Cultura

Obra de exposição cancelada permitia que crianças tocassem genitálias. É isso mesmo?

Obra de Lygia Clark, "O eu e o tu"

Uma obra que fazia parte da exposição Queermuseu, mostra LGBT cancelada em Porto Alegre pelo banco Santander, está sendo acusada de convidar crianças a serem vendadas e "tocarem nas genitálias umas das outras para terem a percepção de gênero". A crítica à obra ganhou repercussão após ser publicada por alguns sites e replicada pelo vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PSC) em sua página oficial no Facebook, nesta terça-feira. 

Mas será que, na exposição Queermuseu, realmente havia uma obra em que crianças pudessem tocar nas genitálias umas das outras? 

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As informações referem-se a uma obra que de fato fazia parte da exposição, segundo o banco Santander, mas estava montada em manequins e apenas podia ser observada pelo público. Os visitantes não podiam interagir com a obra. 

A obra em questão chama-se "O Eu e o Tu: Série Roupa-Corpo-Roupa" (1967), da artista brasileira Lygia Clark, que consiste em dois macacões ligados por um tubo. Cada um tem seis zíperes, em que um pode tocar o corpo do outro pelas aberturas. 

Alvaro Clark, filho da artista e presidente da Associação Cultural O Mundo de Lygia, que administra as obras de Lygia Clark, esclareceu e reforçou que, apesar de a obra da artista "ter sido feita para ser manuseada", a exposição Queermuseu apenas permitia a observação da obra. Mesmo assim, segundo ele, os macacões são grandes demais para que crianças as vestissem e não há zíperes nas áreas dos órgãos sexuais, nem contato direto com a pele. 

— Essa informação é um engano, porque o macacão é de tamanho grande, impossível de uma criança vestir. Também não há toque nas genitálias e o contato, quando um zíper é aberto, é feito em cima de plástico, borracha ou pelos colados, e não diretamente na pele — disse Alvaro. 

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