Caderno do Professor Arte e Meio Ambiente - Educadores
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Apresentação<br />
Caros <strong>Professor</strong>es:<br />
Um baú é sempre lugar de memórias, que inspira o olhar, a busca, o tato, a<br />
descoberta. Aliás, o bauzinho é um elemento recorrente na obra de Candi<strong>do</strong><br />
Portinari e também um objeto que fez parte integrante da vida <strong>do</strong> artista.<br />
Em suas memórias de infância, ele evoca as lembranças das avós – as<br />
noninhas italianas que, chegan<strong>do</strong> ao Brasil no final <strong>do</strong> século XIX, traziam,<br />
como era hábito na época, um baú de folha de flandres que continha to<strong>do</strong>s<br />
os seus pertences. Esse baú passava a fazer parte <strong>do</strong> mobiliário da humilde<br />
casa <strong>do</strong>s colonos e servia também para guardar as cartas, as fotos, as recordações<br />
que chegavam da família e <strong>do</strong>s amigos que ficaram na Itália.<br />
Neste nosso bauzinho, vocês estão receben<strong>do</strong> um farto material para enriquecer<br />
ainda mais o trabalho que já desenvolvem com seus alunos em sala de aula.<br />
gua Portuguesa, História, Geografia, Ciências e <strong>Arte</strong>s, de forma interdisciplinar.<br />
Permean<strong>do</strong> o trabalho com essas disciplinas, princípios de Ética estão<br />
presentes nas atividades já que a preocupação com as relações harmoniosas<br />
entre to<strong>do</strong>s os seres é o objetivo maior de nossa proposta. Unin<strong>do</strong> Ética e Estética,<br />
a Consciência e a Prática Ambiental caminham de mãos dadas com<br />
a <strong>Arte</strong> neste bauzinho.<br />
Essas atividades integradas visam a estimular e desenvolver as seguintes capacidades<br />
e habilidades, essenciais na relação <strong>do</strong> Homem com o mun<strong>do</strong>: observação;<br />
análise; síntese; interpretação; senso crítico; expressão oral, escrita<br />
(literária e não literária) e gestual; comunicação; cooperação; senso estético;<br />
criatividade.<br />
tura de textos para reflexão, troca de ideias, debates; criação pelos<br />
alunos de seus próprios textos; diálogo entre várias manifestações de<br />
linguagem; ações de preservação ambiental; contação de histórias;<br />
dramatizações; invenções; brincadeiras; visitas; pesquisas em diferentes<br />
áreas <strong>do</strong> conhecimento, entre outras.<br />
4. Anexos – sugestões de atividades complementares; informações sobre técnicas,<br />
estilos e movimentos artísticos; da<strong>do</strong>s sobre algumas técnicas usadas<br />
por Candi<strong>do</strong> Portinari.<br />
5. Notas e bibliografia.<br />
O público-alvo<br />
Dentro dele encontram-se :<br />
– 22 pranchas com reproduções <strong>do</strong>s quadros de Candi<strong>do</strong> Portinari, estuda<strong>do</strong>s<br />
quan<strong>do</strong> da estada <strong>do</strong> caminhão <strong>do</strong> projeto “Portinari para To<strong>do</strong>s” com a<br />
exposição “Portinari, <strong>Arte</strong> e <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong>” em sua cidade.<br />
– Um <strong>Caderno</strong> <strong>do</strong> <strong>Professor</strong>, com propostas de atividades que pretendem ser um<br />
des<strong>do</strong>bramento <strong>do</strong> que foi realiza<strong>do</strong> pessoalmente com a visita <strong>do</strong> caminhão.<br />
– Um livreto de cordel, de João Batista Melo, que aborda um assunto urgente:<br />
a necessidade de se cuidar da água, esse bem precioso.<br />
– O livro Plantan<strong>do</strong> uma amizade, de Rubens Matuck, que fala <strong>do</strong> plantio<br />
de árvores e de afetos.<br />
– Um punha<strong>do</strong> de sementes de ipê, árvore tão comum neste Brasil, para<br />
que vocês com seus alunos possam plantar, além das árvores, as ideias de<br />
preservação e de vida.<br />
O <strong>Caderno</strong> <strong>do</strong> <strong>Professor</strong><br />
Os fios condutores deste projeto – a pintura de Candi<strong>do</strong> Portinari e o<br />
meio ambiente – permitem desenvolver neste <strong>Caderno</strong> conteú<strong>do</strong>s de Lín-<br />
A estrutura <strong>do</strong> <strong>Caderno</strong><br />
1. Cronobiografia de Candi<strong>do</strong> Portinari, para que professores e alunos conheçam<br />
melhor a vida e a obra desse grande artista, ao mesmo tempo tão<br />
brasileiro e tão universal.<br />
2. “A Carta da Terra”, reforçan<strong>do</strong> os princípios de paz, de construção, de cuida<strong>do</strong>,<br />
de inclusão, que o Projeto Portinari pretende difundir.<br />
3. Cinco módulos, que abordam questões importantes ligadas ao meio ambiente,<br />
a partir <strong>do</strong>s seguintes temas centrais: a relação <strong>do</strong>s seres humanos<br />
com o espaço em que vivem; a água; os recursos minerais; as florestas e a<br />
fauna; o equilíbrio entre os seres humanos.<br />
Cada módulo divide-se em duas partes:<br />
1ª. Reflexões e leituras de quadros de Candi<strong>do</strong> Portinari – a serem<br />
orientadas pelos professores. Este material foi trabalha<strong>do</strong> pessoalmente<br />
pelas arte-educa<strong>do</strong>ras à época da passagem <strong>do</strong> caminhão.<br />
Agora vocês podem retornar a ele sempre que necessário.<br />
2ª. Atividades integradas – a serem realizadas pelos estudantes: lei-<br />
O material didático foi elabora<strong>do</strong> consideran<strong>do</strong> uma faixa escolar bem diversificada:<br />
alunos <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> segmento <strong>do</strong> Ensino Fundamental (<strong>do</strong> sexto ao<br />
nono ano), <strong>do</strong> Ensino Médio e da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Ten<strong>do</strong><br />
em vista essa abrangência, estabelecemos um código para os roteiros:<br />
• questões apropriadas para todas as idades;<br />
• questões mais apropriadas para maiores de 14 anos.<br />
O professor, no entanto, melhor que ninguém, saberá selecionar o material<br />
da maneira mais adequada em função da realidade das turmas. Assim, poderá<br />
desenvolver ou simplificar, adaptar, enfim, as atividades, dependen<strong>do</strong><br />
<strong>do</strong> interesse e da maturidade <strong>do</strong>s alunos, como também <strong>do</strong>s recursos didáticos<br />
disponíveis.<br />
Concluin<strong>do</strong>, o Projeto Portinari espera que vocês – professores com seus<br />
alunos – encontrem dentro deste Bauzinho a <strong>Arte</strong>, a Educação, a Inclusão<br />
Social e o desejo de preservar o planeta – casa de to<strong>do</strong>s nós. E tu<strong>do</strong> isso sob<br />
a inspiração <strong>do</strong> grande artista Candi<strong>do</strong> Portinari, que soube amar a to<strong>do</strong>s os<br />
seres e os eternizou por meio de sua pintura imortal.<br />
1
Cronobiografia (1903-1962)<br />
2<br />
1903<br />
Candi<strong>do</strong> Portinari nasceu no dia 29 de dezembro, numa<br />
fazenda de café, perto da cidade de Bro<strong>do</strong>wski, no Esta<strong>do</strong> de<br />
São Paulo. Filho de imigrantes italianos, de origem humilde, recebeu apenas<br />
a instrução primária e desde criança manifestou sua vocação artística.<br />
1913<br />
Carlos Gomes.<br />
1919<br />
Com dez anos de idade, Candinho, como era chama<strong>do</strong> pela<br />
família, faz o seu primeiro desenho conheci<strong>do</strong>: o Retrato de<br />
Decidi<strong>do</strong> a tornar-se pintor, Portinari muda-se para o Rio<br />
de Janeiro e ingressa, no ano seguinte, na Escola Nacional<br />
de Belas <strong>Arte</strong>s (ENBA), instituição que seguia padrões estéticos bastante conserva<strong>do</strong>res.<br />
1924<br />
O quadro Baile na<br />
Roça, primeira obra<br />
de Portinari com temática brasileira,<br />
é recusa<strong>do</strong> pelo júri <strong>do</strong> Salão Nacional<br />
de Belas <strong>Arte</strong>s.<br />
1928<br />
Com o Retrato <strong>do</strong> Poeta Olegário Mariano, Portinari conquista<br />
o Prêmio de Viagem à Europa. O poeta brasileiro<br />
Manuel Bandeira escreve que o pintor há muito merecia esse reconhecimento,<br />
mas sempre fora prejudica<strong>do</strong> por suas tendências modernizantes.<br />
1929<br />
Rio de Janeiro.<br />
Antes de embarcar para a França, faz sua primeira exposição<br />
individual, com 25 retratos, no Palace Hotel <strong>do</strong><br />
1930<br />
No meio artístico parisiense, conhece<br />
Maria Victória Martinelli, jovem uruguaia<br />
que será sua companheira por toda a vida.<br />
Após ter visto tantos museus, declara que quer mesmo é<br />
pintar a sua gente simples de Bro<strong>do</strong>wski “com aquela roupa<br />
e aquela cor”.<br />
1931<br />
Portinari volta decidi<strong>do</strong> a retratar nas suas telas os temas<br />
nacionais, superan<strong>do</strong> aos poucos sua formação acadêmica<br />
e fundin<strong>do</strong> a ciência antiga da pintura a uma personalidade moderna e experimentalista.<br />
1932<br />
Faz sua primeira exposição individual, após a volta da Europa,<br />
onde apresenta obras de temática brasileira – cenas<br />
de infância, circos, cirandas.<br />
1935<br />
Obtém o primeiro<br />
reconhecimento<br />
internacional, conquistan<strong>do</strong><br />
a Segunda Menção<br />
Honrosa na exposição internacional<br />
<strong>do</strong> Carnegie Institute de<br />
Pittsburgh, nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s,<br />
com a tela Café, retratan<strong>do</strong> uma cena de colheita típica de sua região de<br />
origem. Nessa obra, o pintor já revela sua inclinação muralista, que irá<br />
consolidar-se nos anos seguintes.<br />
1936<br />
– 1938 Portinari executa quatro grandes painéis para o<br />
Monumento Ro<strong>do</strong>viário, na ro<strong>do</strong>via que liga o Rio de Janeiro<br />
a São Paulo. O artista começa a conceber os afrescos <strong>do</strong> novo edifício-sede<br />
<strong>do</strong> Ministério da Educação, no Rio de Janeiro, marco da <strong>Arte</strong> Moderna. Com<br />
essas obras, que serão concluídas em 1944, Portinari confirma sua opção<br />
pela temática social, fio condutor de sua obra a partir de então. Companheiro<br />
de poetas, escritores, jornalistas, diplomatas, Portinari participa da elite intelectual<br />
brasileira numa época em que se verificava uma notável mudança<br />
na atitude estética e na cultura <strong>do</strong> País.<br />
1939<br />
Neste ano, nasce o filho único <strong>do</strong> pintor, João Candi<strong>do</strong>.<br />
Consolida-se a projeção de Portinari nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s:<br />
realiza três grandes painéis para o pavilhão <strong>do</strong> Brasil na Feira Mundial de<br />
Nova York; o Museu de <strong>Arte</strong> Moderna de Nova York adquire sua tela Morro,<br />
incluin<strong>do</strong>-a na mostra <strong>do</strong>s maiores quadros <strong>do</strong>s séculos XIX e XX.<br />
No Rio de Janeiro, o Museu Nacional de Bela <strong>Arte</strong>s expõe 269 obras, na maior<br />
e provavelmente mais importante exposição de sua carreira.<br />
1940<br />
Participa de uma mostra de arte latino-americana no<br />
Riverside Museum de Nova York e expõe individualmente<br />
no Instituto de <strong>Arte</strong>s de Detroit e no Museu de <strong>Arte</strong> Moderna de Nova York,<br />
com grande sucesso de<br />
crítica, venda e público.<br />
Em dezembro a Universidade<br />
de Chicago publica<br />
o primeiro livro sobre o<br />
pintor – Portinari, His Life<br />
and Art – com introdução<br />
<strong>do</strong> artista Rockwell Kent e<br />
inúmeras reproduções de<br />
suas obras.<br />
1941<br />
Portinari executa 4 grandes murais na Fundação Hispânica<br />
da Biblioteca <strong>do</strong> Congresso em Washington, com temas<br />
referentes à história latino-americana.<br />
1943<br />
Conclui os oito painéis da Série Bíblica, que pintou para<br />
a Rádio Tupi de São Paulo, fortemente influencia<strong>do</strong>s pela<br />
visão picassiana de Guernica e pelo impacto da Segunda Guerra Mundial.<br />
1944<br />
A convite <strong>do</strong> arquiteto Oscar Niemeyer, inicia as obras de decoração<br />
<strong>do</strong> conjunto arquitetônico da Pampulha, em Belo<br />
Horizonte, Minas Gerais, destacan<strong>do</strong>-se, na Igreja de São Francisco de Assis,<br />
o mural <strong>do</strong> altar, a Via Sacra, além <strong>do</strong>s painéis de azulejos.<br />
A escalada <strong>do</strong> nazifascismo e os horrores da guerra reforçam o caráter social<br />
e trágico de sua obra, levan<strong>do</strong>-o à produção da Série Retirantes.
Enterro na Rede, 1944<br />
Painel a óleo/tela<br />
180 x 220cm<br />
1945<br />
Conclui seus trabalhos para a Igreja da Pampulha, executan<strong>do</strong><br />
o mural São Francisco se Despojan<strong>do</strong> das Vestes.<br />
Filia-se ao Parti<strong>do</strong> Comunista Brasileiro, candidatan<strong>do</strong>-se a deputa<strong>do</strong>, mas<br />
não é eleito.<br />
1946<br />
Dá início aos desenhos da Série Meninos de Bro<strong>do</strong>wski.<br />
Em Paris, realiza sua primeira exposição em solo europeu,<br />
na Galerie Charpentier. A exposição teve grande repercussão, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong><br />
agracia<strong>do</strong> com a Légion d´Honneur pelo governo francês.<br />
1947<br />
Expõe em Buenos Aires, no Salón Peuser, e em Montevidéu,<br />
nos salões da Comissão Nacional de Belas <strong>Arte</strong>s, receben<strong>do</strong><br />
grandes homenagens de artistas, intelectuais e autoridades <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is países.<br />
Nesta ocasião, conhece o poeta cubano Nicolás Guillén e o espanhol Rafael<br />
Alberti.<br />
Candidata-se ao Sena<strong>do</strong>, mas novamente não é eleito.<br />
1948<br />
Com o acirramento da perseguição aos comunistas, se exila<br />
com a família no Uruguai. Neste perío<strong>do</strong>, pinta o painel<br />
A Primeira Missa no Brasil, encomenda<strong>do</strong> por um banco no Rio de Janeiro.<br />
1949<br />
De volta <strong>do</strong> exílio uruguaio, instala-se novamente no Rio<br />
de Janeiro. Executa o painel Tiradentes, narran<strong>do</strong> episódios<br />
<strong>do</strong> julgamento e da execução <strong>do</strong> herói brasileiro que lutou contra o <strong>do</strong>mínio<br />
colonial português, o que lhe rende a Medalha de Ouro <strong>do</strong> Prêmio Internacional<br />
da Paz, em Varsóvia.<br />
É convida<strong>do</strong> a participar, em Nova York, da Conferência Cultural e Científica<br />
para a Paz Mundial, mas a Embaixada Americana nega-lhe o visto de entrada,<br />
por motivos políticos.<br />
1950<br />
1952<br />
1953<br />
Recebe a Medalha de Ouro da Paz, <strong>do</strong> II Congresso Mundial<br />
de Partidários da Paz, em Varsóvia, pelo painel Tiradentes.<br />
Tem uma sala especial na I Bienal de São Paulo. nn<br />
nn n<br />
Inicia os estu<strong>do</strong>s para os painéis Guerra e Paz, ofereci<strong>do</strong>s<br />
pelo governo brasileiro à nova sede da ONU, em Nova York,<br />
concluí<strong>do</strong>s em 1956, e que foram os maiores pinta<strong>do</strong>s por Portinari.<br />
1954<br />
Realiza para o Banco Português <strong>do</strong> Brasil o painel Descobrimento<br />
<strong>do</strong> Brasil.<br />
Neste ano tem os primeiros sintomas de intoxicação pelas tintas, que lhe<br />
será fatal.<br />
1955<br />
Participa da III Bienal de São Paulo, com uma sala especial,<br />
expon<strong>do</strong> 12 estu<strong>do</strong>s da Série Guerra. Recebe a Medalha<br />
de Ouro concedida pelo International Fine-Arts Council de Nova York, como<br />
melhor pintor <strong>do</strong> ano.<br />
1956<br />
Faz a Série Dom Quixote, composta de 22 desenhos a lápis<br />
de cor, para a editora José Olympio, para ilustrar uma edição,<br />
que não chegou a ser realizada, <strong>do</strong> livro de Cervantes.<br />
Viaja a Israel, a convite <strong>do</strong> governo daquele país, expon<strong>do</strong> em vários museus e<br />
executan<strong>do</strong> desenhos inspira<strong>do</strong>s no contato com o recém-cria<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> israelense,<br />
expostos posteriormente em Bolonha, Lima, Buenos Aires e Rio de Janeiro.<br />
Neste mesmo ano, Portinari recebe<br />
o Prêmio Guggenhein <strong>do</strong> Brasil.<br />
1957<br />
Os painéis Guerra e<br />
Paz são inaugura<strong>do</strong>s<br />
na sede da ONU, em Nova York.<br />
Por seu envolvimento com o Parti<strong>do</strong><br />
Comunista, a receptividade <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s<br />
Uni<strong>do</strong>s esfria. Portinari não é convida<strong>do</strong> a comparecer à cerimônia.<br />
O artista é premia<strong>do</strong> com a Menção Honrosa no Concurso Internacional de<br />
Aquarela <strong>do</strong> Hallmark Art Award, de Nova York. Expõe em Paris e Munique.<br />
Neste ano, Portinari começa a escrever suas memórias.<br />
1958<br />
Em Bruxelas, a mostra 50 Ans d’Art Moderne expõe Enterro<br />
na Rede, da Série Retirantes, escolhida para figurar entre as<br />
100 obras-primas <strong>do</strong> século. Foi o único artista brasileiro a participar dessa<br />
exposição. Participa também, como convida<strong>do</strong> de honra, da I Bienal de <strong>Arte</strong>s<br />
Plásticas da Cidade <strong>do</strong> México, com enorme sucesso.<br />
1959<br />
Portinari apresenta obras na Galeria Wildenstein de Nova<br />
York e, juntamente com outros grandes artistas latino-americanos<br />
como Tamayo, Cuevas, Matta, Orozco e Rivera, participa da exposição<br />
Coleção de <strong>Arte</strong> Interamericana, <strong>do</strong> Museo de Bellas <strong>Arte</strong>s de Caracas.<br />
1961<br />
Apesar das diversas manifestações da <strong>do</strong>ença, Portinari não<br />
para. Viaja para Paris, onde encontra o filho e aproveita<br />
para escrever poesias e rever museus e monumentos da cidade.<br />
1962<br />
Candi<strong>do</strong> Portinari morreu no dia 6 de fevereiro, vítima de<br />
intoxicação causada pelas tintas <strong>do</strong> seu ofício. O artista, na<br />
ocasião, preparava uma grande exposição de cerca de 200 obras, a convite<br />
da Prefeitura de Milão, que foi realizada em 1963, como a primeira grande<br />
mostra post mortem de sua obra.<br />
3
A Carta da Terra<br />
4<br />
A primeira versão da Carta da Terra foi escrita por ocasião <strong>do</strong> “Fórum<br />
Global”, evento ocorri<strong>do</strong> paralelamente à Cúpula da Terra (ECO-92),<br />
no Rio de Janeiro, em 1992. O <strong>do</strong>cumento propõe princípios que objetivam<br />
a construção da sustentabilidade da vida no planeta, equivalen<strong>do</strong><br />
à Declaração Universal <strong>do</strong>s Direitos Humanos, a<strong>do</strong>tada pela<br />
Organização das Nações Unidas (ONU). Baseia-se na afirmação de<br />
princípios éticos e valores fundamentais que devam nortear pessoas,<br />
nações, esta<strong>do</strong>s, raças e culturas.<br />
PREÂMBULO<br />
Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em<br />
que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mun<strong>do</strong> se torna<br />
cada vez mais interdependente e frágil, o futuro reserva, ao mesmo tempo,<br />
grande perigo e grande esperança. Para seguir adiante, devemos reconhecer<br />
que, no meio de uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida,<br />
somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino<br />
comum. Devemos nos juntar para gerar uma sociedade sustentável global fundada<br />
no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça<br />
econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo<br />
que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os<br />
outros, com a grande comunidade da vida e com as futuras gerações.<br />
TERRA, NOSSO LAR<br />
A humanidade é parte de um vasto universo em evolução. A Terra, nosso lar,<br />
é viva como uma comunidade de vida incomparável. As forças da natureza<br />
fazem da existência uma aventura exigente e incerta, mas a Terra providenciou<br />
as condições essenciais para a evolução da vida. A capacidade de recuperação<br />
da comunidade de vida e o bem-estar da humanidade dependem da<br />
preservação de uma biosfera saudável com to<strong>do</strong>s seus sistemas ecológicos,<br />
uma rica variedade de plantas e animais, solos férteis, águas puras e ar limpo.<br />
O meio ambiente global com seus recursos finitos é uma preocupação<br />
comum de to<strong>do</strong>s os povos. A proteção da vitalidade, diversidade e beleza da<br />
Terra é um dever sagra<strong>do</strong>.<br />
A SITUAÇÃO GLOBAL<br />
Os padrões <strong>do</strong>minantes de produção e consumo estão causan<strong>do</strong> devastação<br />
ambiental, esgotamento <strong>do</strong>s recursos e uma massiva extinção de espécies.<br />
Comunidades estão sen<strong>do</strong> arruinadas. Os benefícios <strong>do</strong> desenvolvimento não<br />
estão sen<strong>do</strong> dividi<strong>do</strong>s equitativamente e a diferença entre ricos e pobres está<br />
aumentan<strong>do</strong>. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os conflitos violentos têm<br />
aumenta<strong>do</strong> e são causas de grande sofrimento. O crescimento sem precedentes<br />
da população humana tem sobrecarrega<strong>do</strong> os sistemas ecológico e<br />
social. As bases da segurança global estão ameaçadas. Essas tendências são<br />
perigosas, mas não inevitáveis.<br />
DESAFIOS FUTUROS<br />
A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns <strong>do</strong>s<br />
outros ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. São necessárias<br />
mudanças fundamentais em nossos valores, instituições e mo<strong>do</strong>s de<br />
vida. Devemos entender que, quan<strong>do</strong> as necessidades básicas forem supridas,<br />
o desenvolvimento humano será primariamente volta<strong>do</strong> a ser mais e não a ter<br />
mais. Temos o conhecimento e a tecnologia necessários para abastecer a to<strong>do</strong>s<br />
e reduzir nossos impactos no meio ambiente. O surgimento de uma sociedade<br />
civil global está crian<strong>do</strong> novas oportunidades para construir um mun<strong>do</strong> democrático<br />
e humano. Nossos desafios ambientais, econômicos, políticos, sociais e<br />
espirituais estão interliga<strong>do</strong>s e juntos podemos forjar soluções inclusivas.<br />
RESPONSABILIDADE UNIVERSAL<br />
Para realizar estas aspirações, devemos decidir viver com um senti<strong>do</strong> de<br />
responsabilidade universal, identifican<strong>do</strong>-nos com a comunidade terrestre<br />
como um to<strong>do</strong>, bem como com nossas comunidades locais. Somos, ao mesmo<br />
tempo, cidadãos de nações diferentes e de um mun<strong>do</strong> no qual as dimensões<br />
local e global estão ligadas. Cada um compartilha responsabilidade<br />
pelo presente e pelo futuro bem-estar da família humana e de to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong><br />
<strong>do</strong>s seres vivos. O espírito de solidariedade humana e de parentesco com toda<br />
a vida é fortaleci<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> vivemos com reverência o mistério da existência,<br />
com gratidão pelo <strong>do</strong>m da vida e com humildade em relação ao lugar que o<br />
ser humano ocupa na natureza.<br />
Necessitamos com urgência de uma visão compartilhada de valores básicos<br />
para proporcionar um fundamento ético à comunidade mundial emergente.<br />
Portanto, juntos na esperança, afirmamos os seguintes princípios, interdependentes,<br />
visan<strong>do</strong> a um mo<strong>do</strong> de vida sustentável como padrão comum,<br />
através <strong>do</strong>s quais a conduta de to<strong>do</strong>s os indivíduos, organizações, empresas,<br />
governos e instituições transnacionais será dirigida e avaliada.<br />
PRINCÍPIOS<br />
I. RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DE VIDA<br />
1. Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade.<br />
a. Reconhecer que to<strong>do</strong>s os seres são interdependentes e cada forma de vida<br />
tem valor, independentemente de sua utilidade para os seres humanos.<br />
b. Afirmar a fé na dignidade inerente a to<strong>do</strong>s os seres humanos e no<br />
potencial intelectual, artístico, ético e espiritual da humanidade.<br />
2. Cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor.<br />
a. Aceitar que, com o direito de possuir, administrar e usar os recursos<br />
naturais, vem o dever de prevenir os danos ao meio ambiente e de proteger<br />
os direitos das pessoas.<br />
b. Assumir que, com o aumento da liberdade, <strong>do</strong>s conhecimentos e <strong>do</strong><br />
poder, vem a maior responsabilidade de promover o bem comum.<br />
3. Construir sociedades democráticas que sejam justas, participativas, sustentáveis<br />
e pacíficas.<br />
a. Assegurar que as comunidades em to<strong>do</strong>s os níveis garantam os direitos<br />
humanos e as liberdades fundamentais e proporcionem a cada pessoa a<br />
oportunidade de realizar seu pleno potencial.<br />
b. Promover a justiça econômica e social, propician<strong>do</strong> a to<strong>do</strong>s a obtenção<br />
de uma condição de vida significativa e segura, que seja ecologicamente<br />
responsável.<br />
4. Assegurar a generosidade e a beleza da Terra para as atuais e as futuras<br />
gerações.<br />
a. Reconhecer que a liberdade de ação de cada geração é condicionada<br />
pelas necessidades das gerações futuras.
. Transmitir às futuras gerações valores, tradições e instituições que<br />
apoiem a prosperidade das comunidades humanas e ecológicas da Terra<br />
a longo prazo.<br />
II. INTEGRIDADE ECOLÓGICA<br />
5. Proteger e restaurar a integridade <strong>do</strong>s sistemas ecológicos da Terra, com<br />
especial atenção à diversidade biológica e aos processos naturais que sustentam<br />
a vida.<br />
a. A<strong>do</strong>tar, em to<strong>do</strong>s os níveis, planos e regulamentações de desenvolvimento<br />
sustentável que façam com que a conservação e a reabilitação ambiental<br />
sejam parte integral de todas as iniciativas de desenvolvimento.<br />
b. Estabelecer e proteger reservas naturais e da biosfera viáveis, incluin<strong>do</strong><br />
terras selvagens e áreas marinhas, para proteger os sistemas de sustento à<br />
vida da Terra, manter a biodiversidade e preservar nossa herança natural.<br />
c. Promover a recuperação de espécies e ecossistemas ameaça<strong>do</strong>s.<br />
d. Controlar e erradicar organismos não nativos ou modifica<strong>do</strong>s geneticamente<br />
que causem dano às espécies nativas e ao meio ambiente e<br />
impedir a introdução desses organismos prejudiciais.<br />
e. Administrar o uso de recursos renováveis como água, solo, produtos<br />
florestais e vida marinha de forma que não excedam às taxas de regeneração<br />
e que protejam a saúde <strong>do</strong>s ecossistemas.<br />
f. Administrar a extração e o uso de recursos não renováveis, como minerais<br />
e combustíveis fósseis de forma que minimizem o esgotamento e<br />
não causem dano ambiental grave.<br />
6. Prevenir o dano ao ambiente como o melhor méto<strong>do</strong> de proteção ambiental<br />
e, quan<strong>do</strong> o conhecimento for limita<strong>do</strong>, assumir uma postura de<br />
precaução.<br />
a. Agir para evitar a possibilidade de danos ambientais sérios ou irreversíveis,<br />
mesmo quan<strong>do</strong> o conhecimento científico for incompleto ou não<br />
conclusivo.<br />
b. Impor o ônus da prova àqueles que afirmarem que a atividade proposta<br />
não causará dano significativo e fazer com que as partes interessadas<br />
sejam responsabilizadas pelo dano ambiental.<br />
c. Assegurar que as tomadas de decisão considerem as consequências<br />
cumulativas, a longo prazo, indiretas, de longo alcance e globais das atividades<br />
humanas.<br />
d. Impedir a poluição de qualquer parte <strong>do</strong> meio ambiente e não permitir<br />
o aumento de substâncias radioativas, tóxicas ou outras substâncias<br />
perigosas.<br />
e. Evitar atividades militares que causem dano ao meio ambiente.<br />
7. A<strong>do</strong>tar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as capacidades<br />
regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário.<br />
a. Reduzir, reutilizar e reciclar materiais usa<strong>do</strong>s nos sistemas de produção<br />
e consumo e garantir que os resíduos possam ser assimila<strong>do</strong>s pelos<br />
sistemas ecológicos.<br />
b. Atuar com moderação e eficiência no uso de energia e contar cada vez<br />
mais com fontes energéticas renováveis, como a energia solar e <strong>do</strong> vento.<br />
c. Promover o desenvolvimento, a a<strong>do</strong>ção e a transferência equitativa de<br />
tecnologias ambientais seguras.<br />
d. Incluir totalmente os custos ambientais e sociais de bens e serviços no<br />
preço de venda e habilitar os consumi<strong>do</strong>res a identificar produtos que<br />
satisfaçam às mais altas normas sociais e ambientais.<br />
e. Garantir acesso universal à assistência de saúde que fomente a saúde<br />
reprodutiva e a reprodução responsável.<br />
f. A<strong>do</strong>tar estilos de vida que acentuem a qualidade de vida e subsistência<br />
material num mun<strong>do</strong> finito.<br />
8. Avançar o estu<strong>do</strong> da sustentabilidade ecológica e promover o intercâmbio<br />
aberto e aplicação ampla <strong>do</strong> conhecimento adquiri<strong>do</strong>.<br />
a. Apoiar a cooperação científica e técnica internacional relacionada à<br />
sustentabilidade, com especial atenção às necessidades das nações em<br />
desenvolvimento.<br />
b. Reconhecer e preservar os conhecimentos tradicionais e a sabe<strong>do</strong>ria<br />
espiritual em todas as culturas que contribuem para a proteção ambiental<br />
e o bem-estar humano.<br />
c. Garantir que informações de vital importância para a saúde humana e<br />
para a proteção ambiental, incluin<strong>do</strong> informação genética, permaneçam<br />
disponíveis ao <strong>do</strong>mínio público.<br />
III. JUSTIÇA SOCIAL E ECONÔMICA<br />
9. Erradicar a pobreza como um imperativo ético, social e ambiental.<br />
a. Garantir o direito à água potável, ao ar puro, à segurança alimentar,<br />
aos solos não contamina<strong>do</strong>s, ao abrigo e saneamento seguro, alocan<strong>do</strong><br />
os recursos nacionais e internacionais demanda<strong>do</strong>s.<br />
b. Prover cada ser humano de educação e recursos para assegurar uma<br />
condição de vida sustentável e proporcionar seguro social e segurança<br />
coletiva aos que não são capazes de se manter por conta própria.<br />
c. Reconhecer os ignora<strong>do</strong>s, proteger os vulneráveis, servir àqueles que<br />
sofrem e habilitá-los a desenvolverem suas capacidades e alcançarem<br />
suas aspirações.<br />
10. Garantir que as atividades e instituições econômicas em to<strong>do</strong>s os níveis<br />
promovam o desenvolvimento humano de forma equitativa e sustentável.<br />
a. Promover a distribuição equitativa da riqueza dentro das e entre<br />
as nações.<br />
b. Incrementar os recursos intelectuais, financeiros, técnicos e sociais<br />
das nações em desenvolvimento e liberá-las de dívidas internacionais<br />
onerosas.<br />
c. Assegurar que todas as transações comerciais apoiem o uso de recursos<br />
sustentáveis, a proteção ambiental e normas trabalhistas progressistas.<br />
d. Exigir que corporações multinacionais e organizações financeiras internacionais<br />
atuem com transparência em benefício <strong>do</strong> bem comum e<br />
responsabilizá-las pelas consequências de suas atividades.<br />
11. Afirmar a igualdade e a equidade <strong>do</strong>s gêneros como pré-requisitos para<br />
o desenvolvimento sustentável e assegurar o acesso universal à educação, à<br />
assistência de saúde e às oportunidades econômicas.<br />
a. Assegurar os direitos humanos das mulheres e das meninas e acabar<br />
5
6<br />
com toda violência contra elas.<br />
b. Promover a participação ativa das mulheres em to<strong>do</strong>s os aspectos da<br />
vida econômica, política, civil, social e cultural como parceiras plenas e<br />
paritárias, toma<strong>do</strong>ras de decisão, líderes e beneficiárias.<br />
c. Fortalecer as famílias e garantir a segurança e o carinho de to<strong>do</strong>s os<br />
membros da família.<br />
12. Defender, sem discriminação, os direitos de todas as pessoas a um ambiente<br />
natural e social capaz de assegurar a dignidade humana, a saúde<br />
corporal e o bem-estar espiritual, com especial atenção aos direitos <strong>do</strong>s povos<br />
indígenas e minorias.<br />
a. Eliminar a discriminação em todas as suas formas, como as baseadas<br />
em raça, cor, gênero, orientação sexual, religião, idioma e origem nacional,<br />
étnica ou social.<br />
b. Afirmar o direito <strong>do</strong>s povos indígenas à sua espiritualidade, conhecimentos,<br />
terras e recursos, assim como às suas práticas relacionadas com<br />
condições de vida sustentáveis.<br />
c. Honrar e apoiar os jovens das nossas comunidades, habilitan<strong>do</strong>-os a<br />
cumprir seu papel essencial na criação de sociedades sustentáveis.<br />
d. Proteger e restaurar lugares notáveis pelo significa<strong>do</strong> cultural e espiritual.<br />
IV. DEMOCRACIA, NÃO VIOLÊNCIA E PAZ<br />
13. Fortalecer as instituições democráticas em to<strong>do</strong>s os níveis e prover transparência<br />
e responsabilização no exercício <strong>do</strong> governo, participação inclusiva<br />
na tomada de decisões e acesso à justiça.<br />
a. Defender o direito de todas as pessoas receberem informação clara e<br />
oportuna sobre assuntos ambientais e to<strong>do</strong>s os planos de desenvolvimento<br />
e atividades que possam afetá-las ou nos quais tenham interesse.<br />
b. Apoiar sociedades civis locais, regionais e globais e promover a participação<br />
significativa de to<strong>do</strong>s os indivíduos e organizações interessa<strong>do</strong>s<br />
na tomada de decisões.<br />
c. Proteger os direitos à liberdade de opinião, de expressão, de reunião<br />
pacífica, de associação e de oposição.<br />
d. Instituir o acesso efetivo e eficiente a procedimentos judiciais administrativos<br />
e independentes, incluin<strong>do</strong> retificação e compensação por danos<br />
ambientais e pela ameaça de tais danos.<br />
e. Eliminar a corrupção em todas as instituições públicas e privadas.<br />
f. Fortalecer as comunidades locais, habilitan<strong>do</strong>-as a cuidar <strong>do</strong>s seus<br />
próprios ambientes, e atribuir responsabilidades ambientais aos níveis<br />
governamentais onde possam ser cumpridas mais efetivamente.<br />
14. Integrar, na educação formal e na aprendizagem ao longo da vida, os<br />
conhecimentos, valores e habilidades necessárias para um mo<strong>do</strong> de vida<br />
sustentável.<br />
a. Prover a to<strong>do</strong>s, especialmente a crianças e jovens, oportunidades educativas<br />
que lhes permitam contribuir ativamente para o desenvolvimento<br />
sustentável.<br />
b. Promover a contribuição das artes e humanidades, assim como das<br />
ciências, na educação para sustentabilidade.<br />
c. Intensificar o papel <strong>do</strong>s meios de comunicação de massa no aumento<br />
da conscientização sobre os desafios ecológicos e sociais.<br />
d. Reconhecer a importância da educação moral e espiritual para uma<br />
condição de vida sustentável.<br />
15. Tratar to<strong>do</strong>s os seres vivos com respeito e consideração.<br />
a. Impedir crueldades aos animais manti<strong>do</strong>s em sociedades humanas e<br />
protegê-los de sofrimento.<br />
b. Proteger animais selvagens de méto<strong>do</strong>s de caça, armadilhas e pesca<br />
que causem sofrimento extremo, prolonga<strong>do</strong> ou evitável.<br />
c. Evitar ou eliminar ao máximo possível a captura ou destruição de<br />
espécies não visadas.<br />
16. Promover uma cultura de tolerância, não violência e paz.<br />
a. Estimular e apoiar o entendimento mútuo, a solidariedade e a cooperação<br />
entre todas as pessoas, dentro das e entre as nações.<br />
b. Implementar estratégias amplas para prevenir conflitos violentos e<br />
usar a colaboração na resolução de problemas para administrar e resolver<br />
conflitos ambientais e outras disputas.<br />
c. Desmilitarizar os sistemas de segurança nacional até o nível de uma<br />
postura defensiva não provocativa e converter os recursos militares para<br />
propósitos pacíficos, incluin<strong>do</strong> restauração ecológica.<br />
d. Eliminar armas nucleares, biológicas e tóxicas e outras armas de destruição<br />
em massa.<br />
e. Assegurar que o uso <strong>do</strong> espaço orbital e cósmico ajude a proteção ambiental<br />
e a paz.<br />
f. Reconhecer que a paz é a plenitude criada por relações corretas consigo<br />
mesmo, com outras pessoas, outras culturas, outras vidas, com a Terra e<br />
com a totalidade maior da qual somos parte.<br />
O CAMINHO ADIANTE<br />
Como nunca antes na História, o destino comum nos conclama a buscar<br />
um novo começo. Tal renovação é a promessa destes princípios da Carta da<br />
Terra. Para cumprir esta promessa, temos que nos comprometer a a<strong>do</strong>tar e<br />
promover os valores e objetivos da Carta.<br />
Isto requer uma mudança na mente e no coração. Requer um novo senti<strong>do</strong><br />
de interdependência global e de responsabilidade universal. Devemos desenvolver<br />
e aplicar com imaginação a visão de um mo<strong>do</strong> de vida sustentável nos<br />
níveis local, nacional, regional e global. Nossa diversidade cultural é uma<br />
herança preciosa e diferentes culturas encontrarão suas próprias e distintas<br />
formas de realizar esta visão. Devemos aprofundar e expandir o diálogo global<br />
que gerou a Carta da Terra, porque temos muito que aprender a partir da<br />
busca conjunta em andamento por verdade e sabe<strong>do</strong>ria.<br />
A vida muitas vezes envolve tensões entre valores importantes. Isto pode significar<br />
escolhas difíceis. Entretanto, necessitamos encontrar caminhos para<br />
harmonizar a diversidade com a unidade, o exercício da liberdade com o bem<br />
comum, objetivos de curto prazo com metas de longo prazo. To<strong>do</strong> indivíduo,<br />
família, organização e comunidade tem um papel vital a desempenhar. As<br />
artes, as ciências, as religiões, as instituições educativas, os meios de comunicação,<br />
as empresas, as organizações não governamentais e os governos são<br />
to<strong>do</strong>s chama<strong>do</strong>s a oferecer uma liderança criativa. A parceria entre governo,<br />
sociedade civil e empresas é essencial para uma governabilidade efetiva.<br />
Para construir uma comunidade global sustentável, as nações <strong>do</strong> mun<strong>do</strong><br />
devem renovar seu compromisso com as Nações Unidas, cumprir com suas<br />
obrigações respeitan<strong>do</strong> os acor<strong>do</strong>s internacionais existentes e apoiar a implementação<br />
<strong>do</strong>s princípios da Carta da Terra com um instrumento internacionalmente<br />
legaliza<strong>do</strong> e contratual sobre o ambiente e o desenvolvimento.<br />
Que o nosso tempo seja lembra<strong>do</strong> pelo despertar de uma nova reverência face<br />
à vida, pelo compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, a intensificação<br />
<strong>do</strong>s esforços pela justiça e pela paz e a alegre celebração da vida.<br />
(http://www.cartadaterrabrasil.org/prt/history.html - consulta<strong>do</strong> em 11<br />
de março de 2011.)
Módulo 1<br />
MÓDULO 1<br />
O Ser Humano e sua relação com o espaço em que vive<br />
I – Obras de Candi<strong>do</strong> Portinari<br />
a) Reflexão<br />
“A Grande Mãe sente a civilização pisan<strong>do</strong> sobre ela. Um índio não pisa na terra. Um índio<br />
toca a terra. Um índio dança sobre o chão, agradecen<strong>do</strong> a to<strong>do</strong>s os seres da terra, da água,<br />
<strong>do</strong> ar e <strong>do</strong> fogo.”<br />
(Kaka Werá Jecupé - índio txukarramãe)<br />
Diariamente cerca de 35 mil pessoas no mun<strong>do</strong> morrem de inanição, principalmente<br />
crianças, o que equivale à queda e destruição diária, sem sobreviventes, de 100 grandes<br />
aviões lota<strong>do</strong>s. E, também, to<strong>do</strong>s os dias aumenta em 220 mil o número de bocas a serem<br />
alimentadas no planeta. No entanto, a cada ano a produção mundial de alimentos é suficiente,<br />
rica em nutrientes e variada, para alimentar a população <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> to<strong>do</strong>.<br />
(extraí<strong>do</strong> de Conceitos para se fazer educação ambiental / Secretaria <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong>, São Paulo, 1997)<br />
b) Leitura <strong>do</strong>s Quadros<br />
Prancha número 1: Espantalhos<br />
a Convidar o grupo a visualizar o quadro como um to<strong>do</strong>.<br />
a Qual a cor pre<strong>do</strong>minante nesta composição e que sentimento ela provoca em nós?<br />
a Quantos planos podemos perceber? O que cada plano apresenta?<br />
a Estas três figuras em primeiro plano nos fazem lembrar alguma cena da qual já ouvimos falar? (a<br />
cena bíblica de Jesus entre o bom e o mau ladrão).<br />
a Falar sobre o tratamento surrealista* que o artista dá a este quadro.<br />
a Após a leitura <strong>do</strong> título da obra, feita por um <strong>do</strong>s alunos, perguntar o que é um espantalho e qual a<br />
sua função na lavoura.<br />
a Contar que Portinari relata em seu diário que tinha me<strong>do</strong> <strong>do</strong>s espantalhos quan<strong>do</strong> era criança,<br />
em Bro<strong>do</strong>wski.<br />
Favela ao amanhecer (detalhe), c. 1960<br />
Pintura a óleo/tela<br />
130 x 97cm<br />
7
a Chamar a atenção para os tocos de árvores corta<strong>do</strong>s.<br />
a Observar com o grupo a caveira <strong>do</strong> boi e perguntar o que pode ter causa<strong>do</strong> esse fato.<br />
a Conversar sobre o fato de os espantalhos estarem pinta<strong>do</strong>s sobre um terreno ári<strong>do</strong>, refletin<strong>do</strong> o que esta<br />
cena provoca.<br />
“No primeiro plano, <strong>do</strong>minan<strong>do</strong> to<strong>do</strong> o quadro, o grupo de figuras em equilíbrio clássico, na<br />
sua estruturação piramidal, ganha um tratamento expressionista*, tanto no desenho como<br />
na utilização da textura.<br />
Uma linha de terra muito baixa organiza o espaço e a ilusão de profundidade; as figuras se<br />
recortam <strong>do</strong> fun<strong>do</strong>, a perspectiva é sugerida pela linha sutil que separa o céu da terra. Pedrinhas<br />
no chão e pássaros voan<strong>do</strong> evocam a definição de terra e de céu.<br />
As cores têm características naturalistas, sugerin<strong>do</strong> a profundidade pela variação de tonalidades.”<br />
(Maria Lúcia Freire – Imagens da arte brasileira)<br />
* Ver anexo – Estilos / Movimentos Artísticos<br />
* Ver anexo – Estilos / Movimentos Artísticos<br />
8<br />
Prancha número 2: Mulher <strong>do</strong> pilão<br />
a Convidar o grupo a analisar o quadro como um to<strong>do</strong> e em seguida prestar atenção aos detalhes.<br />
a Perguntar qual o sentimento que o quadro transmite ao especta<strong>do</strong>r.<br />
a Perguntar aos alunos se eles conhecem o objeto representa<strong>do</strong> no plano de fun<strong>do</strong> e para que serve (o<br />
pilão).<br />
a Chamar a atenção <strong>do</strong> grupo para a maneira como Portinari pintou as mãos e os pés da personagem<br />
<strong>do</strong> quadro Mulher <strong>do</strong> pilão.<br />
a Propor que to<strong>do</strong>s reflitam sobre a atitude da figura-personagem.<br />
Prancha número 3: Retirante morren<strong>do</strong><br />
a Propor que descrevam o que estão ven<strong>do</strong> em primeiro plano e, em seguida, o que há no plano de fun<strong>do</strong>.<br />
a Perguntar quantas figuras há neste quadro e qual o personagem central.<br />
a Observar com o grupo quais as cores utilizadas pelo artista e o que elas expressam.<br />
a Observar a proximidade das personagens <strong>do</strong> plano de fun<strong>do</strong>, umas em relação às outras e todas em<br />
relação ao personagem central.<br />
a Qual o sentimento expresso nas faces das três mulheres que estão no plano de fun<strong>do</strong>?<br />
a Observar com o grupo a forma como o artista interpreta os personagens <strong>do</strong> quadro. Comentar, também,<br />
que Portinari utiliza figuras geométricas nesta composição. Falar sobre os <strong>do</strong>is gêneros de pintura<br />
presentes nesta obra (expressionismo* e cubismo* – ressaltan<strong>do</strong> a presença das figuras geométricas que<br />
aparecem no quadro).<br />
* Ver anexo – Estilos / Movimentos Artísticos<br />
Prancha número 4 : Retirantes<br />
a Propor a um <strong>do</strong>s alunos que leia o título <strong>do</strong> quadro.<br />
a Perguntar se o artista privilegia alguns elementos neste quadro. Quais são esses elementos?<br />
a Perguntar o que se pode distinguir no plano de fun<strong>do</strong> (o horizonte baixo; os pássaros negros sobrevoan<strong>do</strong><br />
o grupo de retirantes).<br />
a Refletir junto com o grupo como as cores podem ser descritivas, simbólicas, e como podem sugerir um<br />
esta<strong>do</strong> de espírito ou emoções (neste quadro o artista se utiliza de cores escuras, densas, para mostrar a<br />
tristeza da cena).<br />
a Estabelecer com o grupo relações entre luz e sombra, distância e proximidade, presença e ausência,<br />
esperança e desesperança.<br />
a Perguntar aos alunos se já ouviram falar no termo “retirantes”. O que sabem a respeito? (Conversar<br />
com o grupo sobre os nordestinos que se retiravam de sua terra em busca de moradia e melhores condições<br />
de vida e ressaltar que Portinari, quan<strong>do</strong> criança, testemunhou muitas vezes essas famílias chegarem a São<br />
Paulo, passan<strong>do</strong> por Bro<strong>do</strong>wski, quan<strong>do</strong> já estavam desnutri<strong>do</strong>s e frágeis).<br />
a Comparar a pobreza representada nesta cena da década de 1940 com a pobreza brasileira da atualidade.<br />
Portinari usou a sua arte para mostrar as injustiças sociais, como na série Retirantes, que pintou na década de 1940. Foi o<br />
primeiro pintor a denunciar a situação subumana em que os migrantes <strong>do</strong> Nordeste vinham para o Sul.<br />
“Inté mesmo a asa branca<br />
Bateu asas <strong>do</strong> sertão.” (1)<br />
(Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira)
II – Atividades Integradas<br />
a) Reflexão<br />
1. • Leitura da parte inicial <strong>do</strong> texto “A Carta da Terra”:<br />
“Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade<br />
deve escolher o seu futuro. À medida que o mun<strong>do</strong> se torna cada vez mais interdependente<br />
e frágil, o futuro reserva, ao mesmo tempo, grande perigo e grande esperança.<br />
Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio de uma magnífica diversidade de<br />
culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com<br />
um destino comum. Devemos nos juntar para gerar uma sociedade sustentável global fundada<br />
no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e<br />
numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra,<br />
declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da<br />
vida e com as futuras gerações.” (Preâmbulo <strong>do</strong> texto “A Carta da Terra”)<br />
2. • Roda de conversa para troca de ideias: O que faz <strong>do</strong> atual momento histórico um momento crítico? Por<br />
que esta é a época de escolher o futuro? Qual é o grande perigo a que o texto se refere? E a grande esperança? Que<br />
atitudes podemos pensar como exemplos, no dia a dia, de respeito à natureza? E aos direitos humanos? Existe no<br />
mun<strong>do</strong> alguma comunidade humana que não seja fundada em princípios de justiça econômica e social? O que é<br />
necessário para que floresça uma cultura de paz?<br />
b) Diálogo entre linguagens<br />
1. • Leitura <strong>do</strong> trecho inicial <strong>do</strong> capítulo “Mudança”, <strong>do</strong> romance Vidas secas, de Graciliano Ramos:<br />
Arrastaram-se para lá, devagar, Sinha Vitória com o filho mais novo escancha<strong>do</strong> no quarto<br />
e o baú de folha na cabeça, Fabiano sombrio, cambaio, o aió a tiracolo, a cuia pendurada<br />
numa correia presa ao cinturão, a espingarda de pederneira no ombro. O menino mais<br />
velho e a cachorra Baleia iam atrás.<br />
Os juazeiros aproximaram-se, recuaram, sumiram-se. O menino mais velho pôs-se a chorar,<br />
sentou-se no chão.<br />
– Anda, condena<strong>do</strong> <strong>do</strong> diabo, gritou-lhe o pai.<br />
Não obten<strong>do</strong> resulta<strong>do</strong>, fustigou-o com a bainha da faca de ponta. Mas o pequeno esperneou<br />
acua<strong>do</strong>, depois sossegou, deitou-se, fechou os olhos. Fabiano ainda lhe deu algumas<br />
pancadas e esperou que ele se levantasse. Como isto não acontecesse, espiou os quatro cantos,<br />
zanga<strong>do</strong>, praguejan<strong>do</strong> baixo.<br />
A catinga estendia-se, de um vermelho indeciso salpica<strong>do</strong> de manchas brancas que eram<br />
ossadas. O voo negro <strong>do</strong>s urubus fazia círculos altos em re<strong>do</strong>r de bichos moribun<strong>do</strong>s.<br />
– Anda, excomunga<strong>do</strong>.<br />
O pirralho não se mexeu, e Fabiano desejou matá-lo. Tinha o coração grosso, queria<br />
responsabilizar alguém pela sua desgraça. A seca aparecia-lhe como um fato necessário<br />
– e a obstinação da criança irritava-o. Certamente esse obstáculo miú<strong>do</strong> não era<br />
culpa<strong>do</strong>, mas dificultava a marcha, e o vaqueiro precisava chegar não sabia onde.”<br />
“Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas<br />
verdes. Os infelizes tinham caminha<strong>do</strong> o dia inteiro, estavam<br />
cansa<strong>do</strong>s e famintos. Ordinariamente andavam pouco,<br />
mas como haviam repousa<strong>do</strong> bastante na areia <strong>do</strong> rio seco, a<br />
viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam<br />
uma sombra. A folhagem <strong>do</strong>s juazeiros apareceu longe,<br />
através <strong>do</strong>s galhos pela<strong>do</strong>s da catinga rala.<br />
Retrato de Graciliano Ramos, 1937<br />
Desenho a carvão e crayon/papel<br />
32.5 x 27.5cm<br />
Retirantes, 1944<br />
Painel a óleo/tela<br />
190 x 180cm<br />
Retirante Morren<strong>do</strong>, 1958<br />
Painel a óleo/madeira<br />
160 x 110cm<br />
Espantalhos, 1940<br />
Painel a óleo/tela<br />
81 x 100cm<br />
9
“O sertanejo é, antes de tu<strong>do</strong>, um forte.” (2)<br />
(Euclydes da Cunha)<br />
2. • Seleção de palavras e expressões <strong>do</strong> texto ligadas à ideia de<br />
“seca” (secos, pela<strong>do</strong>s, rala, catinga, etc.).<br />
a Comparação <strong>do</strong> meio ambiente descrito no romance com o cenário <strong>do</strong>s<br />
quadros Retirantes e Espantalhos, de Portinari.<br />
3. • Caracterização fisica, psicológica e social <strong>do</strong>s personagens <strong>do</strong> texto.<br />
a Comparação <strong>do</strong>s personagens <strong>do</strong> romance com os personagens <strong>do</strong>s<br />
quadros Retirantes e Retirante morren<strong>do</strong>: Na sua opinião, onde o esta<strong>do</strong><br />
de espírito, as emoções ficam expressos de maneira mais forte, contundente<br />
– na linguagem da pintura ou na linguagem literária? Por quê?<br />
4. • Reflexão a respeito da atitude <strong>do</strong> pai em relação ao filho: Poderia<br />
ou deveria ser diferente? Que fatores <strong>do</strong> ambiente físico e social teriam influencia<strong>do</strong><br />
seu comportamento? Como associar esse comportamento rude<br />
<strong>do</strong> pai ao título <strong>do</strong> romance?<br />
5. • Roda de conversa a respeito <strong>do</strong> fenômeno da seca no Brasil: A seca<br />
é natural? Que regiões atinge? Quais as causas? Desde quan<strong>do</strong> a população<br />
sofre com a seca? Que tipos de problema decorrem desse fenômeno? Essas<br />
consequências são inevitáveis? Como se explica a afirmação, por parte de alguns<br />
estudiosos, de que “falta chuva mas não falta água no Nordeste”? Em<br />
que consiste a chamada “indústria da seca”? O que os governos têm feito para<br />
solucionar ou minimizar seus efeitos perversos? A geografia da seca alterou-se<br />
no Brasil? Como se explicariam possíveis mudanças?<br />
6. • Leitura da letra da música “Lamento sertanejo”, de Dominguinhos<br />
e Gilberto Gil, com audição, se possível, da melodia:<br />
“Por ser de lá<br />
Do sertão, lá <strong>do</strong> cerra<strong>do</strong><br />
Lá <strong>do</strong> interior <strong>do</strong> mato<br />
Da caatinga <strong>do</strong> roça<strong>do</strong><br />
Eu quase não saio<br />
Eu quase não tenho amigos<br />
Eu quase que não consigo<br />
Ficar na cidade sem viver contraria<strong>do</strong>.<br />
Por ser de lá<br />
Na certa por isso mesmo<br />
Não gosto de cama mole<br />
Não sei comer sem torresmo.<br />
Eu quase não falo<br />
Eu quase não sei de nada<br />
Sou como rês desgarrada<br />
Nessa multidão boiada caminhan<strong>do</strong> a esmo.”<br />
7. • Criação de um texto poético em que cada um se descreva<br />
como fruto <strong>do</strong> meio em que vive ou em que foi cria<strong>do</strong>. Sugestão<br />
de estrutura <strong>do</strong> texto: Por ser de .............................. (lugar de origem),<br />
eu faço .............................., não gosto de...................................., aprecio.......................................,<br />
minha comida preferida é.............................<br />
........., meu lazer predileto é ............................................., sou como ....<br />
............................... (comparação com um elemento <strong>do</strong> ambiente), etc.<br />
a Apresentação <strong>do</strong> texto cria<strong>do</strong>, exploran<strong>do</strong> recursos artísticos,<br />
como canto, dança, representação, música, etc.<br />
c) Contação de História e de histórias<br />
1. • Leitura <strong>do</strong> livro Plantan<strong>do</strong> uma amizade, de Rubens<br />
Matuck, para observar o importante intercâmbio cultural entre<br />
um personagem que migra <strong>do</strong> Nordeste para uma grande<br />
cidade e um menino, cria<strong>do</strong> nessa cidade, onde “só conhecia<br />
vacas impressas em embalagens de queijo”.<br />
O professor deverá, a cada início de perío<strong>do</strong> letivo ou a cada ingresso<br />
de aluno novo na turma, propor uma recepção carinhosa aos que<br />
chegam de outro lugar para que to<strong>do</strong>s possam se conhecer melhor e<br />
estabelecer um relacionamento harmonioso, não estigmatizante, não<br />
preconceituoso. Dessa forma, os alunos novos vão contan<strong>do</strong> suas histórias<br />
pessoais de vida, nos moldes da atividade a seguir.<br />
10<br />
Informação:<br />
A seca é um fenômeno natural, ocasiona<strong>do</strong> pelo atraso na precipitação de chuvas ou por sua distribuição irregular, que<br />
acaba prejudican<strong>do</strong> o crescimento ou desenvolvimento das plantações agrícolas. Além desses, outros fatores também<br />
podem ocasionar a seca, como a temperatura da região, o relevo topográfico e manchas solares. A ação predatória <strong>do</strong><br />
homem também tem contribuí<strong>do</strong> para agravar a questão, pois a constante destruição da vegetação natural por meio<br />
de queimadas acarreta a expansão <strong>do</strong> clima semiári<strong>do</strong> em áreas onde anteriormente ele não existia.<br />
2. • Recepção de boas-vindas aos amigos recém-chega<strong>do</strong>s,<br />
to<strong>do</strong>s em roda: Como é seu nome? De onde você veio? Que tem<br />
de bom e bonito na sua cidade? Como as pessoas se divertem<br />
lá? Há alguma festa típica? E comidas gostosas? Algumas palavras<br />
diferentes das daqui? Qual o tipo de música preferida lá?<br />
E dança? Quem são os artistas locais? Além da televisão, quais<br />
os veículos de comunicação mais presentes?
Café,1935<br />
Pintura a óleo/tela<br />
130 x 195cm<br />
3. • Pesquisa a respeito da biografia de um importante brasileiro, migrante<br />
<strong>do</strong> Nordeste, saí<strong>do</strong> da cidade de origem com a família, em busca de melhores<br />
condições de vida, e alça<strong>do</strong> pelo povo ao cargo máximo de representação política<br />
no País (Luiz Inácio Lula da Silva).<br />
a Narração oral, de forma resumida, da história desse brasileiro.<br />
4. • Contação, em grande roda, ao ar livre, da história de alguém<br />
conheci<strong>do</strong> que tenha passa<strong>do</strong> pela experiência de ser retirante: Quem é?<br />
Como aconteceu a história? De onde a pessoa partiu e para onde foi? Partiu<br />
com quem? Qual o meio de transporte? Quem e o que deixou para trás?<br />
Foi bem-sucedi<strong>do</strong>? Em que aspecto? O que deu erra<strong>do</strong>? O que deu certo?<br />
Sentiu saudade? Formou nova família no lugar de destino? A adaptação foi<br />
fácil ou difícil? Por quê? O migrante mantém as ligações afetivas com sua<br />
origem? Comunica-se com frequência com os que deixou? Através de que<br />
meios? A história teve final feliz?<br />
a Escolha, entre as histórias contadas e ouvidas, da mais engraçada, da<br />
mais triste, da mais estranha, da mais criativa, da mais alegre. Em grupo,<br />
redação dessas histórias. Ilustração <strong>do</strong>s textos produzi<strong>do</strong>s, com aproveitamento<br />
de materiais descarta<strong>do</strong>s pelas pessoas e pela natureza (exemplo:<br />
retalhos de teci<strong>do</strong>s, aparas de papel, papel de embrulho, jornal velho, botões<br />
velhos, gravetos, palitos, tampinhas, carvão, areia, folhas e flores secas, rótulos<br />
de produtos, etc.).<br />
Transforman<strong>do</strong> o lixo em arte, a natureza agradece...<br />
Informação:<br />
Vik Muniz é um famoso artista plástico brasileiro, contemporâneo,<br />
que faz experimentações com novas mídias e<br />
materiais. Dentre os que usa em suas obras, está a sucata,<br />
to<strong>do</strong> tipo de material reciclável, e até lixo, como prova o<br />
filme-<strong>do</strong>cumentário Lixo extraordinário.<br />
5. • Leitura <strong>do</strong> trecho a seguir, sobre uma fase da vida de Candi<strong>do</strong> Portinari, filho de imigrantes e, ele próprio, um migrante na a<strong>do</strong>lescência.<br />
“O Brasil enriquecera sua humanidade tropical com a imigração europeia, constituída, em sua maioria, de lavra<strong>do</strong>res<br />
pobres, tangi<strong>do</strong>s pela grande crise econômica <strong>do</strong>s anos 80 e 90 <strong>do</strong> século anterior (...). Essa crise levaria à Primeira Guerra<br />
Mundial e continuaria empurran<strong>do</strong> os pobres à emigração (...). Os pais de Portinari pertenciam ao mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s pobres.<br />
Os italianos que, ao chegar ao porto de Santos, eram destina<strong>do</strong>s às fazendas de café, sofriam dupla discriminação: eram<br />
imigrantes e pobres, logo, italianinhos. É nessa circunstância que Candi<strong>do</strong> (...) começa a ver o mun<strong>do</strong> e a injustiça. (...)<br />
Ele manterá, até o fim, o compromisso com a gente de sua infância: negros, mulatos, brancos, imigra<strong>do</strong>s novos – to<strong>do</strong>s<br />
pobres. Candi<strong>do</strong> chegou ao Rio de Janeiro em 1918, quan<strong>do</strong> a Primeira Grande Guerra terminava na Europa. Havia<br />
saí<strong>do</strong> de casa aos 15 anos, levan<strong>do</strong> as mãos cria<strong>do</strong>ras. Sua meta talvez fosse tornar-se bom artesão, como os italianos que<br />
haviam cuida<strong>do</strong> das igrejas da região em que nascera (...). O resto veio logo em seguida, porque, como to<strong>do</strong>s os homens<br />
de gênio, Portinari era bem maior <strong>do</strong> que pretendia ser” (3)<br />
11
6. • Invenção de histórias pessoais de vida, com base em sonhos de mudança.<br />
Portinari, por exemplo, saiu de sua pequena Bro<strong>do</strong>wski com a simples<br />
meta de tornar-se um bom artesão e, ao final, tornou-se um <strong>do</strong>s maiores<br />
pintores <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. E você, caso um dia pudesse mudar-se, mudaria para<br />
onde? Por quê? Como você descreveria esse lugar? O que ele teria de melhor?<br />
Que transformações imagina que poderiam ocorrer com você nesse novo<br />
ambiente?<br />
7. • Após tantas histórias contadas e ouvidas, troca de ideias sobre os<br />
aspectos positivos da chegada numa cidade grande de migrantes vin<strong>do</strong>s de<br />
localidades menores, em busca de melhores condições de vida. Ênfase na<br />
significativa contribuição desses migrantes ao desenvolvimento das cidades<br />
de acolhimento, bem como para a importância da interação cultural que se<br />
estabelece a partir desse contato.<br />
d) Ven<strong>do</strong> problemas e pensan<strong>do</strong> soluções<br />
1. • Roda de conversa a respeito das consequências negativas de migrações<br />
determinadas por fatores ambientais, econômicos e sociais.<br />
O professor poderá ajudar os alunos, desenvolven<strong>do</strong> com eles os seguintes assuntos:<br />
a no campo: diminuição da população rural; escassez da mão de obra; redução da produção agrícola com elevação <strong>do</strong> custo de vida; entre outros;<br />
a nas cidades grandes: desemprego e subemprego, falta de habitação, favelização, problemas de saneamento básico (acúmulo de lixo e esgoto no ambiente,<br />
contaminação <strong>do</strong> solo, da água, <strong>do</strong>s alimentos, <strong>do</strong>enças decorrentes, etc.); desaparecimento <strong>do</strong> cinturão verde devi<strong>do</strong> à especulação imobiliária; crises de<br />
abastecimento no merca<strong>do</strong> urbano, com falta de gêneros alimentícios e outros produtos; marginalidade social; entre outros.<br />
2. • Seleção, entre os problemas <strong>do</strong> campo e da cidade, daquele que você considera mais grave. Redação de carta a uma autoridade, denuncian<strong>do</strong> esse problema,<br />
sugerin<strong>do</strong> soluções e solicitan<strong>do</strong> providências.<br />
3. • Leitura <strong>do</strong> texto a seguir.<br />
Em todas as cidades brasileiras, encontramos a cidade informal. A pobreza e a exclusão social são desequilíbrios que comprometem<br />
a existência de um ecossistema urbano sadio. Porém nem toda cidade informal é miserável. Há uma certa mobilidade<br />
social que dá acesso a novos bens de consumo e espaços de moradia mais amplos (...). Ao la<strong>do</strong> disso, persiste a precariedade no<br />
saneamento básico, na coleta de lixo e, em muitos casos, os riscos de desabamento ou inundação. Algumas medidas são fundamentais,<br />
e a primeira delas é estabelecer políticas públicas que levem à integração com a cidade formal, à transformação da<br />
favela em bairro, o que implica urbanizá-la. (4) (Alfre<strong>do</strong> Sirkis, adaptação)<br />
4. • Levantamento de problemas das cidades informais (favelas), além <strong>do</strong>s menciona<strong>do</strong>s nesse texto.<br />
5. • Debate e apresentação de propostas para solução <strong>do</strong>s problemas das favelas.<br />
e) Brincadeiras artesanais<br />
1. • Confecção de maquete de uma favela: habitações, mora<strong>do</strong>res, cenas <strong>do</strong> cotidiano (trabalho, festa,<br />
rotina), animais <strong>do</strong>mésticos, comércio, vielas, vegetação, etc. Usar preferencialmente materiais descartáveis<br />
(caixas de fósforo vazias, palitos, jornais velhos, retalhos, etc.), evitan<strong>do</strong> ao máximo materiais que<br />
possam agredir o meio ambiente como plástico, isopor, etc.<br />
2. • Confecção de maquete de um bairro da cidade formal, com utilização também de materiais<br />
descartáveis.<br />
12<br />
Favela, 1957<br />
Pintura a óleo/tela<br />
45 x 53,5cm<br />
Meninos com Carneiro, 1959<br />
Pintura a óleo/madeira<br />
172 x 112cm
Módulo 2<br />
Água: fonte da vida<br />
I – Obras de Candi<strong>do</strong> Portinari<br />
a) Reflexão<br />
Um quarto <strong>do</strong> total de água <strong>do</strong>ce que circula no globo tornou-se<br />
inaproveitável, devi<strong>do</strong> à poluição gerada pelo homem. Nos países<br />
em desenvolvimento, apenas 40% da população bebe água<br />
limpa e saudável. Mas a quantidade de dinheiro necessária<br />
para obter água limpa para o mun<strong>do</strong> to<strong>do</strong> é muito menor <strong>do</strong><br />
que o montante gasto com o consumo de supérfluos.<br />
(extraí<strong>do</strong> de Conceitos para se fazer educação ambiental / Secretaria<br />
<strong>do</strong> <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong>, São Paulo, 1997)<br />
b) Leitura <strong>do</strong>s quadros<br />
Prancha número 5: Rio Tietê<br />
a Com o grupo, observar o que está representa<strong>do</strong> no quadro e quais os<br />
personagens e elementos presentes.<br />
a O que nos diz o título <strong>do</strong> quadro?<br />
a Quais as características deste lugar representa<strong>do</strong> na pintura?<br />
a O que aparece no primeiro plano e no plano de fun<strong>do</strong>?<br />
a Quais as cores pre<strong>do</strong>minantes?<br />
Conversar sobre as modificações sofridas pelo rio Tietê da época em que o<br />
artista pintou esta tela até hoje.<br />
Prancha número 6: Arrastão<br />
a Conversar com o grupo sobre o que o artista representa nesta cena.<br />
a Perguntar se alguém já viu este tipo de trabalho nas praias.<br />
a Propor que descrevam o que a figura em primeiro plano está fazen<strong>do</strong>.<br />
Marinha (detalhe), 1951<br />
Pintura a óleo/tela<br />
38 x 46cm<br />
13
14<br />
a Chamar a atenção <strong>do</strong> grupo para as diferentes ações que acontecem<br />
em cada um <strong>do</strong>s planos (puxan<strong>do</strong> a rede, separan<strong>do</strong> os peixes,<br />
carregan<strong>do</strong> o cesto de peixes e preparan<strong>do</strong> a rede).<br />
a Convidar uma pessoa <strong>do</strong> grupo para ler a legenda <strong>do</strong> quadro.<br />
Comentar sobre o cuida<strong>do</strong> que os pesca<strong>do</strong>res precisam ter com o tipo de<br />
pesca que realizam.<br />
“Olha o arrastão entran<strong>do</strong> no mar sem fim (...)<br />
Nunca jamais se viu tanto peixe assim” (5)<br />
(Edu Lobo e Vinicius de Moraes)<br />
Prancha número 7: Praia de Ipanema<br />
a Solicitar que alguém <strong>do</strong> grupo leia o título <strong>do</strong> quadro e a partir<br />
deste título observar com os alunos o que está representa<strong>do</strong> no quadro.<br />
Explicar aos alunos que a praia de Ipanema é um <strong>do</strong>s locais mais famosos<br />
da cidade <strong>do</strong> Rio de Janeiro. Encontra-se na Zona Sul, no bairro <strong>do</strong> mesmo<br />
nome, com uma orla povoada de belos edifícios e hotéis elegantes. É<br />
frequentada pelos mora<strong>do</strong>res da cidade e também por turistas nacionais e<br />
internacionais, que vêm para conferir a exuberância da natureza e das mulheres,<br />
conforme os versos <strong>do</strong> poeta Vinicius de Moraes na canção “Garota<br />
de Ipanema”, de Tom Jobim.<br />
a Comentar que o artista pintou esta paisagem em 1927, ainda<br />
na época em que era uma praia semideserta. Perguntar aos alunos<br />
como deve estar, 83 anos depois, esse mesmo lugar.<br />
a O que aparece no plano de fun<strong>do</strong> desta paisagem? (os <strong>do</strong>is morros<br />
são chama<strong>do</strong>s de Dois Irmãos).<br />
a Quais as cores pre<strong>do</strong>minantes? Essas cores contribuem para<br />
manter o realismo da composição feita por Portinari?<br />
Pedir que os alunos relacionem uma série de medidas que podem ser tomadas pelos frequenta<strong>do</strong>res a fim de que as praias se mantenham limpas como a<br />
retratada pelo artista naquela época.<br />
II – Atividades Integradas<br />
a) Reflexão e ação<br />
1. • Leitura <strong>do</strong> seguinte fragmento <strong>do</strong> texto “Existe uma única água no mun<strong>do</strong>”, de Roberto Otsu:<br />
“A água que hoje alimenta e beneficia tu<strong>do</strong> que existe na Terra é a mesma desde a sua formação.<br />
Em maior ou menor quantidade, a água está presente em to<strong>do</strong>s os cantos da Terra. O gelo <strong>do</strong> Polo Norte é água, as nuvens <strong>do</strong><br />
céu <strong>do</strong> Deserto de Atacama são água. To<strong>do</strong>s os seres vivos têm água na sua composição bioquímica. Existe água no sangue <strong>do</strong><br />
ser humano e no sangue <strong>do</strong> beija-flor. Na pétala da rosa e no pé <strong>do</strong> jatobá. (...) Toda essa água circula na Terra sem cessar,<br />
desde a sua formação, há bilhões de anos. Tu<strong>do</strong> é ciclo. E é sempre a mesma água.<br />
Ao beber um copo de água, não se bebe apenas água. Bebem-se todas as memórias da água e toda a história <strong>do</strong> planeta. (...) Porque,<br />
como diziam os sábios, existe uma única água no mun<strong>do</strong>.<br />
A percepção <strong>do</strong> ciclo da água levou os chineses à ideia de unicidade e, como consequência, a um sentimento de reverência. (...)<br />
Para os sábios, assim como a água é uma só, tu<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> é uma coisa só. (...) quan<strong>do</strong> se toca uma parte, toca-se o to<strong>do</strong>.<br />
Tocar a folha é tocar a árvore. (...) Quan<strong>do</strong> se toca a gota de orvalho, toca-se toda a água <strong>do</strong> planeta. (...)<br />
A unicidade da água mostra que nada está isola<strong>do</strong>, nada está fora <strong>do</strong> to<strong>do</strong> e tu<strong>do</strong> forma uma única realidade. Nada é imprestável<br />
ou sem função. A nuvem, o rio, a neve, a transpiração, a lágrima, a chuva, todas as manifestações da água têm função.<br />
Em essência, nada e ninguém é melhor que outra coisa ou outra pessoa. Tu<strong>do</strong> e to<strong>do</strong>s merecem o mesmo respeito, a mesma<br />
reverência.” (6)<br />
2. • Troca de ideias a respeito <strong>do</strong> trecho li<strong>do</strong>: Por que a água deveria ser reverenciada? O que significa o termo “unicidade” no texto li<strong>do</strong>? Alguma vez você<br />
já havia pensa<strong>do</strong> na ideia de unicidade relativamente às coisas <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>? Algum ser vive isoladamente na natureza? Para que e por que uns dependem <strong>do</strong>s<br />
outros? E em sociedade, essa interdependência existe? Em que medida? Podemos considerar que na natureza exista uma organização, que cada parte esteja<br />
engrenada às outras de forma que todas funcionem em conjunto? Há seres dispensáveis ou to<strong>do</strong>s são indispensáveis?<br />
3. • Reflexão: Por que “ecologia” recebeu esse nome? (oikos, em grego, quer dizer “casa”) Que cuida<strong>do</strong>s devemos ter com a nossa própria casa? E com a<br />
grande casa de to<strong>do</strong>s? Que movimentos podem ser realiza<strong>do</strong>s coletivamente para promover uma consciência ecológica em sua comunidade? Como passar da<br />
consciência à ação? Que ações podem ser deflagradas para resolver problemas ambientais, ou minimizá-los, no lugar em que você vive (casa, escola, rua,
airro, cidade)? Quais dessas ações são mais viáveis no momento? Como implementá-las?<br />
“Necessitamos, em primeiro lugar, comunicar nossas ideias em linguagem mais<br />
simples e direta, capaz de envolver mais gente. Achar maneiras de transformar o<br />
conhecimento em fazeres (...) Temos que transformá-las [as ideias] em eventos,<br />
em ´inventos´ coletivos que (...) nos renovem diariamente como militantes por um<br />
mun<strong>do</strong> melhor.” (7)<br />
4. • Promoção de algumas dessas ações com auxílio <strong>do</strong>s professores:<br />
a Solicitação de cursos, palestras, oficinas sobre reciclagem.<br />
a Realização de eventos comunitários, como por exemplo:<br />
“Dia da Faxina Ecológica”<br />
– descartar baterias e pilhas em locais adequa<strong>do</strong>s;<br />
– separar o lixo e criar depósitos para seleção;<br />
– não jogar lixo no chão;<br />
– não deixar os cães sujarem as calçadas;<br />
– organizar mutirões de limpeza na escola, em praças, em ruas; etc.<br />
“Dia da Reciclagem”<br />
– reutilizar materiais em trabalhos artísticos e artesanais, em vez de jogá-los fora.<br />
“Dia da Preciclagem”<br />
– não comprar coisas, como embalagens de plástico, que não possam ser reutilizadas.<br />
“Dia da Economia de Energia”<br />
– apagar as luzes quan<strong>do</strong> não houver necessidade delas;<br />
– acender menos lâmpadas;<br />
– usar lâmpadas mais econômicas;<br />
– usar menos água quente;<br />
– não usar carro em curtas distâncias; etc.<br />
(Marina Silva)<br />
a Promoção de ações especificas quanto à questão da água:<br />
– confeccionar cartilhas de orientação quanto ao consumo consciente da água;<br />
– redigir folhetos destina<strong>do</strong>s a turistas, com normas relativas à não poluição das praias, rios, córregos e<br />
cachoeiras locais (enfatizar o perigo <strong>do</strong> descarte de materiais perigosos à fauna marinha e fluvial, especialmente<br />
isopor e plástico);<br />
– promover eventos:<br />
“Dia de Economizar Água”: monitorar vazamentos; fechar torneiras quan<strong>do</strong> não estiver usan<strong>do</strong><br />
água; encurtar o tempo <strong>do</strong> banho; etc.<br />
“Sorrio com Rio Limpo”: não jogar detritos na água <strong>do</strong>s rios; colocar entulhos em sacos ou latas de<br />
lixo; etc.<br />
“Amar o Mar”: não jogar resíduos no mar e na areia; levar para a praia sacola grande para pôr seu próprio<br />
lixo; não levar animais à praia; não deixar restos de alimentos na areia; recolher o lixo encontra<strong>do</strong>, toman<strong>do</strong><br />
cuida<strong>do</strong> para não manipular aquele que possa ser tóxico, cortante, perfurante...; etc.<br />
b) Diálogo entre linguagens<br />
1. • Leitura <strong>do</strong>s seguintes versos:<br />
“Meu rio, meu Tietê, onde me levas?<br />
Sarcástico rio que contradizes o curso das águas<br />
E te afastas <strong>do</strong> mar e te adentras na terra <strong>do</strong>s homens,<br />
Onde me queres levar?”<br />
(Mario de Andrade, versos <strong>do</strong> poema “A meditação sobre o Tietê”)<br />
a Interpretação: Que elementos <strong>do</strong> poema li<strong>do</strong> contribuem para a personificação <strong>do</strong> rio Tietê? Essa imagem <strong>do</strong><br />
rio como se fosse uma pessoa produz em você que tipo de sentimento, de sensação? Observan<strong>do</strong> o rio Tietê pinta<strong>do</strong><br />
por Candi<strong>do</strong> Portinari (prancha número 5), por quais emoções e sentimentos você navega?<br />
2. • Pesquisa sobre rios em sua cidade: Há algum rio? Qual o nome? Quais as dimensões? Encontra-se dentro<br />
de alguma reserva ambiental ou corta a cidade? Há registro dele nos mapas? É conheci<strong>do</strong> nacionalmente? Pesca-<br />
-se nele? Pesca de subsistência? Pesca comercial? Pesca predatória? É navegável? Há cachoeiras? Serve ao esporte?<br />
Ao lazer? Qual a condição de suas águas? Limpas ou poluídas? Apresenta algum problema de outra natureza?<br />
15
Ocorrem enchentes? Quais as causas? Como é o entorno? Há vegetação em<br />
suas margens? Construções? Indústrias? Recebe fluxo turístico? E os mora<strong>do</strong>res<br />
desfrutam dele de alguma forma? Existem trechos particularmente<br />
aprazíveis? Os mora<strong>do</strong>res mais i<strong>do</strong>sos testemunharam mudanças no rio?<br />
Positivas ou negativas? Esse rio já foi canta<strong>do</strong> em prosa e verso?<br />
3. • Pesquisa sobre a vida e a obra <strong>do</strong> poeta Sosígenes Costa. Seleção de<br />
poemas desse autor que falem <strong>do</strong> rio Jequitinhonha.<br />
a Roda de recitação e / ou dramatização de alguns textos desse autor.<br />
a Confecção de mural com os da<strong>do</strong>s biográficos pesquisa<strong>do</strong>s, fotos e<br />
alguns poemas.<br />
4. • Criação de poesia que retrate o rio de sua cidade. Alunos, agora<br />
chegou sua vez!<br />
a Ilustração desse poema com uma pintura. Consultar o site <strong>do</strong><br />
Projeto Portinari, para pesquisar obras que retratam paisagens fluviais.<br />
Você vai ficar muito inspira<strong>do</strong>!<br />
“Gosto <strong>do</strong>s rios, <strong>do</strong> seu aspecto manso.”<br />
“(...) As águas <strong>do</strong>s córregos<br />
Vão cansadas <strong>do</strong> longo percurso.”<br />
“Às vezes penso ter vin<strong>do</strong> por engano.<br />
O material usa<strong>do</strong> para me fabricarem,<br />
lá no infinito, estava destina<strong>do</strong> a<br />
Realizar folhas de árvore ou ... água.” (8)<br />
(Candi<strong>do</strong> Portinari)<br />
5. • Leitura <strong>do</strong> seguinte trecho <strong>do</strong> poema “Adeus a Sete Quedas”, de Carlos<br />
Drummond de Andrade:<br />
“Sete quedas por nós passaram,<br />
e não soubemos, ah, não soubemos amá-las,<br />
e todas sete foram mortas,<br />
e todas sete somem no ar,<br />
sete fantasmas, sete crimes<br />
<strong>do</strong>s vivos golpean<strong>do</strong> a vida<br />
que nunca mais renascerá.”<br />
a Pesquisa a respeito <strong>do</strong> Salto de Sete Quedas, a que o poeta se refere:<br />
O que foi? Onde ficava? O que aconteceu? Qual a causa? Qual a reação das<br />
pessoas? Qual a repercussão no meio ambiente?<br />
a Pesquisa a respeito <strong>do</strong> momento histórico e das circunstâncias que<br />
levaram o poeta a escrever o poema “Adeus a Sete Quedas”.<br />
c) O ambiente é notícia<br />
1. • Realização, em grupo, de reportagens sobre praias da região onde<br />
você vive. Descrição das praias e classificação quanto aos seguintes aspectos,<br />
dentre outros: preservação, no caso de serem reservas ambientais; beleza natural;<br />
respeito ao ambiente por parte de mora<strong>do</strong>res, comerciantes, <strong>do</strong>nos de<br />
pousadas, hotéis e restaurantes, ambulantes; aproveitamento turístico que<br />
não agrida o ambiente; condições das águas <strong>do</strong> mar e esta<strong>do</strong> das areias;<br />
importância histórica e cuida<strong>do</strong> com o patrimônio; existência de projetos de<br />
preservação da fauna marinha, a exemplo <strong>do</strong> Projeto Tamar e <strong>do</strong> Instituto<br />
Jubarte.<br />
Os recursos para realizar os trabalhos poderão ser os mais varia<strong>do</strong>s, entre os disponíveis:<br />
visitas aos locais; entrevistas; relatórios; fotografias; reproduções por meio<br />
de desenhos e pinturas; descrições escritas; vídeos produzi<strong>do</strong>s pelos próprios alunos;<br />
pesquisas em revistas, enciclopédias, sites, folhetos turísticos, etc.<br />
a Inclusão, na reportagem, de uma avaliação final: praias aprovadas<br />
e praias em / para recuperação. Usar o código nnnn para atribuição de<br />
conceitos:<br />
Praias aprovadas:<br />
razoáveis<br />
Praias em / para recuperação:<br />
ruins<br />
péssimas<br />
“O mar<br />
quan<strong>do</strong> quebra na praia<br />
é bonito, é bonito” (9)<br />
(Dorival Caymmi)<br />
boas<br />
ótimas<br />
a Redação de justificativas para os conceitos da<strong>do</strong>s.<br />
a Veiculação das reportagens em jornalzinho da escola.<br />
16<br />
Auto-retrato, 1957<br />
Pintura a óleo/madeira<br />
55 x 46cm<br />
Marinha, 1951<br />
Pintura a óleo/madeira<br />
36 x 45cm
Festa de Iemanjá, 1959<br />
Pintura a óleo/papel<br />
25.7 x 38.2cm<br />
2. • Levantamento de soluções para os problemas constata<strong>do</strong>s<br />
nas praias em / para recuperação.<br />
a Redação das propostas de soluções num <strong>do</strong>cumento a ser<br />
encaminha<strong>do</strong>, por meio da escola, a algum órgão liga<strong>do</strong> às questões<br />
<strong>do</strong> meio ambiente local.<br />
“No povoa<strong>do</strong> sonhan<strong>do</strong><br />
Viu o mar. Um dia o<br />
Veria de verdade.<br />
Passaram alguns dezembros.” (10)<br />
(Candi<strong>do</strong> Portinari)<br />
d) Contação de História e de histórias<br />
1. • A sociedade e a cultura brasileiras receberam a contribuição<br />
lusitana, indígena e africana para sua formação. Pesquisa sobre<br />
algumas dessas contribuições no idioma, nos costumes, na culinária,<br />
no vestuário, nas artes, na construção de habitações.<br />
2. • Pesquisa a respeito <strong>do</strong> significa<strong>do</strong> de três figuras representativas<br />
de nossa herança cultural africana (Iemanjá e Oxum) e indígena<br />
(Iara). Esclarecer a relação direta entre essas figuras e o<br />
elemento água.<br />
O professor poderá orientar a pesquisa, entre outros recursos, com o<br />
Dicionário <strong>do</strong> folclore brasileiro, de Luis da Camara Cascu<strong>do</strong>.<br />
a Contação de histórias que retratem, em detalhes, varia<strong>do</strong>s aspectos<br />
que envolvem essas figuras: Onde vivem? Quais as suas características? Quais<br />
os significa<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s seus nomes? Têm outros nomes além desses? Como é sua<br />
relação com os humanos? Que poderes lhes são atribuí<strong>do</strong>s? Há eventos que<br />
as homenageiam? São citadas em obras literárias? Já leu algum livro em que<br />
desempenham um papel expressivo? Aparecem em músicas?<br />
3. • Leitura e recitação <strong>do</strong> seguinte trecho <strong>do</strong> poema “Iemanjá”, de Sosígenes Costa:<br />
“(...) – Ê vai ê vai<br />
a rainha <strong>do</strong> mar<br />
rompen<strong>do</strong> mar e vento.<br />
Orungã, não faça isto<br />
que o mun<strong>do</strong> vai se acabar.<br />
Não te dói a consciência?<br />
Não desonre esta sereia,<br />
não manche a estrela-<strong>do</strong>-mar.<br />
Ê vai ê vai<br />
rompen<strong>do</strong> mar e vento<br />
rainha da Guiné.<br />
Onde mora Santa Barb’a<br />
que quero me esconder.<br />
Vai haver um castigo,<br />
o mun<strong>do</strong> vai se arrasar.<br />
Já estive numa casa<br />
e era a casa de Bará.<br />
Onde mora Santa Barb’a?<br />
Minha gente, me responda:<br />
Onde mora Santa Barb’a?<br />
– Mora den’da lua<br />
mora den’dum roche<strong>do</strong>.<br />
– Ai quem me dera que eu pudesse<br />
me esconder dentro da lua.<br />
E Iemanjá de tão cansada<br />
já não podia correr mais.<br />
Ia cai não cai cain<strong>do</strong>.<br />
– Ô Iná marabô,<br />
faça surgir um mar de Espanha,<br />
Inaê ou Inaô,<br />
um espinheiro e uma neblina,<br />
ô Iná arauê<br />
uma chuva de navalha<br />
pra Orungã não te pear.<br />
E Iemanjá já não podia<br />
correr mais e desmaiou.<br />
E caiu no chão de costas.<br />
Porém antes que Orungã<br />
alcançasse Iemanjá<br />
e tocasse nos seus seios,<br />
o seu corpo foi crescen<strong>do</strong>,<br />
foi crescen<strong>do</strong> e agigantou-se<br />
e os <strong>do</strong>is seios de Inaê<br />
se tornaram <strong>do</strong> tamanho<br />
de <strong>do</strong>is montes sem igual<br />
e o céu estremeceu<br />
e a terra se abalou<br />
e o céu veio arrian<strong>do</strong><br />
e queria desabar.<br />
Quan<strong>do</strong> os bicos <strong>do</strong>s seus peitos<br />
se afundaram pelas nuvens,<br />
sustentan<strong>do</strong> o firmamento<br />
que queria desabar,<br />
o anjo tocou a trombeta<br />
e os <strong>do</strong>is seios da sereia<br />
começaram a jorrar água<br />
com estron<strong>do</strong> e num dilúvio<br />
e <strong>do</strong>is rios se formaram<br />
da água de cada um,<br />
e a água lavou o mun<strong>do</strong>.<br />
E o espírito de Deus vagou naquelas águas<br />
e foi então o princípio<br />
e a pomba <strong>do</strong> Divino bebeu das águas bentas.<br />
E eu botei o joelho em terra<br />
para pedir pelos filhos de Deus.<br />
Ai a água lava tu<strong>do</strong>,<br />
lava o que nos mancha as almas,<br />
lava o que nos envergonha.<br />
Quem apaga o fogo?<br />
É a água.<br />
Dos teus seios, Janaína<br />
se formaram estes <strong>do</strong>is rios<br />
que a Bahia estão lavan<strong>do</strong><br />
para tirar o que nos mancha<br />
e também nos envergonha.<br />
Ora, um é o São Francisco<br />
e o outro é o Jequitinhonha.<br />
Quem apaga o fogo?<br />
É a água. (...)”<br />
17
4. • Leitura em voz alta <strong>do</strong> cordel A falta d´água no mun<strong>do</strong>, de João Batista Melo.<br />
O professor inicialmente deverá dar uma explicação sobre literatura de cordel. A seguir, orientar a leitura oral <strong>do</strong><br />
texto, pelos alunos, aos poucos, em segmentos, de acor<strong>do</strong> com os vários assuntos aborda<strong>do</strong>s no texto <strong>do</strong> folheto. Levar<br />
a turma a desenvolver esses assuntos posteriormente, <strong>do</strong> ponto de vista não mais da literatura, mas sim da ciência:<br />
importância da água; sua utilidade; necessidade de economizá-la; poluição e consequências para a saúde; desperdício e<br />
escassez; ciclos da água; mananciais não explora<strong>do</strong>s; problemas <strong>do</strong> rio São Francisco; papel de organismos internacionais<br />
em relação à preservação da água.<br />
a Pesquisa, em livros de Ciências, a respeito desses temas. Apresentação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s da pesquisa.<br />
a Releitura da penúltima estrofe <strong>do</strong> cordel:<br />
“Temos de ser otimistas<br />
em qualquer situação<br />
só queremos que alguém<br />
nos indique a direção<br />
faça um cordel bem bonito<br />
ilustra<strong>do</strong> e bem escrito<br />
e mostre à população”<br />
3. • Leitura deste belo exemplo da integração harmoniosa de um artista com o ambiente em que vive:<br />
No km 53 da estrada Friburgo-Teresópolis, reside o artista plástico cearense Geral<strong>do</strong> Simplício<br />
Nêgo, famoso por suas esculturas gigantescas, feitas com a terra de barrancos <strong>do</strong><br />
jardim de sua casa. A inspiração para essas obras vem das próprias formas <strong>do</strong>s barrancos.<br />
Suas esculturas ficam expostas permanentemente no local, batiza<strong>do</strong> de Jardim <strong>do</strong> Nêgo,<br />
que passou a ser um ponto turístico dessa região <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio de Janeiro. A primeira<br />
dessas esculturas, feita por ele em 1981, foi a de uma mulher. Quan<strong>do</strong> finalizou essa<br />
obra, ele a protegeu com um plástico, por ter começa<strong>do</strong> a chover. Sem que esperasse, uma<br />
camada de musgo brotou na superfície da escultura, envolven<strong>do</strong>-a e, assim, protegen<strong>do</strong>-a<br />
contra a erosão. O efeito estético foi fantástico, com essa pequena e casual “colaboração”<br />
da natureza!... Algumas de suas esculturas podem ser apreciadas também através de sites<br />
na internet.<br />
a Atenden<strong>do</strong> a esse apelo final <strong>do</strong> cordelista, criação, em grupo, de “um cordel bem bonito / ilustra<strong>do</strong> e<br />
bem escrito”, que aponte direções para solucionar os problemas ambientais cita<strong>do</strong>s pelo autor.<br />
e) Esporte, lazer, arte... ao ar livre!<br />
Vamos aproveitar mais a vida pertinho da natureza?<br />
1. • Caminhada na praia, observan<strong>do</strong> a natureza em seus mínimos detalhes; coleta de conchas furadinhas,<br />
descartadas pelo mar, para confecção de colares e pulseiras; banhos de mar, cachoeira, rio... Que delícia!<br />
2. • Criação de esculturas na areia da praia.<br />
As águas vão levar, mas só o prazer de ter feito... esse nem o mar nos tira!...<br />
Quem tem sensibilidade artística é capaz de trabalhar diretamente com os próprios elementos da natureza.<br />
18<br />
Conchas e Hipocampos, 1942<br />
Painel de azulejos<br />
990 x 1510cm
Módulo 3<br />
Uso <strong>do</strong>s recursos minerais<br />
I – Obras de Candi<strong>do</strong> Portinari<br />
a) Reflexão<br />
Diariamente perdem-se centenas de milhões de toneladas de terra da camada superficial <strong>do</strong> solo, devi<strong>do</strong><br />
à erosão. Isso equivale à perda anual de uma área como a <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> de Pernambuco. As regiões<br />
desérticas, nas diversas partes <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, aumentam a cada quatro anos, numa área equivalente<br />
à <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo. As atividades de extração de recursos minerais estiveram e estão no centro<br />
das atividades produtivas brasileiras. Como conciliar extração, desenvolvimento e preservação?<br />
(extraí<strong>do</strong> de Conceitos para se fazer educação ambiental / Secretaria <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong>, São Paulo, 1997)<br />
b)Leitura <strong>do</strong>s Quadros<br />
Prancha número 8: Garimpo<br />
a Solicitar que to<strong>do</strong>s vejam o quadro como um to<strong>do</strong>, perceben<strong>do</strong> as ações, os personagens e os elementos representa<strong>do</strong>s<br />
não somente no primeiro plano; observar, também, os detalhes da obra.<br />
a Conversar com o grupo sobre o original desta pintura (faz parte de uma série de 12 murais que foram pinta<strong>do</strong>s<br />
no antigo prédio <strong>do</strong> Ministério da Educação e Cultura – hoje Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro.<br />
Os murais são to<strong>do</strong>s afrescos* e foram realiza<strong>do</strong>s entre 1938 e 1944).<br />
a Perguntar ao grupo se eles sabem o que é um mural e qual a diferença entre mural e painel*.<br />
a Qual o nome <strong>do</strong> objeto que o personagem no primeiro plano está seguran<strong>do</strong> (bateia)?<br />
a Chamar a atenção para os pés e as mãos grandes <strong>do</strong>s personagens, uma característica da pintura de Portinari.<br />
a Mostrar as chapadas de cores geométricas ao fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> painel (grandes chapadas de azul e verde).<br />
Conversar com o grupo a respeito <strong>do</strong> fato de o garimpo ter si<strong>do</strong> a principal fonte de renda <strong>do</strong> Brasil Colonial. Levá-lo a refletir<br />
um pouco sobre a história da mineração no Brasil, enfocan<strong>do</strong> as principais consequências da exploração <strong>do</strong> minério.<br />
* Ver anexo – Técnicas usadas por Portinari<br />
Prancha número 9: Ferro<br />
a Convidar o grupo a visualizar o quadro como um to<strong>do</strong>.<br />
a Explicar que este mural também integra a série pintada para o antigo prédio <strong>do</strong> Ministério da Educação e<br />
Cultura, fazen<strong>do</strong> parte <strong>do</strong>s murais Ciclos econômicos, junto <strong>do</strong> Garimpo.<br />
Terra (detalhe), 1945<br />
Painel a óleo/tela<br />
200 x 250cm (aproximadas)<br />
19
20<br />
a Perguntar ao grupo quantos trabalha<strong>do</strong>res há no quadro.<br />
a Ressaltar que na composição há <strong>do</strong>is arcos de cor escura, ao<br />
fun<strong>do</strong>, e <strong>do</strong>is trabalha<strong>do</strong>res seguran<strong>do</strong> tubos de ferro (os homens<br />
estão em sequência, e seu tamanho diminui à medida que se afastam<br />
<strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r que se encontra em primeiro plano, ao centro).<br />
a Conversar com o grupo sobre a técnica de perspectiva usada<br />
por Portinari, para dar profundidade ao quadro.<br />
a Ressaltar as diferentes tonalidades e contrastes <strong>do</strong> quadro, que<br />
é praticamente to<strong>do</strong> em tons marrons e branco.<br />
Prancha número 10: Garimpeiro<br />
a Explicar aos alunos que este desenho é um estu<strong>do</strong> para o mural<br />
Garimpo, localiza<strong>do</strong> no Palácio Gustavo Capanema (antigo<br />
prédio <strong>do</strong> Ministério de Educação e Cultura – MEC).<br />
a Comentar sobre o estilo realista deste estu<strong>do</strong>*.<br />
a Junto com o grupo, fazer uma comparação <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> Garimpeiro<br />
com o mesmo personagem que aparece representa<strong>do</strong> no mural<br />
Garimpo. Quais as semelhanças e diferenças? (o estu<strong>do</strong>, que<br />
tem um estilo bastante realista, é modifica<strong>do</strong> no mural, onde o<br />
personagem ganha cor e menos detalhes).<br />
* Ver anexo – Estilos / Movimentos Artísticos<br />
II – ATIVIDADES INTEGRADAS<br />
a) Reflexão<br />
1. • Leitura <strong>do</strong> seguinte fragmento <strong>do</strong> texto “Contribuição <strong>do</strong> ouro <strong>do</strong><br />
Brasil ao progresso da Inglaterra”, de Eduar<strong>do</strong> Galeano (12) :<br />
“Nada ficou, no solo brasileiro, <strong>do</strong> impulso dinâmico <strong>do</strong><br />
“Ouro branco! Ouro preto! Ouro podre! De cada<br />
Ribeirão trepidante e de cada recosto<br />
De montanha o metal rolou na cascalhada<br />
Para o fausto Del-Rei, para a glória <strong>do</strong> imposto.” (11)<br />
Garimpeiros no Rio, c.1937<br />
Pintura a guache e grafite/papel kraft<br />
37.5 x 26.5cm<br />
ouro, salvo os templos e as obras de arte. Em fins <strong>do</strong> século XVIII, embora ainda não se tivessem<br />
esgota<strong>do</strong> os diamantes, o país estava prostra<strong>do</strong>. A renda per capita <strong>do</strong>s três milhões de brasileiros<br />
não superava os 50 dólares anuais no atual (*) poder aquisitivo (...) e este era o nível mais baixo<br />
de to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> colonial. Minas Gerais caiu verticalmente numa grande onda de decadência<br />
e ruína. (...). Condena<strong>do</strong>s inflexivelmente à pobreza em função <strong>do</strong> progresso alheio, os povos<br />
mineiros (...) ficaram isola<strong>do</strong>s e tiveram que se resignar a arrancar seus alimentos das pobres<br />
terras já despojadas de metais e pedras preciosas. A agricultura de subsistência ocupou o lugar da<br />
economia mineira.(...). Só a explosão de talento ficou como recordação da vertigem <strong>do</strong> ouro, para não mencionar os buracos das<br />
escavações e as pequenas cidades aban<strong>do</strong>nadas. (...). As igrejas de Minas foram bastante saqueadas e são raros os objetos sacros (...)<br />
que nelas perduram, mas ficarão para sempre, alçadas sobre as ruínas coloniais, as monumentais obras barrocas, os frontispícios e<br />
os púlpitos, os retábulos, as tribunas, as figuras humanas, que desenhou, talhou e esculpiu Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, o<br />
filho genial de uma negra escrava e um artesão famoso. (...). A euforia <strong>do</strong> ouro era coisa <strong>do</strong> passa<strong>do</strong> (...). Toda a pompa e alegria<br />
tinham-se desvaneci<strong>do</strong> e não sobrava espaço para nenhuma esperança.”<br />
* Esse texto foi publica<strong>do</strong> em 1971.<br />
(Manuel Bandeira)<br />
2. • Roda de conversa sobre os seguintes assuntos: Quais os ciclos econômicos da História <strong>do</strong><br />
Brasil? Que ciclo econômico precedeu o ciclo da mineração? Por que o ciclo precedente entrou em<br />
declínio? Com esse declínio, que atividade econômica a Coroa Portuguesa passou a estimular? O que<br />
foram as Entradas? E as Bandeiras? Quais as principais regiões brasileiras em que houve descoberta de<br />
pedras e metais preciosos? Quais as transformações ocorridas na vida colonial brasileira com a mineração?<br />
Qual a mão de obra utilizada nessa atividade? Qual a sua opinião sobre a primeira afirmativa<br />
<strong>do</strong> texto li<strong>do</strong>, de Eduar<strong>do</strong> Galeano? Como se explica historicamente o título desse texto? Que senti<strong>do</strong><br />
tem a ideia corrente de que “As minas <strong>do</strong> Brasil foram<br />
a glória e a ruína de Portugal”? As minas <strong>do</strong> Brasil teriam<br />
si<strong>do</strong> também a nossa glória e a nossa ruína? Que<br />
rebelião importante surgiu em Minas à época <strong>do</strong> ciclo<br />
<strong>do</strong> ouro? Quais os principais atores desse movimento? O<br />
que pretendiam? Que escritores dele participaram?<br />
Tiradentes, 1948<br />
Desenho a grafite/papel<br />
36.5 x 27.5cm<br />
“Parecia um santo<br />
De mãos amarradas,<br />
No meio das cruzes,<br />
Bandeiras e espadas(...)” (13)<br />
(Cecília Meireles)
Meninos Brincan<strong>do</strong>, 1955<br />
Pintura a óleo/tela<br />
60 x 72.5cm<br />
se explica o pessimismo no texto de Eduar<strong>do</strong> Galeano e a esperança na música<br />
de Gonzaguinha? Galeano nos fala de um tempo passa<strong>do</strong>. O que Gonzaguinha<br />
deseja para o presente e para o futuro?<br />
a Redação de uma dissertação com o seguinte título: “Sonhos<br />
brasis, povo feliz”.<br />
3. • Leitura da letra da música “Sonhos brasis”, de Gonzaguinha:<br />
“Felicidade eu quero a (fé) liberdade<br />
para o povo <strong>do</strong> meu país<br />
toda riqueza pro menino que o meu país<br />
felicidade eu digo axé liberdade<br />
para o povo <strong>do</strong> meu país<br />
seu Joaquim, seu Zé da Silva<br />
e também seu Xavier<br />
tragam o sol<br />
o alimento o sal<br />
o sol da fé<br />
fé esperança<br />
fé trabalho<br />
aliança<br />
pra escolher nossos destinos<br />
forças gerais<br />
sonhos brasis<br />
povo feliz.”<br />
4. • Interpretação: Qual a relação entre a letra dessa música e o perío<strong>do</strong> da<br />
História <strong>do</strong> Brasil referente ao ciclo <strong>do</strong> ouro e <strong>do</strong>s diamantes? Por que Gonzaguinha<br />
escolheu esses nomes próprios para representar o povo <strong>do</strong> nosso país? Como<br />
b) Diálogo entre linguagens<br />
1. • Pesquisa sobre os escritores Thomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manuel<br />
da Costa: as histórias de suas vidas, suas obras; o movimento literário<br />
em que se inseriram (Arcadismo); o surgimento e o papel das academias<br />
literárias na época da Inconfidência Mineira.<br />
a Roda de leitura e recitação de alguns poemas desses autores.<br />
“Toma de Minas a estrada,<br />
Na Igreja nova, que fica<br />
Ao direito la<strong>do</strong> e segue<br />
Sempre firme a Vila Rica” (14)<br />
(Thomás Antônio Gonzaga)<br />
2. • Pesquisa sobre a obra e a vida de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.<br />
a Sobre a obra: Como analisá-la quanto aos estilos individual e de<br />
época? Quais as suas obras mais representativas? Em que locais se encontram?<br />
Com que materiais da natureza ele criou suas esculturas?<br />
Quais as características da “pedra-sabão”, que a tornam um material<br />
conveniente a trabalhos de escultura?<br />
“Era uma vez um Aleijadinho,<br />
não tinha de<strong>do</strong>, não tinha mão,<br />
raiva e cinzel, lá isso tinha,<br />
era uma vez um Aleijadinho,<br />
era uma vez muitas igrejas<br />
com muitos paraísos e muitos infernos,<br />
era uma vez São João, Ouro Preto,<br />
Mariana, Sabará, Congonhas,<br />
era uma vez muitas cidades<br />
e o Aleijadinho era uma vez.” (15)<br />
(Carlos Drummond de Andrade)<br />
a Sobre a vida: Por que O Aleijadinho pode ser considera<strong>do</strong> um exemplo<br />
máximo de superação? Que personalidades atuais das mais diversas áreas<br />
também podem ser lembradas por atitudes dessa natureza? Você os homenagearia<br />
por meio de quê – um poema? um retrato pinta<strong>do</strong>? um desenho?<br />
uma foto? uma frase? um troféu? um feria<strong>do</strong>? um nome de rua? um nome de<br />
escola? Então que tal prestar essa homenagem?<br />
3. • Leitura <strong>do</strong> seguinte fragmento <strong>do</strong> poema “Confidência <strong>do</strong> itabirano”,<br />
de Carlos Drummond de Andrade:<br />
21
Retrato de Carlos Drummond de Andrade, 1936<br />
Pintura a óleo/tela<br />
72 x 58cm<br />
Ferro, 1938<br />
Desenho a carvão/papel kraft<br />
226 x 92cm<br />
“Alguns anos vivi em Itabira.<br />
Principalmente nasci em Itabira<br />
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.<br />
Noventa por cento de ferro nas calçadas.<br />
Oitenta por cento de ferro nas almas.<br />
E esse alheamento <strong>do</strong> que na vida é porosidade e comunicação.”<br />
4. • Troca de ideias sobre a influência <strong>do</strong> meio no mo<strong>do</strong> de ser das pessoas: É decisiva essa influência? Há outros fatores que condicionam a formação da<br />
personalidade? Qual seria o mais forte? Se você vivesse num outro lugar, você teria um mo<strong>do</strong> diferente de ser? Em que aspectos? Você percebe características<br />
comuns às pessoas <strong>do</strong> lugar onde você vive? Poderia apontar essas características? Você associaria as características <strong>do</strong> ferro a que aspectos psicológicos <strong>do</strong><br />
indivíduo? Com que características psicológicas o autor se retrata? Você acha que essas características aparecem no retrato feito por Candi<strong>do</strong> Portinari? Na sua<br />
opinião, como seria alguém com oitenta por cento de ferro na alma?<br />
5. • Em roda, realização da brincadeira: Como eu seria se eu fosse “de ouro”? E “de prata”? E “de vidro”? E “de lata”? E “de barro”? E “de água”? E “de<br />
diamante”? E “de areia”? E “de plástico”? E “de pedra-sabão”? E “de...”?<br />
Informação:<br />
Itabira é um município brasileiro <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> de Minas Gerais. A cidade é apelidada por seus habitantes de cidade da poesia. Também<br />
é conhecida como cidade <strong>do</strong> ferro, porque nela foi criada, na década de 1940, a Companhia Vale <strong>do</strong> Rio Doce (de mineração). O<br />
nome Itabira tem sua origem na língua tupi – “pedra que brilha”: itá (“pedra”) e bira (“que brilha”).<br />
22<br />
c) Contação de História e de histórias<br />
1. • Pesquisa sobre as profundas transformações de ordem política, econômica e social, ocorridas no Brasil na Era Vargas.<br />
O professor deverá enfatizar as medidas protecionistas à indústria e a nacionalização <strong>do</strong>s recursos minerais. Importância, para o Brasil, da criação <strong>do</strong>s seguintes órgãos<br />
e empresas: em 1934, o Departamento Nacional de Produção Mineral; em 1938, o Conselho Nacional <strong>do</strong> Petróleo; em 1941, a Companhia Siderúrgica Nacional; em 1943, a<br />
minera<strong>do</strong>ra Vale <strong>do</strong> Rio Doce; em 1953, a Petrobras.<br />
2. • Leitura das informações a seguir.<br />
Foi depois da Segunda Guerra Mundial que o petróleo se revelou tão importante quanto o aço. Em 1947, no Governo Dutra, surge a campanha nacionalista “O<br />
Petróleo É Nosso”. No entanto, já em 1936, Monteiro Lobato acendera a polêmica sobre a nacionalização das reservas petrolíferas com o livro O escândalo
Depósito de Óleo, 1933<br />
Pintura a óleo/tela<br />
50 x 72cm<br />
<strong>do</strong> petróleo. E em 1937 publicara, para o público infantojuvenil,<br />
O poço <strong>do</strong> Visconde, no qual defendia a existência de petróleo em<br />
território brasileiro.<br />
3. • Pesquisa, com mais detalhes, das circunstâncias que envolveram<br />
as publicações desses livros, bem como das ações promovidas por Monteiro<br />
Lobato relativamente ao petróleo nesse perío<strong>do</strong> histórico.<br />
a Resumo de to<strong>do</strong>s esses fatos e narração oral.<br />
4. • Leitura <strong>do</strong> livro O poço <strong>do</strong> Visconde.<br />
a Escolha, por parte de um grupo, de um trecho desse livro que melhor se preste a uma dramatização. Dramatização<br />
desse trecho; confecção de figurino e cenário.<br />
a Escolha, por parte de outro grupo, de um trecho <strong>do</strong> mesmo livro, mais compatível com uma apresentação<br />
sob a forma de história em quadrinhos. Criação da história em quadrinhos; redação <strong>do</strong>s diálogos em<br />
balões, desenho e pintura das cenas.<br />
d) Enxergan<strong>do</strong> os <strong>do</strong>is la<strong>do</strong>s da moeda<br />
1. • Leitura <strong>do</strong> seguinte texto:<br />
Recursos naturais são elementos da natureza úteis ao ser humano, na medida em que<br />
são imprescindíveis ao desenvolvimento da civilização, à sobrevivência e ao conforto da<br />
sociedade. São componentes, materiais ou não, da paisagem geográfica, mas que ainda<br />
não tenham sofri<strong>do</strong> importantes transformações pelo trabalho humano e cuja própria<br />
gênese é independente <strong>do</strong> homem, mas aos quais foram atribuí<strong>do</strong>s, historicamente, valores<br />
econômicos, sociais e culturais. Nem to<strong>do</strong>s os recursos que a natureza oferece ao ser<br />
humano podem ser aproveita<strong>do</strong>s em seu esta<strong>do</strong> natural. Quase sempre o homem precisa<br />
trabalhar para transformá-los em bens capazes de satisfazer alguma necessidade humana.<br />
(adapta<strong>do</strong> <strong>do</strong> texto “Recurso natural” – pt.wikipedia.org/wiki/Recurso_natural)<br />
2. • Pesquisa sobre a real importância <strong>do</strong>s recursos minerais para a sociedade: Por que se diz que a atividade de<br />
mineração impulsiona o desenvolvimento? Em que medida necessidades básicas <strong>do</strong> ser humano, como alimentação,<br />
moradia e vestuário, dependem de recursos minerais? É possível haver desenvolvimento econômico e qualidade de<br />
vida independentemente <strong>do</strong> consumo de bens minerais?<br />
a Apresentação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s da pesquisa.<br />
O professor poderá ajudar os alunos, informan<strong>do</strong>, por exemplo, a respeito das principais<br />
substâncias minerais utilizadas na construção de uma casa: tijolo (argila); bloco<br />
(areia, brita, calcário); fiação elétrica (cobre, petróleo); lâmpada (quartzo, tungstênio,<br />
alumínio); fundações de concreto (areia, brita, calcário, ferro); ferragens (ferro, alumínio,<br />
cobre, zinco, níquel); vidro (areia, calcário, feldspato); louça sanitária (caulim, calcário,<br />
feldspato, talco); azulejo (caulim, calcário, feldspato, talco); piso cerâmico (argila,<br />
caulim, calcário, feldspato, talco); piso de pedra (ardósia, granito, mármore); pintura<br />
– tinta (calcário, talco, caulim, titânio, óxi<strong>do</strong>s metálicos); caixa dágua (calcário, argila,<br />
gipsita, amianto, petróleo); pias (mármore, granito, ferro, níquel, cobalto); encanamento metálico (ferro ou cobre); encanamento PVC<br />
(petróleo, calcita); esquadrias (alumínio ou ligas de ferro-manganês); telhas de cerâmica (argila); telha fibro-amianto (calcário, argila,<br />
gipsita, amianto); calha (ligas de zinco-níquel-cobre ou fibro-amianto); pregos e parafusos (ferro, níquel). (16)<br />
3. • Pesquisa sobre a exploração de recursos minerais no Brasil de hoje: Que principais riquezas são exploradas?<br />
Que grandes empresas as exploram? Que benefícios a exploração desses recursos traz para as cidades, os esta<strong>do</strong>s, o<br />
País? Há participação estrangeira na exploração de nossos recursos minerais hoje? Que tipo de participação?<br />
a Apresentação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s da pesquisa, por meio de cartazes com textos e imagens, em mural da escola.<br />
4. • Leitura <strong>do</strong> seguinte texto:<br />
“Um <strong>do</strong>s aspectos mais graves da economia industrial de crescimento é a pressão destrutiva<br />
que ela exerce sobre os recursos naturais, que são a base material sobre a qual se estabelece a<br />
vida humana. (...) foi apenas a partir da Revolução Industrial que a economia passou a se<br />
valer cada vez mais <strong>do</strong> consumo acelera<strong>do</strong> <strong>do</strong>s estoques planetários de minérios e combustíveis<br />
fósseis, que são recursos não renováveis. (...) a economia de crescimento tem consegui<strong>do</strong><br />
(...) ameaçar os próprios recursos ´livres`. Isso porque fenômenos como a poluição em grande<br />
escala têm ameaça<strong>do</strong> tornar escassos recursos, como o ar puro e a água <strong>do</strong>ce, que foram<br />
sempre considera<strong>do</strong>s ´livres´, tal a sua abundância.” (17)<br />
5. • Pesquisa e troca de ideias sobre as seguintes questões: Que transformações importantes se deram com a<br />
Revolução Industrial? Que é “economia industrial de crescimento”? Por que se acelerou o consumo de recursos não<br />
renováveis a partir da Revolução Industrial? Qual a razão de a mineração ser considerada por alguns uma atividade<br />
que agride o meio ambiente? Atividade de mineração e desenvolvimento sustentável são incompatíveis? A imagem<br />
da mineração como uma atividade agressiva ao meio ambiente e aos interesses <strong>do</strong> desenvolvimento sustentável está<br />
mudan<strong>do</strong> hoje no Brasil? Em caso afirmativo, que fatores têm contribuí<strong>do</strong> para essa mudança?<br />
23
Marinha, 1953<br />
Pintura a óleo/tela<br />
25 x 44cm<br />
f) Poupan<strong>do</strong> nossos tesouros<br />
1. • Leitura <strong>do</strong> seguinte texto:<br />
“Existem muitas coisas maravilhosas que este planeta vem armazenan<strong>do</strong> há bilhões de anos.<br />
(...) Temos o petróleo, o ferro, a prata, a areia, o alumínio, o cobre (... ). Esses tesouros são<br />
uma dádiva para nós. (...) Mas a quantidade deles é limitada. Quan<strong>do</strong> os usarmos to<strong>do</strong>s, não<br />
sobrará nada. Portanto, cabe a nós decidir o que devemos fazer com eles. Devemos tirá-los<br />
da Terra e transformá-los em coisas de que realmente não precisamos? Ou devemos poupá-los<br />
para que nós – e todas as criaturas da Terra – ainda possamos tê-los?” (19)<br />
e) O ambiente é notícia<br />
1. • Seleção de notícias sobre desastres ambientais recentes, no Brasil e no mun<strong>do</strong>, que tenham atingi<strong>do</strong> as<br />
águas (de oceanos, lagos, rios), o ar e o solo, quan<strong>do</strong> da extração e <strong>do</strong> processamento de recursos minerais, ou<br />
quan<strong>do</strong> <strong>do</strong> transporte desses recursos e de bens deles obti<strong>do</strong>s. Utilizar variadas fontes de consulta: revistas, jornais,<br />
TV, internet, entrevistas, etc.<br />
a Análise dessas notícias <strong>do</strong> ponto de vista jornalístico: O que ocorreu? Quan<strong>do</strong>? Onde? Como? Quais as causas?<br />
E as consequências? Que providências foram tomadas para solucionar o problema?<br />
a Organização <strong>do</strong> material recolhi<strong>do</strong> e com ele criação de um jornalzinho para ser distribuí<strong>do</strong> na escola<br />
e na comunidade. Nesse jornal, além das notícias, inserir, na primeira página, um texto de esclarecimento, denúncia<br />
e alerta quanto aos sérios problemas ambientais que atingem o planeta.<br />
2. • Leitura da seguinte informação:<br />
“O esgotamento das reservas de combustíveis, assim como os problemas ambientais ocasiona<strong>do</strong>s<br />
pela produção de subprodutos indesejáveis, a devastação das florestas e a inundação<br />
de vastas áreas para a formação de represas hidrelétricas vêm obrigan<strong>do</strong> o homem a investir<br />
sua inteligência e criatividade na obtenção de formas ‘não convencionais’ de energia.” (18)<br />
3. • Pesquisa a respeito de fontes alternativas de energia (solar, eólica e outras).<br />
a Seleção de notícias sobre locais que já vêm utilizan<strong>do</strong> algumas dessas fontes no Brasil e no mun<strong>do</strong>.<br />
a Redação de um segun<strong>do</strong> caderno para o jornalzinho anterior, com divulgação dessas iniciativas.<br />
24<br />
2. • Organização, na escola, de um evento de combate ao consumo de supérfluos.<br />
a “Dia <strong>do</strong> Consumo Consciente”: não comprar nada que não seja absolutamente necessário; recolher de sua casa<br />
objetos que não estejam sen<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong>s e promover uma feirinha de troca-troca; <strong>do</strong>ar roupas, brinque<strong>do</strong>s, material<br />
escolar de que não mais precisar.<br />
3. • Reflexão sobre a seguinte declaração:<br />
“O consumismo não existiria sem a publicidade, ferramenta fundamental para influenciar<br />
padrões de consumo, formar estilos de vida e, consequentemente, criar necessidades (...) (20)<br />
a Debate a respeito das características da chamada “sociedade de consumo”: Por que, para alguns, “ter” é mais<br />
importante <strong>do</strong> que “ser”? Para que serve a publicidade? Ela cria necessidades de consumo? Ela alimenta desejos que já<br />
existem nas pessoas? Ela “vende” status, estilos de vida, sensação de pertencimento, de inclusão? Ela presta informação<br />
para escolhas mais conscientes? Ela pode estimular o consumo compulsivo? Que movimento social surgiu, na década de<br />
1960, de rebeldia à sociedade de consumo (movimento hippie)? Você conhece alguém que tente viver de forma alternativa,<br />
reduzin<strong>do</strong> ao máximo o consumo, por opção e não por necessidade?<br />
4. • Coleta, em sua casa, de to<strong>do</strong>s os objetos descarta<strong>do</strong>s, reutilizan<strong>do</strong>-os para outros fins: potes de vidro (para<br />
acondicionar compotas de fabricação caseira, pó de café, biscoitos, etc.; para guardar pequenos objetos, como aponta<strong>do</strong>r,<br />
borracha, pecinhas de jogos, bolas de gude, etc.); embalagens de plástico (para servirem de porta-lápis, porta-<br />
-bijuterias, caixas de costura, etc.).<br />
“(...). Se tivesse<br />
Continua<strong>do</strong> a soltar papagaio<br />
Seria livre como as an<strong>do</strong>rinhas<br />
(...) saberia a vida <strong>do</strong> vento”<br />
(Candi<strong>do</strong> Portinari)
Meninos Soltan<strong>do</strong> Pipas, c.1940<br />
Pintura a óleo/madeira<br />
15 x 12.5cm<br />
“Estas latas têm que perder, por primeiro, to<strong>do</strong>s os ranços (e artifícios)<br />
da indústria que as produziu. Segundamente, elas têm que a<strong>do</strong>ecer na<br />
terra. A<strong>do</strong>ecer de ferrugem e casca. Finalmente, só depois de trinta e<br />
quatro anos elas merecerão de ser chão. Esse desmanche em natureza é<br />
<strong>do</strong>loroso e necessário se elas quiserem fazer parte da sociedade <strong>do</strong>s<br />
vermes. Depois desse desmanche em natureza, as latas podem até<br />
namorar com as borboletas. Isso é muito comum. Diferentes de nós as<br />
latas com o tempo rejuvenescem, se jogadas na terra. Chegam quase até<br />
de serem pousadas de caracóis. Elas sabem, as latas, que precisam<br />
chegar ao estágio de uma parede suja. Só assim serão procuradas pelos<br />
caracóis. Sabem muito bem, estas latas, que precisam da intimidade com<br />
o lo<strong>do</strong> obsceno das moscas. Ainda elas precisam de pensar em ter raízes.<br />
Para que possam obter estames e pistilos. A fim de que um dia elas<br />
possam se oferecer às abelhas. Elas precisam de ser um ensaio de árvore<br />
a fim de comungar a natureza. O destino das latas pode também ser<br />
pedra. Elas hão de ser cobertas de limo e musgo. As latas precisam<br />
ganhar o prêmio de dar flores. Elas têm de participar <strong>do</strong>s passarinhos.<br />
Eu sempre desejei que as minhas latas tivessem aptidão para<br />
passarinhos. Como os rios têm, como as árvores têm. Elas ficam muito<br />
orgulhosas quan<strong>do</strong> passam <strong>do</strong> estágio de chutadas nas ruas para o<br />
estágio de poesia. Acho esse orgulho das latas muito justificável e até<br />
louvável.” (21)<br />
5. • Coleta de garrafas pet, latas de cerveja e refrigerante, embalagens de isopor, aparas de papel, etc.<br />
a Confecção, com o material recolhi<strong>do</strong>, de brinque<strong>do</strong>s varia<strong>do</strong>s: cata-vento, papagaio, diabolô,<br />
bilboquê, carrinho, aviãozinho; bijuterias com argolas de metal das latinhas de refrigerante; etc. Pedir<br />
ajuda ao professor de <strong>Arte</strong>s e consultar na internet sites que ensinam o mo<strong>do</strong> de confeccioná-los.<br />
O professor, aproveitan<strong>do</strong> a motivação <strong>do</strong>s alunos na confecção de papagaios e cata-ventos, poderá abordar<br />
a importância <strong>do</strong> vento na natureza, inclusive como fonte alternativa de energia.<br />
6. • Leitura <strong>do</strong> texto “Latas”, de Manoel de Barros:<br />
7. • Pesquisa a respeito <strong>do</strong> importante papel <strong>do</strong>s chama<strong>do</strong>s “decompositores” no meio ambiente: Quais são os decompositores?<br />
Como atuam? Por que a decomposição de to<strong>do</strong>s os seres é necessária na natureza? Qual a relação deles com o processo<br />
natural de reciclagem?<br />
O professor poderá ajudar os alunos nessa atividade com a leitura <strong>do</strong> capítulo “A importante tarefa <strong>do</strong>s decompositores”, <strong>do</strong> livro<br />
Natureza e seres vivos, de Samuel Gurgel Branco.<br />
a Coleta de latas que tenham si<strong>do</strong> jogadas fora. Plantio, nelas, de sementes ou mudas de plantas que deem flores diversas.<br />
Decoração das latas com frases <strong>do</strong> texto de Manoel de Barros que você achar mais bonitas.<br />
Cuide das plantinhas, regue-as, ponha-as no sol ou na sombra, dê a elas muito carinho, enfeite sua casa. Pronto! Suas latas vão<br />
“ganhar o prêmio de dar flores”, passar “<strong>do</strong> estágio de chutadas nas ruas para o estágio de poesia”...<br />
25
Módulo 4<br />
A preservação das florestas e <strong>do</strong>s animais<br />
I – Obras de Candi<strong>do</strong> Portinari<br />
a) Reflexão<br />
As florestas tropicais sofrem uma perda anual equivalente à área <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de Santa Catarina<br />
e essa degradação causa inundações e secas, erosão <strong>do</strong> solo, assoreamento das barragens,<br />
perda de espécies, além da destruição de estradas, campos, assentamentos humanos e culturas<br />
nativas. Metade das florestas da Europa Central está morren<strong>do</strong> devi<strong>do</strong> à poluição <strong>do</strong> ar e à<br />
chuva ácida, o mesmo acontecen<strong>do</strong> na China e na América <strong>do</strong> Norte. Porém, em alguns pontos<br />
<strong>do</strong> globo, existem ações que têm mostra<strong>do</strong> competência para administrar uma produção<br />
florestal capaz de gerar suprimento para décadas e mesmo séculos: planos de reflorestamento<br />
estão recuperan<strong>do</strong> árvores, solos, rios e toda a vida silvestre que essas florestas abrigam.<br />
(extraí<strong>do</strong> de Conceitos para se fazer educação ambiental / Secretaria <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong>, São<br />
Paulo, 1997)<br />
b) Leitura <strong>do</strong>s quadros<br />
Prancha número 11: Flora e fauna brasileiras<br />
a Perguntar ao grupo o que eles veem no quadro: Quais os elementos que estão no primeiro plano? E no<br />
plano <strong>do</strong> fun<strong>do</strong>? (no plano da frente estão animais tipicamente brasileiros, como numa floresta nativa, e<br />
no plano de fun<strong>do</strong> pode-se ver uma praia).<br />
a Perguntar ao grupo se o título da<strong>do</strong> ao quadro interpreta com fidelidade o que o artista pintou.<br />
Prancha número 12: Floresta I<br />
a Convidar a turma a pensar na temática representada pela obra a partir <strong>do</strong>s elementos que a compõem.<br />
a Perguntar aos visitantes que animais eles estão ven<strong>do</strong> em primeiro plano e no plano de fun<strong>do</strong> da tela<br />
(No primeiro plano, <strong>do</strong>is guarás e flores grandes; no plano de fun<strong>do</strong> os galgos, que parecem estar perseguin<strong>do</strong><br />
a caça. Os pássaros que estão no primeiro plano à direita são popularmente chama<strong>do</strong>s de guarás<br />
e habitam os manguezais. Eles têm esta coloração avermelhada porque se alimentam de um crustáceo<br />
rico em caroteno. Conversar sobre a ameaça de extinção desse pássaro, por causa da caça indiscriminada).<br />
26<br />
Floresta Amazônica (detalhe), 1957<br />
Painel a óleo/madeira<br />
85 x 445cm
O Seringueiro, 1955<br />
Pintura a óleo/papelão<br />
19 x 17cm (estimadas)<br />
a Ressaltar que o artista possibilita uma visão de profundidade no<br />
quadro, colocan<strong>do</strong> as figuras maiores no primeiro plano e diminuin<strong>do</strong><br />
o tamanho das figuras <strong>do</strong>s planos subsequentes.<br />
a Conversar sobre a pre<strong>do</strong>minância das cores usadas neste quadro<br />
(cores quentes).<br />
Prancha número 13: Vende<strong>do</strong>r de passarinho<br />
a Propor ao grupo que converse sobre os personagens representa<strong>do</strong>s:<br />
como estão vesti<strong>do</strong>s; o que devem estar fazen<strong>do</strong>; que elementos<br />
presentes no quadro possibilitam identificar o tipo de local onde se<br />
encontram os personagens, etc.<br />
a Convidar o grupo a ler a legenda que indica o título <strong>do</strong> quadro.<br />
a Observar com o grupo as feições expressionistas (*) das duas<br />
figuras <strong>do</strong> quadro (intensidade da expressão <strong>do</strong>s pés e <strong>do</strong> rosto).<br />
a Perguntar ao grupo se há diferenças na composição <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is<br />
personagens (um homem usa suspensório e o outro, não; a calça<br />
de um deles está arregaçada, os pássaros que carregam têm cores<br />
diferentes, etc.).<br />
a Observar com o grupo a maneira pela qual o artista divide o<br />
fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> quadro em duas cores: uma quente (o vermelho), que representa<br />
a terra, e a outra fria (o azul), que representa o céu.<br />
Perguntar se alguém já teve ou tem passarinho preso na gaiola. Conversar<br />
a respeito desta ação de prender pássaros em gaiolas. Refletir sobre a importância<br />
e o significa<strong>do</strong> da consciência ecológica, ressaltan<strong>do</strong> como um exemplo<br />
a existência de leis que punem pessoas porta<strong>do</strong>ras de animais silvestres<br />
em gaiolas.<br />
(*) ver anexo – Estilos / Movimentos Artísticos<br />
II – ATIVIDADES INTEGRADAS<br />
a) Reflexão e ação<br />
1. • Leitura da seguinte declaração de Chico Mendes, importante ativista<br />
ambiental brasileiro:<br />
“No começo pensei que estivesse lutan<strong>do</strong> para salvar<br />
seringueiras, depois pensei que estava lutan<strong>do</strong> para<br />
salvar a floresta Amazônica. Agora percebi que estava<br />
lutan<strong>do</strong> para salvar a humanidade.” (22)<br />
2. • Troca de ideias: Por que a luta para salvar algumas árvores representa,<br />
em última instância, uma luta para salvar a humanidade?<br />
a Que outros exemplos podem ser cita<strong>do</strong>s de pessoas que, agin<strong>do</strong> em defesa<br />
de causas específicas, beneficiam ou beneficiaram a humanidade e o próprio<br />
planeta? (em lutas contra a fome, a miséria, a violência, as guerras; em<br />
combate a epidemias; em lutas contra discriminação e preconceitos de toda<br />
ordem; em movimentos pela educação e pela cultura; etc.).<br />
3. • Informação – Trova é um tipo de poesia muito popular, constituída<br />
de quatro versos, cada um <strong>do</strong>s quais com sete sílabas poéticas. O primeiro<br />
verso rima com o terceiro; o segun<strong>do</strong>, com o quarto. Encerra em si uma<br />
ideia, uma mensagem. Há trovas filosóficas, líricas, humorísticas...<br />
a Leitura e recitação da seguinte trova:<br />
“Quem ama não mata a mata;<br />
quem ama planta, recria.<br />
Quem ama protege e acata<br />
o verde, a vida, a alegria!”<br />
(A.A.de Assis)<br />
a Essa trova expressa o amor que se deve ter pelas matas. Pesquisa: Qual<br />
a importância das florestas para o meio ambiente, relativamente a clima, atmosfera,<br />
solo, mananciais, rios e espécies vivas? Em que medida a existência<br />
de florestas contribui para a qualidade de vida das populações urbanas? Que<br />
riquezas produzem as florestas? Que é biodiversidade? Que espécies da flora e<br />
da fauna são típicas das florestas <strong>do</strong> Brasil?<br />
4. • Leitura e recitação da seguinte trova:<br />
“A natureza protesta<br />
Sempre que alguém a maltrata.<br />
– Se matas uma floresta,<br />
vem o deserto e te mata!”<br />
(A.A.de Assis)<br />
a Essa é uma trova de denúncia e alerta. Pesquisa: Quais as causas da<br />
destruição das nossas florestas? Que é chuva ácida? Quais as consequências<br />
da degradação da cobertura verde? Que é aquecimento global? Por que a<br />
destruição das florestas agrava esse problema? Quais as principais florestas<br />
brasileiras? De que formas são destruídas as florestas no Brasil? Com que frequência<br />
e em que dimensão? A que interesses econômicos o desmatamento<br />
tem servi<strong>do</strong>? Quais as regiões <strong>do</strong> Brasil mais atingidas pelo desmatamento?<br />
27
A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 2011 o Ano<br />
Internacional das Florestas.<br />
5. • Reflexão – Ainda temos grande parte da Floresta Amazônica em pé, mas a invasão humana é iminente. Queimadas<br />
da floresta nativa trocam as paisagens por pastagens ou cidades. Já destruímos grande parte da Mata Atlântica<br />
e estamos destruin<strong>do</strong> rapidamente o Cerra<strong>do</strong>. As soluções imediatas para os <strong>do</strong>is problemas seriam as seguintes: parar<br />
as queimadas na Amazônia, intensificar os programas de conservação e uso sustentável, regenerar pelo menos parte<br />
das florestas e cerra<strong>do</strong>s perdi<strong>do</strong>s (23) .<br />
a Debate: Ainda há tempo de salvar nossas florestas? Como é possível explorar seus recursos de forma não predatória?<br />
O professor poderá citar, como ponto de partida, o exemplo de grupos humanos que vivem ou viveram na Floresta Amazônica<br />
exploran<strong>do</strong> seus recursos sem destruí-la.<br />
6. • Informação – Em 1861, D. Pedro II man<strong>do</strong>u plantar milhares de mudas de árvores, crian<strong>do</strong> a Floresta da<br />
Tijuca. Este foi o primeiro exemplo no Brasil de reconstituição de cobertura vegetal com espécies nativas.<br />
a Pesquisa sobre a importância dessa medida: Por que a floresta nativa tinha si<strong>do</strong> destruída? Quais as consequências<br />
ambientais, na época, dessa destruição? Que problema para os habitantes da cidade levou D. Pedro<br />
II a tomar a iniciativa de reconstituir a floresta? O que teve que ser feito previamente? A medida surtiu o efeito<br />
espera<strong>do</strong>? Qual a importância, hoje, da Floresta da Tijuca para a cidade <strong>do</strong> Rio de Janeiro?<br />
7. • Informação – Apesar da degradação sofrida pelas nossas florestas, tem cresci<strong>do</strong> ultimamente a preocupação em<br />
recuperar esses ecossistemas, por meio de projetos, iniciativas, experiências. São ações, enfim, de proteção, regeneração,<br />
plantio, planejamento <strong>do</strong> uso sustentável <strong>do</strong>s recursos dessas florestas.<br />
a Pesquisa e troca de ideias a respeito das medidas concretas que vêm sen<strong>do</strong> tomadas pelos governos nesse<br />
senti<strong>do</strong>, bem como sobre a atuação de Organizações Não Governamentais (ONGs).<br />
8. • Informação – Marechal Ron<strong>do</strong>n, Noel Nutels, os irmãos Villas-Bôas, Darcy Ribeiro, Irmã Dorothy Stang e<br />
Chico Mendes foram personalidades emblemáticas na defesa de nossas florestas e <strong>do</strong>s povos que nelas vivem.<br />
a Pesquisa a respeito da vida dessas figuras e das ações implementadas por elas em nosso País. Resumo de suas<br />
biografias e confecção de mural com as informações e, se possível, reproduções de retratos dessas personalidades.<br />
9. • Leitura da trova a seguir.<br />
“Eu não tenho uma floresta,<br />
mas tenho em casa um jardim.<br />
O verde mantenho em festa,<br />
na parte que cabe a mim!”<br />
(A.A.de Assis)<br />
a Há uma frase, atribuída ao faleci<strong>do</strong> músico inglês John Lennon, que diz: “Pense globalmente e atue localmente.”<br />
Interpretação e roda de conversa: A ideia que a trova transmite teria alguma relação com a frase de Lennon? O que<br />
simboliza, na trova, o “jardim” em relação à “floresta”? O que é o “verde”? Que é um verde “em festa”? Qual a importância<br />
das ações coletivas? E das ações individuais? O que é ser cidadão? Além <strong>do</strong>s governos e <strong>do</strong>s grupos da sociedade civil<br />
organizada, o cidadão, individualmente, teria alguma parcela de responsabilidade no cuida<strong>do</strong> com o meio ambiente? O<br />
que diz a trova quanto a isso? Você já pensou sobre a parte que cabe a você? Como alguém pode manifestar seu cuida<strong>do</strong><br />
28<br />
Desbravamento da Mata, 1941<br />
Pintura mural a têmpera<br />
316 x 431cm
com sua casa, sua escola, sua rua, seu bairro, sua cidade, seu País, com o<br />
mun<strong>do</strong> enfim? E o que cada um tem feito nesse senti<strong>do</strong>?<br />
10. • Comemoração <strong>do</strong> Dia da Árvore (21 de setembro):<br />
a Plantio de algumas mudas em local apropria<strong>do</strong>, com o consentimento<br />
de órgãos da cidade liga<strong>do</strong>s à administração <strong>do</strong>s parques e jardins (observar<br />
o melhor tipo de árvore de acor<strong>do</strong> com o espaço).<br />
a Montagem de exposição com fotos, desenhos e pinturas de árvores<br />
da região.<br />
a Dramatização de cena em que o personagem central seja uma árvore<br />
ameaçada (escrever o roteiro; distribuir os papéis de cada personagem; ensaiar;<br />
criar figurinos; montar o palco e o cenário com folhas, flores, galhos,<br />
caí<strong>do</strong>s das árvores; representar).<br />
a Recitação ao ar livre de poemas alusivos a árvores e florestas; leitura,<br />
por exemplo, <strong>do</strong> soneto “Velhas árvores”, de Olavo Bilac:<br />
“Olha estas velhas árvores, mais belas<br />
Do que as árvores novas, mais amigas:<br />
Tanto mais belas quanto mais antigas,<br />
Vence<strong>do</strong>ras da idade e das procelas...<br />
O homem, a fera, e o inseto à sombra delas<br />
Vivem, livres de fome e fadigas;<br />
E em seus galhos abrigam-se as cantigas<br />
E os amores das aves tagarelas.<br />
Não choremos, amigo, a mocidade!<br />
Envelheçamos rin<strong>do</strong>! envelheçamos<br />
Como as árvores fortes envelhecem:<br />
Na glória da alegria e da bondade,<br />
Agasalhan<strong>do</strong> os pássaros nos ramos,<br />
Dan<strong>do</strong> sombra e consolo aos que padecem!” (24)<br />
Informação:<br />
“Nos últimos dez anos descobrimos que plantar uma horta<br />
e usá-la como recurso para o preparo de refeições na escola<br />
é um projeto perfeito para experimentar (...) os princípios<br />
da ecologia em ação. A horta restabelece a conexão<br />
das crianças com os fundamentos da alimentação – na<br />
verdade, com os próprios fundamentos da vida – ao mesmo<br />
tempo que integra e torna mais interessantes praticamente<br />
todas as atividades que acontecem na escola.” (25)<br />
11. • Criação de um jardim na sua casa ou na escola: observar os tipos<br />
de flores que precisam de mais sol ou de mais sombra, de mais ou menos<br />
água; informar-se sobre o melhor adubo para a terra; observar as cores das<br />
diversas espécies a serem plantadas, tamanho, altura, para planejar sua<br />
distribuição estética no espaço disponível. Confecção de plaquinhas<br />
artesanais, com pedaços de madeira de demolição, para decorar o jardim;<br />
nelas pintar pequenas mensagens éticas e poéticas e decorá-las com motivos<br />
liga<strong>do</strong>s à fauna e à flora.<br />
12. • Plantio de flores em vasos para colorir e alegrar toda a casa.<br />
Plantar mudas dessas flores em vasinhos para presentear amigos, parentes,<br />
professores... Decoração desses vasinhos com pedaços de fitas, retalhos de “O pincel registra<br />
panos estampa<strong>do</strong>s, juntan<strong>do</strong> cartões com mensagens de carinho.<br />
O início de primavera:<br />
Leveza de cores.”<br />
13. • Confecção de bloquinhos e cadernos com folhas de papel de embrulho<br />
ou qualquer outro papel descarta<strong>do</strong>. Caprichan<strong>do</strong> e usan<strong>do</strong> seu bom a Criação de haicais para as<br />
(26)<br />
gosto, você poderá presentear amigos. Economia de papel deixa as árvores quatro estações <strong>do</strong> ano: observar,<br />
felizes!<br />
no lugar em que você vive, aspectos<br />
típicos de cada estação – elementos<br />
14. • Criação de uma horta na escola. Informar-se sobre os procedimentos<br />
adequa<strong>do</strong>s para o cultivo de verduras, legumes e temperos. Acompa-<br />
da fauna, da flora, <strong>do</strong> clima, além<br />
das festas e <strong>do</strong>s acontecimentos<br />
nhar o crescimento <strong>do</strong>s vegetais planta<strong>do</strong>s; colher na época devida.<br />
marcantes de cada época <strong>do</strong> ano;<br />
escrever haicais que façam alusão<br />
Flores II, 1942<br />
a Preparo, com a ajuda das merendeiras, de refeições comunitárias,<br />
em determina<strong>do</strong> dia <strong>do</strong> mês – o “Dia da Alimentação Saudável”: saladas,<br />
sanduíches, sucos, feitos com produtos da horta.<br />
a Confecção de mural com cartazes alusivos ao valor nutricional<br />
desses alimentos.<br />
b) Diálogo entre linguagens<br />
1. • Criação de trovas inspiradas nos seguintes quadros de Portinari:<br />
Fauna e flora brasileiras; Floresta I; e Vende<strong>do</strong>r de passarinhos.<br />
a Decoração de caixinhas de fósforo: escrever ou digitar as trovinhas<br />
criadas em pequeninos papéis retangulares ou pedaços de teci<strong>do</strong><br />
e colar nas caixinhas.<br />
2. • Informação – Haicai é um tipo de poesia muito antiga, de origem<br />
japonesa, constituída de três versos de cinco, sete, cinco sílabas poéticas.<br />
Tradicionalmente, fala da natureza, usan<strong>do</strong> termos liga<strong>do</strong>s direta ou<br />
indiretamente às estações <strong>do</strong> ano.<br />
Ver como exemplo o belo haicai de<br />
Teruko Oda:<br />
ao verão, ao inverno, à primavera e<br />
ao outono em sua cidade.<br />
Gravura a ponta-seca/papel<br />
24,5 x 18,8cm<br />
29
Menino com Pássaro, 1957<br />
Pintura a óleo/tela<br />
65 x 53cm<br />
30<br />
a Ilustração <strong>do</strong> haicai com uma pintura, desenho<br />
ou foto para confecção de cartões poéticos de<br />
boas-vindas a cada nova estação <strong>do</strong> ano.<br />
Como é importante observar as mudanças da natureza,<br />
seus ciclos, os reflexos sobre nossas emoções, sentimentos,<br />
esta<strong>do</strong>s de espírito!...<br />
3. • Informação – Frans Krajcberg, polonês naturaliza<strong>do</strong><br />
brasileiro, é um ativista ecológico e artista plástico<br />
preocupa<strong>do</strong> com a preservação <strong>do</strong> meio ambiente. Ficou<br />
famoso internacionalmente por suas esculturas com<br />
madeiras de cedro mortas. Fez várias viagens à Amazônia<br />
e ao Pantanal Mato-Grossense, <strong>do</strong>cumentan<strong>do</strong> os<br />
desmatamentos e coletan<strong>do</strong> troncos e raízes calcina<strong>do</strong>s<br />
para usar como material em suas obras de arte. Vive<br />
atualmente em Nova Viçosa, sul da Bahia. Lá, no Sítio<br />
Natura, se encontra seu ateliê e o Museu Ecológico Frans<br />
Krajcberg.<br />
“Toda a sua obra se constitui num grito<br />
pungente da natureza viva, ameaçada<br />
de morte.” (27)<br />
a Pesquisa, em livros de arte ou na internet, de<br />
imagens de algumas dessas esculturas feitas por Frans<br />
Krajcberg com madeiras de florestas queimadas.<br />
a Criação de um trabalho artístico (desenho, pintura,<br />
colagem, escultura, poema, texto em prosa, etc.) que<br />
tenha por título “O grito pungente da natureza”.<br />
4. • Leitura da letra da música e, se possível, audição<br />
da melodia de “Passare<strong>do</strong>”, de Francis Hime e Chico<br />
Buarque.<br />
“Ei, pintassilgo<br />
Oi, pintarroxo<br />
Melro, uirapuru<br />
Ai, chega-e-vira<br />
Engole-vento<br />
Saíra, inhambu<br />
Foge, asa-branca<br />
Vai, patativa<br />
Tor<strong>do</strong>, tuju, tuim<br />
Xô, tié-sangue<br />
Xô, tié-fogo<br />
Xô, rouxinol sem fim<br />
Some, coleiro<br />
Anda, trigueiro<br />
Te esconde, colibri<br />
Voa, macuco<br />
Voa, viúva<br />
Utiariti<br />
Bico cala<strong>do</strong><br />
Toma cuida<strong>do</strong><br />
Que o homem vem aí<br />
O homem vem aí<br />
O homem vem aí<br />
Ei, quero-quero<br />
Oi, tico-tico<br />
Anum, pardal, chapim<br />
Xô, cotovia<br />
Xô, ave-fria<br />
Xô, pesca<strong>do</strong>r-martim<br />
Some, rolinha<br />
Anda, an<strong>do</strong>rinha<br />
Te esconde, bem-te-vi<br />
Voa, bicu<strong>do</strong><br />
Voa, sanhaço<br />
Vai, juriti<br />
Bico cala<strong>do</strong><br />
Muito cuida<strong>do</strong><br />
Que o homem vem aí<br />
O homem vem aí<br />
O homem vem aí” (28)<br />
5. • Roda de conversa: Quais <strong>do</strong>s pássaros cita<strong>do</strong>s<br />
na letra da música você conhece? Quais as características<br />
dessas avezinhas? Qual tem o canto mais belo? Qual<br />
a mais colorida? Quais as que existem em sua cidade?<br />
Alguma delas está ameaçada de extinção?<br />
6. • Troca de ideias sobre a letra da música “Passare<strong>do</strong>”:<br />
Quem é esse homem? Como ele é? O que ele pretende?<br />
Você conhece alguém assim? Ele está retrata<strong>do</strong> em algum<br />
<strong>do</strong>s quadros de Candi<strong>do</strong> Portinari? Ele pode ser puni<strong>do</strong> de<br />
alguma forma? Como? O que você diria a esse homem?<br />
7. • Criação de uma música cuja letra fale a esse<br />
“homem” cita<strong>do</strong> em “Passare<strong>do</strong>” o que ele precisaria<br />
ouvir de você.<br />
a Criação da letra e da melodia.<br />
a Criação de instrumentos de percussão com<br />
elementos descarta<strong>do</strong>s pela natureza e pelo ser humano<br />
(consultar os professores de <strong>Arte</strong>s e Música; e sites como,<br />
por exemplo, www.ciclonatural.com.br).<br />
a Gravação de sons de cantos de pássaros.<br />
a Apresentação da música, acompanhada <strong>do</strong>s instrumentos<br />
musicais cria<strong>do</strong>s e <strong>do</strong> canto grava<strong>do</strong> <strong>do</strong>s pássaros.<br />
“Íamos ver os ninhos de<br />
Passarinhos, cada um zelava<br />
De uns quantos. Nenhum os maltratava.” (29)<br />
(Candi<strong>do</strong> Portinari )<br />
8. • Leitura <strong>do</strong> início <strong>do</strong> poema “Canção <strong>do</strong> exílio”,<br />
de Gonçalves Dias. De longe, da Europa, esse poeta<br />
cantou o Brasil em versos, lembran<strong>do</strong>-se com saudade<br />
<strong>do</strong> sabiá e das palmeiras, típicos de nossa fauna e<br />
nossa flora.<br />
“Minha terra tem palmeiras,<br />
Onde canta o Sabiá;<br />
As aves, que aqui gorjeiam,<br />
Não gorjeiam como lá.” (30)<br />
a Minha terra tem também... Pesquisa a respeito <strong>do</strong><br />
pau-brasil, da seringueira e <strong>do</strong> cacaueiro. Quais as suas<br />
características? Em que regiões são encontradas? Com<br />
que finalidade são exploradas? Alguma delas sofreu ex-
Curiosidade: Com o cordel “Um gênio da<br />
arte; Candi<strong>do</strong> Portinari”, o poeta Daniel<br />
Fiúza homenageou nosso pintor maior.<br />
Pau-Brasil, 1938<br />
Pintura mural a afresco<br />
280 x 250cm<br />
Cacau, 1938<br />
Pintura mural a afresco<br />
280 x 298cm<br />
ploração predatória? Qual a importância de cada uma delas como marcos<br />
da história econômica <strong>do</strong> Brasil? Por que entraram em declínio os ciclos<br />
econômicos <strong>do</strong> pau-brasil, da borracha e <strong>do</strong> cacau? Qual a importância em<br />
especial <strong>do</strong> pau-brasil na história de nosso País?<br />
9. • O escritor baiano Jorge Ama<strong>do</strong> retratou, em alguns de seus romances, a<br />
dura realidade <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res das fazendas de cacau com suas famílias.<br />
a Leitura <strong>do</strong> seguinte trecho:<br />
“Os pés espalha<strong>do</strong>s pareciam de adultos, a barriga enorme,<br />
imensa da jaca e da terra que comiam (...) Pobres<br />
crianças amarelas, que corriam entre o ouro <strong>do</strong>s cacauais,<br />
vestidas de farrapo, os olhos mortos, quase imbecis.” (31)<br />
a Releitura das pranchas 3 e 4 <strong>do</strong> módulo 1 (série Retirantes) para<br />
observar pontos de contato entre Jorge Ama<strong>do</strong> e Candi<strong>do</strong> Portinari na forma<br />
como apresentam seus personagens e os efeitos <strong>do</strong> meio sobre eles.<br />
c) Contação de histórias<br />
1. • Informação – “O Esta<strong>do</strong> de São Paulo, pela lei de 11 de setembro<br />
de 1970, assinada pelo Governa<strong>do</strong>r Roberto Costa de Abreu Sodré,<br />
‘institui o Curupira como símbolo estadual <strong>do</strong> guardião das florestas<br />
e <strong>do</strong>s animais que nelas vivem’. No Horto Florestal da capital paulista<br />
há um monumento ao Curupira, inaugura<strong>do</strong> no Dia da Árvore, 21 de<br />
setembro.” (32)<br />
a Pesquisa sobre a lenda <strong>do</strong> Curupira, personagem <strong>do</strong> nosso folclore,<br />
“um <strong>do</strong>s mais espantosos e populares entes fantásticos das matas brasileiras”<br />
(33) . Resumo para narração oral.<br />
a Criação de história em quadrinhos<br />
com base na lenda.<br />
2. • Informação – Fábula é uma pequena<br />
narrativa popular, cujos personagens são<br />
Borracha, 1938<br />
Pintura mural a afresco<br />
280 x 248cm<br />
animais que agem como seres humanos. O<br />
objetivo é passar uma lição de moral.<br />
a Pesquisa de exemplos de fábulas famosas. Leitura em voz alta de uma<br />
delas. Troca de ideias sobre a moral da história.<br />
a Criação de fábula cujos personagens sejam os <strong>do</strong>is animais <strong>do</strong> quadro<br />
de Portinari Fauna e flora brasileiras. A moral da história deverá ser<br />
relativa à necessidade de preservação <strong>do</strong> meio ambiente.<br />
3. • Leitura <strong>do</strong> livro Plantan<strong>do</strong> uma amizade, de Rubens Matuck.<br />
a Troca de ideias: Por que será que o autor deu os sobrenomes Silvestre<br />
e Carvalho aos personagens protagonistas? Quais as principais questões que<br />
o livro levanta, relacionadas ao meio ambiente?<br />
a Criação de um caderno de anotações e desenhos, nos moldes<br />
<strong>do</strong> que o personagem José Silvestre fazia, sobre as plantas e árvores da cidade<br />
onde você mora.<br />
4. • Criação de um cordel (ver módulo 2, II, d, atividade 4) para homenagear<br />
Chico Mendes.<br />
a Inserção no cordel <strong>do</strong>s seguintes assuntos relativos a sua vida e obra:<br />
local e data de nascimento; escolaridade; ofício; papel como líder sindical;<br />
principais reivindicações e lutas; retaliações sofridas; participação política;<br />
perseguição política; sua proposta “União <strong>do</strong>s Povos da Floresta”; visita de<br />
membros da ONU a Chico Mendes, em Xapuri; participação em seminários,<br />
palestras e congressos; sua trágica morte; sua história contada na TV, no<br />
cinema e na música; entre outros.<br />
a Apresentação recitada <strong>do</strong>s cordéis.<br />
d) Passeio pela natureza<br />
1. • Visitação ao Ecoparque de Una: história, infraestrutura, localização,<br />
projetos, reserva biológica, biodiversidade, a Mata Atlântica.<br />
a Redação de pequeno relatório escrito sobre o que viu e aprendeu<br />
durante a visita. Inserção de fotos.<br />
a Criação de textos informativos sobre os seguintes assuntos: “A importância<br />
da Mata Atlântica <strong>do</strong> sul da Bahia”; “Espécies animais ameaçadas<br />
de extinção”; “A importância das reservas biológicas para a preservação das<br />
espécies animais”; “Turismo responsável”; “Consciência ambiental”. Reunião<br />
e organização <strong>do</strong>s textos para criação de uma revista ecológica<br />
artesanal, com os textos e imagens.<br />
e) Passeio pela natureza de Candi<strong>do</strong> Portinari<br />
1. • Leitura e fruição apenas...<br />
“ Paz repousante,<br />
Movem-se suavemente as folhas, e os pássaros.”<br />
“Assisti uma grande<br />
árvore dan<strong>do</strong> concerto e vi as areias dançan<strong>do</strong>.”<br />
“Leva-me, te mostrarei as árvores<br />
E os vaga-lumes nas noites escuras. Poderemos<br />
Amar a erva e o céu.” (34)<br />
(Candi<strong>do</strong> Portinari)<br />
31
Módulo 5<br />
O equilíbrio entre os seres humanos<br />
I – OBRAS DE CANDIDO PORTINARI<br />
a) Reflexão<br />
“O mais perfeito ato <strong>do</strong> homem é a PAZ e, por ser tão completo,<br />
tão pleno em si mesmo, é o mais difícil”.<br />
(Mahatma Gandhi)<br />
“Todas as coisas são interligadas como o sangue que une uma<br />
família. O que acontecer com a Terra acontecerá com seus filhos.<br />
O homem não pode tecer a trama da vida; ele é apenas um <strong>do</strong>s<br />
fios. Seja o que for que ele faça à trama, estará fazen<strong>do</strong> consigo<br />
mesmo.”<br />
(Chefe Seattle – atribuí<strong>do</strong>)<br />
b) Leitura <strong>do</strong>s quadros<br />
Prancha número 14: Paz<br />
a Conversar com o grupo sobre os painéis Guerra e Paz, a partir das seguintes<br />
informações:<br />
É possível reconhecer nas obras Guerra e Paz uma espécie de retrospectiva<br />
e reafirmação de questões marcantes na vida e na<br />
obra de Candi<strong>do</strong> Portinari.<br />
Nas imagens <strong>do</strong> painel Paz o foco é a valorização <strong>do</strong>s afetos,<br />
<strong>do</strong>s fazeres, da ludicidade, como experiências decisivas para que<br />
a vida de crianças, jovens, homens e mulheres possa significar<br />
bem-estar, alegria, realização, enquanto aprendiza<strong>do</strong>s que se<br />
32<br />
Paz (detalhe), 1952-1956<br />
Painel a óleo/madeira compensada<br />
1400 x 953cm (aproximadas) (irregular)
dão no compartilhamento, na troca, no diálogo, no respeito<br />
à singularidade.<br />
Em contrapartida, o painel Guerra projeta o sofrimento, a<br />
angústia, o desespero, a <strong>do</strong>r, por meio de homens e mulheres,<br />
abraça<strong>do</strong>s a si mesmos ou enlaça<strong>do</strong>s uns aos outros.<br />
Afirmam a presença da solidão como especial convite para<br />
que sejam pensadas e realizadas ações capazes de transformar<br />
o presente em futuro de esperança e paz.<br />
O convite para Candi<strong>do</strong> Portinari criar e executar a obra<br />
de arte a ser <strong>do</strong>ada pelo governo brasileiro à Organização<br />
das Nações Unidas, destinada à nova sede da ONU, foi oficializa<strong>do</strong><br />
em 1952 pelo secretário-geral dessa instituição,<br />
cuja responsabilidade principal é viabilizar a articulação<br />
e a negociação entre dirigentes de diversos países que a integram,<br />
em busca de caminhos para a construção da paz<br />
mundial.<br />
Em 27 de fevereiro de 1956, o então Presidente da República<br />
Juscelino Kubitschek inaugurou no Theatro Municipal<br />
<strong>do</strong> Rio de Janeiro a exposição <strong>do</strong>s referi<strong>do</strong>s painéis, que<br />
foram envia<strong>do</strong>s a Nova York no mesmo ano. No entanto<br />
Portinari não é convida<strong>do</strong> para a cerimônia oficial, em<br />
virtude de seu envolvimento com o Parti<strong>do</strong> Comunista.<br />
Os painéis seguem para os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, onde são monta<strong>do</strong>s<br />
no hall de entrada da Assembleia Geral e lá permanecem<br />
até hoje.<br />
(Isabel Reis)<br />
a Solicitar um voluntário para ler a legenda de título <strong>do</strong> quadro.<br />
a Explicar ao grupo que, para representar a Paz, Portinari inspirou-se na<br />
vida rural e bucólica de sua cidade natal, povoan<strong>do</strong>-a de personagens que<br />
lembram a sua infância na cidade de Bro<strong>do</strong>wski, interior de São Paulo: o<br />
menino com a arapuca (no centro, embaixo), o coral de crianças (no alto, à<br />
esquerda), os <strong>do</strong>is bodes brincan<strong>do</strong> (no centro <strong>do</strong> painel), o menino plantan<strong>do</strong><br />
bananeira, o bumba meu boi (na parte inferior), as colheitas de arroz (no<br />
alto <strong>do</strong> painel), entre outros. A concepção de Paz <strong>do</strong> artista é representada<br />
pela tranquilidade encontrada no campo, pela gente simples, as crianças pobres,<br />
os lavra<strong>do</strong>res. Portinari encontrou no mo<strong>do</strong> de vida <strong>do</strong>s humildes, num<br />
ambiente agrícola, a harmonia que pode ser desfrutada por uma sociedade<br />
pacífica e feliz.<br />
a Propor ao grupo que procure no quadro esses personagens cita<strong>do</strong>s, e que<br />
ao mesmo tempo comente se na sua cidade pode identificar personagens<br />
semelhantes a esses.<br />
a Perguntar ao grupo quais as cores pre<strong>do</strong>minantes no painel.<br />
Propor que cada um <strong>do</strong>s participantes descreva como ele vê, sente e pode<br />
transmitir a Paz.<br />
Prancha número 15: Plantan<strong>do</strong> bananeira<br />
a Propor que os participantes digam o que veem nesta cena registrada pelo<br />
quadro.<br />
a Perguntar ao grupo quantos personagens há no quadro (o menino e o<br />
carneiro).<br />
a Propor que descrevam o que o menino está fazen<strong>do</strong>, observan<strong>do</strong> como a<br />
legenda <strong>do</strong> título auxilia essa compreensão.<br />
Perguntar ao grupo se alguém sabe plantar bananeira e quais os conhecimentos<br />
e habilidades necessários para a realização dessa brincadeira.<br />
a Propor que o grupo busque no painel Paz a confirmação da presença<br />
desta cena. Após ela ser identificada, perguntar quais são as similaridades e<br />
diferenças entre o estu<strong>do</strong> e o painel.<br />
a Conversar com o grupo sobre a maneira pela qual o artista dividiu o<br />
fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> quadro (duas cores: azul, representan<strong>do</strong> o céu, e marrom claro, representan<strong>do</strong><br />
o chão onde as figuras <strong>do</strong> menino e <strong>do</strong> carneiro estão apoiadas).<br />
a Conversar sobre a técnica utilizada pelo artista (tinta a óleo sobre tela,<br />
feita com pinceladas cheias de tinta, presentes tanto na figura <strong>do</strong> menino,<br />
quanto na <strong>do</strong> carneiro, no céu e no solo.<br />
Prancha número 16: Dança de roda<br />
a Solicitar um voluntário para ler a legenda de título <strong>do</strong> desenho.<br />
a Explicar ao grupo que este é um estu<strong>do</strong> para uma das partes <strong>do</strong><br />
painel Paz.<br />
a Propor que o grupo procure no painel Paz a presença deste desenho,<br />
destacan<strong>do</strong> as modificações e similaridades desta situação representada no<br />
estu<strong>do</strong> e na obra acabada.<br />
a Perguntar ao grupo quais as cores pre<strong>do</strong>minantes na obra e explicar os<br />
diversos materiais usa<strong>do</strong>s por Portinari para produzir este desenho.<br />
Conversar com o grupo que a dança de roda era uma das formas pelas quais<br />
o pintor via a paz, numa visão singela da infância. (Concepção de paz na<br />
alegria e na inocência das brincadeiras infantis, que também favoreciam o<br />
exercício da afetividade).<br />
Ressaltar para o grupo que as meninas brincan<strong>do</strong> de roda fazem parte das<br />
brincadeiras típicas infantis: uma referência às brincadeiras da infância <strong>do</strong><br />
pintor, passada em Bro<strong>do</strong>wski.<br />
Solicitar que os participantes relatem como esta brincadeira tão antiga é praticada<br />
em sua cidade.<br />
Prancha número 17: Guerra<br />
a Solicitar um voluntário para ler a legenda de título <strong>do</strong> quadro.<br />
a Explicar ao grupo que, para representar a Guerra, Portinari optou<br />
pelo tema <strong>do</strong>s “Quatro Cavaleiros <strong>do</strong> Apocalipse” (à direita, acima das<br />
hienas), em vez de solda<strong>do</strong>s, armas, bombas e aviões em chamas. Uma visão<br />
simbólica em que a guerra seria representada através <strong>do</strong> sofrimento <strong>do</strong> povo.<br />
O bem e o mal, construin<strong>do</strong> a vida e também a morte. O sofrimento e as<br />
provações estão estampa<strong>do</strong>s nos rostos e nos corpos <strong>do</strong>s homens, mulheres e<br />
crianças, em toda a extensão <strong>do</strong> painel. Podemos contar 7 vezes a presença<br />
da figura da mãe com o filho morto no colo, fazen<strong>do</strong> alusão à célebre obra de<br />
33
34<br />
Leonar<strong>do</strong> da Vinci, Pietà (escultura em mármore de Carrara), representan<strong>do</strong><br />
Maria abrigan<strong>do</strong> o corpo de seu filho, Jesus Cristo, no colo, após ele ter si<strong>do</strong><br />
retira<strong>do</strong> da cruz. As faces <strong>do</strong>s retirantes nordestinos pinta<strong>do</strong>s por Portinari<br />
aparecem nos semblantes <strong>do</strong>s quase 70 personagens coloca<strong>do</strong>s no painel. O<br />
grupo de hienas (canto lateral, inferior, direito) é uma metáfora <strong>do</strong> homem<br />
violento, que faz a guerra.<br />
a Propor ao grupo que procure no quadro esses personagens.<br />
a Perguntar ao grupo quais as cores pre<strong>do</strong>minantes no painel.<br />
a Propor que cada um <strong>do</strong>s participantes descreva como ele vê, sente e pode<br />
transmitir a Guerra.<br />
Prancha número 18: A morte cavalgan<strong>do</strong><br />
a Explicar ao grupo que este desenho é um <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s para o<br />
painel Guerra.<br />
a Propor que um voluntário leia a legenda indicativa <strong>do</strong> título e perguntar<br />
se essa informação amplia ou modifica a percepção de cada um ao ver a<br />
imagem da obra indicada.<br />
a Convidar um <strong>do</strong>s participantes a contar aos colegas que leitura ele faz<br />
desta imagem: o que expressam os personagens; que sensação lhe causa esta<br />
figura da caveira, cavalgan<strong>do</strong>, com a foice.<br />
a Perguntar se já viram em algum outro lugar esta imagem representan<strong>do</strong><br />
a morte.<br />
a Perguntar que relação esta cena pode ter com o tema Guerra.<br />
Prancha número 19: Mãe e filha<br />
a Explicar ao grupo que este desenho é um <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s para o painel<br />
Guerra. Portinari se utilizou de diferentes qualidades de lápis (o grafite, o<br />
crayon, o lápis cera e o lápis sanguínea, que tem esse nome por causa da<br />
sua cor vermelha) para criar este desenho. Conversar com o grupo sobre as<br />
diferentes composições desses materiais e quais os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s pelo<br />
artista ao empregá-los.<br />
a Solicitar que os participantes descrevam os sentimentos que as personagens<br />
deste desenho expressam. Qual a relação entre as duas personagens?<br />
a Perguntar ao grupo que relações esta cena pode ter com o tema Guerra.<br />
a Propor ao grupo que busque no painel Guerra a presença desta cena<br />
representada aqui por desenho, observan<strong>do</strong> se existem modificações na representação<br />
<strong>do</strong> estu<strong>do</strong> e <strong>do</strong> painel.<br />
Prancha número 20: Mulher com menino morto<br />
a Explicar ao grupo que este desenho é mais um estu<strong>do</strong> para o<br />
painel Guerra.<br />
a Convidar os participantes a contar aos colegas que leitura se pode fazer<br />
desta imagem: o que expressam os personagens, qual a relação entre eles,<br />
que relações esta cena pode ter com o tema Guerra.<br />
a Conversar com o grupo sobre o sofrimento da mãe ao perder o filho e<br />
refletir sobre as diversas situações que retiram a vida de crianças. (Ressaltar<br />
os detalhes desta relação da mãe seguran<strong>do</strong> o filho morto no quadro.<br />
Conversar sobre o porquê de este tipo de imagem da mãe com o filho morto<br />
no colo ser conheci<strong>do</strong> por “Pietà”: trata-se de uma palavra em italiano,<br />
que quer dizer piedade. A escultura <strong>do</strong> artista italiano Michelangelo, que<br />
viveu de 1475 a 1564, mostra Maria, com seu filho Jesus, morto, logo que<br />
foi retira<strong>do</strong> da cruz, e tem o nome de Pietà. Foi daí que se convencionou<br />
dar o nome de “Pietà” a uma pintura ou escultura com este tema).<br />
a Propor que os participantes localizem no quadro Guerra este desenho.<br />
Quantas vezes esta imagem da mãe com o filho morto no colo aparece no<br />
painel Guerra?<br />
Prancha número 21: Homem<br />
a Conversar com o grupo a respeito <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s por Portinari<br />
para os painéis Guerra e Paz.<br />
Antes de pintar os painéis Portinari realizou o que chamamos de “estu<strong>do</strong>s<br />
preliminares”, compostos de cerca de 190 desenhos de personagens, 4 maquetes<br />
e 14 quadros de grandes formatos. Os desenhos foram, em seguida,<br />
seleciona<strong>do</strong>s para a composição final <strong>do</strong>s grandes painéis, de 14m x 10m. As<br />
maquetes, de 1,37 x 1m, e os 14 grandes quadros pinta<strong>do</strong>s orientaram to<strong>do</strong><br />
o tempo a execução <strong>do</strong>s grandes painéis.<br />
a O que o personagem representa<strong>do</strong> na figura de um homem parece<br />
estar fazen<strong>do</strong>?<br />
a Conversar com o grupo sobre a força expressiva de detalhes <strong>do</strong> corpo<br />
(pescoço, pés, mãos, olhos, etc.) deste personagem.<br />
a Perguntar aos participantes que associações eles podem fazer ao ver este<br />
desenho. Por quê?<br />
Prancha número 22: Mulher<br />
a Explicar ao grupo que este é um <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s que serviram de base para<br />
uma das partes <strong>do</strong> painel Guerra.<br />
a Observar com o grupo que este quadro é um desenho a grafite<br />
e lápis de cor.<br />
a Propor ao grupo que busque no painel Guerra a presença desta cena<br />
representada aqui por desenho, observan<strong>do</strong> se existem modificações na representação<br />
<strong>do</strong> estu<strong>do</strong> e <strong>do</strong> painel.<br />
a Propor ao grupo que faça uma lista de palavras que lhe vêm à mente ao<br />
observar este desenho. Em seguida pedir que cada um <strong>do</strong>s participantes fale<br />
quais são essas palavras e, se possível, explique por que essas palavras foram<br />
escolhidas.
II – ATIVIDADES INTEGRADAS<br />
a) Reflexão e ação<br />
1. • Leitura <strong>do</strong> seguinte fragmento de texto de Leonar<strong>do</strong> Boff:<br />
“O sintoma mais <strong>do</strong>loroso, já constata<strong>do</strong> há décadas por sérios analistas e pensa<strong>do</strong>res contemporâneos,<br />
é um difuso mal-estar da civilização. Aparece sob o fenômeno <strong>do</strong> descui<strong>do</strong>,<br />
<strong>do</strong> descaso e <strong>do</strong> aban<strong>do</strong>no, numa palavra, da falta de cuida<strong>do</strong>.<br />
− Há um descui<strong>do</strong> e um descaso pela vida inocente de crianças, usadas como combustível<br />
na produção para o merca<strong>do</strong> mundial. (...)<br />
− Há um descui<strong>do</strong> e um descaso manifesto pelo destino <strong>do</strong>s pobres e marginaliza<strong>do</strong>s da<br />
humanidade, flagela<strong>do</strong>s pela fome crônica (...)<br />
− Há um descui<strong>do</strong> e um descaso imensos pelo sorte <strong>do</strong>s desemprega<strong>do</strong>s e aposenta<strong>do</strong>s, sobretu<strong>do</strong><br />
<strong>do</strong>s milhões e milhões de excluí<strong>do</strong>s <strong>do</strong> processo de produção, ti<strong>do</strong>s como descartáveis<br />
e zeros econômicos. (...)<br />
− Há um descui<strong>do</strong> e um aban<strong>do</strong>no <strong>do</strong>s sonhos de generosidade (...) Menospreza-se a tradição<br />
da solidariedade. Faz-se pouco <strong>do</strong>s ideais de liberdade e de dignidade para to<strong>do</strong>s os<br />
seres humanos. (...)<br />
− Há um descui<strong>do</strong> e uma falta de atenção na salvaguarda da nossa casa comum, o planeta<br />
Terra. Solos são envenena<strong>do</strong>s, ares são contamina<strong>do</strong>s, águas são poluídas, florestas são<br />
dizimadas, espécies de seres vivos são exterminadas (...)” (35)<br />
a Seleção de algumas pranchas de quadros de Candi<strong>do</strong> Portinari que poderiam ilustrar situações resultantes de<br />
alguma forma de descaso. Apresentação e explicação oral.<br />
3. • O teólogo Leonar<strong>do</strong> Boff denuncia em seu texto: “Há um descui<strong>do</strong> e uma falta de atenção na salvaguarda<br />
da nossa casa comum, o planeta Terra.”<br />
O cientista Marcelo Gleiser dá a seguinte declaração: “Estamos aprenden<strong>do</strong> que a Terra é um planeta extremamente<br />
importante, extremamente raro, quase um oásis sagra<strong>do</strong>, em uma galáxia extremamente hostil à<br />
vida. (...) A vida é rara, nós, seres inteligentes, somos extremamente raros (...) e, portanto, importantíssimos<br />
na preservação da vida. Temos uma nova missão cósmica: preservar a vida a to<strong>do</strong> custo, entender a importância<br />
fundamental da Terra e a nossa dependência dela também. Cada vez mais, entendemos o seguinte:<br />
a Terra estaria perfeitamente bem sem a gente, mas a gente, sem a Terra, não conseguiria sobreviver.” (36)<br />
a Escolha, nessa declaração de Marcelo Gleiser, da frase que seja o mais contundente grito de alerta em relação<br />
ao fato que Leonar<strong>do</strong> Boff denuncia.<br />
4. • Em outro fragmento <strong>do</strong> texto li<strong>do</strong>, Leonar<strong>do</strong> Boff afirma: “Há um descui<strong>do</strong> e um descaso imensos pelo sorte<br />
<strong>do</strong>s desemprega<strong>do</strong>s e aposenta<strong>do</strong>s”.<br />
Isso nos remete à questão da importância <strong>do</strong> trabalho tanto <strong>do</strong> ponto de vista individual quanto social. Candi<strong>do</strong><br />
Portinari, em muitos de seus quadros, valoriza o homem que trabalha, ao mesmo tempo que denuncia as difíceis<br />
condições de vida de alguns desses trabalha<strong>do</strong>res, seus corpos refletin<strong>do</strong> a dureza de seus ofícios. O trabalho compartilha<strong>do</strong><br />
é um <strong>do</strong>s símbolos de situações de paz na sua obra.<br />
e Organização <strong>do</strong> evento “Mãos à Obra de Mãos Dadas”, em homenagem a to<strong>do</strong>s que trabalham ou já trabalha-<br />
2. • Interpretação <strong>do</strong> texto li<strong>do</strong>: A que fato criminoso o autor se refere, ao mencionar o “descaso pela vida<br />
inocente das crianças”? Como se explica, nesse mesmo contexto, a comparação de “crianças” a “combustível”?<br />
Quem são os “marginaliza<strong>do</strong>s da humanidade”? Como se explica a equiparação <strong>do</strong> ser humano a um objeto que<br />
não mais serve, que por isso se pode descartar?<br />
a Seleção (em jornais, revistas, rádio, TV, etc.) e apresentação de notícias que exemplifiquem:<br />
– aban<strong>do</strong>no da generosidade;<br />
– menosprezo pela solidariedade;<br />
– descaso pelos ideais de liberdade e dignidade para to<strong>do</strong>s.<br />
Colheita de Café, 1958<br />
Pintura a óleo/madeira<br />
60 x 73cm<br />
Pesca<strong>do</strong>res,1953<br />
Pintura a óleo/tela<br />
61 x 73cm<br />
35
As Moças de Arcozelo, 1940<br />
Pintura a óleo/tela<br />
60 x 73cm<br />
ram, a ser realiza<strong>do</strong> no Dia <strong>do</strong> Trabalha<strong>do</strong>r, em 1º de maio:<br />
– Realização de entrevistas com trabalha<strong>do</strong>res de diferentes áreas (motorista, pesca<strong>do</strong>r, cata<strong>do</strong>r de caranguejo,<br />
marisqueiro, comerciante, agricultor, professor, merendeira, artista, médico, enfermeiro, cata<strong>do</strong>r<br />
de lixo, artesão, empregada <strong>do</strong>méstica, funcionário administrativo, entre outros). Formular previamente as<br />
perguntas por escrito.<br />
O professor poderá auxiliar na elaboração <strong>do</strong> questionário dan<strong>do</strong> alguns exemplos: Qual o seu nome? Sua idade? Seu ofício?<br />
Gosta <strong>do</strong> que faz? Desde quan<strong>do</strong> trabalha? Tem carteira assinada? Seu trabalho de alguma forma prejudica sua saúde? Como<br />
é exatamente seu dia de trabalho? Trabalha sozinho ou em grupo? Acha fácil ou difícil trabalhar em grupo? Tem direito a<br />
aposenta<strong>do</strong>ria? Trabalha em contato direto com o público? Que facilidade ou dificuldade encontra nessa relação direta? Trabalha<br />
em contato com a natureza? Esse contato o beneficia ou prejudica? Em que seu trabalho beneficia você, sua família, a<br />
sociedade? Considera que o trabalho contribui para a paz entre as pessoas? De que forma?<br />
– Apresentação de trechos das entrevistas em mural, com fotos <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s e mensagem de louvor<br />
a esses trabalha<strong>do</strong>res.<br />
– Troca de ideias – espaço aberto de livre expressão – debates, opiniões a respeito <strong>do</strong>s seguintes temas<br />
basicamente: “Benefício <strong>do</strong> trabalho para o indivíduo, a família, a sociedade”; “Relação entre o trabalho e o<br />
conceito de paz”; “Trabalho, relações interpessoais e harmonia”.<br />
O professor poderá avaliar a conveniência e viabilidade de incluir entre os debate<strong>do</strong>res os trabalha<strong>do</strong>res entrevista<strong>do</strong>s<br />
e suas famílias.<br />
b) Contação de histórias<br />
1. • O bauzinho é um elemento muito presente na obra de Portinari. Em suas memórias de criança, afloram<br />
lembranças das avós italianas, as noninhas, que ao chegarem ao Brasil como imigrantes, no fim <strong>do</strong> século<br />
XIX, tinham por hábito trazer um baú com to<strong>do</strong>s os seus pertences. Nele guardavam também cartas, fotos,<br />
recordações da família distante.<br />
a Contação de histórias sobre um objeto em que você guarde tu<strong>do</strong> que possui de mais importante, que<br />
você deseja preservar para sempre: Qual é esse objeto? Como ele é? Você o ganhou ou construiu? Que sentimentos<br />
ele desperta em você quan<strong>do</strong> o abre? Com que frequência você o visita? Daria de presente a alguém esse<br />
objeto? A quem? Por quê? Ele guarda algum segre<strong>do</strong>? Ele traz a você muitas recordações? Você poderia contar<br />
algumas delas?<br />
2. • Criação <strong>do</strong> “Bauzinho da Amizade”<br />
O professor deverá sortear os nomes <strong>do</strong>s alunos e os distribuir, para que cada aluno receba o nome de um colega a<br />
quem dará um baú.<br />
a Confecção <strong>do</strong> baú com material descartável (caixas de papelão ou de madeira, latas, etc.); decoração<br />
externa e interna.<br />
a Criação de mensagem afetuosa para o colega (o que deseja de bom para a vida dele). Criação de cartão<br />
ilustra<strong>do</strong> com inserção da mensagem redigida, a ser coloca<strong>do</strong> dentro <strong>do</strong> baú.<br />
a Reunião, no baú, de alguns presentes: um objeto pessoal de que goste muito, a fim de <strong>do</strong>á-lo ao amigo; alguma<br />
coisa que para você simbolize vida (exemplo: semente); algo de muito saboroso (um bolo caseiro, um <strong>do</strong>ce...); um<br />
perfume suave ... e outras coisas que você queira oferecer como prova de amizade.<br />
c) Diálogo entre linguagens<br />
36<br />
1. • Leitura das seguintes palavras de Candi<strong>do</strong> Portinari:
“O pintor social crê ser o intérprete <strong>do</strong> povo, mensageiro<br />
de seus sentimentos. É aquele que deseja a paz,<br />
a justiça, a liberdade. É aquele que crê que os homens<br />
possam participar <strong>do</strong>s prazeres <strong>do</strong> universo. Ouvir o<br />
canto <strong>do</strong>s pássaros. Ver as águas <strong>do</strong>s rios que correm<br />
fecundan<strong>do</strong> a terra. Ver o céu estrela<strong>do</strong> e respirar o ar<br />
das manhãs sem nuvens. Sem nenhum outro pensamento<br />
senão o de fraternidade e paz. Homens viven<strong>do</strong><br />
em clima de justiça. Onde não haja meninos famintos.<br />
Onde não haja homens sem direitos. Onde não haja<br />
mães choran<strong>do</strong> e velhos morren<strong>do</strong> ao desabrigo.” (37)<br />
2. • Interpretação <strong>do</strong> texto li<strong>do</strong>: O que difere um pintor de um pintor<br />
social? Como se consegue ser intérprete, mensageiro <strong>do</strong> sentimento<br />
de alguém? O que significa no contexto “respirar o ar das manhãs sem<br />
nuvens”?<br />
a Seleção de pranchas de obras de Portinari que poderiam ilustrar<br />
o que, para o pintor social, não pode absolutamente existir; apresentação<br />
e explicação oral.<br />
a Seleção de pranchas de obras de Portinari que poderiam ilustrar<br />
o que o pintor social almeja; apresentação e explicação oral.<br />
3. • Realização da atividade “Qual é a música?” – desafio de<br />
memória.<br />
a Identificação <strong>do</strong>s substantivos emprega<strong>do</strong>s no texto de Candi<strong>do</strong><br />
Portinari (pintor, paz, terra, justiça, céu...).<br />
O professor irá anotan<strong>do</strong> os substantivos indica<strong>do</strong>s pelos alunos numa folha.<br />
A seguir, recortará cada palavra a ser sorteada. Indicará duplas de alunos<br />
para o desafio. Este desafio consiste em que os concorrentes se lembrem<br />
de músicas em cujas letras exista a palavra sorteada. Aquele que se lembrar<br />
de mais músicas vence a prova. O professor estabelecerá, ainda, outras regras<br />
que se fizerem necessárias.<br />
a Canto, total ou parcial, das músicas.<br />
4. • Releitura <strong>do</strong> último parágrafo da Carta da Terra para reflexão:<br />
“Que o nosso tempo seja lembra<strong>do</strong> pelo despertar de uma nova reverência face<br />
à vida, pelo compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, a intensificação<br />
<strong>do</strong>s esforços pela justiça e pela paz e a alegre celebração da vida.”<br />
5. • Organização de passeata: “Está na hora de acordar!”<br />
a Seleção, dentre os textos li<strong>do</strong>s, de frases, palavras de denúncia, palavras de alerta e/ou palavras<br />
de reverência à paz, à vida, ao planeta; reprodução de imagens de obras de Candi<strong>do</strong> Portinari;<br />
confecção, com esse material, de faixas, cartazes, bandeiras, etc.<br />
a Realização da passeata nos arre<strong>do</strong>res da escola, ou em outro local, conforme acor<strong>do</strong> prévio<br />
com a direção, familiares, comunidade<br />
e autoridades competentes.<br />
d) Celebração da Vida<br />
1. • Leitura da letra da seguinte música<br />
de Jorge Ben Jor, com audição, se<br />
possível, da melodia:<br />
O dia em que o Sol declarou o seu<br />
amor pela Terra<br />
“Terra terra terra terra amor<br />
Eu sou o Sol<br />
Sou eu que brilho<br />
Pra você meu amor<br />
Eu sou o Sol<br />
Eu sou o astro rei<br />
A maravilha cósmica<br />
Que Deus fez<br />
Por isso eu lhe <strong>do</strong>u<br />
De presente<br />
To<strong>do</strong> o meu calor<br />
Com muito amor<br />
E lhe dizer<br />
Que eu sou o Sol<br />
Sou eu que brilho<br />
Pra você meu amor<br />
Não fique zangada quan<strong>do</strong> eu esquento<br />
a Lua<br />
Nos dias que ela fica minguada<br />
Pois ela dizen<strong>do</strong> que sente ciúmes de<br />
você<br />
Não quer se enfeitar nem aparecer<br />
Mas quan<strong>do</strong> eu <strong>do</strong>u meu calor pra ela<br />
Ela fica nova cheia de vida e toda prosa<br />
Começa a brilhar e a aparecer e dizer:<br />
Que eu sou, eu sou o Sol<br />
Eu sou o Sol<br />
Sou eu que brilho<br />
Pra você meu amor”<br />
a Redação de um texto, em prosa ou poesia,<br />
que seja a sua declaração de amor à Terra.<br />
Paz, 1955<br />
Desenho a grafite, crayon, sanguínea e<br />
lápis de cor/papel<br />
51 x 36.5cm<br />
37
Anexos<br />
I. Sugestões de atividades complementares<br />
Para o módulo 1:<br />
• Aos alunos a partir <strong>do</strong> 6º. ano <strong>do</strong> Ensino Fundamental, aos alunos <strong>do</strong><br />
Ensino Médio e aos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA):<br />
a leituras de livros: Plantan<strong>do</strong> uma amizade, de Rubens Matuck; Justino,<br />
o retirante, de Odette de Barros Mott;<br />
a leitura das letras e audição das seguintes músicas que falam <strong>do</strong> sentimento<br />
de quem sai de seu lugar de origem e pisa em novo chão: “Asa branca”,<br />
de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira;“Sampa”, de Caetano Veloso; “Peguei<br />
um Ita no Norte”, de Dorival Caymmi.<br />
• Aos alunos a partir <strong>do</strong> 9º ano <strong>do</strong> Ensino Fundamental, aos alunos <strong>do</strong><br />
Ensino Médio e aos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA):<br />
a leituras de livros: Vidas secas, de Graciliano Ramos, e Morte e vida<br />
severina, de João Cabral de Melo Neto, que tratam da dura vida <strong>do</strong> sertanejo<br />
nordestino.<br />
Para o módulo 2:<br />
• Aos alunos a partir <strong>do</strong> 6º. ano <strong>do</strong> Ensino Fundamental, aos alunos <strong>do</strong><br />
Ensino Médio e aos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA):<br />
a leitura de livros: Na praia, no luar, tartaruga quer o mar, de Ana Maria<br />
Macha<strong>do</strong>; Aventuras de uma gota d’água, de Samuel Murgel Branco;<br />
Os rios morrem de sede, de Wander Piroli; A Iara e a poluição das águas,<br />
de Samuel Murgel Branco;<br />
a leitura das letras e audição das seguintes músicas: “As baleias”, de Roberto<br />
Carlos e Erasmo Carlos; “Planeta Água”, de Guilherme Arantes; “Águas<br />
de março”, de Tom Jobim; “Arrastão”, de Edu Lobo e Vinicius de Moraes;<br />
canções praieiras de Dorival Caymmi;<br />
a visita ao local ou via internet ao Projeto Tamar e ao Instituto Jubarte.<br />
• Aos alunos a partir <strong>do</strong> 9º ano <strong>do</strong> Ensino Fundamental, aos alunos <strong>do</strong><br />
Ensino Médio e aos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA):<br />
a leitura <strong>do</strong> poema “Adeus a Sete Quedas”, de Carlos Drummond de<br />
Andrade.<br />
Para o módulo 3:<br />
• Aos alunos a partir <strong>do</strong> 6º. ano <strong>do</strong> Ensino Fundamental, aos alunos <strong>do</strong><br />
Ensino Médio e aos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA):<br />
a leitura <strong>do</strong>s livros Passeio por dentro da Terra e Carolina e o vento, de<br />
Samuel Murgel Branco;<br />
a leitura da letra e audição da música “Tema de Os inconfidentes”, de<br />
Chico Buarque e Ennio Morriconi, música criada sobre versos de Cecília Meireles,<br />
no Romanceiro da Inconfidência;<br />
a apreciação <strong>do</strong>s filmes O aleijadinho (2003), dirigi<strong>do</strong> por Geral<strong>do</strong> Santos<br />
Pereira; Os trapalhões na Serra Pelada (1983), dirigi<strong>do</strong> por J. B. Tanko; e<br />
Só dez por cento é mentira (2009), de Pedro Cezar, sobre a vida e a obra <strong>do</strong><br />
poeta Manoel de Barros;<br />
a visita, via internet, ao Museu de Mineralogia de Minas <strong>Professor</strong><br />
Djalma Guimarães e ao Museu de Ciência e Técnica Escola de Minas /<br />
UFOP – Ouro Preto.<br />
38
Para o módulo 4:<br />
• Aos alunos a partir <strong>do</strong> 6º. ano <strong>do</strong> Ensino Fundamental, aos alunos <strong>do</strong><br />
Ensino Médio e aos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA):<br />
a leitura de livros: Pau-brasil, de Regina Casé e Estevão Ciavatta; Frans<br />
Krajcberg, de Renata Sant’Anna e Valquíria Prates; ABC <strong>do</strong> Zoo – animais<br />
<strong>do</strong> Brasil, de Pedro Maia; Rubens, o semea<strong>do</strong>r, de Ruth Rocha; A última<br />
flor amarela e Vida de passarinho, de Caulus; Tutu, o menino índio, de<br />
Toni Brandão; Curupira e o equilíbrio da natureza, Florinha e a fotossíntese<br />
e Natureza e seres vivos, de Samuel Murgel Branco; Não se mata<br />
na mata: lembranças de Ron<strong>do</strong>n e Gente, bicho, planta: o mun<strong>do</strong> me<br />
encanta, de Ana Maria Macha<strong>do</strong>; e mais as seguintes obras de Rubens Matuck:<br />
A caatinga; Árvores das cidades; Histórias da floresta: Pescaria e<br />
O gavião; Plantan<strong>do</strong> uma amizade; Por dentro da Mata Atlântica; Por<br />
dentro <strong>do</strong>s cerra<strong>do</strong>s; Tu<strong>do</strong> é semente;<br />
a leitura da letra e audição da música “Passarim”, de Tom Jobim e<br />
Paulo Jobim;<br />
a apreciação <strong>do</strong> seguinte filme: Tainá – uma aventura na Amazônia,<br />
dirigi<strong>do</strong> por Tânia Lamarca e Sérgio Bloch;<br />
a visita aos seguintes museus: Museu Ecológico Frans Krajcberg (Bahia),<br />
Museu da Borracha (Acre), Museu <strong>do</strong> Cacau (Bahia); na impossibilidade,<br />
visita aos sites dessas instituições;<br />
a visita ao Jardim Botânico <strong>do</strong> Rio de Janeiro; na impossibilidade, visita<br />
ao site.<br />
• Aos alunos a partir <strong>do</strong> 9º ano <strong>do</strong> Ensino Fundamental, aos alunos <strong>do</strong><br />
Ensino Médio e aos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA):<br />
a leitura <strong>do</strong>s livros Terras <strong>do</strong> sem-fim e São Jorge <strong>do</strong>s Ilhéus, de<br />
Jorge Ama<strong>do</strong>.<br />
Para o módulo 5:<br />
• Aos alunos a partir <strong>do</strong> 6º. ano <strong>do</strong> Ensino Fundamental, aos alunos <strong>do</strong><br />
Ensino Médio e aos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA):<br />
a leitura <strong>do</strong>s seguintes livros: O menino <strong>do</strong> de<strong>do</strong> verde, de Maurice<br />
Druon; Azul e lin<strong>do</strong>: planeta Terra, nossa casa e Declaração universal<br />
<strong>do</strong>s direitos humanos, de Ruth Rocha e Otavio Roth; 50 coisas simples que<br />
as crianças podem fazer para salvar a Terra, The Earth Works Group,<br />
tradução de Reynal<strong>do</strong> Guarany;<br />
a leitura das letras e audição das músicas: “Planeta Água”, de Guilherme<br />
Arantes; “O sal da Terra”, de Beto Guedes e Ronal<strong>do</strong> Bastos; “Planeta azul”,<br />
de Xororó e Aldemir”.<br />
• Aos alunos a partir <strong>do</strong> 9º ano <strong>do</strong> Ensino Fundamental, aos alunos <strong>do</strong><br />
Ensino Médio e aos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA):<br />
a leitura <strong>do</strong>s seguintes livros: Saber cuidar – ética <strong>do</strong> humano –<br />
compaixão pela Terra, de Leonar<strong>do</strong> Boff; Mun<strong>do</strong> sustentável, de André<br />
Trigueiro.<br />
II. Estilos/movimentos artísticos<br />
Classissismo – a pintura acadêmica – pintura caracterizada por um<br />
rigoroso estu<strong>do</strong> da figura humana; pelas proporções consideradas “corretas”<br />
das figuras retratadas; por uma grande preocupação em mostrar a cena o<br />
mais realisticamente possível. São considera<strong>do</strong>s mestres da pintura clássica:<br />
Raphael (1483-1520), Tintoretto (1518-1594), Michelangelo(1475 -1564), Leonar<strong>do</strong><br />
da Vinci (1452-1519).<br />
Impressionismo - movimento surgi<strong>do</strong> na França em 1860. O nome<br />
“impressionismo” foi cunha<strong>do</strong> por um crítico de arte da época, inspira<strong>do</strong><br />
no título <strong>do</strong> quadro de Claude Monet, “Impressão - o amanhecer”. Os “impressionistas”,<br />
que incluem Pissarro, Sisley, Renoir, entre outros, rejeitavam<br />
os tons escuros em sua paleta, saíam <strong>do</strong>s ateliês sombrios <strong>do</strong> século 19 e buscavam<br />
inspiração na luminosidade <strong>do</strong>s parques, <strong>do</strong> campo, das ruas de Paris.<br />
As pinturas impressionistas são caracterizadas por suas cores brilhantes,<br />
pelos temas alegres e festivos, pela imagem de belas mulheres. Seus segui<strong>do</strong>res<br />
privilegiavam a transmissão de uma sensação a partir da observação,<br />
utilizan<strong>do</strong>-se de pinceladas fragmentadas e um prisma de cores. Este movimento<br />
marca o processo de ruptura com a tradição pictórica <strong>do</strong>s classisistas.<br />
Expressionismo – movimento que engloba a arte, a literatura e a<br />
arquitetura e que visa comunicar as realidades emocionais de uma situação,<br />
não estan<strong>do</strong> preso a mostrar o aspecto realista “externo”. O termo foi<br />
primeiramente usa<strong>do</strong> na Alemanha em 1911, mas as raízes <strong>do</strong> movimento<br />
podem ser traçadas a partir de Van Gogh e Gauguin, em 1880. Foram nomes<br />
influentes no movimento o norueguês Edvard Münch e o belga James Ensor.<br />
No expressionismo as concepções tradicionais de beleza e proporção clássicas<br />
são aban<strong>do</strong>nadas visto que o artista desconstrói esses parâmetros. Liberto <strong>do</strong><br />
realismo clássico o artista expressa os seus sentimentos através da distorção<br />
das formas, das cores vibrantes e <strong>do</strong> exagera<strong>do</strong> ritmo linear.<br />
39
40<br />
Cubismo – surgi<strong>do</strong> em 1907, quan<strong>do</strong> Picasso e Braque passam a rejeitar<br />
as formas e a perspectiva usadas pelos renascentistas e dão menor atenção<br />
às preocupações com a luz e a atmosfera, tão presentes nos impressionistas.<br />
A obra “As moças de Avignon”, de Picasso, marca o início <strong>do</strong> movimento e<br />
explora as relações entre cor e linha, figura e fun<strong>do</strong>, volume e plano, ressaltan<strong>do</strong><br />
o caráter pictórico da representação, mas sem aban<strong>do</strong>nar a referência<br />
direta com a realidade. Objetos e pessoas são pinta<strong>do</strong>s a partir de uma análise<br />
“geometrizada” <strong>do</strong> real. São nomes expressivos dentro <strong>do</strong> movimento:<br />
Pablo Picasso (1881 -1973), George Braque (1882-1963), Fernand Léger (1881<br />
- 1955), André Derain (1880 -1954).<br />
Surrealismo - movimento importante surgi<strong>do</strong> na França, entre as duas<br />
guerras mundiais. O primeiro Manisfesto Surrealista de André Breton, de<br />
1924, propunha a subversão <strong>do</strong> realismo <strong>do</strong> século 19 por três outras características:<br />
o humor, o sonho e o absur<strong>do</strong>. A ideia básica era de libertar o artista<br />
da necessidade da lógica clássica, abrin<strong>do</strong> espaço para a lógica <strong>do</strong> universo<br />
onírico, a lógica <strong>do</strong> nonsense, que para uma lógica realista parece sem senti<strong>do</strong>.<br />
Vários trabalhos de Dali, Magritte e Tanguy buscam recriar a fantasia<br />
através <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s sonhos. Objetos são retira<strong>do</strong>s de seu contexto habitual,<br />
seus tamanhos drasticamente muda<strong>do</strong>s, ou são representa<strong>do</strong>s como sen<strong>do</strong><br />
feitos de material completamente inadequa<strong>do</strong>s, tais como os relógios derreti<strong>do</strong>s<br />
de Dali. São nomes representativos dentro <strong>do</strong> movimento: Salva<strong>do</strong>r Dali<br />
(1904-1989), René Magritte (1898-1976), Giorgio de Chirico. O Surrealismo<br />
enfatiza o papel <strong>do</strong> inconsciente na atividade cria<strong>do</strong>ra.<br />
III. Características gerais da técnica de pintura<br />
Suporte - É o material sobre o qual é feita a pintura. Em artes plásticas<br />
podem ser utilizadas como suporte a madeira e aglomera<strong>do</strong>s, resinas sintéticas,<br />
papel, pedra, vidro, teci<strong>do</strong> (tela) ou mesmo paredes rebocadas. Não<br />
deve ser confundida com base, que se trata da superfície já preparada antes<br />
que o processo de pintura tenha início. O propósito da base é isolar a tinta <strong>do</strong><br />
suporte de mo<strong>do</strong> que impeça a interação química entre ambos; tornar o suporte<br />
menos absorvente; propiciar uma superfície satisfatória para a pintura<br />
ou o desenho e realçar o brilho das cores. Ex.: o gesso na pintura de cavalete.<br />
Tinta - pigmentos: material sóli<strong>do</strong> de origem vegetal, animal ou mineral<br />
(e atualmente também sintético), que caracteriza a cor da tinta. Estes são os<br />
elementos básicos das tintas e em suas composições podem ser utilizadas terras<br />
naturais ou calcinadas, resíduos animais e vegetais (osso calcina<strong>do</strong>, sangue<br />
ou folhas), pedras, pó de ouro ou prata. Determina<strong>do</strong> pigmento, como o<br />
giz ou caulim, classifica<strong>do</strong> como material inerte e com efeito limita<strong>do</strong> sobre<br />
a cor da tinta, é adiciona<strong>do</strong> para controlar as propriedades de uma tinta ou<br />
reduzir custos.<br />
Veículo - também denomina<strong>do</strong> medium, emulsão ou diluente, é o meio<br />
onde os pigmentos vão ser diluí<strong>do</strong>s. Pode ser líqui<strong>do</strong>, como a água, cera derretida,<br />
cola, óleo ou gema de ovo; ou sóli<strong>do</strong>, como o talco, o gesso ou a argila.<br />
Aderente - também denomina<strong>do</strong> aglutinante, é a substância que “liga”<br />
as partículas de pigmento de uma tinta, agin<strong>do</strong> também como responsável<br />
pela aderência (fixação) <strong>do</strong> pigmento ao suporte. Pode ser à base de água,<br />
goma-arábica ou cola.<br />
IV. Algumas técnicas usadas por Candi<strong>do</strong> Portinari<br />
Têmpera – Técnica pictórica que emprega solução especial de tintas diluídas<br />
em veículos à base de cola, gema de ovo e água. A têmpera se caracteriza<br />
pela vivacidade e pela profundidade <strong>do</strong> campo cromático que permite. Sua<br />
execução deve ser muito rápida, pois a solução seca em pouco tempo (pintura<br />
a têmpera/ reboco – painel a têmpera).<br />
Afresco – Técnica de pintura mural, muito antiga, usada pelos artistas<br />
italianos entre os séculos 14 e 16. A parede é preparada com camadas de<br />
gesso e o artista trabalha enquanto a última camada ainda está molhada,<br />
com pigmentos de cor a base de água.<br />
Pintura a óleo – Técnica pictórica à base de tintas misturadas com óleos<br />
(de linhaça ou de noz) e resinas vegetais secativas; aplicadas sobre tela (teci<strong>do</strong>),<br />
pedra, madeira (painel), papelão ou cobre (dificilmente sobre papel ou pergaminho,<br />
devi<strong>do</strong> às bordas de absorção deixadas pelas substâncias oleosas). A<br />
pintura a óleo sempre foi, desde o século 15, a técnica preferida pela maioria <strong>do</strong>s<br />
artistas plásticos, pela variedade de suportes que permite utilizar. O óleo (que<br />
não seca sobre a tela, e sim se oxida, forman<strong>do</strong> uma película dura, ligan<strong>do</strong> o<br />
pigmento à base) permite modificações de cor e de tonalidades produzidas pela<br />
combinação de camadas translúcidas superpostas, além de permitir qualquer<br />
variedade de textura, <strong>do</strong> empaste à superfície lisa da porcelana.
Notas<br />
1. Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, versos da letra da música “Asa<br />
branca”.<br />
2. Fragmento <strong>do</strong> texto “O sertanejo”, parte “O homem”, de Euclydes da<br />
Cunha, in: Os sertões (Campanha de Canu<strong>do</strong>s).<br />
3. Mauro Santayana. “O inventário <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>”, in: Guerra e Paz – Portinari,<br />
pp. 138, 139.<br />
4. Fragmento <strong>do</strong> texto “O desafio ecológico das cidades”, de Alfre<strong>do</strong> Sirkis,<br />
in: <strong>Meio</strong> ambiente no século 21, p.220 (adaptação).<br />
5. Edu Lobo e Vinicius de Moraes, versos da letra da música “Arrastão”.<br />
6. Fragmento <strong>do</strong> texto “Existe uma única água no mun<strong>do</strong>”, de Roberto<br />
Otsu, in: A sabe<strong>do</strong>ria da natureza, capítulo 2, pp. 54 a 56.<br />
7. Marina Silva, trecho <strong>do</strong> Prefácio <strong>do</strong> livro <strong>Meio</strong> ambiente no século 21,<br />
pp. 10, 11.<br />
8. Candi<strong>do</strong> Portinari, trechos de poemas <strong>do</strong> livro Portinari poemas.<br />
9. Dorival Caymmi, versos da letra da música “O mar”.<br />
10. Candi<strong>do</strong> Portinari, trechos de poemas <strong>do</strong> livro Portinari poemas.<br />
11. Fragmento <strong>do</strong> poema “Ouro Preto”, de Manuel Bandeira, in: Antologia<br />
poética, p. 113.<br />
12. Fragmento <strong>do</strong> texto “Contribuição <strong>do</strong> ouro <strong>do</strong> Brasil ao progresso da<br />
Inglaterra”, de Eduar<strong>do</strong> Galeano, in: As veias abertas da América Latina,<br />
pp.67, 68, 69.<br />
13. Fragmento <strong>do</strong> Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles, in:<br />
Antologia poética Cecília Meireles, p. 175.<br />
14. Fragmento de poema <strong>do</strong> livro Marília de Dirceu, de Thomás Antônio<br />
Gonzaga, in: Marília de Dirceu, Lira XXXVII, p.170.<br />
15. Fragmento <strong>do</strong> poema “O voo sobre as igrejas”, de Carlos Drummond de<br />
Andrade, in: Carlos Drummond de Andrade – Poesia completa e prosa,<br />
p. 87.<br />
16. Fonte de consulta: texto “A importância <strong>do</strong>s recursos minerais”,<br />
de Cesar Antônio Schenini, in: <br />
17. Fragmento <strong>do</strong> texto “A dilapidação <strong>do</strong>s recursos naturais”, de Antônio<br />
Lago e José Augusto Pádua, in: O que é ecologia, pp. 72, 74.<br />
18. Fragmento <strong>do</strong> texto “Fontes alternativas de energia”, de Samuel Murgel<br />
Branco, in: Energia e meio ambiente, p. 65.<br />
19. Fragmento <strong>do</strong> texto “Poupan<strong>do</strong> nossos tesouros enterra<strong>do</strong>s”, The Earth<br />
Works Group, in: 50 coisas simples que as crianças podem fazer para<br />
salvar a Terra, p. 21.<br />
20. Fragmento <strong>do</strong> texto “Sustentabilidade, consumo e publicidade”, in:<br />
Mun<strong>do</strong> sustentável, de André Trigueiro, p. 40.<br />
21. Texto de Manoel de Barros in: Memórias Inventadas – a infância. São<br />
Paulo: Editora Planeta, 2003.<br />
22. Frase de Chico Mendes. Disponível em <br />
23. Trecho adapta<strong>do</strong> <strong>do</strong> texto “As florestas tropicais e as mudanças climáticas<br />
globais: atitudes pessoais e alternativas para uma biotecnologia<br />
ambiental para o sequestro de carbono”, de Marcos S. Buckeridge, in:<br />
Mun<strong>do</strong> sustentável, de André Trigueiro, p. 150.<br />
24. Soneto de Olavo Bilac, in: Olavo Bilac (poesia), p. 69.<br />
25. Fragmento <strong>do</strong> texto “Alfabetização ecológica: o desafio para a educação<br />
<strong>do</strong> século 21”, de Fritjof Capra, in: <strong>Meio</strong> ambiente no século 21, p. 26.<br />
26. Haicai de Teruko Oda, in: Natureza – berço <strong>do</strong> haicai (kigologia e<br />
antologia), p. 165.<br />
27. Frase extraída <strong>do</strong> site (Guia turismo – Frans<br />
Krajcberg).<br />
28. Letra da música “Passare<strong>do</strong>”, de Francis Hime e Chico Buarque, in: Chico<br />
Buarque letra e música 1, Companhia das Letras, p.116.<br />
29. Candi<strong>do</strong> Portinari, trechos de poemas <strong>do</strong> livro Portinari poemas.<br />
30. Fragmento <strong>do</strong> poema “Canção <strong>do</strong> exílio”, de Gonçalves Dias, in: Poesia<br />
<strong>do</strong> Brasil, organização de Manuel Bandeira, p.101.<br />
31. Fragmento <strong>do</strong> texto “A militância política na obra de Jorge Ama<strong>do</strong>”,<br />
de Luiz Gustavo Freitas Rossi, in: O universo de Jorge Ama<strong>do</strong> –<br />
cadernos de leituras, de Lilia Moritz Schwarcz e Ilana Seltzer Goldstein<br />
(organização), p.26.<br />
32. Extraí<strong>do</strong> <strong>do</strong> Dicionário <strong>do</strong> folclore brasileiro, de Luis da Camara<br />
Cascu<strong>do</strong>, p.273.<br />
33. Extraí<strong>do</strong> <strong>do</strong> Dicionário <strong>do</strong> folclore brasileiro, de Luis da Camara<br />
Cascu<strong>do</strong>, p.273.<br />
34. Candi<strong>do</strong> Portinari, trechos de poemas <strong>do</strong> livro Portinari poemas.<br />
35. Fragmento <strong>do</strong> texto “Sintomas da crise civilizacional”, in: Saber<br />
cuidar – ética <strong>do</strong> humano – compaixão pela Terra, de Leonar<strong>do</strong> Boff,<br />
pp. 18, 19, 20).<br />
36. Trecho da entrevista de Marcelo Gleiser ao site <br />
37. Palavras com que Portinari encerrou sua conferência “O Senti<strong>do</strong> Social<br />
da <strong>Arte</strong>”, a convite <strong>do</strong> Centro de Estudantes de Belas <strong>Arte</strong>s, em Buenos Aires,<br />
em 26 de julho de 1947.<br />
41
Referências<br />
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2. www.ciclonatural.com.br<br />
3. www.dicionariompb.com.br<br />
4. www.ecoparque.org.br<br />
5. www.jbrj.gov.br<br />
6. www.mun<strong>do</strong>sustentável.com.br<br />
7. www.portinari.org.br<br />
8. http://sosfauna.braslink.com<br />
9. www.sosma.org.br<br />
III – TEXTOS ENCONTRADOS NA INTERNET:<br />
1. “A Carta da Terra”. Disponível em < www.cartadaterrabrasil.org/><br />
2. “Adeus a sete quedas”, de Carlos Drummond de Andrade. Disponível em:<br />
<br />
3. “A importância <strong>do</strong>s recursos minerais”. Cesar Antônio Schenini. Disponível<br />
em <br />
4. “Arrastão”. Edu Lobo e Vinicius de Moraes. Disponível em <br />
5. “Asa branca”. Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. Disponível em <br />
6. “Importância <strong>do</strong>s recursos minerais”. Disponível em <br />
7. “Lamento sertanejo”. Dominguinhos e Gilberto Gil. Disponível em <br />
8. “O mar”. Dorival Caymmi. Disponível em <br />
9. “Recurso natural” (adaptação). Disponível em <br />
10. “Sonhos brasis”, de Gonzaguinha. Disponível em <br />
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Portinari – <strong>Arte</strong> e meio ambiente<br />
Ficha técnica<br />
Criação e coordenação geral <strong>do</strong> projeto:<br />
Suely Avellar<br />
Elaboração <strong>do</strong> caderno <strong>do</strong> professor<br />
I. Leitura <strong>do</strong>s quadros:<br />
Suely Avellar<br />
Isabel Reis<br />
II. Atividades Integradas:<br />
Nadya Ferreira Jesus<br />
Lena Jesus Ponte<br />
Design gráfico e diagramação:<br />
Rita Loureiro<br />
Projeto Portinari<br />
Direção:<br />
João Candi<strong>do</strong> Portinari<br />
Área técnica:<br />
Noélia Coutinho<br />
Elisanete Albernaz da Silva<br />
Área de arte educação:<br />
Suely Avellar<br />
Isabel Reis<br />
Área de comunicação e projetos:<br />
Maria Duarte<br />
Gabriela Valente<br />
Juliana Cassidy<br />
Sarah Bazin (estagiária)<br />
Área de tecnologia:<br />
Rafael Pereira<br />
Área administrativa:<br />
Roseane Mace<strong>do</strong><br />
Vera Bendia<br />
Fatima Pereira<br />
Reinal<strong>do</strong> Oliveira<br />
Assessoria Jurídica:<br />
Maria Edina de O. Carvalho Portinari<br />
Luís Guilherme Vieira<br />
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