem representan<strong>do</strong><br />

a morte.<br />

a Perguntar que relação esta cena pode ter com o tema Guerra.<br />

Prancha número 19: Mãe e filha<br />

a Explicar ao grupo que este desenho é um <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s para o painel<br />

Guerra. Portinari se utilizou de diferentes qualidades de lápis (o grafite, o<br />

crayon, o lápis cera e o lápis sanguínea, que tem esse nome por causa da<br />

sua cor vermelha) para criar este desenho. Conversar com o grupo sobre as<br />

diferentes composições desses materiais e quais os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s pelo<br />

artista ao empregá-los.<br />

a Solicitar que os participantes descrevam os sentimentos que as personagens<br />

deste desenho expressam. Qual a relação entre as duas personagens?<br />

a Perguntar ao grupo que relações esta cena pode ter com o tema Guerra.<br />

a Propor ao grupo que busque no painel Guerra a presença desta cena<br />

representada aqui por desenho, observan<strong>do</strong> se existem modificações na representação<br />

<strong>do</strong> estu<strong>do</strong> e <strong>do</strong> painel.<br />

Prancha número 20: Mulher com menino morto<br />

a Explicar ao grupo que este desenho é mais um estu<strong>do</strong> para o<br />

painel Guerra.<br />

a Convidar os participantes a contar aos colegas que leitura se pode fazer<br />

desta imagem: o que expressam os personagens, qual a relação entre eles,<br />

que relações esta cena pode ter com o tema Guerra.<br />

a Conversar com o grupo sobre o sofrimento da mãe ao perder o filho e<br />

refletir sobre as diversas situações que retiram a vida de crianças. (Ressaltar<br />

os detalhes desta relação da mãe seguran<strong>do</strong> o filho morto no quadro.<br />

Conversar sobre o porquê de este tipo de imagem da mãe com o filho morto<br />

no colo ser conheci<strong>do</strong> por “Pietà”: trata-se de uma palavra em italiano,<br />

que quer dizer piedade. A escultura <strong>do</strong> artista italiano Michelangelo, que<br />

viveu de 1475 a 1564, mostra Maria, com seu filho Jesus, morto, logo que<br />

foi retira<strong>do</strong> da cruz, e tem o nome de Pietà. Foi daí que se convencionou<br />

dar o nome de “Pietà” a uma pintura ou escultura com este tema).<br />

a Propor que os participantes localizem no quadro Guerra este desenho.<br />

Quantas vezes esta imagem da mãe com o filho morto no colo aparece no<br />

painel Guerra?<br />

Prancha número 21: Homem<br />

a Conversar com o grupo a respeito <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s por Portinari<br />

para os painéis Guerra e Paz.<br />

Antes de pintar os painéis Portinari realizou o que chamamos de “estu<strong>do</strong>s<br />

preliminares”, compostos de cerca de 190 desenhos de personagens, 4 maquetes<br />

e 14 quadros de grandes formatos. Os desenhos foram, em seguida,<br />

seleciona<strong>do</strong>s para a composição final <strong>do</strong>s grandes painéis, de 14m x 10m. As<br />

maquetes, de 1,37 x 1m, e os 14 grandes quadros pinta<strong>do</strong>s orientaram to<strong>do</strong><br />

o tempo a execução <strong>do</strong>s grandes painéis.<br />

a O que o personagem representa<strong>do</strong> na figura de um homem parece<br />

estar fazen<strong>do</strong>?<br />

a Conversar com o grupo sobre a força expressiva de detalhes <strong>do</strong> corpo<br />

(pescoço, pés, mãos, olhos, etc.) deste personagem.<br />

a Perguntar aos participantes que associações eles podem fazer ao ver este<br />

desenho. Por quê?<br />

Prancha número 22: Mulher<br />

a Explicar ao grupo que este é um <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s que serviram de base para<br />

uma das partes <strong>do</strong> painel Guerra.<br />

a Observar com o grupo que este quadro é um desenho a grafite<br />

e lápis de cor.<br />

a Propor ao grupo que busque no painel Guerra a presença desta cena<br />

representada aqui por desenho, observan<strong>do</strong> se existem modificações na representação<br />

<strong>do</strong> estu<strong>do</strong> e <strong>do</strong> painel.<br />

a Propor ao grupo que faça uma lista de palavras que lhe vêm à mente ao<br />

observar este desenho. Em seguida pedir que cada um <strong>do</strong>s participantes fale<br />

quais são essas palavras e, se possível, explique por que essas palavras foram<br />

escolhidas.


II – ATIVIDADES INTEGRADAS<br />

a) Reflexão e ação<br />

1. • Leitura <strong>do</strong> seguinte fragmento de texto de Leonar<strong>do</strong> Boff:<br />

“O sintoma mais <strong>do</strong>loroso, já constata<strong>do</strong> há décadas por sérios analistas e pensa<strong>do</strong>res contemporâneos,<br />

é um difuso mal-estar da civilização. Aparece sob o fenômeno <strong>do</strong> descui<strong>do</strong>,<br />

<strong>do</strong> descaso e <strong>do</strong> aban<strong>do</strong>no, numa palavra, da falta de cuida<strong>do</strong>.<br />

− Há um descui<strong>do</strong> e um descaso pela vida inocente de crianças, usadas como combustível<br />

na produção para o merca<strong>do</strong> mundial. (...)<br />

− Há um descui<strong>do</strong> e um descaso manifesto pelo destino <strong>do</strong>s pobres e marginaliza<strong>do</strong>s da<br />

humanidade, flagela<strong>do</strong>s pela fome crônica (...)<br />

− Há um descui<strong>do</strong> e um descaso imensos pelo sorte <strong>do</strong>s desemprega<strong>do</strong>s e aposenta<strong>do</strong>s, sobretu<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>s milhões e milhões de excluí<strong>do</strong>s <strong>do</strong> processo de produção, ti<strong>do</strong>s como descartáveis<br />

e zeros econômicos. (...)<br />

− Há um descui<strong>do</strong> e um aban<strong>do</strong>no <strong>do</strong>s sonhos de generosidade (...) Menospreza-se a tradição<br />

da solidariedade. Faz-se pouco <strong>do</strong>s ideais de liberdade e de dignidade para to<strong>do</strong>s os<br />

seres humanos. (...)<br />

− Há um descui<strong>do</strong> e uma falta de atenção na salvaguarda da nossa casa comum, o planeta<br />

Terra. Solos são envenena<strong>do</strong>s, ares são contamina<strong>do</strong>s, águas são poluídas, florestas são<br />

dizimadas, espécies de seres vivos são exterminadas (...)” (35)<br />

a Seleção de algumas pranchas de quadros de Candi<strong>do</strong> Portinari que poderiam ilustrar situações resultantes de<br />

alguma forma de descaso. Apresentação e explicação oral.<br />

3. • O teólogo Leonar<strong>do</strong> Boff denuncia em seu texto: “Há um descui<strong>do</strong> e uma falta de atenção na salvaguarda<br />

da nossa casa comum, o planeta Terra.”<br />

O cientista Marcelo Gleiser dá a seguinte declaração: “Estamos aprenden<strong>do</strong> que a Terra é um planeta extremamente<br />

importante, extremamente raro, quase um oásis sagra<strong>do</strong>, em uma galáxia extremamente hostil à<br />

vida. (...) A vida é rara, nós, seres inteligentes, somos extremamente raros (...) e, portanto, importantíssimos<br />

na preservação da vida. Temos uma nova missão cósmica: preservar a vida a to<strong>do</strong> custo, entender a importância<br />

fundamental da Terra e a nossa dependência dela também. Cada vez mais, entendemos o seguinte:<br />

a Terra estaria perfeitamente bem sem a gente, mas a gente, sem a Terra, não conseguiria sobreviver.” (36)<br />

a Escolha, nessa declaração de Marcelo Gleiser, da frase que seja o mais contundente grito de alerta em relação<br />

ao fato que Leonar<strong>do</strong> Boff denuncia.<br />

4. • Em outro fragmento <strong>do</strong> texto li<strong>do</strong>, Leonar<strong>do</strong> Boff afirma: “Há um descui<strong>do</strong> e um descaso imensos pelo sorte<br />

<strong>do</strong>s desemprega<strong>do</strong>s e aposenta<strong>do</strong>s”.<br />

Isso nos remete à questão da importância <strong>do</strong> trabalho tanto <strong>do</strong> ponto de vista individual quanto social. Candi<strong>do</strong><br />

Portinari, em muitos de seus quadros, valoriza o homem que trabalha, ao mesmo tempo que denuncia as difíceis<br />

condições de vida de alguns desses trabalha<strong>do</strong>res, seus corpos refletin<strong>do</strong> a dureza de seus ofícios. O trabalho compartilha<strong>do</strong><br />

é um <strong>do</strong>s símbolos de situações de paz na sua obra.<br />

e Organização <strong>do</strong> evento “Mãos à Obra de Mãos Dadas”, em homenagem a to<strong>do</strong>s que trabalham ou já trabalha-<br />

2. • Interpretação <strong>do</strong> texto li<strong>do</strong>: A que fato criminoso o autor se refere, ao mencionar o “descaso pela vida<br />

inocente das crianças”? Como se explica, nesse mesmo contexto, a comparação de “crianças” a “combustível”?<br />

Quem são os “marginaliza<strong>do</strong>s da humanidade”? Como se explica a equiparação <strong>do</strong> ser humano a um objeto que<br />

não mais serve, que por isso se pode descartar?<br />

a Seleção (em jornais, revistas, rádio, TV, etc.) e apresentação de notícias que exemplifiquem:<br />

– aban<strong>do</strong>no da generosidade;<br />

– menosprezo pela solidariedade;<br />

– descaso pelos ideais de liberdade e dignidade para to<strong>do</strong>s.<br />

Colheita de Café, 1958<br />

Pintura a óleo/madeira<br />

60 x 73cm<br />

Pesca<strong>do</strong>res,1953<br />

Pintura a óleo/tela<br />

61 x 73cm<br />

35


As Moças de Arcozelo, 1940<br />

Pintura a óleo/tela<br />

60 x 73cm<br />

ram, a ser realiza<strong>do</strong> no Dia <strong>do</strong> Trabalha<strong>do</strong>r, em 1º de maio:<br />

– Realização de entrevistas com trabalha<strong>do</strong>res de diferentes áreas (motorista, pesca<strong>do</strong>r, cata<strong>do</strong>r de caranguejo,<br />

marisqueiro, comerciante, agricultor, professor, merendeira, artista, médico, enfermeiro, cata<strong>do</strong>r<br />

de lixo, artesão, empregada <strong>do</strong>méstica, funcionário administrativo, entre outros). Formular previamente as<br />

perguntas por escrito.<br />

O professor poderá auxiliar na elaboração <strong>do</strong> questionário dan<strong>do</strong> alguns exemplos: Qual o seu nome? Sua idade? Seu ofício?<br />

Gosta <strong>do</strong> que faz? Desde quan<strong>do</strong> trabalha? Tem carteira assinada? Seu trabalho de alguma forma prejudica sua saúde? Como<br />

é exatamente seu dia de trabalho? Trabalha sozinho ou em grupo? Acha fácil ou difícil trabalhar em grupo? Tem direito a<br />

aposenta<strong>do</strong>ria? Trabalha em contato direto com o público? Que facilidade ou dificuldade encontra nessa relação direta? Trabalha<br />

em contato com a natureza? Esse contato o beneficia ou prejudica? Em que seu trabalho beneficia você, sua família, a<br />

sociedade? Considera que o trabalho contribui para a paz entre as pessoas? De que forma?<br />

– Apresentação de trechos das entrevistas em mural, com fotos <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s e mensagem de louvor<br />

a esses trabalha<strong>do</strong>res.<br />

– Troca de ideias – espaço aberto de livre expressão – debates, opiniões a respeito <strong>do</strong>s seguintes temas<br />

basicamente: “Benefício <strong>do</strong> trabalho para o indivíduo, a família, a sociedade”; “Relação entre o trabalho e o<br />

conceito de paz”; “Trabalho, relações interpessoais e harmonia”.<br />

O professor poderá avaliar a conveniência e viabilidade de incluir entre os debate<strong>do</strong>res os trabalha<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s<br />

e suas famílias.<br />

b) Contação de histórias<br />

1. • O bauzinho é um elemento muito presente na obra de Portinari. Em suas memórias de criança, afloram<br />

lembranças das avós italianas, as noninhas, que ao chegarem ao Brasil como imigrantes, no fim <strong>do</strong> século<br />

XIX, tinham por hábito trazer um baú com to<strong>do</strong>s os seus pertences. Nele guardavam também cartas, fotos,<br />

recordações da família distante.<br />

a Contação de histórias sobre um objeto em que você guarde tu<strong>do</strong> que possui de mais importante, que<br />

você deseja preservar para sempre: Qual é esse objeto? Como ele é? Você o ganhou ou construiu? Que sentimentos<br />

ele desperta em você quan<strong>do</strong> o abre? Com que frequência você o visita? Daria de presente a alguém esse<br />

objeto? A quem? Por quê? Ele guarda algum segre<strong>do</strong>? Ele traz a você muitas recordações? Você poderia contar<br />

algumas delas?<br />

2. • Criação <strong>do</strong> “Bauzinho da Amizade”<br />

O professor deverá sortear os nomes <strong>do</strong>s alunos e os distribuir, para que cada aluno receba o nome de um colega a<br />

quem dará um baú.<br />

a Confecção <strong>do</strong> baú com material descartável (caixas de papelão ou de madeira, latas, etc.); decoração<br />

externa e interna.<br />

a Criação de mensagem afetuosa para o colega (o que deseja de bom para a vida dele). Criação de cartão<br />

ilustra<strong>do</strong> com inserção da mensagem redigida, a ser coloca<strong>do</strong> dentro <strong>do</strong> baú.<br />

a Reunião, no baú, de alguns presentes: um objeto pessoal de que goste muito, a fim de <strong>do</strong>á-lo ao amigo; alguma<br />

coisa que para você simbolize vida (exemplo: semente); algo de muito saboroso (um bolo caseiro, um <strong>do</strong>ce...); um<br />

perfume suave ... e outras coisas que você queira oferecer como prova de amizade.<br />

c) Diálogo entre linguagens<br />

36<br />

1. • Leitura das seguintes palavras de Candi<strong>do</strong> Portinari:


“O pintor social crê ser o intérprete <strong>do</strong> povo, mensageiro<br />

de seus sentimentos. É aquele que deseja a paz,<br />

a justiça, a liberdade. É aquele que crê que os homens<br />

possam participar <strong>do</strong>s prazeres <strong>do</strong> universo. Ouvir o<br />

canto <strong>do</strong>s pássaros. Ver as águas <strong>do</strong>s rios que correm<br />

fecundan<strong>do</strong> a terra. Ver o céu estrela<strong>do</strong> e respirar o ar<br />

das manhãs sem nuvens. Sem nenhum outro pensamento<br />

senão o de fraternidade e paz. Homens viven<strong>do</strong><br />

em clima de justiça. Onde não haja meninos famintos.<br />

Onde não haja homens sem direitos. Onde não haja<br />

mães choran<strong>do</strong> e velhos morren<strong>do</strong> ao desabrigo.” (37)<br />

2. • Interpretação <strong>do</strong> texto li<strong>do</strong>: O que difere um pintor de um pintor<br />

social? Como se consegue ser intérprete, mensageiro <strong>do</strong> sentimento<br />

de alguém? O que significa no contexto “respirar o ar das manhãs sem<br />

nuvens”?<br />

a Seleção de pranchas de obras de Portinari que poderiam ilustrar<br />

o que, para o pintor social, não pode absolutamente existir; apresentação<br />

e explicação oral.<br />

a Seleção de pranchas de obras de Portinari que poderiam ilustrar<br />

o que o pintor social almeja; apresentação e explicação oral.<br />

3. • Realização da atividade “Qual é a música?” – desafio de<br />

memória.<br />

a Identificação <strong>do</strong>s substantivos emprega<strong>do</strong>s no texto de Candi<strong>do</strong><br />

Portinari (pintor, paz, terra, justiça, céu...).<br />

O professor irá anotan<strong>do</strong> os substantivos indica<strong>do</strong>s pelos alunos numa folha.<br />

A seguir, recortará cada palavra a ser sorteada. Indicará duplas de alunos<br />

para o desafio. Este desafio consiste em que os concorrentes se lembrem<br />

de músicas em cujas letras exista a palavra sorteada. Aquele que se lembrar<br />

de mais músicas vence a prova. O professor estabelecerá, ainda, outras regras<br />

que se fizerem necessárias.<br />

a Canto, total ou parcial, das músicas.<br />

4. • Releitura <strong>do</strong> último parágrafo da Carta da Terra para reflexão:<br />

“Que o nosso tempo seja lembra<strong>do</strong> pelo despertar de uma nova reverência face<br />

à vida, pelo compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, a intensificação<br />

<strong>do</strong>s esforços pela justiça e pela paz e a alegre celebração da vida.”<br />

5. • Organização de passeata: “Está na hora de acordar!”<br />

a Seleção, dentre os textos li<strong>do</strong>s, de frases, palavras de denúncia, palavras de alerta e/ou palavras<br />

de reverência à paz, à vida, ao planeta; reprodução de imagens de obras de Candi<strong>do</strong> Portinari;<br />

confecção, com esse material, de faixas, cartazes, bandeiras, etc.<br />

a Realização da passeata nos arre<strong>do</strong>res da escola, ou em outro local, conforme acor<strong>do</strong> prévio<br />

com a direção, familiares, comunidade<br />

e autoridades competentes.<br />

d) Celebração da Vida<br />

1. • Leitura da letra da seguinte música<br />

de Jorge Ben Jor, com audição, se<br />

possível, da melodia:<br />

O dia em que o Sol declarou o seu<br />

amor pela Terra<br />

“Terra terra terra terra amor<br />

Eu sou o Sol<br />

Sou eu que brilho<br />

Pra você meu amor<br />

Eu sou o Sol<br />

Eu sou o astro rei<br />

A maravilha cósmica<br />

Que Deus fez<br />

Por isso eu lhe <strong>do</strong>u<br />

De presente<br />

To<strong>do</strong> o meu calor<br />

Com muito amor<br />

E lhe dizer<br />

Que eu sou o Sol<br />

Sou eu que brilho<br />

Pra você meu amor<br />

Não fique zangada quan<strong>do</strong> eu esquento<br />

a Lua<br />

Nos dias que ela fica minguada<br />

Pois ela dizen<strong>do</strong> que sente ciúmes de<br />

você<br />

Não quer se enfeitar nem aparecer<br />

Mas quan<strong>do</strong> eu <strong>do</strong>u meu calor pra ela<br />

Ela fica nova cheia de vida e toda prosa<br />

Começa a brilhar e a aparecer e dizer:<br />

Que eu sou, eu sou o Sol<br />

Eu sou o Sol<br />

Sou eu que brilho<br />

Pra você meu amor”<br />

a Redação de um texto, em prosa ou poesia,<br />

que seja a sua declaração de amor à Terra.<br />

Paz, 1955<br />

Desenho a grafite, crayon, sanguínea e<br />

lápis de cor/papel<br />

51 x 36.5cm<br />

37


Anexos<br />

I. Sugestões de atividades complementares<br />

Para o módulo 1:<br />

• Aos alunos a partir <strong>do</strong> 6º. ano <strong>do</strong> Ensino Fundamental, aos alunos <strong>do</strong><br />

Ensino Médio e aos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA):<br />

a leituras de livros: Plantan<strong>do</strong> uma amizade, de Rubens Matuck; Justino,<br />

o retirante, de Odette de Barros Mott;<br />

a leitura das letras e audição das seguintes músicas que falam <strong>do</strong> sentimento<br />

de quem sai de seu lugar de origem e pisa em novo chão: “Asa branca”,<br />

de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira;“Sampa”, de Caetano Veloso; “Peguei<br />

um Ita no Norte”, de Dorival Caymmi.<br />

• Aos alunos a partir <strong>do</strong> 9º ano <strong>do</strong> Ensino Fundamental, aos alunos <strong>do</strong><br />

Ensino Médio e aos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA):<br />

a leituras de livros: Vidas secas, de Graciliano Ramos, e Morte e vida<br />

severina, de João Cabral de Melo Neto, que tratam da dura vida <strong>do</strong> sertanejo<br />

nordestino.<br />

Para o módulo 2:<br />

• Aos alunos a partir <strong>do</strong> 6º. ano <strong>do</strong> Ensino Fundamental, aos alunos <strong>do</strong><br />

Ensino Médio e aos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA):<br />

a leitura de livros: Na praia, no luar, tartaruga quer o mar, de Ana Maria<br />

Macha<strong>do</strong>; Aventuras de uma gota d’água, de Samuel Murgel Branco;<br />

Os rios morrem de sede, de Wander Piroli; A Iara e a poluição das águas,<br />

de Samuel Murgel Branco;<br />

a leitura das letras e audição das seguintes músicas: “As baleias”, de Roberto<br />

Carlos e Erasmo Carlos; “Planeta Água”, de Guilherme Arantes; “Águas<br />

de março”, de Tom Jobim; “Arrastão”, de Edu Lobo e Vinicius de Moraes;<br />

canções praieiras de Dorival Caymmi;<br />

a visita ao local ou via internet ao Projeto Tamar e ao Instituto Jubarte.<br />

• Aos alunos a partir <strong>do</strong> 9º ano <strong>do</strong> Ensino Fundamental, aos alunos <strong>do</strong><br />

Ensino Médio e aos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA):<br />

a leitura <strong>do</strong> poema “Adeus a Sete Quedas”, de Carlos Drummond de<br />

Andrade.<br />

Para o módulo 3:<br />

• Aos alunos a partir <strong>do</strong> 6º. ano <strong>do</strong> Ensino Fundamental, aos alunos <strong>do</strong><br />

Ensino Médio e aos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA):<br />

a leitura <strong>do</strong>s livros Passeio por dentro da Terra e Carolina e o vento, de<br />

Samuel Murgel Branco;<br />

a leitura da letra e audição da música “Tema de Os inconfidentes”, de<br />

Chico Buarque e Ennio Morriconi, música criada sobre versos de Cecília Meireles,<br />

no Romanceiro da Inconfidência;<br />

a apreciação <strong>do</strong>s filmes O aleijadinho (2003), dirigi<strong>do</strong> por Geral<strong>do</strong> Santos<br />

Pereira; Os trapalhões na Serra Pelada (1983), dirigi<strong>do</strong> por J. B. Tanko; e<br />

Só dez por cento é mentira (2009), de Pedro Cezar, sobre a vida e a obra <strong>do</strong><br />

poeta Manoel de Barros;<br />

a visita, via internet, ao Museu de Mineralogia de Minas <strong>Professor</strong><br />

Djalma Guimarães e ao Museu de Ciência e Técnica Escola de Minas /<br />

UFOP – Ouro Preto.<br />

38


Para o módulo 4:<br />

• Aos alunos a partir <strong>do</strong> 6º. ano <strong>do</strong> Ensino Fundamental, aos alunos <strong>do</strong><br />

Ensino Médio e aos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA):<br />

a leitura de livros: Pau-brasil, de Regina Casé e Estevão Ciavatta; Frans<br />

Krajcberg, de Renata Sant’Anna e Valquíria Prates; ABC <strong>do</strong> Zoo – animais<br />

<strong>do</strong> Brasil, de Pedro Maia; Rubens, o semea<strong>do</strong>r, de Ruth Rocha; A última<br />

flor amarela e Vida de passarinho, de Caulus; Tutu, o menino índio, de<br />

Toni Brandão; Curupira e o equilíbrio da natureza, Florinha e a fotossíntese<br />

e Natureza e seres vivos, de Samuel Murgel Branco; Não se mata<br />

na mata: lembranças de Ron<strong>do</strong>n e Gente, bicho, planta: o mun<strong>do</strong> me<br />

encanta, de Ana Maria Macha<strong>do</strong>; e mais as seguintes obras de Rubens Matuck:<br />

A caatinga; Árvores das cidades; Histórias da floresta: Pescaria e<br />

O gavião; Plantan<strong>do</strong> uma amizade; Por dentro da Mata Atlântica; Por<br />

dentro <strong>do</strong>s cerra<strong>do</strong>s; Tu<strong>do</strong> é semente;<br />

a leitura da letra e audição da música “Passarim”, de Tom Jobim e<br />

Paulo Jobim;<br />

a apreciação <strong>do</strong> seguinte filme: Tainá – uma aventura na Amazônia,<br />

dirigi<strong>do</strong> por Tânia Lamarca e Sérgio Bloch;<br />

a visita aos seguintes museus: Museu Ecológico Frans Krajcberg (Bahia),<br />

Museu da Borracha (Acre), Museu <strong>do</strong> Cacau (Bahia); na impossibilidade,<br />

visita aos sites dessas instituições;<br />

a visita ao Jardim Botânico <strong>do</strong> Rio de Janeiro; na impossibilidade, visita<br />

ao site.<br />

• Aos alunos a partir <strong>do</strong> 9º ano <strong>do</strong> Ensino Fundamental, aos alunos <strong>do</strong><br />

Ensino Médio e aos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA):<br />

a leitura <strong>do</strong>s livros Terras <strong>do</strong> sem-fim e São Jorge <strong>do</strong>s Ilhéus, de<br />

Jorge Ama<strong>do</strong>.<br />

Para o módulo 5:<br />

• Aos alunos a partir <strong>do</strong> 6º. ano <strong>do</strong> Ensino Fundamental, aos alunos <strong>do</strong><br />

Ensino Médio e aos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA):<br />

a leitura <strong>do</strong>s seguintes livros: O menino <strong>do</strong> de<strong>do</strong> verde, de Maurice<br />

Druon; Azul e lin<strong>do</strong>: planeta Terra, nossa casa e Declaração universal<br />

<strong>do</strong>s direitos humanos, de Ruth Rocha e Otavio Roth; 50 coisas simples que<br />

as crianças podem fazer para salvar a Terra, The Earth Works Group,<br />

tradução de Reynal<strong>do</strong> Guarany;<br />

a leitura das letras e audição das músicas: “Planeta Água”, de Guilherme<br />

Arantes; “O sal da Terra”, de Beto Guedes e Ronal<strong>do</strong> Bastos; “Planeta azul”,<br />

de Xororó e Aldemir”.<br />

• Aos alunos a partir <strong>do</strong> 9º ano <strong>do</strong> Ensino Fundamental, aos alunos <strong>do</strong><br />

Ensino Médio e aos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA):<br />

a leitura <strong>do</strong>s seguintes livros: Saber cuidar – ética <strong>do</strong> humano –<br />

compaixão pela Terra, de Leonar<strong>do</strong> Boff; Mun<strong>do</strong> sustentável, de André<br />

Trigueiro.<br />

II. Estilos/movimentos artísticos<br />

Classissismo – a pintura acadêmica – pintura caracterizada por um<br />

rigoroso estu<strong>do</strong> da figura humana; pelas proporções consideradas “corretas”<br />

das figuras retratadas; por uma grande preocupação em mostrar a cena o<br />

mais realisticamente possível. São considera<strong>do</strong>s mestres da pintura clássica:<br />

Raphael (1483-1520), Tintoretto (1518-1594), Michelangelo(1475 -1564), Leonar<strong>do</strong><br />

da Vinci (1452-1519).<br />

Impressionismo - movimento surgi<strong>do</strong> na França em 1860. O nome<br />

“impressionismo” foi cunha<strong>do</strong> por um crítico de arte da época, inspira<strong>do</strong><br />

no título <strong>do</strong> quadro de Claude Monet, “Impressão - o amanhecer”. Os “impressionistas”,<br />

que incluem Pissarro, Sisley, Renoir, entre outros, rejeitavam<br />

os tons escuros em sua paleta, saíam <strong>do</strong>s ateliês sombrios <strong>do</strong> século 19 e buscavam<br />

inspiração na luminosidade <strong>do</strong>s parques, <strong>do</strong> campo, das ruas de Paris.<br />

As pinturas impressionistas são caracterizadas por suas cores brilhantes,<br />

pelos temas alegres e festivos, pela imagem de belas mulheres. Seus segui<strong>do</strong>res<br />

privilegiavam a transmissão de uma sensação a partir da observação,<br />

utilizan<strong>do</strong>-se de pinceladas fragmentadas e um prisma de cores. Este movimento<br />

marca o processo de ruptura com a tradição pictórica <strong>do</strong>s classisistas.<br />

Expressionismo – movimento que engloba a arte, a literatura e a<br />

arquitetura e que visa comunicar as realidades emocionais de uma situação,<br />

não estan<strong>do</strong> preso a mostrar o aspecto realista “externo”. O termo foi<br />

primeiramente usa<strong>do</strong> na Alemanha em 1911, mas as raízes <strong>do</strong> movimento<br />

podem ser traçadas a partir de Van Gogh e Gauguin, em 1880. Foram nomes<br />

influentes no movimento o norueguês Edvard Münch e o belga James Ensor.<br />

No expressionismo as concepções tradicionais de beleza e proporção clássicas<br />

são aban<strong>do</strong>nadas visto que o artista desconstrói esses parâmetros. Liberto <strong>do</strong><br />

realismo clássico o artista expressa os seus sentimentos através da distorção<br />

das formas, das cores vibrantes e <strong>do</strong> exagera<strong>do</strong> ritmo linear.<br />

39


40<br />

Cubismo – surgi<strong>do</strong> em 1907, quan<strong>do</strong> Picasso e Braque passam a rejeitar<br />

as formas e a perspectiva usadas pelos renascentistas e dão menor atenção<br />

às preocupações com a luz e a atmosfera, tão presentes nos impressionistas.<br />

A obra “As moças de Avignon”, de Picasso, marca o início <strong>do</strong> movimento e<br />

explora as relações entre cor e linha, figura e fun<strong>do</strong>, volume e plano, ressaltan<strong>do</strong><br />

o caráter pictórico da representação, mas sem aban<strong>do</strong>nar a referência<br />

direta com a realidade. Objetos e pessoas são pinta<strong>do</strong>s a partir de uma análise<br />

“geometrizada” <strong>do</strong> real. São nomes expressivos dentro <strong>do</strong> movimento:<br />

Pablo Picasso (1881 -1973), George Braque (1882-1963), Fernand Léger (1881<br />

- 1955), André Derain (1880 -1954).<br />

Surrealismo - movimento importante surgi<strong>do</strong> na França, entre as duas<br />

guerras mundiais. O primeiro Manisfesto Surrealista de André Breton, de<br />

1924, propunha a subversão <strong>do</strong> realismo <strong>do</strong> século 19 por três outras características:<br />

o humor, o sonho e o absur<strong>do</strong>. A ideia básica era de libertar o artista<br />

da necessidade da lógica clássica, abrin<strong>do</strong> espaço para a lógica <strong>do</strong> universo<br />

onírico, a lógica <strong>do</strong> nonsense, que para uma lógica realista parece sem senti<strong>do</strong>.<br />

Vários trabalhos de Dali, Magritte e Tanguy buscam recriar a fantasia<br />

através <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s sonhos. Objetos são retira<strong>do</strong>s de seu contexto habitual,<br />

seus tamanhos drasticamente muda<strong>do</strong>s, ou são representa<strong>do</strong>s como sen<strong>do</strong><br />

feitos de material completamente inadequa<strong>do</strong>s, tais como os relógios derreti<strong>do</strong>s<br />

de Dali. São nomes representativos dentro <strong>do</strong> movimento: Salva<strong>do</strong>r Dali<br />

(1904-1989), René Magritte (1898-1976), Giorgio de Chirico. O Surrealismo<br />

enfatiza o papel <strong>do</strong> inconsciente na atividade cria<strong>do</strong>ra.<br />

III. Características gerais da técnica de pintura<br />

Suporte - É o material sobre o qual é feita a pintura. Em artes plásticas<br />

podem ser utilizadas como suporte a madeira e aglomera<strong>do</strong>s, resinas sintéticas,<br />

papel, pedra, vidro, teci<strong>do</strong> (tela) ou mesmo paredes rebocadas. Não<br />

deve ser confundida com base, que se trata da superfície já preparada antes<br />

que o processo de pintura tenha início. O propósito da base é isolar a tinta <strong>do</strong><br />

suporte de mo<strong>do</strong> que impeça a interação química entre ambos; tornar o suporte<br />

menos absorvente; propiciar uma superfície satisfatória para a pintura<br />

ou o desenho e realçar o brilho das cores. Ex.: o gesso na pintura de cavalete.<br />

Tinta - pigmentos: material sóli<strong>do</strong> de origem vegetal, animal ou mineral<br />

(e atualmente também sintético), que caracteriza a cor da tinta. Estes são os<br />

elementos básicos das tintas e em suas composições podem ser utilizadas terras<br />

naturais ou calcinadas, resíduos animais e vegetais (osso calcina<strong>do</strong>, sangue<br />

ou folhas), pedras, pó de ouro ou prata. Determina<strong>do</strong> pigmento, como o<br />

giz ou caulim, classifica<strong>do</strong> como material inerte e com efeito limita<strong>do</strong> sobre<br />

a cor da tinta, é adiciona<strong>do</strong> para controlar as propriedades de uma tinta ou<br />

reduzir custos.<br />

Veículo - também denomina<strong>do</strong> medium, emulsão ou diluente, é o meio<br />

onde os pigmentos vão ser diluí<strong>do</strong>s. Pode ser líqui<strong>do</strong>, como a água, cera derretida,<br />

cola, óleo ou gema de ovo; ou sóli<strong>do</strong>, como o talco, o gesso ou a argila.<br />

Aderente - também denomina<strong>do</strong> aglutinante, é a substância que “liga”<br />

as partículas de pigmento de uma tinta, agin<strong>do</strong> também como responsável<br />

pela aderência (fixação) <strong>do</strong> pigmento ao suporte. Pode ser à base de água,<br />

goma-arábica ou cola.<br />

IV. Algumas técnicas usadas por Candi<strong>do</strong> Portinari<br />

Têmpera – Técnica pictórica que emprega solução especial de tintas diluídas<br />

em veículos à base de cola, gema de ovo e água. A têmpera se caracteriza<br />

pela vivacidade e pela profundidade <strong>do</strong> campo cromático que permite. Sua<br />

execução deve ser muito rápida, pois a solução seca em pouco tempo (pintura<br />

a têmpera/ reboco – painel a têmpera).<br />

Afresco – Técnica de pintura mural, muito antiga, usada pelos artistas<br />

italianos entre os séculos 14 e 16. A parede é preparada com camadas de<br />

gesso e o artista trabalha enquanto a última camada ainda está molhada,<br />

com pigmentos de cor a base de água.<br />

Pintura a óleo – Técnica pictórica à base de tintas misturadas com óleos<br />

(de linhaça ou de noz) e resinas vegetais secativas; aplicadas sobre tela (teci<strong>do</strong>),<br />

pedra, madeira (painel), papelão ou cobre (dificilmente sobre papel ou pergaminho,<br />

devi<strong>do</strong> às bordas de absorção deixadas pelas substâncias oleosas). A<br />

pintura a óleo sempre foi, desde o século 15, a técnica preferida pela maioria <strong>do</strong>s<br />

artistas plásticos, pela variedade de suportes que permite utilizar. O óleo (que<br />

não seca sobre a tela, e sim se oxida, forman<strong>do</strong> uma película dura, ligan<strong>do</strong> o<br />

pigmento à base) permite modificações de cor e de tonalidades produzidas pela<br />

combinação de camadas translúcidas superpostas, além de permitir qualquer<br />

variedade de textura, <strong>do</strong> empaste à superfície lisa da porcelana.


Notas<br />

1. Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, versos da letra da música “Asa<br />

branca”.<br />

2. Fragmento <strong>do</strong> texto “O sertanejo”, parte “O homem”, de Euclydes da<br />

Cunha, in: Os sertões (Campanha de Canu<strong>do</strong>s).<br />

3. Mauro Santayana. “O inventário <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>”, in: Guerra e Paz – Portinari,<br />

pp. 138, 139.<br />

4. Fragmento <strong>do</strong> texto “O desafio ecológico das cidades”, de Alfre<strong>do</strong> Sirkis,<br />

in: <strong>Meio</strong> ambiente no século 21, p.220 (adaptação).<br />

5. Edu Lobo e Vinicius de Moraes, versos da letra da música “Arrastão”.<br />

6. Fragmento <strong>do</strong> texto “Existe uma única água no mun<strong>do</strong>”, de Roberto<br />

Otsu, in: A sabe<strong>do</strong>ria da natureza, capítulo 2, pp. 54 a 56.<br />

7. Marina Silva, trecho <strong>do</strong> Prefácio <strong>do</strong> livro <strong>Meio</strong> ambiente no século 21,<br />

pp. 10, 11.<br />

8. Candi<strong>do</strong> Portinari, trechos de poemas <strong>do</strong> livro Portinari poemas.<br />

9. Dorival Caymmi, versos da letra da música “O mar”.<br />

10. Candi<strong>do</strong> Portinari, trechos de poemas <strong>do</strong> livro Portinari poemas.<br />

11. Fragmento <strong>do</strong> poema “Ouro Preto”, de Manuel Bandeira, in: Antologia<br />

poética, p. 113.<br />

12. Fragmento <strong>do</strong> texto “Contribuição <strong>do</strong> ouro <strong>do</strong> Brasil ao progresso da<br />

Inglaterra”, de Eduar<strong>do</strong> Galeano, in: As veias abertas da América Latina,<br />

pp.67, 68, 69.<br />

13. Fragmento <strong>do</strong> Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles, in:<br />

Antologia poética Cecília Meireles, p. 175.<br />

14. Fragmento de poema <strong>do</strong> livro Marília de Dirceu, de Thomás Antônio<br />

Gonzaga, in: Marília de Dirceu, Lira XXXVII, p.170.<br />

15. Fragmento <strong>do</strong> poema “O voo sobre as igrejas”, de Carlos Drummond de<br />

Andrade, in: Carlos Drummond de Andrade – Poesia completa e prosa,<br />

p. 87.<br />

16. Fonte de consulta: texto “A importância <strong>do</strong>s recursos minerais”,<br />

de Cesar Antônio Schenini, in: <br />

17. Fragmento <strong>do</strong> texto “A dilapidação <strong>do</strong>s recursos naturais”, de Antônio<br />

Lago e José Augusto Pádua, in: O que é ecologia, pp. 72, 74.<br />

18. Fragmento <strong>do</strong> texto “Fontes alternativas de energia”, de Samuel Murgel<br />

Branco, in: Energia e meio ambiente, p. 65.<br />

19. Fragmento <strong>do</strong> texto “Poupan<strong>do</strong> nossos tesouros enterra<strong>do</strong>s”, The Earth<br />

Works Group, in: 50 coisas simples que as crianças podem fazer para<br />

salvar a Terra, p. 21.<br />

20. Fragmento <strong>do</strong> texto “Sustentabilidade, consumo e publicidade”, in:<br />

Mun<strong>do</strong> sustentável, de André Trigueiro, p. 40.<br />

21. Texto de Manoel de Barros in: Memórias Inventadas – a infância. São<br />

Paulo: Editora Planeta, 2003.<br />

22. Frase de Chico Mendes. Disponível em <br />

23. Trecho adapta<strong>do</strong> <strong>do</strong> texto “As florestas tropicais e as mudanças climáticas<br />

globais: atitudes pessoais e alternativas para uma biotecnologia<br />

ambiental para o sequestro de carbono”, de Marcos S. Buckeridge, in:<br />

Mun<strong>do</strong> sustentável, de André Trigueiro, p. 150.<br />

24. Soneto de Olavo Bilac, in: Olavo Bilac (poesia), p. 69.<br />

25. Fragmento <strong>do</strong> texto “Alfabetização ecológica: o desafio para a educação<br />

<strong>do</strong> século 21”, de Fritjof Capra, in: <strong>Meio</strong> ambiente no século 21, p. 26.<br />

26. Haicai de Teruko Oda, in: Natureza – berço <strong>do</strong> haicai (kigologia e<br />

antologia), p. 165.<br />

27. Frase extraída <strong>do</strong> site (Guia turismo – Frans<br />

Krajcberg).<br />

28. Letra da música “Passare<strong>do</strong>”, de Francis Hime e Chico Buarque, in: Chico<br />

Buarque letra e música 1, Companhia das Letras, p.116.<br />

29. Candi<strong>do</strong> Portinari, trechos de poemas <strong>do</strong> livro Portinari poemas.<br />

30. Fragmento <strong>do</strong> poema “Canção <strong>do</strong> exílio”, de Gonçalves Dias, in: Poesia<br />

<strong>do</strong> Brasil, organização de Manuel Bandeira, p.101.<br />

31. Fragmento <strong>do</strong> texto “A militância política na obra de Jorge Ama<strong>do</strong>”,<br />

de Luiz Gustavo Freitas Rossi, in: O universo de Jorge Ama<strong>do</strong> –<br />

cadernos de leituras, de Lilia Moritz Schwarcz e Ilana Seltzer Goldstein<br />

(organização), p.26.<br />

32. Extraí<strong>do</strong> <strong>do</strong> Dicionário <strong>do</strong> folclore brasileiro, de Luis da Camara<br />

Cascu<strong>do</strong>, p.273.<br />

33. Extraí<strong>do</strong> <strong>do</strong> Dicionário <strong>do</strong> folclore brasileiro, de Luis da Camara<br />

Cascu<strong>do</strong>, p.273.<br />

34. Candi<strong>do</strong> Portinari, trechos de poemas <strong>do</strong> livro Portinari poemas.<br />

35. Fragmento <strong>do</strong> texto “Sintomas da crise civilizacional”, in: Saber<br />

cuidar – ética <strong>do</strong> humano – compaixão pela Terra, de Leonar<strong>do</strong> Boff,<br />

pp. 18, 19, 20).<br />

36. Trecho da entrevista de Marcelo Gleiser ao site <br />

37. Palavras com que Portinari encerrou sua conferência “O Senti<strong>do</strong> Social<br />

da <strong>Arte</strong>”, a convite <strong>do</strong> Centro de Estudantes de Belas <strong>Arte</strong>s, em Buenos Aires,<br />

em 26 de julho de 1947.<br />

41


Referências<br />

42<br />

I – PUBLICAÇÕES IMPRESSAS<br />

1. ANDRADE, Carlos Drummond de. Carlos Drummond de Andrade -<br />

Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Companhia José Aguilar Editora,<br />

1973.<br />

2. ANDRADE, Mário. Poesias completas. São Paulo: Livraria Martins Editora<br />

S.A., 1966.<br />

3. ASSIS, A.A.de. Tábua de trovas. Maringá-PR: Miraluz, 2007.<br />

4. BANDEIRA, Manuel. Antologia poética. Rio de Janeiro: Editora <strong>do</strong> Autor,<br />

2ª. edição.<br />

5. BANDEIRA, Manuel (organização). Poesia <strong>do</strong> Brasil. Rio de Janeiro:<br />

Editora <strong>do</strong> Autor, 1963.<br />

6. BARROS, Manoel de. Memórias inventadas – a infância. São Paulo:<br />

Editora Planeta, 2003.<br />

7. BEHR, Shulamith. Expressionismo (Série Movimentos da <strong>Arte</strong> Moderna).<br />

São Paulo: Cosac & Naify Edições, 2000.<br />

8. BILAC, Olavo. Olavo Bilac – poesia. Rio de Janeiro: Livraria Agir Editora,<br />

1968.<br />

9. BOFF, Leonar<strong>do</strong>. Saber cuidar – ética <strong>do</strong> humano – compaixão pela<br />

Terra. Petrópolis: Editora Vozes, 1999.<br />

10. BRADLEY, Fiona. Surrealismo (Série Movimentos da <strong>Arte</strong> Moderna). São<br />

Paulo: Cosac & Naify Edições, 2000.<br />

11. BRANCO, Samuel Murgel Branco. Água: origem, uso e preservação.<br />

São Paulo: Editora Moderna Ltda., 2003.<br />

12. BRANCO, Samuel Murgel. Aventuras de uma gota d´água. Coleção<br />

Girassol. São Paulo: Editora Moderna Ltda., 2002.<br />

13. BRANCO, Samuel Murgel. Ecologia da cidade. São Paulo: Editora<br />

Moderna Ltda., 2003.<br />

14. BRANCO, Samuel Murgel Branco. Energia e meio ambiente. São Paulo:<br />

Editora Moderna Ltda., 2004.<br />

15. BRANCO, Samuel Murgel. Natureza e seres vivos. São Paulo: Editora<br />

Moderna Ltda., 2002.<br />

16. BRANCO, Samuel Murgel. O meio ambiente em debate. São Paulo:<br />

Editora Moderna Ltda., 2004.<br />

17. BUENO, Eduar<strong>do</strong>. Brasil: uma História. São Paulo: Editora Ática, 2002.<br />

18. BUORO, Anamélia Bueno (coordenação). <strong>Arte</strong> BR – projeto <strong>do</strong> Instituto<br />

<strong>Arte</strong> na Escola.<br />

19. CASCUDO, Luis da Camara. Dicionário <strong>do</strong> folclore brasileiro. SãoPaulo:<br />

Editora da Universidade de São Paulo, 1998.<br />

20. CAVINATTO, Vilma Maria. Saneamento básico – fonte de saúde e<br />

bem-estar. São Paulo: Editora Moderna Ltda., 2003.<br />

21. CAMPOS, Geir. Pequeno dicionário de arte poética. Rio de Janeiro:<br />

Edições de Ouro, 1965.<br />

22. COSTA, Sosígenes. Obra poética. 2ª. edição revista e ampliada por José<br />

Paulo Paes. São Paulo: Cultrix, Brasília: INL, 1978.<br />

23. COTTINGTON, David. Cubismo (Série Movimentos da <strong>Arte</strong> Moderna).<br />

São Paulo: Cosac & Naify Edições, 2000.<br />

24. FREIRE, Maria Lúcia Santos. Imagens da arte brasileira. Rio de<br />

Janeiro: Cesgranrio, 2005.<br />

25. GALEANO, Eduar<strong>do</strong>. As veias abertas da América Latina. Tradução de<br />

Galeno de Freitas. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra S.A., 1994.<br />

26. GOGA, H. Masuda e ODA, Teruko. Natureza – berço <strong>do</strong> haicai (kigologia<br />

e antologia). São Paulo: Empresa Jornalística Diário Nippak Ltda., 1996.<br />

27. GONZAGA, Thomás Antônio. Marília de Dirceu. São Paulo: Livraria<br />

Martins Editora, 1966.<br />

28. HAYNES, Colin. The Complete Guide to Painting and Drawing –<br />

techniques and materials. Londres: Phai<strong>do</strong>n, 1978.<br />

29. LAGO, Antônio e PÁDUA, José Augusto. O que é ecologia. Coleção<br />

Primeiros Passos. São Paulo: Editora Brasiliense, 1984.<br />

30. LOBATO, Monteiro. O poço <strong>do</strong> Visconde. São Paulo: Editora Globo, 2010.<br />

31. MATUK, Rubens. Plantan<strong>do</strong> uma amizade. São Paulo: Editora Studio<br />

Nobel, 1998.<br />

32. MEIRELES, Cecília. Romanceiro da Inconfidência. Porto Alegre:<br />

L&PM Pocket, 2009.<br />

33. MELO, João Batista. A falta d´água no mun<strong>do</strong>. Niterói: Edição Incopy<br />

Serviços, 2009.<br />

34. MICHEL, François. A geologia em pequenos passos. São Paulo:<br />

Companhia Editora Nacional, 2006.<br />

35. OTSU, Roberto. A sabe<strong>do</strong>ria da natureza – Taoísmo, I Ching, Zen e os<br />

ensinamentos essênios. São Paulo: Editora Ágora, 2006.<br />

36. PORTINARI, João Candi<strong>do</strong> (coordenação geral). Guerra e Paz –<br />

Portinari. Rio de Janeiro: Projeto Portinari.


37. RAMOS, Graciliano. Vidas secas. São Paulo: Livraria Martins Editora<br />

S.A., 1969.<br />

38. SANTOS, Joel Rufino <strong>do</strong>s. História <strong>do</strong> Brasil. 2º. Grau. São Paulo:<br />

Editora FTD S.A.<br />

39. SCHWARCZ, Lilia Moritz e GOLDSTEIN, Ilana Seltzer (organização).<br />

O universo de Jorge Ama<strong>do</strong> – cadernos de leituras. São Paulo: Editora<br />

Schwarcz Ltda., 2009.<br />

40. STRICKLAND, Carol. <strong>Arte</strong> Comentada – da pré-história ao pósmoderno.<br />

Rio de Janeiro: Ediouro, 1999.<br />

41. THE EARTH WORKS GROUP. 50 Coisas simples que as crianças podem<br />

fazer para salvar a Terra. Tradução de Reynal<strong>do</strong> Guarany. Rio de Janeiro:<br />

José Olympio Editora, 2003.<br />

42. THE EARTH WORKS GROUP. Manual de reciclagem. Tradução Outras<br />

Palavras. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 2003.<br />

43. TRIGUEIRO, André (coordenação). <strong>Meio</strong> ambiente no século 21. Rio de<br />

Janeiro: Editora Sextante, 2003.<br />

44. TRIGUEIRO, André. Mun<strong>do</strong> sustentável. São Paulo: Editora Globo S.A.,<br />

2005.<br />

45. Conceitos para se fazer educação ambiental / Secretaria <strong>do</strong> <strong>Meio</strong><br />

<strong>Ambiente</strong>, Coordena<strong>do</strong>ria de Educação Ambiental. - 2ª. ed. São Paulo: A<br />

Secretaria, 1997 – (Série Educação Ambiental)<br />

II – SITES:<br />

1. www.cartadaterrabrasil.org/<br />

2. www.ciclonatural.com.br<br />

3. www.dicionariompb.com.br<br />

4. www.ecoparque.org.br<br />

5. www.jbrj.gov.br<br />

6. www.mun<strong>do</strong>sustentável.com.br<br />

7. www.portinari.org.br<br />

8. http://sosfauna.braslink.com<br />

9. www.sosma.org.br<br />

III – TEXTOS ENCONTRADOS NA INTERNET:<br />

1. “A Carta da Terra”. Disponível em < www.cartadaterrabrasil.org/><br />

2. “Adeus a sete quedas”, de Carlos Drummond de Andrade. Disponível em:<br />

<br />

3. “A importância <strong>do</strong>s recursos minerais”. Cesar Antônio Schenini. Disponível<br />

em <br />

4. “Arrastão”. Edu Lobo e Vinicius de Moraes. Disponível em <br />

5. “Asa branca”. Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. Disponível em <br />

6. “Importância <strong>do</strong>s recursos minerais”. Disponível em <br />

7. “Lamento sertanejo”. Dominguinhos e Gilberto Gil. Disponível em <br />

8. “O mar”. Dorival Caymmi. Disponível em <br />

9. “Recurso natural” (adaptação). Disponível em <br />

10. “Sonhos brasis”, de Gonzaguinha. Disponível em <br />

43


Portinari – <strong>Arte</strong> e meio ambiente<br />

Ficha técnica<br />

Criação e coordenação geral <strong>do</strong> projeto:<br />

Suely Avellar<br />

Elaboração <strong>do</strong> caderno <strong>do</strong> professor<br />

I. Leitura <strong>do</strong>s quadros:<br />

Suely Avellar<br />

Isabel Reis<br />

II. Atividades Integradas:<br />

Nadya Ferreira Jesus<br />

Lena Jesus Ponte<br />

Design gráfico e diagramação:<br />

Rita Loureiro<br />

Projeto Portinari<br />

Direção:<br />

João Candi<strong>do</strong> Portinari<br />

Área técnica:<br />

Noélia Coutinho<br />

Elisanete Albernaz da Silva<br />

Área de arte educação:<br />

Suely Avellar<br />

Isabel Reis<br />

Área de comunicação e projetos:<br />

Maria Duarte<br />

Gabriela Valente<br />

Juliana Cassidy<br />

Sarah Bazin (estagiária)<br />

Área de tecnologia:<br />

Rafael Pereira<br />

Área administrativa:<br />

Roseane Mace<strong>do</strong><br />

Vera Bendia<br />

Fatima Pereira<br />

Reinal<strong>do</strong> Oliveira<br />

Assessoria Jurídica:<br />

Maria Edina de O. Carvalho Portinari<br />

Luís Guilherme Vieira<br />

44

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!