Horley ataca PM de Varginha: "São bandidos travestidos de policiais"

Presidente do Guarani convoca entrevista coletiva para criticar postura da Polícia Militar na final da Série C e promete entrar com representação contra os envolvidos

GloboEsporte.com, em Campinas, SP

A confusão entre policiais militares, torcedores do Guarani e até jogadores bugrinos na final da Série C, no último sábado, rendeu nova polêmica nesta segunda-feira. Em entrevista coletiva, o presidente do clube campineiro, Horley Senna, criticou a postura da Polícia Militar de Varginha e prometeu entrar com representação contra as autoridades envolvidas. (Veja o vídeo acima)

– O fato de eu estar presente aqui é para repudiar veementemente a prática antidesportiva dentro do estádio em Varginha, dizer que a diretoria do Guarani ontem (domingo) mesmo se movimentou, preparou um colegiado, colhendo informações, imagens e áudios, e vamos representar contra a Polícia entre aspas, porque aquelas pessoas travestidas de policiais militares, na minha concepção, são bandidos, delinquentes e covardes – afirmou Horley. 

Horley Senna (de braços cruzados) assiste à final da Série C em Varginha (Foto: Rodrigo Villalba/ GloboEsporte.com)

Segundo o mandatário alviverde, os policiais militares foram os responsáveis pelo tumulto que tomou conta do Dilzon Melo após o apito final. Tudo começou quando os jogadores se dirigiam às arquibancadas para agradecer o apoio da torcida - quase cinco mil bugrinos foram até o Sul de Minas Gerais para acompanhar a decisão.

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Com tiros de bala de borracha e bombas de efeito moral, a PM tentava dispersar a torcida, que respondia com pedradas, pedaços de corrimão, alambrado e até um freezer. O setor destinado aos visitantes foi quase todo depredado. Como tinham familiares no meio, os jogadores ficaram desesperados e também partiram para cima dos policiais, aumentando a tensão. O caso ainda terá novos episódios extracampo. 

– Eles (policiais) motivaram toda baderna, começaram a atirar quando os torcedores estavam batendo palmas ao time pelo acesso e foram interpretados de forma indevida. Não estão preparados emocionalmente, nem tecnicamente e muito menos de forma comportamental. Agrediram covardemente, e entendo que a torcida teve uma reação para tentar se defender jogando os materiais, até fazendo uma barricada para se proteger, pois eram tiros de forma aleatória, covarde, com mulheres, crianças e idosos nas arquibancadas. A medida será tomada juridicamente através do nosso corpo jurídico e vamos representar a Secretaria de Segurança Pública do Estado de Minas Gerais, CBF, respectivas federações e Corregedoria da Polícia Militar de Varginha – completou Horley. 

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Procurada pela reportagem, a Polícia Militar de Varginha não quis comentar as declarações do presidente do Guarani e ressaltou que todos os fatos ocorridos no sábado foram repassados para as autoridades competentes. Pela manhã, o tenente-coronel Hudson Abreu Pinto deu a versão oficial da PM, negando que tenha havido excesso nas ações e culpando a torcida do Guarani pela confusão (veja no vídeo abaixo). 


– A torcida do Guarani, desde o primeiro momento que chegou aqui, nós fomos necessários efetuar prisões, apreensões de drogas. A torcida do Guarani chegou em Varginha, no estádio, já com rixas entre eles, dentro da própria torcida. A gente destaca que não é a torcida do Guarani de uma forma geral, [mas] principalmente as torcidas organizadas. A torcida do Guarani buscou o confronto com a torcida do Boa o tempo todo, ela tentou provocar a invasão do campo. A Polícia Militar se preocupou em garantir que o estádio não fosse invadido, que o campo não fosse invadido e que uma torcida não tivesse contato com a outra – afirmou o tenente-coronel Hudson Abreu Pinto.

Em campo, o Boa Esporte venceu por 3 a 0 e ficou com o título da Série C. Os dois times já haviam garantido o acesso à segunda divisão para 2017, assim como ABC e Juventude. 

Final da Série C ficou marcada por tumulto e atos de vandalismo no estádio (Foto: Rodrigo Villalba/ GloboEsporte.com)