São Paulo, domingo, 14 de junho de 1998

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Entenda a teoria da dependência

da Reportagem Local

O principal conceito da teoria da dependência é o de que existe uma relação de subordinação entre países no sistema capitalista.
Em uma posição de domínio estão as chamadas economias "centrais" -os países da Europa, Estados Unidos, Japão.
No restante do mundo, predominariam as economias "periféricas", os países da América Latina, África, boa parte da Ásia.
Os países de economia periférica foram, em geral, colônias dos países centrais ou então apresentaram um desenvolvimento tardio. Têm que importar capitais e tecnologia dos países centrais.
Os países dependentes não conseguem, porém, criar uma economia forte o suficiente para ter um desenvolvimento autônomo, independente das economias centrais, em parte exatamente porque existe essa relação de subordinação entre as duas partes.
Esses conceitos, que já eram discutidos por economistas e outros intelectuais latino-americanos desde a década de 40, foram sistematizados por Fernando Henrique Cardoso, então vivendo no Chile, e pelo sociólogo chileno Enzo Faletto no livro "Dependência e Desenvolvimento na América Latina", escrito entre 1966 e 1967.
Na época, vários países latino-americanos passavam por crises políticas e muitos pesquisadores e intelectuais buscaram refúgio no Chile, entre eles FHC, em parte porque Santiago era sede de uma série de organismos internacionais, entre eles a Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e Caribe das Nações Unidas).
Os problemas políticos enfrentados por esses países ajudaram a fomentar o debate e os estudos sobre as relações entre os países, inclusive sobre a dependência entre os países mais ricos e os mais pobres.



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