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Folha de S.Paulo

STJ recebe inquérito sigiloso contra Alckmin


O STJ (Superior Tribunal de Justiça) recebeu na quarta-feira (22) um pedido de instauração de inquérito para investigar o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).

Ele é acusado de receber, por meio de um cunhado, recursos de caixa dois da empreiteira Odebrecht nas eleições de 2010 e 2014.

O pedido foi distribuído para o gabinete da ministra Nancy Andrighi, que relatará o caso. Ela deve decidir se autoriza a abertura do inquérito. Até a noite de sexta (24), a página do tribunal não registrava nenhum despacho da magistrada.

O envio do procedimento à corte foi autorizado pelo ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), relator da Operação Lava Jato. Governadores de Estado têm foro privilegiado e respondem ao STJ.

O pedido de abertura de inquérito foi feito pelo Ministério Público Federal e tramita até o momento em segredo de Justiça.

O nome do governador não aparece na página do tribunal que permite o acesso e a consulta a processos.

A corte informa apenas que o "requerido", ou seja, o alvo da investigação, está "em apuração".

Nesta semana, parlamentares do PT foram à PGR (Procuradoria-Geral da República) para reclamar da lentidão de investigações contra Alckmin no âmbito da Operação Lava Jato.

Delatores da construtora Odebrecht disseram ter pago cerca de R$ 10 milhões, em caixa dois, para campanhas dele ao governo do Estado de São Paulo. Um cunhado de Alckmin teria recebido os valores.

A PGR informou aos parlamentares petistas que ainda não havia recebido, do STF, o conteúdo das delações.

E informou ainda que os procedimentos em relação ao governador tucano seguiam em sigilo.