O Menino de Oito Oculos
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Texto Maria Tereza Mendonça <strong>de</strong> Barros<br />
Ilustração Ricardo Paonessa<br />
Coor<strong>de</strong>nação Valdir Cimino
Autora<br />
Texto<br />
Maria Tereza Mendonça <strong>de</strong> Barros<br />
Maria Tereza Mendonça <strong>de</strong> Barros<br />
Ilustração<br />
Ricardo Paonessa<br />
Projeto gráfico<br />
Austra Design<br />
Impressão<br />
Litokromia<br />
Tiragem<br />
10.000 exemplares<br />
Coor<strong>de</strong>nação<br />
Valdir Cimino<br />
Dados Internacionais <strong>de</strong> Catalogação na Publicação (CIP)<br />
Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil<br />
Barros, Maria Tereza Mendonça <strong>de</strong><br />
O menino dos oito óculos / Maria Tereza Ilustrador<br />
Mendonça <strong>de</strong> Barros ; ilustrador Ricardo<br />
Ricardo Paonessa<br />
Paonessa. -- São Paulo : Edições Viva e Deixe<br />
Viver, 2006.<br />
Coor<strong>de</strong>nação<br />
ISBN 85-60129-04-9<br />
Valdir Cimino<br />
1. Contos - Literatura infanto-juvenil<br />
2. Coragem - Literatura infanto-juvenil<br />
3. Literatura infanto-juvenil I. Paonessa, Ricardo.<br />
II . Título.<br />
06-5304<br />
Índices para catálogo sistemático:<br />
1. Literatura infantil 028.5<br />
2. Literatura infanto-juvenil 028.5<br />
São Paulo 2006<br />
CDD-028.5
TECA MENDONÇA nos presenteia com esta história <strong>de</strong> superação<br />
e esperança.<br />
Impossível ler e não refletir sobre esta lição <strong>de</strong> valores, <strong>de</strong><br />
sentimentos, e não sentir um alerta nos convocando para meditar um<br />
pouco mais sobre nossos <strong>de</strong>veres, responsabilida<strong>de</strong> e respeito aos<br />
limites <strong>de</strong> cada ser humano.<br />
O valente JOÃO nos “fez ver”, através dos seus óculos coloridos, sua<br />
forma criativa <strong>de</strong> se expressar, que nasce da necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> enfrentar sua <strong>de</strong>ficiência e mostrar ao mundo como contornar<br />
e superar aquilo que nos falta.<br />
Ah........ fadinhas criadoras das qualida<strong>de</strong>s humanas!!<br />
Quantos <strong>de</strong> nós viemos com <strong>de</strong>feitos <strong>de</strong> fabricação!!<br />
Mas, apenas nos resignamos e seguimos carregando nossas<br />
imperfeições <strong>de</strong> forma bem escondida, tão escondida que nem<br />
mesmo os 8 óculos do nosso menino po<strong>de</strong>riam nos fazer ver.<br />
Diva Mastroti
Texto<br />
Maria Tereza Mendonça <strong>de</strong> Barros<br />
Ilustração<br />
Ricardo Paonessa<br />
Projeto gráfico<br />
Austra Design<br />
Impressão<br />
Litokromia<br />
Tiragem<br />
10.000 exemplares<br />
Coor<strong>de</strong>nação<br />
Valdir Cimino<br />
Dados Internacionais <strong>de</strong> Catalogação na Publicação (CIP)<br />
Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil<br />
Barros, Maria Tereza Mendonça <strong>de</strong><br />
O menino dos oito óculos / Maria Tereza<br />
Mendonça <strong>de</strong> Barros ; ilustrador Ricardo<br />
Paonessa. Edições -- São Viva Paulo e Deixe : Edições Viver, Viva 2006. e Deixe<br />
Viver, 2006.<br />
ISBN 85-60129-04-9<br />
1. Contos - Literatura infanto-juvenil<br />
2. Coragem - Literatura infanto-juvenil<br />
3. Literatura infanto-juvenil I. Paonessa, Ricardo.<br />
II . Título.<br />
06-5304<br />
Índices para catálogo sistemático:<br />
1. Literatura infantil 028.5<br />
2. Literatura infanto-juvenil 028.5<br />
Dados Internacionais <strong>de</strong> Catalogação na Publicação (CIP)<br />
Ficha catalográfica feita pelo autor<br />
Barros, Maria Tereza Mendonça <strong>de</strong><br />
O menino dos oito óculos / Maria Tereza Mendonça <strong>de</strong> Barros<br />
[ ilustrações <strong>de</strong> Ricardo Paonessa e coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Valdir Cimino ] . – São Paulo :<br />
ISBN: 978-85-60129-04-9<br />
1. Literatura infanto-juvenil. I. Barros, Maria Tereza Mendonça. II. Cimino,<br />
Valdir. III. Paonessa, Ricardo. IV. Título.<br />
CDD-028.5<br />
CDD: 028.5<br />
CDU: 82-93<br />
Índices para catálogo sistemático<br />
1. Literatura infantil 028.5<br />
2. Literatura infanto-juvenil 808.899282
www.vivae<strong>de</strong>ixeviver.org.br
Missão Missão<br />
Missão<br />
Por meio da arte <strong>de</strong> contar histórias, formamos cidadãos conscientes<br />
da importância do acolhimento e que produzem bem-estar a partir<br />
<strong>de</strong> valores humanos como empatia, ética e afeto.<br />
Fomentar a educação e Cultura na Saú<strong>de</strong> através da leitura e do<br />
brincar,<br />
Promover<br />
visando<br />
entretenimento,<br />
transformar a internação<br />
cultura e informação<br />
hospitalar <strong>de</strong><br />
educacional<br />
crianças e<br />
através<br />
adolescentes<br />
do estímulo<br />
em<br />
à<br />
um<br />
leitura<br />
momento<br />
e do brincar,<br />
mais alegre,<br />
visando<br />
agradável<br />
transformar<br />
e terapêutico,<br />
a internação<br />
contribuindo<br />
hospitalar <strong>de</strong><br />
positivamente<br />
crianças e<br />
positivamente<br />
adolescentes<br />
para<br />
em um<br />
o bem<br />
momento<br />
estar <strong>de</strong><br />
mais<br />
seus<br />
alegre<br />
familiares<br />
e agradável,<br />
e equipe<br />
contribuindo<br />
multidisciplinar.<br />
positivamente para o bem estar <strong>de</strong> seus<br />
familiares e equipe multidisciplinar.<br />
Visão Visão<br />
Visão<br />
Ser reconhecida Visão como uma Organização da Socieda<strong>de</strong> Civil que<br />
Ser reconhecido como uma OSCIP que <strong>de</strong>senvolve cidadãos para o<br />
<strong>de</strong>senvolve cumprimento<br />
Desenvolver cidadãos do<br />
e<br />
trabalho<br />
capacitar para voluntário o cumprimento indivíduo<br />
<strong>de</strong> maneira<br />
para o do cumprimento<br />
consciente, trabalho voluntário<br />
do trabalho<br />
<strong>de</strong> maneira compromentida<br />
voluntário consciente, na área<br />
e constante.<br />
da comprometida saú<strong>de</strong>,<br />
Ser referência<br />
através da e em<br />
arte constante. Educação<br />
<strong>de</strong> contar<br />
e Cultura Ser histórias referência por<br />
e do<br />
meio<br />
brincar,<br />
da promoção<br />
<strong>de</strong> maneira<br />
<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s<br />
consciente,<br />
<strong>de</strong> ensino<br />
comprometida<br />
continuado.<br />
e constante.<br />
em educação e cultura por meio da promoção <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
ensino continuado.<br />
Causa<br />
Contribuir para para a humanização a humanização da socieda<strong>de</strong>, dos hospitais fortalecendo e casas valores <strong>de</strong> e apoio,<br />
princípios fortalecendo éticos valores essenciais e entre princípios sujeitos essenciais que produzem do ser humano, saú<strong>de</strong>. como:<br />
Causa<br />
amor, responsabilida<strong>de</strong>, organização, transparência, respeito, paz,<br />
cooperação e união.<br />
Uma socieda<strong>de</strong> construída com base em relações humanizadas.
Começava mais um um dia dia agitado no no céu. Na Na sala <strong>de</strong> <strong>de</strong> preparação dos dos<br />
bebês prestes a a nascer, as as fadas criadoras das das qualida<strong>de</strong>s humanas<br />
cercavam o o corpinho <strong>de</strong> <strong>de</strong> um um <strong>de</strong>les, que que dormia calmamente.<br />
6 6<br />
A A Fada-Vermelha agitou sua sua varinha <strong>de</strong> <strong>de</strong> condão e e disse:<br />
- - Serás bravo e e corajoso e e não temerás enfrentar<br />
a a vida e e lutar por por aquilo em em que acreditas.
A A Fada-Amarela girou sua sua varinha e e falou:<br />
- Teu - Teu coração será vibrante e e generoso<br />
e e levarás luz luz e e alegria a a todos.<br />
7 7
- - Terás a a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong> cuidar das plantas, <strong>de</strong> <strong>de</strong> usar o o po<strong>de</strong>r<br />
da da natureza para curar as as feridas trazidas pelo <strong>de</strong>scuido com a a<br />
vida e e com a a saú<strong>de</strong> –– afirmou a a Fada-Ver<strong>de</strong>.<br />
8 8<br />
A A Fada-Azul-Escuro-da-Noite se se aproximou e e disse:<br />
- - Tua mente será brilhante como uma estrela no no céu e e terás<br />
o o dom <strong>de</strong> <strong>de</strong> transmitir sabedoria para os os que te te cercam.
A A Fada-Rosa também se se juntou às às outras e, e, balançando sua<br />
varinha sobre o o coraçãozinho do do menino, falou:<br />
- - Eu Eu te te atribuo o o dom da da amorosida<strong>de</strong>. Serás muito amado<br />
e e lançarás as as sementes do do amor em todas as as direções.<br />
9 9
A A última a a se se aproximar foi foi a a Fada-Lilás, que que conce<strong>de</strong>u ao ao bebê<br />
o o dom da da fé fé e e a a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong> falar com os os anjos protetores.<br />
10 10
- - Está faltando a a Fada-da-Fala – – disse a a chefe do do grupo. - - On<strong>de</strong><br />
será que que ela ela se se meteu? Não po<strong>de</strong>mos esperar mais, pois o o túnel<br />
que que levará o o menino à à Terra já já está se se abrindo e e temos apenas<br />
três três minutos para encaminhá-lo à à mãe.<br />
11 11
E E LÁ LÁ SE SE FOI FOI O O PEQUENO JOÃO,<br />
ESCORREGANDO PELO TÚNEL E<br />
E<br />
MERGULHANDO NO NO RIO RIO DA DA VIDA<br />
ATÉ ENTRAR NA NA BARRIGA DA DA MÃE.<br />
12 12
- - Meninas, <strong>de</strong>sculpem o o atraso –– falou ao ao chegar a a esbaforida<br />
Fada-da-Fala. –– Eu Eu me me distraí conversando com uma amiga, mas<br />
agora estou aqui.<br />
- - Tar<strong>de</strong> <strong>de</strong>mais, o o pequeno João já já partiu –– afirmou a a Rainha-das-Fadas.<br />
- - Oh, meu Deus, o o que fazer? – – lamentou a a Fada-da-Fala.<br />
- - O O jeito é é ensinar a a ele ele outra forma <strong>de</strong> <strong>de</strong> se se comunicar – – sentenciou a<br />
a<br />
chefe do do grupo.<br />
13 13
João nasceu cercado <strong>de</strong> <strong>de</strong> carinho e e amor. Logo perceberam que ele ele<br />
não falava, embora ouvisse os os sons ao ao seu redor.<br />
- - Oh, meu querido! –– lamentou a a mãe, <strong>de</strong>solada. - - Como é é que você<br />
vai vai po<strong>de</strong>r entrar em em contato com os os outros?<br />
14 14
À À medida que o o menino<br />
cresceu, aqueles que oo<br />
cercavam foram apren<strong>de</strong>ndo aa<br />
ler ler em em seus olhos o o que ele ele sentia<br />
e e queria. João era era muito alegre,<br />
apesar da da <strong>de</strong>ficiência, e e parecia<br />
dar dar força a a todos, tentando<br />
provar que era era capaz <strong>de</strong> <strong>de</strong> ter ter<br />
uma vida bem normal.<br />
15 15
Chegou a a hora <strong>de</strong> <strong>de</strong> ir ir para a a escola e e enfrentar oo<br />
convívio com <strong>de</strong>sconhecidos. No No primeiro dia dia foi foi<br />
com o o coração apertado, mas o o passo era era firme.<br />
Procurou participar da da melhor forma possível, mas<br />
pela primeira vez vez sentiu-se triste por por não conseguir<br />
falar com os os novos amigos. A A professora era era<br />
<strong>de</strong>dicada, mas não conseguia enten<strong>de</strong>r o o que<br />
acontecia com ele. E E João passou dias imaginando<br />
como podia fazer.<br />
16 16
Foi Foi em em uma aula <strong>de</strong> <strong>de</strong> artes, quando estavam brincando <strong>de</strong> <strong>de</strong> montar<br />
óculos <strong>de</strong> <strong>de</strong> cartolina, que a a idéia surgiu <strong>de</strong> <strong>de</strong> repente. Naquela noite<br />
sonhou com uma linda moça que o o estimulou a a pôr pôr em em prática oo<br />
que tinha pensado.<br />
17 17
No No seu quarto ficou concentrado por por mais <strong>de</strong> <strong>de</strong> uma hora.<br />
Sua mãe ficou curiosa e e acabou entrando, <strong>de</strong>vagarinho,<br />
para ver ver o o que acontecia. João nem percebeu, pois<br />
usava toda a a sua atenção para pintar oito óculos <strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
papelão que tinha recortado.<br />
18 18
- - O O que você vai vai fazer com isso? –– perguntou a a mãe.<br />
O O menino colocou primeiro o o óculos vermelho e e fez fez pose <strong>de</strong> <strong>de</strong> luta.<br />
Depois vestiu o o ver<strong>de</strong> e e passou a a dançar com a a vassoura, varrendo<br />
os os cantos por por on<strong>de</strong> passava.<br />
19 19
Em Em seguida colocou o o amarelo e e abriu um um sorriso radiante. Aí Aí foi foi<br />
a a vez vez do do rosa, e e ele ele espalhou beijos com a a palma da da mão.<br />
20 20
– – Acho que que você quer dizer algo, <strong>de</strong>ixe-me adivinhar – – disse a a<br />
mãe, curiosa.<br />
– – O O óculos vermelho dá dá impressão <strong>de</strong> <strong>de</strong> luta. – – João concordou com<br />
a a cabeça, feliz feliz com o o fato fato <strong>de</strong> <strong>de</strong> a a mãe ter ter entendido. Ela Ela continuou:<br />
– – O O ver<strong>de</strong> indica limpar e e cuidar, e e o o amarelo traz traz calor e e alegria.<br />
O O rosa só só po<strong>de</strong> ser ser amor. Tem mais algum?<br />
21 21
João colocou o o óculos lilás e e ficou numa posição<br />
pensativa e e sonhadora, <strong>de</strong>pois o o trocou pelo azul e e abriu<br />
um um livro, concentrando-se na na leitura. Em Em seguida, vestiu<br />
um um preto e e seu olhar parecia triste e e sombrio. Finalmente,<br />
pôs o o branco, voltando a a ficar em em paz.<br />
22 22
- - Meu filho amado –– afirmou a a mãe, orgulhosa –, –, que linda maneira<br />
que você achou <strong>de</strong> <strong>de</strong> mostrar o o que vai vai em em seu coração! Agora só só<br />
precisa mostrar para os os outros como é é que você faz faz e e ajudar outras<br />
crianças <strong>de</strong>ficientes a a também abrir seus corações e e a a mostrar que<br />
estão vivas e e cheias <strong>de</strong> <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong> expressar o o que acontece com elas.<br />
A A partir <strong>de</strong>sse dia, todos passaram a a prestar atenção em em João e e aa<br />
respeitar sua imensa força <strong>de</strong> <strong>de</strong> viver. Ele Ele passou a a ser ser conhecido como<br />
“o “o João dos oito óculos”. E, E, lá lá do do ceú, as as fadas protetoras aplaudiram<br />
o o pequeno guerreiro. A A Fada-da-Fala suspirou aliviada, pois o o pequeno<br />
João <strong>de</strong>scobrira um um novo jeito <strong>de</strong> <strong>de</strong> se se expressar.<br />
23 23