RIO — Após oito anos com uma folha de serviços impecáveis e cursos no exterior para detecção de drogas, o primeiro grupo de cães policiais “aposentados” no México está em busca de novos donos.
— Até agora, os cachorros recebiam baixa — explicou à AFP o policial federal Jorge Luis de Aquino, utilizando um eufemismo para explicar que ao fim da vida útil os cães eram sacrificados.
Não mais. Segundo o Comissário Nacional de Segurança, Renato Sales Heredia, os nove cães dessa primeira turma, e todos os seus sucessores “vão ficar com uma família, desfrutar da vida familiar”.
E os cães podem encontrar donos entre os colegas de trabalho. O policial Rey David Villalobos quer adotar Tóquio, seu cão designado, dizendo que suas duas filhas pequenas estão muito emocionadas e que sua esposa já conhece o cachorro, e concordou que ele faça parte da família.
A dupla atuou em operações contra narcotraficantes e já enfrentaram tiroteios juntos, pois a especialidade de Tóquio é detectar armas, drogas e papel moeda.
A suboficial Carmen Durán também quer adotar Cáaudia, uma fêmea de labrador negra, com quem tem contado ao longo dos últimos oito anos.
— Ela sabe coisas íntimas que ninguém mais sabe — disse Carmen.
No entando, os animais serão doados para a Asociación Canófila de México, que será responsável pela escolha das novas famílias.
Até agora, os “exemplares caninos eram classificados como um bem ou uma ferramenta na instituição e eram tratados como tais”, disse Manelich Castilla Craviotto, comissário geral da Polícia Federal, durante a cerimônia de aposentadoria:
— Hoje, na prática, eles são reconhecidos pelo que são: oficiais caninos a serviço da segurança dos cidadãos, e, portanto, também têm direito à vida.