(Atualizada às 9h14) A Eletrobras registrou lucro líquido de R$ 12,073 bilhões no quarto trimestre de 2018, revertendo prejuízo de R$ 3,998 bilhões apurado em igual período do ano anterior. No acumulado de 2018, o resultado foi um lucro de R$ 13,348 bilhões, revertendo prejuízo de R$ 1,726 bilhão do calendário antecedente. O lucro atribuído aos sócios da empresa controladora somou R$ 13,262 bilhões, contra um prejuízo de R$ 1,764 bilhão em 2017.
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Em 2018, a receita líquida da Eletrobras totalizou R$ 24,976 bilhões, com queda de 15,2% perante um ano antes.
Com relação ao último trimestre de 2018, a empresa diz que contou favoravelmente ao resultado a reversão de provisões para contingências, no valor de R$ 1,201 bilhão, dos quais R$ 563 milhões relativos à provisão para empréstimos compulsórios.
Sobre o resultado anual, a Eletrobras destacou que foi o maior já apurado pela empresa nos últimos 20 anos. Os principais destaques, segundo a elétrica, foram as reversões do "impairment" (reconhecimento de perdas no valor de recuperação de ativos) e dos contratos onerosos de Angra 3, no total de R$ 7,243 bilhões; do patrimônio líquido negativo de R$ 2,967 bilhões referente à venda das distribuidoras Cepisa, Ceron, Boa Vista Energia e Eletroacre; e da provisão de R$ 739 milhões relativa a reclassificação de risco de contingência das distribuidoras já transferidas.
A Eletrobras destacou ainda a contabilização de receita por melhorias feitas nas hidrelétricas que operam sob regime de cotas, no valor de R$ 517 milhões. Segundo a Eletrobras, a partir de 2019, essa contabilização passará a representar uma receita de R$ 1 bilhão por ano.
O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) gerencial das operações de geração e transmissão apresentou crescimento de 26%, saindo de R$ 6,705 bilhões em 2017 para R$ 8,456 bilhões um ano depois.
O nível de endividamento da Eletrobras, medido pela relação dívida líquida/Ebitda, recuou de 3,7 vezes no fim de 2017 para 3,1 vezes no fechamento de 2018.
Segundo a Eletrobras, os programas de desligamento de empregados e as medidas de gestão resultaram em uma redução de custo de pessoal de cerca de 18% em 2018.
Investimentos
A Eletrobras encerrou 2018 com investimentos realizados de R$ 4,6 bilhões, valor pouco inferior a 75% do total orçado para o período. O montante investido foi 11,8% menor que o realizado em 2017 e 47% inferior em relação a 2016.
Do total investido em 2018, a estatal destinou R$ 1,059 bilhão para investimentos próprios de transmissão de energia e R$ 677,4 milhões para investimentos próprios de geração.
Também foi investido R$ 1,186 bilhão em projetos de geração em parceria com outras empresas e R$ 77,546 milhões em obras de transmissão em parcerias. Os investimentos em distribuição somaram R$ 330,8 milhões, enquanto investimentos em manutenção de ativos totalizaram R$ 847 milhões. A Eletrobras também investiu R$ 421,7 milhões em pesquisa, infraestrutura e qualidade ambiental.
Despesas operacionais
As despesas operacionais da Eletrobras recuaram 67% em 2018, para R$ 5,502 bilhões, influenciadas, principalmente, pelas reversões de provisão. As provisões operacionais passaram de R$ 4,646 bilhões em 2017 para uma reversão de R$ 5,308 bilhões um ano depois. Entre as reversões, destaca-se a reversão de impairment e contrato oneroso referente ao projeto da usina nuclear de Angra 3, no valor de R$ 7,243 bilhões. Por outro lado, houve provisões de R$ 1,820 bilhão, influenciadas principalmente pelas provisões referentes ao empréstimo compulsório e GSF (risco hidrológico) da Chesf.
Na linha das despesas de Pessoal, Material, Serviços e Outros (PMSO), a Eletrobras registrou uma redução de 11%, passando R$ 10,285 bilhões em 2017 para R$ 9,108 bilhões no calendário seguinte.
Apenas na parte de pessoal, a Eletrobras obteve redução de despesas de 18%, totalizando R$ 5,385 bilhões, em 2018, “influenciada pela política de redução de custos da empresa”.