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Folha de S.Paulo

PDG Realty tem o pedido de recuperação judicial aprovado


A PDG Realty, uma das maiores incorporadoras do país, informou nesta quinta-feira que a 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais da Capital de São Paulo deferiu o pedido de recuperação judicial das 512 sociedades que integram o grupo.

Com dívidas de R$ 7,8 bilhões e sucessivos prejuízos, a empresa vinha tentando renegociar dívidas com bancos, sem sucesso.

O pedido de recuperação judicial foi a forma encontrada para tentar salvar a PDG da falência.

A Justiça também nomeou a PricewaterhouseCoopers para atuar como administradora do processo de recuperação judicial da companhia, segundo o comunicado, e suspendeu todas as ações e execuções em curso contra a PDG por 180 dias.

Por fim, a Justiça também definiu um prazo de 60 dias úteis para apresentação do plano de recuperação judicial da PDG.

A companhia protocolou na Justiça seu pedido de recuperação judicial na semana passada. A dívida líquida e os custos a incorrer somavam 6 bilhões de reais ao final do terceiro trimestre de 2016.

A PDG nasceu em 2003 como uma área do banco Pactual, hoje BTG Pactual. Virou uma empresa independente e lançou ações em 2007.

Tornou-se uma gigante do setor após, num espaço de poucos anos, promover aquisições em série de rivais.

Com a compra de construtoras como Goldfarb, CHL e Agre, e um plano agressivo de lançamentos, a PDG assumiu a liderança do mercado em 2010, tornando-se a maior incorporadora do setor.

No auge, chegou a valer mais de R$ 10 bilhões na Bolsa —hoje vale pouco mais de R$ 140 milhões.

Problemas de gestão, como estouro de custos e de prazos de entrega, e a crise econômica, que reduziu o apetite pela casa própria, minaram os resultados da PDG, que passou a encolher.

Em 2012, a empresa tinha quase 11 mil funcionários e 330 projetos em andamento. No final de 2016, eram somente 1.000 empregados e 30 empreendimentos.

O banco Rothschild foi contratado em 2015 para renegociar com os bancos credores e um acerto foi firmado. Mas a incorporadora seguiu com resultados ruins.

No ano passado, foram quase R$ 1 bilhão em distratos (desistências), considerando o resultado até setembro, o último disponível.

Com isso, as vendas líquidas ficaram em apenas R$ 170 milhões, 64% abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior. E o prejuízo acumulado no ano bateu R$ 2,9 bilhões.