[an error occurred while processing this directive][an error occurred while processing this directive] Blanchard e o velho Lyceu | O POVO
Audifax Rios 24/02/2012 - 01h30

Blanchard e o velho Lyceu

Tínhamos um carinho especial por Blanchard Girão, dado sua conduta como cidadão, e suas firmes convicções
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Debruçado sobre uma pilha de livros para pesquisa sobre biografia que ora elaboramos, nos conscientizamos cada vez mais quão importante foi, para a vida dos cearenses, a existência do velho Liceu do Ceará, nos tempos áureos equiparado ao famoso Colégio Pedro II do Rio de Janeiro.


Nomes e mais nomes desfilam neste amontoado de páginas, homens que mais tarde se destacaram nos diversos setores da sociedade: políticos, artistas, profissionais liberais que deixaram sua marca na vida pública de Fortaleza e outras geografias. Muitos deles deram depoimentos nos dois volumes organizados por Auriberto Cavalcante (O Liceu do meu tempo), outros foram lembrados pelo saudoso memorialista Blanchard Girão no seu saboroso O Liceu e o Bonde, que também enfeixou testemunhos importantes de atores do processo evolutivo do Ceará. Todos unânimes em recordar os ônibus do Artur Pedreira; a farda de cáqui Floriano com castelinho no quepe e no colarinho; os colegas de arruaça dentro e fora do colégio; o bedel João Pedro... e, principalmente, os mestres dirigidos por Otávio Farias, dentre os quais Monsenhor Quinderé, Martinz de Aguiar, Jáder de Carvalho, César Campelo, Domingos Barroso e Dario Soares. Isso lá pelos meados dos anos quarenta quando da estudantada faziam parte Temístocles de Castro e Silva, Aquiles Peres Mota, Luiz Carlos Barreto, Milton Morais, Manoel Lima Soares, Dorian Sampaio, Luciano Magalhães, Antonio Pontes Tavares, Paes de Andrade muitos outros.


Não somos desse tempo, mas quase nos rotulamos de liceista em 1965. Havíamos concluído o científico no Colégio João Pontes (Cnec), onde os professores não eram medalhões, simples universitários fazendo bico, até mais atualizados e fomos reprovados no terceiro ano (matemática). Para remediar, nos matriculamos no Liceu, no curso clássico, onde somente havia vaga, com a promessa de remanejamento que não ocorreu. Desistimos. Esse o nosso breve histórico liceal. O colégio já não era o mesmo, não mais a briga famosa com os bombeiros ao lado; não mais as “caixas de fósforo” do Pedreira, agora substituídas por modernos coletivos; não mais as ruidosas manifestações estudantis, a Redentora havia emplacado, os tempos realmente eram bem diferentes.


Outros livros foram publicados sobre a tradicional casa de ensino. Gustavo Barroso, em 1940, escreveu Liceu do Ceará; Vitor Hugo publicou, em 1945, O Liceu em 100 anos; Boanerges Cysne de Farias Sabóia, antigo diretor, publicou, em 1995, O Liceu que conheci; além de dissertações de mestrado e teses de doutorado sobre o assunto. E mais os trabalhos de Blanchard Girão e Auriberto Cavalcante dos quais já nos reportamos. Mas a motivação desta crônica foi mesmo a presença do amigo Blanchard nestes alfarrábios.


Tínhamos um carinho especial por Blanchard Girão, dado sua conduta como cidadão, e suas firmes convicções ideológicas. Trabalhamos juntos na agência de propaganda do Anastácio Sousa e por essa época colaboramos num jornalzinho que editava, o Gol de Letra. Quando editor no jornal O POVO, publicou os primeiros contos do nosso livro Já fez a sua fezinha hoje?. Depois, fez prefácio para o livro Dragão do Mar e seu tempo. Como retribuição ilustramos e concebemos capa e prefácio para o seu O procurador de Deus. Uma permuta que se insinuava perene não fosse sua morte abrupta. E ele já havia encontrado seu Deus. Não sei de que forma, mas com certeza, sim.

 

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