CULTURA

Torcida sorocabana para o Oscar


Pela primeira vez o Brasil concorre ao Oscar na categoria animação e, como aquele velho ditado que sorocabano está em tudo, é claro que desta vez não poderia ser diferente. O artista gráfico Gil Caserta, nascido aqui na cidade, participou da produção do filme O menino e o mundo e está na expectativa pelo prêmio. Inclusive todos estão convidados a participarem da Torcida Animada: O menino e o Oscar, que tem como slogan Vamos colorir o tapete vermelho. A festa é aberta aos interessados em geral e está marcada para o dia 28 de fevereiro, a partir das 18h30, na sede do Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba (Macs), na avenida Dr. Afonso Vergueiro, 280, ao lado da antiga estação ferroviária. O evento contará com DJ, food trucks e gravação de um vídeo, que será enviado ao diretor do filme Alê Abreu, que estará na cerimônia da entrega do prêmio, nos Estados Unidos.

Com quase 30 anos de experiência na área, Gil Caserta comenta que seu trabalho foi mais voltado à parte técnica, de preparar os arquivos finais, a master digital para os cinemas e festivais, fazer ajustes e correções de imagem em cenas, movimentos de câmeras e ajustes em animações.

Conforme Gil, o que o filme tem de mais bonito é a simplicidade. "O traço do boneco parece desenhado por uma criança. A beleza dos traços singelos e do colorido exuberante criam um clima único. Para o Alê Abreu, a trilha sonora também é importantíssima no filme e parece que essa combinação toda produziu um material diferenciado, muito próprio, com identidade. Lembrando que o filme praticamente não possui diálogos, é universal em todas as linguagens: visual e sonora", afirma. Por isso a aposta nesse trabalho. "É um filme único", comenta Gil.

A felicidade pela indicação ao Oscar e a expectativa pelo prêmio é grande. As chances são muitas já que O menino e o mundo acumula 45 premiações, sendo que a mais recente delas é o Annie Awards, considerado o "Oscar da animação". "O filme abocanhou todos os grandes prêmios, mas o mais significativo para quem trabalha com animação foi o do festival de Annecy, na França", destaca Gil. "Estamos todos esperançosos, porque afinal nem só de time de futebol e escola de samba vivem os brasileiros", afirma.

Se o filme levar o prêmio, Gil acredita que abrirá as portas para todo o mercado de animação do Brasil. "Não será apenas o Alê que vai colher esses frutos, mas toda uma cadeia relacionada à produção de animação para cinema e TV. Neste momento estão sendo produzidos dezenas de filmes longa-metragem animados aqui no País. Imagina isso ganhando o mundo no rastro do sucesso do filme do Alê."



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